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RESUMO 2ª FREQUÊNCIA

PARTE PROF. Mª CRISTINA

1.PROCESSOS ADQUIRIDOS NA GESTAÇÃO,


B. Embrionárias: Malformações congénitas, Infecções no
período neonatal.
PARTO E PÓS PARTO
C. Fetais: RIU, LIG, Prematuridade, Pós maturidade
1.1. Adquiridas durante a gestação
➢ PRÉ-NATAIS
➢ Fatores de Risco materno A. Vigilância pré natal inadequada
B. Infeções congénitas
A. Pessoais/Sociais/Económicos
C. Patologia materna
• Estatura <1,50 D. Défices nutricionais maternos
• Idade <15 ou >35 E. Toxicodependência , alcoolismo e tabagismo
• Paridade primípara ou multípara;
1.2. Afeções adquirididas durante o Parto
• Mãe só - adolescente, solteira;
• Nutrição obesidade, baixo peso....;
➢ FATORES MATERNOS
• Uso de drogas/tabaco
• Placentares:
• Stress
• Ambiente e ocupação ✓ Hemorragia retro placentar
• Risco social ✓ Insuficiência uteroplacentária
✓ Placenta prévia
✓ Ruptura precoce das membranas
B. Fatores Médicos
✓ Incompatibilidade céfalo pélvica
• DM ✓ Liquido amniótico impregnado de mecónio
• Hipertensão ✓ Prolapso do cordão
• Cardiopatias
✓ Trabalho de parto arrastado
• Doença renal e/ou infeção urinária
➢ TRAUMATISMOS DO PARTO
• Doença Maligna
• Anemia (Hg<10g/ml) • Dos Tecidos moles: caput sucedaneum, cefalo-
• Infeções do grupo TORCH : Toxoplasmose hematoma, hematoma subdural
Rubéola, Citomegalovirus , e vírus Herpes
simples
• Distúrbios psiquiátricos
❖ No Cefalo hematoma: Despistar a ocorrência de anemia ou
hiperbilirrubinémia;
C. Fatores Obstétricos ❖ Esclarecer os pais (preocupação com a imagem do RN)
• História de Gravidez Anterior de Alto Risco ❖ Hematoma subdural : Situado entre o cérebro e o crânio,
(ex.: trabalho de parto prematuro, cesariana, causado pelo traumatismo de parto. Vigiar sonolência, alterações
morbilidade neonatal, complicações maternas comportamentais, hemiparesia. Pode ser necessária intervenção
durante a gravidez/trabalho de parto/puerpério, cirúrgica para drenagem do sangue
etc.) ❖ Importância da Moldagem: Capacidade para passar pelo canal de
• Gravidez atual (ex.: exposição a teratógeneos; parto
sangramento vaginal;gestação múltipla; ❖ Parto por Cesariana: Sem passagem pelo canal de parto
crescimento lento, insuficiente para I.G; parto ❖ Partos distócicos instrumentados por fórceps, ventosas -risco
prematuro; pré-eclâmpsia, eclâmpsia, acrescido de lesão
apresentação anormal, doença isoimune, etc.)
• Fraturas: + comum fratura da clavícula
o Palpação; crepitação óssea
D. Genéticos o Irritabilidade do RN
• História familiar de distúrbio hereditário o Movimentos assimétricos dos braços
• Filho anterior, com anomalia congénita o Reflexo de moro assimétrico
• Idade materna > 40 anos o S/ tratamento específico. Cura em 2-3 semanas, sem
• Pais portadores de doença autossómica sequelas
recessiva o Segurar o bebé com os braços por trás das costas,
• Consanguinidade evitando colocar as mãos debaixo dos braços
o Deitar o bebé em decúbito dorsal
➢ ALTERAÇÕES PROVOCADAS NO FETO o Utilizar roupa mais larga e com fechos para facilitar na
hora de vestir, vestir primeiro o braço afetado e despir
A. Cromossómicas: Síndrome de Down- Trissomia 21; primeiro o braço não afetado
implante; Sindrome de Edwards Trissomia 18
o Não forçar movimento do braço

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• Lesão de nervos periféricos • Mecanismos para a formação de HBRB
o Paralesia do nervo facial: Habitualmente sem exames ✓ ↑ produção dos
ou tratamento específico, reforçar o apoio na ✓ Defeito na captação e transporte da brb dentro do
amamentação. Recupera até aos 2 ou 3 meses de idade. hepatócito;
o Paralesia do plexo braquial: pode ser superior ✓ Diminuição da conjugação dentro dos microssomas
(musculos do ombro e do cotovelo), inferior (antebraço hepáticos;
e mão) ou total. Causas: distocia de ombros; pressão ✓ Defeito na excreção da brb conjugada;
intrauterina… ✓ Aumento da reabsorção intestinal
➢ ICTERÍCIA NEONATAL • Kernicterus (hiperbilirrubinemia superior a 25-30
Avaliação transcutânea e/ou plasmática. Para melhor mg/dl)
visualização deve ser exercida digito pressão sobre a pele, - Sinais + precoces são subtis: letargia, recusa alimentar,
que reduz a perfusão sanguínea. A observação deve ser em perda do reflexo Moro, prostração, diminuição dos
ambiente com boa luz natural ou luz fluorescente branca. reflexos tendinosos, dificuldade respiratória (fontanela
A evolução da icterícia é cefalo caudal → inicialmente nas abaulada, opistóno, choro agudo, convulsões, espasmos).
escleróticas, rosto, tronco e por fim estende se aos • Classificação de KRAMER
membros. • Zona I = Cabeça e pescoço
Hiperbilirrubinémia (HBRB): Corresponde no RN a
uma elevação anormal de bilirrubina ( brb ) no soro. • Zona II = Tronco até umbigo
Icterícia no RN: define se como a coloração amarela da • Zona III = Hipogástrio e coxas
pele e das mucosas por deposição de bilirrubina, o que se
• Zona IV = Joelhos e cotovelos até punhos e
verifica quando esta excede 5mg/dl no sangue.
tornozelos
A. HBRB Não Conjugada
• Produção excessiva de bilirrubina (hemólise); Diminuição • Zona V = Mãos e pés, inclusive palmas e plantas
da conjugação ou excreção; Aumento da circulação • Progressão anatómica da icterícia:
enterohepática; Obstrução do fluxo biliar; Lesão
hepatocelular; Sobrecarga crónica de bilirrubina o Face --~ 5 mg/dl
o Quadrantes médios do abdómen --~ 15
• Diagnóstico diferencial: A icterícia de aparecimento ao
mg/dl
nascimento ou nas primeiras 24 horas é sempre patológica o Pés --~ 20 mg/dl
e sugere a existência de hemólise pré natal.
INVESTIGAÇÃO IMEDIATA! • Classificação da Icterícia Neonatal
• Icterícia Fisiológica: O RN além de produzir mais brb ✓ Não conjugada: icterícia - fisiológica , do leite materno e
que o adulto, tem uma ou mais limitações no transporte e situações patológicas;
no metabolismo da brb → ↑ níveis séricos de brb indirecta ✓ Conjugada: menos comum, é sempre patológica
nos 1ºs dias. A icterícia fisiológica comumente desaparece ✓ Mista
ao final do 7º d.
- Caracteriza-se por: ↑ rápido da brb não conjugada • Aleitamento materno e Icterícia: ocorre precocemente
atingindo um pico de +/ 7mg/dl no 3º dia; do 3º ao 5º dia na 1ª semana, resulta de uma menor ingesta (estado
a brb ↓ devido ao ↑ circuito entero hepático. hipocalórico). Indicado início precoce da amamentação e
- Diagnóstico diferencial: mamadas frequentes ( > 8/dia ). Se necessário suplemento
▪ após 1ª semana: Septicemia; Hepatite; (LA). Não oferecer líquidos açucarados; Conselhos às
Hipotiroidismo; Fibrose quística; Anemia hemolítica; mães.
...
• Tratamento:
▪ persistente durante 1 mês: hepatite; sifilis/
▪ Fototerapia: produz na pele exposta à luz, a formação
Toxoplasmose; hipotiroidismo; síndrome da bile
de variados produtos da oxidação da brb , que são
espessa; ...
hidrossoluveis → eliminação pela urina. Está
• Fatores de risco para HBRB recomendado o seu uso como forma terapêutica inicial
• Filho de mãe diabética • Prematuridade no RN de termo e pré termo ≥35 semanas.
▪ Exsanguineo trasfusão: O sangue é retirado em
• Policitemia • Sexo masculino pequenas quantidades ( 5-10) e substituído por sangue
• Trissomia 21 • Equimose cutânea compatível; Remove os eritrócitos sensibilizados (↓ o
nível sérico de brb e corrige a anemia).
• Indução trabalho parto com ocitocina • Aleitamento materno
complicações: Infeção pelos produtos sanguíneos;
• Perda de peso (desidratação / privação calórica) Trombocitopenia e coagulopatia; Enterocolite
necrotizante; Trombose da veia porta; Alterações
• Atraso de eliminação de mecónio
eletrolíticas; Arritmias cardíacas
• Irmão com icterícia fisiológica • Cefalo hematoma
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• Intervenção de Enfermagem na fototerapia:
✓ Controlar níveis de brb de 12/12 Horas;
✓ Avaliar temperatura do RN antes de iniciar fototerapia
monitorizar;
✓ Deve ser mantida alimentação entérica com leite materno
➢ HIPOCALCÉMIA
ou de fórmula de forma a garantir boa diurese Avaliação
✓ Pesar o RN Existem dois períodos críticos para o seu aparecimento:
✓ Deve ser colocado despido sob fonte de luz se adequado
alternar decúbitos; • Instalação precoce – 1as 48 H – Manifesta-se por:
✓ Proteger olhos e gónadas (fralda); ▪ Apneia e episódios de cianose;
✓ Avaliar B.H . e/ou débito urinário; ▪ Edema;
✓ Vigiar características das fezes →Higiene périanal ▪ Choro intenso;
✓ Não aplicar no RN óleos ou loções → ↑ Desidratação; ▪ Distensão abdominal.
✓ Apoio à família relação mãe/filho. • Instalação tardia – 3º 4º dias – Manifesta se por:
▪ Irritação neuro muscular
➢ HIPOGLICÉMIA ▪ Espasmos;
• Quando existe um nível sanguíneo de glicose: ▪ Tremores;
▪ RN sintomático: <40 dL ▪ Crises convulsivas focais ou generalizadas.
▪ RN assintomático: Nas primeiras 4 horas de vida < 25
Cuidados de Enfermagem
mg/ dL
▪ Entre as 4 e 24 horas de vida < 35 mg/ dL ✓ Observar o RN;
• No período fetal as reservas de glicogénio são escassas e ✓ Identificar as manifestações clínicas de hipocalcémia;
o principal combustível metabólico do feto é a glicose ✓ Alimentação precoce;
fornecida pela mãe. ✓ Administração oral de suplemento de cálcio cloreto,
• Deverão ser despistados precocemente sinais de: lactato ou gluconato;
irritabilidade; Tremores; Choro; Letargia; Convulsões.
• RN com risco de hipoglicemia e > 34 s de idade ➢ RN FILHO DE MÃE TOXICODEPENDENTE
gestacional e assintomáticos: • A toxicodependente está sujeita a síndromes de
abstinência repetidas que podem provocar aborto, morte
intrauterina ou parto pré termo.
• Também podem ser constatadas restrição do crescimento
do feto e comprometimento do bem estar fetal.
• O RN pode apresentar baixo peso, déficit no
crescimento pós natal, microcefalia, problemas
neuronais e do comportamento, assim como síndrome
de abstinência.
• Síndrome de abstinência neonatal (SAN), está
essencialmente associado à exposição in útero aos
opiáceos, mas existem outras substâncias consumidas pela
grávida que podem originar este síndrome: álcool;
anfetaminas e antidepressivos; benzodiazepinas e
barbitúricos. É constituído por um conjunto de sintomas:
Neurológicos; Gastrointestinais; Autonómicos
inespecíficos, podendo mimetizar outras situações
• Intervenção de enfermagem: clínicas.
✓ Determinar valores de glicémia • Pode ainda a exposição pré natal ao etanol resultar em
Primeiras 4h de vida - h/h disfunções cognitivas e comportamentais subtis, na
Até à 8ªh de vida 2/2 Horas ausência de qualquer malformação detectável. Este último
Nos dois 1ºs dias de vida 4/6 Horas efeito estabelece o álcool como um teratógeno
✓ Avaliar o RN despistar precocemente complicações; comportamental.
✓ Evitar situações de stress, frio; • Os sintomas de abstinência aos barbitúricos geralmente
✓ Técnica correta de alimentação; são tardios, ocorrendo quando a criança já recebeu alta
✓ Controlar perfusão de glicose; hospitalar. Na maioria das vezes a mãe não mostra sinais
✓ Registos; ou não refere uso da droga.
• Avaliação da glicémia capilar: utilizar lanceta adequada; a • Os sintomas agudos são semelhantes aos desencadeados
presença de alcool a 70º altera os valores. pela falta dos opiáceos apresentando o RN: choro
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persistente, tremores; insónia, movimentos de mastigação; ✓ Se RN com SAN, protelar a alta até 72 horas sem
mais tardiamente, exacerbação do reflexo de sucção, terapêutica e livre de sintomas.
choro prolongado irritabilidade, sudorese que podem ✓ RN sem dificuldades alimentares e que aumentou de
durar até meses. peso pelo menos 2 dias consecutivos
• Em casa ficam particularmente irritáveis aos estímulo ✓ Deverão ficar asseguradas consultas semanais
sonoros , frio e fome, exigindo maior atenção este período durante o 1º mês de vida e mensais até aos 3 meses
pode durar de 2 a 6 meses. (síndrome de privação tardio).
• Apresentação clínica - A altura do início dos sintomas, ✓ Programar avaliação do desenvolvimento aos 8 10
depende da droga consumida pela mãe: meses;
* Heroína primeiras 24 a 48 horas de vida ––+++ SNC ✓ A alta hospitalar não deve ser dada sem que um plano
*Cocaína não causam SAN, mas anomalias do de proteção à criança esteja assegurado;
crescimento cerebral ✓ Deve se assegurar à grávida toxicodependente
* Metadona primeiras 48 a 72 horas de vida, mas pode ir cuidados pré natais adequados;
até ao 1º mês de idade ✓ Planear antes do parto a intervenção perante o RN
• Sintomas: (condições para amamentar, para manter o RN junto
✓ Neurológicos: tremores, irritabilidade, choro gritado, da mãe na maternidade);
hipertonia, moro exuberante, abalos mioclónicos, ✓ Preparar a mãe/pai para a parentalidade
diminuição da duração do sono e convulsões. ✓ Avaliar a situação social do casal e a necessidade de
✓ Gastrointestinais: dificuldades alimentares por sucção encontrar na família alargada um elemento que possa
descoordenada, vómitos, diarreia, perda ponderal fazer o acompanhamento e vigilância da família;
excessiva e desidratação. ✓ Planear alta;
✓ Sistema nervoso autónomo: sudorese intensa, ✓ Planear seguimento da criança e avaliar a adequação
instabilidade térmica e febre, obstrução nasal, espirros e dos cuidados prestados à criança.
taquipneia. • O filho de uma mãe toxicodependente deve ter um
✓ Nos RNs expostos a metadona os sintomas poderão ser acompanhamento por parte dos Cuidados de Saúde
mais graves e mais duradoiros. Primários do local de residência, bem como dos serviços
• Diagnóstico -Essencialmente clínico: sociais. O abuso ou a dependência de drogas da mãe,
▪ História de uso de drogas pela mãe; juntamente com os hábitos de comportamento que isso
▪ Índice de Finnegan efectuar de 4h/4h; supõe, expõe a criança a um alto risco de sofrer abusos ou
▪ Estudo toxicológico: doseamento de droga na urina. Reservado abandono.
para situações suspeitas em que a mãe nega o consumo.
1.3. RN DE TERMO
• Tratamento de suporte:
- Diminuição da estimulação sensorial ( locais calmos e • Nascimento, situação de alto risco, exige:
pouco iluminados); ✓ Preocupação multidisciplinar
- Manipulação suave e delicada; ✓ Inter-relação entre os vários elementos da equipe
- Avaliação do estado geral ; ✓ Atitudes
- Monitorização dos parâmetros vitais; • É indispensável:
- Refeições pequenas e frequentes. Considerar o uso de
fórmulas hipercalóricas se perda ponderal acentuada; - Atuação correta e eficaz
- Usar chupeta → Previne a desorganização do RN durante
- Vigilância cuidada e atenta
os cuidados de rotina e tem um efeito calmante
diminuindo os movimentos descoordenados e a angústia. • Sala partos:
- Respeitar o sono do RN acordando o apenas se necessita
ser alimentado; - Preparação do material:
- Colocar luvas no RN para evitar escoriações que possam ▪ Incubadora de transporte com ventilação
resultar da atividade excessiva; ▪ Mesa de reanimação com aquecimento
- Monitorizar hábitos de sono, temperatura e peso; ▪ Relógio e iluminação
- Aplicar Escala de FINNEGAN; ▪ Saco de polietileno
- Leite materno: Não: heroína, cocaína e infecção; Sim: ▪ Aspirador regulável e sondas de aspiração
metadona; ▪ Estetoscópio, máscaras faciais e tubos de Mayo
▪ Oxigénio
• Critérios para a alta do RN: ▪ Monitor de Sat 02 e FC
✓ Na ausência de SAN é aconselhável vigiar o RN em
internamento durante, pelo menos, 7 dias se mãe em
esquema de metadona e 5 dias se mãe consumidora
de outras drogas.
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➢ RN Termo: receber em campos aquecidos, secar,
colocar no colo da mãe (contato pele a pele), cobrir
com campos secos.
➢ RN Pré-termo : fonte de calor radiante
➢ peso < 1500g: saco plástico poroso, touca de malha
tubular

- Administração de Kanakion

- Breve, mas atencioso exame físico, neurológico

- Colocação de pomada oftálmica em cada olho


• Índice de APGAR:
- Vestir o RN

- Levar o RN para junto da mãe

- Colocar o RN em berço aquecido

• Valores de saturação O2:


▪ Até 5 min de vida: 70-80%
▪ 5-10 min de vida: 80-90%
▪ > 10: 85-95%
- Deve ser avaliado ao 1º- 5º- 10º minutos de vida
• Observar a vitalidade do RN
- score : Coto umbilical: nos cuidados ao coto umbilical do RN,
consiste em manter o coto umbilical limpo e seco, sem
o Boa vitalidade: 7-10
aplicar qualquer tipo de antisséptico ou desinfetante.
o Deficiente vitalidade: 3-7 asfixia moderada
Antropometria
o Má vitalidade:0-3 asfixia grave
Características do RN de termo:

• Cuidados imediatos ao RN • Pele: aveludada e rosada coberta de vernix e lanugo


• Pavilhão auricular: cartilagem espessa;
- Objetivos: • Respiração: abdominal, regular, superficial e rápida (+/
40cr/m);
✓ Proporcionar uma boa adaptação à vida extra uterina; • Reflexos arcaicos: presentes.
✓ Evitar acidentes desfavoráveis ou neutralizá-los
precocemente, impedindo o aparecimento de sequelas
tardias Imediatamente após o nascimento....
- Exame físico do RN: • RN alerta e suga facilmente;
• Míope- campo de visão de 20 30 cm;
o Primeiro exame: imediato (sala de parto)
• Preferência visual inata por rostos;
➢ malformações congênitas
• Audição bem desenvolvida- preferência por voz
➢ verificação de possíveis danos feminina;
➢ sinais de infecção • Período inicial de 40-60min seguido de sonolência;
o Exame minucioso nas 1 as 24 horas de vida • Reflexos primitivos.

