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Desenvolvimento na idade

adulta e terceira idade


Prof.ª Patricia Rossi Carraro

Descrição

Desenvolvimento na idade adulta, terceira idade e conflitos


emergentes, como assuntos fundamentais para a
psicologia da saúde, organizacional e educacional.

Propósito

O conhecimento do desenvolvimento na idade adulta, terceira idade


e os conflitos emergentes nesse período da vida
é essencial para a formação e atuação do
profissional da saúde.

Objetivos

Módulo 1

Mudanças físicas na vida adulta e terceira idade


Identificar as mudanças físicas na vida adulta e terceira idade.

Módulo 2

Mudanças cognitivas na vida adulta e terceira idade

Analisar as mudanças cognitivas na vida adulta e terceira idade.

Módulo 3

Mudanças psicossociais na vida adulta e terceira idade

Reconhecer as mudanças psicossociais na vida adulta e terceira idade.

Módulo 4

Conflitos emergentes na vida adulta

Avaliar os conflitos emergentes na vida adulta.

Introdução
O desenvolvimento humano é definido como processos de transformações que acontecem
durante todo o
ciclo vital e estão relacionados a um conjunto complexo de fatores.
Porém, a maioria dos estudos sobre o
desenvolvimento humano está relacionada às mudanças
e às transformações que ocorrem na infância, na
adolescência e vida adulta.

O ciclo vital, que se inicia com a concepção e termina com a morte, e cada período da
vida é um processo
contínuo e dinâmico que será influenciado por um conjunto de
aspectos, sejam genéticos ou ambientais.
Assim, para a área da Psicologia, a noção de
ciclo vital está ligada aos estágios de desenvolvimento humano,
uma maneira de organizar
as etapas da vida humana.

É importante compreender que as passagens pelas diferentes fases do desenvolvimento são


vistas pela
cultura de maneiras diversas. Não se enfatiza apenas os aspectos biológicos
ao envelhecer, um processo
natural, mas também a maneira como a cultura olha para a
criança, para o jovem, para o adulto e para o idoso
pertencentes a determinados
contextos de uma época.

Conheceremos os aspectos e as características do desenvolvimento físico, cognitivo e


psicossocial do jovem
adulto, do adulto que se encontra na meia-idade e do idoso. Neste
conteúdo, portanto, entenderemos a
importância das mudanças que ocorrem na vida adulta.
Veremos também, os conflitos emergentes nessa
fase.

1 - Mudanças físicas na vida adulta e terceira idade


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as mudanças físicas na vida adulta e terceira
idade.
Considerações sobre o desenvolvimento na vida adulta

Entendendo o desenvolvimento após a adolescência

Davidoff (2001), ao abordar a transição para a


vida adulta, destaca que as expectativas em relação ao adulto são
muito semelhantes
em todo lugar. Espera-se que as pessoas que tenham chegado a essa fase vivam de
forma
independente e assumam responsabilidades por suas ações.

Mas podemos nos perguntar: o que define ser adulto? A


posição de adulto é adquirida
aos poucos. Para algumas
pessoas, ser adulto começa com a permissão para dirigir o
carro dos pais, beber em público e até votar. Terminar
ensino médio ou a faculdade
pode ser outra referência. Para alguns, mudar da casa dos pais, começar a trabalhar,
casar e até a chegada do primeiro filho podem ser considerados o ponto inicial da
vida adulta.

Andrade (2010) afirma que, com as novas


alterações sociais, novas configurações ocorrem na transição para a idade
adulta, como no reconhecimento de papéis de adulto por parte dos jovens. Por
um lado, acontece a continuação dos
estudos e uma instabilidade profissional
irá atrapalhar a inserção dos jovens no mundo do trabalho. Nesse contexto,
a
saída da casa dos pais ocorre mais tarde, o que interfere na idade para a
constituição de uma família própria.
Tornar-se pai ou mãe é transferido para
outro momento de vida.

É comum vermos uma separação da idade adulta em grupos


de idades para compreendermos melhor cada
momento. No entanto, você já ouviu dizer que a
idade por si mesma não nos explica tudo? E que a passagem do
tempo não nos dá todo o
conhecimento do qual precisamos para entender os processos de desenvolvimento?

Segundo Palacios (2004), não podemos prever o


comportamento de uma pessoa apenas pela idade. Percebemos
que no processo do
desenvolvimento existem determinadas mudanças características de uma idade e não de
outra,
mas não é a idade em si que produz as mudanças.

O interessante é descobrirmos as diferentes divisões


que os estudiosos do
desenvolvimento realizam sobre a vida
adulta e que de uma certa forma são
semelhantes.

Papalia e Feldman (2013) dividem a vida adulta em: jovem adulto, vida adulta
intermediária e vida adulta tardia.

Coll, Marchesi e Palacios (2004) consideram idade adulta, meia-idade e


velhice.

Bee (1997) estabelece a seguinte demarcação: início da vida adulta,


vida adulta intermediária e vida adulta tardia.

Conheça a seguir os termos que adotaremos para


nossos estudos:

Jovem adulto
Encontra-se no início da vida adulta, com idade de 20
aos 40 anos.

Meia-idade
Adultos que estão no período da vida adulta
intermediária, cuja idade seria em torno dos 40 a 60
anos.
Idoso
Faz parte da classificação da vida adulta tardia, com 66
anos em diante.

Mudanças físicas no jovem adulto

Auge físico do jovem adulto

Coll, Marchesi e Palacios (2004) afirmam que o


corpo humano alcança sua maturidade entre 25 e 30 anos, período
caracterizado pelos
maiores índices de energia e saúde.

Entretanto, é difícil apontar quando se inicia o


envelhecimento biológico, pois não ocorre de modo simultâneo em
todos os indivíduos:
o processo acontece de forma distinta entre as diferentes funções biológicas e os
diferentes
órgãos corporais.

Dentro de um mesmo órgão, como, por exemplo, no


cérebro, distintas partes seguem
padrões diferentes de
envelhecimento, cujo processo evidencia grandes diferenças
entre os seres humanos.

Exemplo
Existem pessoas que com 40 anos ou mais precisam usar óculos para compensar
as perdas de capacidade visual,
mas outras não necessitam desse tipo de
apoio durante a vida toda.

Bee (1997) ressalta que, dos 20 aos 30 anos, a


pessoa tem mais tecido muscular, mais cálcio nos ossos, mais
massa cerebral, melhor
visão, audição e olfato, bem como maior capacidade respiratória e um forte sistema
imunológico. Nessa faixa etária, somos mais fortes, mais rápidos e temos melhor
habilidade para nos recuperar do
exercício ou nos adaptar às mudanças corporais. As
pessoas nessa fase atingem e mantêm um excelente
funcionamento físico até por volta
dos 40 anos, período em que se iniciam mudanças, na maioria dos aspectos do
desempenho.

É certo que essas mudanças já acontecem bem antes


dos 40 anos, porém de uma forma quase imperceptível.
Entretanto, precisamos saber
que, na maior parte das pessoas, não percebemos uma queda significativa na função
física antes da meia-idade. Para Papalia e Feldman (2013), os jovens adultos
geralmente aproveitam os benefícios de
uma boa saúde, mas estão cada vez mais
expostos a vários riscos relacionados aos estilos de vida que a
modernidade oferece.

A saúde é influenciada pela parte genética, mas não podemos desconsiderar que
fatores
comportamentais contribuem, e muito, para o bem-estar. Na medida em que
os jovens
adultos comem com qualidade ou não, bebem, fumam, praticam exercícios,
usam drogas,
seus hábitos irão impactar sua condição física e na sua saúde.

Nessa faixa etária, as causas mais comuns de


limitações de atividade são:

artrite e outros transtornos musculares e esqueléticos,

acidentes (causa principal de morte e ferimento),

homicídio e uso de substância.

Fatores relacionados ao estilo de vida podem


afetar a saúde e a sobrevivência, assim como:

dieta,

obesidade,

exercício,

estresse,

sono (insônia),

tabagismo e uso de álcool.


De acordo com Papalia e Feldman (2013), ter uma
boa saúde e viver mais tempo estão relacionados a uma boa
condição socioeconômica e ao
estudo. As pessoas de classe social e econômica menos favorecida correm mais
riscos de
morrer de doenças transmissíveis, ferimentos, moléstias crônicas ou de se tornarem
vítimas de homicídio
ou suicídio.

