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UNIVERSIDADE MANDUME YA NDEMUFAYO

FACULDADE DE MEDICINA
4ºano

INTRODUÇAO A NEONATOLOGIA E
SEMIOLOGIA NEONATAL

Por Adelino Lisimo Alex, MD


Hospital Pediatrico Pioneiro Zeca/Lubango
Objetivos
 Propiciar formação básica em neonatologia

 Assistência ao recém-nascido a termo normal

 Assistência ao recém-nascido de médio risco

 Conhecimento das doenças mais frequentes no


período neonatal
Introdução a neonatologia
• Disciplina dedicada ao estudo do Recém-
nascido(nascimento-28dias de vida)
• O período neonatal é de extrema
vulnerabilidade para a criança, que está
completando os muitos ajustes fisiológicos
necessários para a existência extra-útero.
• As elevadas taxas de morbidade e mortalidade
atestam a fragilidade da vida neste período
• A transição da vida intra-útero para a extra-
útero exige muitas adaptações bioquímicas e
fisiológicas
Introdução
• O RN não depende mais da circulação materna por
via placentária, sua função pulmonar é ativada
para a autossuficiência das trocas de O2 de CO2.
• O RN torna-se também dependente da função de
seu sistema digestivo para a absorpção de
alimentos, da função renal para excreção e
manutenção da homeostase química, da função
hepática para a neutralização e excreção de
substancias tóxicas e da função do sistema
imunológico para a proteção contra infecções.
Introduçao

• Adaptação dos sistemas cardiovascular e


endócrino à autossuficiência funcional
• Muitos problemas específicos do RN estão
relacionados a uma adaptação inadequada
causada por asfixia, prematuridade, anomalias
congénitas .
I. Anamnese
 
A)IDENTIFICAÇÃO DO RN
Nome da mãe, instrução, estado civil, residência, (Tribu)
 
B)ANTECEDENTES FAMILIARES
 
• Familiares
Doenças geneticamente transmissíveis e infecto-contagiosas ativas.

• Mãe
Condições de saúde da mãe (diabetes, doenças infecciosas,
hipertensão arterial, nefropatias, cardiopatias, distúrbios
metabólicos, neurológicos e uso de drogas endovenosas.)
Anamnese
C)HISTÓRIA GESTACIONAL
 
• Antecedentes Obstétricos
Enumerar o número de gestações e abortos, tipo de
parto, número de natimortos e nascidos vivos com peso
menor de 2.500g.
•  Gestação Atual
- Data da última menstruação (DUM);
- Idade gestacional;
- Início, término e número de CPN, vacina anti-tetânica,
grupo sanguíneo, fator Rh, sorologias, fumo e número de
cigarros por dia. Ocorrências durante a gestação
Anamnese
 
• Trabalho de Parto
 Ocorrências: alterações da frequência cardíaca,
eliminação de mecônio, tempo de rotura de
membranas, tipo de medicação administrada;
 Tipo de parto: eutócico, distócico, cesáreo.
 Apresentação: cefálica, pélvica, podálica e face.
 Data e hora do nascimento.
 Nível de atenção: primária, secundária e terciária.
Tipo de profissional que atende ao parto e ao recém-
nascido.
Anamnese
 Sala de parto
 
• Recém-Nascido
Sexo, índice de APGAR 1° e 5° minutos. Reanimação:
administração de oxigênio sob máscara, intubação, exame
físico sumário. Colocação de nitrato de prata 1% (credê) sim
ou não.
•  Cordão Umbilical
Ligadura precoce: praticada imediatamente; tardia: após
um minuto ou quando cessarem os batimentos. Número de
artérias e anomalias (hemangiomas, no verdadeiro, circular).
• Líquido Amniótico
Aspecto (claro, meconial, sanguinolento), odor e
quantidade.
II. Exame Físico

O primeiro exame físico do recém-nascido tem como


objetivo:
 Detectar a presença de malformações congénitas, a
presença de sinais de infeção e distúrbios
metabólicos;.
 Avaliar a capacidade de adaptação do recém-nascido
à vida extra-uterina.