- Cuidados imediatos:
Nota: o vérnix caseoso não deve ser removido, pois dá proteção
➢ Avaliação do IA ao 1 ´ 5 ´ 10 ´ térmica e nutre a pele.
➢ Aspiração das secreções
➢ Limpeza suave do RN Eritema tóxico: Pequenas lesões eritemato papulosas
➢ Colocação do clampe no cordão umbilical observadas nos 1ºs dias de vida. Regridem em poucos
➢ Colocação de braçadeira com o nome da mãe dias.
➢ Entubação naso gástrica SOS Milium Sebáceo: Pequenos pápulas brancos que se
➢ Verificar perfuração do ânus formam na superfície das glândulas sebáceas localizados
➢ Pesar o RN principalmente no queixo e nariz.
Hemangioma Capilar: Surgem geralmente na nuca e
- Controle Térmico: pálpebra superior, região entre as sobrancelhas e nádegas.
➢ Ambiente: 26º Estão presentes ao nascer e desaparecem em alguns meses.
• Reflexos primitivos:
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✓ Reflexo de sucção (3-4 M) 1.4. PREMATURIDADE
✓ Reflexo de moro (4-6M)
✓ Reflexo de preensão - Classificações
✓ Reflexo de preensão plantar • De acordo com a IG:
✓ Marcha automática o RN pré-termo: tempo de gestação inferior a 37
• Somatometria: semanas;
▪ Peso ao nascer 2.700- 3.900 o Termo: t. de gestação igual ou superior a 37 semanas e
▪ Comprimento +/ 50cm igual ou inferior a 42 semanas;
▪ Perímetro cefálico varia entre 32-36 cm o Pós-termo: t. de gestação superior a 42 semanas.
▪ Perímetro torácico varia entre 30-33 cm • Conforme o peso de nascimento , independente da IG:
• Padrão respiratório: o Baixo peso: < 2500g
➢ Irregular, ruídos respiratórios o Muito baixo peso: < 1500g
➢ Espirros o Extremo baixo peso: <1000g
➢ Soluços • Classificação dos RN pré termo, de acordo com a IG:
• Engurgitamento mamário o Moderadamente prematuros: se nascem entre as 32 e
Descobrir o bebé: Modelo Touchpoints 36 semanas.
o Muito prematuros: se nascerem entre 28-31 semanas.
• Centra se na criança, mas dirige se à família, tendo por o Prematuros extremos: se nascem entre 22-27 semanas.
base a partilha com os pais das descobertas relativas às
diferenças individuais dos seus bebés. - Avaliação da IG:
• Pretende se cativar a atenção e a motivação dos pais para • Semanas de amenorreia;
as características e competências dos seus bebés, • Semanas ecográficas;
reforçando o constructo da identidade, dos vínculos e da • Método de New Ballard (12 20h após nascimento)
resiliência familiar.
• Brazelton desenvolveu uma esscala de observação - Causas da prematuridade:
neurocomportamental do RN a ser usado a partir do 3º dia
➢ Fatores económicos(sociais): gravidez indesejada; stress
até aos 3 anos nos RN de termo → Serve para identificar
baixo nível socioeconómico; desnutrição; Cuidados pré
e compreender o momento atual do desenvolvimento da
natais inadequados; Fumo, drogas, álcool; Idade materna
criança, como para prever em que fase a criança entrará.
(<16 anos) ou > 35anos; Estado civil; ...
• Os estímulos utilizados são: Tacto, Voz, Som, Visão e
➢ Fetais: sofrimento fetal, gestação múltipla, eritoblastose.
Comportamento social.
➢ Placentárias: placenta prévia, descolamento prematuro
• O sistema Newborn Behavioral Observations (NBO)
da placenta
inclui 4 dimensões ou sistemas:
➢ Maternas: Pré eclâmpsia, Doença crónica, Infeção,
- Autonómico: autonomia e nível de atividade
Toxicodependência
- Interação: reação à face, voz, bola vermelha e roca;
➢ Uterinas: Útero bicornado, Colo do útero incompetente,
- Motricidade – Tónus muscular: braços e pernas, puxar ,
Incompetência cervico-ístmica
sentar e reflexos;
- Regulação dos estádios de sono: habituação à luz e som, - Parto pré-termo
choro, consolabilidade.
Quando se prevê um parto pré-termo:
RN PÓS-MATURO
- Tenta-se atrasar o mais possível o parto: Repouso, tocolíticos,
São todos os RN que nascem depois das 42s de gestação, tratamento de infeção
independentemente do peso de nascimento.
1. Indução maturativa
• Aparência e comportamento de um neonato com 1-3 s de vida
• Peso ao nascimento ↑ 2. Nascimento num hospital apoio perinatal diferenciado
• Ausência de lanugo transporte in utero
• Vérnix caseoso
3. Sala de partos; equipas médica e de enfermagem.
• Unhas longas
• Pele branca descamativa 4. Vaga Neonatologia
• Vivacidade ↑
1. Indução Maturativa

Complicações: Aspiração de mecónio; Hipoglicémia; ➢ Corticoides antenatais : a partir das 24s de gestação até às
Policitémia; Pneumonia 34s e 6 d
➢ Betametasona: 2 doses de 12mg IM, separadas 24 horas
Tratamento: sintomático
(Mãe)
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➢ Reduz a incidência e severidade: - Cuidados à pele do RN pré-termo:
• SDR
A. Manter “vérnix caseoso”: substância com função de
• Hemorragia intraventricular
proteção contra o trauma, hipotermia, desidratação e
• Enterocolite necrosante
infecção.
➢ A utilização de sulfato de magnésio , em situações de parto
B. Gerir o uso de dispositivos: Limitar o uso de adesivos;
eminente a partir das 24s, tem sido associada à diminuição
Trocar eléctrodos só quando descolados; Remover
da lesão cerebral.
adesivos com ajuda de óleo ou água morna; Alternar o
2. Transporte in útero local de fixação do cabo de saturímetro e sensor de
temperatura; Evitar rugas/vincos em lençóis e resguardos;
Para um hospital com cuidados perinatais diferenciados:
Usar colchões e almofadas de gel. → uma vez que são
• Equipa Obstetrícia treinada em partos de alto risco responsáveis por algumas lesões na pele + por
apresentarem pouca mobilidade devem-se alternar zonas
• Equipa de Neonatologia médico e enfermeira de maior pressão.
• Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais - Fisiologia:
- Fatores Decisivos: • Imaturidade alveolar: parede torácica s/estabilidade;
podem surgir apneias; reflexo de tosse diminuído.
• As decisões médicas devem ser tomadas em conjunto com
a família, e ter como objetivo os princípios éticos da • Sistema digestivo: ↓ de tonacidade do cárdia, ↓ da
beneficência e não da maleficência, respeitando o melhor tolerância às gorduras
interesse do RN e evitando o prolongamento inútil e • Sistema Térmico: Gordura subcutânea; Área
sofrido do processo de morrer. superficial grande comparada com o peso
• Recém nascidos com a mesma idade gestacional podem • Função renal: ↑ Eliminação Na+ → Hiponatrémia;
ter maturidade biológica diferente, pelo que é Dificuldade de eliminar o K+
recomendável uma cuidadosa consideração de outros • Função hepática: Imaturidade – Hiperbilirrubinemia;
fatores associados a um melhor prognóstico como:Sexo Não armazena vit . K – Hemorragia; Não armazena
feminino; Uso de corticóides pré natais; Gestação única e açúcar – hipoglicémia
o maior PN (cada 100 g a mais no PN). → Cada um destes • Sistema nervoso: Reacção lenta a estímulos; Reflexo de
fatores está associado a um maior benefício no sucção e deglutição ausentes/deficientes; Reflexo da
prognóstico. tosse →↓ ou ausente; centros de controle de temperatura
respiração imaturos
- Características do RN prematuro: • Sistema imunitário: ↓ Anticorpos
✓ Pequeno e hipotónico - Problemas inerentes à prematuridade:
✓ Pele: fina, macia, avermelhada com ausência de panículo
adiposo, vascularizada ✓ Manutenção da temperatura corporal
✓ Pavilhão auricular: cartilagem ausente ✓ Hipoglicémia
✓ Olhos: proeminentes ✓ Problemas respiratórios: Apneia da prematuridade;
✓ Cabeça: aparentemente grande, cabelo abundante, Doença da Membrana Hialina (DMH) - caracteriza se por
fontanela anterior normotensa suturas abertas deficiência qualitativa e quantitativa na produção de
✓ Unhas: finas e flexíveis surfactante , pela imaturidade pulmonar
✓ Caixa torácica: estreita, costelas moles e flexíveis
✓ Respiração: abdominal , rápida, irregular, frequentes o Técnica INSURE (intubar-surfactante-extubar) → serve
pausas durante alguns segundos para induzir maturação pulmonar
✓ Abdómen: proeminente o Cafeína: eficácia para a apneia e outros problemas
✓ Genitais externos: pouco desenvolvidos e edemaciados respiratórios e ainda no desenvolvimento neurológico.
✓ Ausência, imaturidade ou dessincronia dos reflexos ✓ Icterícia
arcaicos ✓ Alimentação
✓ Perímetro cefálico e comprimento proporcionais à idade ✓ Infecção (higienização das mãos correta a causa da morte
gestacional em quase 50% dos casos): Sépsis; Enteroclite necrosante

Termo Pré-Termo - Transporte para UCIN


✓ Pele rosada, por vezes com ✓ Pele mais rosada
Após estabilização:
descamação ✓ Mais lanugo
✓ Pouco lanugo ✓ Sem sulcos palmares ou
plantares • Incubadora de transporte aquecida
✓ Sulcos palmares e plantares
presentes ✓ Vasos visíveis
✓ Vasos não visíveis sob a pele ✓ Tónus menos acentuado • Com ou sem ventilação mecânica, CPAP nasal, oxigénio
✓ Tónus mais acentuado
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• Monitorização ✓ Produzir um maior ganho ponderal
✓ Identificar os pais de alto risco, dando lhes especial
• Material de reanimação
atenção.
- Controle térmico ✓ Deve atender se à redução da poluição sonora o excesso
de ruído pode: danificar a estrutura auditiva; Hipóxia ,
o Temperatura ambiente: A tempª ambiente na sala de HTA e aumento da PIC. → Atenção ao fecho suave das
partos deve estar nos 26ºC e a tempª do RN deve estar portas da incubadora.
entre os 36,5º 37,5ºC. A Tempª da incubadora deve ✓ Redução da exposição à luz
rondar os 36,5ºC. ✓ Reduzir e sequenciar as manipulações: As manipulações
Nota: Se possível, na incubadora atender à temperatura e humidade.
mais adversas só devem ser utilizadas quando necessárias
Não se deve tapar ou vestir o recém nascido quando em incubadora e não por rotina:
humidificada. - Ao mudar a fralda evitar a flexão das pernas sobre o
abdómen aumenta a pressão intracraneana
Logo após o nascimento colocar o RN no saco de polietileno, sem
- os cuidados devem estar agrupados, para permitir
secar, colocar gorro na cabeça de preferência sobre o plástico; O saco
momentos de repouso
de polietileno só deverá ser retirado após realização dos
procedimentos e estabilização térmica. A touca deve ser mantida.
- Após as manipulações acalmar a criança, Tendo em vista
o proporcionar um ambiente seguro e acolhedor para o RN
- Alimentação: e pais
✓ Favorecer o sentimento de segurança no RN enquanto
• Perda habitual de 10-15 %. ACIU evitar >6%
estiver internado
• Leite materno ou leite para prematuro ✓ Proporcionar estimulação sensorial, motora e visual
✓ Proporcionar contactos tácteis
• Necessidades calóricas médias 130Kcal/Kg/d
- Posicionamentos:
• Usar chupeta durante a administração de leite por gavagem.
• Ventral, lateral, dorsal- preferencial
O QUE ADMINISTRAR? • Corretos:
Por ordem de prioridade: ✓ “ Aninhar” com auxilio de rolos;
✓ Promover alinhamento do corpo;
1. Colostro/LM --< risco NECK ✓ Flexão dos membros;
2. Leite de dadora ✓ Apoiar a planta do pé;
3. Formula pré termo ✓ Elevar a cabeceira da cama
✓ Método Canguru
- Intervenções de enfermagem:
✓ Massagem com a aplicação de óleo vegetal na pele do
✓ Comunicar à mãe a situação em que se encontra o bebé bebé prematuro saudável.
✓ Se adequado e se a mãe não se conseguir deslocar à UCIN,
O método Canguro:
facultar registo fotográfico do filho
✓ Antes da mãe/pai entrarem na unidade, deve lhes ser ➢ Aumenta o vínculo;
descrita a situação clínica da criança e todo o equipamento ➢ Promove desenvolvimento físico e emocional;
que a rodeia; ➢ Estimulação cardíaca;
✓ Se o bebé estiver a ser submetido a fototerapia, esta deve ➢ Melhora controle térmico;
ser desligada e devem ser destapados os olhos. ➢ Aumenta competências e confiança dos pais;
✓ Logo que possível incentivar a mãe e o pai a tocar no RN ➢ Melhora tónus muscular;
e a pegar lhe ao colo ➢ Reduz índice de infeção hospitalar;
✓ A enfª deve supervisionar todas as etapas de aprendizagem ➢ No pai canguru a criança experimenta outra textura de
da mãe na prestação de cuidados ao bebé pele, diferente ritmo cardíaco e respiratório.
✓ Prestar cuidados individualizados
✓ Valorização do papel da família como principal cuidador.
A parceria dos cuidados, permitirá o estabelecimento/
desenvolvimento da vinculação
✓ Observar a cr . Antes, durante e após a prestação de
cuidados
✓ Proporcionar chupeta, mesmo aos prematuros, para
estimular o reflexo de sucção:
✓ Facilitar a transição entre a alimentação por gavagem e por
tetina
✓ Acelerar o transito intestinal
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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
PARTE PROF HELENA ✓ Distúrbios do sono: Apneia Obstrutiva do sono (SAOS)
✓ Fatores hormonais: insuficiente produção da ADH noturna
2. DISTÚRBIOS DE ELIMINAÇÃO ou resistência à sua ação (responsável pela reabsorção
renal de água) → poliúria noturna
• O controlo dos esfincteres não é inato. Ao nascimento ✓ Fatores de maturação: atraso na maturação dos centros
apenas funcionam mecanismos automáticos de micção e sub-corticais → faz com que a criança não acorde ao
defecação. → O seu controlo é sobretudo fruto das estímulo de bexiga cheia
aprendizagens que o meio lhe proporciona em relação à ✓ Fatores comportamenais: treino inadequado ou ausência
criação dos hábitos de higiene; de controlo esfinctariano (ex.: por desinteresse e
• Inicio de controle dos esfíncteres: entre 15 meses e os 2 passividade dos pais, características familiares)
anos; ✓ Fatores psicológicos: traumatismos, crises familiares,
• Controlo dos esfíncteres:entre os 2-4 anos; valor de protesto ou de uma afirmação pesoal, entrada
• O controle do esfíncter anal estabelece-se mais cedo que o jardim infantil/escola.
controle do esfíncter vesical e mais firmemente. ✓ ...
• Quando a criança demonstra dificuldades nesta etapa do • Abordagem diagnóstica:
seu desenvolvimento, podem surgir Distúrbios da ➢ Fazer distinção entre a enurese e incontinência urinária (é
Eliminação: involuntária mas consciente e há uma causa orgânica);
- Enurese: Eliminação repetida de urina em locais ➢ Excluir causa orgânica
inapropriados. ➢ Realizar uma história clínica (história da enurese,
- Encoprese: Eliminação repetida de fezes em locais alimentar/ingestão líquidos, medicamentosa e familiar,
inapropriados. + rara que a enurese sintomas urinários, …)
➢ Realizar o exame objetivo (crescimento e
A. ENURESE desenvolvimento, neurológico, exame abdominal, retal e
genital e jato urinário, TA,…)
Falta de controle na emissão de urina, diurna e/ou noturna,
➢ Exames complementares de diagnóstico: Sumária de
aparentemente involuntária, que aparece ou persiste após a
urina; Urocultura; Eco renal e vias urinárias; ...
idade em que é adquirida a maturidade fisiológica.
• Classificação quanto à evolução temporal
• Critérios de diagnóstico DSM-V:
- Enurese Primária;
➢ Eliminação repetida de urina, na cama ou na roupa, (…)
involuntária; - Enurese Secundária.
➢ O comportamento é clinicamente significativo:
- Mínimo 2 x/semana durante pelo menos 3 meses Primária Secundária
consecutivos; • Nunca estabeleceu • Surge depois de um
continência urinária; período de continência
- Sofrimento;
urinária estabelecida (> 6
- Prejuízo no funcionamento social, académico, • Começa aos 5 anos de meses);
profissional, ou em outras áreas importantes da vida; idade
➢ Idade cronológica mínima de 5 anos (ou nível de • Ocorre normalmente entre
desenvolvimento equivalente); • Mais frequente; os 5,5-8 anos de idade.
➢ O comportamento não resulta dos efeitos fisiológicos de
• Treino inadequado ou • Menos frequente;
uma substância (diurético) ou outra doença (Diabetes).
ausente do controlo
• Classificação quanto ao Tipo: esfincteriano (fatores • Geralmente ligada a
comportamentais); outros fatores
1. Exclusivamente Noturna: + comum; Eliminação de urina (psicológicos) que
apenas durante o sono noturno (geralmente durante o primeiro • Outros fatores levaram a uma
1/3 da noite). Mais comum no sexo masculino.Pode ser: (psicológicos) … regressão…