A saúde mental é boa no início da vida adulta, mas


certas condições, como a depressão e o abuso de álcool, tornam-
se mais comuns. Os
relacionamentos sociais, o casamento, por exemplo, impactam a saúde física e mental.

Com relação aos aspectos sexuais e de reprodução,


no início da vida adulta, existem preocupações quanto a
infecções sexualmente
transmissíveis, transtornos menstruais e à infertilidade.

A causa mais comum de infertilidade nos homens é a


baixa contagem de espermatozoides
e nas mulheres relaciona-
se a problemas hormonais, problemas nos ovários, úteros e
tubas uterinas, além de endometriose.

Mudanças físicas na meia-idade

Declínio físico na meia-idade?

Conforme Papalia e Feldman (2013), atualmente, nas


sociedades industrializadas, a meia-idade é um período da vida
com suas próprias
regras sociais, funções, oportunidades e seus desafios. Os aspectos físicos nessa
fase estão em
pleno funcionamento. Várias são as responsabilidades e os papéis que
assumem e que se sentem capazes para
enfrentar. Podemos apontar que as pessoas de
meia-idade são saudáveis, na maioria, e não têm restrições
funcionais.
Para Bee (1997), o declínio físico é
esperado na meia-idade, mesmo que as mudanças sejam insignificantes e lentas
aos 40, 50 e 60 anos. Ocorre uma redução da clareza e nitidez da visão,
devido às camadas acrescidas ao cristalino
do olho, e perda da elasticidade,
durante os 40, 50 anos. Já a perda da acuidade auditiva acontece aos poucos.

As mulheres que se encontram na menopausa têm uma


alteração significativa na massa óssea, que inicia antes
desse momento específico da
vida. Caso elas vivenciem uma menopausa precoce, ou estejam abaixo do peso
normal,
ou se fizerem pouco exercício ou dietas com baixo teor de cálcio, a perda óssea será
mais rápida.

A menopausa acorre entre 45 e 55 anos, por


causa das diversas mudanças hormonais, o que inclui diminuição de
estrogênio
e progesterona, e um dos principais sintomas é a onda de calorões. Mulheres
após a menopausa tornam-
se mais suscetíveis a doenças cardíacas bem como à
perda óssea, levando à osteoporose.

As chances de desenvolver câncer de mama também


aumentam com a idade, e recomenda-se que as mulheres
façam exames de mamografia, a
partir dos 40 anos. Evidências sugerem que os riscos da terapia hormonal superam
seus
benefícios.

Muitos homens nessa fase têm disfunção erétil. As


causas podem ser físicas, mas também podem estar ligadas à
saúde, ao estilo de vida e ao
bem-estar emocional. A atividade sexual geralmente diminui lentamente na meia-idade.

Há um declínio na capacidade de reprodução para homens


e mulheres, porém é mais lento neles e mais rápido nelas.
Ressaltamos que os homens
produzem cada vez menos esperma e frequência de orgasmo.

Atenção!
Os índices de doença e mortalidade aumentam de forma considerável nessa
fase. Os adultos na meia-idade
possuem mais doenças crônicas, se comparados
aos jovens adultos, sendo que estes últimos possuem uma
tendência maior de
doenças agudas. As mulheres apresentam mais doenças do que os homens, mesmo
que
venham a morrer mais tarde.

O câncer e as doenças cardíacas são considerados


as duas principais causas de morte na meia-idade, sendo que
nos homens a taxa é
maior. Adultos nessa faixa etária evidenciam índices mais altos de problemas
emocionais de
todos os tipos, se os compararmos com os jovens.

De acordo com Papalia e Feldman (2013), os


insignificantes e lentos declínios nas
habilidades psicomotoras e
sensoriais são bem compensados. Perdas de densidade óssea
e da capacidade vital são normais.
A hipertensão é um problema de saúde importante
que se inicia nessa fase. Atualmente, temos um aumento do
diabetes, sendo essa a
quarta principal causa de morte nessa faixa etária.

O estresse é bem maior na meia-idade e pode estar


ligado a diversos problemas
objetivos. O nível de estresse alto
pode impactar no funcionamento imunológico. A
personalidade e a emotividade negativa podem afetar a saúde.
Emoções positivas
tendem a estar associadas com boa saúde.

Mudanças físicas no idoso

O que esperar fisicamente do idoso?

Rodrigues, Diogo e Barros (1996) revelam que, de


maneira geral, o organismo de uma pessoa idosa caracteriza-se
por alterações nas
estruturas e nas funções do corpo. Um dos aspectos mais visíveis do envelhecimento é
a
aparência pessoal, destacando-se a presença de rugas e cabelos brancos.

Veja abaixo algumas mudanças nos sistemas no corpo


humano:

Sistema locomotor

No idoso, as estruturas relacionadas à


locomoção também estão alteradas. Os ossos ficam mais frágeis e,
portanto, com maior risco de fratura. Ocorre perda da massa e da
força muscular, ocasionando dificuldade de
manter o equilíbrio. Como
consequência, o idoso pode apresentar o andar lento e arrastado, e
ainda diminuição da
agilidade. Em virtude das alterações das
estruturas das juntas (endurecimento), da artrose, pode haver
diminuição
da estrutura (altura) e o idoso tende a se inclinar para
frente (em consequência da acentuação da curvatura do
osso).

Sistemas respiratórios

Os sistemas respiratórios (pulmonar) e


cardiovascular (coração e circulação do sangue) estão intimamente
relacionados, portanto, uma mudança em um deles influi diretamente
sobre o outro. As alterações no sistema
respiratório resultam em uma
respiração menos profunda, na diminuição do reflexo da tosse e da
sua eficácia,
facilitando o aparecimento de infecções pulmonares.

Sistema cardiovascular

No sistema cardiovascular, ocorrem


modificações no coração e nos vasos sanguíneos (artérias e veias),
levando a
alterações no funcionamento de ambos. Como resultado
dessas mudanças, o idoso pode apresentar aumento da
pressão
arterial, batimento do coração irregular dentro de determinados
limites, e lesões dos vasos,
principalmente das extremidades.

Sistema sensorial

Com relação aos órgãos dos sentidos,


ocorre redução principalmente da audição e da visão. O idoso também
terá
prejuízos com o olfato e o paladar, e quando isso acontece
passa a não diferenciar o gosto dos alimentos, que
poderá ocasionar
a falta de apetite e o perigo de envenenamento acidental. Alguns
idosos podem apresentar
diminuição do tato, isto é, não distinguem
com facilidade o calor, o frio e a dor.

Sistema endócrino

Ao pensarmos no sistema endócrino


(responsável pela produção de hormônios), notamos que a produção de
hormônios diminui com o avançar da idade e as mudanças são variadas.
Ocorrem aIterações na capacidade de
adaptação do organismo a novas
situações, que se torna reduzida. Portanto, o idoso tem maior
dificuldade de
retornar ao seu estado normal, quando submetido a
estresse e tensão.

Existem outras mudanças além dessas que são


bastante relevantes também.
Quanto ao sistema urinário, na velhice, ocorre
diminuição da estrutura e da função dos rins. A bexiga pode deixar de
se esvaziar
completamente durante o ato de urinar, sobretudo nos homens. A incontinência
urinária, isto é, a perda
involuntária de urina, é bastante frequente.

As alterações ocorridas no sistema digestivo incluem a


dificuldade de mastigação,
decorrente da perda dos dentes, a
diminuição da saliva e demais secreções que agem
no processo de digestão, mais lento em virtude das alterações
de estrutura e funções
dos órgãos envolvidos, como o esôfago, o estômago e os intestinos.

Como algumas consequências dessas alterações, o idoso


pode apresentar "intestino
preso" (constipação intestinal),
gases, falta de apetite ou incontinência fecal
(falta de controle da saída das fezes).

Com relação às alterações sexuais, as mudanças no


corpo do homem e da mulher podem
comprometer a função
sexual, mas não a impedir.

Na mulher, ocorre redução dos pelos na área


genital (pelos pubianos), as mamas tornam-se flácidas e a vagina mais
ressecada. No
homem, pode ocorrer aumento da próstata, o pênis pode apresentar menor sensibilidade
e o volume
da ejaculação é menor.

Comentário

Não podemos afirmar que os idosos não gostam ou não conseguem ter relação
sexual. Ocorre uma alteração da
manifestação da sexualidade, assim como em
qualquer outra idade.

As alterações no sistema nervoso (que coordena e


integra todas as atividades corporais) incluem mudanças do
comportamento, falta de
memória para fatos mais recentes e distúrbios do sono.