O exame físico deve ser realizado com a criança


despida, mas em condições técnicas satisfatórias.
Exame geral
 
• Providenciar iluminação e aquecimento adequados.
Inspecionar cuidadosamente o RN, avaliando: estado geral,
estado de hidratação, estado de consciência, fácies, atitude
espontânea, reatividade, postura, malformações grosseiras
e choro.
• Atenção especial para o padrão respiratório: ritmo,
profundidade, utilização de músculos acessórios (tiragens),
batimento de asa de nariz (BAN), sons emitidos (gemidos).
• Aferir os sinais vitais(T, FC, FR e PA)
• Estas características são variáveis, próprias para cada tipo
de recém-nascido, termo, prematuro e pequeno para a
idade gestacional.
1. Pele

Sempre que possível realizar o exame da pele sob luz natural.


Observar:
 
• Coloração
Os recém-nascidos de cor branca são rosados e os de cor preta tendem para o
avermelhado.
• Palidez
Sugere geralmente a existência de uma anemia, asfixia, choque ou edema.
A divisão do corpo em uma metade pálida e outra vermelha é conhecida como
discromia de arlequim, uma condição transitória e inofensiva.
 
• Cianose
– Generalizada: Geralmente causada por problemas cardiorrespiratórios.
– Localizada: Cianose de extremidades (acrocianose) pode ser apenas originada por
relativa hipotermia;
• Vérnix caseoso – desaparece em horas
Pele
• Icterícia
cor amarelada da pele e mucosas  
• Eritema Tóxico
Erupções papulosas brancas e pequenas, ocasionalmente
vesicopustulosas com uma base eritematosa.
 
• Milium Sebáceo
Consiste em pequenos pontos branco-amarelados
localizados principalmente em asas de nariz
 
• Hemangioma Capilar
São frequentes, principalmente em fronte, nuca e pálpebra
superior. Desaparecem em alguns meses.
Pele
• Edema
Pode ser generalizado ou localizado  
• Lanugem
Pelos imaturos, finos e macios, frequentemente
recobre o couro cabeludo e a fronte e também
pode recobrir a face do prematuro. A lanugem
geralmente desaparece e é substituída por cabelos
no escalpo em RN a termo.
 
• Tufos de pele: sobre a espinha lombossacra
sugerem uma anomalia subjacente, como a
espinha bífida
2. Crânio
• Morfologia
Pode apresentar deformidades transitórias dependentes da
apresentação cefálica e do próprio parto. 
• Bossa Serossanguínea
ou caput succedaneum: coleção de líquido e sangue no
subcutâneo, não respeitam as linhas de sutura, de limites
imprecisos, cacifo positivo, e que involuem em dias.
• Cefalohematoma
Coleção sanguínea sub-periostal, de consistência
endurecida, delimitada pelas linhas de suturas cranianas,
que ocorrem após um parto traumático, e desaparece em
meses, de localização geralmente parietal.
Bossa Tocotraumatismo
Crânio
• Perímetro cefálico
Deverá ser tomado por fita métrica passando
pela protuberância occipital e pela região mais
proeminente da fronte. Investigar a presença de
macro ou microcefalia, e varia entre 32 e 36 cm
de circunferência.
• Fontanelas
O RN possui seis fontanelas, que são espaços
entre os ossos do crânio ocupados por
membrana.
PC
Microcefalia Macrocefalia
Crânio
2 delas são facilmente palpáveis:
 Bregmática ou anterior, situada na porção central e alta do crânio, de
formato losangular, medindo cerca de 2-3 cm (variação entre 1 e 5);
fecha-se, por aproximação dos ossos, em torno dos 18 meses de vida.
 Posterior ou lambdóide, situada na linha média posterior, de formato
triangular, medindo 0,5 cm; fecha-se aos 2 meses.