- Monossintomática (ENMS): S/sintomas nem sinais

- Polissintomática (ENPS): Sintomas associados (urgência • Tratamento: Não existe um tratamento específico da
miccional, polaquiúria, disúria, obstipação,...) enurese, mas sim…várias propostas terapêuticas!
2. Exclusivamente Diurna: Eliminação de urina apenas • Intervenção de Enfermagem:
durante as horas de vigília; Chamada de incontinência de a) Esclarecer:
urgência e adiamento de micção. Mais comum no sexo feminino. - Fisiopatologia, hist.doença, evolução espontânea
- Desdramatizar
3. Noturna e Diurna - Ñ Criticar
• Etiologia - Ñ Culpabilizar
✓ Fatores orgâncicos: obstipação/encoprese; infeção b) Adotar medidas comportamentais:
urinária; DM; Doença renal crónica, disfunção - reforço positivo (ex.: calendário noites secas e noites
neurológica ou lesão medular,... molhadas);
✓ Fatores genéticos: > risco se história familiar
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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
- Desaconselhar o uso de proteções (fraldas) – preferir • Fisiopatologia:
resguardos debaixo dos lençóis não visíveis;
- Desaconselhar o acordar a meio da noite; - Retentiva:
- Tratar obstipação/encoprese associada;
- Aumento da ingestão de líquidos durante o dia e
redução nas 3 horas antes de deitar e durante a noite;
- Modificar hábitos urinários: urinar antes de deitar;
treino do esfíncter vesical em cada micção diurna.
c) Utilizar terapêutica farmacológica quando as
medidas comportamentais falham:
- Geralmente só após os 7 anos de idade;
- Antidepressivos e antidiurético;
- Terapêutica condicionante com alarmes: o
objetivo é criar estímulos condicionados de forma a - Não Retentiva: é desconhecido sendo um distúrbio
aprender a reconhecer a bexiga cheia, antes da complexo e multifatorial
micção, antecipando-se; é constituído por um sensor
• Abordagem Diagnóstica:
para líquidos, colocado na cueca; Às primeiras gotas
➢ Fazer distinção entre a encoprese retentiva e não
de urina o alarme é accionado;
retentiva;
- Desmopressina (↑ nível sérico da ADH durante o
➢ Excluir causa orgânica
sono → ↓ produção de urina)
➢ História clínica (história da obstipação, da encoprese,
B. ENCOPRESE alimentar, medicamentosa e familiar, redução do apetite,
dor abdominal, sintomas urinários, …)
Eliminação voluntária ou involuntária de fezes de consistência ➢ Exame objetivo (peso, estatura, exame abdominal, retal
normal ou quase normal em locais não apropriados para tal e neurológico, massas pélvicas, presença ou ausência de
finalidade de acordo com o contexto cultural do indivíduo fezes no reto, …)
➢ Exames complementares: Rx abdominal; outros ECD
• Critérios de diagnóstico DSM-V:
adicionais ...
➢ Eliminação intestinal repetida de fezes, em locais
• Causas Orgânicas:
inapropriados, voluntária ou involuntária;
➢ Ocorre um evento a cada mês durante pelo menos 3
Retentiva Não Retentiva
meses;
➢ Idade cronológica mínima de 4 anos (ou nível de ✓ Anais (fissuras, estenose/atrésia ✓ Anais (Fístulas
desenvolvimento equivalente); com fístulas) retroperineais com
➢ O comportamento não resulta dos efeitos fisiológicos ✓ Neurológicas (doenças da ânus imperfurado);
espinhal medula, pseudo- ✓ Lesão pós cirúrgica do
de uma substância (laxantes) ou outra condição
obstrução intestinal, massas esfincter anal;
médica, excepto obstipação. pélvicas) ✓ Neurológicas (tumor
• Controle do esfincter anal: início por volta dos 18 meses ✓ Endócrino-metabólicas da medula);
e completamente adquirido aos 3 anos. É mais fácil (hipotiroidismo, hipercalcémia) ✓ Intestinais (Colite
controlar do que a micção, pois envolve um esforço ✓ Medicamentosas (codeína, ulcerosa severa);
antiácidos)
muscular enquanto que o miccional envolve um
✓ Psicossociais (atraso mental,
relaxamento muscular. autismo, depressão, abuso
• Classificação quanto à presença ou não de obstipação: sexual).
➢ Retentiva (associada à obstipação):
✓ + frequente → involuntária
• Classificação quanto à evolução temporal:
✓ Fezes normalmente malformadas;
Primária Secundária
✓ Extravasamento pouco frequente a contínuo;
• Há um atraso na • Perca do controle de
✓ Ocorre normalmente durante o dia e raramente
manifestação do controle de esfíncteres após tê-lo
durante o sono;
esfíncteres, adquirido,
✓ Resolve-se c/tratamento da obstipação
• Treino inadequado ou ausente • Geralmente ligada a outros
➢ Não Retentiva (não associada à obstipação): do controlo esfincteriano e a fatores que levaram a uma
✓ (-) frequente relação mãe-filho. regressão (ex:
✓ Associado a um transtorno traumatismos psíquicos,
✓ Fezes com forma consistência normais; conflitos afetivos
✓ Extravasamento intermitente; familiares, ciumes
fraternos, …)

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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
• Intervenção de enfermagem – Retentiva: Associada à ✓ podem ou não ser acompanhados de movimentos, apenas
obstipação: Objetivo do tratamento: Tratar a obstipação alteração do tónus e alterações da consciência –
(normalizar o trânsito intestinal = 1-2 dejeções de fezes Glasgow<8
moles/dia) • A convulsão pode estar relacionada com diversos factores
a) Esclarecer: fisiopatologia e prevalência da doença etiológicos, que causam agressão permanente ou
(Desmitificar, aliviar ansiedade, ↑ adesão ao tratamento); transitória no sistema nervoso central (ex.: tumores,
não criticar; não culpabilizar traumatismos, neoplasias, toxinas, ...)
b) Medidas Comportamentais: • Causas:
- Reforço positivo (Recompensar as idas à sanita em ➢ Alteração da atividade elétrica cerebral: > frequência
detrimento da não existência de episódios de encoprese); dos distúrbios neurovegetativos ou perturbações
- Treino defecatório (encorajar a sentar-se na sanita 5-10 circulatórias; imaturidade do SNC; Alterações
min após refeições); metabólicas (hipoglicémia, hipocaliémia,
c) Medidas Dietéticas: ↑ ingestão de fibras hipomagnesémia, etc.); permeabilidade da barreira
d) Terapêutica farmacológica: lanxantes (via oral ou retal) hematoencefálica → contaminação das meninges; lesões
→ Primeiro na desobstrução intestinal e depois como do parto.
De acordo com a semiologia De acordo com a idade • Diagnóstico:
✓ Parcial ou Focal ✓ Período Neonatal: o Antecedentes pessoais e familiares;
✓ Parcial ou Focal Complexa Convulsão Neonatal. o Observação sistematizada da criança de acordo com a
✓ Generalizada: Ausência, ✓ Lactente e 1ª Infância: idade: exame neurológico; despite de infeções; febre.
Mioclónica, Clónica, Tónico, Convulsão febril, o Exames complementares de diagn.: EEG, TAC,
Atónica, Tónico-clónica. Espasmos Infantis. Ecografia transfontanelar, análises ao sangue, punção
✓ 2ª e 3ª Infância: Epilepsia. lombar.
tratamento de manutenção • Classificação convulsão:
e) Se os sintomas não melhoram após 6 meses de boa adesão
ao tratamento a criança deve ser encaminhada:
I. DE ACORDO COM A SEMIOLOGIA
Gastroenterologista pediátrico; Pedopsiquiatra.
I. Convulsão Parcial ou Focal
• Intervenção de enfermagem – Não Retentiva:
• A atividade convulsiva começa num hemisfério ou área
a) Esclarecer
focal.
b) Medidas comportamentais
• Não há alteração da consciência. Há alterações: Motoras
c) O uso de laxantes não é benéfico, pois pode piorar a
(postura), Sensoriais (alucinações), Sistema Nervoso
frequência dos episódios de incontinência.
autónomo (rubor, taquicardia).
d) Se se verificar manutenção da encoprese e dificuldade
II. Convulsão parcial ou focal complexa
no tratamento deve ser considerada a possibilidade de:
Maus-tratos (ex: abuso sexual) • “ ” Começa num hemisfério ou área focal.
• Há alteração de consciência.
Notas: Dos vários problemas comportamentais infantis, os III. Convulsão generalizada
distúrbios de eliminação - enurese e encoprese - não são dos mais • Ausência: Início é súbito. Dura 5 a 10 segundos e pode ter
significativos. Contudo, o seu impacto negativo é enorme sobre o
vários episódios por dia. Há perda de resposta, mas
desenvolvimento da criança: Limitações nas atividades sociais da
criança; ↓ auto-estima; Rejeição social pelos pares; Raiva, punição
mantém controlo da postura. Contratura das pálpebras.
e rejeição pelos cuidadores. • Mioclónica: Contraturas súbitas, involuntárias e curtas de
um músculo ou agrupamento muscular. Semelhante ao
3. Processos Neurológicos choque de um grupo muscular. Sem perda de consciência.
• Clónica: Músculos opostos que se contraem e relaxam
Os Distúrbios Neurológicos são as doenças que afetam o
alternadamente num padrão rítmico. Pode ocorrer mais
Sistema Nervoso Central (SNC).
num membro que noutro.
Os fenómenos convulsivos encontram-se entre as disfunções • Tónico: Músculos mantidos em contracção continua,
neurológicas mais frequentes na idade pediátrica. Podem ser postura rígida. Perda variável de consciência, pupilas
de origem congénita ou adquirida. dilatadas, olhos giram, glote fecha, incontinência,
sialorreia.
Convulsão: Distúrbio neurológico em regra paroxístico, • Tônico-clónica: Convulsão corporal total e violenta,
causado por uma descarga anormal ou excessiva dos neurónios durante 20 a 40 segundos seguida de movimentos
- aumento súbito da excitabilidade e atividade elétrica. clónicos.
• Manifestações: • Atónica: Desmaio e queda por perda do tónus muscular.
✓ movimentos involuntários A criança pode ter que usar capacete.
✓ início abrupto

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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
B. DE ACORDO COM A IDADE neurológicas ou de desenvolvimento, antecedentes
familiares de epilepsia.
I. Convulsão Neonatal ➢ Sinais de alarme:
• Prognóstico: Reconhecer, diagnosticar e rapidamente o Convulsão prolongada (> 15 minutos).
iniciar medidas terapêuticas, diminui a possibilidade de o Se os movimentos forem só de um lado ou se após
sequelas do desenvolvimento neuro-psico-motor. a crise a
• Características: Convulsões “mínimas” ou “subtis” ; o criança manifestar hemiparésia.
podem ser só tónicas, só clónicas, só mioclónicas ou só o Se consciência não for completamente recuperada
atónicas (raras): nos seguintes 30 minutos.
✓ Revolução ocular, o Se ficar muito prostrada, com gemido ou
✓ Pestanejo, sonolência.
✓ Movimentos de sucção repetidos “beijinhos”, o Se a febre não baixar apesar de antipirético e
✓ Salivação, arrefecimento periférico.
✓ Movimentos de natação dos membros superiores III. Espasmos Infantis (ou Espamos em flexão ou
✓ Movimentos de pedalar nos membros inferiores Síndrome de West): Crises típicas da primeira infância e
✓ Crises de apneia, constituem patologia grave, com prognóstico sombrio:
✓ Reflexo de Moro espontâneo e prolongado, o Encefalopatia grave,
✓ Alteração dos reflexos arcaicos. o Secundária a lesão do SNC, mas muitas vezes
II. Convulsão febril: Convulsão que ocorre na infância após idiopática;
o 1º mês de vida, associada a doença febril não causada o Paragem ou regressão do desenvolvimento.
por infecção do SNC. + comum na infância. Surge após
6M e rara após 5 A. Ocorre entre o 1 - 6 M.
Há aumento rápido da temperatura e não necessariamente

Características das crises:
temperaturas muito elevadas.
o Crises instantâneas tónicas;
Extremamente assustadora, provocando grande ansiedade
o Flexão simultânea da cabeça e membros sobre o tronco
e medo nos pais.
que se repetem em salva, várias vezes ao dia;
A maioria são generalizadas. Podem-se classificar em:
o Intensidade em crescendo;
- Simples: c/ duração <1min. Generalizadas. Não se
o Durante a crise aspeto alheado;
repetem no mesmo ep. Febril.
o Pode gritar ou chorar após a crise;
- Complexas: duração > 15 min. Convulsão focal.
o Mais frequentes ao acordar e ao adormecer;
Mais que uma convulsão no mesmo episódio febril
o Habitualmente não ocorrem durante o sono.
(recorrência em 24h).
➢ Tratamento – anticonvulsivantes:
➢ Como são?
✓ Diazepan
Na maioria dos casos a criança perde os sentidos,
✓ Fenobarbital
revira os olhos, fica com o corpo contraído e logo a
✓ Fenitoina (Hidantina)
seguir os braços e pernas começam a tremer. Depois
✓ Midazolan
de alguns segundos a minutos os movimentos param,
✓ Clonazepan
o corpo fica mole e a criança adormece e acorda bem.
IV. Epilepsia: Doença crónica, que se caracteriza pela
Durante a crise pode ficar com os lábios roxos,
repetição ao longo da vida de crises epiléticas.
espumar pela boca ou urinar.
Crises generalizadas Crises Parciais
➢ O que fazer?
• Há envolvimento difuso e • São devidas a uma descarga
✓ Não entrar em pânico e não colocar nada na boca da simultâneo do córtex de ambos numa determinada região
criança. os hemisférios com perda de do córtex cerebral. Com ou
✓ Deitar a criança em local seguro onde não se possa consciência sem perda de consciência.
magoar, decúbito lateral. • Ausência (peq. mal) • Epilepsia focal benigna da
✓ Baixar temperatura com paracetamol retal (dose • Tónico-Clónicas (grande mal) infância
adequada ao peso). • Epilepsia Temporal
✓ Arrefecimento periférico… O diagnóstico do tipo de crise epilética, faz-se conjugando os
✓ Diazepan rectal (dose adequada ao peso: 0,5mg/kg elementos semiológicos com o EEG.
retal).
Crise Generalizada: ausência
✓ Dirigir-se ao serviço de urgência, onde a criança
ficará em observação até esclarecimento da etiologia ❖ interrupção súbita da consciência com paragem de toda
da situação (evolução clínica, recurso a eventuais a atividade (<30s);
exames complementares). → 1/3 das crianças terá um ❖ 1 ou + manifestações p/dia
2º episódio e possui risco de se tornar em epilepsia ❖ Hiperventilação desencadeia a crise
se: convulsões febris complexas, anomalias ❖ Aparecimento 3-15 anos (6-8)

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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
❖ Normal desenvolvimento neurológico e intelectual; o Crise tónico-clónica: Valproato de Sódio e
❖ Prognóstico favorável. Carbamazepina (Tegretol) 10 – 40 mg/kg/dia em 3 doses
Crise Generalizada: Tónico-Clónicas
diárias
o Epilépsia focal: Carbamazepina
Pode ocorrer como único tipo, em combinação com outro tipo o Epilépsia temporal: carbamazepina e fenil-hidantoína
de crise epiléptica ou como generalização de crise epiléptica. (Hidantina)

