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BASES NEUROPSICOLÓGICAS DO

DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR

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SUMÁRIO

NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2

Introdução ................................................................................................ 3

Um Breve Histórico, Conceitos e Fundamentos da Psicomotricidade ..... 4

Desenvolvimento físico e psicomotor a partir dos 2 meses ................ 12


Principais Características do Desenvolvimento Psicomotor Infantil ... 22
A Influência da Maturação do Sistema Nervoso do Desenvolvimento
Infantil ........................................................................................................... 24
Relação da Motricidade com o Desenvolvimento Cognitivo ............... 27
Avaliação Psicomotora .......................................................................... 28

Desenvolvimento neuropsicomotor e o aprendizado em diversos


contextos ...................................................................................................... 30
Aspectos neurobiológicos do comportamento motor.......................... 32
Emoções, afetividade e o comportamento motor ............................... 34
Processos integradores da linguagem e o desenvolvimento
neuropsicomotor ........................................................................................... 37
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 40

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de


empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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Introdução

O desenvolvimento geral do individuo será resultado de suas


potencialidades genéticas e, sobretudo, das habilidades aprendidas durante as
várias fases da vida. O desenvolvimento humano tem diversas particularidades
que trazem complexidades em cada faixa etária, e, por esse motivo, existe uma
necessidade de analisar minuciosamente cada fase, desde o nascimento até a
velhice. O comportamento motor, por exemplo, tem suas singularidades na
infância quanto a reflexos, andar, correr, movimentos de coordenação motora
fina, que, por sua vez, exigem diversos processos cognitivos, como coordenação
visomotora, atenção, processos controlados e automatizados. Já na fase da
velhice, esses comportamentos podem apresentar deterioração e comprometer
o funcionamento de novas rotas de aprendizagem.

Pode-se entender que o comportamento motor apresenta uma


interdependência a diversos processos cognitivos e emocionais. As estruturas
biológicas são inúmeras, e o envolvimento social também se faz de extrema

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importância no desenvolvimento motor. A ação de profissionais preparados e
atentos a todos os processos relacionados a interação social, afetividade e
emoções e aos pensamentos proporciona um auxílio no acompanhamento
neuropsicomotor de cada indivíduo.

Um Breve Histórico, Conceitos e Fundamentos da


Psicomotricidade

O corpo é o ponto de referência que os seres humanos buscam conhecer


e assim interagir com o mundo, servindo como base para o desenvolvimento nos
aspectos cognitivos, sociais, físico-motor e afetivo-emocional.

Fonseca (1988) informa que etimologicamente podemos definir o termo


psicomotricidade como oriundo do grego psyqué = alma/mente e do verbo latino
moto = mover frequentemente, agitar fortemente. A terminologia está ligada ao
movimento corporal e sua intencionalidade.

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A motricidade humana tem sua origem na própria história social do
homem, sendo fundamental às atividades no trabalho, em casa, na caça, na
comunicação e na perpetuação da espécie.

Já o termo “Psicomotricidade” apareceu pela primeira vez no discurso


médico, no campo da neurologia, tendo como pioneiro o neurologista francês
Ernest Dupré (1862 – 1921), que no século XIX constatou disfunções graves
evidenciadas no corpo sem que o cérebro tivesse nenhuma lesão. São
descobertos distúrbios da atividade gestual, da atividade práxica, onde o
"esquema anátomo-clínico" que determinava para cada sintoma sua
correspondente lesão focal já não podia explicar alguns fenômenos patológicos,
tendo então a necessidade de encontrar uma área que explicasse tais
fenômenos clínicos, e então fez com que surgisse a palavra “Psicomotricidade”
em 1870.

Em 1909, Dupré definiu a síndrome da debilidade motora através das


relações entre o corpo e a inteligência, dando partida para o estudo dos
transtornos psicomotores, patologias não relacionadas a nenhum indício
neurológico estudados pela Psicomotricidade. Somente no século XX a
psicomotricidade passou realmente a ser considerada ciência.

Contudo, a prática psicomotora começou em 1935, com Eduard Guilmain,


que elaborou protocolos de exames para medir e diagnosticar transtornos
psicomotores. Passa-se a ter uma visão integral do indivíduo, de forma a
respeitar suas limitações e necessidades, trabalhando-o integralmente o físico,
cognitivo e o afetivo.

A psicomotricidade é sustentada por três conhecimentos básicos: o


movimento, o intelecto e o afeto. Sendo estruturada por três pilares: o querer
fazer (emocional) – sistema límbico, o poder fazer (motor) – sistema reticular e
o saber fazer (cognitivo) – córtex cerebral. Sendo importante que ocorra o
equilíbrio entre eles, caso ao contrário pode acarretar uma desestruturação no
processo de aprendizagem da criança.

A motricidade tem a função de levar as experiências vivenciadas até o


cérebro, que fará a decodificação de cada estimulo enviado e armazenará as
informações sensoriais, afetivas e perceptivas que o individuo presenciou. De

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acordo com a Associação Brasileira de Psicomotricidade, a mesma pode ser
definida como:

Neste sentido Dupré, foi um dos autores que influenciaram fortemente a


Psicomotricidade, assim como Wallon, Piaget, Guilmain, Ajuriaguerra entre
outros, que estudaram e comprovaram a relação entre o movimento e a
aprendizagem.

Segundo Wallon (1925), seus estudos estavam voltados para a relação


entre as emoções e o certo comportamento tônico, mostrando a importância dos
movimentos no desenvolvimento psicológico da criança. Seu olhar
psicobiológico influenciou os psicomotricistas que estudam o desenvolvimento
motor e mental da criança, auxiliando nos estudos relacionados à aquisição do
conhecimento da criança, em seus aspectos intelectuais, motores e afetivos.

O que mais tarde será visto por Ferreira (1998), afirma que “não existe
aprendizagem sem que seja registrado no corpo”. (p. 18), destacando a
importância dos movimentos nas ações de construção do conhecimento. Nos
estudos de De Meur & Staes (1984), assinala que “o intelecto se constrói a partir
da atividade física”.

As funções motoras (movimento) não podem ser separadas do


desenvolvimento intelectual (memória, atenção, raciocínio) nem da afetividade
(emoções e sentimentos). Para que o ato de ler e escrever se processe
adequadamente, é indispensável o domínio de habilidades a ele relacionado,

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considerando que as habilidades são fundamentais manifestações
psicomotoras.

No enfoque das pesquisas de Levin (1995), “há uma diferença entre os


pensamentos de Wallon e Dupré”; para Wallon, o movimento está relacionado
ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos das crianças; para Dupré,
a motricidade está relacionada inteligência. Assim é possível observar que no
início a psicomotricidade tinha seus estudos voltados para a patologia.