• Suturas
Após o parto, o afastamento das suturas pode estar diminuído
devido ao cavalgamento dos ossos do crânio, sem significado
patológico, e deve ser diferenciado da cranioestenose
(craniossinostose) que é a soldadura precoce de uma ou mais suturas
cranianas provocando deformações do crânio com hipertensão
intracraniana.
.
Crânio
Crânio
• Alterações Ósseas
Craniotabes - É uma zona de tábua óssea depressível,
com consistência diminuída comparada a de uma bola
de pingue-pongue, encontrado em recém-nascidos
normais. A sua persistência até três meses requer
investigação.
 
• Sopros intracranianos
Audíveis com o estetoscópio, são raros no RN,
geralmente associados a sinais de insuficiência
cardíaca.
Crânio
• Encefalocele
Tumoração sob a pele que representa a
exteriorização de tecido nervoso por defeitos
nas linhas de sutura dos ossos do crânio, com
dimensões variáveis. Mais comuns na região
occipital, e depois na região frontal e fossa
nasal.
3. Face

Observar simetria, aparência sindrômica,


implantação das orelhas, distância entre os
olhos (hiper ou hipotelorismo – aumento ou
diminuição da distância), tamanho do queixo
(micrognatia: diminuição da mandíbula
inferior que pode afetar a amamentação),
nariz e língua.
4. Olhos
• Abrir as pálpebras, observar pregas epicânticas,
verificar o reflexo pupilar e vermelho normal usando
oftalmoscópio, hemorragia subconjuntival,
estrabismo (frequente no RN), pupila branca
(catarata congênita, retinoblastoma), opacificação da
córnea (glaucoma congênito), secreção ocular: se
até 48 frequente até devido à credeização; após
considerar hipótese de infecção.
• Avaliar icterícia.
• Achatamento em da base nasal;
• Enoftalmia; depressão dos olhos (encovados).
• Exoftalmia: olhos salientes.
Hipertelorismo
5. Orelhas

Forma, tamanho, implantação (na mesma


linha dos olhos), testar reação a ruídos e
confirmar aplicação de testes preconizados
para identificar surdez neonatal; apêndices
pré-auriculares. Alterações na forma e
implantação da orelha se relacionam à
agenesia renal.
6. Nariz

Avaliar forma, tamanho, testar


permeabilidade obstruindo uma narina de
cada vez, canal nasolacrimal, secreção nasal
(se serossanguinolenta, pesquisar sífilis
congênita).
7. Boca
• Examinar coloração dos lábios e língua,
presença de fissura labial e fenda palatina
(visualização e palpação do palato duro),
dentes congênitos, rânula (tumoração cística
no assoalho da boca, sem indicação de
exerese imediata), pérolas de Epstein (pontos
brancos no palato), úvula bífida.
• A posição da mandíbula (retrognatia)
• O arqueamento do palato (ogival)
.
Micrognatia
8. Pescoço
• Pesquisar massas, fístulas, mobilidade, excesso de pele.
 