As mudanças ocorridas no processo de envelhecimento


não devem ser vistas
isoladamente, ou seja, o homem é um
ser complexo e, portanto, as alterações nos
diversos órgãos e sistemas são inter-relacionadas. Não podemos isolar
os aspectos
biológicos dos psicossociais, pois também interagem na vida do ser humano.

Bee (1997) ressalta que a demência é mais comum com o


avanço da idade e afeta 15% ou
mais dos que têm acima
de 85 anos. A causa mais comum é a doença de Alzheimer.
Papalia e Feldman (2013) destacam que a
maior parte dos idosos tem uma boa saúde mental. A depressão, o
alcoolismo e
outros problemas podem até ser revertidos com tratamentos, porém o mal de
Alzheimer é irreversível.
Ele se torna mais frequente com a idade e é
hereditário; mas dieta, exercício e outros aspectos do estilo de vida
podem
fazer grande diferença.

Estudos mostram que a atividade cognitiva pode ser


protegida construindo-se uma reserva cognitiva que possibilite
ao cérebro funcionar
em condições de estresse. Terapias comportamentais e medicamentos podem diminuir a
velocidade da deteriorização. É importante ficar atento, pois uma redução da
capacidade cognitiva pode ser um sinal
precoce da doença.

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Qualidade de vida na fase adulta
Neste vídeo, você conhecerá a importância da
qualidade de vida para o jovem adulto, para a pessoa que está na
meia-idade e para o
idoso. Vamos lá!
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
A idade adulta jovem é considerada por muitas pessoas como a melhor fase da vida. Considerando o
desenvolvimento físico nesse período, podemos dizer que

A o sistema imunológico começa a se mostrar menos eficiente.

B as principais causas de morte nessa fase seriam o câncer e as doenças cardíacas.

C as mulheres apresentam mais dificuldades circulatórias devido aos problemas hormonais.

D há mais vitalidade, saúde e um melhor desempenho.

E apresenta muitos problemas sexuais e de infertilidade.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Estudos apontam que, no início da fase adulta, o jovem adulto, cuja idade gira entre 20 e 40 anos, está no seu
auge físico. Apresenta ótimo funcionamento muscular, cerebral, excelente acuidade sensorial, maior potencial
cardíaco, pulmonar, tem mais força, energia, resistência e coordenação motora.

Questão 2

Carlos Drummond de Andrade, na poesia - Fazer 70 anos traz uma reflexão sobre o envelhecer:

“Fazer 70 anos não é simples

A vida exige, para o conseguirmos,

Perdas e perdas no íntimo do ser,

Como, em volta do ser mil outras perdas [...]” (ANDRADE, Carlos Drummond. Amar se aprende amando. Rio de
Janeiro: Record, 1985).

Ao pensarmos no desenvolvimento físico do idoso, a partir do trecho da poesia, podemos considerar que

A a desaceleração generalizada em todas as reações é quase imperceptível nessa fase da vida.

B baixo funcionamento neurológico, sensorial e psicomotor.


C artrite, hipertensão e doenças cardíacas são doenças pouco prováveis de ocorrer nessa fase.

o idoso tem mais massa e tecido muscular, mais massa cerebral e também maior capacidade
D
aeróbica devido a todas as experiências e influências ambientais.

E a demência é muito rara nesse período da vida adulta.

Parabéns! A alternativa B está correta.

Verificamos que na velhice várias são as perdas também no plano físico. O processo do envelhecimento está
programado pelo nosso sistema biológico. As células do nosso corpo não podem se dividir infinitamente para
produzir novas células, pois a capacidade de regeneração é limitada. Com o tempo, diminui a capacidade para
se defender das infecções e aumentam os transtornos. O sistema endócrino, que controla diversas funções
corporais, também envelhece, e isso ocorre em todos os órgãos e sistemas do ser humano: neurológico,
sensorial e psicomotor. Por mais que encontremos vários idosos em boas condições de saúde, sabemos que o
corpo humano está programado para morrer. As perdas irão ocorrer, são inevitáveis.

2 - Mudanças cognitivas na vida adulta e terceira idade


Ao final deste módulo, você será capaz de analisar as mudanças cognitivas na vida adulta e terceira
idade.

Mudanças cognitivas no jovem adulto


Papalia e Feldman (2013) esclarecem que alguns
pesquisadores do desenvolvimento propõem formas de cognição
adulta distintas que vão
além das operações formais propostas por Jean Piaget. Uma linha da teoria e da
pesquisa
neopiagetiana diz respeito aos níveis mais altos de pensamento reflexivo,
ou raciocínio abstrato. Assim, vamos
encontrar nesta fase:

Pensamento reflexivo expand_more

Destaca a lógica complexa,


possibilita questionamento contínuo dos fatos, faz inferências e
conexões. A
capacidade para esse tipo de pensamento pode ocorrer entre
os 20 e 25 anos.

De modo geral, quase todos os adultos


desenvolvem a capacidade de se tornarem pensadores reflexivos,
mas
poucos têm competência para essa habilidade, e um número ainda menor
sabe aplicá-la a diversos tipos
de problemas. Esse tipo de pensamento
permite que a pessoa consiga uma visão crítica de uma opinião
pública,
ou de uma notícia, de maneira que possa refletir sobre ela, sem aceitar
informações fornecidas pelos
diferentes meios de comunicação como
verdades absolutas.

Pensamento pós-formal expand_more

É flexível, aberto, adaptativo e


individualista. É um tipo de pensamento que busca na intuição, nas
emoções e
na lógica uma forma de ajudar as pessoas a enfrentarem um
mundo um pouco confuso. Esse pensamento é
caracterizado pela capacidade
de lidar com a ambiguidade, incerteza, inconsistência, contradição,
imperfeição e tolerância. Inicia no começo da vida adulta em virtude da
exposição à educação superior.

K. Warner Schaie caracteriza o


desenvolvimento intelectual dentro de um contexto social. Ele propôs
sete
estágios relacionados às metas motivadoras que passam para o
primeiro plano nas várias etapas da vida.
Essas metas vão mudando e
estão relacionadas ao que eu preciso saber; como utilizar o que sei e o
motivo
que eu deveria saber (apud PAPALIA; FELDMAN, 2013).

Ainda de acordo com Papalia e Feldman (2013), a partir


dessa perspectiva teórica, destacamos que no início da fase
adulta vamos encontrar:
Estágio realizador

Final da adolescência ou início


dos 20 anos até o começo dos 30. Os jovens adultos não apresentam
mais o conhecimento por seu próprio valor. Eles passam a usar o que
conhecem para alcançar metas,
como carreira profissional e família.

Estágio responsável

Final dos 30 anos até início dos


60 anos. As pessoas nessa fase usam a mente para solucionar
problemas práticos ligados às responsabilidades com os outros, como
os membros da família ou
empregados.

Estágio executivo

Dos 30 anos até a meia-idade. As


pessoas são responsáveis por sistemas sociais (organizações
governamentais ou comerciais) ou movimentos sociais. Enfrentam
relacionamentos complexos em
múltiplos níveis. O conhecimento passa
a ser utilizado para sustentar esses sistemas.

Mudanças cognitivas na meia-idade


Para Papalia e Feldman (2013), a partir da
perspectiva teórica de Schaie sobre o desenvolvimento intelectual na
meia-idade,
destacamos que na vida adulta intermediária encontramos o estágio responsável e
executivo, já
estudado anteriormente.

Atenção!
Uma característica importante do pensamento pós-formal encontrado na
meia-idade é a sua natureza integrativa.
Adultos na meia-idade integram
lógica com intuição e emoção; fatos com ideias conflitantes e informações
novas
em relação às que já possuem. Eles interpretam o que leem, veem ou
ouvem em termos do significado que isso tem
para eles.

Muitos adultos entram na universidade em uma idade


que não é comum, com o objetivo de aperfeiçoar habilidades e
conhecimentos
relacionados ao trabalho, ou procuram fazer uma modificação de carreira. O
interessante é que, ao
participar das atividades educativas, eles têm condições de
expandir suas relações sociais, além do seu círculo
familiar.

Para Morris e Maisto (2004), os adultos


gradualmente percebem que não existe somente uma solução correta para
todos os
problemas, como os adolescentes pensam. Consideram que pode até não existir uma
solução correta, ou
existirem muitas. Os adultos percebem que a verdade
frequentemente varia de acordo com a situação e com o ponto
de vista adotado.

E o que podemos encontrar sobre a inteligência nessa fase da vida?

