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Doenças congênitas e os cuidados

na enfermagem
Disciplina: Atenção domiciliar
infanto-juvenil
Conteúdos:
Perfil da criança e do adolescente em Assistência Domiciliar:
doenças congênitas, microcefalia, encefalopatia,
mielomeningocele, paralisia cerebral.

Objetivo(s):
Aprender os cuidados de Enfermagem ligados às doenças
congênitas.
Doenças congênitas
Surgem a partir de um grupo de alterações na
estrutura ou nas funções do corpo.

Ocorrem ainda dentro do útero e é possível


observá-las antes, durante ou após o
nascimento.

Podem danificar diversos órgãos e sistemas


do corpo humano e acontecer por diversas
causas.

Mulher aguardando o
nascimento do filho.
Doenças congênitas
As causas incluem aspectos:
● genéticos;
● infecciosos;
● nutricionais;
● ambientais.
Pode ainda ser uma combinação desses aspectos.
As doenças ou anomalias congênitas mais comuns envolvem a
microcefalia, encefalopatia, mielomeningocele e a paralisia
cerebral.
Sinais e sintomas de doenças congênitas

Anomalias Referente a problemas Exemplos: fendas labiais


estruturais ou em estruturas e palatinas, defeitos
morfológicas anatômicas do corpo. cardíacos.

Exemplos: distúrbios
Referente a alterações
metabólicos,
de uma determinada
Anomalias intelectuais,
parte do corpo,
funcionais causando deficiências
comportamentais,
degenerativos ou
no desenvolvimento.
imunológicos.
Doenças congênitas
O diagnóstico é realizado de acordo com a
etapa da vida na qual a criança se encontra.

No pré-natal, esse diagnóstico é feito no


momento do parto ou depois dele.

Realização de ultrassom fetal.


Diagnóstico de doenças congênitas
Após o
Pré-natal No nascimento
nascimento

● Ultrassom; ● Testes de triagem


● Translucência ● Exame físico neonatal;
nucal; completo na ● Exames
● Triagem no sala de parto. complementares
soro materno. e/ou genéticos.
Tratamento de doenças congênitas
Realizado de acordo com as complicações
vindas das anomalias.

Em casos de fendas labiais ou palatinas e


cardiopatias congênitas, é possível realizar
procedimentos cirúrgicos.

A assistência com profissional especializado


ajuda na melhora e no desenvolvimento
neuropsicomotor.

Criança com fenda labial logo após cirurgia e após


cicatrização.
Prevenção de doenças congênitas
Inclui medidas individuais e coletivas em três níveis:
● primário — cujo objetivo é evitar problemas embrionários
e fetais;
● secundário — realizar intervenções precoces levando à
redução do número de crianças nascidas com anomalias
congênitas;
● terciária — detectar e manejar cedo as anomalias
identificadas no nascimento para melhorar a qualidade de
vida.
Doenças congênitas e os cuidados de enfermagem
Realizar os cuidados durante alimentação, manutenção
da respiração, cuidados com drenos e ostomias.

Aferir os sinais vitais de seis em seis horas, realizar


banho diário, inspecionar a pele e manter a criança
confortável.

Cuidar dos materiais e equipamentos utilizados na


criança.
Microcefalia
Redução do tamanho da cabeça do recém-nascido devido ao
não desenvolvimento cerebral.
● Microcefalia: perímetro cefálico com mais de 2
desvios-padrão, abaixo da média para idade gestacional e
sexo;
● Microcefalia grave: perímetro cefálico a 3 desvios-padrão
abaixo da média para idade gestacional e sexo.
Comparação do cérebro com e sem microcefalia
Sinais e sintomas da microcefalia
Possui diferentes alterações, como:

● atraso no desenvolvimento;
● problemas de visão;
● problemas de audição;
● convulsões;
● dificuldades para se alimentar;
● problemas motores e de equilíbrio.

Criança com microcefalia.


Fatores de risco da microcefalia
● Podem ser genéticos, patogênicos ou alterações
cromossômicas;
● Fatores ambientais, como infecções gestacionais por sífilis,
toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes e vírus
zika;
● Doenças ou condições da mãe, como diabetes e
desnutrição;
● Origem familiar podendo, ou não, ocorrer anomalias
cerebrais e alterações neurológicas.
Ciclo microcefalia causada por Zika vírus.
Microcefalia: prevenção
Os fatores de risco podem ser prevenidos das seguintes formas:
● controle de doenças e condições maternas;
● controle dos mosquitos, como Aedes aegypti;
● vacinação para evitar infecção gestacional;
● prevenção de infecções sexualmente transmissíveis;
● abstinência de substâncias, como álcool, tabaco e
medicamentos.
Microcefalia e os cuidados de enfermagem
Realizar os cuidados durante a alimentação, manutenção da
respiração, cuidados com drenos e ostomias.

Aferir os sinais vitais de seis em seis horas, realizar o banho


diário, inspecionar a pele e manter a criança confortável.

Cuidar dos materiais e equipamentos utilizados na criança.


Mielomeningocele
● A mielomeningocele, ou espinha bífida, é uma má
formação do sistema nervoso central;
● Ocorre o fechamento parcial do tubo neural do embrião
com exposição da coluna vertebral;
● 75% dos casos são lombo sacra;
● Segunda causa de deficiência motora infantil;
● O diagnóstico é realizado por meio de ultrassonografia
fetal.
Mielomeningocele

Vídeo sobre Mielomeningocele.


