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TRAUMA NA GESTANTE TRAUMA PEDIÁTRICO

Durante o primeiro trimestre o feto está protegido pela pelve, O trauma continua sendo a causa mais comum de morte e de
porém há maior risco de abortamento. incapacitação na infância.
12s: O útero torna-se intra-abdominal • Na infância, a mortalidade por trauma é maior do que a
20s: Cicatriz umbilical mortalidade por todas as demais causas juntas
34 – 36s: Rebordo costal • Os mecanismos de trauma estão relacionados tanto com a
38 – 40s: A cabeça encaixa-se na bacia idade quanto com o estágio de desenvolvimento
1o TRIMESTRE • As alterações neurológicas e respiratórias excedem
Útero intrapélvico e de parede espessa • Feto protegido de amplamente as alterações hemodinâmicas Na prática o dedo mínimo da criança será a referência para o
trauma direto Quais são causas mais frequentes de trauma na criança? tamanho do tubo.
Riscos: Abortamento e Isoimunização • Trauma associado a veículos a motor (+morbimortalidade);
2o TRIMESTRE Afogamento; Incêndio; Homicídios; Quedas (+comum)
• Útero extrapélvico
 CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS E IMPLICAÇÕES 

• Grande volume de líquido amniótico → é um fator de proteção Língua maior, mandíbula menor e VA +curta, +estreita e em forma
Riscos: Descolamento prematuro de placenta; Embolia de líquido de funil, com anteriorização da laringe.
amniótico; Isoimunização
 Coxim debaixo do tronco pelo occipício proeminente
3o TRIMESTRE
 Cabeça maior, crânio +mole; fontanela abertas; epífises de cresc
• Útero de parede fina
 abertas; esqueleto cartilaginoso flexível.
• Deslocamento das vísceras abdominais maternas Paciente pode ter uma lesão grave sem apresentar fratura

• Compressão da veia cava inferior (hipotensão) → COLOCAR A lesão de alto impacto em tórax sem fratura com pulmão branco, Um dos acessos alternativos utilizados é o intraósseo:
DECÚBITO LATERAL ESQUERDO (colocar coxim lateral D) gg é CONTUSÃO PULMONAR. • Tuberosidade anterior da tíbia
pode ser feita a mobilização manual do útero para esquerda. Ou COLUNA CERVICAL • 1,5cm, 2 dedos pra baixo e mais medial
ainda, se tiver em prancha rígida, pode girar a gestante em bloco • Ligamentos espinhais flexíveis • É onde se insere o cateter

uns 15 graus para esquerda • Encunhamento anterior das vértebras Se estiver no local certo, o soro/medicação irá descer.
Riscos: Fratura de bacia c/ hemorragia materna e lesão direta do • Facetas articulares planas
feto; DPP; Embolia de líquido amniótico; Isoimunização • Momento angular
• Pseudosubluxação (se a criança sem o coxim)
ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS NA GRAVIDEZ • LMSAR (lesão medular sem alteração radiológica)
Aumento TORÁX
• Ventilação por minuto • Parede torácica mole, flexível: + assoc à contusão pulmonar
• Frequência e débito cardíaco • Alinhamento horizontal das costelas, mm intercostais fracos
• Volume sanguíneo • Fraturas de costelas indicam força significativa
A radiação é cumulativa!
• Ritmo de filtração glomerular • Pneumotórax hipertensivo mais provavelmente devido à
TRATAMENTO: MEDIDAS AUXILIARES
• Tempo de esvaziamento gástrico (CUIDADO ao passar mobilidade do mediastino
TC; FAST; TUBOS
SNG na gestante)
Diminuição: ABDOME
LESÕES POR ABUSO
• pCO2 • Parede muscular mais mole e mais fina; Fígado e baço +baixos
Como reconhecer as lesões por maus-tratos?
• Hematócrito (anemia fisiológica da gravidez) • Na criança menor, a bexiga é um órgão intrabdominal, depois
Dicas da História
se torna extraperitoneal
•Discrepâncias; Demora para procurar atendimento médico

Quais as diferenças fisiológicas que têm impacto no tx?
•Lesões repetitivas, de evoluções diferentes (datas diferentes)

Quando a mãe perde sangue, • Sinais vitais variáveis com a idade
•Respostas inapropriadas; Negligência com a parte médica

ocorre sofrimento fetal, antes • Menor volume de sangue (70-80 mL/kg)
•Mecanismo de trauma incompatível com o estágio de
mesmo de haver alteração nos • Menor capacidade funcional residual
desenvolvimento da criança

sinais vitais maternos. • Resposta compensatória vigorosa
Dicas do Exame Físico

• Piora abrupta
• Escoriações em vários estágios

• Tônus vagal aumentado 

• Hematoma subdural bilateral

• Hemorragias de retina

Tempo máx mãe em choque (sofrimento) q permite cesária = 5'
• Fratura(s) de fêmur

