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Universidade Católica de Moçambique

Licenciatura em Ensino de Biologia.

Trabalho de Campo da Disciplina de Psicologia Geral, 1° Ano.

Temas: Percepção e Consciência; Motivação e Inteligência, e; Processos Afectivos


Sentimentos e Emoção Personalidade

Discente:
Esta Tiago Ngulessa, Turma E

Pemba, Outubro de 2022


Índice
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 2

2. PERCEPÇÃO E CONSCIÊNCIA ...................................................................................... 3

2.1. Conceito de Percepção ................................................................................................ 3

2.2. Atenção Selectiva ........................................................................................................ 3

2.3. Ilusões Perceptíveis ..................................................................................................... 3

2.4. Organização Perceptiva ............................................................................................... 4

2.5. Estado de Consciência ................................................................................................. 4

2.6. Graus da Consciência .................................................................................................. 5

2.7. Hipnose........................................................................................................................ 6

3. MOTIVAÇÃO E INTELIGÊNCIA ................................................................................... 7

3.1. Conceito da Motivação................................................................................................ 7

3.2. Tipos de Motivação ..................................................................................................... 7

3.3. Teoria Motivacional, Teoria Behaviorista, Teoria Cognitiva e Teoria Humanista ..... 8

3.4. Conceito da Inteligência ............................................................................................ 10

3.5. Tipos de Inteligência ................................................................................................. 10

4. PROCESSOS AFECTIVOS SENTIMENTOS E EMOÇÃO PERSONALIDADE ........ 12

4.1. Afecto ........................................................................................................................ 12

4.2. Tipos de Afecto ......................................................................................................... 12

4.3. Sentimento e Emoção ................................................................................................ 14

4.4. Conceito da Personalidade ........................................................................................ 15

4.5. Teoria da Personalidade ............................................................................................ 15

5. CONCLUSÃO .................................................................................................................. 16

6. BIBLIOGRAFIA .............................................................................................................. 17

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1. INTRODUÇÃO

Psicologia é a ciência que estuda as acções e reacções dos humanos e animais, tendo em vista
que toda operação realizada por esses seres vem de comandos iniciados em sua mente. Os
primeiros estudos de psicologia tiveram-se início há muito tempo na Grécia antiga, porém só
foi considerada uma ciência autónoma recentemente. Diante da necessidade de compreensão
da mente humana, essa ciência se desenvolveu e se modelou de acordo com os aspectos
histórico-culturais, abrindo espaço para teóricos, que com suas peculiaridades tentavam
compreender e explicar fenómenos humanos.

Iniciando-se com breves explanações sobre a psicologia para se situar na questão, o presente
trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisas bibliográficas, sustentando-se e em obras
desenvolvidas na área da psicologia e aprendizagem.

A psicologia foi e é de grande importância para estudos em que se refere à educação. Trouxe
uma perspectiva que mostra a capacidade do ser humano, sendo que cada um tem autonomia
de adquirir conhecimento por si mesmo.

O estudo sobre motivação humana surgiu na década de 30, com o intuito de descobrir a
influência dos homens uns sobre os outros, e sobretudo, entender o aparecimento de
comportamentos sociais imprevisíveis e agressivos.

O reconhecimento do complexo afectivo (emoções, sentimentos e paixões) aponta para a


necessidade de discussão das aporias natureza e cultura, objectividade e subjectividade, buscando
superar a ingenuidade do senso comum e o inatismo biológico.

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2. PERCEPÇÃO E CONSCIÊNCIA

2.1. Conceito de Percepção

A percepção é o processo de organizar e interpretar os dados sensoriais recebidos para


desenvolver a consciência de si mesmo e do ambiente (Davidoff, 1983). Trata-se de uma
operação activa e complexa.

2.2. Atenção Selectiva

A atenção selectiva é o nome dado a um fenómeno psicológico segundo o qual, diante de um


evento ou elemento, escolhemos focar nossa atenção quanto ao que ver, ouvir e prestar atenção
de acordo com nossas crenças pessoais.