Porém Wallon, Piaget e Ajuriaguerra aprofundaram seus estudos voltados


para o campo do desenvolvimento, nesta perspectiva Wallon se preocupou com
a relação psicomotora, afeto e emoção, já Piaget se preocupou com a relação
evolutiva da psicomotricidade com a inteligência e Ajuriaguerra consolida as
bases da evolução psicomotora, de forma mais específica para o corpo e sua
relação com o meio. Para ele, a evolução da criança está na conscientização do
seu corpo.

Estas contribuições muito avançaram para o conceito da psicomotricidade


e as ações metodológicas para o desenvolvimento da aprendizagem,
principalmente na aquisição da leitura e escrita. Assim para a psicomotricidade
o indivíduo, para aprender, precisa sentir, pensar e agir, a psicomotricidade é a
expressão de um pensamento pelo ato motor preciso, econômico e harmonioso.
(AJURIAGUERRA, 1983)

Em 1948, Ajuriaguerra redefiniu o conceito de debilidade motora e


delimitou com clareza os transtornos psicomotores no seu Manual de Psiquiatria
Infantil. Ele é o responsável por delimitar com clareza os transtornos
psicomotores que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. Com estas novas
contribuições, a psicomotricidade diferencia-se de outras disciplinas, adquirindo
sua própria especificidade e autonomia.

O corpo é eixo comum na prática da psicomotricidade, porta-voz dos


sintomas e sede dos problemas de aprendizagem e/ou psicomotores, podendo
ser trabalhados através da reeducação, porém o profissional de educação deve
se apropriar deste recurso para aplicá-lo nas rotinas educacionais.

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Os pesquisadores André Lapierre e Bernard Aucouturier, são
considerados os pais da psicomotricidade relacional. Negrine (1995), afirma que
com a influência desses dois professores de educação física, a psicomotricidade
passou por três períodos: continuador, inovador e de ruptura.

O período continuador é caracterizado pela primeira vertente adotada


pelos autores Lapierre e Aucouturier, onde as publicações da época
expressavam a linha teórico-metodológica funcionalista, marcando a origem da
psicomotricidade como campo de estudo e como prática pedagógica, onde as
crianças eram submetidas a testes que avaliavam seu perfil psicomotor. Já no
período inovador, ao contrário do que acreditavam no estágio anterior, nesse
período, o trabalho era desenvolvido com fundamento nas potencialidades dos
alunos, unindo teoria e prática com bases relacionais, pois a psicomotricidade
funcional não seria adequada quando se tratasse de educação ou reeducação.

Assim surge o período da ruptura, onde os autores Lapierre e Aucouturier


acabaram tendo suas práticas distanciadas. Lapierre trabalhou com base na
potencialização dos jogos simbólicos, acreditando que sempre há uma intenção
por trás deles, e que o adulto interviria no jogo simbólico da criança. Já
Aucouturier defendia a potencialização dos jogos sensório-motor.

Segundo Alves (apud SILVA, 2004), “A psicomotricidade tem como


principal propósito melhorar ou normalizar o comportamento geral do individuo,
promovendo um trabalho constante sobre as condutas motoras, através das

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quais o indivíduo toma consciência do seu corpo, desenvolvendo o equilíbrio,
controlando a coordenação global e fina e a respiração bem como a organização
das noções espaciais e temporais.”

É uma pratica pedagógica que contribui para o desenvolvimento da


criança no processo de ensino aprendizagem. Favorece os aspectos físicos,
mental, afetivo emocional e sócio cultural. É uma forma de ajudar a criança a
superar as suas dificuldades e precaver possíveis inadaptações. (OLIVEIRA,
2002).

O papel da psicomotricidade na educação é estimular o desenvolvimento


das percepções da criança e seu esquema corporal. O ato de movimentar-se
fisicamente é privilegiado com o trabalho psicomotor, porém leva-o ao trabalho
mental, onde é aprendido a ouvir, interpretar, imaginar, organizar, representar e
passar do abstrato para o concreto.

O desenvolvimento é adquirido através de suas tentativas e erros. Ela


transforma seus erros em aprendizado. Portanto a atividade motora é de extrema
importância no desenvolvimento da criança.

A psicomotricidade de Le Boulch (1983) justifica sua ação pedagógica


colocando em evidencia a prevenção das dificuldades pedagógicas, dando
importância a uma educação do corpo que busque um desenvolvimento total da
pessoa, tendo como principal papel na escola preparar seus educandos para
vida, utilizando métodos pedagógicos renovados, procurando ajudar a criança a
ser desenvolver da maneira possível, contribuindo dessa forma para uma boa
formação da vida social.

Muitos estudos tem na psicomotricidade um olhar apenas para o corpo e


o movimento, porém vai além. É responsável também pela contribuição mental
e pelo comportamento, neste sentido podemos observar que:

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O movimento é a parte integrante do comportamento humano. No entanto,
conforme os estudos de Santos; Cavalari (2010) para que haja desenvolvimento
integral é preciso que tenhamos profissionais capazes e conscientes da
importância da psicomotricidade, considerando-a como a ciência que envolve
toda ação realizada pelo individuo, que represente suas necessidades e permita
suas relações com os demais.

Segundo Alves (2008), “O ser humano não é feito de uma só vez, mais se
constrói pouco a pouco, por meio da ação com o meio e de suas próprias
realizações, e nessa construção a psicomotricidade realiza um papel
fundamental.” O que a cada dia torna-se essencial no processo de aprendizagem
da criança, onde ela utiliza de seu próprio corpo para o processo de interação e
conhecimento do mundo.

De acordo com a afirmação de Alves (2012, p.144), “A psicomotricidade


existe nos menores gestos e em todas as atividades que desenvolve a
motricidade da criança, visando ao conhecimento e ao domínio do seu próprio
corpo”. A estruturação psicomotora é a base para o processo de
desenvolvimento intelectual da criança.

O desenvolvimento evolui do geral para o específico. Apresentando desta


forma ser um dos fatores essenciais ao desenvolvimento global e uniforme da
criança. Alexander Romanovich Luria foi um famoso psicólogo soviético
especialista em psicologia do desenvolvimento e agrupou as bases
psicomotoras em unidades funcionais ou neuroblocos, a primeira composta pela
tonicidade e o equilíbrio, a segunda composta pela noção de corpo, lateralidade
e estruturação espaço-temporal e a terceira é composta pelas praxias global e
distal.

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A criança não nasce pronta, tudo se constrói aos poucos, por meio das
próprias ações, cada ser tem seu eixo corporal que ao decorrer do tempo é
adquirido pelo movimento e as experiências vividas. O ser humano necessita
através do seu corpo, perceber as coisas que estão ao seu redor, adquirindo as

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noções de em cima, embaixo, perto, longe, na frente e atrás, sendo sempre
estimulada a se auto-independe.

No entanto esses desenvolvimentos variam de criança para criança, pois


cada uma apresenta competências diferentes. A psicomotricidade trabalha os
movimentos da criança, motiva a capacidade sensitiva, cultiva a capacidade
perceptiva através da resposta corporal, organiza a capacidade dos movimentos,
utilizando objetos reais e imaginários, amplia e valoriza a identidade própria, cria
segurança e respeito aos espaços dos demais.