COMO AVALIAR E TRATAR DOS DOIS DOENTES?
• Fratura(s) de costela(s)

• Avaliação primária / reanimação da mãe
• Queimaduras não habituais por escaldadura/contato
• Avaliação do feto
PREVENÇÃO DO TRAUMA

• Avaliação secundária da mãe
Os ABCDEs da prevenção
• Tratamento definitivo da mãe e do feto
Analyze: Build: Communicate: Develop: Evaluate:
• As mães Rh-negativas devem receber imunoglobulina (a
Analisar os dados de trauma

menos que a lesão seja longe do útero)
Buscar aliados locais

• Consultar precocemente o obstetra
REPOSIÇÃO VOLÊMICA Comunicar o problema → ASSISTENTE SOCIAL
• CUIDADO com a drenagem torácica → o diafragma da
• Solução isotônica, 20 mL/kg Desenvolver atividades de prevenção

gestante pode subir até o 4oEIC → vísceras deslocadas
• Se ainda for necessária reposição volêmica após dois bolus de Avaliar as intervenções feitas
cristaloide, fazer transfusão sanguínea 

• Utilizar precocemente plasma e plaquetas
• Se nas 1as 4h o sangramento for > ½ da volemia da criança, a
reposição deve ser feita com concentrado de hemácias e com
a utilização precoce de plasma e de plaquetas
• A hipotensão permissiva é uma opção na criança sem lesão
cerebral traumática
• A manutenção após a reanimação volêmica deve seguir a
Dor uterina, cólica, abdome não palpável → indicações de lesão regra 4:2:1
fetal → CHAMAR OBSTETRA
 o 4 mL/kg, para os primeiros 10 kg
Grávida em acid de carro → mandar p/ PRONTO SOCORRO! o 2 mL/kg, entre 10 e 20 kg

A prioridade é salvar a mãe, tratar a mãe! o 1 mL/kg, acima dos 20 kg
FRATURA PÉLVICA NÃO É INDICAÇÃO ABSOLUTA DE
CESÁRIA (depende do grau da fratura, alinhamento da fratura,
estabilidade...)
PELVE INSTÁVEL É INDICAÇÃO ABSOLUTA DE CESÁRIA
VIOLÊNCIA CONJUGAL = NOTIFICAÇÃO OBRIGATÓRIA.
• Causa significativa de trauma, qualquer que seja o grupo
étnico, as influências culturais ou o nível socioeconômico
• Pode levar à morte ou invalidez
• Padrões e sinais similares ao abuso infantil
• Não são só as mulheres que estão em risc
• Alto risco na gestação
INDICADORES FC alterada em crianças → BUSCAR SANGRAMENTO!

• Lesões inconsistentes com a história Pela FC e EF dá p/ ter ideia do qnt de sangue a criança perdeu.
• Diminuição da autoestima, depressão TERMORREGULAÇÃO
• Automutilação, tentativas de suicídio • Maior superfície corpórea em relação ao peso
• Consultas frequentes em pronto-socorro • Pele mais fina → faz hipotermia mais precocemente
• Sintomas sugestivos de uso de drogas • Menor isolamento pelo tecido subcutâneo

• Culpa-se a si mesma pelas lesões Sempre prevenir hipotermia! → não espera chegar na letra E!
• Parceiro insiste em estar presente na consulta

Se reanimar o bebê há risco de barotrauma → sempre pedir RX


depois!
LESÕES TÉRMICAS TRAUMA GERIÁTRICO
Fazer a id e o tx das lesões mecânicas assoc e a manutenção da TRAUMA MUSCULOESQUELÉTICO O uso de medicações pode mascarar o real estado do paciente. 

normalidade hemodinâmica através da reposição volêmica. Fraturas de fêmur e pelve: choque. Quais são as características peculiares do trauma geriátrico?
Sempre excluir traumas associados.
 Gg, onde essas serão visualizadas? No C do ABCDE do trauma. • Alterações na anatomia e na fisiologia relacionadas com a idade
Pp tratamento das queimaduras é a REPOSIÇÃO VOLÊMICA. Qual o impacto do TME na avaliação primária? • Doenças e comorbidades preexistentes

Se o paciente apresentar expectoração carbonácea, já é Sangramento externo; Perda oculta de sangue; fratura de ossos • Medicações

indicativo de VA DEFINITIVA. longos (fêmur: pode sangrar de 1,5-2L) • Possibilidade de maus-tratos
Qual a volemia normal de um paciente? 7% do peso corpóreo.
Estar atento à Síndrome Compartimental
Quais são as prioridades e os princípios do tratamento?