Na percepção selectiva, algo semelhante acontece, mas intimamente relacionado com as nossas
crenças. Se você acredita que o seu amigo é uma boa pessoa, você pode não perceber as atitudes
egoístas dele, como perceberia a de um estranho (oi, psi). Há um verdadeiro filtro aplicado no
seu cérebro, para que a sua atenção esteja em confirmar a sua visão de mundo. Na atenção
selectiva, o que o cérebro faz é não permitir sequer que a ideia chegue à porta. Diante de tantos
estímulos, ele percebe os que confirmam as suas opiniões e ignora completamente o restante

2.3. Ilusões Perceptíveis

As pessoas podem, por exemplo, estar mais sensíveis a determinados acontecimentos devido
ao seu estado emocional. Um outro elemento que pode ser citado é a questão do estereótipo,
que é a generalização de uma característica para toda uma categoria ou grupo de pessoas.
(Pisani et al., 1994).

Figura 1: Ilusões.

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2.4. Organização Perceptiva

Uma interacção social começa quando uma pessoa percebe a outra. A percepção de pessoas
(percepção social) envolve julgamento ou juízo avaliativo. Essa avaliação que fazemos dos
outros é importante para ajudar a decidir como se comportar com as outras pessoas.

Assim, para efectuar essas avaliações, todos utilizam diversos indícios, como dados do
contexto, observações do comportamento verbal e não-verbal, informações provenientes de
experiências anteriores, entre outros.

Além disso, deve-se destacar que o estado do percebedor é um factor determinante na


percepção social. Alguns aspectos como as expectativas, sentimentos e necessidades do
percebedor possuem forte influência na sua percepção, podendo torná-la menos exacta.

2.5. Estado de Consciência

As perguntas como: por que se sente mais animado pela manhã? A hipnose realmente
funciona?

Todas essas questões estão relacionadas aos diferentes estados da consciência humana, que
pode ser alterada por diversos factores. Os principais factores que afectam os estados da
consciência são: o sono, o sonho e o relógio biológico.

 Relógio biológico

As flutuações de energia ao longo do dia são conhecidas como ritmo circadiano e


desempenham um papel de fundamental importância nos estados da consciência humana e no
ritmo biológico.

 Sono e consciência

O sono fascina os psicólogos a milhares de anos. Recentes inovações tecnológicas permitiram


entender melhor como o sono funciona e elaborar uma série de teorias de como o sono
influencia os estados da consciência humana.

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O sono não é um processo passivo. O cérebro permanece activo durante os diferentes estágios
do sono. Esses mecanismos desempenham um papel importante em vários processos, incluindo
a consolidação da memória e a limpeza do cérebro.

 Sonhos

Muitas vezes em um sonho é possível experimentar situações embaraçosas, como se ver nu na


frente de uma multidão, ou situações aterrorizantes, como ser perseguido ou encurralado por
um bandido.

Em alguns casos, essas emoções podem se tornar tão intensas que fazem com que você acorde
abruptamente. As três emoções que mais se intensificam pelos sonhos são a ansiedade, o medo
e a surpresa.

2.6. Graus da Consciência

A Psicologia clássica, para efeitos didácticos, dividiu a consciência em dois graus ou dois
modos: consciência espontânea e consciência reflexiva.

 A consciência espontânea é a consciência directa, imediata;


 A consciência reflexiva, mediata, retorno do espírito sobre as ideias, as representações
mentais.

A consciência espontânea ou primitiva põe-nos em contacto directo com o mundo exterior. A


situação complica-se quando o homem encontra-se em presença de si mesmo, ou seja, suas
próprias actividades podem converter-se para ele em objectos de sua percepção e cognição,
como é o caso da introspecção.

A consciência reflexiva estimula o homem a olhar-se e olhar o mundo de diferentes pontos de


vista, e remodelar, a qualquer momento, a sua própria personalidade. Cria-lhe condições de
intervir, intencionalmente, no curso do seu próprio desenvolvimento, a fim de reestruturar suas
relações com o ambiente.