Crise típica:
Regras gerais da terapêutica antipilética:
✓ Perda súbita da consciência; ▪ O doente deve elaborar um “calendário de crises”
✓ Rigidez (fase tónica); ▪ Usar o menor número possível de tomas diárias (para facilitar
✓ Movimentos clónicos dos membros; a adesão)
✓ Redução progressiva até relaxamento; ▪ Verificar a adesão
▪ Evitar outros medicamentos não indispensáveis (verificar
✓ Pode ocorrer grito, cianose e incontinência;
interacções)
✓ EEG característico, mas entre as crises é normal ▪ Vida “regrada”: ritmo regular de sono / vigília / álcool…
▪ Após 1 a 3 anos sem crises: suspensão gradual das DAE
Crise Parcial: Epilepsia Focal Benigna da Infância
▪ Os antiepilépticos têm muitos efeitos colaterais
❖ Ocorre durante o sono (adormecer e acordar);
❖ Crises motoras oro faciais (tremores língua, ruídos ➢ Intervenção de Enfermagem:
glóticos, contracções da hemiface); ✓ Administração de antipirético na convulsão febril
❖ Crises sensitivas parciais orofaciais (parastesia língua, ✓ Aspirar secreções; Permeabilidade das vias aéreas,
gengivas, lábios, face); Bloqueios da fala (sem poder falar Oxigenoterapia;
por momentos); ✓ Manobras de ressuscitação e ventilação artificial se
❖ Acordada consegue recordar o que aconteceu; necessário
❖ 7 aos 12 anos; ✓ Prevenir traumatismos e complicações: Aspiração de
❖ Crises parciais sem alteração do estado de consciência; secreções e/ou vómito
❖ EEG com alterações sobretudo durante o sono; ✓ Procurar a causa: Exames de Diagnóstico – EEG;
❖ Prognóstico excelente com cura entre os 13 e 15 anos Uricult; Rx Tórax; PL; …; Actuar em função desta
✓ Providenciar o repouso em ambiente sossegado e
Crise Parcial: Epilepsia Temporal
escurecido
❖ Lobo temporal; ✓ Fazer os registos de enf. relativos à situação: fatores
❖ Crises parciais complexas; desencadeantes; características das convulsões (início e
❖ Com alteração do estado de consciência duração; local anatómico de ínicio, sequência, extensão;
❖ EEG com movimentos anómalos focalizados; alteração da coloração pele e mucosas; sudorese;
❖ AURA : desconforto abdominal, náuseas, vómitos, medo, posicionamento da língua e movimentos; alteração FC e
raiva, vertigens, alucinações; FR; alteração dos reflexos e movimentos no RN;
❖ Associam-se automatismos (mastigação, sucção…); relaxamento dos esfíncteres;...); estado pós-convulsão.
❖ Desvio da cabeça e do olhar, movimentos tónicos e
clónicos focais ou generalizados. V. Espasmos do choro: por vezes erradamente confundida
➢ Tratamento da Epilepsia com epilepsia. Início aos 6-18M e pode-se prolongar até
aos 4-5 A. Criança suscetível, com forte dor, ou susto ou
Regras gerais:
contrariada, chora, prolonga a expiração, segue-se uma
✓ Iniciar tratamento de acordo com o tipo de crise. apneia, fica cianosada, hipotonia, e se se prolonga, perda
✓ Uma só droga se possível, em doses progressivamente de conhecimento, inconsciente.
crescentes até dose terapêutica. Pode ocorrer espasmos, mioclonias ou posturas tónicas,
✓ Se insucesso do medicamento, dosagem sérica (se se que nada têm a ver com epilepsia, pois ao contrário desta,
atingiram níveis adequados), e substituição ou não por a crise é sempre precedida de choro cianosante.
outro medicamento. • Diagnóstio: clinico. Anamnese em que há
✓ 2 a 4 anos sem crises, interromper a medicação, nunca associação entre factores desencadeantes e
bruscamente, mas de forma lenta e regressiva, durante progressão de sintomas, excluindo clinicamente
semanas… outras patologias.
• ALTE (“Apparent Life-Threatening Event”):
Fármacos:
Descreve um episódio súbito e inesperado,
o Ausência: Valproato de sódio (Diplexil) - 30 – 50 caracterizado pela alteração do padrão respiratório,
mg/kg/dia em 3 doses diárias aparência ou comportamento do lactente, sendo
assustador para o observador. Não se trata de um

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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
diagnóstico específico mas de um episódio súbito ➢ Fisioterapia / cinesioterapia
caracterizado por um evento ou combinação de ➢ Cirurgias ortopédicas
eventos, incluindo: Apneia (central ou obstrutiva), ➢ Envolvimento da família
Alteração da cor, Alteração do tónus muscular ➢ Estabelecimento de objectivos realistas
(habitualmente hipotonia), Sufocar/Engasgamento. ➢ Estimulação precoce / actividades
• Fatores de risco: ➢ Associações
✓ história prévia de apneia,
✓ cianose, 4. Processos Músculo-esqueléticos
✓ dificuldade alimentar,
• O sistema esquelético é composto por: Osso e
✓ sintomas respiratórios recentes
Cartilagem.
✓ idade inferior a 10 semanas
• A irrigação óssea é assegurada por: Canais de Volkman
✓ Outros fatores de risco menos relevantes
(vasos sanguíneos maiores); Canais de Havers (vasos
incluem: prematuridade, baixo peso ao nascer,
sanguíneos menores).
hábitos tabágicos maternos.
• O tecido ósseo não apresenta vasos linfáticos. Apenas o
• Intervenção:
tecido periósteo tem drenagem linfática.
a. História clínica: colhida junto de uma
• A cartilagem de crescimento não possui suprimento
testemunha do evento. Inclui: descrição do
sanguíneo próprio.
evento, intervenção, história passada.
b. Atuação clínica: exame objetivo minuncioso;
internamento (Excetuando situações em que
claramente se conclui por um evento normal
vivido de forma dramática, deve ser considerado
o internamento de todos os RN).
• Prognóstico: O risco é superior nos casos de ALTE
recorrente, prematuridade ou infecção viral.
IV. Paralesia Cerebral: Distúrbio neuromuscular, não-
progressivo e de diferentes graus decorrentes de lesões ou • Funções do sistema músculo-esquelético:
defeitos na parte do cérebro responsável pela função ✓ Sustentação do organismo
motora. Pode ter inteligência normal “aprisionada” num ✓ Proteção de estruturas vitais
corpo que não controlam. ✓ Base mecânica para o movimento
✓ Armazenamento de sais
• Causas: pré-natais, perinatais
✓ Hematopoiética
• Exames:
✓ Atraso no desenvolvimento 4.1. PATOLOGIA TRAUMATOLÓGICA
✓ EEG identifica fonte atividade convulsiva
✓ TAC / RMN mostram local de comprometimento Fraturas: Solução de continuidade na estrutura de um osso,
cerebral por ação directa ou indirecta de uma força, a qual ultrapassa o
✓ Estudos genéticos e metabólicos… limite de elasticidade do osso atingido.
• Atividades de vida comprometidas/ Dependência em
Na criança:
diferentes graus:
✓ Dificuldade na alimentação (deglutição), devido a ✓ Rápida cicatrização
atraso desenvolvimento motor. ✓ Grande capacidade de remodelação óssea após a fratura
✓ Posturas anormais. ✓ Maior resistência dos ligamentos da zona óssea onde se
✓ Associado ou não atraso no desenvolvimento mental inserem
✓ 25% sofrem de episódios convulsivos. ✓ Existência de estímulo de crescimento em ossos longos
✓ Associados deficits sensoriais após a fratura
✓ A PC pode não ser curada, mas temos que auxiliar ✓ Menor necessidade de cirurgia para reduzir e fixar fraturas
no alcance do seu potencial dentro das limitações que ✓ Maior elasticidade do osso da criança, permitindo a sua
apresenta, melhorando o mais possível a sua deformação sem se fraturar
qualidade de vida e a qualidade de vida dos ✓ Maior resistência do periósteo contribuindo para fraturas
cuidadores em ramo verde
✓ Grande capacidade de recuperação das articulações após
imobilização prolongada
➢ Cadeiras adequadas • Cartilagem de crescimento (fise): Estrutura anatómica
➢ Relaxantes antimusculares essencial do esqueleto em maturação, que não existe na
➢ Anticonvulsivantes idade adulta; Sob o ponto de vista biomecânico é uma
➢ Alimentação adequada às suas dificuldades zona frágil, e por isso suscetível de sofrer uma fratura;
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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
Algumas das fraturas da cartilagem de crescimento G. Quanto à extensão:
(epifisiólises traumáticas) podem originar alterações do i. Completas
processo de ossificação e do crescimento, causando ii. Incompletas
deformidades e atraso no crescimento. H. Quanto ao afastamento dos topos ósseos:
i. Sem afastamento
• Fraturas da cartilagem de crescimento ou fraturas ii. Com afastamento: encurtamento, alongamento,
epifisárias - Classificação de Salter-Harris: afastamento lateral, rotação de fragmentos, desvio
do eixo

→ Classificação de fraturas nas crianças:

• Por trauma (etiologia);


• Ramo verde (traço de fratura);
• Incompleta (extensão);
• Atingem predominantemente a clavícula, extremidade
inferior do úmero, rádio e cúbito, fémur, tíbia e
• Classificação de fraturas
perónio.
A. Quanto à etiologia:
i. Trauma: direto e indireto - Diagnóstico:
ii. Stress ou fadiga: Resultam não de um único trauma
mas sim de traumas repetidos/esfoço prolongado ➢ Sinais de probabilidade e de certeza
iii. Patológicas: Ocorre num osso previamente ➢ Rx
fragilizado (tumor, osteoporose, …). Não há
Sinais de probabilidade Sinais de certeza
evidência de traumatismo. Dor Deformidade
iv. Espontâneas: trauma muito leve. Impotência funcional Fragmentos ósseos
B. Quanto ao tipo: Equimose Crepitação óssea
i. Fechadas: sem exposição óssea, pele íntegra. Edema
ii. Abertas: osso está ou já esteve exposto, existe
solução de continuidade na pele.
C. Quanto ao traço de fratura: - Consolidação: Inicia-se imediatamente após a fratura. O
i. Transversais osso tem a capacidade de regeneração, mas é preciso que:
ii. Cominutivas exista vascularização suficiente; imobilização completa do
iii. Oblíquas osso.
iv. Espiral Fases do processo de consolidação:
v. Impactadas Hematoma → Granulação celular → Calo → Consolidação
vi. Ramo verde → Remodelação óssea
Tempo de consolidação (semanas):

o Período neonatal - 2 a 3
o Início da infância - 4
o Final da infância - 6
o Adolescência - 8 a 10

- Intervenção de Enfermagem:

➢ No local do acidente:
✓ Permeabilidade das vias aéreas
D. Quanto ao nº fragmentos: ✓ Estado de consciência
i. Simples: 2 fragmentos ✓ Hemorragias - Hemóstase por compressão direta
ii. Esquirolosas: 3 ou mais fragmentos ✓ Proteção das feridas
E. Quanto à localização: ✓ Imobilização de fraturas com talas
i. Metafisárias ✓ Enviar para meio hospitalar
ii. Epifisárias ➢ Meio hospitalar (Serviço de urgência):
iii. Diafisárias ✓ Observação atenta e rápida
iv. Articulares ✓ Libertação das roupas
F. Quanto à estabilidade: ✓ Administração de terapêutica analgésica (via EV ou
i. Estáveis retal)
ii. Instáveis ✓ Limpeza das feridas e zonas adjacentes e sua oclusão

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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
✓ Informar e apoiar os pais ✓ Verificar funcionalidade da tração: Os pesos
➢ O tratamento das fraturas implica: Redução, devem pender livremente e nunca repousar sobre o
Imobilização, Reabilitação. leito ou tocar o chão; As cordas devem correr
• Redução: visa Colocar os fragmentos na posição em livremente nas roldanas e nunca tocar o leito ou no
que deve ocorrer a consolidação e assim restabelecer o chão.
comprimento e o alinhamento ósseo, evitando ✓ Refazer a tração sempre que necessário
deformidades de angulação e rotação. Pode ser por: ✓ Manter sempre a tração, mesmo na prestação de
cirurgia, tração cutânea ou esquelética, manipulação dos cuidados de higiene.
tecidos moles para desimpactar e ajustar os fragmentos. ✓ Verificar sinais de compressão-neurovascular:
avaliar qualquer alteração de sensibilidade ou
Tração: aplicação de uma força divergente a uma parte do corpo, na coloração do membro com a tração; avaliar qualquer
tentativa de neutralizar a contractilidade muscular decorrente de
problemas traumatológicos (fraturas, luxações, etc.)
alteração na sensação ou comprometimento na
movimentação das extremidades expostas à tração
Tipos: manual (aplica-se ao membro colocando a mão distal ao foco ✓ Proporcionar atividades lúdicas e incentivar à
de fratura); cutânea (aplica-se diretamente sobre a superf. da pele e,
mobilização de músculos e articulações não afetadas
indiretamente sobre as estruturas ósseas); esquelética (diretamente
às estruturas esqueléticas através de fios metálicos, agulhas ou pinças
✓ Promover higiene diária e massagem de conforto com
introduzidas no interior ou através do fragmento ósseo distal à especial atenção aos maléolos e calcâneo (zonas de
fratura). pressão)
✓ Manter a roupa da cama limpa, sem vincos, nem
Componentes essenciais ao processo de tração: força de tração
(através de um sistema de roladanas, fios e pesos); contra-tração humidade, …
(força que atua na direção oposta); força de atrito (resulta do ✓ Utilizar almofadas, rolos de areia nos
contacto do paciente com a cama) posicionamentos e alinhamentos (manter posição
anatómica e sem rotação externa)
✓ Colaborar na realização dos exames radiológicos
efetuados no leito e na enfermaria
✓ Proporcionar reforço hídrico e dieta equilibrada rica
em cálcio e fibras
✓ Realizar ensinos aos pais e desenvolver cuidados de
parceria alertando os mesmos para um internamento
prolongado
✓ Quando for para retirar: Remover pesos, Remover
Kit do membro, Lavar e desinfetar o membro
• Imobilização: (escoriações do adesivo), Preparar para colocação
✓ Prevenir os deslocamentos ou angulações dos aparelho gessado…preparar os pais mostrando
fragmentos imagens
✓ Prevenir os movimentos que possam interferir com a ➢ Aparelho gessado:
consolidação ✓ Preparar o material: ligaduras de algodão, ligaduras
✓ Aliviar a dor de gesso; luvas; água morna
• Reabilitação: visa recuperar a função e força muscular ✓ Preparar a criança e os pais explicando de acordo com
normais. Os tipos são: mobilização passiva – o seu estádio de desenvolvimento, o que se vai fazer e
fisioterapia; Mobilização ativa esclarecer as dúvidas.
✓ Administrar terapêutica prescrita (analgésico,
- Intervenção de Enfermagem:
relaxante muscular, …)
➢ Tração cutânea: ✓ Colaborar na colocação do aparelho gessado:
✓ Preparar o material: kit de tração, ligaduras, pesos e - Ligadura de algodão para protecção de
roldanas, solução protetora da pele proeminências ósseas com atenção às articulações
✓ Preparar a criança e os pais explicando de acordo com - Colaborar com o ortopedista que coloca a ligadura de
o seu estádio de desenvolvimento, o que se vai fazer gesso previamente molhada
e esclarecer as dúvidas - Esta deve incluir a articulação proximal e distal à
✓ Administrar terapêutica prescrita (analgésico, fratura
relaxante muscular, …) - Manter sempre a tração manual até conclusão do
✓ Realizar higiene do membro procedimento
✓ Aplicar protetor no local de aplicação da tração ✓ Deixar secar bem o gesso
✓ 2 enfermeiros - um faz tração manual mantendo o ✓ Limpar a pele/unhas de resíduos do gesso
alinhamento e o outro aplica o kit

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✓ Promover posicionamento adequado do membro rectos, os membros superiores pendentes, com as mãos
gessado para que não fique com deformações (apoiado aproximadamente ao nível dos joelhos (Manobra de Adams).
em almofada)
C. Dedo em Gatilho: Afecta quase sempre o polegar, que
✓ Manter membro elevado
permanece com a articulação interfalângica fletida, sendo
✓ Ensinar a fazer a mobilização passiva e incentivar à
impossível ou difícil conseguir a sua extensão completa. Mais
mobilização ativa
frequente antes dos 2ª. Intervenção cirúrgica se o problema se
✓ Manter higiene e integridade da pele e do gesso
mantém.
✓ Realizar ensinos aos pais
✓ Vigiar sinais de compressão neuro-vascular → Se D. Luxação Congénita da Anca (LCA): Não é só a luxação
presença de compressão neuro-vascular contactar da articulação coxo-femural, mas são as diversas alterações de
médico para eventual gispsotomia anterior e congruência dessa articulação, nomeadamente: Instabilidade
longitudinal articular; Displasia acetabular; Subluxação e luxação
✓ Quando for para retirar: propriamente dita. Diagnóstico: rastreiro (faz parte do exame
- Preparar o material: serra de gessos, tesoura, bico de rotina do RN e aos 2M); ecografia da anca e exame
de pato radiológico. Diagnóstico tardio: displasia do quadril →
- Preparar a criança e os pais para o procedimento tratamento cirurgico.
- Cortar o gesso lateralmente (fazer tala)
- Lavar membro e aplicar creme gordo - Sinais major: Sinal de Barlow; Sinal de Ortolani; Limitação
- Desinfetar eventuais lesões da abdução
- Incentivar à mobilização
- Sinais minor: Assimetria das pregas da coxa; Assimetria das
4.2. PATOLOGIA ORTOPÉDICA pregas inguinais; Assimetria de rotação.

A. Torcicolo: Deformidade do pescoço em que este se


encontra inclinado para um lado, e o queixo rodado para o lado
oposto.