• Torcicolo congênito: contratura do músculo esternocleidomastóideo
na segunda semana de vida. Resolução espontânea na maioria dos
casos, podendo evoluir para assimetria facial e posição viciosa da
cabeça.
•  Teratoma cervical: grande tumoração na porção mediana do pescoço.
Possibilidade para malignização. Pode causar obstrução respiratória.
•  Higroma cístico: tumoração cística de tamanho variado, com rápido
crescimento, invadindo o assoalho da boca, o mediastino a as axilas;
também pode obstruir a respiração.
•  Bócio congênito: de causa idiopática ou ocasionada por ingesta
materna de iodo na gestação. Consistência elástica em forma de colar
cervical, pouco móvel.
9. Tórax
• O perímetro torácico em RN a termo é em média de 2 cm
menor que o cefálico,
• Observar sua simetria, formato (geralmente arredondado),
proeminência ou afundamento esternal; sua maior
dimensão é a ântero-posterior.
• Respiração predominantemente abdominal, com
frequência em torno de 40-60 movimentos por minuto.
• Discretas retrações sub e intercostais são comuns em RN
sadios pela elasticidade das paredes torácicas. Retrações
supraclaviculares são sempre patológicas.
• Os Estertores úmidos logo após o nascimento
normalmente são transitórios
Perímetro torácico
Tórax
 Clavículas
• Ausência de clavículas?? (aplasia clavicular),
disostose cleidocraniana (cleidocraniodisostose
– doença autossômica dominante,
caracterizada por aplasia clavicular, atraso no
fechamento de fontanelas, atraso na
ossificação, alteração na dentição),
• Fraturas (a maioria do tipo galho-verde, que
podem causar pseudoparalisia do plexo
braquial).
Tórax
 Mamas
• Verificar assimetria, a distância intermamilar
(característica de algumas doenças genéticas),
presença de mamilos extranumerários.
• Ao nascer, é comum o aumento das
glândulas mamárias com a secreção leitosa ou
sanguinolenta
10. Sistema cardiovascular
 Inspeção: cianose, padrão respiratório
(taquipneia, dispneia, amplitude respiratória,
BAN), abaulamento precordial, turgência jugular
 Palpação: realizar palpação de pulsos nos quatro
membros, comparando-os (sincronia, ritmo e
intensidade).
A presença de pulsos simétricos descarta presença
de Coarctação de Aorta, cardiopatia congênita
ocasionada por estreitamento daquele vaso.
Scv
• Palpação do precórdio
• Frequência cardíaca entre 120-160 batimentos
por minuto.
• A pressão arterial (PA) deve ser realizada
rotineiramente em braço e perna direitos,
preferencialmente com bebê tranquilo, sem
choro.
• O valor normal da PA sistólica e diastólica, em
RN a termo, é de 75-80x50-55 mmHg e, em
RN prematuro, 50-60x30-40 mmHg.
Scv
 Ausculta
• Identificar B1:
- Bordo esternal esquerdo superior (BEE).
- Bordo esternal esquerdo inferior.
• Identificar B2:
-No bordo esternal esquerdo superior.
• Identificar B3 e B4:
- Na base ou ápice. B3 surge com o aumento de fluxo
pelas valvas átrio-ventriculares, PCA e ICC. B4 surge em
miocardiopatias com menor elasticidade do ventrículo
esquerdo (VE).
11. Abdome
 Inspeção
- Observar a forma do abdome: geralmente globoso; pode
apresentar-se escavado (hérnia diafragmática, urgência cirúrgica), com
abaulamento supra-umbilical (atresia duodenal ou distensão gástrica),
abaulamento infra-umbilical (distensão de bexiga e graves retardos de
crescimento intra-uterino), presença de circulação colateral e ondas
peristálticas.
- Pesquisar presença de hérnias umbilicais (Peso˂2.500g) e inguinais.
- Onfalocele (defeito da parede abdominal com exteriorização de
vísceras recobertas por âmnio, cordão e peritônio parietal) e
- Gastrosquise (defeito da parede abdominal com exteriorização e
exposição de alças e vísceras, à direita do cordão umbilical) evidentes
à ultrassonografia, durante a gestação.
- O coto umbilical deve ser cuidadosamente avaliado, em busca de
exsudato purulento e, posteriormente, granuloma.
Abdome
 Ausculta
• Procurar ruídos hidroaéreos, nos quatro quadrantes. Sua
ausência é significativa para íleo paralítico.
 Palpação
• Verificar diástase de músculos reto-abdominais (separação
habitual da musculatura, na linha média; desaparece no primeiro
ano de vida), presença de ascite, aumento no fígado (normal se
em torno de 2cm do rebordo costal), baço, rins, bexiga.
• As 3 principais causas de distensão abdominal no RN são: ascite,
visceromegalias e distensão gasosa.
• Pesquisar massas abdominais; cerca de metade são de origem
genitourinárias. Nos rins, massas palpáveis podem sugerir
hidronefrose, nefroblastoma, cisto solitário, rins policísticos e
trombose de veia renal.
12. Genitália