Ainda mais: essa função, a mais elevada da consciência, amplia consideravelmente o mundo
do homem; liberta-o do fechamento na própria subjectividade e capacita-o a olhar as coisas e
para si mesmo de um ponto de vista objectivo.

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2.7. Hipnose

A hipnose é um estado psicológico especial induzido por meio de um pêndulo, do movimento


do dedo ou da voz, ela vem sendo cada vez mais utilizada como instrumento no tratamento de
diferentes diagnósticos.

A reunião de alguns textos produzidos no Egipto a 1550 a.C. está entre as evidências que os
povos mais antigos já utilizavam práticas da hipnose.

A hipnose é o conjunto de fenómenos específicos e naturais da mente, que podem produzir


diferentes impactos.

O seu uso deve ser feito por profissionais especializados, sua prática por qualquer pessoa que
não possuem conhecimentos técnicos da utilização da hipnose podem causar grandes
malefícios, porque a hipnose não se restringe apenas à volta ao tempo e sim o tratamento de
certos problemas psicológicos os quais podem ser agravados se não tratados por um
profissional especializado.

A hipnose é muito utilizada hoje para combater fobias, depressão, diminuir sofrimentos de
pacientes terminais, problemas de amnésia, correcção de vícios, preparação mental para os
vestibulandos, tratamento de obesidade, práticas esportivas (ajudar jogadores a terem práticas
positivas nos exportes, ou seja, não praticar coisas antiesportivas como violência, xingamentos
e etc.), procedimentos cirúrgicos, insónia, envolvimentos pessoais e várias outras utilizações.

Para alguém ser hipnotizado não basta apenas alguém chegar e hipnotizá-lo, o paciente deverá
acreditar neste processo de hipnose e querer ser hipnotizado, lembrando que apenas
profissionais especializados são recomendados para actuar neste processo.

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3. MOTIVAÇÃO E INTELIGÊNCIA

3.1. Conceito da Motivação

A motivação é encarada como uma espécie de força interna que emerge, regula e sustenta todas
as nossas acções mais importantes. Contudo, é evidente que motivação é uma experiência
interna que não pode ser estudada directamente. (Vernon, 1973).

Um exame cuidadoso da palavra (motivo) e de seu uso revela que, em sua definição, deverá
haver referência a três componentes: o comportamento de um sujeito; a condição biológica
interna relacionada, e a circunstância externa relacionada”. (Ray, 1964).

3.2.Tipos de Motivação

 Motivação intrínseca

Considerada como um tipo de motivação positiva (a qual definiremos mais adiante), a


motivação intrínseca é aquela relacionada com nossos desejos e impulsos internos.

 Motivação extrínseca

Nesse caso, apesar de ter uma orientação positiva, a motivação extrínseca tem sua origem fora
de nós, ou seja, é induzida por nosso ambiente. Esse tipo de motivação na psicologia é definido
como os impulsos e elementos do exterior que aumentam nossa motivação e direccionam as
acções para perseguir um estímulo externo positivo.

Para a motivação na aprendizagem, a motivação intrínseca é mais eficaz. No entanto, o sistema


educativo geralmente recompensa a motivação extrínseca na aprendizagem.

 Motivação positiva

Como o nome indica, esse tipo de motivação é definido como a busca de uma recompensa
positiva.

 Motivação negativa

Nesse caso, as acções originadas pela motivação terão como objectivo evitar um estímulo
negativo (dor, fracasso, perda de dinheiro...).

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 Motivação pessoal ou primária

Esse tipo de motivação é puramente intrínseco e é caracterizado pelo fato de que a recompensa
visa satisfazer uma necessidade própria do indivíduo, seja comida, água, bem-estar, prazer, etc.

 Motivação secundária

Por outro lado, se a motivação intrínseca visa conseguir o bem-estar através de outras pessoas,
é conhecida como motivação secundária ou social.

