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Nilzete de Oliveira 1
Ludimila Pereira Roque 2
RESUMO
SUMMARY
This article aims to bring a critical reflection on the new challenges to the
profession of social work in order to objectify a conscious and efficient
practice that will provide qualified training. In this follow-up will be a study
on the academic supervision, and their actual contribution to the training of
the trainee and the need for dialogue between the three subjects involved
in this process: student / trainee, field supervisor, academic supervisor.
This study is a bibliographical character, being held from consultations
authors who address this subject and field experience in the period
between the years 2015/2016.
1 – INTRODUÇÃO
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Nilzete de Oliveira – Aluna da Universidade Veiga de Almeida – Curso Serviço Social – mat. 20121101131 – E-
mail: tianilzete@yahoo.com.br
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Ludmila Pereira Roque é assistente social da Secretaria da Mulher Adjunta da Secretaria de Assistência Social
de Cabo Frio, Mestre em Serviço Social e Especialista no atendimento a vítimas de Violência Doméstica, ambos
pela PUC/RJ. E-mail: ludproque@gmail.com
O presente artigo discute o tema estágio supervisionado na formação profissional
do/a Assistente Social, entendendo que o Estágio é um dos principais elementos da
formação profissional do discente e futuro profissional, nem sempre tratado com a devida
importância pelos profissionais em questão. Entendendo que a concepção e participação
que o/a estudante vivencia através da dimensão investigativa e interventiva da profissão
quando realiza essa atividade, evidenciando a importância da supervisão de campo e
acadêmica nesse processo para assim levar a reflexão, e análise crítica das condições
objetivas e subjetivas que permeiam o trabalho profissional.
Este trabalho está fundamentado nos históricos da profissão do Serviço Social
enfatizando o processo de formação profissional na contemporaneidade, para tanto
devemos conhecer as leis, resoluções entre outros que regem a profissão do Serviço Social
e o estágio supervisionado tendo como referência a Lei 8.662/1993, que regulamenta a
profissão; o Código de Ética Profissional de 1993, com seus onze princípios indicam o rumo
ético-político a ser seguido pela categoria profissional, assim como os conhecimentos a
serem buscados; a Resolução CFESS/CRESS nº 533/2008, que regulamenta a Supervisão
Direta de Estágio em Serviço Social e a PNE – Política Nacional de Estágio instituída pela
ABEPSS no ano de 2010. Para o alcance do objetivo desse artigo, utilizou-se a pesquisa
bibliográfica e de estágio supervisionado, o qual estive no período de 2015 a 2016 nas
instituições,, CEAM – Centro Especializado no Atendimento a Mulher e CREAS - Centro de
Referência Especializado de Assistência Social, no Município de Cabo Frio/RJ.
O profissional de Serviço Social tem sua gênese profissional na atuação direta com
a realidade da sociedade capitalista contemporâneas, para atender as demandas das
expressões da questão social, que surge na vida do trabalhador assalariado, então estes
profissionais atenuam as desigualdades sociais, através de mediações, em busca do bem
comum aos cidadãos, conforme está previsto nos Princípios Fundamentais do Código de
Ética do/a Assistente Social, conforme o elucidado nos capítulos V e X do CFESS 2012: V.
Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de
acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua
gestão democrática. X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população
e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; (CFESS,
2012, págs. 23-24).
Em estágio pode ser observado que o profissional tem como formação um conjunto
de experiências que incluem a transmissão de conhecimentos pela Universidade, e a
possibilidade de oferecer ao/a aluno/a, quando então estes poderão ter contato direto com a
prática profissional, bem como questionar sobre seus conhecimentos, habilidades, valores,
pesquisas, debates, etc., nos levando a elaborar críticas criativas na área profissional, que é
essencial para a formação do aluno/a de Serviço Social, proporcionando um caráter
dinâmico e criativo, que virá a possibilitar a incorporação de novos conhecimentos, conforme
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Buriolla diz sobre os profissionais: “eles devem se dar no decorrer da formação profissional
do aluno e de forma integrada ao conteúdo programático do curso, onde a aprendizagem
que propicia deve ser resultante da vivência cumulativa e refletida da prática, levando a
recriá-la, a dar continuidade ao desenvolvimento da profissão, atendendo às necessidades
de hoje” (BURIOLLA, 2003, p. 16).
