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Geriatria e gerontologia

Da senescência para a senilidade


A senescência é o processo fisiológico do envelhecimento. Senilidade é o processo
patológico associado ao envelhecimento, ex: Alzheimer e Parkinson.
Declínios no idoso
Os declínios que ocorrem nessa etapa são vários, como: físicos, emocionais, sociais e
econômicos.

 Declínios dos sistemas: sistema musculo esquelético, neuromuscular,


cognitivo, imunológico e sensorial.
 Declínios emocionais: tristeza, alegria, medo e felicidade.
 Declínios da condição social: amizades, convívio familiar, trabalho, lazer e
educação.
 Declínios do sistema imunológico: vulnerabilidade para respostas rápidas,
memória imunológica comprometida e estímulos habituais podem se tornar
agressivos.
 Declínios do sistema sensorial: visão, audição, olfato, gustação e tato.
Inflammaging: o idoso vive em um processo inflamatório crônico subclínico (sintomas
e sinais implícitos), ou seja, muitas enzimas pró-inflamatórias onde um
desequilíbrio/estímulo qualquer desencadeia mais facilmente a cascata da inflamação
no organismo dele, inclusive exercícios, dependendo da carga.
A relação do olfato com a gustação é que, se o indivíduo não sente o cheiro, muito
provavelmente ele não irá sentir o gosto, e, problemas no paladar acarretam em
doenças como hipertensão – porque o idoso não sente sabor na comida e começa a
aumentar a quantidade de temperos no alimento; emagrecimento e perca da força –
por não comer a comida “sem graça e sem gosto”.
O sono no idoso é desregulado por cochilar de dia e não dormir à noite, a produção de
melatonina pela glândula pineal fica prejudica, isso afeta as reações de equilíbrio,
onde pode vir a ocorrer a queda; outra situação é a de levantar e perder o equilíbrio
por alteração do aparelho vestibular.
Epidemiologia

 Pré-senil é quem está entre 45-60 anos;


 Senil com mais de 60 anos;
 Terceira idade está com 25 milhões acima de 60 anos;
 3 milhões de idosos moram sozinhos;
 18 mil idosos com mais de 100 anos;
Rótulos e tipos de envelhecimento

 Idoso é sinônimo de doença;


 Idoso volta a ser criança;
 40 anos é a velhice dos jovens;
 50 anos é a juventude do idoso;
 Amar o idoso é hiperprotege-lo;
 Idoso saudável é aquele que se mantem jovem;
 Velhice é tristeza e sofrimento;
 Velho tem que conviver só com velho;
 Todo idoso precisa de muito remédio;
 Sexo acaba junto da velhice;
 Não adianta mudar nada em idoso, mula velha não pega trote;
 Idoso é despesa para família;
Tipos de velhice