Papalia e Feldman (2013) afirmam que a Teoria


Triárquica da Inteligência, de Sternberg, identifica três elementos ou
aspectos da
inteligência na vida adulta, conforme podemos ver a seguir.

Elemento componencial expand_more

Relaciona-se ao enfoque analítico da


inteligência. Determina a eficiência da informação, a qual é realizada
pelas pessoas. É usado para resolução de problemas, monitoramento de
soluções e avaliação dos
resultados.

Elemento experiencial expand_more

Está ligado à introspecção e


criatividade. Vai indicar como as pessoas conseguem realizar tarefas
novas ou
familiares. Possibilita a comparação de uma nova informação com
aquilo que já sabem e descobrem novas
maneiras de unir fatos, ou seja,
pensar originalmente.

Elemento contextual expand_more

É extremamente prático. Demonstra


como as pessoas enfrentam o ambiente. É a habilidade que possibilita a
avaliação de uma situação e a decisão do que fazer, por exemplo,
adaptar-se a ela, modificá-la ou sair da
situação.

De acordo com essa teoria, os adultos têm esses três


tipos de habilidades, em maior ou menor grau. Uma pessoa
pode destacar-se em um, dois ou
em todos os três elementos.

Para Bee (1997), as capacidades cognitivas estão bem


nesse estágio da vida, mas há uma
variabilidade individual. O
desenvolvimento da inteligência aumenta, assim como o
vocabulário.

A perda de memória é normal nessa fase, mas é muito


insignificante, e esse fenômeno
acaba sendo evidente bem
depois da meia-idade, pelo menos em relação à maioria das
medidas.

A importância do exercício é um assunto constante na


pesquisa sobre o funcionamento
físico e cognitivo na vida
adulta intermediária. O exercício auxilia as pessoas a
continuarem com as habilidades em melhor estado do que os
que levam uma vida mais
sedentária.

Mudanças cognitivas no idoso


Para Papalia e Feldman (2013), estudos com idosos
apontam que o funcionamento cognitivo nessa fase é muito
questionado. Encontramos
pessoas que declinam em todas ou na maior parte das áreas, mas também muitas que
até
melhoram em algumas.

Os problemas práticos são resolvidos com mais


eficiência, se forem importantes
emocionalmente para eles, e uma
diminuição no funcionamento do sistema nervoso
central pode impactar a velocidade do processamento de
informação.

As memórias sensorial, semântica e de procedimento


funcionam tão bem quanto em
adultos mais jovens.
Entretanto, a capacidade da memória de trabalho e da memória
episódica não é tão eficiente.

Notamos que, com o passar do tempo, a complexidade


gramatical e o conteúdo da fala
declinam. As mudanças
neurológicas e as dificuldades de codificação, armazenamento e
recuperação podem estar relacionadas ao declínio
da memória funcional nos idosos.

Pessoas idosas podem apresentar considerável


plasticidade em desempenho cognitivo e
podem se beneficiar de
treinamento.
De acordo com Papalia e Feldman (2013), a partir
da perspectiva teórica de Schaie sobre o desenvolvimento
intelectual do adulto,
destacamos que no idoso encontramos os seguintes estágios:

Estágio reorganizativo

Fim da meia-idade e início da vida


adulta tardia: as pessoas, ao se aposentarem, terão que reorganizar
suas vidas e habilidades intelectuais, a partir de objetivos que
tenham significados para ocupar o
espaço do trabalho remunerado.

Estágio reintegrativo

Vida adulta tardia: os idosos, por


estarem vivenciando alterações biológicas e cognitivas, procuram
selecionar as atividades nas quais desejam investir esforço. Focam
no objetivo do que realizam e nas
tarefas que têm mais significado
para eles.

Estágio de criação de herança

Velhice avançada: para os idosos,


como a certeza que possuem é a morte, procuram elaborar
instruções
para a distribuição do que eles têm de valor, preparam-se para o
funeral, contam histórias
ou procuram escrever a autobiografia como
forma de deixar alguma lembrança ou legado para os
parentes e amigos
que amam.

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A construção da sabedoria ao longo da vida
Neste vídeo, você aprenderá como a sabedoria é
considerada pelos estudiosos do desenvolvimento a partir de
diferentes visões e que
não está relacionada diretamente com a velhice. Ela vai além da inteligência e é
baseada
também em valores sociais, éticos e morais. Vamos lá!
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Ao considerarmos o desenvolvimento cognitivo, no início da vida adulta, podemos ressaltar que o desempenho
do jovem adulto tem um potencial significativo. Entretanto, estudos apontam que as habilidades cognitivas
nessa fase também sofrem uma queda, porém esta vai ocorrer bem depois em capacidades como

A linguagem, raciocínio matemático, percepção.

B emoção, Inteligência, atenção seletiva.

C percepção, audição, consciência.

D raciocínio, vocabulário, sensação.

E vocabulário, problemas diários de memória e solução normal de problemas.

Parabéns! A alternativa E está correta.


Dos 20 aos 35/40 anos, ocorrerá maior desempenho em diversas tarefas mentais que exigirão velocidade e
maior habilidade de memória. Além disso, encontraremos um aumento do quociente de inteligência (QI), e
significativas melhorias no desempenho intelectual, como vocabulário ou solução de problemas. Contudo, é
preciso lembrar que os declínios vão ocorrer na dimensão cognitiva de forma bem sutil, e serão a partir dos 20
anos.

Questão 2

Teóricos do desenvolvimento humano consideram que a meia-idade é um momento primordial na vida do ser
humano. Partindo desse pressuposto, no desenvolvimento cognitivo, que vai dos 40 a 65 anos, é correto afirmar
que

A há aumento do QI e pouca mudança na memória até bem depois dessa fase.

B o funcionamento cognitivo é extremamente desorganizado.

C a pessoa tem muita dificuldade de comunicação clara e objetiva.

D o pensamento é um confuso nessa fase.

E a compreensão costuma estar em declínio significativo.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Podemos constatar que, na meia-idade, o QI vai ter um aumento por volta dos 50, 55 anos, porém pesquisas
demonstram que depois ocorre uma queda gradativa. Notamos também perda de habilidades menos praticadas,
como, por exemplo, visualização espacial. A memória sofre pouco impacto de declínio, nesse período, mas
percebemos uma perda superficial na velocidade da lembrança, também influenciada por estresse.
3 - Mudanças psicossociais na vida adulta e terceira idade
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as mudanças psicossociais na vida adulta e
terceira idade.

Mudanças psicossociais no jovem adulto


De acordo com Papalia e Feldman (2013), o início
da vida adulta oferece certa tranquilidade das cobranças do
desenvolvimento e
possibilita aos jovens a autonomia de vivenciar vários papéis e estilos de vida. É
um período de
experimentação e um momento que ele tem antes de aceitar os papéis e
as responsabilidades de adulto.

A busca por um emprego que traga certa estabilidade e


por relacionamentos amorosos
de longo prazo pode ocorrer
até os 30 anos ou depois.

Nessa fase, ocorre a recentralização, relacionada ao


desenvolvimento gradativo de
uma identidade adulta em busca
da estabilidade. É a principal tarefa no início da
vida adulta. Ocorre em três estágios e o poder, a responsabilidade e
tomada de
decisão vão aos poucos sendo transferidos da família de origem para o adulto jovem
independente.

Vamos conhecer esses estágios?

Estágio 1
A pessoa ainda pertence à família de origem, porém
espera-se que a autoconfiança e o autodirecionamento
comecem a aumentar. A
sua casa é ainda identificada como aquela em que vivem os pais.

Estágio 2

A pessoa pode estar de certa forma ligada à família


de origem, e depender dela financeiramente, porém, não sente
que pertence
mais a ela. Envolvimentos ainda não definitivos, universidade, trabalho e
relacionamentos íntimos são
aspectos dessa fase. Ao final desse estágio, a
pessoa procura assumir relacionamentos mais sérios e obter
condições para
mantê-los.

Estágio 3

Perto dos 30 anos, esse período relaciona-se com a


independência dos pais (mas tem relacionamento próximo com
eles), o
compromisso com uma profissão, com um relacionamento afetivo, e quem sabe
até filhos.

Na atualidade e em muitas ocasiões, morar na casa dos


pais é muito comum entre adultos jovens devido a questões
financeiras, causando certas
dificuldades de negociar um relacionamento adulto com os pais.

