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UNIEURO–CENTRO UNIVERSITÁRIO EURO-AMERICANO

CURSO DE PSICOLOGIA

ANA PAULA TIMÓTEO CAMPELO COSTA

CAMILA NASCIMENTO ZAIDAN

GABRIELA PINHEIRO ALVES

LIZ KETLEN PONTES DOS SANTOS MAFRA

MYLENA RIBEIRO DOS SANTOS

SARA PASSOS

NECESSIDADES E DISTÚRBIOS DE SONO

Desenvolvimento na Adolescência

BRASÍLIA
2020
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 3

1.1. SONO x ADOLESCÊNCIA .................................................................... 3

1.2. O que é o sono? .................................................................................... 3

1.3. Para que serve o sono? ........................................................................... 3

2. DESENVOLVIMENTO ................................................................................. 5

2.1. O SONO ................................................................................................... 5

2.2. O ADOLESCENTE E O SONO ................................................................ 6

2.3. CLASSIFICAÇÃODOS DISTÚRBIOS DO SONO .................................... 8

2.4. DEFINIÇÃO DE INSÔNIA E PREVALENCIA DA INSÔNIA ..................... 9

2.5. TIPOS DE INSÔNIA NA ADOLESCÊNCIA .............................................. 9

2.5.1. Insônia por higiene inadequada ......................................................... 9

2.5.2. Insônia por atraso de fase: .................................................................. 10

2.5.3. Insônia psicofisiológica: ....................................................................... 10

2.6. COMORBIDADES IDENTIFICADAS PELO DISTURBIO DO SONO: .... 11

2.6.1. Depressão: ............................................................................................. 11

2.6.2. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH): .................... 11

2.6.3. Transtorno do espectro autista (TEA):.................................................... 11

2.6.4. Epilepsia: ................................................................................................ 12

2.6.5. Síndrome de Tourette ......................................................................... 12

3. CONCLUSÃO ............................................................................................ 13

4. BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 14
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1. INTRODUÇÃO
“A adolescência é a transição da infância para idade adulta. Seu começo e
seu fim são claramente marcados nas sociedades ocidentais, dura
aproximadamente uma década, entre os 11 e 12 anos e final da segunda
década de vida ou início dos 20 anos. As definições legais, sociológicas e
psicológicas do ingresso da vida adulta variam.” (PAPALIA,
OLDS,FELDMAN,2008).

1.1. SONO x ADOLESCÊNCIA


Ritmo circadiano ou ciclo circadiano (do latim circa cerca de + diem dia)
designa o período de aproximadamente 24 horas sobre o qual se baseia
o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, sendo influenciado
principalmente pela variação de luz, temperatura, marés e ventos entre o dia e
a noite.

1.2. O que é o sono?


Podemos dizer que o sono é um período de descanso para o corpo e
para a mente, e geralmente dormimos entre sete e oito horas por dia. Friedman
(1795-1827) definiu sono como "sendo o desencadear deliberado de uma
alteração ou redução do estado consciente, que dura muitíssimo, em média 8
horas (…) tendo início sensivelmente à mesma hora, em cada período de 24
horas, e (…) resultando, geralmente, em sensação de energia física, psíquica e
intelectual restabelecida”. Assim, podemos considerar que existem várias
definições do sono apresentadas por diferentes autores, e, no geral,
complementam-se umas às outras.

1.3. Para que serve o sono?


O sono é essencial proteger a saúde mental e física de um indivíduo,
além do que o melhoramento da qualidade de vida. Contudo, a função do
sono não foi sempre clara e, até recentemente, a função principal foi acreditada
para ser a inocupação da privação do sono. Tendo como fator relevante dos
resultados mais imediatos do sono de má qualidade é a queda no rendimento
no dia seguinte, provocando danos durante o período de vigília, como
sonolência, flutuações do humor, ansiedade, baixa autoestima, lentidão de
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raciocínio, perda de memória, mau desempenho escolar e pessoal,


predisposição a acidentes.