 Cronológica;
 Velhice legal – documento;
 Biológica;
 Fisiológica;
 Estética;
 Sócio-cultural;
 Psico-afetiva;
Trabalhar com idosos é conhecer as mudanças que o tempo irá fazer nas nossas
vidas. É a oportunidade de ver antecipadamente as possibilidades de envelhecer, é
ver o provável futuro.
Declínio funcional no envelhecimento: O idoso começa a ter a sua cartilagem
desgastada, liquido sinovial perde as proteínas e a agua, entra em estado de
sarcopenia, osteopenia (antecede a osteoporose, que é um processo fisiológico,
depois disso – osteoporose – vira patológico), rigidez articular, aumento da cifose,
redução da lordose lombar, valgismo dos quadris, e por consequência, alargamento da
base para não perder o equilíbrio.
Há a diminuição dos reflexos, das sensações e sensores, diminuição de força e
equilíbrio, diminuição de ADM, diminuição da velocidade e quantidade das sinapses e
resposta motora, atrofia cerebral, diminuição dos neurônios e neurotransmissores,
contração muscular lenta, alterações na marcha.
Funcionalidade: é o termo que abrange todas as funções do corpo, atividades de
participação social, etc.
Incapacidade: abrange as deficiências e limitações das atividades ou restrição da
participação, desvantagens sociais,
A diminuição da participação começa primeiro na educação, trabalho ou lazer, como a
aposentadoria, ou por tempo de trabalho ou por invalidez, que compromete a
funcionalidade, depois começa a não ter lazer, como ir à igreja, depois começa a
diminuir a participação na família, sociedade, e atinge as AVDs, como a continência,
alimentar-se sozinho, que atrapalha a comunicação, mobilidade e cognição.
Avaliação da funcionalidade
Autonomia: capacidade de decidir algo. Independência: capacidade de realizar algo
que ele decidiu.
Ex: autonomia de escolher a roupa que vai vestir e independência é conseguir vestir a
roupa que ele escolheu.
A autonomia esta liga a cognição (memoria, função deglutiva, linguagem, função viso-
espacial, gnosia e praxia) e humor, se isso está intacto, então a autonomia está
preservada. A independência está ligada com a mobilidade (postura, marcha,
capacidade aeróbia e continência esfincteriana) e comunicação (visão, audição e fala).
Síndromes geriátricas: (os 5 “Is”) incapacidade cognitiva, instabilidade postural,
imobilidade, incontinência esfincteriana, incapacidade comunicativa; iatrogenia e
insuficiência familiar. E o resultado disso tudo é a instituição de longa permanência
que vai comprometer ainda mais suas funções.
A funcionalidade global está ligada as AVDs e mobilidade. A aptidão física tem um
diferencial na capacidade. Aptidão funcional é força, flexibilidade, coordenação,
agilidade, equilíbrio e resistência aeróbica.
A capacidade funcional é dividida em três partes: atividades avançadas de vida, AIVDs
e AVDs; sendo as básicas: alimentação, higiene pessoal, vestuário, locomoção; as
instrumentais: cozinhar, cuidar das finanças, usar transporte, falar ao telefone; as
avançadas: dirigir carro, praticar esportes, dançar, lazer no geral.
Testes de capacidade funcional: escalas funcionais de questionário aplicados no
idoso, começa pelas atividades avançadas e se comprometida, vai para as AIVDs, e
se comprometida também, vai para as AVDs.
Testes de aptidão física
Flexibilidade: de MMSS é a manobra de Appley, sendo a medida de -4cm de distancia
de um dedo médio ao outro considerado normal, se passar disso vira positivo e anota
o resultado. De MMII é sentar na ponta da cadeira, uma perna a 90º e a outra
esticada, o idoso tenta alcançar o pé.
Força muscular: resisfor é cronometrando 30s e contando quantas flexões de cotovelo
consegue fazer, menos de 11 tem alguma alteração; de MMII tem o teste de levantar e
sentar, fazer 5 movimentos de levantar, sentar e tirar o pé do chão, se for acima de
13,6s o teste está alterado, ou, em 30s contar quantas repetições conseguiu fazer.
Equilíbrio: é avaliado através do TAF, para equilíbrio estático, onde tem o alcance
funcional, idoso em pé tem que inclinar até a linha do ombro e ultrapassar 15cm para
ser considerado sem alteração; e o equilíbrio dinâmico, onde senta, levanta, caminha,
da a volta na marcação e senta de novo.
Classificação funcional do idoso
Idoso robusto: não tem declínio funcional nenhum, consegue fazer todas as atividades
do dia-a-dia.
Idoso frágil: tem duas subclassificações, sendo, declínio funcional iminente, onde o
declínio ainda não está estabelecido, ou seja, a síndrome geriátrica, com idade
superior a 80 anos, polipatologias, polifarmacia, emagrecimento ou desnutrição,
internação recente, risco psicossocial familiar elevado; declínio funcional estabelecido.
Idoso frágil de alta complexidade: portador do declínio funcional iminente ou
estabelecido e associado a alto grau de complexidade clínica, portador de
polincapacidades, e duvida de diagnostico terapêutico.
Idoso em fase terminal: individuo próximo ao limiar de óbito.
As doenças neuropsiquiátricas tiram primeiro a autônima e depois a independência. A
