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PREVALÊNCIA DE PROBLEMAS PSICOSSOCIAIS DA TERCEIRA IDADE

Envelhecer é um processo dinâmico ligado a mudança. A vida é um sistema instável


onde se perde e se reconquista o equilíbrio a cada instante.
O envelhecimento é inevitável, todos envelhecemos, mas cada um a seu ritmo próprio.
O período da vida humana que começa aos 60 anos, pode ser chamado de idade da
incerteza, devido a sua duração em termos futuros. A saúde o rigor e as capacidades das
pessoas idosas variam quanto a duração de suas vidas.
O envelhecimento afeta todas as estruturas e funções do corpo. Os mecanismos para
proteção contra infecção e para adaptação as mudanças deterioram – se á medida que a idade
avança.
No Brasil, vice-se um processo de diferenciação social que resulta no favorecimento
dos grupos mais jovens, enquanto se dá pouca atenção aos problemas do ajustamento e das
condições precárias que vivam os idosos.
Justificamos a escolha deste termo por entendermos que no mundo da terceira idade
existe muita coisa que rever, descobrir e inventar. Consideramos como pessoa experiente,
madura e que muito pode contribuir para a vida em sociedade.
Nosso trabalho sobre a terceira idade
O que se pretende é focalizar as verdadeiras condições e possibilidades dos velhos,
torna-se necessário conhecermos os processos de envelhecimento e seus aspectos, entender
quem são as pessoas idosas e como elas encaram a chegada da velhice.
Tratamos de causas e sintomas característicos da velhice incluindo aspecto físico, celular,
fisiológico e sensorial.
Quem é o velho?
Os idosos são extremamente sensíveis e vulneráveis a opinião dos outros e a atenção
que estes dão aos seus feitos e a seus gestos. Mesmo que a maior parte deles considere a
velhice tal como ela é, isto é, uma perda de autonomia e de saúde, e que esta percepção lhes
permita negar os preconceitos negativos e a imagem de indigência associada ao
envelhecimento, existe, no entanto, um grande número, que endossa, sem se questionar, as
etiquetas que queremos que eles usem: “velhas”, “senis”, “mimadas”, etc. Acreditam nisso de
tal forma que acabam por se conformar. Identificando-se com a imagem degradante que a
sociedade lhes confere justificam de qualquer forma a descriminação de que são objeto. Por
vezes, estes preceitos ou mitos estão tão bem enraizados que chegam a tornar-se uma
realidade. Os que reportam à sexualidade ilustram-no bem. À força de negarem as suas
necessidades sexuais, os idos acabam por não reconhecer nem aceitar a verdadeira expressão
da sexualidade.
Autoconceito é a identidade que cada pessoa adquire, o que cada um pensa de si
mesmo, o quão bem uma pessoa acredita que está atingido seu potencial, e como o indivíduo
percebe a si próprio prevalecendo do ambiente a seu redor. No entanto, o “eu” por sua própria
natureza, é uma questão de cada um.
A personalidade é o reflexo do “eu” dos outros. A personalidade abarca nossas
crenças, hábitos, reações típicas aos acontecimentos (tais como os acontecimentos
inesperados), e nossa forma usual de adaptação às recompensas e crises de nosso ambiente.
Nossas personalidades se maiores do que as outras. Por exemplo, a adolescência é uma época
de crise considerável no desenvolvimento da personalidade. Os primeiros anos de
aposentadoria podem ser também um período de acelerada mudança na personalidade. Os
problemas emocionais vividos pelos idosos manifestam-se através de alterações na
personalidade tais como, introversão, assim como através de simples queixas. Os problemas
emocionais exercem tensão na pessoa, e o ajuste a essa tensão pode se manifestar por um
exagero nos traços de personalidade. A fim de ajudar o paciente a lidar com seus problemas
emocionais, o profissional deve entende-lo.
Cloniger (1987) revisou a literatura sobre as variantes de personalidade e identificou
um consenso de três dimensões de personalidade: busca de novidade, aversão ao perigo e
dependência de recompensa.
Costa et al (1986) identificou três dimensões da personalidade, neurose (aversão ao
perigo), extroversão (dependência de recompensa) e abertura à experiência (busca de
novidade).
Uma vez que o estimo básico de personalidade tenha sido estabelecido, essas
disposições e traços tendem a permanecer as mesmas durante o resto da vida. William James
observou que, por volta dos 30 anos, o caráter de “tal qual um plástico”. Por visto a
personalidade pode contribuir para o ajuste de problemas mais tarde na vida já que os idosos
desenvolvem desajustes psicológicos e físicos. Os traços de personalidade, quando
exagerados, podem se tornar mau adaptados, levando ao assim chamado distúrbio de
personalidade (tal como distúrbio paranóico da personalidade, distúrbio esquizóide ou uma
personalidade antissocial).
A personalidade contribui significamente para o surgimento e progressão de
problemas emocionais e físicos que surjam um idoso. Por exemplo, progressão de problemas
emocionais e físicos que surjam num idoso. Por exemplo um homem que tende a ser
desconfiado à medida que sua memoria declina. O idoso neurótico irá exagerar problemas
físicos levando a um declínio nas atividades diárias e outras funções da capacidade.
O que é a terceira idade?
É o período que se inicia na década dos 50 anos após o indivíduo ter atingido e
vivenciado aquele montante de realizações pessoais que chamamos de maturidade sob certos
aspectos, porém “velhice” é um conceito contravertidos e a considerarmos como um conjunto