Assim, o sono desempenha papel importante no desenvolvimento físico


e emocional dos adolescentes que estão em um período de intenso
aprendizado e diferenciação. Contudo, nos tempos atuais, vários elementos
concorrem para que o adolescente não consiga dormir adequadamente, tendo
em vista as pressões sociais que aumentam suas atividades, como uso
excessivo de computador e telefone, novos relacionamentos afetivos,
frequência a festas etc. Todos esses fatores determinam diminuição do tempo
de sono noturno e consequente sonolência durante o dia.

O sono na adolescência é um fator relevante quando se trata de


concentração, aprendizado e qualidade de vida. A falta dele ou o pouco tempo
para ele,vêm prejudicando o adolescente, e um dos fatores influenciadores
está nas tecnologias ou no uso excessivo dos adolescentes. Neufeld (2017)
aponta que muitos jovens ao realizarem o uso inadequado da tecnologia, como
postagens excessivas, passar muito tempo conectado a jogos eletrônicos e
redes sociais, podem desenvolver distúrbios do sono e distorções cognitivas,
tal que, os mesmos tendem a se sentirem inseguros e a valorizar
excessivamente a opinião de terceiros, com comportamentos de sempre
esperarem likes e muitos comentários em suas postagens, gerando em muitos
casos, uma ansiedade em excesso com o medo de rejeição.

Outras consequências que emergem do uso inadequado dos meios


tecnológicos são os danos à autoestima e ao autoconceito, aspectos
essenciais na formação da identidade do sujeito.

Nesse trabalho iremos expor as definições de sono e abordar alguns


temas como: O que é o sono, A adolescência e o sono, Classificação dos
distúrbios do sono, Definição de insônia e prevalência da insônia,Tipos de
insônia na adolescência, Comorbidades identificadas pelo distúrbio do sono.
Objetivando a compreensão e a classificação de sono e seus distúrbios,
avaliando e compreendendoa importância, assim como os impactos que os
distúrbios do sono podem gerar na fase da adolescência.
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2. DESENVOLVIMENTO

2.1. O SONO
O sono é uma atividade fisiológica fundamental para a saúde e o
desenvolvimento (crescimento e aprendizado) do ser humano. Sendo
a adolescência uma fase de grande importância no que diz respeito a estes
dois fatores, a atenção a este momento do dia deve ser redobrada. Segundo o
CDC, o tempo ideal de horas dormidas para os jovens é em torno de nove
horas.

Mas é justamente nesta fase que percebemos alterações no ritmo


de sono, como se o relógio biológico funcionasse diferente. E de fato funciona.
As mudanças no padrão do sono têm diversas causas, fisiológicas e sociais.
Embora não seja responsável pela produção de hormônios, o sono atua como
facilitador de sua produção. Entre esses podem ser destacados o hormônio do
crescimento (GH), que tem sua concentração aumentada durante os estágios
mais profundos do sono e é secretado de forma rítmica pela hipófise a cada 2
horas; a melatonina, sincronizadora do ritmo sono-vigília e de vários ritmos
biológicos, como a temperatura corporal; o hormônio liberador de corticotropina
(CRH) e o hormônio adrenocorticotrópico (ACTH); além do cortisol.

Todos apresentam alterações cíclicas durante as 24 horas. Portanto,


quando se desorganizam os hábitos de sono, pode haver modificações na
produção desses hormônios com as respectivas manifestações clínicas a eles
associadas.A falta de sono provoca diminuição do metabolismo nas regiões
frontais (responsáveis pelo planejamento e pela execução de tarefas) e no
cerebelo (centro de coordenação motora), levando a dificuldades em acumular
conhecimentos, alterações do humor e comprometimento de criatividade,
atenção, memória e equilíbrio. Por outro lado, menos sono significa menores
níveis circulantes de leptina, inibição da produção de insulina e aumento do
cortisol e da grelina.