transição do envelhecimento é suave que é avaliada dentro da avaliação global, por
exemplo, pode ter um prejuízo sensorial evidente, mas nem tanto na parte de aptidão
física, porém, um pode influenciar no outro, pode sofrer depressão, mas ainda mantem
as suas funções, e a depressão vai interferir diretamente na capacidade funcional
desse idoso, a doença pode fazer com que ele não queira sair da cama.
Fenômeno do iceberg: o indivíduo pode começar a ter demência e não é percebida
pela família por acharem ser normal da idade; já tem um problema neurológico
instalado, mas muitas vezes não é perceptível, como por exemplo uma incoordenação;
pode ter fadiga importante; e etc.
A medida que vamos adoecendo, vamos acumulando doenças! Polipatologias. Por
volta dos 65 anos, vamos ter de 5-6 doenças, e quanto maior o número de doenças,
maior o acometimento da capacidade funcional.
Tipos de envelhecimento quanto a independência
Idoso robusto (hígido): ele é capaz de gerenciar sua vida de forma independente e
autônomo e não apresenta nenhuma condição crônica de saúde associada a maior
vulnerabilidade. Ele pode ter doenças, porém não vai implicar na sua funcionalidade.
Idoso em risco de fragilização: capaz de gerenciar sua vida de forma independente e
autônoma, porém, está entre os estados de senescência e senilidade, a doença já
pode começar a limitar um pouco suas funções, resultando no aparecimento de
algumas limitações funcionais, o declínio funcional já está começando a evoluir.
Idoso frágil: risco de hospitalizações e adoecimento, dependências e mortalidade
maior, quando já tem dependência, depressão, demência, instabilidade postural,
imobilidade, incontinência, incapacidade cognitiva, iatrogênia (medicamentosa), ou
seja, síndrome geriátrica presente nesse idoso.
A iatrogênia medicamentosa, pacientes idosos polifarmacia e que os médicos não
conversam entre si, os medicamentos que eles prescrevem podem ter uma interação
medicamentosas que podem alterar o efeito do fármaco ou prejudicar o organismo do
idoso.
Mesmo com doenças, o idoso pode continuar desempenhando os papeis sociais! O
foco da saúde está relacionado com a funcionalidade, definida por uma capacidade de
gerir a própria vida e cuidar de si mesmo. As políticas públicas do idoso é para manter
e/ou aumentar a funcionalidade.
(Os parâmetros de objetivos para idosos são: manter autonomia e independência;
aumentar ADM, combater encurtamento muscular, melhorar reações de equilíbrio,
endireitamento e proteção, aumentar a FM).
A pessoa é considerada saudável quando é capaz de realizar suas atividades sozinha
e de forma independente e autônomas mesmo tendo doenças. O envelhecimento é
heterogêneo, alguns indivíduos podem envelhecer se mantendo robustos (hígido),
mas a medida que o tempo passa, a probabilidade de desenvolver fragilidade
aumenta. Se despuséssemos os idosos de acordo com o espectro de saúde, teríamos
em um extremo os idosos robustos e o no outro, os frágeis.
A portaria que institui a política nacional de saúde da pessoa idosa diz que: “o conceito
de saúde do idoso se traduz mais pela condição da autonomia e independência do
que a presença ou ausência de doenças. ”2006. A finalidade da política é recuperar,
manter e promover autonomia, com ações coletivas e individuais.
Dentro da autonomia temos as atividades instrumentais de vida diária, e na
independência temos as atividades básica de vida diária.
Reserva funcional: quando em algumas situações temos que mudar alguns
parâmetros fisiológicos para manter a homeostasia, por exemplo: termorregulação. A
medida que envelhecemos essa reserva vai diminuindo.
Fragilidade: é o termo utilizado para descrever idosos com maior risco de
incapacidades, de institucionalização, de hospitalização e de morte.
CAI NA PROVA – Síndrome de fragilidade: perda de peso involuntária, exaustão a
pequenos esforços, fraqueza muscular, baixo nível de atividade física, e lentificação da
marcha, além da diminuição de força da preensão palmar. Se houver 3 ou mais sinais,
é considerado frágil, e não necessariamente tem que ter alguma doença associada.,
mas, ela pode potencializar. Além desses elementos, temos diminuição de relações
sociais, perda de pelo menos 4,5kg ao ano.
Quanto maior idade, mais próximo da fragilidade, com predomínio do sexo feminino,
uma vez que os homens morrem mais cedo e se cuidam menos, baixo nível
socioeconômico, presença de comorbidade (diabetes, doença cardiovascular,
osteoartrite, doença respiratória), problemas neurodegenerativos.
Polipatologias, polifarmacia, internação hospitalar recente, sarcopenia, idade
avançada e insuficiência familiar colabora para uma piora do prognostico do idoso.
O gradiente de fragilidade: você avalia o idoso e através disso vera aonde ele se
encaixa na classificação. Sendo o verde a senescência, o fisiológico e a medida que
vai mudando de cor para o lado vermelho, isso vai se tornando patológico, vai virando
senilidade.

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