 Masculina
Observar comprimento do pênis (normal maior
do que 3 cm), posição do orifício uretral
centralizado na glande (hipospádia, epispádia:
falha no fechamento da uretra na parede dorsal),
fimose (aderência do prepúcio à glande),
criptorquidia, presença de hérnia escrotal.
A hidrocele escrotal (acúmulo de líquido em
volume anormal).
Hipospadia
Genitalia
 Feminina
-Tamanho do clitóris, fusão dos grandes lábios
(sinéquia labial), posicionamento do orifício
da vagina e da uretra, distância anovulvar e
fístulas;
- Imperfuração himenal;
-Anomalias anorretais: estenose anal, ânus
perineal anterior, fístula ano-cutânea, fístula
anovulvar, atresia rectal, imperfuração anal.
13. Coluna
• Procura-se desvios, tumorações e malformações ósseas,
presença de tufos de pelos, hemangiomas e manchas
hipercrômicas.
 Espinha bífida: falha no fechamento dos ossos,
principalmente da coluna lombo-sacra. Pode apresentar-
se de duas formas: Meningocele e Mielomeningocele.
• Meningocele: Lesão cística composta por líquor, meninges
e pele. ( deficiência de ácido fólico e uso de álcool)
• Mielomeningocele: Lesão da linha média contendo líquor,
meninges e elementos da medula.
 Teratoma sacrococcígeo: tumoração arredondada, de
tamanho variado podendo ser gigante.
14. Membros

• Examinar com o RN em decúbito dorsal. Verificar


simetria e proporções do braço e antebraço,
examinar articulações à procura de luxações,
palpar ombros a procura de fraturas na clavícula
por tocotraumatismo.
• Paralisia braquial
• Sindactilia
• Polidactilia
• Luxação congénita da anca (manobra de ortolani)
Sindactilia Polidactilia
15. Exame neurológico
• Estado de consciência
– Sono profundo
– Sono leve
– Desperto, leves movimentos periféricos
– Desperto, movimentos amplos, sem choro
– Desperto, com choro
• REFLEXOS PRIMITIVOS
– Reflexo de sucção (ao nascimento, involuntário)
– Reflexo de Moro ou do abraço (até ao 4-5 meses))
– Reflexo de preensão (2-3 meses)
– Reflexo de marcha (desaparece período neonatal)
– Reflexo tónico assimétrico (4-5 meses)
– Reflexos dos pontos cardinais
Exame neurológico

 Reflexos primitivos ou arcaicos:


São transitórios, vão desaparecer em um período específico
de tempo sendo substituídos pelo controle neurológico
observados no sistema nervoso maduro:
• Voracidade (de busca, ou dos pontos cardeais): Ao tocar o
lábio superior, inferior e cantos da boca, o RN realiza
rotação da cabeça, procurando o estímulo, com boca
aberta. Observa-se até o 2º mês de vida.
 
• Sucção: Vigoroso nos primeiros meses de vida; observado
até o 8º. Mês. Não devem ser pesquisados após as
mamadas, pois podem estar diminuídos.
 
Exame neurológico
• Preensão reflexa dos artelhos: Pressiona-se a base
dos artelhos com dedo indicador, em palma da mão e
planta dos pés; observa-se a flexão destes (agarra o
dedo do examinador). Desaparece entre 4 e 12º mês,
em mãos e pés, respectivamente.
 
• Reflexo de Moro: Evidente até o 4 ao 6º mês; em
posição dorsal, aproximar mãos do RN até a linha
média, simulando suspendê-lo e soltá-lo
repentinamente ou promover ruído súbito (bater
palmas), observando abdução de braços, extensão de
mãos e flexão de polegares (“abraço, susto”).
 