As principais características do ciclo sono vigília em adolescentes


incluem ir para a cama mais tarde, levantar-se cedo, apresentar padrões de
sono irregular, períodos de sono insuficiente e sonolência durante o dia.
Adolescentes são bastante vulneráveis a distúrbios do sono, principalmente
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insônia. Estima-se que entre 14% e 33% dos jovens se queixam de problemas
de sono, enquanto 10% a 40% dos estudantes do ensino médio apresentam
moderada ou transitória privação ou insuficiência de sono, além de dificuldades
no desempenho escolar e no comportamento e distúrbios do humor durante o
horário diurno.
A duração do sono noturno desempenha papel importante na saúde
dos adolescentes, que estão em um período de intenso aprendizado e
diferenciação, tem impacto significativo em seu bem-estar físico e psicológico e
está associada a problemas comportamentais e neurocognitivos,
principalmente distúrbios de aprendizagem e déficit de atençao23. Estudos têm
sugerido que os adolescentes precisam de 9 a 9,5 horas de sono por noite e,
quando isso não ocorre, eles podem apresentar maior sonolência diurna,
dificuldades de atenção e de concentração, baixo desempenho escolar, além
de flutuações do humor, problemas comportamentais, depressão,
predisposição a acidentes, atraso no desenvolvimento puberal, maior ganho de
peso e uso de álcool e substâncias psicoestimulantes.

Além do impacto dos fatores biológicos e ambientais, demandas sociais,


como tarefas em casa, atividades extracurriculares e trabalho após os horários
de escola, podem afetar significativamente os padrões de sono dos
adolescentes. Grande variabilidade é encontrada nos padrões de sono-vigília
durante a semana, associada a hábitos de dormir até mais tarde nos finais de
semana, como se fosse possível compensar o débito de sono acumulado. Esse
fenômeno, denominado oversleeping, contribui para o rompimento do ritmo
circadiano e a diminuição dos períodos de vigilância diurna.

2.2. O ADOLESCENTE E O SONO

Ao entrar na adolescência, alterações hormonais fazem com que o


sono venha um pouco mais tarde empurrando, consequentemente, o despertar
para mais tarde. A melatonina produzida pela glândula pineal e altamente
envolvida no ciclo do sono passa a ter seu pico de excreção mais tarde,
atrasando a sensação de sono nos jovens.
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Sua produção também é afetada com a exposição à luz, o que acontece


quando, por exemplo, aparelhos eletrônicos são usados antes de dormir.
Coincidindo com esta mudança fisiológica, aparecem as mudanças sociais, ou
seja, por conta do início de uma vida social mais intensa os adolescentes
tendem a dormir mais tarde. Ao mesmo tempo a escola aumenta sua
exigência, aumentando a carga de trabalho do dia a dia.

As vivências da adolescência, com suas descobertas e frustrações, o


aumento de exigência de responsabilidade por parte das escolas e da
sociedade e as variações hormonais fisiológicas já são motivo suficiente para
as alterações de humor experimentadas nesta fase da vida. Mas esta
característica se torna muito mais evidente em adolescentes com carência de
sono.

Além da questão do aprendizado e do humor, observa-se nos jovens


com carência de horas de sono maiores índices de doenças metabólicas como
sobrepeso, obesidade e diabetes tipo 2, crescimento menor, no que se diz a
respeito de estatura, do que o esperado e distúrbios psicológicos. A
adolescência é caracterizada por importantes mudanças biopsicossociais,
cognitivas e comportamentais, inclusive em relação ao padrão do ciclo vigília-
sono.

Entre as diversas modificações estruturais que ocorrem no corpo,


descobertas recentes apontam que, no início da puberdade, o volume de
massa cinzenta existente nos lobos frontal e parietal atinge um pico,
decrescendo posteriormente, e que tal tecido é sensível às variações sofridas
pelo organismo, inclusive relacionadas com o sono.

O sono desempenha papel importante no desenvolvimento físico e


emocional dos adolescentes, que estão em um período de intenso aprendizado
e diferenciação. O adolescente é um ser biologicamente programado para
dormir e acordar mais tarde, sendo que na maior parte da manhã seu cérebro
não está em estado de vigília.

Nos tempos atuais, vários elementos concorrem para que o adolescente


não consiga dormir adequadamente, tendo em vista as pressões sociais que
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aumentam suas atividades, como uso excessivo de computador e telefone,


novos relacionamentos afetivos, frequência a festas etc. Todos esses fatores
determinam diminuição do tempo de sono noturno e consequente sonolência
durante o dia.