A realidade contemporânea nos leva a entender que o estágio supervisionado é o
foco de uma prática profissional de qualidade e necessário, e para se alcançar essa práxis é
preciso ter uma aproximação com as demandas que surgem no cotidiano da vida do
trabalhador assalariado, sendo assim contempla-se a importância do estagio supervisionado
em instituições como CEAM – Centro Especializado no Atendimento a Mulher e CREAS -
Centro de Referência Especializado de Assistência Social, que abrem campo para a
atuação do profissional de serviço social através de uma equipe interdisciplinar (assistente
social, psicóloga e advogada), visando acolher, atender, apoiar e orientar os/as usuários/as.
O objetivo central do CEAM é prestar atendimento psicossocial e jurídico a
mulheres em situação de violência e discriminação de gênero, criando ações junto a elas às
mulheres, para a superação da situação de violência vivenciada e o resgate de seus direitos
de cidadania, fomentando a discussão sobre as relações de gênero e a questão da violência
doméstica contra a mulher. Sendo que o mesmo se caracteriza como núcleo de estágio
privilegiado para a formação profissional de novas gerações de assistentes sociais, através
de pesquisas e produções acadêmicas, devido a primordial importância que é dada ao
estágio para a formação do/a assistente social pelas profissionais que lá estão inseridas.
Neste contexto o/a aluno/a pode contemplar a capacidade que as experiências
práticas vividas no campo de estágio podem ser úteis em sua formação, sendo este
intensificado pelo específico diferencial, que envolve temáticas voltadas aos direitos
humanos das mulheres e relações de gênero, patriarcalismo, violência domestica e violência
contra a mulher, este diferencial têm a acrescentar um vasto conhecimento na estrutura do
conhecimento teórico/pratico aluno/a acadêmico/a.
A supervisão em Serviço Social aparece como uma atribuição profissional desde a primeira
versão da lei de regulamentação da profissão, que data de 1952, sendo aprovada em 1957.
Não obstante, tem sido frequente na categoria profissional a observação da ausência do
tema supervisão no debate e na produção bibliográfica, especialmente, a partir dos anos de
1980, década na qual Iamamoto reconhece como a maioridade intelectual do Serviço Social
brasileiro. (Yolanda Guerra, 2002, p. 2).
Voltando um pouco na história por volta da década de 1965, vemos que as práticas
e a metodologia dos cursos de Serviço Social, foram alvo de críticas e recusa, envolvendo
toda a categoria profissional composta por profissionais em exercício, inativos, profissionais
recém-formados, discentes, docentes, coordenação, que reivindicavam respostas pelo fato
respaldarem as conflituosas expressões da questão social emergentes da conjuntura
ditatorial instaurada no país naquele momento. Já na década de 1970 o objetivo era de
aproximar o discente da realidade profissional, possibilitando a aplicação dos
conhecimentos teóricos das disciplinas do currículo e, ao mesmo tempo permitir que as
instituições avaliassem seus métodos de ensino, se eram apropriados com a realidade da
época.
Ainda nesta década de 1970, o Serviço Social no Brasil tem uma aproximação com
as ideias marxistas, focadas no desenvolvimento do processo de renovação da profissão,
tendo como elemento principal o Método BH, que ocorreu por intermédio da Escola de
Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais.
Segundo afirmativa de Lewgoy (2010), diferentemente do currículo mínimo de 1970,
que pouco demonstrou e pronunciou sobre a necessidade e pertinência da integração do
processo de estágio na formação acadêmica, o documento revisado datado de 1982 supera
essa debilidade ao atribuir “às instituições de ensino o compromisso, a tarefa de se
pronunciarem, respaldadas no que fora instituído pelo Decreto – Lei 87.497, que dispõe
sobre o estágio de estudantes de ensino superior” (Lewgoy, 2010, P.100).
Adentrando na década de 80, aconteceram vários debates e seminários realizados
por entidades representativas da categoria, como o CFESS, CRESS, ABEPSS e ENESSO
após estes eventos uma nova proposta curricular foi elaborada e sugerida para os cursos de
Serviço Social, resultando em revisão do currículo mínimo no ano de 1982, onde a tríade
metodológica Serviço Social de caso, grupo e comunidade foi substituída pela disciplina
fundamentos teóricos e metodológicos do Serviço Social, sendo assim a disciplina “estágio”
passou a ser considerada uma disciplina vinculada a prática profissional, acontecendo então
alterações significativas no âmbito da formação profissional e um desmonte das estruturas,
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passando o estágio a ser pensado e visualizado numa perspectiva de totalidade, envolvendo
a reflexão sobre a teoria e a prática.