Causas da mielomeningocele
● Alterações genéticas;
● Deficiência de vitaminas na gestação;
● Mulher diabética em uso de
anticonvulsivantes;
● Ingestão de álcool durante a gestação no
primeiro trimestre;
● Agentes anestésicos;
● Alimentos contaminados com
inseticidas.

Espinha bífida ou mielomeningocele.


Tratamento da mielomeningocele
● Realiza-se cirurgia para remover a bolsa,
presente nas costas;
● Em alguns casos, a cirurgia pode ser
realizada durante a gestação;
● Em outras situações, o quadro não se
reverte mesmo com a cirurgia.

Criança em preparo para correção de


mielomeningocele.
Mielomeningocele e os cuidados de enfermagem
Realizar os cuidados durante alimentação, manutenção da respiração,
cuidados com drenos e ostomias.

Realizar os curativos diário em área de cirurgia, verificar presença de


sinais de infecção

Aferir os sinais vitais de seis em seis horas, realizar o banho diário,


inspecionar a pele e manter a criança confortável.

Cuidar dos materiais e equipamentos utilizados na criança.


Encefalopatia
● A encefalopatia é qualquer doença cerebral que causa
alteração da função cerebral ou de sua forma estrutural;
● É uma complicação de doenças hepáticas;
● Toxinas alimentares que não conseguem ser eliminadas
pelo fígado.
Causas da encefalopatia
Diversos problemas podem desencadear uma encefalopatia,
não havendo uma única causa definida.
Ela pode ser desenvolvida a partir de infecções, isquemias,
hipertensão, traumas etc.
Paralisia cerebral
● Doença permanente do sistema nervoso central, iniciada
na fase neonatal;
● Resultado de lesões não reversíveis;
● Chamada também de encefalopatia crônica não
progressiva (ECNP), a paralisia cerebral (PC) leva a
disfunções da motricidade;
● Manifesta-se antes dos 18 meses de idade.
Sinais clínicos da paralisia cerebral

Ausência de
movimentos irrequietos.

MOVIMENTOS
Movimentos repetidos
com a boca.

Move a cabeça para


ambos os lados
repetidos
Sinais clínicos da paralisia cerebral

Não mantém a cabeça


em linha média

POSTURAS
Punho cerrado

Extensão de braços e
pernas
Fatores de risco da paralisia cerebral
● Baixo peso ao nascer;
● Isquemia cerebral;
● Asfixia perinatal;
● Prolapso de cordão umbilical;
● Pré-eclâmpsia grave;
● Doença viral;
● Hemorragias antes do parto;
● Anormalidades morfológicas da
placenta.

Prolapso de cordão umbilical.


Paralisia cerebral e os cuidados de enfermagem
Realizar os cuidados durante alimentação, manutenção da respiração,
cuidados com drenos, ostomias.

Realizar aspiração de vias aéreas, cuidados com o ventilador.

Aferir os sinais vitais de seis em seis horas, realizar o banho diário,


inspecionar a pele, manter a criança confortável e realizar
reposicionamento no leito de duas em duas horas.

Cuidar dos materiais e equipamentos utilizados com a criança


garantindo sua funcionalidade.
Materiais Complementares
BRASIL. Atenção à saúde do recém-nascido: guia para os
profissionais de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_r
ecem_nascido_v1.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.

UFRGS. Curso: anomalias congênitas - Vigilância no Rio Grande


do Sul. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, [s.l.], 2021.
Disponível em:
<https://lumina.ufrgs.br/course/view.php?id=143#section-2>.
Acesso em: 15 jun. 2022.
Referências Bibliográficas
Bronzeri, Fernanda Graciano et al. Mielomeningocele e
nutrição: proposta de protocolo de atendimento. O Mundo da
Saúde, São Paulo, 2011. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/artigos/mielomeningocele_n
utricao_proposta_protocolo_atendimento.pdf> Acesso em: 15
jun. 2022.

BRASIL. Diretrizes de atenção à pessoa com paralisia cerebral.


Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_atenca
o_paralisia_cerebral.pdf. Acesso em: 15 jun. 2022.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Anomalias congênitas. Ministério da Saúde, [s.l.], 22
mar. 2021. Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/an
omalias-congenitas> Acesso em: 15 jun. 2022.

BRASIL. Microcefalia. Ministério da Saúde, [s.l.], 20 nov. 2020.


Disponível em:
https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/m/
microcefalia-1. Acesso em: 15 jun. 2022.
Referências Bibliográficas
DAMIANI, Daniel et al. Encefalopatias: etiologia, fisiopatologia e
manuseio clínico de algumas das principais formas de
apresentação da doença. Rev Bras Clin Med, São Paulo, 2013.
Disponível em:
http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2013/v11n1/a3392.pdf.
Acesso em: 15 jun. 2022.

REDE D'OR. Mielomeningocele. Rede D'or, [s.l], [s.d.]. Disponível


em:
https://www.rededorsaoluiz.com.br/doencas/mielomeningoce
le. Acesso em: 15 jun. 2022.

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