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Fisiologia do envelhecimento

Com o envelhecimento, acontecem alterações que consideramos normais:

A gente nasce, atingimos nossa maturidade na vida adulta, há uma estabilidade da capacidade
homeostática, e depois de uma certa idade, há uma redução dessa reserva fisiológica, de resistir do meio
interno e do meio externo. Essas alterações dessa capacidade homeostática, a gente dá o nome de
Senescência. O conceito de velhice é diferente do conceito de Senescência. A velhice do ponto de vista
conceitual, é aquela fase da vida após os 60 anos aqui no nosso meio e 65 anos nos países desenvolvidos. Já
a senescência, acontece um pouco mais cedo, a partir dos 30 – 40 anos.

Assim, atingimos o máximo da nossa potência biológica aos 30-40 anos. Após isso, há um declínio
lentamente progressivo ao longo do tempo. Esse declínio, processo de redução da nossa capacidade, da
nossa fisiologia do nosso organismo, vai se acentuando no envelhecimento. Todavia, essas alterações
fisiológicas não são suficientes para a pessoa adoecer ou se tornar incapaz. O que o nosso organismo perde
com o processo de envelhecimento é aquilo que chamados de redundância, são os excessos que são
fundamentais na vida adulta, e na velhice não são tantos. O que a gente perde na velhice é o supérfluo. É
aquilo que não é necessário para a gente ser independente e pra gente entender o sentido da vida e
consequentemente sermos felizes. É isso que a gente chama de senescência.
Então no envelhecimento, há de haver um balanço entre a vitalidade e a fragilidade. Se esse balanço
for mais positivo para a vitadade, esse envelhecimento é mais robusto. Se esse balanço for mais positivo
para a fragilidade, esse envelhecimento é mais frágil. O que a gente chama de um envelhecimento normal, é
o que chamamos de senescência, aquilo que é normal da idade, um envelhecimento fisiológico. Aquilo que
não é normal, chamamos de selenidade, ou envelhecimento patológico. Então esses dois conceitos:
senescência e selenidade, apesar de ser parecido, não são a mesma coisa.

Qual que é a fronteira entre o que é normal e o que não é normal? Ainda não está claro, por que cada
vez mais aquilo que a gente achava que era normal, estamos vendo que não é normal. Ou seja, pode ser
prevenido, ocorre por que a pessoa não se preparou adequadamente para uma vida sadia. Então, há uma
transição entre a normalidade e a anormalidade. Então, do ponto de vista global, o que acontece no processo
envelhecimento? Sabemos que o processo de envelhecimento começa na célula. Existem várias teorias,
como da radical livre, alteração das proteínas, do DNA... Isso com o tempo, vai levando uma senescência
celular e vai levar a morte celular.

Todo órgão – coração, pulmão, rins, cérebro- são formados por células, as células se juntam para
formar o órgão. Com essas alterações celulares, esses órgãos vão se tornando mais vulneráveis, menos
funcionais. Isso vai levar uma desregulação do funcionamento desses órgãos e da integração entre eles. Isso
que a gente chama de disfunção do sistema fisiológico. Isso que acontece no processo de envelhecimento.
Esses órgãos vão se tornando mais vulneráveis e menos resistentes as agressões. Tudo isso gerará alterações
na pessoa como um todo. Tudo isso influencia várias alterações clínicas.
Na classificação dos idosos existem basicamente 3:

O robusto; em risco de fragilização e o frágil

Cada grupo desses idosos tem sub-tipos: 3 tipos de idosos robustos, 2 tipos de idosos em risco de
fragilização e 5 tipos de idosos frágeis. Isso mostra a heterogêinização dos idosos. Cada um é de um jeito. A
grande verdade é que o idoso não é um adulto com mais idade e mais cabelos brancos. Não é isso que é o
idoso, são mudanças muito profundas que acontece nesse organismo, que temos que saber quais são para
sabermos como compensá-las atráves do nosso cuidado, ou do cuidado do próprio paciente com a sua saúde
ou então o cuidado do cuidador para com aquele idoso que envelheceu de uma forma mais frágil. E mesmo
em um mesmo idoso, o sistema cardiovascular pode envelhecer de um jeito e o sistema respiratório de outro
jeito. Então há uma diferença muito grnade entre os órgãos que compõem o organismo.
Para avaliar a saúde do idoso, preciso antes avaliar sua funcionalidade global: Esse idoso é capaz de
realizar as atividades de vida diária de forma independente-autônoma – AVDs avançadas – AVDs
instrumentais - AVDs básicas. Para realizar essas atividades de vida diária, ele tem que ter os sistemas
funcionais preservados – cognição, humo, mobilidade e comunicação. Mas não basta isso, é necessário um
funcionamento adequado dos sistemas fisiológicos principais, ou seja, dos órgãos – O sistema
cardiovascular, pele e anexos, sistema imunológico – para que o sistema os sistemas funcionais funcionem
de forma adequada para que a pessoa seja independente autônoma na sua vida. Ou seja, tudo está integrado.

Além desses 3 elementos, os medicamentos nos idosos podem interferir, podem agir positivamente
ou negativamente na sua saúde. Por fim, a saúde do idoso dependem dos fatores contextuais, ou seja, da
situação sociofamiliar, a saúde do cuidador (o cuidador precisa estar bem de saúde para o idoso ter boa
saúde) e a situação do ambiente – Tópico fundamental, já que é importante que o ambiente esteja preparado
para esse idoso, se esse ambiente físico onde o idoso está inserido é seguro, se protege o idoso contra alguns
problemas, principalmente as quedas.
 Composição corporal/Nutrição – Na velhice, a composição corporal se altera – Há uma diminuição
na água, massa muscular e óssea, todavia, aumento no tecido adiposo
 Sistema imunológico – Alterações predispõe o idoso ter mais infecções, neoplasias e doenças auto-
imunes.
 Pele/anexos – Várias alterações; pele mais seca e rugas normais até certo ponto. Compensar essas
alterações com certas atitudes como: tomar bastante líquido e passar um creme hidratante para poder
proteger essa pele contra lesões
 Sistema muscular, ossos e articulações – Sarcopenia, osteoporose e artrite mais frequente
 Sistema cardiovascular – A pressão tende a ficar mais alta, o coração tende e ficar um pouco mais
fraco, mas nem por isso a pessoa tem uma insuficiência cardíaca. Então, é isso que vc precisa prestar
atenção durante esse módulo. São normais, vão acontecer com todo mundo.

O que está na área verde, é aquilo que chamamos de senescência, aquilo que é normal, que acontecerá com
todo mundo.
O que está na área vermelha, é a senilidade, anormal para a idade, é o envelhecimento patológico. A
incapacidade cognitiva, instabilidade postural, imobilidade, incontinência esfincteriana, incapacidade
comunicativa e iatrogenia não são normais para a idade. Então aquele idoso que tem um problema de
memória, impedindo que faça as coisas do dia a dia, jamais poderá se levar como normal para a idade. Da
mesma forma a instabilidade postural, perda de urina...

Essas doenças crônico degenerativas são mais frequentes nos idosos, mas não são normais para a idade. O
envelhecimento normal não está associado com doença. Esse é o conceito mais importante do curso.
Veremos mais apronfudadamente posteriormente no curso cada doença e seus impactos nos sistemas
fisiológicos, para entender melhor como podemos agir para ajudá-los.

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