Os estudos baseados na psicomotricidade nos auxiliam a entender a


importância do corpo para o desenvolvimento global do ser humano, associando
dinamicamente o ato ao pensamento, o gesto à palavra, o símbolo ao conceito,
e está relacionada ao processo de maturação.

Antigamente a educação propôs que os aspectos motores e intelectuais


poderiam ser medidos por testes, sendo o sujeito fragmentado, e assim vieram
novos tempos e novas ideias, e com isso o corpo e a imaginação só poderiam
andar juntos, e o brincar passou a fazer parte da educação, contribuindo para
aprendizagem. E as relações com o outro e com o meio, o ser humano se
desenvolvia plenamente.

Desenvolvimento físico e psicomotor a partir dos 2 meses

Segundo Cole e Cole (2003), as mudanças de ampla magnitude que


ocorrem no comportamento motor e na capacidade cognitiva das crianças entre
as idades de dois meses e meio a um ano estão intrinsecamente as
transformações do corpo, músculos, ossos e cérebro. Sabemos que bebês
ganham peso e altura muito rapidamente no primeiro ano de vida, triplicando o
seu peso e crescendo aproximadamente 25 cm. Há um rápido período de
crescimento nos dois primeiros anos de vida da criança. Depois dos dois anos
de idade, a criança passa para um padrão de crescimento mais lento até a
adolescência, quando ocorre outro período de crescimento rápido.

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A proporção do corpo também muda nesse processo de crescimento. No
adulto, a cabeça representa 1/8 ou 1/10 da altura total. Aos dois anos de idade,
a cabeça representa 1/4 do comprimento total do corpo. Assim, como as
proporções do corpo sofrem mudanças, essas alterações não são simétricas. Ou
seja, algumas partes do corpo se desenvolvem mais rapidamente do que outras.
Na adolescência, as mãos e os pés atingem seu tamanho adulto em primeiro
lugar, seguido dos braços e pernas e, por último, o tronco. Por essa razão, o
adolescente apresentam diferenças na simetria corporal. Observe a diferença de
proporção na imagem que segue (BEE, 2003).

Os ossos mudam em três aspectos: ficam maiores, mais largos e mais


rígidos. Em algumas partes do corpo também ocorrem mudanças na quantidade
de ossos. O bebê de um ano de idade tem somente 3 ossos na mão, enquanto
um adulto tem 28. As partes do corpo em que há aumento do número de ossos
são: mãos, pulso, tornozelo, artelho e pés. Isso ocorre em função de serem áreas
de articulação, com diferentes movimentos (BEE, 2003).

Conforme Bee (2003), o bebê nasce com todas as fibras musculares que
ele terá por toda a vida. O que muda é o comprimento e a densidade dessas
fibras musculares. O crescimento muscular é lento até a adolescência, quando
começa a se acelerar, dando ao adolescente um aumento de força considerável.

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Esse aumento de força ocorre com adolescentes de ambos os sexos, mas é
mais acentuado nos meninos.

Essas mudanças são diretamente observáveis, mas outra tão importante


quanto as que foram apresentadas, só podemos conhecer indiretamente: o
desenvolvimento do cérebro.

Antes de nascer, o sistema nervoso dos bebês apresentam funções


sensoriais e motoras elementares, como: mover-se espontaneamente, reagirem
à luz e a sons, demostrando assim, inclusive sistema de memória. Ao
nascimento, as partes do cérebro denominadas de tronco encefálico já estão
bem desenvolvidas. Essas partes ficam na porção inferior do crânio regulando
funções, como: sono, vigília, eliminação de urina e fezes. A parte do cérebro
menos desenvolvida ao nascimento é o córtex, que regula funções, como:
percepção, movimentos corporais, o complexo de linguagem e pensamento
(BEE, 2003).

Um segundo processo importante no desenvolvimento do sistema


nervoso é a mielinização. Mielina é uma proteína que reveste cada neurônio
(veja imagem a seguir), isolando-os do contato com outras células nervosas,
facilitando a transmissão do pulso nervoso. O processo de mielinização da
medula ocorre mais rápido, estando concluído aproximadamente aos 2 anos de
idade, já nos lobos frontais, região envolvida nos processos do raciocínio
superior, a bainha de mielina só estará totalmente formada por volta dos 20 anos
(BELSKY, 2010).

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O processo de crescimento e desenvolvimento físico é controlado por
alguns hormônios. A glândula tireoide secreta o hormônio tiroxina que afeta o
desenvolvimento do cérebro e ritmo de crescimento total. As glândulas adrenais
secretam o hormônio andrógeno adrenal, que é responsável por algumas
mudanças na puberdade, especialmente o desenvolvimento de características
sexuais secundárias em meninos. Os testículos secretam testosterona, que é
crucial na formação dos genitais masculinos durante o período pré-natal e
também altera as mudanças na puberdade dos meninos. Os ovários secretam
estrógeno, que afeta o desenvolvimento do ciclo menstrual e as características
sexuais secundárias das meninas. O diagrama a seguir abrange os hormônios
envolvidos no crescimento e desenvolvimento físico da criança.

O ritmo de maturação tem diferenças de acordo com o sexo da criança.


Meninas têm um padrão de desenvolvimento mais rápido, mas na adolescência
os meninos desenvolvem mais força física do que as meninas, sendo que o
coração e pulmão dos meninos se desenvolvem mais do que nas meninas (BEE,
2003).

Como vimos na unidade anterior, existem três tendências básicas no


desenvolvimento motor, das quais retomaremos duas para compreendemos
melhor as implicações no desenvolvimento de novas habilidades pelo bebê. A
primeira é que o desenvolvimento motor ocorre da cabeça para os membros
inferiores (cefalocaudal) e a segunda é do tronco para as extremidades
(proximodistal). Isso significa que o bebê consegue manter a cabeça firme antes
de conseguir sentar-se (desenvolvimento cefalocaudal) e consegue levantar o

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queixo antes de conseguir movimentar os braços e mãos para pegar um objeto
(desenvolvimento proximodistal).

Assim, fica fácil compreender porque o desenvolvimento segue algumas


sequências e analisa se há algo de errado. Uma delas é a sequência de
movimentos das mãos para pegar um objeto. No começo, o bebê pega um objeto
com os dedos pressionados contra a palma da mão. O próximo passo é usar o
polegar em oposição aos outros quatro dedos e, por último, ele consegue usar o
polegar em oposição a um dedo somente. A mesma sequência pode ser
observada nos passos envolvidos no bebê ficar de pé, andar e subir escadas.
Caso a criança não consiga desenvolver estas sequências, mesmo que as
condições ambientais as favoreçam é um indicativo de que há algo a ser levado
em conta sobre o desenvolvimento normal da criança.