Por mais que saiam da casa dos pais, eles precisam


negociar a finalização da autonomia, iniciada na adolescência, e
dar um novo rumo ao
relacionamento com os pais, agora como adultos. Pais que não querem admitir essa mudança
podem atrasar o desenvolvimento de seus filhos.

Mesmo que os pais saibam que os filhos não são mais


crianças, os jovens adultos ainda precisam de aceitação,
empatia e apoio deles, e o
apego a eles continua sendo um elemento importante do bem-estar.

A formação de novos relacionamentos (como com


parceiros amorosos) e a renegociação de relacionamentos
existentes (como com os
pais) têm implicações na personalidade. Hoje em dia, mais do que antigamente, mais
adultos acabam adiando o casamento ou não se casam.

Estudos apontam que as razões para uma pessoa não


querer se casar podem ser:
possibilidades de carreira;

liberdade sexual;

viagens e estilo de vida;

busca por autorrealização;

não ter pressão social para casar;

limitações financeiras;

medo da separação;

dificuldade para encontrar um parceiro apropriado;

e falta de possibilidades de namoro ou de pessoas que estejam


namorando.

Verificamos que, na atualidade, muitos casais


podem optar por morar junto sem se casar. Esse tipo de
relacionamento aumentou nos
últimos tempos. Parece refletir o momento de experimentação do início da vida adulta
e
uma maneira de adiar o casamento. As pessoas estão se casando mais tarde do que em
gerações passadas.

Pesquisas constatam que, atualmente, as mulheres têm menos filhos e bem mais
tarde na
vida, e um número significativo de mulheres não quer tê-los. Os pais,
de modo geral, se
envolvem menos na educação dos filhos do que as mães, mas são
mais presentes do que
em gerações anteriores.

A satisfação, para quem é casado, diminui durante os


anos de criação dos filhos. Na maioria das vezes, mesmo o
casal trabalhando, a
responsabilidade maior da casa e dos filhos fica a cargo da mulher, que se sente
sobrecarregada.

O divórcio continua a ocorrer. Segundo dados do


IBGE, em 2020, no momento do divórcio, as mulheres tinham, em
média, 40 anos e os
homens, 43. As estatísticas apontam que, no Brasil, 49,8% dos casais que se
divorciam
mantiveram um casamento de até 10 anos. Porém, os que ainda permanecem
casados apontam maior nível
educacional e o atraso na idade de casamento.

Sabemos também que várias pessoas divorciadas procuram


casar-se novamente dentro de
poucos anos, mas os
novos relacionamentos têm uma tendência de menor estabilidade do
que os primeiros.
Mudanças psicossociais na meia-idade
Para Papalia e Feldman (2013), apesar de alguns
teóricos afirmarem que a personalidade está essencialmente
formada na meia-idade, há
um consenso crescente de que o desenvolvimento nessa fase mostra mudança e
estabilidade.

Apesar de ser divulgada a existência de uma crise de


meia-idade, pesquisas não
apoiam uma crise normativa nessa
fase. É mais correto referir-se a uma transição,
que pode ser um momento psicológico decisivo.

rise normativa
São os eventos esperados socialmente, marcantes, frequentes e
específicos em determinado momento do ciclo de vida.

A saúde física e mental é influenciada


positivamente pelos relacionamentos, mas eles também podem apresentar
vários
momentos estressantes. Estudos sobre a qualidade dos casamentos sugerem uma
melhora no
relacionamento do casal após os filhos deixarem a casa dos pais.

O divórcio na meia-idade pode ser estressante e


ocasionar uma importante mudança de vida. Segundo diferentes
pesquisas, as pessoas
casadas tendem a ser mais felizes na meia-idade do que indivíduos em qualquer outro
estado
civil, especialmente os homens.

As pessoas de meia-idade não têm muito tempo para


estar com os amigos, se comparado
aos adultos mais jovens,
mas o apoio emocional e a ajuda em determinadas situações
dos amigos são importantes.

O ninho vazio pode ser libertador para muitas


mulheres, mas pode ser complicado para casais, cuja identidade
depende do papel de
pais, ou para aqueles que agora têm de enfrentar problemas conjugais anteriormente
ignorados.

Atualmente, devido a diversos problemas financeiros ou emocionais, adultos que


saíram
da casa dos pais estão retornando a ela, e algumas vezes com suas
famílias.

Na meia-idade, constatamos que mais e mais pais


idosos são dependentes dos cuidados de seus filhos. A aceitação
dessas necessidades
pode ser considerada um aspecto marcante da maturidade do filho e a finalização de
uma
crise relacionada aos filhos.

As possibilidades de tornar-se cuidador de um pai


idoso aumentam na meia-idade,
sobretudo para as mulheres.

Notamos que é muito comum, na meia-idade, os


adultos tornarem-se avós, mas seus filhos têm menos filhos que as
gerações
anteriores. É comum que um divórcio e um novo casamento de um filho possam
influenciar o
relacionamento entre avós e netos.

Encontramos também avós criando os netos, cujos pais


estão impossibilitados de
fazê-lo. Criar os netos pode
acarretar tensões físicas, emocionais e financeiras.

Mudanças psicossociais no idoso


Na perspectiva de Papalia e Feldman (2013), mesmo
aposentados, os idosos continuam trabalhando. Encontramos
também pessoas aposentadas
começando novas profissões, trabalhando em algum período, ou até como
voluntárias.

As idosas estão mais inclinadas do que os idosos a


viver sozinhas. A permanência em
instituições de longa
permanência (ILP) não é comum em países em desenvolvimento.

Os idosos preferem morar sozinhos ou não participam de


atividades sociais. Porém, é
importante destacar que cada
vez mais os estudos apontam o fator socialização como
um importante elemento associado à qualidade de vida e à
boa saúde no final da vida.
Na medida em que a pessoa mantém seus laços afetivos e busca uma vida social
dinâmica, maior é a possibilidade de apresentar ótima saúde física e mental.
Os relacionamentos são importantes para os idosos,
ainda que não se vejam com
frequência. Os idosos gostam de
passar seu tempo com outras pessoas que aumentem seu
bem-estar emocional. A interação social vai impactar a
saúde e a satisfação do
idoso. Já o isolamento é um fator de risco para mortalidade.

Com o aumento da expectativa de vida, aumenta


também a longevidade do casamento. Os casamentos que
permanecem até o final da
velhice são relativamente felizes. É cada vez maior o número de idosos viúvos que se
casam novamente. Já as mulheres conseguem viver sem o marido, e dificilmente se
casam novamente.

É raro ocorrer separação ou divórcio entre os idosos,


e grande parte dos idosos que
se divorciou casou-se de novo.
Encontramos também alguns idosos que nunca se
casaram, os quais, segundo pesquisas, são menos solitários do
que os divorciados e
os viúvos.

Muitos idosos têm amigos próximos e são mais saudáveis


e felizes. Pais idosos e seus
filhos adultos têm contato
com frequência e se ajudam. Vários idosos estão cuidando
de filhos adultos, netos ou até bisnetos. Por outro lado,
idosos com saúde precária
ou deficiências físicas podem sobrecarregar os cuidadores, especialmente quando se
trata de algum familiar.

Não ter tido filhos não parece ser algo negativo na


velhice. Na grande maioria das
vezes, os irmãos oferecem suporte
emocional uns aos outros. As irmãs procuram
conviver com seus irmãos. Os bisavós parecem não se envolver muito
com os bisnetos,
mas muitos encontram satisfação nesse papel.

video_library
O adulto emergente e suas relações
Neste vídeo, você conhecerá quem é o adulto
emergente, ou adultez emergente, e a sua passagem para idade adulta.
Vamos lá!
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Os psicólogos, de modo geral, partilham algumas ideias em comum relacionadas ao desenvolvimento social do
adulto que se encontra na meia-idade. Considerando a afirmação, podemos concluir que

é pouco provável que as mulheres assumam o papel de provedor principal de cuidados de um


A
dos pais idosos que se encontra fragilizado.

na meia-idade, as pessoas possuem muitos amigos. A amizade traz grandes benefícios para o
B
crescimento pessoal.

o aumento nas exigências do papel pode contrubuir para maior qualidade de vida e satisfação de
C
vida, nessa idade.

exitem várias evidências de que os anos da meia-idade são menos estressantes para as
D
mulheres e mais felizes do que o início da vida adulta.

grande parte das pessoas que são avós nessa fase está envolvida de forma intensa no cuidado
E
diário dos netos.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Apesar das várias mudanças que a mulher vivencia na meia-idade, essas estão inclinadas muito mais a ver um
campo de possibilidades extraordinárias abrindo-se diante de si. Uma sensação real de perigo e medo pode dar
espaço a um fortalecimento. Para muitas delas, ainda há muitas coisas a fazer. É um período de satisfação e
felicidade, com grandes mudanças na forma de enxergar o mundo e de se relacionar.
Questão 2

Analise o trecho a seguir:

“O que torna mais tranquilo o enfrentamento dos declínios na velhice é a mudança que ocorre ao mesmo tempo
nas exigências de muitos papéis sociais. Adultos mais velhos conseguem adaptar-se a perdas físicas ou
mentais, em parte, porque estão menos limitados pelas expectativas dos papéis. Naturalmente que não é
acidental o enfraquecimento do domínio dos papéis sociais no período em que o corpo se torna mais sensível.
Na velhice, as obrigações sociais vão diminuindo aos poucos, e não são oferecidos novos papéis” (BEE, Helen. O
Ciclo Vital. Porto Alegre: Artmed, 1997, p. 580).