As atividades sociais e os hábitos em geral têm migrado para horários


cada vez mais noturnos, enquanto as aulas começam cedo, levando a
importante diminuição das horas de sono e persistente débito de sono no
decorrer da semana. Enquanto crianças são seres predominantemente
matutinos, pois dormem e acordam mais cedo, os adolescentes vão se
tornando mais atrasados durante a puberdade, atingindo o máximo do período
vespertino, próximo dos 20 anos de idade, sendo que as moças atingem esse
pico antes dos rapazes, o que também pode ser considerado um marcador do
final da adolescência.

2.3. CLASSIFICAÇÃODOS DISTÚRBIOS DO SONO


Recomendações sobre a duração do sono em crianças e adolescentes variam
de acordo com a fonte consultada. Recentemente a NationalSleep Foundation
publicou um consenso baseado em painel de especialistas no qual para cada
faixa etária se encontra a recomendação sobre as horas de sono ideais e uma
faixa de variabilidade que contém as horas de sono aceitáveis.

Duração do sono:

Horas de sono Horas de sono aceitáveis (máximo e


Faixa etária
ideais mínimo)

Recém‐nascidos (0‐3
14‐17 18‐19 e 11‐13
meses)

Lactentes (4‐12 meses) 12‐15 16‐18 e 10‐11

Crianças (1‐2 anos) 11‐14 15‐16 e 9‐10

Pré‐escolares (3 e 5 anos) 10‐13 14 e 8‐9

Escolares (6‐13 anos) 9‐11 12 e 7‐8

Adolescentes (14‐17 anos) 8‐10 11 e 7

Jovens (18‐25 anos) 7‐9 10‐11 e 6

Adultos (26‐64 anos) 7‐9 10 e 6

Idosos (> 65 anos) 7‐8 9 e 5‐6


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2.4. DEFINIÇÃO DE INSÔNIA E PREVALENCIA DA INSÔNIA


A insônia pode ser definida como a dificuldade de iniciar o sono (em
crianças considera-se a dificuldade que ocorre para iniciar o sono sem a
intervenção de cuidadores); ou de manter o sono (despertares frequentes
durante a noite e dificuldade de retornar ao sono sem intervenção de
cuidadores); ou despertar antes do horário habitual com incapacidade de
retornar ao sono. A insônia pode causar sofrimento e prejuízo no
funcionamento social, profissional, educacional-acadêmico ou comportamental.

Os DS que se manifestam com dificuldade de conciliar o sono e/ou


dificuldade de manutenção do sono (devido a despertares noturnos) atingem
em torno de 30% das crianças. O aumento da prevalência, que foi observado
nos últimos anos, está intimamente relacionado a hábitos sociais no âmbito
familiar, existe muitas vezes uma diferença entre o ritmo sono-vigília natural da
criança e as exigências sociais. Esse distúrbio, quando crônico, pode ter como
consequência efeitos deletérios no desenvolvimento cognitivo, na regulação do
humor, na atenção, no comportamento e na qualidade de vida, não somente da
criança, mas de toda a família, o que resultando em privação de sono nos pais
com consequências em suas atividades laborais.

2.5. TIPOS DE INSÔNIA NA ADOLESCÊNCIA


Na adolescência a insônia pode estar relacionada a uma higiene
inadequada do sono, ao atraso de fase ou ter origem psicofisiológica.

2.5.1. Insônia por higiene inadequada:

Durante a adolescência a insônia apresenta características relacionadas


à mudança de hábitos sociais (tendência a dormir mais tarde) e a problemas de
higiene do sono. São considerados hábitos de higiene do sono inadequados:
dormir após as 23 horas e acordar após as 8 horas; esquema irregular de sono
entre dias de semana e fim de semana; uso de substâncias excitantes ou
drogas (lícitas e ilícitas); excesso de cafeína no fim da tarde ou à noite e/ou uso
de aparelhos eletrônicos no quarto antes de dormir (TV, computador, celular).
Também tem influência na qualidade do sono a pressão social e familiar;
mudanças hormonais e a necessidade do sentido de pertencimento a um
grupo.
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A insônia por higiene inadequada leva a aumento da latência do sono e


redução do tempo total de sono. Como consequência resulta em sonolência
excessiva diurna e/ou hiperatividade, problemas escolares e de
relacionamento, inversão do ciclo sono-vigília. É importante o diagnóstico
diferencial com patologias psiquiátricas, tais como depressão e esquizofrenia.
Lembramos que a insônia pode ser o sintoma inicial dessas morbidades. O
manejo terapêutico consiste em seguir uma rotina adequada de higiene do
sono, terapia comportamental e em casos selecionados o uso de melatonina.