de ocorrência que representam o declínio global das funções físicas, intelectuais e emocionais,
ela tende a tender a ocorrer após os setenta anos.
A terceira idade não corresponde apenas aos acontecimentos relativos ao espírito e a
matéria, mas envolve um complexo processo de decadência das funções vitais que na
realidade se inicia antes da pessoa ter qualquer noção de que está envelhecendo.
Nesta época da vida é caracterizada pela confrontação dos desafios biológicos,
psicológicos e sociais. A adaptação positiva se reflete na satisfação da qualidade de vida entre
as pessoas na terceira idade.
Enfatiza-se a importância da autonomia e controle para chegar a terceira idade com
sucesso. Na medida em que os indivíduos podem tomar decisões sobre suas atividades, a
natureza de sua participação nestas, sua sequência e seu desenrolar, eles se adaptam com
sucesso. Não somente os idosos ficam encorajados e menos satisfeitos com suas vidas quando
percebem a si mesmos fora de controle, mas também têm menor desempenho e correm grande
risco de doença física ou ferimentos
É na terceira idade que a pessoa se torna mais detalhista e paciente, avalia de forma
mais critica a vida em virtude de experiências acumuladas. A crescente sabedoria permite
uma maior capacidade de julgamento, a elementaridade permite distinção entre o banal e o
fundamental. O recolhimento do valor da vida solicita a urgência e a necessidade de atuação
com um nível surpreendente de envolvimento pessoal, que por sua vez, estimula a
criatividade. A velocidade é substituída pela acuidade, e a capacidade de recordação aumenta,
a diminuição de capacidade de novas conexões intelectuais é substituída pela experiência. O
envolvimento com negócios cede lugar às responsabilidades no contexto familiar e
comunitário, as paixões e as volúpias são substituídas por deleites mais refinados, a questão
sexual é redimensionada no sentido do amor, do calor humano, da partilha, da intimidade do
toque entre as pessoas. Atitudes e referências ganham maior estabilidade e a participação
politica e de cidadania torna-se mais efetiva. Há menos temor da morte, na medida em que a
força do corpo é substituída pela força do espírito, entre a situação real e a situação potencial
abre-se espaço para compromisso social e político para a ação.
Durante a terceira idade o indivíduo adquire uma visão mais completa da vida. A
velhice cresce conosco e a qualidade de nossa velhice dependerá, sobretudo, da capacidade de
aprender o seu sentido e valor, quer no plano puramente humano, quer no plano da fé.
A velhice é caracterizada por um período de abrandamento; um período de declínio
de certas capacidades; um período que requer adaptação social, psicológicas e físicas às
circunstâncias mudadas ou em mudanças.
A velhice parece ser um período arbitrariamente a estabelecido no trecho final do
ciclo vital do indivíduo, em que os sinais físicos de declínio funcional e estrutural se tornam
visíveis. Esses aspectos de declínio devidos ao envelhecimento devem ser distinguidos dos
causados por lesões, doenças ou outros processos patológicos.
Os danos causados por ferimentos, traumatismos, doenças e deficiência nutricional
são provavelmente, cumulativos durante o tempo de vida e irreversíveis sobre os seus efeitos,
no que a longevidade do indivíduo diz respeito. A condição física dos velhos depende dos
fatores herdados, maneira de viver, acidentes, contusões e fatores patológicos, além de outras
influências ambientais.
Mudanças no aspecto físico
Com o envelhecimento, várias modificações físicas ocorrem. A estatura física
declina com a idade. Entre 50 e 60 anos ocorre um aumento do peso. A estatura física declina
com a idade devido ao arqueamento dos ombros que dá a aparência de menor estatura. Há
também um certo encolhimento das cartilagens vertebrais, o que reduz a altura real. Os braços
e as pernas podem apresentar pregas, dando a impressão de encarquilhados e flácidos.
As alterações no aspecto da pele podem ser bastante acentuadas. A epiderme
adelgaça e torna-se mais flexível e flácida com a idade.
Os tecidos subcutâneos perdem a elasticidade por causa da atrofia das fibras elásticas
da matriz intercelular. A pele enruga, as glândulas sudoríparas e sebáceas atrofiam com a
idade fazendo com que a pele fique seca e áspera. Esses fatores sobrepõem-se aos da
diminuição das características sexuais secundárias, perda de tônus muscular e rigidez
articular. Os movimentos dos velhos caracterizam-se por passadas curtas, uma base mais
ampla e uma ligeira inclinação para frente.
Os tremores nas mãos e rostos das pessoas mais idosas não são inteiramente comuns.
Esses tremores notam-se mais quando o indivíduo já está fadigado ou sob forte emoção. A
perda de cabelo, especialmente nos homens são características comum dos velhos, assim
como perda da cor capilar que resulta em cabelos cinza ou branco. O cabelo no pavilhão
auricular e nas narinas é usualmente estufado e rijo. As sobrancelhas também poderão tornar-
se peludas e sedosas.
A aparência facial é afetada pela secura e as rugas da pele, a par de outros fatores.
Muitas pessoas mais idosas perdem os dentes o que lhes dá uma impressão fina e macilenta às
faces e à boca. Os músculos malares cedem um pouco, as pálpebras ficam empapuçadas e os
olhos podem parecer sem brilho e aguados devido ao funcionamento das glândulas lacrimais.
As mudanças de aspecto físico nos velhos são reflexos nas estruturas e funções
fisiológicas