• Traumático: Traumatismo de baixa intensidade


(pequena queda, gesto brusco, má postura), que
origina contractura muscular de defesa. - Tratamento: tala de pavlick (Tala flexível constituída por
Intervenções: Despistar existência de fratura ou várias tiras de pano, aplicadas de forma a posicionar as ancas
luxação; repouso; anti-inflantórios; Imobilização da em abdução e flexão de 90◦); programa de tração com
coluna cervical com tração cervical. abdução progressiva (Tração com as ancas fletidas a 90◦e
• Congénito: Assimetria do pescoço, devido a fibrose e elevadas do leito e os membros inferiores na vertical (tração ao
encurtamento do esterno-cleido-mastoideu. zenith) → inicia-se a abertura das coxas, diariamente, até os
Intervenções: Mobilização precoce da cabeça e do membros ficarem em abdução a cerca de 30◦do plano do leito);
pescoço no sentido contrário. Se ñ resultar tratamento Rx de controle:
cirúrgico aos 2-4 anos.
✓ Redução conseguida: Calção gessado com as ancas na
• Inflamatório: surge como manifestação de um
mesma posição, isto é, fletidas a 90◦e em abdução de
processo inflamatório ou infeccioso das partes moles
cerca de 60◦-70◦(1 M) → tala de abdução tipo Dennis-
do pescoço. Intervenção: repouso, anti-
Brown(6 M-1A).
inflamatórios, tratamento do processo inflamatório ou
✓ Redução não conseguida: Tração cruzada horizontal,
infeccioso. com cerca de 1 kg (1 semana) →Redução conseguida →
• Tumoral Calção gessado → tala de abdução tipo Dennis-Brown.
B. Escoliose Idiopático: Deformidade mais frequente da ✓ Se a redução se mantiver não conseguida: Redução
coluna vertebral. Surge na adolescência (10-14 anos) e pode incruenta da anca sob anestesia; Intervenção cirúrgica da
evoluir enquanto houver crescimento. Diagnóstico precoce é anca (redução cruenta).
fundamental de modo a iniciar um tratamento atempado e E. Sinovite Transitória de Anca: Inflamação da articulação
eficaz evitando-se deformidades inestéticas e incapacitantes. coxofemoral, em regra de curta duração (3-4 dias), e que
Como identificar? A criança também deve ser avaliada de evolui favoravelmente. 2-12 A. Queixas surgem subitamente
perfil, devendo-se observar o alinhamento sagital normal: sem acontecimento traumático: Dor na anca, recusa a marcha
cifose torácica e lordose lombar; observar pelas costas o e não apoia o membro no chão. Análises e exame radiológico
alinhamento da coluna vertebral, procurando qualquer normais, “ar saudável”, apirética. Tratamento: rápida
assimetria do tronco, tórax ou cintura. A coluna vertebral melhora com repouso e analgésicos/anti-inflamatórios. Por
deverá estar rectilínea e sem assimetrias no tronco. A criança vezes necessita de tração cutânea para imobilização da
deve-se curvar para frente, mantendo os pés juntos e os joelhos articulação. → internamento
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F. Doença de Legg-Calvé-Perths: Necrose isquémica na ✓ 2h após as refeições: 100 – 160 mg/dL
epífise proximal do fémur, devido a uma interrupção ✓ Antes de deitar e madrugada: 100 – 140 mg/dL
transitória da irrigação sanguínea dessa zona, de causa
- Monitorização e autocontrolo: Glicémia capilar;
desconhecida. 3-9 A. Claudicação ou dor.
Monitorização contínua da glicose – sistema flash; Cetonémia
- Tratamento: Analgesia; Tracção cutânea (para repouso da capilar
articulação, sempre que necessário, para ↓pressão articular);
Vantagens glicémia capilar:
Tratamento cirúrgico quando já existe deformação acentuada
• Permite as criança e cuidadores: Monitorizar níveis de
G. Pé Equino-varo (ou Pé-boto): Grave deformidade do pé glicemia no dia a dia; Aplicar esquema terapêutico;
presente ao nascer. + frequente nos rapazes. Os fatores Reconhecer o impacto do exercício, alimentação, stress,
determinantes podem ser: genéticos (antecedentes doença…;Reconhecer e tratar episódios de hipoglicemia e
familiares), ambientais (posição do feto in-útero). O exame hiperglicémia
radiológico é importante para acompanhar a evolução do • Permite à equipa clínica: Avaliar eficácia e segurança do
esquema terapêutico; Ajustar esquema insulínico
tratamento e não para o diagnóstico.

- Tipos: Monitorização contínua da glicose: Atualiza leituras 1x p/min.


Armazena até 8 horas de leituras de glicose em intervalos de 15
• Pé boto rígido: deformidade acentuada e rígida, de min. Em crianças a partir dos 4ª. São menos fidedignos que a
difícil correção. glicemia capilar.
• Pé-boto flexível: Facilmente se consegue levar a uma
Cetonia capilar: Na hiperglicemia (fundamental se usa
posição normal, dada a flexibilidade.
dispositivos de Perfusão Subcutânea Contínua de Insulina
- Tratamento: (PSCI); Nos dias de doença; se cetose ligeira permite monitorizar
e vigiar evolução no domicílio.
✓ Manipulação
✓ Imobilização com gesso acima joelho, que se substitui - A estabilidade da glicemia está relacionada com 3 fatores
de 3/3 dias ou semanalmente, executando sempre novas que se influenciam mutuamente:
manipulações (2-3M)
✓ Posteriormente, bota adaptada/imobilizador nocturno ✓ Insulina ativa que é introduzida no corpo
✓ Intervenção cirúrgica se anterior não resultar (6-9 M) ✓ Alimentação (hidratos de carbono contidos nos alimentos
ingeridos)
5. Processos endócrinos e metabólicos - ✓ Exercício físico, a atividade física praticada
Diabetes Mellitus Tipo 1 • INSULINOTERAPIA:
▪ Ação lenta: glargina(Lantus) → inicio:120-140min;
DM- tipo 1: Distúrbio metabólico crónico que acomete Detemir (Levemir) → inicio: 60-120 min
múltiplos sistemas, caracterizado por hiperglicemia, devido Ação rápida: lispro, aspártico, glulisina → inicio aos 15-
a insuficiência na produção de insulina. Idade + frequente de 20min; pico: 1-3h; duração:3-5h
ep. Inaugural: 4-7 A, 10-14 A. ▪ Múltiplas administrações diárias de insulina (MADI)
Tipo 1 Tipo 2 ou Perfusão subcutânea contínua de insulina (PSCI)
• Causa desconhecida/ • Frequente no adulto ▪ Local de administração: tecido subcutâneo
doença autoimune • Associada a obesidade ▪ Canetas, injeção, bombas.
• Não pode ser prevenida • Vida sedentária
• Inicia-se na infância ou • Factor hereditariedade MADI
adolescência presente
• Ação lenta Ação Rápida
Necessita sempre de • Resistência à insulina
administração exógena ✓ < Risco de hipoglicémia ✓ ↓ hiperglicemia
de insulina ✓ À ceia ou jantar pósprandial
✓ <5 ao pequeno-almoço ✓ Bólus a todas as refeições
• Apresentação clínicas: poliúria, polidpsia, polifagia,
✓ Se doses elevadas 2 doses ✓ Bólus corretor da
perda ponderar, astenia
✓ Dose não varia com hiperglicemia
• Sintomas (3P’s): poliúria, perda ponderal, polidipsia ingesta de HC nem com ✓ Cerca de 10 min antes da
Cetoacidose diabética: 3P’s e ph diminuído valor glicémia refeição
• Controlo da DM na infância e adolescência: o O tamanho das agulhas depende da quantidade de tecido
- Objetivos: prevenção de complicações; promoção de subcutâneo onde irá ser administrada a insulina.
um crescimento e desenvolvimento normais e um estilo o Abdómen: ação curta → absorção + rápida, fácil acesso,
de vida tanto quanto possível igual ao das outras crianças absorção menos alterada c/ atividade física.
e adolescentes o Coxas e braços: ação lenta → absorção + lenta, acesso +
- Objetivos glicémicos: dificil, absorção altera facilmente c/atividade física
✓ Antes das refeições: 70 – 120 mg/dL o A média da idade para aprender a administrar é 8 A.
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o Efeitos secundários: dor, desperdício de insulina, agulhas • Alimentação:
bloqueadas (mudar de agulha), equimoses após injeção, ▪ Açucares de absorção rápida (doces), como exceção e
lipo-hipertrofias (importância de mudar o local) sempre depois de hidratos de carbono de absorção lenta.
▪ Dias especiais: Comer alimentos de todos os grupos
PSCI
alimentares da roda dos alimentos; Comer quantidade
o Sistema constituído p/3 partes: bomba, cateter/cânula e equilibrada de cada grupo alimentar; Não aos produtos
prolongador, cartucho/reservatório de insulina. ditos “para diabéticos”
o De que forma a insulina é libertada? Programado ▪ HC: > determinante da glicémia pós-prandial. Principal
✓ Débito Basal (permite imitar a insulina basal fonte energética.
fisiológica, com doses diferentes de acordo com as ▪ Adequação das doses de insulina à ingestão de HC
horas do dia). permite:
✓ Bólus (permite imitar a insulina libertada durante a ✓ maior flexibilidade na ingestão de HC e nos horários
digestão metabolizando hidratos de carbono das refeições
ingeridos e/ou correção de hiperglicemia). Diferentes ✓ potenciais melhorias no controlo glicémico e
tipos de bólus (padrão, quadrado, duplo). qualidade de vida.
o ATENÇÃO: Crianças tratadas com PSCI não têm ✓ A regularidade das refeições é importante para
“reserva” de insulina. Há débito continuo de insulina de melhorar resultados glicémicos. Desaconselhado
ação rápida, não há insulina de ação lenta (reserva). Risco “petiscar”
de cetoacidose por inexistência de insulina é maior ▪ Alimentos que fornecem HC: fruta, leite e iogurtes,
comparativamente com criança tratada com MADI. leguminosas, cereais e derivados,turbérculos.
o Necessário: medir glicémia capilar frequentemente; ▪ HC absorção lenta (amido): exige < produção de
calcular HC; antecipar exercicio fisico; ajustar nos dias de insulina, subida + lenta dos níveis de glicemia, glicemias
doença. mais estáveis- menos sensação de fome.
▪ HC absorção + rápida: exige mair produção de insulina;
- O que é preciso saber para calcular um bólus? maior subida dos níveis de glicemia.
Saber os objetivos glicémicos; Avaliar a glicémia; Saber como ▪ Contagem de HC:
contar corretamente os Hidratos de Carbono; Conhecer o Fator - Equivalentes/porções: 1=15g de HC; Porção de 10 ou
de Sensibilidade à Insulina (FSI); Ter em atenção a insulina 12g de HC
ativa; Conhecer o Ratio Insulina: Hidratos de Carbono; - Gramas de HC: > rigidez, > controlo, < HbA1c
▪ Cálculo HC:
Cálculo ratio insulina ex.:

Ratio: HC de 1U: 8g .

Vai comer 50g de HC:

8g ------1U x= 50x1/8 = 50/8= 6,25 U

50g-----x U

Ex. 2:
Exemplo do joão:
Almoça 57,9gr de HC. O seu rácio ao almoço é de 1U/5grHC
Quanta insulina necessita para metabolizar os HC do almoço? O João vai almoçar:
1U ------ 5grHC
• 100 ml sopa legumes – 5 gr HC
X ------- 57,9gr HC x= 11,58 U • 175 gr de massa – 35 gr de HC
• 30 gr de ervilhas - 2,4 gr de HC
Cálculo de bólus corretor ex.: • 1 maçã com 155 gr – 15,5 gr de HC
(Glicémia real – Glicémia alvo) / Fator de sensibilidade
TOTAL – 57,9gr de HC
Glicémia de 190 mg/dL com alvo de 100 mg/dL. FSI 45 mg/dL
• Calcular bolus de Insulina a cada refeição
190-100/45= 2U bólus corretor
Insulina de HC Insulina para correção de
hiperglicémia
Fator de sensibilidade à insulina ex.: • Quantos HC vai ingerir? • Glicémia capilar pré-
• Rácio Insulina/HC nesta prandial ?
1800/Dose diária total de insulina refeição • Objetivo glicémico
DDT= 40U FSI= 1800/40=45mg/dL • Fator de Sensibilidade à
Insulina (FSI)

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• Ex.: calculo da dose de insulina ✓1 ampola > 6 anos
✓Quando recuperação do estado de consciência -
Mariana, esquema de MADI, vai jantar. Qual a dose de insulina ingestão de hidratos de carbono (ou perfusão de
de ação rápida vai administrar antes do jantar? glicose)
Dados da consulta: ✓ Vigilância e monitorização da glicemia – pode ocorrer
vómitos e hipoglicémia recorrente
▪ Objetivo glicémico – 120mg/dl • Hiperglicémia
▪ FSI – 90 mg/dl
▪ Razão Insulina/HC ao jantar – 1U/9grHC Atenção a: Hiperglicémia → cetose → cetoacidose

Dados que avalia mesmo antes do jantar: ▪ Causas: stress adicional, início de uma doença, após
hipoglicémia
▪ Glicémia capilar: 237mg/dl ▪ Sintomas (não são óbvios): glicemia elevada
▪ Quantidade de hidratos de carbono que vai jantar = 90 gr ocasional, assintomática; mais sede (polidipsia);
poliúria; > cansaço e desinteressado; prurido,
(237-120) / 90= 117/90= 1,3 U
sobretudo vaginal
90gr/9= 10 U ▪ Correção: deve ser corrigida sempre com insulina
rápida de acordo com fator de sensibilidade, mesmo na
Dose total= 10 + 1,3= 11,3 U ausência de cetonemia
Boa noticia: Calculador de bólus sempre necessário inserir dados ▪ Hiperglicémia → Cetose: vómitos e/ou febre;
(valor alvo, FSI, rácio I:HC). O utente introduz glicémia atual e Glicémia > 250 mg/dl duas ou mais avaliações
HC que vai ingerir). seguidas MADI, ou uma avaliação BI; glicémia>250
mg/dl e exercício físico presente.
• Calculadores de bólus: ▪ Cetonemia: falta de glicose, falta de insulina.
✓ Glicómetro Sintomas: enjoos, maldisposto.
✓ Programado com a relação I/HC das diferentes refeições,
objetivos glicémicos e FSI - Como atuar quando avalia cetonémia (mmol/L):
✓ Possibilidade de selecionar eventos como exercício físico,
dias de doença
✓ Algoritmo com calculo da insulina ativa
✓ Cálculo da dose de insulina a administrar
• KIT de emergência sempre presente:
✓ Canetas com insulina rápida
✓ Agulhas para administração de insulina
✓ Açúcar
✓ Bolachas e/ou pão
✓ Glicómetro e picador
✓ Glucagon (acessível) • Diabetes – Doença Crónica: É a aceitação da doença que
• Complicações da diabetes: modifica a capacidade de aprender e de aplicar o que
▪ Hipoglicémia: glicemia < 70 mg/dl aprendeu. Ajustamento mental à doença crónica (choque e
- Desequilíbrio: insulina a mais; exercício fora do negação; revolta; negociação, depressão; aceitação
habitual; alimentação HC a menos (ativa).
- Leve a moderada: A criança ou cuidadores têm - Etapas cronológicas de aprendizagem:
conhecimento e tratam da hipoglicémia, tratamento oral. 5 anos - Reconhecimento de hipoglicémias
- Severa: A criança tem alteração do estado de 7 anos - Técnica de análise de urina e sangue
consciência, necessitando da assistência de outrem e de 8/9 anos – Preparação da injeção de insulina
terapêutica parentérica. 13 anos – Compreensão do significado do risco de
- Sintomas leves: suores frios, tremores, fome, debilidade, complicações tardias 15 anos – Perspetivas de futuro
palpitações (social, profissional, familiar).
- Sintomas graves: alterações da fala, do comportamento - Voltar à escola!
e da visão; convulsões; perda de consciência. -Associativismo: Fundamental proporcionar
• Correção da hipoglicémia oportunidades para encontrar outras crianças/adolescentes
➢ Hipoglicémia grave: com doença crónica (consultas em grupo e campos de
✓ Tratamento urgente. A avaliação da glicemia capilar não férias)
deve atrasá-lo.
✓ Glucagon ¼ ampola < 2 anos

½ ampola 2-6 anos


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6. A CRIANÇA COM AFEÇÕES DO - Positiva: criança alérgica → nova PPPLV;
APARELHO GASTROINTESTINAL Nutrimigene/Pregestimil (proteína extensamente
hidrolisada); Não ingerir alimentos com leite de vaca
A. Síndrome de cólon irritável - Negativa: criança não alérgia → dieta com leite de vaca
• Recomendações:
• Motilidade gastrointestinal anormal. Causa ✓ Utilizar formulas lácteas sem proteínas do leite de
desconhecida, mas frequentemente associada a stress vaca (extremamente hidrolisadas)
emocional. Radiológicamente e histológicamente o ✓ Nunca interromper dieta isenta das proteínas de leite
cólon é normal. de vaca.
• Manifestações: ✓ Toda a provocação arrisca anafilaxia
✓ contrações do colon irregulares e descoordenadas; ✓ Nunca fazer ensaios curtos, pois não está provado
✓ cólicas, abdominalgias, distensão abdominal; que pequenas quantidades originem reacções
✓ obstipação alternada com diarreia, urgência em menores
evacuar, nomeadamente após as refeições
✓ perda de apetite, nauseas ou refluxo 6.1. TÉCNICAS ALTERNATIVAS DA
✓ fadiga, cefaleias, ansiedade e tonturas ALIMENTAÇÃO
• Diagnóstivo: Estudos radiológicos, endoscopia,
análises que permitam excluir outras patologias; • Situações clínicas que impedem a alimentação por
história de doença, sintomas verbalizados e boca:
observação física ✓ Malformações congénitas do esófago
• Tratamento: não existe cura; alteração da dieta pra ✓ Incapacidade de deglutição/sucção
minimizar sintomas; evitar gorduras e cafeína; ✓ Prematuridade
refeições pequenas e frrequentes para reduzir cólica; ✓ Debilidade severa
controlo do stress. ✓ Insuficiência cardíaca ou respiratória
✓ Inconsciência
B. Doença de Crohn I. Gavagem: Introdução de uma sonda por via oral
• Doença inflamatória crónica, que afecta qualquer parte (orogástrica) ou nasal (nasogástrica) até ao estomago.
do trato intestinal, mas é mais comum no ílion distal e Permanente (mudança 24/72h se polietileno; se de
cólon proximal silicone ou de poliuretano 30d)
II. Gastrostomia: Inserção da sonda diretamente no
• O intestino afetado é espessado e surgem aderências,
estomago
fissuras e fístulas perianais (comuns)
III. Parental: alimentação via ev
• Dor abdominal, diarreia e atraso de crescimento com
• Objetivos:
atraso da puberdade
✓ Administrar alimentos, soluções electrolíticas e
• Diagnóstico: semiologia, colonoscopia, valores PCR
medicamentosas na criança com diminuição dos
e VS elevadas na fase aguda
reflexos de sucção/deglutição, estados debilitados,
• Tratamento:Supressão da inflamação com
inconscientes e prematuros
corticóides;com Infliximab - anticorpo monoclonal;
✓ Remover o conteúdo gástrico em situações de
Dieta alimentar; se necessário cirurgia
líquido amniótico no RN e crianças que vão ser
Infliximab (6-17 A): 5 mg/kg administrado sob a
submetidas a anestesia geral de urgência, entubação
forma de uma perfusão intravenosa, seguido de
traqueal ou colheita de amostra para exames de
perfusões adicionais de 5 mg/kg, 2 e 6 semanas após a
diagnóstico e intoxicação
primeira perfusão e dps 8 semanas
✓ Fazer descompressão pós-operatória
C. Hipersensibilidade às proteínas do leite de vaca ✓ Evitar distensão gástrica em crianças ventiladas com
máscara
• pode traduzir por alterações: • Material para entubação gástrica:
✓ Gastrointestinais (vómito, diarreia, retorragia) ✓ Sonda (de acordo c/tamanho da criança, solução a ser
✓ Respiratórias (estridor, SDR, tosse, rinorreia…) administrada e duração do tratamento);
✓ Cutâneas (exantema, urticária, edemas…) ✓ Seringa para administração ou bolsa (peq.
✓ Anafiláticas (choque) administrações 10-30ml, grandes administraçóes
• Prova de alergia às proteínas do leite da vaca (PPLV): 60ml)
realizado em meio hospital; tipo de leite adequado à idade. ✓ Seringa 10ml para aspiração conteudo gástrico
Consiste em contacto cutâneo, dose inicial (5-15ml), de h ✓ Agua ou lubrificante hidrossoluvel
a h duplica a dose até chegar à quantidade habitual da ✓ Fita adesiva antialérgica
criança, após a ultima toma aguardar 2h. ✓ Fita de ph
- Adrenalina s/c- 0,01ml ✓ Solução para alimentaçáo

