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GOVERNO DA PROVÍNCIA DO BENGO

ESCOLA DE MAGISTÉRIO KIMAMUENHO

CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DO Iº CICLO DO ENSINO SECUNDÁRIO


ESPECIALIDADE GEOGRAFIA E HISTÓRIA

ADOLESCÊNCIA E O DESENVOLVIMENTO - ASPECTOS FISIOLÓGICOS E


AFETIVOS

Grupo nº 2
Sala: 1.1
Classe: 10ª
Turma: A
Período: Manhã

Docente
_________________________
António Chicomba

CAXITO-DEZEMBRO/2022
INTEGRANTES DO GRUPO

N NOME COMPLETO CLASSIFICAÇÃO


º
ÍNDICE

RESUMO....................................................................................................................................3

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................4

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..........................................................................................5

2.1. Adolescência....................................................................................................................6

2.2. Aspectos fisiológicos........................................................................................................7

2.2.1. Transformações físicas femininas: Hormônios estrogênio e progesterona...................7

2.2.2. Transformações físicas masculinas: Hormônio testosterona........................................7

2.3. Aspectos emocionais e psicológicos................................................................................8

2.3.1. Símbolos e descobertas.................................................................................................8

2.3.2. Média e sexualidade na adolescência............................................................................9

2.4. Aspectos Afectivos...........................................................................................................9

2.5. Aspectos intelectuais......................................................................................................10

2.6. Aspectos socio-morais....................................................................................................10

3. CONCLUSÃO......................................................................................................................12

4. BIBLIOGRAFIA..................................................................................................................13
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho insere-se na pesquisa científica da disciplina de Psicologia que


abrange a critérios psicológicos do indivíduo desde o seu nascimento até ao seu
desenvolvimento intelectual.

Desta forma importa-nos dizer que adolescência é a fase que marca a transição entre a
infância e a idade adulta. Caracteriza-se por alterações em diversos níveis - físico, mental e
social - e representa para o indivíduo um processo de distanciamento de formas de
comportamento e privilégios típicos da infância e de aquisição de características e
competências que o capacitem a assumir os deveres e papéis sociais do adulto.

A adolescência é o período de desenvolvimento em que se opera a transição entre a


infância e a vida adulta. Tradicionalmente, considera-se que o início desta fase coincide com a
puberdade, que é o amadurecimento sexual acelerado surgido em torno do décimo primeiro
ano nas meninas e um pouco mais tarde nos meninos.

Desde o início, os principais autores dedicados ao estudo científico da adolescência a


têm caracterizado como um período de turbulência. Por outro lado, alguns pesquisadores
questionaram a ubiquidade de conflitos, argumentando que em algumas culturas humanas a
transição entre a infância e a vida adulta ocorreria de maneira tranquila.

Nas sociedades ocidentais, a adolescência tem-se tornado mais longa nas últimas
décadas. Com a melhora das condições nutricionais, entre outros factores, a puberdade tem-se
antecipado. Além disto, a complexidade da vida moderna, ampliando as exigências de
formação profissional, aumenta o período de dependência dos pais, prolongando o término
desta fase.

Ao final da adolescência, espera-se que o indivíduo tenha estabelecido uma identidade


estável, com a independência relativa característica do adulto, tornando-se capaz de ocupar
um lugar na sociedade, por meio da realização profissional e da construção de relações
afetivas maduras.

O desenvolvimento mental humano, na infância e na adolescência, decorre da


interação entre o programa biológico inscrito no código genético e as experiências de vida.

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Falhas do ambiente familiar e social resultam em deficiências na estruturação da mente,
originando diversos tipos de desajustamento e dificuldade na vida adulta.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na adolescência, ocorre uma profunda reorganização do cérebro, moldada pelas


experiências. Nos casos em que as circunstâncias externas são adequadas, este processo
resulta em maior diferenciação, integração e eficiência do funcionamento dos circuitos
cerebrais.