O texto apresentado retrata que

os papéis que pemanecem na velhice possuem mais deveres ou expectativas e mais destaque.
A
Diversos idosos têm muita vitalidade.

uma minoria de idosos mais velhos continua a ocupar o papel de pai e mãe, e nesses anos esse
B
papel costuma ser mais complicado e mais exigente.

alguns papéis desaparecem, com a aposentadoria e a morte de pais e cônjuge, proporcionando


C
maior liberdade para expressar sua individualidade.

D estudos apontam que a perda de definição traz pouco risco identificado de isolamento e solidão.

é cada vez mais frequente que bisavós estejam envolvidos com a vida das crianças, e essa
E
relação oferece muita satisfação.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Na velhice, desaparecem muitos papéis grandes (profissional, de filho, de cônjuge, principalmente para as
mulheres) ou pequenos (participação em organizações religiosas ou comunitárias, presidente de associação de
bairro, membro do conselho escolar – dando lugar para pessoas mais jovens). Os que permanecem possuem
menos participação nas atividades rotineiras, não mais estruturadas por meio de papéis específicos,
proporcionando, para alguns teóricos do desenvolvimento, maior liberdade para a individualidade e escolhas.
4 - Conflitos emergentes na vida adulta
Ao final deste módulo, você será capaz de avaliar os conflitos emergentes na vida adulta.

Crises previstas na vida adulta


Segundo Sheehy (1984), “envelhecer é um processo
normal do ciclo da vida”, e a cada passagem de um estágio do
crescimento humano para
outro, temos que mudar uma estrutura de proteção. Ficamos expostos e vulneráveis,
mas
também entusiasmados, parecendo que sempre vamos iniciar algo novo, com a
capacidade de nos expandir de
modo antes ignorado.

Observamos que essas mudanças podem durar vários anos.


Entretanto, ao sairmos de
cada uma das passagens,
entramos em um período mais prolongado e mais estável, no
qual podemos esperar relativa tranquilidade e uma
sensação de reconquista de
equilíbrio. Para a compreensão do desenvolvimento humano, tanto a mudança quanto a
estabilidade são centrais e devem ser consideradas em uma relação dialética e de
equilíbrio dinâmico.
Todos os eventos que vivenciamos, sejam
formaturas, casamento, filhos, divórcio, morte de uma pessoa querida, um
emprego, ou
um desemprego, aposentadoria, têm impacto sobre nós. Esses acontecimentos que nos
marcam são
os fatos concretos de nossas vidas. Eles podem ser entendidos como crises
e, para alguns autores, demarcam o
desenvolvimento no ciclo de vida de uma pessoa.

Delimitar o desenvolvimento em estágios ou por idade


cronológica responde ao objetivo do estudo do
desenvolvimento humano que busca entender
a mudança das pessoas ao longo do tempo. Porém, é importante
sempre considerarmos
diversas perspectivas e fatores, entendendo o desenvolvimento como processo, observando
o significado das mudanças e continuidades no tempo e o papel do próprio sujeito, assim
como o da cultura e dos
contextos ecológicos em que se circunscreve o desenvolvimento,
ao longo do curso de vida.

Um estágio do desenvolvimento não é definido em termos de acontecimentos que nos


marcam, e sim pelas mudanças que se iniciam interiormente.

Para Rodrigues, Diogo e Barros (1996), o envelhecer do


homem está sujeito a transformações, a alguns ganhos e
perdas. A maneira de lidar com
essas situações vai depender da forma como o homem viveu, de valores, crenças e
atitudes
assumidas ao longo da vida.

Davidoff (2001) aponta que as teorias da vida adulta


enfatizam os desafios, os problemas, os conflitos e as
mudanças intelectuais e de
personalidade que surgem em momentos diferentes. Existem autores que defendem que
o
desenvolvimento humano pode ser estudado a partir de estágios.

Considera-se que os estágios adultos têm uma sequência


fixa e são similares para todos os membros de
determinada cultura que vivem em uma mesma
época específica.

A Teoria de Erik Erikson é uma das


mais influentes de
toda a Psicologia. Esse teórico acredita que todas as pessoas
passam por oito estágios e
cada um deles recebe influências da sociedade humana.

Para ele, em qualquer período, um conflito ou uma


crise principal surgem. O enfrentamento de cada uma das crises
de maneira produtiva
aumenta a saúde mental. Deixar de lidar com elas contribui para desajustes posteriores.
São
fases críticas e períodos decisivos (DAVIDOFF, 2001).

Quem disse que é fácil viver a vida adulta? Se alguém falou isso, ainda não
chegou a essa fase.

Para Sheehy (1984), como na infância, cada passo


implica novas tarefas que funcionaram anteriormente. A cada
passagem, é preciso
renunciar a alguma magia, lançar fora alguma ilusão de segurança e algum sentido
confortavelmente familiar de identidade e levar em conta a expansão de nossa própria
individualidade.

Ser adulto é um período de muitas


responsabilidades, desafios e que, às vezes, as situações não saem muito bem
como
desejamos. Entretanto, podemos construir caminhos que nos ofereçam muitas alegrias,
realizações e
interações significativas. Vai depender muito de nós!

Conflitos emergentes no jovem adulto


Papalia e Feldman (2013) afirmam que, na Teoria de
Erikson, o jovem adulto luta com o desafio de construir
intimidade, um laço
duradouro caracterizado por cuidado, compartilhamento e confiança. Esse é um grande
conflito,
uma crise que tem que enfrentar.

Caso os adultos jovens não consigam assumir


relacionamentos sérios com os outros, afirma Erikson, eles podem
tornar-se muito
isolados e absorvidos em si mesmos. Entretanto, eles precisam de algum isolamento
para refletirem
sobre suas vidas.
Ao tentarem resolver as situações conflitantes de
intimidade, competitividade e
distância, eles acabam tendo um
sentido ético, que Erikson considera o ponto
principal para se tornarem adultos. Os relacionamentos íntimos nos
pedem sacrifício
e compromisso.

Reflexão

O resultado desse estágio é a virtude do amor. É praticamente uma devoção


mútua entre as pessoas que escolheram
ficar juntas, ter filhos e ajudá-los a
alcançar seu próprio desenvolvimento saudável.

De acordo com Sheehy (1984), perto dos 30 anos,


nos defrontamos com a questão de como nos firmamos no
mundo adulto. Cheios de
energia, talvez já tendo deixado de morar com a família e superado o tumulto dos
anos de
transição, sentimo-nos mais livres na nossa maneira própria de viver no
mundo. Ou enquanto procuramos essa
maneira, desejamos experimentar alguma outra,
provisória.

Nessa fase, não só estamos tentando provar


nossa competência na sociedade, como também estamos
intensamente conscientes
de estar sendo testados. Por mais diferentes que sejam as formas que o jovem
adulto
escolha, concentram-se sempre em dominar aquilo que entendem que
devem fazer.

A diferença é entre a transição anterior, os anos


da adolescência, quando sabíamos o que não queríamos fazer, e a
transição seguinte,
a dos 30 anos, que nos estimulará no sentido de fazer o que queremos.

Ser
universitário é uma forma segura e comum para aqueles que podem responsabilizar-se
com as despesas, seja
com a ajuda da família seja com o próprio trabalho. Procurar
ganhar um diploma é uma coisa que os jovens já sabem
como fazer. A situação adia o
momento em que eles terão de provar a que vêm, em um cenário maior, mais
turbulento.

