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Victor Sá Machado
Tema:
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Sumá rio
Introdução.............................................................................................................................................2
Enquadramento teórico..........................................................................................................................3
1. O percurso histórico da adolescência.........................................................................................3
1.1 Adolescência e puberdade..................................................................................................3
1.2. O corpo na adolescência.........................................................................................................4
1.3 O cérebro dos adolescentes................................................................................................5
1.4 As Mudanças no Pensamento na Relação com a Puberdade..............................................6
1.5. Os desafios na formação da personalidade, do autoconceito e da auto-estima........................6
1.6. Auto-conceito na adolescência................................................................................................9
1.7. Auto-estima na adolescência...................................................................................................9
1.8 A identidade e as relações familiares na adolescência...........................................................10
1.9. Sociabilidade e sexualidade..................................................................................................11
1.10. O adolescente na sociedade atual e a visão da Psicologia...................................................13
Conclusão............................................................................................................................................13
Referências Bibliográficas...................................................................................................................14
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Introdução
Por adolescência, em geral, se costuma entender o período que se estende dos 12/13 anos até
aproximadamente os 20 anos. A organização mundial de saúde é mais específica, situando
essa etapa entre os 10 e os 19 anos, 11 meses e 29 dias. Trata-se de uma etapa de transição,
na qual não se é mais criança, mas ainda não se tem o status de adulto.
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Enquadramento teórico
A ideia de diferenciar características específicas dos jovens existiu desde a Grécia antiga
com os filósofos, embora se referindo a uma minoria da população. Contudo, foi somente
com o advento do capitalismo, no processo de revolução industrial no ocidente que foi se
definindo a adolescência tal como a conhecemos hoje (Palacios E Oliva, 2003).
Embora os filhos dos operários tenham continuado a ingressar no mundo do trabalho muito
cedo, os filhos das classes médias e altas permaneceram nas escolas, que foram se
expandindo.
Com o passar do tempo, também as crianças e adolescentes das camadas populares foram
integrando o sistema escolar, introduzindo em diversos países o conceito de escolaridade
obrigatória que foi se prolongando até os 16 anos.
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caracterizado pela transição entre infância e vida adulta. Como fenômeno biológico, a
puberdade é universal entre todos os membros da espécie humana.
Como fenômeno psicossocial, adolescência não é universal e, portanto, não tem o mesmo
padrão e significado em todos os povos e culturas.
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Nesse cenário de mudanças, continuará o crescimento do pelo corporal, sendo que os faciais e
axilares tardarão um pouco mais, o aumento da oleosidade do rosto e o corpo mais magro e
anguloso terá características próximas do corpo adulto.
Isto se dá não somente pela influência direta dos hormônios que interferem em elementos
como o desejo sexual, a auto-estima, a socialização, a agressividade e a instabilidade
emocional. Mas, esse impacto é gerado, sobretudo, como afirmam Palácios e Oliva (2003)
pelos fatores sociais e psicológicos presentes nessa etapa da vida, tais como: a reação dos pais
frente à primeira menstruação da filha; as relações com os companheiros quando o (a)
menino (a) mostra as primeiras mudanças, as exigências sociais aos adolescentes.
Segundo a bióloga Suzana (2005) diz que a puberdade é o ápice de númerosas conexões
sinápticas e de reorganização do córtex cerebral.
Alguns indícios indicam que tédio e desapego, as atividades infantil, cada hábito que gera
recompensa, gera prazer e desvaloriza hábitos da infância e ganha prazer por interesses novos
(musicas, religião, exporte etc.)
As mudanças na estrutura, no peso, levam o cérebro a ajustar seus mapas sensoriais e motores
a essa nova realidade corporal (olhar frequentemente no espelho, trocar-se, e comparar-se ).
Além disso, com o aumento da conexão sináptica há também uma expansão de substância
branca no lobo frontal. E também uma grande conexão no sistema nervoso, com todas essas
mudanças torna-se mais difícil os pais e educadores lidarem com os adolescentes de forma
mais serena dado ao crescimento.
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1.4 As Mudanças no Pensamento na Relação com a Puberdade
Esse novo corpo trará consigo mudanças significativas no campo afetivo e cognitivo. A esse
respeito o Piaget (2002) situa-se com o estágio operatório formal que é caraterizado pela
passagem do pensamento concreto para abstrato à partir da acção do sujeito sobre o mundo.
Os adolescentes podem raciocinar normalmente em relação a um tema e não ser bons em
outros conteúdos por exemplo, o aluno pode entender bem a matemática e não entender
muito bem o português. Tudo isso depende das suas expectativas, suas ideias prévias e seus
conhecimentos sobre uns outros conteúdos.
Segundo Oliva (2003), para responder a pergunta fundamental: quem sou eu? “O adolescente
terá que delinear a imagem que tem de si mesmo; adotar alguns compromissos de caráter
religioso, escolher uma profissão, definir sua orientação sexual, optar por um estilo de vida e
de relações; assumir valores”.