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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
• Procedimento para colocação: ➢ Posicionar a criança em fowler, semi-fowler ou
1. Lavar as mãos decúbito lateral direito com a cabeceira elevada
2. Medir sonda ➢ A alimentação é realizada da mesma forma e à mesma
3. Posicionamento da criança: decubito dorsal com velocidade, que a alimentação por gavagem
hiperflexão da cabeça; decubito lateral direito ➢ Após a administração deve lavar-se a sonda e clampá-
4. Verificar se sonda está no estomago la
5. Fixar sonda ➢ A criança é posicionada em decúbito lateral direito ou
• Procedimento para administração: em fowler
✓ A administração pode ser: intermitente ou contínua ➢ Quando a gastrostomia, já não é necessária, a abertura
✓ A fórmula deve ser previamente aquecida à fecha espontaneamente, após a remoção da sonda -
temperatura ambiente fazer penso compressivo
✓ Posicionar a criança em decúbito dorsal ou lateral ➢ Registar: tipo e quantidade da fórmula administrada;
direito, com o tórax elevado a +/- 30º horário; ritmo; tolerância e intercorrências;
✓ Aspirar o conteúdo gástrico antes de administrar colaboração dos pais; Quando se executa o penso da
alimentação ferida, registar as características da pele circundante
✓ A reintrodução do conteúdo depende da quantidade e • PEG - gastrostomia endoscópica percutânea: é uma
características do mesmo. alternativa para oferecer um aporte nutricional a crianças
✓ Conectar sistema. com doença neurológica grave. A sua colocação tem um
✓ A administração da formula é feita pela acção da impacto positivo na saúde e qualidade de vida destas e dos
gravidade – para iniciar o fluxo pode ser necessária seus cuidadores. Deve ser considerada quando:
uma leve pressão no êmbolo ✓ O aporte nutricional oral é insuficiente ou
✓ Controlar a velocidade do fluxo: inadequado
✓ RN pré-termo e PIG - 5ml a cada 5 a 10minutos ✓ Há aspiração recorrente ou risco de esta ocorrer
✓ Lactentes – 10ml/minuto ✓ Raramente pode também estar indicada para
✓ Para prevenir as náuseas e a regurgitação, a drenagem gástrica e descompressão
administração deve ser lenta
- Os principais objetivos são:
✓ Oferecer chupeta à criança
✓ No fim da administração proceder à lavagem da sonda o Os principais objectivos para colocação de PEG
com água Nos RN prematuros introduz ar são :
✓ Clampar sonda o Melhorar do peso para a idade, revertendo ou
• Complicações: prevenindo estados de malnutrição;
o Dermatite de contacto no local de fixação o Reduzir o número de intercorrências respiratórias e
o Faringites por traumatismo da sonda hospitalizações
o Otite média pelo uso prolongado da sonda o Facilitar o processo de administração de
o Esofagite de refluxo medicação;
o Enrolamento e formação de nó na sonda, impedindo a o Proceder a uma alimentação mais satisfatória/
administração das soluções e dificultando a sua remoção menos desconfortável para a criança
o Dificuldade no processo de digestão/Perturbação o Melhorar a qualidade de vida das crianças e
gástrica cuidadores
• Alimentação por gastrostomia – procedimento • Alimentação Parental: permite o aporte total das
cirurgico: introduzida por meio de processo cirúrgico, necessidades nutricionais do lactente e crianças, em
através da parede abdominal até próximo do ponto médio situações de ameaçada de vida, sempre que alimentação
da grande curvatura do estômago, sob anestesia geral. através do sistema gastrintestinal é impossível,
Utiliza-se normalmente uma sonda de Folley e esta inadequada perigosa. Implica a administração por E.V. de
permanece aberta ligada a um sistema de drenagem +/- 24 soluções de elevada concentração de proteínas, glicose,
horas. lípidos e outros nutrientes.
- Cuidados de enfermagem: - Cuidados de enfermagem: mesmos que qualquer
➢ Fazer penso à ferida operatória diária e em SOS terapia ev.
➢ Fixar a sonda
➢ Medir o comprimento da sonda para referência nos
dias seguintes
➢ Evitar repuxamento para prevenir o aumento da
abertura e subsequentemente o extravasamento de
sucos gástricos
➢ Evitar a rotação da sonda – pode provocar erosão

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PROF. SÓNIA CARVALHO E SÓNIO PARTÍCIO A. INFEÇÃO URINÁRIA: crescimento significativo de
colónias de microrganismos infectantes em qualquer parte do
10. PROCESSOS RENAIS E URINÁRIOS aparelho urinário. Engloba:
➢ O Sistema Urinário é responsável pela excreção dos
✓ IU alta ou Pielonefrite aguda (Rim)
líquidos e pela manutenção do equilíbrio hidro
✓ IU baica ou Cistite aguda (Bexiga)
electrolítico.
✓ Bacteriúria assintomática
➢ Rins: função de excreção – segregam 3 hormonas:
• Classificação do RVU segundo International Reflux
• Renina: Provoca a subida da TA Comitee:
• Hormona Anti-Diurética (ADH): Determina a
concentração da urina;
• Prostaglandinas: Efeito vasodilatador, baixando a TA
➢ Bexiga: nas crianças a bexiga é pequena, sendo a
capacidade vesical menor, pelo que urinam mais
frequentemente do que os adultos:
• CVE (ml) no 1 º anos de vida= 38 + (2,5 x idade
(meses))
• CVE (ml) idade 1-12 anos = 30+30 x idade ( • Fatores de risco:
• CVE (ml) adulto= 400 - 450 ✓ Diminuição da diurese;
➢ Diurese: Quantidade de urina nas 24 horas. Parâmetro que ✓ Antecedentes de IU;
nos indica o estado da função renal. ✓ Diagnóstico pré-natal de anomalias renais;
✓ Antecedentes familiares de RVU;
✓ Obstipação;
✓ Disfunção vesical;
✓ …
• Testes de Diagnóstico:

➢ Débito Urinário (DU): Volume de urina por Kg de peso


e por hora (ml/kg/h). Contabilizar todas as micções que
ocorram no período que estamos a monitorizar e dividir
pelo nº de horas e pelo peso atual) da criança.
• Oligúria: DU < 1 ml/kg/h.
Regra: Inicia
• Poliúria: DU > 4 ml/kg/h e termina com
• Anúria: ausência de urina. a bexiga ✓ Realização do TRU: Sensibilidade - Capacidade de
• Diurese normal: DU 1-4 ml/Kg/h. vazia detectar IU: 89 98%;Valor preditivo negativo 99%
➢ Balanço Hídrico (BH): diferença entre o total de líquidos (capacidade de excluir IU com TRU normal) →
entrados e o total de líquidos saídos do organismo. O Atenção aos lactentes com < 2 meses
resultado será positivo negativo ou nulo: ✓ Urocultura - métodos de colheita: punção vesical
- Implica registos precisos: entradas (alimentação; (PV); cateterismo vesical; jacto médio; saco de uma
terapêutica, soros); saídas (micções; drenagens; vómitos; pediátrico (saco coletor)
dejeções; perdas insensíveis) = +/- 0 ml Urocultura por PV (procedimento):
• Perdas insensíveis: Suor, respiração. (Kg x nº horas)/ 2. 1. Explicar à mãe/acompanhante da criança todo o procedimento e
• Princípios básicos para a monitorização do BH: questionar a sua colaboração;
✓ Desperdiçar a 1ª micção e registar a hora de inicio; 2. Providenciar ambiente tranquilo e com privacidade;
3. Lavar as mãos;
✓ Registar todas as entradas; 4. Reunir o material e colocar junto da criança;
✓ Registar todas as saídas; 5. Posicionar a criança em decúbito dorsal com as pernas
imobilizadas em abdução e semi flexão (posição de rã).
✓ Efectuar os cálculos, na hora da última micção, do
6. Colocar um rolo na zona sacro lombar para elevar a sínfise
período considerado. púbica;
➢ Coloração da urina:
o Amarelo claro: Coloração normal; Urocultura por saco de urina pediátrico
o Rósea: Indícios de hematúria ou hemoglobinúria; Colaborar
1. Explicarcom o pediatra na punção
à mãe/acompanhante da criançavesical.
todo o procedimento e
o Vermelho: Hematúria macroscópica; solicitar a sua colaboração;
o Transparente: Síndromes poliúricos; 2. Providenciar ambiente tranquilo e com privacidade;
3. Lavar e desinfectar as mãos
o Turva: Infecção. 4. Reunir o material e colocar junto da criança
➢ Teste Rápido de Urina (TRU). 5. Posicionar a criança em decúbito dorsal com as pernas afastadas
em semi flexão e com a zona perineal descoberta

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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
6. Proceder à higiene perineal, tendo o cuidado de, no • RN → Ampicilina+Gentamicina ev, Ceftiaxone ev
rapaz, afastar o prepúcio limpando da glande para o • Logo que possível passar a terapêutica oral
escroto e na rapariga, com movimento antero posterior
7. Calçar as luvas esterilizadas
• Após tratamento pode necessitar de antibioterapia
8. Limpar com compressas esterilizadas profilaxia
9. Proceder à colagem do saco de urina pediátrico, • Bacteriúria assintomática: Não tratar na ausência de
assegurando a sua total aderência
10. Vigiar a micção para que a urocultura seja feita uropatia subjacente; Adoptar medidas anti
imediatamente à micção obstipação, reforço hídrico e esvaziamento vesical
11. Retirar o saco se ao fim de 30 minutos a criança não tiver frequente
urinado e voltar a fazer o procedimento
12. Lavar e desinfectar as mãos
- Intervenções:
13. Acomodar a criança na cama ou colo dos pais para lhe
proporcionar conforto
✓ Avaliar “estado geral”;
✓ Monitorizar temperatura corporal;
• Urocultura: Idade/Índice de suspeita ✓ Avaliar dor/conforto;
✓ Avaliar o apetite/Vigiar refeição (dieta adequada à
idade e sem restrições);
✓ Avaliar vómitos/sinais de desidratação;
✓ Monitorizar peso corporal;
• Urocultura: Método de colheita utilizado ✓ Vigiar eliminação urinária;
✓ Oferecer líquidos e/ou hidratação EV (SOS);
✓ Ensinar sobre higiene perineal;
✓ Administrar ABs e analgésicos/antipiréticos.

• Uma Urocultura positiva (gérmen único) estabelece o B. GLOMERULONEFRITE AGUDA: Processo


diagnóstico de IU, exceptuando se a colheita for por inflamatório ao nível dos glomérulos (unidade
saco Colector. Uma Urocultura positiva por saco colector, responsável pela filtragem do sangue e formação de
requer confirmação com outro método de colheita urina). Prevalente no sexo masculino e aos 2-6 anos.
adequado à idade (2 Uroculturas) passamos a ter um ➢ Etiologia: Antecedentes de infecção estreptocócica 7
elevado índice de suspeita! a 21 dias antes do inicio dos sintomas; Anticorpos
• Uma urocultura polimicrobiana → contaminação e formados para combater a infecção estreptocócica
deverá ser repetica se elevado índice de suspeita depositam-se nos glomérulos causando a lesão renal.
• Colheita de sangue → Não faz diagnóstico da IU; útil ➢ Diagnóstico: história anterior de infeção ORL ou da
(lactente <3 meses com febre, mau estado geral, suspeita pele; sinais e sintomas
de sépsis) ➢ Sintomas: hematúria, proteinúria, Edemas
➢ Diagnóstico: suspeita clínica + teste rapido de urina (pálpebras, dorso das mãos, maleolares), Oligúria ou
alterado + urocultura positiva Anúria, HTA, fadiga, febre, anorexia, cefaleias,
➢ Intervenção de enfermagem nauseas e vómitos
- Orientações gerais: • Proteinúria → perda de albumina (Responsável
• A iniciar após confirmação com a Urocultura, ou pela distribuição correcta dos líquidos corporais
antes se alto índice de suspeita e TRU alterato e entre o compartimento intravascular e
clinicamente compatível. extravascular)
• Se urocultura negativa: o tratamento é • Medir TA método: Criança calma e tranquila,
descontinuado e equacionado outro diagnóstico… em ambiente agradável, após 5 a 10 minutos de
• Preferencialmente em ambulatório por via oral repouso. Colocar a braçadeira, de tamanho
• Internamento e terapêutica ev, quando: adequado no braço direito, que deve estar
o Lactente ≤3 meses com febre apoiado e com a fossa antecubital ao nível do
o Baixo grau de confiança familiar; coração.
o Suspeita de sépsis Em condições normais: a TA sistólica é 20 a 30
o Vómitos/intolerância à terapêutica oral; mmHg mais elevada nos membros inferiores, em
o Ausência de resposta ou agravamento clinico em relação aos membros superiores, enquanto a TA
criança medicada com AB oral. diastólica é semelhante.
• IU baixa ou Cistite aguda → Amoxicilina+Ácido Em relação à TA sistólica e à TA diastólica, há que:
clavulâmico oral 1. Identificar na tabela de percentis a linha da idade da
• IU alta ou Pielonefrite aguda → Cefuroxime-axetil criança ou do adolescente
oral, Cefuroxime ev, Amoxicilina+Ácido 2. Encontrar a coluna correspondente ao percentil da
clavulâmico oral altura, previamente determinado

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3. Determinar o percentil (ou intervalo de percentis) da ✓ Avaliar “estado geral”;
TA, em função do percentil da altura e dos valores de ✓ Monitorizar temperatura corporal;
TA sistólica e diastólica verificados ✓ Avaliar dor/conforto;
4. Registar os valores obtidos ✓ Avaliar o apetite/Vigiar refeição dieta adequada à
➢ Intervenção enfermagem: idade, mas com restrições: Hiperproteica; Hipossódica
✓ Penicilina; enquanto houver edema; Sem restrição hídrica, porque
✓ Antihipertensores ou diuréticos (SOS). há diminuição do volume intravascular;
✓ Monitorizar peso corporal (diário);
De acordo com os diagnósticos de enfermagem
✓ Vigiar eliminação urinária: Características da urina
identificados:
TRU (proteinúria/densidade); DU ;
✓ Avaliar “estado geral”; ✓ BH;
✓ Monitorizar temperatura corporal; ✓ Monitorizar Perímetro abdominal;
✓ Avaliar dor/conforto; ✓ Avaliar edema;
✓ Avaliar o apetite/Vigiar refeição (dieta ✓ Monitorizar TA, FC e FR;
adequada à idade, mas hipossódica); ✓ Gerir ambiente (Programar atividades, calmas e
✓ Avaliar vómitos/sinais de desidratação; tranquilas, que ocupem a criança, sem a cansar);
✓ Monitorizar peso corporal (diário). ✓ Administrar terapêutica prescrita e
✓ Vigiar eliminação urinária: Características da analgésicos/antipiréticos.
urina; TRU (proteinúria/hematúria/densidade); ✓ Ensinar sobre cuidados com a pele (igual à anterior);
DU; ✓ Ensinar os pais sobre alterações no aspeto físico,
✓ BH; secundárias à administração de Corticóides;
✓ Monitorizar Perímetro abdominal; ✓ Risco de infeção
✓ Avaliar edema;
✓ Monitorizar TA, FC e FR; D. SÍNDROME NEFRÓTICO CONGÉNITO:
✓ Gerir ambiente (Programar atividades, calmas e Autossómica recessiva; O quadro nefrótico está presente:
tranquilas, que ocupem a criança, sem a imediatamente após o nascimento (25%) ou durante a 1ª
cansar);
semana de vida (90%).
✓ Ensinar sobre cuidados com a pele (devido à
inatividade e edema): pele limpa e seca; ➢ Caracteriza-se por:
especial atenção às zonas dos olhos, boca, o Suturas cranianas e fontanelas alargadas
genitais e zonas de flexão; posicionamentos o Nariz pequeno
que contrariem o aumento de edemas. o Pavilhões auriculares de implantação baixa
o Distensão abdominal
C. SÍNDROME NEFRÓTICO: perturbação degenerativa ao o Ascite
nível dos tubos uriníferos. Cada rim é constituído por cerca de
o Hérnia umbilical
2 milhões de tubos uriníferos. ➢ Manifestações clínicas: edema generalizado; má
➢ Critérios de Diagnóstico: proteinúria maciça; progressão ponderal; hipotonia; hipotiroidismo;
hipoalbuminémia; podendo ou não estar presente: edema, hiperlipidémia; hipercoaguabilidade; cardiomegália;...
hipercolesterolémia. ➢ Terapêutica “curativa”: diálise peritoneal;
➢ Etiologia primária: > 90 % dos SN são por transplante renal. → Só é possível quando a criança
lesõesmínimas e respondem à terapêutica com atingir um peso e tamanho corporal compatíveis
corticosteróides. ➢ Tratamento conservador visa:
➢ Sinais e sintomas: Proteinúria; Edemas (anasarca); ✓ Controlar o edema
Oligúria ou Anúria; ✓ Conseguir uma nutrição adequada
➢ Intervenções de enfermagem: ✓ Reduzir a proteinúria
✓ Prednisolona → Normaliza a permeabilidade da ✓ Prevenir e tratar precocemente as infecções
membrana glomerular e consequentemente, diminui a ✓ Prevenir os fenómenos trombo embólicos
Proteinúria. ✓ Corrigir alterações endócrino metabólicas
✓ Albumina 20 % + Furosemida → a albuminada é existentes:Hipercolesterolémia,
indicada quando existe edema severo ou outras hipertrigliceridémia
infeções severas e a furosemida deve-se ter atenção ao ✓ Reduzir a anemia
seu uso agressivo pois há diminuição do vol.
Intravascular.