Durante a avaliação primária:
• PARAR o sangramento (compressão – torniquete)
• IMOBILIZAR a extremidade
• Qnd fazer torniquete? Qnd se opta pela vida do pct dps do

 insucesso de outras condutas (compressão, alinhamento de fraturas)
1o grau: eritema Por que imobilizar?
2o grau: superficial (derme papilar, base rósea) ou profunda (base • Parar a perda de sangue e prevenir a piora da lesão
branca) • Pode restaurar ou manter a perfusão sanguínea
3o grau: espessura total. escara • Aliviar a dor: Import durante a avaliação; N demore p/ imobilizar %
Via Aérea e Ventilação AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA IDOSO TEM +RISCO DE FAZER HEMATOMA SUBDURAL pela
• Lembrar da possibilidade de lesão por inalação Quando suspeitar de comprometimento neurológico nesses ↓massa encefálica. O t de compensação cerebral do idoso
• Estabelecer e manter a via aérea pérvia e considerar a doentes? também é ↑, pode demorar +tempo p/ apresentar compressão do
possibilidade de intubação traqueal precoce Sintomas: Dor; Parestesias; Adormecimentos/formigamentos parênquima encefálico, ↑PIC e herniação.
• Oxigenar e ventilar (forneca O2 100% p/ deslocar o equil e OBSERVAR: Deformidades; Ferimentos PRINCIPAIS CAUSAS DE TRAUMA NO IDOSO
diminuir o tempo de lig do CO) ESCUTAR: Doppler; Frêmito (pp em lesões vasculares) • Quedas; Álcool; Queimaduras; Atropelamento; Colisão de carro
• Gasometria arterial e dosagem de CO SENTIR: Crepitação; Flaps de pele; Déficit neurológico; Pulso; ABCDE: As prioridades são as mesmas. A diminuição da reserva
Como identificar a lesão por inalação? Hipersensibilidade exige intubação precoce
• Rouquidão e estridor (intube) Informações importantes Fatores que afetam o manejo da via aérea

• Hipóxia Estado pré-trauma e fatores predisponentes (Medicamentos) • Dentição (dentaduras)
• Inflamação de orofaringe Mecanismo de trauma • Fragilidade da mucosa nasofaríngea

• História de ter ficado em espaço fechado Tempo decorrido após o trauma
 • Artrite cervical → não consegue fazer extensão cervical para
• Expectoração carbonácea Fatores associados (ambiente, por exemplo) intubação → nesses casos, fazer VA cirúrgica

• Carboxi-hemoglobina (COHb) > 10% Observações e atendimento pré-hospitalar PROBLEMAS PECULIARES DA RESPIRAÇÃO
• Chamuscamento de cabelo, sobrancelhas e cílios • ↓reserva respiratória
PREOCUPAÇÕES INICIAIS • Uso de oxigênio suplementar; DPOC
Manter a Perfusão Orgânica
• Comprometimento vascular; Fraturas expostas; Síndrome • Lesões torácicas mal toleradas
• Acesso venoso adequado (mesmo queimado) Compartimental (trauma fechado) • Lesões torácicas “leves” com efeitos significativos
• Monitorar os sinais vitais Quando suspeitar de uma Síndrome Compartimental?
• DU a cada h: Adulto: 0,5–1,0mL/kg/h. Criança: 1-2mL/kg/h Dor incompatível com o quadro clínico e que não alivia com PROBLEMAS PECULIARES DA CIRCULAÇÃO

Cuidado com o edema, q pode fazer perder o acesso venoso medicações. Tratamento = fasciotomia • ↓função e da reserva cardiovascular

COMPROMETIMENTO VASCULAR • Administração cautelosa de volume: ↑PA, ↓FC e perda da
Reduzir fraturas e Imobilizar; Doppler: Índice tornozelo/braquial função renal com a idade. Hipotensão permissiva

(>0,9 grande suspeita de lesão vascular). Consultar o cirurgião 
 • Anticoagulantes e outras medicações

FRATURAS EXPOSTAS 
 • Efeitos farmacológicos: Efeitos das catecolaminas e arritmias
Imobilização apropriada; Lavagem/debridamento (agora ou assim PROBLEMAS PECULIARES NEUROLÓGICOS
que possível); Considerar o fator TEMPO; Consultar ortopedista
 • Hematomas subdurais agudos e crônicos
Antibiótico/profilaxia contra tétano 
 • Alteração do sensório secundária a atrofia cerebral,
TCE isolado não faz choque no paciente. 
 hipoperfusão ou medicações
Radiografias QUAIS? 
 • Osteoartrite de coluna, que leva a lesões frequentes de coluna
Toda a região suspeita; Uma articulação acima e uma abaixo e de medula
Tórax e pelve AP, sempre
 PROBLEMAS PECULIARES DA EXPOSIÇÃO 