Podemos salientar que neste momento o indivíduo acaba se tornando um “peso” para
a sociedade, sendo considerado “velho”. Portanto, cabe nesse momento compreender melhor
essa fase da vida, o idoso. Da mesma forma que as demais fases (ISAYAMA; GOMES, 2008;
SILVA; MARCELLINO, 2006; DELGADO; STOPPA, 2006; ALVES; ISAYAMA, 2006),
torna-se difícil de conceituar e delimitar a velhice ou o envelhecimento. Segundo o Estatuto
do Idoso no artigo 1°, do Título I, as pessoas são consideradas idosas a partir de 60 anos de
idade (BRASIL, 2003). Para muitos as pessoas idosas constituem uma parcela da população
que mais cresce no mundo, porém encontram-se vulneráveis a exclusões e discriminações,
sendo necessário esclarecer que a velhice é um processo dinâmico que todos estão sujeitos um
dia vir a participar desse processo (ISAYAMA; GOMES, 2008). O próprio Estatuto do Idoso
destaca o lazer como um direito a ser assegurado pela família, pela sociedade e pelo poder
público. Isayama e Gomes (2008) chamam a atenção para o lazer nesta etapa da vida, fazendo
com que essas pessoas possam aumentar o vínculo das amizades, transpor barreiras, inserir no
âmbito social aumentando a sua autoestima, favorecendo as descobertas das relações sociais,
psíquicas e físicas, portanto não sendo classificados como fardos dentro da sociedade.
Contudo, ainda encontramos muitos idosos com sentimento de improdutividade e
inferioridade, cabendo ao profissional que atua com essas pessoas substituir ações negativas
por ações positivas, buscando estratégias diferenciadas para que o idoso seja participativo e
tenha autonomia dos afazeres diários, quebrando os preconceitos, estigmas, estereótipos e
injustiças existentes nesta população (BARBOSA; CAMPAGNA, 2006). Dessa maneira,
torna-se necessário, segundo os autores, encorajar o idoso para atitudes e condutas lúdicas
através de ambientes motivadores e coerentes com as necessidades básicas.
À medida que o indivíduo envelhece suas funções vitais vão sendo diminuídas e a
partir desse momento o sentimento de velhice começa a surgir, ocasionando uma série de
doenças crônicas e degenerativas. Devido a isso o idoso pode se afastar do mundo que o
rodeia, da família, dos amigos, podendo desenvolver sinais de depressão, angústias, levando-
os ao distanciamento do meio social (DIAS; SCHWARTZ, 2005). Mediante estas
características apresentadas, deveria ser garantido aos idosos seus direitos por meio de
políticas públicas, em vista que a legislação assegura a esses indivíduos o acesso e a
convivência em diversos setores da sociedade.
De acordo com a Lei n° 10.741, de 1° de outubro de 2003, que dispõe sobre o
estatuto do idoso, em seu art. 3° “É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do
Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária” (BRASIL, 2003,
grifo nosso).