De acordo com os diagnósticos de enfermagem


identificados:

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11. PROCESSOS RESPIRATÓRIOS ➢ Índice de Silverman-Anderson:

11.1. REVISÃO DE CONCEITOS

• Hematose: Processo que ocorre nos alvéolos pulmonares


e consiste na troca de gases (o 2 e CO 2 ) entre o sistema
respiratório e o sangue.
• As doenças do foro respiratório constituem a patologia
mais frequente em pediatria.

VER OUVIR
• Padrão respiratório: Fr, Ritmo • Respiração ruidosa:
respiratório Obstrução nasal; Estridor; Ligeira (1-3), Moderada (4-6), Grave (7-10).
• Esforço respiratório – Gemido; Farfalheira;Pieira
músculos acessórios: Tiragem; • Disfonia ou rouquidão Sónia
Adejo nasal • Tosse 11.2. PATOLOGIAS RESPIRATÓRIAS
• Coloração pele: Cianose; • AP
Afeções das vias aéreas Afeções das vias aéreas
Palidez
superiores inferiores
• Postura
Rinofaringite. Tosse convulsa.
• FR: contada da mesma forma q um adulto; Como os Amigdalite. Aspiração Pneumonia. Doenças
corpo Crónicas
movimentos são irregulares, conte os por um minuto para Laringite. Bronquiolite,
estranho
que haja precisão. Epiglotite. Asma e Fibrose Quística (FQ)
• Tiragem: Retração do tecido inter e infracostal e das
fossas infra e supraesternal. É devido à pressão negativa
A. RINOFARINGITE: Também conhecido como catarro
durante a inspiração contra uma resistência aérea
respiratório superior (CRS). Infeção comum na infeção.
aumentada; Pode ser global ou parcial;
• Adejo nasal: Batimento das asas do nariz; sinal de ➢ Agente infeccioso mais comum: vírus síncicial
dificuldade respiratória; Respiratório (VSR) → até aos 3 anos raramente o CRS é
• Cianose: Pode ser confirmada por gasimetria ou por de causa bacteriana.
oximetria de pulso (SatO2). ➢ Manifestações:
• Gemido: Som expiratório provocado pelo encerramento ✓ Corrimento nasal claro ou mucopurulento,
parcial da glote; Sinal major de gravidade clínica. ✓ Obstrução nasal (edema e secreções),
• Pieira: “assobio” ✓ Tosse (pode não estar presente no início da doença),
• Características da tosse: quando está presente, tipo de ✓ Febre,
tosse, frequência, duração (aguda: <3semanas; subaguda: ✓ Diminuição da ingesta,
3-8 S; crónicas: > 8S) ✓ Irritabilidade e/ou irritação (choro),
➢ Auscultação pulmonar: Inicia se pelas costas de forma ✓ Alteração do padrão de sono,
simétrica. ✓ Irritação do nariz e da faringe (linfonodos locais
o AP normal: Passagem de ar pelos alvéolos
podem estar aumentados).
inspiratória/expiratória numa relação de 2/1; Murmúrio ➢ Intervenções de enfermagem:
vesicular audível bilateralmente e simétrico. ▪ Esclarecer os pais sobre a natureza autolimitada
o AP alterado: Murmúrio vesicular diminuído ou ausente; ▪ Crianças normalmente cuidadas em casa;
Alterações da fase respiratória (↑ tempo expiratório); ▪ Decúbito lateral é um fator de risco de otite: a otite
Existência de ruídos adventícios , causado por secreções ou
média e a adenoidite são complicações frequentes da
estreitamento da árvore brônquica.
rinofaringite;
▪ Xarope para a tosse sem indicação;
• Ruídos adventícios: não audiveis; Podem ser originados
▪ Uma rinorreia fétida e unilateral, persistente, pode
na árvore brônquica ou no espaço pleural:
indicar presença de um corpo estranho nasal.
Broncopulmonares (roncos, sibilos, fervores, ..) ; Atritos
▪ Ausência de tratamento curativo – Medidas de
pleurais (Devido à fricção entre os 2 folhetos da pleura:
suporte:
Derrame pleural..).
✓ Antibióticos não trazem nenhum beneficio, pois o
➢ Síndrome de dificuldade respiratória (sdr): Presença de
resfriado comum tem origem viral;
2 ou + dos seguintes sinais: polipneia, cianose (em ar
✓ Sem indicação para nebulizações;
ambiente), tiragem, adejo nasal, gemido.
✓ Antipiréticos em SOS;
✓ Hidratação oral reforçada;
✓ Cabeceira elevada (+/- 30º)

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✓ Higiene nasal sobretudo antes das refeições (SF hiperextensão cervical + protusão da língua), Afonia/voz
nasal em crianças de todas as idades e aspiração abafada, Retrações inspiratórias, Estridor ligeiro, Cianose.
secreções, em pequeno lactente). • Intervenção de enfermagem:
✓ Não visualizar a orofaringe laringospasmo;
B. OTITE MÉDIA AGUDA (OMA): Infeção aguda do ✓ Não manipular;
ouvido médio; Pode ser uma complicação de uma afeção ✓ Promover repouso;
respiratória: rinofaringite; 6-12 M; Lactentes e pré- ✓ Não provocar irritabilidade/choro;
escolares têm trompas de Eustáquio curtas e horizontais. ✓ Administrar O2/nebulizações;
• Apresenta: otalgia, febre, irratibilidade, às vezes ✓ Via aérea permeável preparar material de entubação
puxa a orelha afetada ou defende-se à palpação. endotraqueal ou de traqueostomia;
• Membrana timpânica apresenta-se vermelho ✓ Administrar antibióticos;
brilhante e abaulada com perda do reflexo normal à ✓ Vigiar SDR.
luz; F. ASPIRAÇÃO DE CORPO ESTRANHO:
• Ocasionalmente há perfuração do tímpano, com Amendoim, feijão, lego...que pode ser aspirado e alojar-se
presença de pus no ouvido externo (otorreia); nas vias aéreas superiores ou inferiores.
• Complicações graves: mastoidite. • Manifestação: asfixia, asma com pieira e dificuldade
• Dor deve ser tratada com paracetamol ou ibuprofeno. respiratória, tosse irritativa, estridor.
• Antibioticos controversos. Só se persistência ao fim
de 3 dias de doença amoxicilina.

C. AMIGDALITE: Inflamação das amígdalas,


frequentemente com exsudato purulento. Agente infecioso
mais comum: Estreptococos, Vírus Epstein-Barr. Vírus são a
causa mais comum especialmente em pré-escolares.

• Os antibióticos são frequentemente prescritos porque Esta manobra em crianças maiores é similar ao que se faz num
permitem acelerar a recuperação nas infeções por adulto.
estreptococos e prevenir febre reumática; • ECD: Rx ao tórax – atelectasia e enfisema
• Complicações: A amigdalofaringite estreptocócica pode • Tratamento: endoscopia e/ou cirurgia
complicar se com abcesso amigdalino ou faríngeo,
adenite cervical ou, raramente, bacteriémia ou síndrome G. TOSSE CONVULSA: conhecida tbm como tosse
de choque tóxico; Pode também causar complicações não coqueluchoide ou pertussis. Altamente infecciosa.
supurativas, como febre reumática ou glomerulonefrite Causada pela Bordetella pertussis. Antibiótico
aguda pós estreptocócica. (Eritromicina)
• Manifestações: inicialmente CRS; tosse paroxística
D. LARINGITE: também conhecida como crupe, estridor;
ou espasmódica, seguida de um guincho inspiratório
processo inflamatório da laringe, pode atingir a traqueia e
típico; tosse frequentemente emetizante/ cianosante
bronquios. Infeção bacteriana + grave. < 6 A (18-24 M).
e mais frequente à noite.
Carácter sazonal.
• Prevenção: vacinação do latente (2M) → difteria,
• Intervenção enfermagem: tetano e tosse convulsa
✓ Ar frio e húmido;
H. PNEUMONIA: Resulta da agressão de um agente
✓ O2 em SOS;
microbiano (vírus ou bactéria), que provoca uma
✓ Corticóides;
inflamação aguda dos alvéolos e/ou infiltração do tecido
✓ Antipiréticos em SOS;
intersticial pulmonar. Pode ser primária ou surgir como
✓ Nebulização com adrenalina (máx 5ml).
complicação de outra doença Pode resultar de uma
✓ Reavaliar 1h após aerossol adrenalina pelo risco de
aspiração.
efeito contrário!
• Manifestações:
E. EPIGLOTITE: Infeção da laringe com enorme inflamação
✓ Alteração do estado geral com prostração (“ar
da epiglote e dificuldade respiratória rápida e progressiva. É
doente”)
quase sempre causada por Hemofilus influenza do grupo B.
✓ Febre elevada por vezes com arrepio e má perfusão
Emergência ameaçadora à vida devido à obstrução
✓ SDR com Gemido e/ou hipoxémia
respiratória: exige sempre hospitalização e tratamento urgente
✓ Tosse produtiva/irritativa;
(pediatra, anestesista, ORL).
✓ Dor torácica (agravamento na inspiração);
• Manifestações: Início agudo com febre elevada, Disfagia ✓ Dor abdominal;
com sialorreia marcada, Posição de tripé (prostração + ✓ Redução do apetite e/ou vómitos

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✓ Cefaleias; ✓ Controlar a febre;
✓ AP: ↓MV e Fervores ✓ Prevenir e tratar complicações.
• Intervenções de enfermagem ▪ Esclarecer os pais sobre os cuidados no domicílio
▪ A maioria dos casos pode ser tratada no domicílio; ✓ Deixar o bebé descansar e tentar manipula-lo o
▪ Critérios para internamento: menos possível;
o Idade ✓ Refeições: fraccionadas, com pausas frequentes,
o “Ar doente”, elevando o tronco do bebé após as mesmas;
o SDR com ou sem hipoxémia ✓ Manter o nariz limpo: Higiene nasal com soro
o Rx torax fisiológico e aspiração de secreções com aspirador
o Situação familiar, de mucosidades, antes das refeições;
o Presença de vómitos frequentes, ✓ Elevar um pouco a cabeceira da cama;
o Outra patologia de base, ✓ Vigiar regularmente a respiração do bebé;
o Terapêutica já instituída e sem sucesso. ✓ Administrar antipiréticos.
▪ Antipiréticos/analgésicos em SOS; ✓ Fornecer folheto informativo relativo à bronquiolite
▪ Promover repouso; aguda, à família.
▪ Hidratação oral e/ou EV; ▪ E quando o internamento acontece:
▪ O2 em SOS; ✓ Hidratação EV ou alimentação por Sonda
▪ Administrar antibióticos (Amoxicilina , Ampicilina , nasogástrica;
Amoxicilina+ ácido calvulâmico) ✓ Monitorização (oximetria de pulso);
▪ Vigiar SDR; ✓ Suplemento de oxigénio por sonda nasal ou
▪ Xarope para a tosse sem indicação. máscara;
• Complicações: ✓ Recurso a meios complementares de diagnóstico se
suspeita de complicações;
Imediatas Tardias ✓ Aspiração de secreções (invasiva), se necessário;
• Atelectasias; • Bronquiectasias; ✓ Raramente necessidade de cuidados intensivos.
• Derrame pleural; • Bronquiolite obliterante ▪ Terapêuticas desaconselhadas: Antibióticos;
• Abcesso pulmonar;
Broncodilatadores e cloreto de sódio hipertónico,
• Pneumotorax
qualquer que seja a via de administração; Corticoides;
A toracocentese permite para além da drenagem, colher
antitússicos; vasoconstritores;: vapores e outras.
líquido da cavidade pleural e adequar antibiótico
J. ASMA: Doença inflamatória crónica nas vias aéreas na qual
I. BRONQUIOLITE: Processo inflamatório dos bronquíolos:
estão implicadas muitas células: Ocorre uma obstrução
resulta da colonização vírica com destruição do epitélio
brônquica variável reversível expontaneamente ou com
respiratório, sendo este substituído; ocorre uma obstrução
terapêutica.
bronquiolar com a produção de muco ou edema. Afeção
respiratória baixa mais frequente nos latentes (50 70%); < 2 A Broncoespasmo/ produção de muco e edema da mucosa →
(3 6 M); Caráter sazonal: novembro a abril. Sempre uma Obstrução brônquios / Lúmen → Dificuldade na ventilação
Infeção viral: VSR (75%);
• Diagnóstico - Na criança em idade pré escolar, reforçam
• Manifestações: inicialmente CRS febril (2 4 dias); Tosse
o diagnóstico de asma: persistência de sintomas para além
seca; Pieira; Redução do apetite e/ou vómitos; SDR com
de 10d durante infeções respiratórias; 3 ou + ep. por ano;
gemido e/ou hipoxémia; Episódios de apneia;
episódios graves e/ou agravamento noturno de sintomas;
Prostração/Letargia; AP: ↑TE e Fervores e /ou sibilos.
queixas intercrise (limitação atividade física); história
• Evolução (3-7 dias):
pessoal de atopia; História familiar de asma ou doença
i. < 3º dia: Surgem sintomas nasais, em que a obstrução
atópica.
nasal pode constituir um problema grave sobretudo
• Intervenções de enfermagem:
nas primeiras 6 semanas de vida ou em lactentes
▪ A asma não tem cura!...
prematuros;
▪ Mas é possível atingir e manter o controlo na maioria
ii. 3º-5º dia: Progride para tosse seca por vezes acessual,
dos casos por longos períodos.
FR e do esforço respiratório (tiragem, adejo);
▪ O tratamento visa: Aliviar a obstrução brônquica
iii. 5º-7º dia: Melhoria do quadro.
broncodilatadores e hidratar; Reduzir o edema
• Intervenção de enfermagem:
corticosteroides; Combater a hipóxia.
▪ Esclarecer os pais sobre a natureza autolimitada (3-
▪ Esclarecer os pais sobre :
7 dias);
✓ caráter crónico e recidivante da doença;
▪ Ausência de tratamento curativo- Medidas de suporte:
✓ Evitar estímulos desencadeantes
✓ Garantir uma alimentação e hidratação adequadas;
✓ Como reconhecer uma crise;
✓ Facilitar a respiração;
✓ Como atuar numa crise;
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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
✓ A monitorizar o seu estado através de identificação de PROF. SAUDADE
sintomas e, se necessário, através da avaliação de
DEMI (Débito Expiratório Máximo Instantâneo). 12. PROCESSOS HEMATOLÓGICOS
✓ Tipos de alergéneos: ácaros do pó domestico;
• Medula óssea vermelha:onde são produzidos os elementos
animais; fungos; tabaco, poluentes, infeção,
sólidos do sangue (GB, GV e PL).
fármacos. → como proceder lavagens • Sistema linfático (regulação células sanguíneas e produção
✓ Manutenção da atividade física glóbulos brancos: linfa, vasos linfáticos e estruturas linfoides –
✓ Fazer vacina da gripe sazonal (se asma moderada a gânglios linfáticos, baço, timo e amígdalas)
grave)
✓ Diferença entre: terapeutica de controlo ou Funções do sangue:
manutenção; terapêutica de alivio ou de crise.
✓ Necessidade de terapeutica a longo prazo mesmo na ✓ Transporte de gases e de diversas substâncias (nutrientes,
resíduos celulares, hormonas e anticorpos)
ausência de sintomas.
✓ Manutenção da temperatura corporal
✓ Ensino prático de como utilizar a terapêutica ✓ Defesa do organismo contra agentes estranhos
inalatória: Nebulizadores; Dispositivos de pó seco ✓ Coagulação em caso de hemorragia
(turbohaler , novolizer ,..);Inaladores; aerossois
Doseáveis (MDI);
➢ Glóbulos vermelhos (eritrócitos) – 120 dias, tem como
✓ Necessidade de câmaras expansoras para
função transporte de hemoglobina (que é uma proteína
administração dos MDI.
responsável pela cor vermelha) que leva O2 a todas as
K. FIBROSE QUÍSTICA: Ou mucoviscidose; Doença células do corpo.
genética autossómica recessiva. ➢ Glóbulos brancos (leucócitos) – têm a função de
defender o organismos das infeções.
• Diagnóstico: A suspeita inicia-se pelo doseamento • Agranulócitos: provêm de diversos órgãos linfogénicos,
dos níveis séricos da tripsina imunoreativa no Teste semi vida de 8 a 10h no sangue, nos tecidos 60 a 90 dias.
do pezinho (cartão de Guthrie); >2 semanas de vida: • Granulócitos: produzidos medula óssea, semi vida de 6
Prova de suor (positivo se valor do ião cloreto >60 a 8h no sangue e 4 a 5 dias nos tecidos.
mmol/L) → Doença do beijo salgado. ➢ Plaquetas – pequenos fragmentos megacariócitos que
• Pode atingir vários órgãos: respiratório (secreções produzem hemóstase quando ocorre uma interrupção
dificeis de eliminar); digestivo (as enzimas na continuidade dos vasos sanguíneos.8-10 dias
digestivas não chegam ao destino); reprodutor ˗ Trombocitopenia (diminuição plaquetas)
(infertilidade- dificuldade em engravidar); glândulas ˗ Trombocitose (aumento plaquetas)
sudoríparas não absorvem o NACL. A. DISTÚRBIOS DOS GLÓBULOS VERMELHOS
• Tratamento: I. ANEMIA: redução na massa do glóbulo vermelho e/ou
✓ Imunizações de rotina; concentração da hemoglobina No RN a Hb < 14 gr/dl
✓ Cinesiterapia respiratória; - Classificação:
1-12 M: Hb < 10 gr/dl
✓ Broncodilatadores e fluidificantes de secreções; • Carenciais: Produção inadequada de
✓ Antibióticos e corticoides em SOS; GV e hemoglobina. 1-12 A: Hb < 11 gr/dl
✓ Dieta hipercalórica, hiperproteica e sem - Deficiência ferro (anemia ferropénica)
gorduras; ˗ Insuficiência da medula óssea
✓ Suplementos vitamínicos; • Hemolíticas: Destruição aumentada de GV
✓ Se sudorese intensa, aumentar ingestão de sal e
• Hemorrágicas:Perda excessiva de GV por hemorragia
água
- Avaliação diagnóstica:

• História clínica (palidez, taquicardia, irritabilidade,


anorexia, fadiga, fraqueza muscular)
• Exames laboratoriais
- No soro do sangue: ferritina (proteína armazena ferro),
sideremia (determinação ferro), transferrina
(determinação da proteína que transporta ferro)
˗ Nos GV: doseamento da hemoglobina, esfregaço
(observar glóbulos vermelhos ao microscópico)

- Ações de enfermagem comuns

▪ Exame físico (dá informação sobre manifestações)

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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
▪ Entrevista à família (nutrição, infeções crónicas - Transplante medula óssea se quimioterapia não
recorrentes, H. Familiar de doenças) resolver
▪ Preparação para exames (preparar criança e família,
estimular parceria, aplicar medidas farmacológicas e não Focos de atenção de enfermagem:
farmacológicas) ❖ Relacionados com as hospitalizações frequentes
▪ Terapêutica dirigida à causa (défice de ferro, destruição ❖ Relacionados com os exames de diagnóstico e
GV, produção inadequada) procedimentos terapêuticos
▪ Cuidados suporte na anemia severa (oxigenioterapia, ❖ Relacionados com as atividades de vida da criança
descanso no leito, líquidos intravenosos) ❖ Relacionados com os riscos de complicações
❖ Relacionado com a continuidade de cuidados
▪ Prevenir complicações (cuidados direcionados para
suscetibilidade à infeção, aumento da hipóxia ou sinais • Complicações: hemorragia, infeção, anemia, atraso de
de choque, monitorizar a existência de descompensação desenvolvimento.
cardíaca) • Resultados esperados no ensino aos pais:
▪ No caso de fadiga ou intolerância à atividade (planear o Compreensão da doença, principais sintomas, percurso
atividades que promovam descanso, minimizar da doença, prognóstico
necessidades O2, explicar aos pais a normalidade nas o Considerar os riscos e os benefícios dos tratamentos e
mudanças de humor na criança) dos medicamentos prescritos e participar na tomada de
B. DISTÚRBIOS DOS GLÓBULOS BRANCOS decisão para o seu uso
I. Leucemia o Adquirir confiança e competências necessárias para
• Doença neoplásica mais comum na criança é uma cuidar da criança (vigiar aparecimento de sintomas,
proliferação ilimitada de GB imaturos nos tecidos que adequada nutrição e outros cuidados)
produzem o sangue.
• Consequências: C. DEFEITOS DA HEMÓSTASE
✓ Anemia devido à diminuição de eritrócitos
Hemostase: processo que interrompe a hemorragia pela
✓ Infeção devido à neutropenia
atuação de fatores de coagulação
✓ Hemorragias relacionadas com diminuição da
produção de plaquetas vasculares e plasmáticos e das plaquetas
✓ Tendência a fraturas por enfraquecimento do osso I. Hemofilia: deficiências congénitas de proteínas especificas
✓ Dor intensa pelas células invadirem o periósteo da coagulação, é uma diátase sanguínea hereditária transmitida
pelos cromossomas sexuais X
• Sintomas: febre, perda peso, infeções recorrentes, astenia,
perda de apetite, falta ar, cansaço fácil, aumento dos • Avaliação diagnóstica: Manifestações clínicas (surgem
linfonodos, aumento do baço e/ou fígado, suores noturnos, quando criança se torna ativa com hemorragia espontânea
sangramento fácil, fraqueza muscular, dor nas articulações ou por traumatismo); História de episódio hemorrágicos;
e ossos Evidencia de hereditariedade ligada ao cromossoma X;
• Tipos: resultados laboratoriais
➢ Linfoide aguda (LLA) – mais comum, mais frequente • Hemofilia A: forma mais comum é a deficiência do fator
no sexo masculino com pico dos 2 aos 5 anos VIII, este fator é estabilizador da fibrina
➢ Mieloide aguda (LMA) – igual nos dois sexos, mais • Hemofilia B: deficiência fator IX
frequente entre o 1 e 2 ano de vida • Consoante o grau de deficiência do fator VIII pode ser
• Avaliação diagnóstica: classificada em:
o História clínica o Grave – produção insuficiente, menos 1%
o Aspiração de medula óssea (medulograma ou (hemorragias frequentes sem causa aparente)
mielograma) – analisar infiltração células blásticas o Moderada – níveis entre 1% e 5% (hemorragias
o Manifestações físicas após traumatismo leve)
o Estudo morfológico do sangue periférico para o Mínima – entre 5% e 40% (hemorragia após
identificação dos tipos celulares traumatismo grave)
• Tratamento: • Cuidados enfermagem:
- Citostáticos e corticosteroides ✓ Concentrado de fator VIII de forma sintética ou derivada
1. Terapia de indução que produz remissão completa ou do plasma na hemofilia A
desaparecimento das células leucémicas – 4 a 6 sem ✓ Concentrado fator IX na hemofilia B
2. Tratamento profilático do SNC que impede a invasão ✓ Vacinação para hepatite A e B
do SNC – terapia intratecal ✓ Terapêutica coadjuvante – analgésicos, anti-
3. Manutenção da terapia de intensificação inflamatórios não esteroides, antifribinolítico, DDAVP
(consolidação), objetivo é manter a fase de remissão
- Quimioterapia

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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
▪ Ensino:cuidados inerentes à higiene oral, controlo
das hemorragias, prevenção de equimoses

13. MODELOS TEÓRICOS DE CUIDADOS

Enfermagem em pediatria
• Prevenção e continuidade de cuidados
✓ Ensino aos pais sobre prevenção de traumatismos • Cuidados centrados na família – reconhecer a família
o Selecionar brinquedos como uma constante na ida da criança
o Adequar o ambiente • Cuidados não traumáticos – uso de intervenções que
o Proteger os joelhos eliminem ou minimizem o desconforto psicológico e
o Supervisionar atividades físico da criança e familiares
✓ Informar os professores (planeamento de atividades • Considera os direitos das crianças – preserva o seu melhor
mais adaptadas) interesse; implementa, monitoriza e apoia no que se
✓ Detetar precocemente hemorragias (qualquer queixa ou relaciona aos direitos das crianças
dor deve ser ouvida e encaminhada para médico) • Considera as diferenças inerentes ao diagnóstico e
✓ Aplicar medidas para a hemorragia (ter sacos de gelo) tratamento – focos específicos; conhecimentos e
✓ Praticar higiene dentária rigorosa com escova macia relacionamentos específicos
✓ Manter vigilância de saúde regular
Direitos da criança
✓ Evitar o excesso de peso (sobrecarga articular)
✓ Promover autonomia e desenvolvimento da criança • Atualmente a criança é vista como uma pessoa com valor
✓ Promover auto responsabilização pelo controlo das suas por si e com direitos. A convenção sobre os direitos da
próprias atividades e pela deteção de hemorragias criança indica:
✓ Favorecer boa adaptação à doença, reencontrando os o Os direitos desta convenção aplicam-se a toda a
padrões de vida tanto quanto possível normais pessoa que tiver menos de 18 anos.
✓ Orientar pais para aconselhamento genético o Artigos que explicam em cada um dos direitos das
• Resultados esperados nos cuidados: reconhecimento crianças
precoce sinais e sintomas de homofilia; prevenção dos o Artigos que referem a forma como os adultos e os
episódios hemorrágicos; tratamento precoce dos episódios governos devem trabalhar em conjunto para que todas
hemorrágicos com fator de substituição; adesão ao as crianças gozem dos seus direitos
programa profilático com fator de substituição quando. • Consiste em 14 condições de criação da criança para um
ótimo desenvolvimento e qualidade de vida:
II. Doença Hemorrágica do RN
1. Adequados cuidados físicos
• Fatores dependentes da vitamina K: Fatores II, VII, 2. Ambiente físico próximo seguro
IX e X; Diminuem após o nascimento 3. Ambiente afetivo
• Caracteriza-se: hemorragias gastrointestinais, cordão 4. Estrutura parental de apoio e flexível
intracranianas, trato urinário e respiratório 5. Exemplos adequados dos pais
• Tratamento – preventivo (todos os RN devem receber 6. Interesse na criança
1 mg de vitamina K, por via intra muscular, 7. Continuidade na educação e nos cuidados e
imediatamente após nascimento durante 1ª hora vida) perspetiva futura
8. Ambiente físico alargado seguro
III. Púrpura Trombocitopénica Idiopática (PTI): Doença 9. Respeito
onde ocorrem pequenas hemorragias nas camadas 10. Redes sociais
superficiais da pele produzindo áreas de coloração purpúrea 11. Educação
12. Contacto com colegas e amigos
• Destruição exagerada de plaquetas com grande
13. Adequados exemplos da comunidade
deficiência de plaquetas circulantes
14. Estabilidade nas circunstâncias da vida e perspetiva
• É a trombocitopenia mais frequente na infância futura
• A medula óssea apresenta-se normal com presença de
plaquetas jovens Cuidados não traumáticos: eliminar ou minimizar o
• Cuidados de enfermagem: desconforto psicológico e físico
▪ Tratamento:uso de corticoides em casos graves,
▪ Prevenir ou minimizar a separação da criança de sua
restrição das atividades, no período em que o nível
família
de plaquetas está baixo
▪ Prevenir ou minimizar a lesão corporal e a dor
▪ Apoio: ambiente (proteção da cama, esquinas dos
móveis, lareiras, escadas), seleção de atividades a Cuidados centrados na família: Os cuidados à criança devem
proporcionar à criança ser em forma de proteção, estímulo e amor de forma a
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Patrícia D’Anunciação tl-36 janeiro, 2023
preservar o seu crescimento e desenvolvimento, e ninguém
melhor do que os pais/familia para providenciar estes cuidados

Princípios dos cuidados:

• Partilha de informação – aberta e objetiva

• Respeitar e honrar as diferenças

• Negociação C. TEORIA DAS TRANSIÇÕES DE MELEIS

• Cuidar no contexto da família e comunidade e em interação • Transição é definida como um período com início na
com os membros da família perceção ou necessidade de mudança, seguido de períodos
de instabilidade e angústia com um eventual fim originado
Trabalhar em interação com os membros da família por o começo de um período de estabilidade.
❖ Identificar os seus objetivos e necessidades e planear as • Meleis investigou fenómenos de gravidez, tornar-se
intervenções que melhor respondam aos problemas mãe/pai e o domínio do papel parental e descobrir
identificados. intervenções que poderão facilitar transições saudáveis
❖ Assistir a criança e família nas escolhas informadas e no • O enfermeiro deve ter como foco:
agir no melhor interesse da criança ✓ Compreensão da experiência de transição em si
❖ Assegurar que as famílias tomem consciência de todos os mesma
serviços de saúde disponíveis ✓ Intervenções para facilitar as transições
❖ Informação adequada sobre os tratamentos e • Tipos
procedimentos que envolvam o cuidado à criança ➢ Transição de desenvolvimento – torna-se pai ou mãe;
❖ Encorajar a mudança ou dar apoio às práticas de saúde já fases dos processos de vida da pessoa
existentes ➢ Transição situacional (envolve situações que exigem a
❖ Prestar cuidados em parceria – com atitude positiva, redefinição de papeis na constelação das interações) –
competências de comunicação, compreensão da nascimento, internamento ou morte de um membro
complexidade do papel dos pais e com respeito por eles familiar
➢ Transição de saúde/doença – passagem de um status
8.1. MODELOS para outro
• Propriedades
A. MODELO DE PARCERIA DE CUIDADOS DE CASEY
➢ Engloba a consciencialização, relacionada com a
• As melhores pessoas para cuidarem da criança são os perceção, conhecimento e reconhecimento de uma
membros da familia com a assistência dos profissionais de experiência de transição e mudanças que vão ocorrer
saúde. Centra-se nos cuidados de enfermagem e ➢ O compromisso diz respeito ao envolvimento no
familiares. processo inerente à transição. Está muito relacionado
• Foca-se na parceria entre a enfermeira – criança – família com o nível de consciencialização
• Centra-se em cinco conceitos: criança, familia, saúde, ➢ Mudanças e diferenças – podem ser na identidade,
ambiente e enfermeira papeis, relacionamentos, habilidades e padrões de
• Importância dos pais/família para a criança comportamento. Estas podem ter pontos críticos e um
• Envolvimento efetivo dos pais nos cuidados à criança período de tempo em que ocorrem
• Parceria processo dinâmico com objetivos comuns dos • Intervenções de enfermagem direcionam-se para:
intervenientes no processo de cuidados • Avaliação da preparação e resposta para a transição
• Partilha de poder e partilha de conhecimentos
• Negociação dos cuidados • Preparação para a transição (educação de forma gradual
para novas responsabilidades e novas competências)
B. MODELO DE ATIVIDADE DE VIDA DE NANCY
ROPER • Papel de suplementação

A função principal da enfermagem é centrada em prevenir Os padrões de resposta permitem avaliar como está a decorrer
problemas potenciais e educar para a saúde de forma a que a a transição. Permitem reformular o plano de intervenção.
pessoa enfrente de forma positiva os problemas relacionados
com as atividades de vida. 14. PROCESSO DE CUIDADOS EM PEDIATRIA

• O processo de enfermagem é um modelo sistemático e


dinâmico com muitos momentos de tomada de decisão.É
uma sequencia organizada de etapas utilizadas pelos

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enfermeiros para responder aos processos de vida e M. Higiene:hábitos; alterações fatores desencadeantes
problemas de saúde dos utentes:
N. Crenças e valores:crenças/ atitudes; hábitos culturais
1. Investigação de dados – fazer entrevista, exame físico,
O. Parentalidade:acompanhamento no hospital; interação
observação, consulta do processo
mãe/pai-criança
2. Análise e interpretação dos dados

• Colheita de dados-Concetualização e determinantes do


3. Diagnóstico – análise e interpretação dos dados, definir
problema:
onde posso intervir e elaborar diagnóstico enf.
✓ Abordagem teórica – procura de uma teoria do
domínio do problema (descrevem a natureza, fatores Compreende 5 fases:
etiológicos que contribuem)
✓ Abordagem empírica para colher os dados o Identificação do problema, etiologia e manifestação pelos
sinais e sintomas
A investigação dos dados é realizada em diversos momentos o Identificação de diagnósticos possíveis
o Definição do diagnóstico
Colheita de orientação Colheitas Colheita
ou sumária subsequentes de partida o Validação do diagnóstico
• visa responder às • Aprofundar os dados Prepara o o Redação do enunciado de diagnóstico em formato
necessidades recolhidos a fim de plano da alta normalizado
imediatas das pessoas precisar as hipóteses da pessoa
4. Planeamento – estabelecer prioridades, resultados
• Permite formular • Permitem a
hipóteses de atualização do plano
esperados e intervenções, elaborando plano de cuidados
diagnóstico de de cuidados
Compreende 4 fases:
enfermagem
Caracterização da condição de saúde da criança internada 1) Estabelecer prioridades

A. Dados sociodemográficos: nome; nacionalidade; nome 2) Fixar os resultados esperados no utente


preferido; recursos familiares
3) Determinar as intervenções de enfermagem
B. Perceção/ gestão de saúde:antecedentes clínicos; calendário
de vacinação; internamentos anteriores 4) Descrever o plano de cuidados

C. Condição de saúde atual: estado de consciência; sinais A elaboração de plano de cuidados engloba os enunciados de
vitais; dor (PQRST); risco de queda e ulcera de pressão; diagnóstico, definir os resultados esperados e por fim escolher
emoções; regime terapêutico as intervenções.

D. Cognição e perceção: audição, visão, conhecimentos e nível Os resultados esperados são as reações desejáveis no utente,
de escolaridade passiveis de avaliação e apresentam domínios:

E. Desenvolvimento e estimulação: desenvolvimento físico • Afetivo – resultados associados a mudança de atitude,


(peso, estatura, percentis), motor, cognitivo e social emocional sentimentos ou valores

F. Respiração:características; estratégias adaptativas • Cognitivo – resultados que lidam com conhecimentos


adquiridos ou habilidades intelectuais
G. Circulação: características (pulso, perfusão dos tecidos);
estratégias adaptativas • Psicomotor – resultados que tratam do desenvolvimento de
habilidades motoras
H. Temperatura corporal:características; estratégias de
controlo 5. Implementação (intervenção) – realizar o que foi planeado

I. Nutrição: hábitos alimentares; alimentos preferidos e que Conceito: ações executadas pelos enfermeiros em resposta a
não gosta; apetite; estado hidratação problemas de saúde relatados e experienciados pelos clientes
para alcançar resultados desejados
J. Eliminação: hábitos de defecação e eliminação urinária;
estratégias adaptativas Tipo: de acordo com o domínio de saúde que visam; natureza
física, comportamental, psicológica, cognitiva, espiritual,
K. Sono e repouso: padrão de sono; estratégias para adormecer; social
estratégias adaptativas
6. Avaliação – conferir o que foi obtido frente às metas e
L. Comunicação:Formas de expressão; alterações e fatores examinar como o plano foi implementado
desencadeantes; estratégias adaptativas

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