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Recém-Nascido de Alto Risco

 Recém-nascido que está exposto a situações em que há maior risco de evolução desfavorável, necessitando de
cuidados especializados após o nascimento;
 Apresenta instabilidade hemodinâmica como consequência de alterações congénitas ou metabólicas, de
prematuridade ou de alguma perturbação do percurso natural da gravidez ou parto.

→ Classificação:
 De acordo com o peso à nascença (independentemente da IG):
◊ Baixo peso ao nascer (BPN) 1500 g < 2 500 g
◊ Muito baixo peso ao nascer (MBPN) 1000 g < 1500 g
◊ Extremo baixo peso ao nascer ao nascer (EBPN) < 1000 g

 De acordo com a idade gestacional


◊ Termo: 38< 37 semanas
◊ Prematuro: < 37 semanas
◊ Grande prematuro: < 34 semanas

 Pequeno para a idade gestacional <P10


 Grande para a idade gestacional > P90

 Índice APGAR- para saber se temos que nos preocupar com o RN ou não

→ Síndrome de Dificuldade Respiratória do Recém-Nascido


 Existência de uma deficiência de surfactante (diminuição ou ausência deste) o que leva ao colapso alveolar
(atelectasia). Surfactante- Responsável por
reduzir a tensão superficial nos
 Esta síndrome está relacionada com a prematuridade. alvéolos pulmonares e impedir o seu
colapso durante a expiração.

 Surfactante é excretado pelas células pneumocitos tipo II a partir das 24 semanas de gestação;

 A qualidade e quantidade do surfactante aumenta com o decorrer da gestação, tendo o seu pico de produção
às 34 - 35 semanas.

 Sinais e Sintomas:
◊ Polipneia;
◊ Tiragem;
◊ Gemido;
◊ Cianose central;
◊ Hipoxémia;
◊ Hipercápnia

 Tratamento:
◊ Administração de surfactante exógeno;
◊ Maturação pulmonar fetal com corticóides;
◊ Ventilação não invasiva

 Diagnósticos de Enfermagem:
◊ Padrão ventilatório ineficaz
◊ Trocas Gasosas prejudicadas

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 Intervenções de Enfermagem:
◊ Avaliar respiração
◊ Avaliar adaptação ao dispositivo respiratório
◊ Promover conforto
◊ Limpar a pele
◊ Promover a participação da família
◊ Promover o contacto pele-a-pele

→ Hiperbilirubinemia
 Nível excessivo de bilirrubina no sangue.

 Manifesta-se por icterícia (cor amarelada da pele e esclerótidas)

 Pode ser benigna ou patológica

 Das patologias mais frequentes do recém-nascido

 Quase todos os RN apresentam valores de bilirrubina em circulação superior a 1 mg/dl. Quando este valor
atinge 5 mg/dl torna-se visível nas escleróticas e pele.

 Na primeira semana de vida cerca de 60% dos RN de termo ficam ictéricos e nos pré-termo pode chegar aos
80%.

 Desenvolvimento, prematuridade:
◊ Imaturidade intestinal (escassa flora intestinal) bilirrubina conjugada disponível para a βglucoronidase
(desconjuga e permite a reabsorção e circulação entero-hepática).
◊ Imaturidade da função hepática.

 Fatores fisiológicos:
◊ Redução da ingestão de aleitamento materno
◊ Diminuição da eliminação intestinal
◊ Aumento da produção da bilirrubina (doença hemolítica do RN, hematoma (p.e. parto por ventosa)

Fatores de Risco:

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 Fatores de Risco:
◊ Icterícia nas primeiras 24horas
◊ Incompatibilidade sanguínea com teste de Coombs directo positivo ou outra doença hemolítica conhecida
◊ Idade gestacional < 36 semanas
◊ Aleitamento materno (se perda ponderal significativa)
◊ Cefalo-hematoma /Equimoses significativas
◊ História de irmão com icterícia neonatal
◊ RN macrossómico
◊ Diabetes gestacional
◊ Idade materna ≥25 anos
◊ Sexo masculino
◊ Asiático

 Fatores Agravantes:
◊ Prematuridade;
◊ Muito baixo peso;
◊ Acidose metabólica ou respiratória grave;
◊ Hipóxia persistente;
◊ Sepsis;
◊ Hipoalbuminemia

 Icterícia Fisiológica:
◊ Início após 24h (início anterior é sinal de alarme)
◊ Pico 3º-4º dia
◊ RN em aleitamento materno exclusivo apresentam valores de BT mais elevados;
◊ Associada à menor ingesta (ingesta fisiológica) e circulação entero-hepática

 Icterícia Prolongada:
◊ Fatores no leite materno que impedem a conjugação da bilirrubina (pouca evidência);
◊ Eliminação intestinal pouco frequente;
◊ Início após a primeira semana de vida, podendo permanecer por semanas (mecanismo por esclarecer).