QUANDO? Doente hemodinamicamente estável 
 • Alteração da termorregulação

Quando esperar para fazer radiografias? • Aumento da sensibilidade à hipotermia

• Lesões com risco de vida têm prioridade • Aumento do risco de infecção

• Se as radiografias forem atrasar a transferência do doente • Falta de imunização antitetânica
Quais lesões podem causar síndrome compartimental? PROBLEMAS MUSCULOESQUELÉTICOS PECULIARES
• Fraturas de tíbia e antebraço • Causa mais frequente de morbidade (FRATURA DE FÊMUR)
• Lesões vasculares e ósseas • Susceptibilidade a determinadas fraturas
• Imobilização com curativo ou gesso muito apertados • Osteoporose

• Lesões por queimadura ou esmagamento • Deformidades preexistentes complicam a avaliação
• A imobilidade pode levar a complicações (Úlcera de pressão;
Como reconhecer a síndrome compartimental? Embolia pulmonar; Sarcopenia)
Dor: Desproporcional à lesão aparente; Estiramento passivo Que considerações especiais devem ser feitas a respeito do
Compartimento tenso
 tratamento do idoso traumatizado?

Qual a vel e que tipo de fluido deve ser administrado? Assimetria
 • Medicamentos: AAS afeta cascata de coagulação
• 2-4 mL de Ringer lactato aquecido × P(kg) × % área queimada Parestesia
 • Abuso do idoso (maus-tratos)
(no inteiro; por exemplo: 40, não 0,4) nas primeiras 24 horas Pressão tecidual > 35-45mmHg • Decisões no final da vida (diretivas antecipadas de vontade)
• Administrar 1⁄2 do volume calculado nas 1as 8 horas Dx clínico e não é necessário esperar haver ausência de pulso p/ DROGAS QUE AFETAM A REANIMAÇÃO

• Administrar o resto nas próximas 16h fazer a fasciotomia. • Betabloqueadores; Anti-hipertensivos; AINHs; Anticoagulantes;
• Monitorar o débito urinário O ideal é aferir a P compartimental, mas tendo uma história Corticosteroides; Diuréticos; Hipoglicemiantes (pct c/ hipoglicemia
Cuidado c/ queimaduras circunferenciais: sínd compartimental clínica compatível com a síndrome, já se deve tratar parece estar morto - peça dextro); Psicotrópicos

Outras Informações: História AMPLA; Tétano
 Fator +importante que altera a coagulação = HIPOTERMIA RECONHECIMENTO DO ABUSO NO IDOSO
Outras Medidas: Exames de sangue e rx tórax; Sonda gástrica; • Alto índice de suspeita
Analgesia – narcóticos EV; cuidados locais c/ a queimadura; • Padrões de lesão
Documentação 
 • Múltiplas formas: Agressão física; Abuso sexual; Negligência;
Queimaduras Químicas: (por base pior) Lavar com grande qtd Abuso psicológico; Exploração financeira; Violação de direitos
de água por 20-30'. No caso de pó, escovar antes de lavar 
 Estratégia frente a maus tratos: Não questionar na presença de
Queimaduras Elétricas: Lesão de fáscia e de músculo; pode possível agressor. Na suspeita de maus-tratos, retirar o doente do
poupar a pele acima ambiente de risco
Mioglobinúria: ↑reposição volêmica (sonda te dá o parâmetro) %
Manter perfusão adequada 

Quem deve ser transferido para Centro de Queimados?
Queimaduras de Espessura Parcial ou Total (2o e 3o grau)
• > 10% ASC (área da superfície corpórea)
• Queimadura de qualquer tam que afete: Face; Olhos; Orelhas;
Mãos; Períneo; Pés; Pele sobre grandes articulações; Genitália
• Todas as queimaduras de espessura total (III grau)
• Queimaduras elétricas. Pelo<24h em observação
• Queimaduras químicas significativas
• Lesão por inalação
• Dç preexistentes que possam complicar o tx ou a recuperação
• Lesões associadas que possam necessitar de tx em Centro de
Trauma, antes da transferência para Centro de Queimados
Procedimentos de Transferência
• Contato com o médico do Centro de Queimados
• Transferir com Documentação / informação e Resultados dos
exames 


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