 Motivação centrada no ego

Também conhecida como motivação no exporte, é o impulso que nasce de nosso corpo e nos
leva a manter um certo ritmo de actividade física ou um certo nível de atenção para estudar (de
fato, a motivação centrada no ego também pode ser aplicada aos estudos).

 Motivação centrada na tarefa

Esse tipo de motivação na psicologia é definido como os desejos que se tem de melhorar e
progredir em um campo específico de nossas vidas, o exporte ou vida profissional.

3.3. Teoria Motivacional, Teoria Behaviorista, Teoria Cognitiva e Teoria Humanista

 Teorias Motivacionais

A Teoria da Motivação pode ser definida como uma ideia ou suposição proposta e defendida
por um estudioso/pesquisador sobre as varáveis que interferem na motivação humana, tendo
como base o resultado de uma pesquisa/estudo realizada sobre o assunto. Elas buscam
compreender como se dá o desencadeamento de determinados comportamentos por parte das
pessoas, e quais variáveis serviriam de “gatilhos” para tais comportamentos.

Pode-se falar em uma teoria da motivação e significar uma concepção coerente dos
determinantes contemporâneos da direcção, do vigor e da persistência da acção. (Atkinson,
1994). Motivação: o termo geral que descreve o comportamento regulado por necessidade e
instinto com respeito a objectivos.

 Teorias Behavioristas

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O Behaviorismo (palavra derivada do inglês behavior, que significa comportamento), ou
comportamentalismo dispõe de uma pluralidade de teóricos a serem explorados, que estudam
fenómenos psíquicos ligados ao comportamento dos seres, segundo Nunes e Silveira (2009).

Como pesquisador dessa corrente, Watson “definiu o comportamento como as modificações


percebidas no organismo, ocorridas em virtude de estímulos” (Nunes; Silveira, 2009).

Em decorrência disso, o comportamento se expressa através de reacções com efeito de uma


acção. Essas reacções estavam ligadas a emoções associadas ao estímulo, como irritação, amor,
medo, entre outros.

 Teoria Cognitiva

Diante de evoluções da humanidade, procurando por um meio em que trouxesse facilidade


quando se trata da educação, fizeram-se necessários estudos em torno dos estágios do
conhecimento humano. O processo cognitivo do ser humano deve ser explorado para que novos
sujeitos sejam guiados de forma válida para aprimorar tal competência.

Sendo uma corrente da psicologia, o cognitivismo ocupa-se do estudo dos processos que
relacionam a mente com o conhecimento, reflectindo, por exemplo, implicações de como o ser
compreende e organiza informações.

 Teoria Humanista

O humanismo é o termo associado a um movimento no período do Renascimento onde


ocorriam modificações em todas as esferas, sociais e culturais, também designado de Terceira
Força da Psicologia, surgida na segunda metade do século XX.

Não diferente do behaviorismo, essa corrente da psicologia apresenta uma diversidade de


pesquisadores, que também partiram para o campo educacional.

Para Carl Rogers, grande pesquisador da área, o sujeito tem autonomia de construir mudanças
em sua vida por meio de mecanismos de “auto-regulação”.

Sendo assim, o indivíduo pode por si próprio ser tomado por um desejo, e se tornar capaz de
realizar certas acções.

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Levando isso para o lado da educação, o professor teria o papel de “facilitador” dispondo para
o aluno a liberdade de expressar seus pensamentos, e de Auto crescimento.

3.4. Conceito da Inteligência

De acordo com Passos e Ferreira (2016), o termo “inteligência” se originou do latim


intelligentia, derivado das palavras inter que significa “entre” e eligere que quer dizer
“escolher”, explicando que a inteligência pode ser considerada como a capacidade de fazer
uma escolha que seja julgada a melhor ou mais correcta.

No dicionário de Psicologia (Associação Psicológica Americana, 2010), pode-se encontrar a


definição de inteligência como sendo a “capacidade de extrair informações, aprender com a
experiência, adaptar-se ao ambiente, compreender e utilizar correctamente o pensamento e a
razão”.