Na atualidade, espera-se que aos 25 anos,


ou até mais, o indivíduo determine o rumo da vida. Dada a permissividade
de
experimentação, a escolarização mais longa à disposição, não é nada incomum
que uma pessoa esteja perto dos
30 anos antes de firmar definitivamente em
um caminho.

Um dos aspectos amedrontadores no início


da vida adulta é a convicção de que nossas escolhas são definitivas. Se
escolhemos uma faculdade ou trabalhar, casar ou não se casar, mudar para um
lugar melhor ou abrir mão de uma
viagem para o exterior, decidir por ter
filhos ou fazer carreira, temos medo de que tenhamos que viver com essa
opção o resto da vida. Em grande parte, esse medo não tem fundamento.
A mudança não só é possível, como certa alteração de
nossas primeiras escolhas parece inevitável. Entretanto,
como aos 20 e poucos anos não
temos experiência na tomada de importantes decisões, não conseguimos imaginar
que
oportunidades de melhor integração venham a ocorrer depois de um pouco de crescimento
interior.

Na visão de Sheehy (1984), a perda da juventude, a


incerteza de forças físicas que sempre sentíamos como naturais,
o embaraço do propósito
de papéis caracterizados com que até então havíamos nos identificado, a dúvida
espiritual
de não termos sequer respostas absolutas, todas essas turbulências podem dar
a essa passagem o caráter de crise,
que vai dos 35 a 40 anos.

Atenção!

Essa é uma época de perigo e, ao mesmo tempo, oportunidade. Todos temos a


chance de moldar novamente a
estreita identidade com a qual nos definimos no
início da vida adulta. E quem entre nós que não aproveitar ao
máximo a
oportunidade passará por uma grave crise de autenticidade.

Para conseguirmos superar essa crise, precisamos


reexaminar nossos propósitos e reavaliar como usar nossos
recursos de agora em
diante.

Conflitos emergentes na meia-idade


Na meia-idade, Davidoff (2001) ressalta que os
adultos precisam transpor a ponte entre gerações e assumir
compromisso significativo
com o futuro e com a próxima geração. Se as pessoas permanecem absorvidas em si
mesmas, elas param.

Na visão de Morris Maisto (2004), na meia-idade, de


acordo com a Teoria de Erikson,
o principal desafio e
enfrentamento é a produtividade (generatividade) versus a
estagnação. Produtividade relaciona-se à capacidade de
continuar sendo produtivo e
criativo, especialmente de maneiras que orientem e encorajem as gerações futuras.

Se o indivíduo não consegue atingir esse estágio, a vida se torna uma rotina
monótona e sem
sentido, e a pessoa se sente estagnada e entediada.
Para Carvalho-Barreto (2013), o foco primordial
desse momento é como a pessoa enxerga a vida, o que pode realizar
no percurso dela,
quais metas foram alcançadas e as suas contribuições para melhorar o mundo. Sendo
assim, a
generatividade vai se direcionar para além do contexto familiar, dando
importância à sociedade e às gerações
futuras.

Nesse estágio, para resolver parte da crise dessa


fase, a parentalidade aparece como
um eficiente plano para cuidar,
por exemplo, de um filho ou outra pessoa, com vistas
a contribuir para o futuro.

Na visão de Sheehy (1984), apesar de todas as


crises impostas na meia-idade, em meio aos 40 anos e poucos, o
equilíbrio poderá ser
recuperado. Atinge-se uma nova estabilidade, que poderá ser mais ou menos
satisfatória.

Se a pessoa se recusou a enfrentar os seus dilemas,


por ocasião da transição da
meia-idade, a sensação de
inutilidade se fortalecerá e poderá se transformar em
resignação. Um a um, a segurança e os apoios serão retirados
da pessoa que estiver
parada. Os pais se tornarão crianças, as crianças crescerão e sairão de casa, um
companheiro
poderá se afastar, e cada um desses acontecimentos será visto como um
abandono.

Comentário

É provável que a crise volte a surgir por volta dos 50 anos, e embora a
desestabilização possa ser maior, o golpe
poderá ser necessário para levar a
pessoa considerada madura a buscar uma revitalização.

Por outro lado, se nos confrontarmos conosco na


passagem intermediária e encontrarmos uma renovação de
propósito em torno da qual
estaremos ansiosos por construir uma estrutura de vida mais autêntica, esses poderão
ser os melhores anos.

A felicidade pessoal aumenta significativamente para


aqueles que forem capazes de
aceitar o fato de que ninguém
nessa fase vai compreendê-lo perfeitamente. Os pais
podem ser perdoados por acontecimentos ruins, dificuldades
de nossa infância. Os
filhos podem ir embora sem que os pais se fechem em um silêncio dolorido.

Aos 50 anos e pouco mais, há um novo calor e novos


sentimentos. Os amigos podem se
tornar mais importantes,
mas a privacidade também se torna fundamental.

Conflitos emergentes no idoso


Rodrigues, Diogo e Barros (1996) consideram que
são vários os conflitos que impactam no envelhecimento. Vamos
conhecer os mais
relevantes:

Perda da posição social expand_more

Esse fator é muito comum entre os


idosos inativos; após a aposentadoria, sentem-se inúteis na sociedade,
perdem o espaço no lar, há maior dificuldade no relacionamento,
considerando as diversas perdas das
interações sociais. Há um sentimento
de inutilidade que pode levar à depressão.

Pobreza expand_more

Considerando a pobreza associada ao


analfabetismo, as pessoas idosas, muitas vezes, apresentam
dificuldade
em aprender novas habilidades. A pobreza dificulta as condições mínimas
para sobrevivência,
como alimento, habitação adequada e outras
necessidades da vida. Dificulta a participação dos idosos nos
eventos
culturais e em atividades similares.

Solidão expand_more

Muitas vezes, os idosos têm pouco


contato com as pessoas. Algumas causas que interferem são: dificuldade
para tomar um transporte, transporte inadequado, dificuldade financeira,
incapacidade física, falta de
companhia decorrente do número reduzido de
familiares ou de amigos.

Aflição ou angústia expand_more

Outro aspecto de grande importância


no envelhecimento é a perda de parentes próximos ou de amigos, por
morte
ou mudança de local, e também a perda de órgãos, em decorrência de
doenças. A doença pode levar
os idosos à depressão e muitas vezes tem
como consequência o suicídio.

Dependência expand_more

Dependência física ou psicossocial


afeta a saúde dos idosos. A dependência pode ser a causa de doenças,
isolamento, depressão, falta de companhia para desenvolver atividades
básicas, como a alimentação, o
banho, o caminhar, o transporte, entre
outras que colaboram para uma vida digna do ser humano.
Medos diversos expand_more

Os idosos mencionam o medo, não só da


solidão, mas também da doença, da dependência de terceiros e
alguns
ainda têm medo da morte, principalmente, diante da perda de amigos ou do
companheiro.

De acordo com Davidoff (2001), a última crise na


Teoria de Erikson que vamos enfrentar e que ocorre na velhice
aponta que, quando a vida
se aproxima do fim, os idosos precisam fazer as pazes consigo mesmos. Se não
conseguirem
aceitar o passado como tendo sido digno de valor, eles confrontam a probabilidade de
depressão e
desespero.

O estágio final de Erik Erikson, integridade do


ego versus desespero, culmina na virtude da sabedoria, ou na aceitação
da vida
e da
morte iminente. Erikson considerava que os indivíduos precisam ter um envolvimento
de qualidade com
a sociedade.

Chegamos ao final dos nossos estudos, e compreendemos


que viver crises e conflitos
não deve ser encarado como
algo ruim ou negativo, pelo contrário, são
enfrentamentos, momentos diferenciados de crescimento. Exige
aprendizagem,
sentimentos, reflexões e atitudes. É rever nosso mundo interior e buscar o melhor em
cada um de
nós.

video_library
O envelhecimento na sociedade atual: conflitos emergentes
Neste vídeo, você conhecerá quais são as
concepções que a sociedade tem sobre o envelhecimento, quais são as
imagens que se
cria sobre a pessoa idosa e os conflitos emergentes. Vamos lá!
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Erikson elaborou uma teoria que explica a vida desenvolvimental ocorrendo a partir de uma sequência. Em cada
estágio, surge uma crise entendida não como uma catástrofe, mas como um momento de virada, um período
delicado, mas potente. Ao considerarmos a fase do jovem adulto, a crise que é preciso enfrentar, de acordo com
essa teoria, refere-se à

A iniciativa e culpa.