Já na década de 90, ocorrem mudanças nos diversos campos da vida social, entre
os quais a educação, que exigiram mudanças na formação do campo educacional. Foi
elaborada uma nova Lei de Diretrizes e Bases para a Educação de nº 9394 de 1996, no
sentido de se adequar às exigências contemporâneas. Com isso, também em 1996, a
ABEPSS viu a necessidade de fazer uma revisão do Currículo Mínimo para o curso de
Serviço Social, com vistas às mudanças capitalistas da sociedade, que recaíram sobre a
profissão. Sendo assim, o estágio, a partir das Diretrizes Curriculares de 1996, passou a ser
parte integrante e obrigatória do processo de formação profissional, sendo este
regulamentado através da Resolução nº 533/2008 do CEFSS:
Que a atividade de supervisão direta do estágio em Serviço Social constitui momento ímpar
no processo ensino-aprendizagem, pois se configura como elemento síntese na relação
teoria-prática, na articulação entre pesquisa e intervenção profissional e que se
consubstancia como exercício teórico-prático, mediante a inserção do aluno nos diferentes
espaços ocupacionais das esferas públicas e privadas, com vistas à formação profissional,
conhecimento da realidade institucional, problematização teórico-metodológica. (CFESS,
2008, p. 02).
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os direitos sociais são minimizados e fragmentados, para tanto devemos ter um olhar crítico,
com um posicionamento que vise dar respostas às demandas sociais impostas decorrentes
da pressão neoliberal e do capitalismo operante. O estágio supervisionado como campo de
atuação abriu o nosso entendimento, quanto à realidade que iremos enfrentar, após nos
formarmos como assistentes sociais e fomos fortalecidas com as experiências vividas na
pratica, correlacionadas à teoria adquirida academicamente.
Ao ler Buriolla (2001) pode ser entendida a importância do professor acadêmico,
supervisor de campo e supervisor acadêmico, que contribuem para “direcionar” o novo
profissional “O estágio é o lócus onde a identidade profissional do aluno é gerada,
construída e referida; volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e
crítica e, por isso, deve ser planejado gradativamente e sistematicamente”. (BURRIOLLA,
2001, p.13). Sendo assim estes novos profissionais devem ter uma postura ética e
compromissada com o desenvolvimento, buscando a emancipação dos mesmos,
trabalhando de forma que possam trazer o resgate de sua cidadania enquanto sujeitos de
direito, rompendo com a visão do assistente social burocrático, conservador e
assistencialista.
Ao realizar a pesquisa em estágio foi possível observar que é essencial na
formação do acadêmico, são momentos importantes, específicos de aprendizagem e fica
marcada a experiência absorvida, desenvolvendo uma reflexão sobre a ação profissional,
sendo possível desenvolver uma visão crítica da dinâmica das relações existentes na
instituição, sempre contando com o apoio da supervisão como processo dinâmico e criativo.
Em momentos de frustração, desmotivação e de decepção no primeiro contato
acadêmico com a realidade da prática profissional, que a presença da supervisora de campo
foi de primordial importância, pois guiou-nos com a sua experiência e conhecimento, usando
os instrumentos que dispunha para a realização das ações técnicas que se faziam
necessárias no momento, de forma que nos levou a não desistir da carreira e sim seguir em
frente com capacitação necessária a dar seguimento à profissão do Serviço Social como
assistente social, preparando-nos para uma formação profissional com base nos princípios
éticos da profissão, estimulando-nos a sermos críticos, com autonomia e competência para
exerceremos a profissão como mediadores sociais.
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envolvidos na realização do estágio supervisionado, sendo assim à inserção e
encaminhamento do aluno/a ao campo de estágio, é de responsabilidade das instituições de
ensino e seus respectivos representantes, conforme estabelece a Resolução 533/2008 em
seu artigo 1º: As Unidades de Ensino, por meio dos coordenadores de curso, coordenadores
de estágio, obrigatório e não obrigatório, em conformidade com a exigência determinada
pelo artigo 14 da Lei 8662/1993, terá prazo de 30 (trinta) dias, a partir do início de cada
semestre letivo, para encaminhar aos Conselhos Regionais de Serviço Social de sua
jurisdição, comunicação formal e escrita, indicando conforme (CFESS, 2008, Art. 1º):
1)- Observar e zelar pelo cumprimento dos preceitos ético-legais da profissão easnormas
da instituição campo de estágio;
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4)- Agir com competência técnica e política nas atividades desenvolvidas no processo
derealização do estágio supervisionado, requisitando apoio aos supervisores, de campoe
acadêmico, frente a um processo decisório ou atuação que transcenda suaspossibilidades;
e outras. (ABEPSS, 2010, p. 23-24).