Para Pinheiro (1996), existem diversos significados para a inteligência, como:

 Habilidade de pensar em termos e ideias abstractas;


 Ponderar acerca da resolução de problemas;
 Capacidade de ajuste ao meio em que está inserido, entre outras.

De acordo com Oliveira-Castro e Oliveira-Castro (2001), o conceito de inteligência tem sido


usado de diversas formas, sendo relacionado tanto às características biológicas dos indivíduos
(estrutura e funcionamento do sistema nervoso, como tamanho do cérebro ou consumo de
glicose) quanto a processos cognitivos.

3.5. Tipos de Inteligência

A partir da Teoria das Inteligências Múltiplas, (Gardner, 1995) esta é entendida como um
conjunto de habilidades mentais, talentos e capacidades que todas as pessoas possuem, sendo
possível diferenciar somente o nível de cada um.

As inteligências propostas por Gardner (1995) são oito:

 Inteligência Lógico-Matemática;

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 Inteligência Linguística;
 Inteligência Espacial;
 Inteligência Corporal Cinestésica;
 Inteligência Musical;
 Inteligência Interpessoal;
 Inteligência Intrapessoal; e
 Inteligência Naturalista.

Daniel Goleman (2001) mapeia a inteligência emocional em habilidades, sendo elas:

 Autoconhecimento Emocional;
 Controle Emocional;
 Auto motivação; e
 Reconhecimento de Emoções em outras pessoas.

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4. PROCESSOS AFECTIVOS SENTIMENTOS E EMOÇÃO PERSONALIDADE

4.1. Afecto

É em acto “uma catástrofe emotiva”, pela qual de um lado “a sociedade dos homens se perdeu
em um poder de constrições das coisas e, do outro, os mesmos seres humanos são fechados na
sua dimensão privada como em uma prisão sem grades" (Kamper, 2002).

A afectividade constitui um domínio complexo, abrangente e subjectivo pensado por diversos


teóricos ao longo do tempo, com pontos de vista diferentes embora em alguns aspectos
complementares, pelo que consiste em um fenómeno de difícil conceptualização uma vez que
é composto por múltiplos elementos que comportam diferentes e variadas formas de pensar e
compreender as emoções e os sentimentos.

A afectividade engloba tanto as emoções como os sentimentos e, de acordo com Mahoney e


Almeida (2005), inclui sensações de prazer/desprazer ou, de outra forma, tonalidades
agradáveis/desagradáveis.

Para estes autores a emoção tem um começo preciso, corresponde a um objecto específico e
tem uma duração relativamente breve com predomínio da activação fisiológica enquanto os
sentimentos não implicam reacções instantâneas e directas como a emoção pois correspondem
à expressão representacional da afectividade.

Sendo assim, os sentimentos constituem manifestações mais evoluídas que aparecem de forma
mais tardia como, por exemplo, o amor (Mahoney & Almeida, 2005).

4.2. Tipos de Afecto

Afecto é um termo amplamente utilizado na psicologia, principalmente quando descreve a


forma como alguém com transtorno mental se apresenta durante as sessões de terapia.

Quando psicólogos ou terapeutas escrevem notas após uma sessão, eles sempre documentam o
afecto da pessoa.

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Existem diferentes tipos de afecto, e vamos discuti-los agora.

 Amplo afecto

Este é o efeito de um indivíduo psicologicamente saudável. Essa pessoa é capaz de expressar


uma grande variedade de afetos para mostrar tristeza, excitação, felicidade, medo, vergonha,
etc.

Figura 2: Várias expressões faciais


A capacidade de mostrar emoções através de várias expressões faciais é um indicador de
habilidades sociais saudáveis e saúde mental.

 Afeição restrita ou limitada

Isso denota uma gama limitada de afectos que uma pessoa pode exibir. Quando eles falam
sobre algo que os excita, eles podem não sorrir para fora ou abrir os olhos, afectos que
geralmente indicam excitação.