Este período poderá revelar-se como uma fase do desenvolvimento humano particularmente
complicada, quer para o adolescente, quer para os seus pais, que muitas são vezes em que
revelam incapacidade em compreender e lidar com as mudanças comportamentais dos seus
filhos. É uma fase em que procuram a sua própria identidade e questionam as regras e limites
impostos. Existe uma enorme instabilidade emocional e a vontade de crescer rápido.
Para os pais torna-se um verdadeiro desafio diário lidar com este turbilhão de emoções e
comportamentos. Ainda ontem eram crianças e hoje, os seus filhos, cresceram e têm um
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espírito crítico para pôr tudo em causa. A adolescência é a fase do diário, do segredo, do
primeiro grande amor e da intimidade. O adolescente não se identifica com os modelos
parentais, mas sim revolta-se contra eles, rejeitando o seu domínio. Esta rejeição é necessária
para separar a sua identidade da dos pais e da necessidade de pertença a um grupo social de
referência.
A diferença de gerações também pode ser um obstáculo à relação entre pais e filhos. A forma
de ver o mundo é diferente, a tolerância escassa e a polarização de pretensões entre filhos e
pais provoca confrontos na relação que aumenta o comportamento rebelde e de oposição.
O jovem desvia o interesse do mundo exterior, para se concentrar cada vez mais em si
próprio. Procura diferenciar-se de todo o resto e, por esse motivo, rompe com a autoridade,
tanto dos pais como dos professores. Procura autonomia, o que por vezes implica um período
de crítica, e lhe faz perder, por exemplo, o interesse em participar nas atividades familiares.
Cresce a fantasia, através da qual compensa as inseguranças que experimenta no mundo real.
Por isso é tão difícil falar com eles. Os adolescentes consideram-se maduros e não gostam de
dar satisfações. Mas precisam. Se os adolescentes forem tratados com respeito, geralmente,
retribuem da mesma maneira.
Assim como construímos uma visão sobre os outros ao longo da vida, também formamos
uma imagem de nós mesmos. Esse conjunto de crenças e ideias sobre quem somos se chama
autoconceito.
Conforme passamos por algumas situações sejam elas positivas ou negativas, nosso
autoconceito pode se modificar. Existem diversos fatores que influenciam na forma como nos
enxergamos, desde as pessoas com quem nos relacionamos até os acontecimentos que nos
ocorrem.
Por isso, trabalhar o autoconceito é essencial para passar pelos momentos desafiadores da
vida com mais tranquilidade.
Na visão de Sisto e Martinelli (2004), adolescentes podem ter seu autoconceito influenciado
por diversos contextos como o familiar, o escolar, o meio social, a idade, a raça, o gênero e os
aspectos físicos. Pressupõe-se que, no ambiente familiar, ocorre o estabelecimento de
vínculos que podem ser harmoniosos, afetivos e solidários ou cobertos de sentimentos
maldosos e de ressentimentos. Quando a família constitui vínculos saudáveis, com uma
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educação que estabelece limites claros e disciplina firme, mas sem negar afeto, o
desenvolvimento do autoconceito familiar do adolescente poderá ser positivo.
O não aceitar a si mesmo e se dar pouco valor faz com que seja mais difícil para o
jovem manter relações saudáveis com os outros.
Os jovens com baixa autoestima têm maior tendência de desenvolver depressão. Eles
não aceitam a si mesmos e, portanto, pensam que os outros não vão aceitá-los como
são.
Por se sentir menos que os outros, surge a concepção de que qualquer coisa que se
sinta, por mais importante ou grave que seja, não será do interesse das pessoas com
quem convive.
Querer agradar para ser aceito pelos outros leva os adolescentes a querer ter uma
imagem que acham que é a ideal.
Eles não tentam pelo constante medo de não corresponder às expectativas dos outros.
Eles se deixam maltratar ou não são capazes de se opor com firmeza a um abuso pelo
medo de expor sua posição e pelo medo da rejeição.
Por querer se sentir aceito no grupo, o adolescente pode realizar ações violentas ou
ilegais, mesmo que saiba que o que está fazendo não é certo.
O adolescente com uma pobre imagem de si mesmo vai ter dificuldades para se tornar
independente. Isso acontece porque ele se convence de que não é capaz de conquistar
nada sem a ajuda dos outros.
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O jovem não acredita nas suas capacidades e, portanto, não pensa em cenários futuros
de realização pessoal. Seu principal feio é o medo de fracassar.
As mudanças físicas próprias da puberdade irão fazer o adolescente revisar a imagem que, até
então, havia construído de si, para incluir os novos aspectos que começam a configurar o
corpo adulto. As abstrações permitirão que os adolescentes integrem algumas características
que guardam relação entre si. É preciso considerar que durante a adolescência, se ampliam os
contextos nos quais os jovens participam e assumem novos papéis.
Autoconceito inclua ou reflita essas diferenças, dando lugar a uma imagem de si mesmo
composta por múltiplas características, algumas vezes até conflitantes entre si.
Além das singularidades pessoais, fortes diferenças nas famílias e nas classes sociais. Com
certeza, as condições oferecidas a um adolescente da classe média para atravessar esses
conflitos, não são as mesmas que as de um jovem das camadas populares, que muitas vezes,
abandona a escola e é inserido no mercado informal ou formal de trabalho.