2.5.2. Insônia por atraso de fase:


Definido como atraso (retardamento) do horário de dormir que leva como
consequência a um despertar tardio. Esse é um distúrbio de ritmo circadiano,
que ocorre em adolescentes em função de alterações hormonais e com desvio
do horário de sono noturno em função de marca passo endógeno. É uma
causa frequente de insônia e pode ocorrer em outras idades, além da
adolescência. Os conflitos ocorrem porque o horário de deitar-se não coincide
com o horário de sono e o adolescente se recusa a ir dormir e tem dificuldade
de acordar de manhã.

Gera como consequência sintomas de privação de sono, hiperatividade,


agressividade e até problemas de aprendizagem em função da sonolência
excessiva diurna. Após conseguirem dormir, o sono é tranquilo com estrutura e
duração adequada (se não tiverem de ser acordados de manhã). A tentativa de
compensar a sonolência com sestas durante o dia ou com horário livre de sono
nos fins de semana leva a mais atraso de fase à noite. O manejo ideal consiste
em readequar o horário de início do sono.

2.5.3. Insônia psicofisiológica:


Caracterizada por uma combinação entre associações previamente
vividas e hiper vigilância. A queixa consiste em uma preocupação exagerada
com o dormir, ou conseguir dormir, e com os efeitos adversos do “não dormir”
no dia seguinte. Esse tipo de situação ocorre por meio de uma combinação
entre fatores de risco (vulnerabilidade genética, comorbidades psiquiátricas),
fatores gatilho (estresse) e outros fatores (má higiene do sono, uso de cafeína
etc.).
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Causas e/ou fatores precipitantes de insônia de acordo com a faixa etária

Faixa etária Causas


Adolescente Problemas de higiene do sono

Atraso de fase

Comorbidades psiquiátricas (ansiedade, depressão, TDAH)

Pressão familiar, escolar

Distúrbios respiratórios do sono

Distúrbios do movimento

Doenças infecciosas agudas

Doenças crônicas

2.6. COMORBIDADES IDENTIFICADAS PELO DISTURBIO DO SONO:

2.6.1. Depressão:
Doenças psiquiátricas geralmente estão associadas a problemas no
sono, tais como hipersônica, fadiga, padrão sono-vigília irregular, pesadelos,
entre outros. Crianças com depressão maior apresentam alta prevalência de
insônia (em torno de 75%), 30% insônia grave. O uso de medicações
psicotrópicas também pode afetar negativamente o sono. Por outro lado,
existem novas evidências sugerindo que a insônia na infância seja per se um
fator de risco para o desenvolvimento de distúrbios psiquiátricos na
adolescência e idade adulta.

2.6.2. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH):


Estima-se que em torno de 25 a 50% das crianças com TDAH
apresentem distúrbios do sono. Miano et al. sugerem diferentes padrões, entre
eles hiperexcitação, atraso de latência, associação com distúrbios respiratórios,
associação com síndrome das pernas inquietas e associação com epilepsia.
Crianças com o subtipo combinado de TDAH (hiperatividade e desatenção)
tendem a ter mais problemas de sono. Estratégias relativas à melhor higiene do
sono e rotinas positivas do sono são eficazes nessas crianças.

2.6.3. Transtorno do espectro autista (TEA):


TEA é composto por distúrbios do neurodesenvolvimento (doenças
pervasivas, Asperger) caracterizados por significativa disfunção na interação
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social e comunicação (linguagem). Distúrbios do sono são comuns nessa


população e têm efeitos graves na qualidade de vida da criança afetada e de
sua família. Restrição de sono tem sido associada a maior frequência de
estereotipias e piores escores de gravidade. A queixa de insônia caracterizada
por longa latência para iniciar o sono, resistência para dormir, redução da
eficiência do sono e despertares noturnos é de grande preocupação para os
pais. Nas crianças menores, observa-se adicionalmente maior prevalência de
insônia comportamental (problemas de associação para início do sono e falta
de limites).