Ao longo da infância, há um aumento progressivo do volume da substância cinzenta


do cérebro, devido à proliferação das sinapses. No início da adolescência, inicia-se um
processo de poda de sinapses e neurônios, ocasionando uma redução da substância cinzenta.
Sinapses não utilizadas são eliminadas, moldando as redes neurais. Ao mesmo tempo, há um
aumento da substância branca, devido à maleinização dos neurônios, com uma melhora da
comunicação interneuronal, que resulta em maior eficiência do processamento cognitivo,
autorregulação, e integração dos processos cognitivos e emocionais.

Estas modificações ocorrem em tempos diferenciados para as diferentes regiões do


cérebro, no sentido posterior para anterior, prosseguindo até o início da terceira década de
vida. As últimas regiões em que o processo de reorganização se completa são o córtex frontal
dorsolateral, responsável pela inibição dos impulsos, planejamento das ações e pensamento
abstrato; e o córtex orbitofrontal, que se encarrega dos julgamentos morais e das informações
emocionais que embasam os processos de decisão.

Alterações no sistema de recompensa do cérebro ocasionam algumas mudanças


comportamentais características, como a busca de experiências novas e extremas, os
frequentes episódios de tédio, e o aumento da vulnerabilidade às dependências (químicas e
outras).

A moldagem dos circuitos cerebrais depende das experiências, especialmente as


interpessoais. Um contexto afetivo seguro, em que as interações familiares e sociais ocorrem
de modo predominantemente positivo, em ambiente cultural rico, permite o pleno
desenvolvimento das capacidades que caracterizam o funcionamento mental adulto. Por outro
lado, falhas ambientais graves interferem com o processo, inscrevendo-se no cérebro,
ocasionando várias deficiências e limitações na estrutura mental do indivíduo.
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A reorganização neuronal da adolescência facilita a eclosão de problemas decorrentes
de fragilidades herdadas geneticamente e de falhas ambientais ocorridas durante a infância,
que permaneceram dormentes.

2.1. Adolescência

A adolescência é uma etapa muito importante na evolução do ser humano porque


representa um período de transformações e de experimentações que vão no sentido da procura
e da construção da identidade. É através de um processo dinâmico que a adolescência se inicia
e desenrola. Começa com a puberdade (fenómeno físico e biológico) e termina com a
aquisição da identidade, da autonomia e da elaboração de um projecto de vida e da integração
como ser social.

Biologicamente, é mais fácil definir o início da puberdade e mais difícil situar o


término da adolescência, pois este baseia-se em critérios psicológicos, sociais e culturais e
todos estes critérios são variáveis, mudando de caso para caso. Podemos afirmar que a
adolescência varia conforme cada infância, cada fase de maturação, cada família, cada época,
cada cultura e cada classe social. De uma forma genérica, esta etapa existencial, na nossa
cultura actual, abrange um período entre os 12-13 anos e os 18 anos.

A ambivalência deste período liga-se com as transformações globais que ocorrem no


indivíduo e que tornam o adolescente de difícil compreensão para os outros e até mesmo pelo
próprio. É uma fase de inquietação pois existem sentimentos antagónicos que se comparam:
autonomia versus dependência, crescer versus regredir. Na nossa sociedade actual é vulgar
associar-se ao conceito de adolescência um conjunto de comportamentos problemáticos e
desviantes relacionados com o consumo de droga, actos de vandalismo, violência, roubo e
homicídios, gravidez prematura, suicídio e outros.

2.2. Aspectos fisiológicos

A origem da adolescência centra-se na maturação do sistema nervoso e, sobretudo, nas


alterações físicas próprias da puberdade, alterações essas que obrigam o adolescente a
reencontrar a sua identidade física e psicológica, bem como a avaliar o seu papel nas relações
interpessoais e na sociedade, de forma geral.

Quanto às transformações fisiológicas típicas dessa fase da vida, pesquisadores do


Suny Downstate Medical Center (EUA) descobriram que o THP (ou alopregnanolona) é o

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hormônio responsável por alterações no humor dos adolescentes, além de promover a
dificuldade de aprendizado dos mesmos. A proteína específica chamada alfa4-beta-delta se
prolifera durante a puberdade no hipocampo, região cerebral crucial para o aprendizado,
alterando também os níveis de estresse dos adolescentes.