B intimidade e ao isolamento alternativo.

C produtividade e estagnação.

D identidade e confusão.

E integridade do ego e ao desespero.

Parabéns! A alternativa B está correta.

De acordo com Erikson, o jovem adulto precisa adquirir a capacidade de intimidade, sem perder nesse processo
qualquer coerência do ego. O isolamento pode trazer um momento de reflexão necessária, mas também pode
causar solidão e incompletude. Para essa teoria, se a pessoa não tiver um firme senso de identidade pessoal
(tarefa a ser finalizada na adolescência), não terá condições de se comprometer em um relacionamento íntimo.

Questão 2

Analise o trecho a seguir:


“A dor ou a crise, ou o estresse podem ser necessários, ainda que não suficientes para certos tipos de
crescimento psicológico, exatamente como a ostra, que só forma uma pérola se houver um grão de areia em seu
interior. Esta, inclusive é uma hipótese reconfortante, já que ela sugere a existência, sempre, de algo a ser ganho,
em decorrência de toda a vida dolorosa” (BEE, Helen. O Ciclo Vital. Porto Alegre: Artmed, 1997, p. 508).

O texto apresentado aborda que

reconhecer o que estamos fazendo e a autocompreesão são pontos vivenciais insuficientes para
A
ampliar o espaço das nossas escolhas e enfrentamentos das crises.

olhar para os conflitos, perdas e crises é ver o quanto é impossível a relação com o crescimento
B
psicológico e o sofrimento.

as pessoas que somos e a vida que vivemos são pouco determinadas, para melhor ou para pior,
C
pelas nossas experiências com as crises.

nas crises e nos conflitos e até em perdas que, muitas vezes, são necessárias, tornamo-nos
D
pessoas plenamente desenvolvidas.

os enfrentamentos impactam negativamente nosso desenvolvimento, principalmente na fase


E
adulta.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Seria muito estranho se não experimentássemos alguma dor ao deixar um estágio que já estamos
acostumados, pela incerteza do próximo. Se não mudamos, não crescemos. Se não crescemos, não estamos
realmente vivendo, nem nos desenvolvendo. O crescimento exige uma mudança temporária à segurança. Crises,
perdas e conflitos acontecem. Podem ser passageiras também, se assim desejarmos. A coragem de dar novos
passos nos permite abandonar cada estágio com suas satisfações e encontrar as novas respostas, que
libertarão o potencial do estágio anterior. Isso tudo está dentro de cada um de nós.
Considerações finais
Em nosso estudo, discutimos as diferentes fases da
vida adulta. Além disso, estudamos os conflitos emergentes
nesse período. Destacamos o
quanto esse conhecimento é imprescindível para a formação e atuação do profissional
da
saúde em diferentes contextos, sejam educacionais, clínicos, hospitalares ou
organizacionais.

Verificamos o quanto o jovem tem excelentes condições


de saúde. Entendemos também que, na meia-idade, alguns
problemas nessa área começam a
ocorrer, mas o declínio é bem lento e gradativo. Quanto ao idoso, por incrível que
pareça, a maioria dos sistemas corporais continua a funcionar, mas problemas e
limitações que surgem nessa fase
podem ser amenizados.

Estudamos também o desenvolvimento cognitivo na fase


adulta. Notamos que as capacidades, por exemplo, de
pensamento, vocabulário, solução de
problemas, raciocínio, inteligência, linguagem e memória podem se aperfeiçoar
significativamente. O exercício de habilidades cognitivas melhora o desempenho, embora
possa declinar ao longo
dos anos.

Destacamos que o desenvolvimento psicossocial é


primordial em todas as fases da vida adulta, e o quanto cada
momento será vivido com
perdas e ganhos, próprios de cada momento da vida. O enfrentamento ainda é a melhor
saída.

Por fim, é um grande desafio compreender a vida


adulta. Desse modo, é primordial conhecer as características
físicas, cognitivas e
psicossociais e as crises de cada fase.

headset
Podcast
Neste podcast, a especialista irá
demonstrar que o ser humano passa por estágios ao longo do ciclo
vital, os quais
assumem vários significados, porém é na fase adulta
que pensamos mais sobre esse assunto que muitas pessoas
têm medo.
Vamos lá!

Referências
ANDRADE, Cláudia. Transição para a idade adulta:
das condições sociais às implicações psicológicas. Análise
Psicológica, v. 28, n. 2, p. 255-267,
2010.

BEE, Helen. O Ciclo Vital. Tradução Regina


Garcez. Porto Alegra: Artmed, 1997.

CARVALHO-BARRETO, André de. A parentalidade no ciclo de


vida. Psicologia em Estudo, v. 18, n. 1, p. 147-156,
jan./mar. 2013.

COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALACIOS, Jesus.


Desenvolvimento Psicológico e Educação: Psicologia Evolutiva. v.
1. 2 ed. Porto
Alegre: Artmed, 2004.

DAVIDOFF, Linda L. Introdução à Psicologia. 3.


ed. São Paulo: Person Makron Books, 2001.

IBGE. Em meio à pandemia, número de divórcios cai 13,6% em


2020.
Agência IBGE de Notícias. Consultado na
internet em: 14 mar. 2022.

MORRIS, Charles G.; MAISTO, Albert A. Introdução à


Psicologia. 6. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Ciclos de vida: algumas


questões sobre a psicologia do adulto. Educação e Pesquisa, v. 30,
n. 2, p. 211-229, maio/ago. 2004.

PALACIOS, Jesus. Mudança e desenvolvimento durante a idade


adulta
e velhice. In: COLL, César; MARCHESI, Álvaro;
PALACIOS, Jesus. Desenvolvimento
Psicológico e
Educação: Psicologia Evolutiva. v. 1. 2 ed. Porto Alegre: Artmed,
2004.

PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth D. Desenvolvimento


Humano. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013.

RODRIGUES, Rosalina Aparecida Partezani; DIOGO, Maria José


Délboux; BARROS, Terezinha R. de. O envelhecimento
do ser humano. In:
RODRIGUES, Rosalina Aparecida
Partezani; DIOGO, Maria José Délboux. Como cuidar dos idosos.
Campinas: Papirus, 1996. (Coleção
Vivaidade).

SHEEHY, Gail. Passagens: crises previsíveis na


vida adulta. 9 ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1984.

Explore +
Assista ao vídeo O que é ser uma pessoa madura?,
do psiquiatra
Flávio Gikovate. Você terá noções de aspectos
fundamentais sobre maturidade emocional, formação
moral, habilidades emocionais, entre outros, para poder pensar
na sua postura, interações sociais e
visão de mundo frente às adversidades, mudanças que vive como pessoa e
como profissional.

Para ampliar seus conhecimentos, leia o artigo Ninho


cheio: uma
nova etapa do ciclo vital familiar?, de Ana Caroline
Sari Vieira e Paula Grazziotin
Silveira Rava.
Verifique que em vez de o jovem adulto buscar sua autonomia,
independência ao sair da casa dos pais,
ele está ficando por mais tempo com seus familiares. É um movimento
inverso e muito interessante.

Assista ao vídeo Amor no século XXI, da


psicanalista e escritora
Regina Navarro Lins e do historiador Leandro
Karnal. Você vai desconstruir muitas ideias sobre os
relacionamentos amorosos e preconceitos na fase adulta. Além
disso, poderá verificar que as crenças
sobre o amor romântico são impostas às pessoas e baseadas na idealização.
As pessoas buscam a
individualidade, querem se descobrir e se relacionar com outras pessoas. Esses desejos estão
na
contramão do amor romântico que valoriza a monogamia. Você não vai se arrepender.

Para ampliar seus conhecimentos, assista ao vídeo


Envelhescência,
dirigido por Gabriel Martinez e realizado por
Lado B Digital Films. Compreenda melhor os aspectos
relacionados ao envelhecimento, ao idoso. Você vai se
surpreender com as explicações do médico e
gerontólogo Alexandre Kalache e os vários depoimentos de diferentes
pessoas que estão vivendo essa
fase da vida.

Assista ao documentário Em busca da Memória, do


neurocientista
Eric R. Kandel, Prêmio Nobel de Medicina, em
2000. Ele nos esclarece que as experiências que temos
com grande intensidade mudam totalmente os estímulos
bioquímicos em nossas células, ampliam a nossa
memória e a nossa forma de aprender. Ele também escreveu um
livro sobre esse assunto. Vale a pena se
aprofundar nesse tema.

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