As políticas públicas surgiram a partir da concepção do Estado Moderno no século


XIX o qual tem o direito de estabelecer política pública para atender a sociedade (Suassuna,
2007). Segundo Marcellino (1996), ao citar Requixa (1980), afirma que as diretrizes gerais de
uma política municipal de lazer não poderiam se restringir somente a uma política de
atividades, mas contemplar também questões referentes à formação e reciclagem de quadros
para atuação, aos espaços e equipamentos e critérios de ordenação do tempo.
A população idosa corresponde a 15 milhões da população, segundo dados do IBGE
(2002), no qual corresponde a 8,9% da população brasileira e podendo ultrapassar 30 milhões
de pessoas daqui uns 20 anos, correspondendo 13% da população. Assim faz-se importante
investir em políticas públicas de esporte e lazer para esta parcela da população, a qual
contribui para o bem estar e promove melhoria da qualidade de vida dos mesmos na pandemia
(BRASIL, 2008).
No Brasil a seguridade de políticas públicas em favor do idoso foi formalizada com a
Lei n° 8.842 de 4 de janeiro de 1994 implantando a política nacional do idoso, assegurando os
direitos sociais do mesmo, garantindo a autonomia, integração e participação efetiva na
sociedade. Já o Estatuto do Idoso ampliou as possibilidades as necessidades do idoso
(BRASIL, 2008).
Já em São Luís - Maranhão, esse aumento do número de idosos também é notório,
sendo em 1991 4,8% da população do município era idosa, correspondendo a 27.854
habitantes. Mais no ano 2000, houve um crescimento, que passa a representar 5,7%,
correspondendo a 43.501 habitantes da capital. No último censo realizado, em 2010, a
porcentagem chegou a atingir a marca de 7,7% abrangendo 71.038 habitantes.

Para a Organização das Nações Unidas (ONU) a qualidade de vida ao idoso ativo
deve ser assegurada através de políticas públicas: O envelhecimento ativo é uma
recomendação da ONU (Organização das Nações Unidas) para as políticas públicas
relacionadas ao envelhecimento. Isso prevê a otimização das oportunidades de saúde a fim de
aumentar a qualidade de vida conforme as pessoas envelhecem. O envelhecimento é natural e
não significa que o idoso vai aceitar a queda na saúde e da qualidade de vida como uma coisa
natural. No art. 9° do Estatuto do Idoso “é obrigação do Estado, garantir à pessoa idosa a
proteção à vida e a saúde, mediante efetivação de políticas sociais públicas que permeiam um
envelhecimento saudável e em condições de dignidade” (BRASIL, 2003). Por isso, faz-se
necessário criar espaços de lazer e esporte, buscando possibilitar vivências para o idoso nestas
áreas para que eles encontrem afinidade nas mesmas e busquem uma melhoria de vida e
promoção da saúde (BRASIL, 2008). As políticas públicas para o idoso foram direitos
adquiridos e construídos, no entanto, devem ser colocados em prática, deforma efetiva, com
concretização de ações, serviços e atendimento (BRASIL, 2008).

https://www.scielo.br/j/rbgg/a/zppmS36dmR9ckP66XGTJXVh/?lang=pt
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