O harmónio THP naturalmente possui um efeito tranquilizante na criança e no adulto,


mas durante a puberdade, esse efeito é invertido, causando muito estresse durante essa fase da
vida do indivíduo. Felizmente, essas alterações fisiológicas oferecem ao adolescente uma
capacidade de reflectir, compreender e conseguir, pouco a pouco, um maior grau de
satisfação, autonomia e intimidade.

2.2.1. Transformações físicas femininas: Hormônios estrogênio e progesterona

A forma do corpo começa a mudar:

 A cintura fica mais fina;


 Os ossos da bacia alargam-se;
 Os seios crescem;
 Os órgãos genitais também mudam:
 A vagina fica com a parede mais espessa;
 O útero aumenta de tamanho;
 Aumenta a irrigação sanguínea do clítoris;
 Crescem os pelos das axilas e da região púbica;
 Dá-se a primeira menstruação ("menarca").

2.2.2. Transformações físicas masculinas: Hormônio testosterona

 Crescem os pelos do rosto;


 Das axilas e da região púbica;
 A voz muda;
 A laringe cresce;
 Dá-se o crescimento dos testículos e do pênis;
 Surgem as primeiras ejaculações.

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2.3. Aspectos emocionais e psicológicos

A adolescência é uma fase marcada por uma grande instabilidade emocional e pela
presença de conflitos pessoais. Apesar disso, é um período necessário, pois permite ao
indivíduo gerar laços afectivos e sociais mais estáveis, o que irá facilitar a sua posterior
adaptação e integração como adulto na sociedade.

É normal que o adolescente se comporte de maneira inconsciente e imprevisível. Lutar


contra os seus impulsos e aceitá-los; amar os seus pais e odiá-los; ter vergonha de os assumir
perante outros e querer conversar com eles; identificar-se e imitar os outros enquanto procura
uma identidade própria. O adolescente é idealista, artístico, generoso e altruísta, como jamais
o será novamente, mas também é o oposto: egoísta, calculista, egocêntrico.

2.4. Aspectos Afectivos

As alterações físicas levam o jovem adolescente a voltar-se para si próprio, procurando


entender o que se está a passar. Alguns adolescentes fecham-se muito sobre si próprios, não
comunicando com os adultos. Por vezes, escrevem um diário, isolam-se, têm devaneios para
tentarem corresponder a necessidades interiores que contribuem para se conhecerem melhor a
si mesmos e desenvolverem-se emocionalmente. Os pares têm uma função muito importante,
pois são neles que o indivíduo pode encontrar respostas para várias inquietações e questões
como o “Serei normal?”, “Como será o meu futuro” ou “Só eu sinto as coisas desta forma?”.
Os modelos de identificação deixam de ser os pais para passarem a ser os jovens da mesma
idade, fazendo parte de um processo de autonomia e de individualização.

O adolescente tem que assumir uma imagem sexual do seu corpo, o que nem sempre é
fácil, pois têm que fazer a distinção das transformações fisiológicas com a aceitação
psicológica. A forma como cada um se auto percepciona e a forma como gostam de si é muito
influenciada pelo meio onde vive e pela maneira como é aceite pelos outros. Nesta sociedade
actual, existe uma certa tirania sobre os jovens, criando-se estilos padrões que não se
coadunam a todos os corpos e assim, nasce a necessidade de se afirmarem como diferentes e
originais, que alguns jovens demonstram na forma de vestir, de falar, nas atitudes e
comportamentos.

Ainda de salientar que nos aspectos afectivos, existe uma fragilidade e agressividade
que se manifestam em súbitas alterações de humor. São frequentes crises de choro, de euforia

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e de melancolia. As grandes e globais alterações causam uma tensão tal que se traduz em
impulsos não controlados.