A seguir, apresentaremos a você alguns passos do desenvolvimento


psicomotor da criança de 0 a 6 anos, ressaltando que estes indicadores servem
para nortear uma avaliação do momento evolutivo, mas que estão
intrinsecamente ligados a questões de maturação individual e as interações
sociais as quais estão submetidas. No quadro a seguir você poderá verificar

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algumas habilidades psicomotoras que as crianças até dois anos habitualmente
apresentam.

Conforme Palacios e Mora (2004), as aquisições motoras não devem ser


analisadas como conquistas independentes e guiadas somente pelo plano pré-
inscrito nos genes ou no cérebro. O desenvolvimento motor traz em si uma

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construção dinâmica em que cada habilidade soma-se às demais para dar lugar
a ações de graus mais complexos e refinados: “[...] o controle da ação motora é
multimodal (visual, proprioceptivo, postural etc.), as ações motoras estão
mutuamente entrelaçadas (postura, preensão, equilíbrio, locomoção etc.) [...]”
(p.69). Todas essas ações, segundo os autores, correspondem à articulação de
um aparato neuromotor em desenvolvimento, o grau de estimulação e as metas
que o próprio bebê se propõe.

A partir dos dois anos até a adolescência é a extensão e o refinamento do


controle sobre o corpo e movimentos que se destacam no desenvolvimento físico
e motor. De acordo com Palacios, Cubero, Luque e Mora (2004), tais fatores os
levaram a afirmar que esta etapa é de grande importância para o
desenvolvimento psicomotor tanto no que tange o âmbito da ação quanto o da
representação (simbólico).

O desenvolvimento físico agora será mais linear até a chegada da


adolescência, período que ocorrerá um novo estirão tanto de altura quanto peso.
Em média, a criança cresce de 5 a 6 cm por ano e tem aumento de peso de 2 a
3kg (PALACIOS, et al., 2004).

O córtex pré-frontal, responsável pelo planejamento, controle das


condutas complexas e o comando das funções cognitivas, desenvolve-se mais
lentamente. Um exemplo abordado por Palacios et al. (2004) é o da atenção.
Segundo os autores, a atenção é controlada por estruturas cerebrais subcorticais
e vai passando gradualmente para o controle pré-frontal, tornando-se assim mais
consciente e estável. Outro aspecto relevante é a continuidade da mielinização
dos neurônios, principalmente os motores até aproximadamente os cinco anos.
Seguindo a lógica de amadurecimento, agora serão os movimentos dos
membros inferiores que terão maior aperfeiçoamento e dos músculos que
controlam o movimento dos pulsos e dos dedos, de tal forma que tanto a
motricidade grossa quanto a fina terão um salto significativo no desenvolvimento.

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Palacios et al. (2004), apontam que as mudanças que ocorrem durante
esses anos no desenvolvimento psicomotor estão relacionadas ao progresso da
coordenação motora e a independência. Esta se refere à capacidade de controlar
de forma separada cada segmento motor, por exemplo, com uma mão fazer um
movimento complexo como pintar sem mover a outra. Já a coordenação supõe
a associação de dois ou mais padrões motores originalmente independentes
formando um movimento complexo, como correr e bater bola ao mesmo tempo.
No quadro a seguir, apontaremos algumas aquisições motoras no período de
dois a seis anos.

Estes sãos comportamentos motores visíveis, mas para a sua realização


a criança teve que construir habilidades como a de estruturação do espaço e
tempo, do controle do tônus muscular, de equilíbrio e da respiração.

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Respaldados nos estudos de Palacios et al. (2004), descreveremos brevemente
cada uma destas habilidades

O tônus muscular corresponde à capacidade de resistência e elasticidade


dos músculos. Parte do controle tônico é involuntário e está ligada a atividade
intramuscular espontânea e a seu controle neurológico, outra parte é passível de
controle voluntário. Gradualmente, mediante suas experiências, as crianças vão
aprendendo a controlar seu tônus muscular de acordo com o objeto a ser
manipulado, de modo a perceber que a tensão muscular utilizada para levantar
um baú não é a mesma para levantar uma almofada. Palacios et al. (2004)
afirmam que esse processo não é importante somente para adequar a ação ao
seu objetivo, mas também trabalha a representação e o controle voluntário do
próprio corpo. Outro aspecto relacionado ao tônus muscular diz respeito ao
controle da atenção. A hipertonia tende a dificultar a manutenção da atenção,
enquanto o relaxamento tende a facilitá-la. Contudo, certo nível de tonicidade
deve ser mantido para ter o estado de alerta ativado.

O equilíbrio é facilitado no primeiro ano de vida em razão do crescimento


do cerebelo e é condição sine qua non de nosso movimento e ações. Nossa
autonomia funcional e independência motora dependem da manutenção do
equilíbrio.

Já a estruturação do espaço está relacionada com a consciência das


coordenadas nas quais nosso corpo se move e nas quais a nossa ação
acontece. Assim, desde os planos espaciais mais elementares como para cima
e para baixo, frente e trás, até os mais complexos, por exemplo, esquerda e
direita, as crianças precisam articular uma significativa noção de representação
de seu corpo em relação ao contexto espacial que a circunda. Quanto à
estruturação temporal, esta é mais difícil da criança dominar, haja vista não ter
uma correspondência perceptiva evidente, como as noções espaciais. A criança
consegue situar suas ações e suas rotinas de acordo com alguns ciclos, como o
de sono-vigília, manhã-tarde-noite, ontem-hoje-amanhã, mas suas articulações
só ocorrem mentalmente requisitando capacidades intelectivas mais complexas.

O estabelecimento da lateralidade é fundamental para o processo


posterior de aquisição da escrita, de tal modo que esta deve estar definida até

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os cinco anos e meio (PALACIOS et al., 2004). Algumas crianças já a definem
na primeira infância, outras demoram mais para organizar. Caso não haja uma
definição até os seis anos, é indicada uma avaliação apurada para estabelecer
um plano de ação específico objetivando auxiliar a criança a lateralizar o
movimento, independentemente de ser destro ou canhoto.

Outro aspecto significativo do desenvolvimento psicomotor é o conceito


de esquema corporal que se refere à representação de nosso corpo, dos
diferentes segmentos corporais, de suas possibilidades de movimento e ação,
assim como de nossas limitações. Essa função é construída lentamente como
consequência das experiências que realizamos com o corpo e das vivências que
dele temos. Segundo Mora e Palacios (apud PALACIOS et al., 2004), “[...] graças
a tal representação, conhecemos nosso corpo e somos capazes de ajustar em
cada momento nossa ação motora a nossos propósitos” (p.135). Caso não
tivéssemos este esquema estabelecido teríamos muita dificuldade, por exemplo,
em pegar algo que caísse, amarrar os sapatos, pentear os cabelos etc. Frisamos
que esse processo de representação do esquema corporal é fruto de um longo
processo de tentativas e de erros, de ajuste progressivo da ação do corpo e os
estímulos do meio, como também com os objetivos da ação.