2.6.4. Epilepsia:
Pacientes com epilepsia apresentam diversas alterações na macro e
microarquitetura do sono, tais como aumento da latência para início do sono,
redução da eficiência do sono, redução do sono REM e fragmentação do sono
(principalmente aqueles que apresentam crises noturnas ou epilepsias
refratárias). Também é frequente a queixa de sonolência excessiva diurna e má
qualidade do sono.

2.6.5. Síndrome de Tourette:

Pacientes com síndrome de Tourette apresentam frequentemente


transtorno de atenção e distúrbios do sono. A insônia é o DS mais frequente e
geralmente é associada a distúrbio comportamental durante o sono.

Concluindo, a queixa de insônia em crianças e adolescentes deve ser


valorizada e adequadamente investigada pelo pediatra. Deve-se levar em
consideração a associação com diversas comorbidades, que também devem
ser diagnosticadas. As causas principais de insônia e fatores desencadeantes
variam de acordo com a idade e o nível de desenvolvimento. A abordagem
terapêutica deve incluir medidas de higiene do sono e técnicas
comportamentais e em casos individualizados tratamento farmacológico.
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3. CONCLUSÃO
Para ter uma boa qualidade de vida é necessário cumprir adequadamente o
período de sono diário, acordar após cumprir o horário recomendado para a
sua idade, no caso dos adolescentes é necessário cerca de 8-10 horas de
sono. É importante ressaltar que o sono não pode ser compensado ou ajustado
dormindo até mais tarde nos fins de semana e tirando cochilos durante o
período da tarde. Ter um sono de qualidade desempenha papéis importantes
na vida do ser humano, como para o desenvolvimento físico e emocional dos
adolescentes, além de funcionar como um facilitador para a produção de
hormônios durante o seu período.

A insônia traz diversos tipos de prejuízos para as pessoas, na adolescência


se têm três tipos, são elas: Insônia por higiene inadequada; Insônia por atraso
de fase; Insônia psicofisiológica. A privação do sono pode diminuir a motivação,
causar irritabilidade, a concentração e o desempenho escolar podem ser
afetados, e ainda gerar sonolência no dia posterior.

Entretanto, na adolescência apresenta-se um nível alterações no ritmo do


sono, nessa fase o relógio biológico funciona diferente do habitual, essa
mudança é composta por diversas causas fisiológicas e sociais. Há certas
modificações hormonais que fazem com que o sono venha mais tarde, assim o
despertar consequentemente irá ser mais tarde. Alguns fatores como pressão
social, alta exigência escolar, uso excessivo de aparelhos eletrônicos no
período noturno, novos relacionamento afetivos, podem acarretar sonos que
não são de boa qualidade ou suficientes.

Diante da importância do sono, observa-se as características do ciclo sono-


vigília e da especificidade do sono durante a adolescência, tais devem ser
conhecidas e respeitadas para que o adolescente possa viver em harmonia
consigo e com o ambiente tendo um sono devidamente regulado e eficaz.
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4. BIBLIOGRAFIA

CIAMPO, Luiz Antonio del. O sono na adolescência. Adolescência & Saúde,


Rio de Janeiro, v. 9, n. 2, p. 60-66, jun. 2012. Trimestral. Disponível em:
http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=317. Acesso em:
07 maio 2020.

NUNES ML, Bruni O. Insomnia in childhoodandadolescence: clinicalaspects,


diagnosis, andtherapeutic approach. J Pediatr (Rio J). 2015;91:S26–35.

SMITH, Yolanda. Função do sono. News Medical Life Sciences,2018.


Disponível em: https://www.news-medical.net/health/Function-of-Sleep-
(Portuguese). Acesso em: 7 mai. 2020.

SONO. In: Wikipédia, a enciclopédia livre. Creative Commons, 2020. Disponível


em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sono. Acesso em: 7 mai. 2020.

HERCOWITZ, Andrea. Sono na adolescência: entenda as mudanças no ritmo do


sono dessa fase. Minha Vida, 2016. Disponível em:
https://www.minhavida.com.br/amp/familia/materias/18187-sono-na-
adolescencia-entenda-as-mudancas-no-ritmo-do-sono-dessa-fase. Acesso em:
7 mai. 2020.

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