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2)- Orientar os(as) estagiários(as) na elaboração do Plano de Estágio, conjuntamente com
os(as) supervisores de campo, de acordo com os objetivos acadêmicos, em consonância
com o projeto pedagógico e com as demandas específicas do campo deestágio;
5)- Receber, ler, manter sigilo e observar criticamente as sínteses profissionais construídas
pelos(as) estagiários(as), conduzindo a supervisão embasada em pressupostos teóricos,
ético, políticos, técnico-operativos que contribuam com a formação integral;
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Nesta pesquisa bibliográfica e vivenciada em campo de estágio, foi possível
identificar as principais contribuições que o estágio supervisionado traz para os alunos/as,
bem como qualificar a formação profissional, em parceira com os/as supervisores/as
acadêmicos/as e de campo, quando o horizonte está voltado para a prática social, no
sentido de superação das condições de desigualdade e injustiça social, tão presentes na
nossa matéria prima a questão social, vindo a defender intransigentemente os direitos
humanos. Busca-se verificar se o estágio supervisionado contribui de forma positiva, para
que o/a acadêmico/a possa estabelecer a relação teórica com a atuação prática,
possibilitando uma real interlocução à discussão e elaboração de conceitos no processo da
formação profissional.
O estágio supervisionado é um campo de treinamento e vivência prática onde a
parte teórica e colocada em prática no campo de estágio, sendo um espaço de aprendizado
não somente para o/a estagiário/a, como também para o/a supervisor/a acadêmico/a, devido
às disciplinas que vão se atualizando, e já que a supervisão do estagio pode ser entendido
como um processo de ensino aprendizagem, onde leques de atividades e de aprendizagem
profissional se manifestam, para o/a estagiário/a e para o/a supervisor/a de campo.
Compreendemos que a “História do Serviço Social” vai sendo criada a partir do
compartilhamento profissional, da dependência e a conexão e amizade constituída entre o
relacionamento supervisor/a de campo, o/a supervisionado/a e supervisor/a acadêmico/a, o
crescimento acontece a cada dia com a influência mutua em aprendizado, pois o/a
supervisor/a tem a prática adquirida ao longo dos anos para passar ao/a supervisionado/a,
por outro lado o/a estagiário/a traz em seu arcabouço teórico, novos dados, conceitos que
irão enriquecer o conhecimento do/a supervisor/a, com a troca de informações.
Os/as profissionais e os estagiários/as dividem os acertos, as dificuldades,
contradições, criam dependência, surge o autoritarismo, a competição, e cria-se um vinculo
de amizade, permitindo ao/a supervisor/a acumular contextos novos enriquecendo seu
saber, ao executar sua função, reunindo características em uma relação de debate que na
visão de Toledo vem clarificar uma relação onde às idéias podem ser discutidas e expostas,
as posições diferentes e até mesmo contrárias são admitidas, onde acontece a troca de
experiência, já na “relação do saber” se faz necessário que o supervisor tenha um maior
conhecimento teórico metodológico que abranja a cultura geral, bem como experiências
acumuladas em sua trajetória profissional, um saber que deve ser agrupado, explorado e
trocado, no processo da supervisão.
Enfim, a “relação do debate” e a “relação do saber” devem possuir estratégias
construtivas e educacionais, que o/a supervisor/a e supervisionado/a poderão usar como
instrumentos no momento de atuação no seu ambiente de trabalho e supervisão, incluindo a
reflexão, a crítica e a própria ação dos/as profissionais, porém as diferenças podem surgir
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no individual ou profissional, mas a amizade, o respeito, o diálogo e a cooperação entre eles
devem permanecer para o crescimento da profissão e do profissional.
REFERÊNCIAS
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Todas as pesquisas bibliográficas e de campo foram compreendidas entre os meses de Abril a Junho de 2016.
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