Afinal, o que é desenvolvimento psicomotor? A psicomotricidade é o


estudo do homem a partir do movimento e da atividade corporal na relação entre
organismo e o meio em que ele se desenvolve (PALACIOS; MORA, 2004). A
complexidade do desenvolvimento humano nos mostra como nada é isolado e
independente. De tal forma, o desenvolvimento motor traz em si um mundo de
relações entre psiquismo-movimento. Podemos dizer que a meta do
desenvolvimento psicomotor é a aquisição do controle do próprio corpo ao ponto
de ser capaz de extrair dele todas as possibilidades de ação e expressão.
Destarte, esse desenvolvimento engloba componentes práticos e simbólicos.

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Práticos pelas ações que o sujeito empreende e simbólico pela representação
que constrói do corpo e de suas possibilidades. Isso porque a psicomotricidade

Contudo, o crescimento e as mudanças físicas que ocorrem com o bebê


e crianças pequenas são facilmente notados. Além das mudanças físicas
visíveis, ocorrem transformações no interior do organismo. Mudanças na função
cerebral são decorrentes do processo de mielinização, o que implica na
maturação do sistema nervoso. O melhor funcionamento do sistema nervoso
reflete na produção de enzimas e hormônios, responsáveis pelo crescimento e
desenvolvimento dos órgãos.

Conforme o desenvolvimento físico progride, a interação da criança


também se amplia, pois o ambiente a ser explorado se expande e assim vai
adquirindo novas experiências, o que implica em uma grande mudança
biossocial-comportamental. Biológica porque o organismo se desenvolve,
apresentando mais e melhores funções biológicas; social e comportamental
porque as mudanças na função cerebral são acompanhadas da aquisição de
esquemas cognitivos importantes.

Principais Características do Desenvolvimento Psicomotor


Infantil

A criança atua no mundo por meio de seus movimentos. Esta relação é


estabelecida devido suas capacidades motoras, intelectuais e afetivas. As
experiências vivenciadas pela criança através da sua relação com o meio são de
grande importância para o desenvolvimento de sua independência e autonomia
corporal, além da sua maturidade sócio emocional.

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O desenvolvimento infantil não acontece de um modo regular, mas de
forma gradativa, onde os progressos vão acontecendo qualitativamente de
acordo com a maturação de cada criança. Para que haja uma evolução
competente é necessário que a criança possa integrar cada um de seus
progressos, antes de adquirir um novo.

O desenvolvimento motor nas crianças até o primeiro ano de vida envolve,


principalmente, as funções motoras: estruturação do esquema corporal,
maturação do tônus e a coordenação.

Segundo Wallon apud Bueno (1998, p. 27) “o movimento é a primeira


estrutura de relação com o meio, com os objetos e com os outros. Além disso, é
a primeira expressão da emoção e do comportamento”.

Para Wallon o desenvolvimento infantil passa por fases que não podem
ser limitadas porque sofrem influências biológicas e sociais. Estas fases são
colocadas na seguinte sequência: impulsiva, tônico-postural, sensório-motora,
projetiva e a personalística.

A fase impulsiva é característica do recém -nascido. Trata da dependência


total na relação com o meio aplicando uma grande impulsividade motora:
atividades reflexas provocando prazer e desprazer.

Na fase tônico-postural (6-12 meses) o movimento já esboça significados:


simbiose afetiva com a mãe, a emoção desencadeando ações e um exagero nas
funções tônicas.

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A fase sensório-motora (12 aos 24 meses) é a fase em que o motor e a
sensação estão integrados, destacando o surgimento do andar. Além disso, a
organização das emoções, a percepção mais precisa proporciona um movimento
repetido com maior eficácia. Este movimento sempre voltado para o outro com
uma linguagem emocional e não-verbal.

A fase seguinte é a projetiva que vai dos 3 aos 4 anos. Nesse período a
aquisição da linguagem facilita a objetivação da intenção, ou seja, a ação já é
produto da atividade mental. A criança apresenta uma autonomia postural e a
imitação surge como elo de ligação entre percepção e movimento.

Finalmente, a fase personalística que vai dos 5 aos 6 anos. Agora as


ações passam a ser os primeiros esboços dos desejos e evidencia-se a evolução
do “eu” através da consciência da sua pessoa.

A Influência da Maturação do Sistema Nervoso do


Desenvolvimento Infantil

O desenvolvimento cerebral é um processo contínuo fundamental a nossa


vida. As alterações no cérebro possibilitam a adaptação ao ambiente e ao
convívio social interferindo, portanto, no nosso comportamento. A princípio, o
cérebro é construído em níveis, cada um com uma função diferente.

Esse processo de construção sofre influência interna, por parte dos


hormônios e externa através de experiências vivenciadas no útero ou mesmo
após o nascimento. A medida que as estruturas cerebrais se desenvolvem e
acontece a maturação das células neurais o comportamento humano também se
modifica.

24
A maturação é um fator imprescindível nesse processo, pois mesmo que
o bebê apresente um organismo funcional perfeito e passe por um longo
treinamento fonológico ele não falará enquanto suas estruturas neurais que
controlam a fala não estiverem suficientemente maduras.

O mesmo ocorre com o sistema motor, o bebê não realizará atividades


motoras que não estejam de acordo com sua maturidade neurológica. Além da
maturidade neurológica, o desenvolvimento humano está relacionado com os
estímulos ambientais que recebe.

Esses estímulos e as informações introduzidas a partir dos órgãos


sensoriais são integrados pelo sistema nervoso para determinar a resposta a ser
executada pelo organismo. O relacionamento com o outro é indispensável para
que possa desenvolver suas potencialidades. A qualidade desta relação no
decorrer da primeira infância terá influência determinante na orientação do
temperamento e personalidade do indivíduo, além de contribuir
fundamentalmente no desenvolvimento da atividade motora.

A relação humana e o desenvolvimento funcional estão interligados, são


interdependentes, um depende do outro para que haja um progresso qualitativo
no crescimento humano. O mesmo acontece com a maturação e as
experiências, ambas desempenham papéis fundamentais neste processo.

A capacidade do indivíduo de modificar seu comportamento através da


exercitação de suas experiências caracteriza-se como aprendizagem. É esta
aprendizagem que o capacita a ajustar-se às exigências do meio. Do ponto de
vista neurológico, nenhuma ação se repete exatamente como as anteriores,
significando dizer que o ser humano é um eterno aprendiz.

25
Aprendizagem e vivência não podem se dissociar. A construção do
conhecimento não é algo adquirido de fora para dentro. “Depende das ações
sensórios-motoras que coordenadas, ativam, organizam e estruturam o sistema
nervoso do organismo”. (Thompson, 2000 p.518)

Nessa perspectiva compreende-se que de acordo com o crescimento da


criança, o sistema nervoso se modifica, assim como modificam-se o
comportamento e o raciocínio.