 Recém-nascido de termo, IG 37 semanas de Parto vaginal com ventosa e Aleitamento materno exclusivo:
◊ Diagnósticos de Enfermagem:
□ Risco de Icterícia Neonatal pode levar a prematuridade ou parto por ventosa
□ Atraso na eliminação de mecónio
□ Padrão de alimentação ineficaz

◊ Intervenções de Enfermagem:
□ Promover contacto pele-a-pele;
□ Amamentação na 1ª hora de vida;
□ Avaliar a pele a cada 4 horas;
□ Monitorizar os níveis de bilirrubina transcutânea (protocolo institucional);
□ Monitorizar eliminação intestinal e urinária;
□ Instruir a família para a observação do recém-nascido.

 Tratamento:
◊ Fototerapia

Cuidados de Enfermagem na Fototerapia:

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 Cuidados de Enfermagem na Fototerapia:
◊ Intervenções de Enfermagem:
□ Colocar e manter proteção ocular opaca de tamanho adequado (sem ocluir narinas);
□ Manter o RN sem roupa e não aplicar creme ou óleo corporal;
□ Observar a pele;
□ Monitorizar hidratação (pele, fontanelas);
□ Promover alternância de decúbitos;
□ Monitorizar temperatura corporal;
□ Monitorizar eliminação intestinal e urinária;
□ Promover a eliminação intestinal;
□ Monitorizar bilirrubina transcutânea (se existir clip protetor);
□ Monitorizar os níveis séricos de bilirrubina (de acordo com protocolo institucional ou a cada 6 a 12
horas);
□ Registar hora de início e término da fototerapia, dispositivo utilizado e possíveis efeitos secundários.

◊ Diagnósticos de Enfermagem:
□ Risco de hipertermia
□ Risco de desequilíbrio eletrolítico
□ Risco de volume de líquidos deficiente
□ Disposição para amamentação melhorada
□ Risco de lesão da córnea
□ Conforto prejudicado
□ Risco de vínculo prejudicado
□ Tensão do papel de cuidador
O stress inibe a hormona oxitocina circulante, reduzindo a libertação de leite
 Intervenções de Enfermagem: materno. O stress e a separação mãe-bebé dificultam o sucesso da
◊ Promover a amamentação em horário livre; amamentação, comprometendo o bem-estar do recém-nascido.
◊ Apoiar na amamentação;
◊ Posicionar o RN em flexão (promover o conforto);
◊ Promover o envolvimento da família;
◊ Retirar as proteções oculares e desligar a fototerapia aquando da alimentação;
◊ Informar e esclarecer dúvidas.

→ Hipoglicémia Transitória
 Quando a concentração de glucose no sangue é inferior às necessidades do corpo. Transitória = 48h a 72h de
vida

 Fatores de Risco:
◊ Relacionados a doença materna:
□ Diabetes gestacional;
□ Pré-eclâmpsia ou eclâmpsia;
◊ Próprios do recém-nascido:
□ Hipóxia perinatal;
□ Infeção;
□ Hipotermia;
□ Policitemia;
□ Malformações congénitas;
□ Prematuridade

 Causas Prováveis:
◊ Prematuridade;
◊ Má nutrição intra-uterina;
◊ Diabetes gestacional;
◊ Hipertensão gestacional;
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◊ Hipertensão gestacional;
◊ Sepsis precoce;
◊ Hipoxia;
◊ Mal formações congénitas.

 Manifestações Clínicas da Hipoglicémia:


◊ Muitas vezes é assintomática
◊ Ligeira hipotonia
◊ Choro fraco/intenso
◊ Tremores dos membros e do mento
◊ Recusa alimentar
◊ Hipotonia generalizada
◊ Bradipneia, apneia
◊ Hipotermia
◊ Coma

 Diagnóstico de Enfermagem:
◊ Risco de glicémia instável

 Intervenções de Enfermagem:
◊ Promover amamentação na 1ª hora de vida;
◊ Promover contacto pele-a-pele;
◊ Apoiar amamentação;
◊ Promover termorregulação (gasto energético);
◊ Monitorização dos níveis de glicémia
□ Nas primeiras 2 a 4 horas após o nascimento;
□ Avaliações seguintes no período pré-prandial segundo protocolo (a cada 3-6h durante as primeiras 24h)
◊ Administrar glucose oral (intervenção interdependente)
◊ Administrar glucose EV (intervenção interdependente)

→ Cardiopatia Congénita
 Pode ser diagnosticada pré-natal, pós-natal ou simplesmente suspeita de cardiopatia congénita.
◊ Se for assintomática é referenciada para consulta de seguimento
◊ Se for sintomática o RN estará em POSSÍVEL RISCO DE VIDA.
Em caso de suspeita de Cardiopatia
 Sintomas: ductodependente cautela na administração de
◊ Cianose central oxigenoterapia suplementar

◊ Polipneia
◊ Taquicardia
◊ Pulsos pediosos fracos
◊ Letargia
◊ Prostração
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◊ Prostração

 Rastreio da Cardiopatia Congénita:


◊ Recomendação nacional para todos os recém-nascidos;
◊ Avaliação da SpO2 nos membros superiores e inferiores
◊ Se suspeita: avaliar TA nos 4 membros

 Patologias sintomáticas mais comuns são ducto dependentes (a sobrevivência depende da manutenção do
Canal Arterial patente)

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