2.5. Aspectos intelectuais

A adolescência é uma fase em que se obtém uma maturidade intelectual. Segundo


Piaget, no quarto estádio das Operações Formais, o adolescente domina o pensamento puro,
que o faz filosofar sobre vários aspectos, conduzindo-o ao egocentrismo intelectual, que o fará
sentir-se o centro do universo e as suas teorias as melhores do mundo e as únicas correctas.

Uma boa forma de lhes baixar o nível do egocentrismo e, simultaneamente,


enriquecer-lhe os conhecimentos, será o debate sobre temáticas actuais e interessantes, como
a toxicodependência, a homossexualidade e também, por exemplo, sobre a vida política. Vai
permitir-lhe partilhar e ouvir diferentes opiniões e pontos de vista. O pensamento formal vai
abrir novas perspectivas e exercitá-las através da aprendizagem, da crítica e da interrogação
do futuro.

No desenvolvimento psicossocial, o raciocínio hipotético-dedutivo permite ajudar na


escolha de opções profissionais, na escolha de caminhos e construção do futuro. Estas novas
capacidades cognitivas e o exercício das mesmas, permite-lhe reflectir antes de agir e manter
uma certa distância relativamente aos conflitos emocionais. Há uma necessidade de coerência
nas discussões intermináveis, no questionar os problemas e os argumentos expressos que são
importantes na formação de ideias próprias.

2.6. Aspectos socio-morais

Com a entrada do jovem na adolescência, inicia-se o interesse por problemas éticos e


ideológicos. Gosta de debater e faz opções, construindo valores sociais próprios. Os valores
normalmente defendidos com grande radicalidade são, por exemplo, a liberdade, a lealdade, a
coerência e a justiça social. A consciência de um novo estatuto e papel na comunidade leva-o
a exercer uma nova socialização.

Quando um adolescente descobre que a sociedade não se coaduna com as aspirações e


valores que defende, revolta-se e defende uma perfeição moral, expressando um grande
altruísmo. A forma como se vive a adolescência não só está relacionada com a infância, como
também com o meio comunitário envolvente pelas suas dimensões geográficas, económicas e

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socioculturais. Esta ligação origina a forma como se faz a aprendizagem da vida e como se
participa na vida cívica.

3. CONCLUSÃO

Chegamos à conclusão que a adolescência é uma época da vida humana marcada por
profundas transformações fisiológicas, psicológicas, afectivas, intelectuais e sociais
vivenciadas num determinado contexto cultural. Neste caso a puberdade muda o corpo, a
mente e os afectos da criança.

Os adolescentes entram numa nova fase existencial, banhados por novas pulsões,
novas sensibilidades, novas capacidades cognitivas, novas dificuldades nos seus pontos de
referência. Sendo assim a adolescência começa com as transformações pubertárias e termina
com a construção de uma autonomia e aquisição de identidade, capacidade de suportar
tensões e contrariedades, de elaborar projectos de vida e de inserção social.

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4. BIBLIOGRAFIA

1. Gilmore K, Meersand P. Desenvolvimento normal da criança e do adolescente: uma


cartilha psicodinâmica. Washington: Publicação Psiquiátrica Americana; 2014. p.344.
2. Lewis M. Volkmar F. Aspectos clínicos do desenvolvimento infantil e adolescente. 3ª
ed. Filadélfia: Lea & Febiger; 1990.
3. Damon W, Lerner RM, Kuhn D, Siegler RS, Eisenberg N, eds. Desenvolvimento da
criança e do adolescente: um curso avançado. Hoboken: John Wiley e filhos; 2008.
1. Erikson EH. Identidade: juventude e crise. Nova York, Londres: Norton; 1994.
2. Erikson E. O ciclo de vida concluído. Nova York, Londres: Norton; 1994.
3. Mead M. A adolescência em Samoa (1928). In: Castro C (org). Cultura e
personalidade: textos de Morgan, Tylor e Frazer. Rio de Janeiro: Zahar; 2015.
4. SARA: A adolescência e os seus aspectos. Disponível em:
http://ouniversodesara.blogspot.com/2009/12/adolescencia.html. Acesso aos 27 de
Junho de 2016.

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