26
Relação da Motricidade com o Desenvolvimento Cognitivo

O desenvolvimento cognitivo humano é a base dos estudos de Piaget


realizados, a cerca de 60 anos atrás, em seus três filhos. Sua teoria “se mantém
como nosso modelo mais abrangente da cognição infantil, e a precisão descritiva
de muito do que ele viu em seus próprios bebês foi amplamente confirmada por
estudos mais rigorosos e objetivos” (Flavell, 1999, p. 44).

Piaget identifica três estágios no desenvolvimento cognitivo: o sensório -


motor, que vai do nascimento até 2 anos aproximadamente e que culmina com
a construção da primeira estrutura intelectual; o estágio das operações concretas
que vai dos 2 anos até 10 ou 11 anos aproximadamente e culmina com a
construção das estruturas operatórias concretas; finalmente, o estágio das
operações formais, que dirige-se para a construção das estruturas intelectuais
próprias do raciocínio hipotético-dedutivo aos 15 ou 16 anos. (Coll, 2005)

Portanto, o desenvolvimento cognitivo é concebido como uma sucessão


de estágios que culminam com aquisições de habilidades e conhecimentos
referentes a cada um deles. Os estágios são caracterizados por esquemas que
se organizam e se combinam formando novas estruturas.

Estas estruturas são cumulativas, passando a ser integradas pelas


estruturas do estágio seguinte e assim sucessivamente. Nesse processo, a
unidade básica de organização da ação é o esquema, pois ele é o conjunto
estruturado de características que permitem repetir a mesma ação ou aplicá-la
a novos objetos.

O processo do conhecimento para Piaget é fundamentalmente interativo,


onde a maturação, a experiência com os objetos e a experiência com o outro são
fatores imprescindíveis para explicar o desenvolvimento. Além desses, surge um
outro, “a equilibração”, este é um fator interno que funciona como coordenador
dos demais fatores, proporcionando ao sistema cognitivo humano a organização
das aquisições ocorridas através das influências externas adquiridas,
principalmente, da relação com o objeto e com o outro e internas advindas da
maturidade orgânica.

27
A maturidade consiste em abrir novas possibilidades de comportamento
à medida que se vai produzindo. Além disso, é um fator necessário e
indispensável para compreender a sucessão dos estágios. A experiência com o
objeto é um fator que varia de uma pessoa para outra, pois a construção
intelectual vai depender dos esquemas disponíveis de cada um para que haja
uma interpretação e consequentemente uma assimilação ativa da experiência
vivenciada.

A experiência com o outro é um fator que contribui para exercitar e


modificar os esquemas; ao mesmo tempo seus efeitos dependem dos
instrumentos intelectuais que a pessoa dispõe em cada ocasião. Por isso, tende
a ser valorizada como uma consequência do processo de desenvolvimento
cognitivo.

Finalmente, a equilibração constitui uma forma de funcionamento


intelectual que se mantém constante durante todo o desenvolvimento cognitivo
e se apoia na tendência que o comportamento tem de garantir um equilíbrio dos
intercâmbios entre o sujeito e o seu meio. Esse funcionamento organiza e
articula a ação dos três fatores anteriores de uma maneira constante e coerente,
sem se sobrepor aos demais. (Coll, 2005)

Avaliação Psicomotora

28
A avaliação psicomotora é realizada com o objetivo de diagnosticar
possíveis dificuldades no desenvolvimento cognitivo, emocional e relacional que
possam estar afligindo um indivíduo ou um grupo. Ela nos oferecerá a
possibilidade de relação e identificação das áreas fortes e fracas do ser em
questão.

Uma avaliação psicomotora é composta por três momentos específicos:


a anamnese, a observação nas brincadeiras livres e uma bateria de atividades
dirigidas pelo profissional de acordo com a necessidade do aluno ou do grupo.

A anamnese é a primeira fase do atendimento onde a família é convidada


a participar de uma conversa com o profissional, a fim de informar ao mesmo os
motivos pelos quais o procuraram. Nesta entrevista, muitas outras informações
sobre o aluno ou o paciente são adquiridas. Estas informações são utilizadas
para dar um diagnóstico mais eficaz.

Na avaliação psicomotora o jogo é um aliado indispensável, pois através


dele são percebidos comportamentos reveladores sobre a personalidade dos
indivíduos, comportamentos não demonstrados em outras situações.

A liberdade do brincar proporciona a criança expressão de sentimentos


como: angústia, tristeza, alegria, medo e etc. Durante a avaliação a observação
é indispensável para diagnosticar alguma dificuldade apresentada pela criança.
É importante observá-la agindo em diferentes situações: sozinha, com o outro e
com os objetos.

A atividade livre compõe uma fase muito importante da avaliação. É onde


o indivíduo expõe seus sentimentos com liberdade sem a interferência do
observador. Este momento de liberdade expressiva pode acontecer no pátio com
outros colegas, ou numa sala repleta de estímulos, onde o observador se
posicione discretamente e alheio ao aluno.

29
No processo de avaliação é necessário uma diversificada oferta de
materiais e um espaço apropriado para realização de atividades dirigidas. Um
outro aspecto indispensável é o número de alunos. Para realizar uma
observação confiável o grupo de alunos precisa ser pequeno. Finalmente, a
execução de atividades dirigidas pode mostrar as dificuldades motoras mais
específicas. O exame psicomotor realizado fica a critério do profissional.

O principal objetivo da avaliação é o diagnóstico. Ele é o elemento


norteador dos processos e das estratégias de intervenção. Seja qual for o
método, o psicomotricista sempre tomará como base o diagnóstico. Não há como
elaborar programas de atuação educadora, reeducadora e terapêutica se a
identificação não for realizada com critério e profissionalismo,

Desenvolvimento neuropsicomotor e o aprendizado em


diversos contextos

Conforme visto anteriormente, na introdução da aula, o desenvolvimento


motor tem uma relação intimamente produzida junto aos pensamentos. No caso
dos seres humanos, entende-se que a todo momento, praticamente, há
situações e condições em que é possível a obtenção de aprendizagem.

Desde o nascimento, quando uma criança abre o olho e chega a este


mundo, existe uma exigência de aprender em todos os âmbitos. Novos

30
conhecimentos são adquiridos todos os dias – falar, brincar, mamar, o abrir e o
fechar das mãos e outros infindáveis exemplos. O fato é como isso ocorre, qual
é a explicação minuciosa para tal fenômeno. Para Henry Wallon, autor já
mencionado na introdução desta aula, o desenvolvimento psicomotor parte de
uma sequência de comportamentos ocasionados pela maturação que variam de
indivíduo para indivíduo, mas que, em sua essência, são produzidos por todos
os seres humanos.