16. Peso
• Peso ao nascimento (PN) média 3Kg
• Meninos pesam um pouco mais que as meninas
• Filhos de gestações posteriores pesam um pouco
mais que o primeiro filho
• Na primeira semana de vida – perda 10% PN
(perda ponderal fisiológica) – perda de água
pulmonar e cutânea, mínima ingestão de
alimentos
• Aumenta 20gramas/dia e 200 gramas/semanais
17. Altura / Temperatura
• Altura
– Média – 50cm sexo masculino e 49 cm para o sexo
feminino
– Crescimento rápido – 1 cm por semana – 1ºs.60dias
• Temperatura
– Ao nascimento 36,5 e 37ºC
– Após 1ªs horas de vida – 35 ou 36
– Febre (2-4 dias) – 2º-7ºdia (imaturidade e
termolabilidade)
18. Urina

• Aproximadamente 99% dos RN urinam nas


primeiras 48 h de vida, sendo que 23% o
fazem na sala de parto. O volume urinário nas
primeiras 24 h de vida é de cerca de 15 ml.
• Cor avermelhada (presença de uratos e de
ácido úrico), primeiras urinas
19. Fezes
• Primeiros 3 dias – mecônio : verde-escuro, viscoso, aderente
(células do líquido amniótico deglutido, secreções do tubo
digestivo, muco, bilirrubina e biliverdina, células epidérmicas
gordurosas)
• Fezes de transição – cor amaralo-esverdeada com muco (restos de
mecônio e leite) – 3º-5ºdias de vida
• Depois – amarelo-dourado , pastosas (RN amamentado).
• 1º mês de vida – nº evacuações = nº de mamadas
• Obstipação fisiológica (1 ou 2 dois dias em evacuar)
• Diarreia fisiológica – 10º-15ºdia de vida (evacuações líquidas ou
semi-líquidas esverdeadas com muco (se amamentado , com bom
aumento de peso – benigna e autolimitada)
20. Hematologia
• Policitémia: GV 5.500.000 a 8.000.000 mm3
• Após o nascimento – 4.500.000 a 5.000.000 mm3 (hemólise
fisiológica)
• Icterícia fisiológica (50% dos RNs)
– Surge depois do 2º dia de vida
• Hemoglobina alta : 17 a 18mg/dl (diminui para 13-14mg/dl,
antes de 1 mês de idade)
• Plaquetas iguais às do adulto: 200.000 a 400.000 mm3
• Glóbulos brancos altos: 20.000 a 25.000 mm3 (10.000 mm3
ao 10ºdia de vida) – início predomínio de polimorfonucleares,
ao 5º.dia predominam os linfócitos
21. Problemas Digestivos mais
Comuns
• Cólica Intestinal
– Dor abdominal paroxística (origem intestinal) – até aos 3
meses de idade – duração poucos minutos a horas.
– Choro intenso, dobras os membros inferiores sobre o
abdómen e tem fácies de sofrimento
– Causa desconhecida – geralmente acompanhada de
acúmulo de gás no intestino (ar deglutido) – anti-
espasmódicos de efeito duvidoso
– Importante: aliviar a ansiedade materna (ambiente
calmo, evitar manipulação excessiva, posição de bruços)
22. Regurgitações
• Devolução pequena quantidade de leite
ingerido, pouco após a mamada
• Leite sem acção dos sucos gástricos
• Fenómeno passageiro (se curva ponderal
satisfatória)
• Leite regurgitado com cor rosada (deglutição
de gotas de sangue de mamilos fissurados)
23. Soluço / Eructações (arroto)
• Soluço – inspiração breve, espasmódica, com
contracção do diafragma e ascensão
espasmódica da glote (imaturidade
neuromuscular e distensão gástrica após a
mamada)
• Eructações (arroto) – emissão ruidosa e
brusca, pela boca, dos gases do estómago
(previne as cólicas) – estimular depois da
mamada

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