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física ou as habilidades interpessoais são os melhores indicadores da avaliação global que
fazem de si mesmas.
A relação com os pais também continua exercendo importante influência sobre o valor que os
adolescentes dão para si.
Fatores devem ser considerados nesse processo: as exigências sociais que definem um padrão
de corpo e de beleza; a transição do ensino fundamental para o médio, que acarreta novas
responsabilidades, e o início das relações sexuais, que trazem a nova tarefa de buscar um par,
acrescentando mais pressão sobre os sujeitos, e maior nível de insegurança.
Podemos supor que todos os aspectos, tanto no plano físico como das mudanças psicológicas,
que o adolescente experimenta, repercutirão sobre as relações sociais em que ele estabelece
em todos aqueles contextos dos quais participa: a família, o grupo de amigos, a escola.
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É nessa fase que o indivíduo desenvolve os pré-requisitos de crescimento fisiológico,
maturidade mental e responsabilidade social que o preparam para experimentar e ultrapassar
a crise de identidade. Assim, a adolescência é considerada um período de transição no qual o
indivíduo deve ter a oportunidade de explorar, testar, antes de assumir suas responsabilidades
adultas.
Um dos tópicos mais generalizados sobre a adolescência é de que, nesse período, ocorrem
importantes conflitos na relação do jovem comos seus pais, a explosão de conflitos, rebelião e
separação emocional em relação aos pais.
De acordo com Oliva (2003), os dados disponíveis permitem defender a ideia de que durante
a adolescência ocorre uma série de mudanças na relação do adolescente com os pais, porém
não tem que supor, necessariamente, conflitos graves. Inclusive, algumas pesquisas mostram
que é no começo da adolescência, no período que precede a puberdade, quando se dão as
maiores perturbações. Estas são temporais e tendem a normalizar-se.
Esses conflitos, segundo Smetana (1989), costumam relacionar-se, especialmente, com temas
do dia a dia, tais como: relação familiar, estudos, amizades, namoros, forma de vestir-se,
liderança nos grupos, etc.
Em geral, os pais querem manter sua autoridade, e muitas vezes até aumentam as restrições e
limites ao comportamento dos adolescentes, o que pode ocasionar conflitos. Na realidade,
uma compreensão mais adequada do que ocorre no contexto familiar durante a adolescência
exige uma visão sistêmica, que contemple as relações bidirecionais entre todos os elementos
que, de dentro ou de fora desse contexto, estejam interligados. Inclusive, para entender
melhor o processo de constituição da identidade do adolescente neste universo de
identificações e contradições, vividos na família.
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A sociabilidade do adolescente vai afirmar-se efetivamente no contato dos jovens entre si.
Neste sentido, os adolescentes se integram aos grupos e os tomam como fortaleza na
constituição de suas identidades.
Na visão de Anna Freud estes sentimentos vêm acompanhados da revolução que marca o
redespertar da sexualidade na adolescência, e representa uma tentativa do adolescente de
ajustar-se às demandas mais complexas da sexualidade adulta.
Para Oliva (2003) o comportamento sexual é um âmbito em que se manifesta com clareza o
caráter de transição da adolescência. Os adolescentes deixaram de ser crianças e começam a
ver como seus desejos e necessidades sexuais se intensificam como consequência da
maturação dos seus corpos. Paralelamente a estas mudanças e novas percepções, o
adolescente enfrentará as contradições expressas no modo como a sociedade encara essa
temática da sexualidade.
Por um lado, há pressões e limites buscando exercer controle sobre as manifestações sexuais
desse período. Por outro lado, a própria sociedade, notadamente através da mídia, põe em
relevo temas, mensagens e imagens eróticas e sensuais, associadas ao sucesso, prazer,
liberdade etc. Bombardeado de informações contraditórias, às vezes distorcidas e
incompletas, muitas vezes, o jovem perde a referência.
Gonçalves e Godoi (2002), enfatizam que o tema deve ser tratado em uma perspectiva sócio-
cultural, considerando que a sexualidade abrange quem somos, os caminhos que seguimos até
chegarmos a ser homens e mulheres, como nos sentimos nesses papéis e representações e
como vivemos essas questões nas relações com os outros.
Embora se tenha avançado nesse campo, Oliva (2003) mostra que o masculino ainda é
definido na relação com à promiscuidade, precocidade e com grande valorização do ato
sexual. O feminino mostra uma actividade sexual mais reduzida, menos gratificante e que
gera mais sentimento de culpa. Essas diferenças são mais marcantes no início da
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adolescência, quando se mostram mais estereotipados os comportamentos que a sociedade
espera das meninas.
Conclusão
Conclui-se que a puberdade é o processo que conduz o corpo humano à maturidade sexual,
tornando o indivíduo capaz de se reproduzir. Ela abrange um amplo conjunto de
modificações corporais e emocionais que ocorrem durante a adolescência, na transição entre
a infância e a idade adulta.
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Referências Bibliográficas
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