As características desse desenvolvimento envolvem uma sequência


progressiva de ações, das mais reflexas até as mais reflexivas, que são: reflexos
que são marcados mais por impulsividade), emoções (estágio que o autor cita e
que faz relação com o tônus, um dos responsáveis pela motricidade), posturas
(hábitos), eu corporal (coordenação e lateralização), símbolos (conflitos e
relação do indivíduo com o outro), praxias (classificações e categorias) e, por
último, reflexão (mudanças e valores). Para ilustrar as informações, segue
uma explicação gráfica de como isso ocorre, de acordo com Wallon:

Quando se traz a questão da motricidade relacionada ao


neuropsicomotor, tem-se por investigação estruturas biológicas envolvidas, as
quais fazem parte do sistema nervoso e regem tal funcionamento. O cerebelo,
estrutura do encéfalo que está localizada na parte posterior e abaixo do cérebro,
tem uma grande responsabilidade na automatização e no controle do equilíbrio.

31
Outro ponto importante a essa ligação neurológica é o funcionamento das
vísceras e o comportamento motor: elas provocam reações interoceptivas que
correspondem a o que é interno do organismo, isso controlado pelo sistema
nervoso, tendo como uma das estruturas mais importantes o bulbo, que controla
os ciclos vitais. No decorrer do desenvolvimento, isso segue uma maturação
que aprimora os movimentos (Fonseca, 2008, p.21).

Crescimento, maturação e aprimoramento psicomotor têm como premissa


a relação do ser com o outro, e isso corresponde a uma gama de constructos
desenvolvidos a partir de interações sociais e funcionais do aprender, conhecer
e saber. Segundo Fernandes (2012, p. 1-5), o comportamento motriz passa por
sua construção por meio de interações sociais. A motricidade tem uma relação
direta com os processos de pensamento e produz um resultado de práxis,
significado e afetividade. Todavia, pode-se dizer que o aprender está ligado a
diversos contextos, e em cada um deles existe uma particularidade expressada.
Não se deve apenas considerar bases biologicistas ou de pensamentos, mas o
âmbito de interações sociais, estas também responsáveis na construção motriz.

Aspectos neurobiológicos do comportamento motor

Os aspectos neurobiológicos do comportamento motor têm interação com


diversas estruturas cerebrais, que agem de forma modular entre si para produzir
ação e funcionalidade. É importante comentar algumas características, por
exemplo: antes da execução de um determinado movimento, há uma série de
sequências que acontecem. Inicia-se um planejamento, ainda que talvez não
seja refinado e aprimorado, mas que pode ser também bem estruturado. Em

32
seguida, há uma integração entre estrutura musculoesquelética, respiração,
batimento cardíaco, coordenação e organização. Por último, efetiva-se a
execução do movimento em si. Para que toda essa ação ocorra, há uma
sistematização coordenada pelas áreas cerebrais do lobo frontal.

De acordo com Kandel et al. (2014, p. 355-356), a organização estrutural


do movimento segue uma sequência biológica em nível de sistema nervoso. Esta
é controlada a partir do envolvimento direto do lobo frontal, seguindo uma série
interligada, sendo as emoções como alegria, medo, raiva etc. ligadas a cognição,
como atenção, memória, raciocínio lógico entre outros, e todo esse processo é
iniciado em uma região intitulada córtex pré-frontal, mais especificamente no
orbitofrontal-ventromedial (OF). Em seguida, o funcionamento prossegue a uma
ligação a outra estrutura, esta chamada de córtex pré-frontal dorsolateral
CPFDL). Posteriormente, a continuidade ocorre em um região do lobo frontal
intitulada pré-motora (PM), e a ordem de execução do movimento em si é
efetuada na região motora primária (M1). Por fim, o movimento controlado é
efetivado (Kandel et al., 2014, p.356). Pode-se exemplificar a sequência de
descrita a partir de um atleta em atuação, como um jogador de futebol que vai
executar uma cobrança de pênalti. Ele planeja em qual canto fará a cobrança e
o lado do pé que vai usar para chutar a bola, pensa de forma hipotética qual será
o movimento do goleiro.

Em seguida, corre para a bola, faz uso de vários sistemas do seu


organismo, como ossos,músculos, controle de respiração, pressão do
movimento, força do chute etc., até que, para finalizar o movimento, chuta a bola
em direção ao gol. Ou seja, houve um planejamento, um comportamento pré-
motor e posteriormente motor (execução). Para ilustrar de forma estrutural
cerebral toda essa explicação, abaixo segue uma imagem com a descrição visual
de como ocorre toda a situação:

33
Todo esse funcionamento foi identificado a partir de pacientes que
sofreram lesões restritas ao lobo frontal, nas quais houve deterioração das
estruturas cerebrais específicas que afetou diretamente a motricidade direta e
voluntária no que diz respeito ao comportamento motor. Outro ponto importante
a ser destacado é a relação da cognição e da emoção junto ao comportamento
de execução motora. A tomada de decisão e o planejamento quanto a cognição
e sua relação com a emoção intitulada medo, por exemplo, pode dificultar a
execução de um movimento. Caso haja alto nível de carga emocional, pode-se
dificultar a efetivação do movimento de andar de bicicleta, que exige equilíbrio e
execução paralela de motricidade dirigida. Desta forma, é possível analisar que,
no viés de aspectos biológicos, o comportamento motor tem sua complexidade
interligada aos mecanismos de funcionamento cerebral a partir de inúmeras
áreas. Estas, por sua vez, regulam e controlam a motricidade dirigida a um
objetivo específico, como andar, correr, pular, dançar, digitar, entre outros, e
demonstra a ligação direta entre o movimento e o pensamento no que se refere
a construção da coordenação motora fina ou grossa, por exemplo.

Emoções, afetividade e o comportamento motor

34
O encéfalo possui diversas estruturas responsáveis pelo sistema de
regulação, ativação e funcionalidade de processos psicofisiológicos e motores.
Uma das características desse funcionamento são as emoções, as quais podem
ser classificadas inicialmente como primárias (inatas) e secundárias (evolutivas).

De acordo com Kendal et al. (p. 303, 2014), em meados do século XX, um
pesquisador chamado Pierre Paul Broca foi o primeiro a designar e classificar
porções do cérebro como lobo frontal por sua responsabilidade direta no controle
do movimento voluntário; parietal, com funções somatossensoriais; e temporal,
com atribuições de funções auditivas, linguagem compreensiva e emoções. O
lobo entorno contínuo envolto do córtex temporal ele inicialmente chamou de
lobo límbico.

O córtex associativo límbico tem diversas funções, sendo uma delas a


responsabilidade pelas emoções. Para que esse funcionamento ocorra, há
diversas estruturas envolvidas, por exemplo: giro do cíngulo, hipotálamo e
amígdala. Esse conjunto de estruturas cerebrais tem por objetivo funcional ativo
o desempenho de consolidação de memórias de longa duração e das emoções
(Kendal et al., 2014, p. 361) e forma o sistema chamado límbico, um circuito
responsável pelas emoções. Este, por sua vez, tem uma importante ligação de
forma intrínseca com mecanismos de áreas corticais.

Esse circuito envolve diversas estruturas do sistema nervoso para o


recebimento das informações pelos nervos sensitivos, interpretado por
hipotálamo, giro cingulado e hipocampo, tendo ativações viscerais responsáveis
pela sistematização do funcionamento fisiológico das emoções
(Holanda, p. 8, 2013; Machado, p. 277-281,1993; Lent, 2004).

O neurologista Ledoux (2001), especialista em estudo de emoções e


funções do sistema límbico, lança a seguinte questão: “Nós controlamos nossas
emoções ou elas nos controlam?” Em outras palavras, trata-se de uma relação
que não exige somente uma tomada de decisão, mas um envolvimento direto
com diversos processos cognitivos, como autocontrole, e com o comportamento
motor voluntário, e determinadas vezes o poder fazer e o não poder fazer. Esse
processo exige uma relação direta com as funções cognitivas e as emoções.
Uma decisão pode mudar totalmente um contexto, e, através da cognição, uma

35
pessoa pode defender-se frente a um evento aversivo ou lastimar, ativando sua
emoção primária intitulada tristeza e produzindo a fraqueza de não conseguir se
controlar em uma situação de impulso.

A concepção da funcionalidade das emoções e sua relação com as


funções cognitivas têm sido motivo de exploração há algum tempo.

De acordo com pesquisas realizadas por Walter Mischel (Gazzaniga,


2017), utilizando a aplicação do método Delay of gratification, ou atraso de
gratificação, foi possível analisar o comportamento humano e sua relação com
autocontrole e tomada de decisão, que possuem ligações diretas com a
motricidade voluntária dirigida a um objetivo específico, inclusive ligado às
emoções.

No experimento, crianças eram colocadas individualmente em uma sala


espelhada e era dado um marshmallow para cada uma. Fazia-se um acordo de
que elas deveriam aguardá-lo para futuramente receber outro marshmallow. Na
ocasião, Mischel avaliou indivíduos com quatro anos de idade e, posteriormente,
acompanhou-os dez anos mais tarde. Por meio do acompanhamento, houve
possibilidade de analisar que indivíduos que conseguiram adiar a gratificação
tornaram-se mais competentes socialmente e mais capazes de lidar com
frustrações.

Mischel (Gazzaniga, 2017) classifica com sua colega de pesquisa Janet


Metcalfe estratégias para esse autocontrole, como cognições quentes e
cognições frias, em que relata também especificações e funções cerebrais
para esses critérios. Diante do método utilizado, cada criança desenvolvia sua
técnica de autocontrole em relação às emoções contidas na atividade. Havia
crianças que desenvolviam técnicas como fechar os olhos, pensar em nuvens
ou não olhar para o alimento. Cada indivíduo foi questionado a respeito da
técnica utilizada para desenvolver o autocontrole exigido, e foi possível notar as
cognições quentes sendo transformadas em frias, pois o indivíduo alterava a
situação gratificante para um conceito apenas simbólico.

Com isso, podem-se verificar as situações de defesa através das


cognições frias de um indivíduo frente a um evento aversivo, uma vez que o
objeto desejado simbolicamente torna-se indesejado. Conforme Mischel

36
(Gazzaniga, 2017), através dessa teoria, pode-se afirmar que a função da
amígdala processa os aspectos gratificantes (cognições quentes), enquanto o
hipocampo processa os conceitos simbólicos (cognições frias), planejamentos e
objetivos estratégicos e, por esse motivo, responsabiliza-se pelo autocontrole,
junto com outras estruturas cerebrais, como o córtex frontal.

Ledoux (2001), em seu livro O cérebro emocional, relata a maneira


interpretativa de neurologistas referente a emoção e cognição, pois eles dividem
uma da outra, porém, mais tarde, pode-se comprovar o vínculo de ambas. Como
no experimento, dá-se a entender como as crianças fugiam psiquicamente do
contexto, utilizando a memória em caso de lembrar-se das nuvens, ou o próprio
autocontrole freando o impulso para não ingerir o alimento e aguardar a
premiação avisada.

Assim, pode-se inferir que a emoção tem grande influência nos processos
de adaptação e condução de aprendizagem, pois o amadurecimento no
desenvolvimento humano influencia diretamente a aprendizagem. Henry Wallon
trata a efetividade ou a vida emocional essencial para a aprendizagem, pois esta
deve ser considerada para todos os contextos do cotidiano. Um aluno que
expressa alegria ou tristeza tem grandes alterações não apenas fisiológicas
viscerais no organismo, mas também nas ações dos processos psicológicos, e
isso pode afetar sua capacidade cognitiva do aprender.

Exatamente por isso se deve analisar todo o funcionamento da


aprendizagem, suas estruturas, a capacidade emocional e a de lidar com estas.

Um aluno que apresenta medo de frequentar uma escola devido a


uma complicação fisiológica não pode ser encarado apenas como um aluno que
está só com medo, mas deve ser considerado o que isso pode gerar de
transformação no estado de aprendizagem do aluno (Almeida, 1999, p. 74).

Processos integradores da linguagem e o


desenvolvimento neuropsicomotor

37
A linguagem tem diversas interligações e processos integradores. O ato
de falar tem suas relações diretas com a construção articulada do movimento,
expressões faciais e gestos executados ao falar. Isso ocorre devido à
interdependência das funções psicomotoras. Quando se fala da linguagem oral,
a fala e sua articulação têm envolvimento com o comportamento motor. A
estrutura cerebral localizada no lobo frontal, mais precisamente no hemisfério
esquerdo, é conhecida classicamente como área de Broca e tem por
responsabilidade a execução da expressão da linguagem oral em um viés motor,
o que, por sua vez, tem ligação direta com a compreensão da fala e envolve as
estruturas de lobo temporal e parietal, conhecidas como área de Wernicke
(Cosenza; Guerra, 2011, p. 100). Abaixo segue, a descrição desse processo a
partir de uma figura ilustrativa do cérebro:

Outro ponto importante a ser mencionado sobre linguagem e


comportamento motor é a escrita. Esta envolve movimentos de articulação
manual, mas também de coordenação visomotora. Ao ver um texto, uma palavra
ou até mesmo um símbolo, a sua reprodução por meio da escrita exige
processos cognitivos, como atenção, categorização, tomada de decisão,
planejamento, entre outros aspectos.

Segundo Cosenza e Guerra (2011, p. 101), a escrita é tecnicamente


uma descoberta recente na história humana, e, por esse motivo, não há uma

38
organização neurobiológica preestabelecida. Por isso, para a execução desse
comportamento motor chamado escrita, há um requerimento e uma
reorganização de circuitos cerebrais que exercem e efetivam outras funções,
mas que, por sua vez, são utilizados na linguagem escrita. O contato com a
linguagem faz alterações e modificações às quais os seres humanos reagem de
formas peculiares (Cosenza; Guerra, 2011, p. 101). Por esse motivo, entende-
se que existe uma integração entre a linguagem e seu processo de
humanização, junto a motricidade voluntária e, por sua vez, a relação com
diversos processos cognitivos.

39
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