 Afecto embotado

É quando o afecto restrito ou limitado se torna mais severo e quando a expressão da emoção se
torna ainda mais ausente. Por exemplo, alguém pode reagir à notícia de que uma morte acabou
de ocorrer na família com um tom monótono ou uma aparência extremamente apática.

 Afeição plana

Esta é uma restrição de toda expressão de emoção. Uma pessoa com afecto plano não
expressará suas emoções por meio de expressões faciais ou movimentos corporais.

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 Afecto lábil

Este é um afecto instável ou desproporcional com a situação. Talvez um terapeuta diga algo
levemente engraçado, e a reacção do paciente seja uma risada incontrolável, alta por 20
segundos. O afecto lábil é muitas vezes inadequado para a situação.

4.3. Sentimento e Emoção

As emoções e os sentimentos constituem factores de grande importância no processo de


desenvolvimento do sujeito e na sua relação com outro, pois é por esse meio que o sujeito se
pode definir como pessoa nesse processo em permanente construção (Veras & Ferreira, 2010).

Para Adolphs (2017), as emoções são estados funcionais cerebrais e psicológicos,


implementados na actividade de sistemas neurais que regulam comportamentos complexos.
Sentir determinada emoção não é o mesmo que experimentá-la de forma consciente tão pouco
saber/conhecer sobre tal.

É importante tanto sentir a emoção, como expressá-la e conhecê-la. Assim, os estados


funcionais da emoção podem causar experiências conscientes, que são os sentimentos, e os
seus efeitos sobre as memórias contribuem para o nosso conhecimento acerca das emoções.

Panksepp (2011) considerou que os sistemas emocionais do ser humano são homólogos aos
não-humanos. Estes sistemas ao serem estimulados eléctrica ou quimicamente produzem
reacções emocionais instintivas similares em todos os animais testados, em regiões cerebrais
homólogas. Este autor considerou a existência de sete sistemas emocionais primordiais,
codificados geneticamente, partilhados por todos os mamíferos (incluindo o Homem):

 SEEKING é um sistema motivacional apetitivo de propósitos gerais;


 RAGE é o sistema motivador da agressão;
 FEAR é o sistema que motiva o animal a fugir ou a evitar determinados objectos ou
contextos;
 LUST consiste no sistema associado aos comportamentos sexuais;
 CARE que consiste no sistema responsável pela protecção materna/paterna;
 PANIC que corresponde ao sistema responsável pelo desconforto da separação de outro
indivíduo;

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 PLAY que consiste num sistema associado a afectos positivos, de efeitos energéticos,
envolvidos em jogos sociais específicos à espécie em questão.

4.4. Conceito da Personalidade

O estudo do desenvolvimento da personalidade assume que as especificidades individuais


surgem a partir de interacções cognição-emoção, no entanto, sem existir uma abordagem à
natureza destes processos torna-se difícil especificar a forma como eles dão origem a uma
estrutura duradoura (Lewis, 2009).

A percepção que as pessoas têm, por exemplo, dos encontros interpessoais é carregada de
subjectividade. Todos possuem uma estrutura de personalidade única e enxergam o mundo por
meio das suas “próprias lentes”. Geralmente, a tendência é a pessoa enfatizar aspectos da
realidade que são congruentes com as suas crenças, com a sua maneira de ver o mundo.

4.5. Teoria da Personalidade

Para Panksepp (2011), os aspectos superiores dos conteúdos da mente humana consciente estão
fortemente ligados aos processos neurobiológicos dos animais não-humanos com uma mente
noética. Este autor defendeu que se pode considerar que a possibilidade de existência da mente
animal é tão científica quanto a hipótese da sua não-existência.

É metodologicamente impossível observar uma mente animal, mas, nesse ponto, até a de outro ser
humano é impossível. Se estendêssemos a rejeição da possibilidade de existência da mente animal
até a outros seres humanos, devido à impossibilidade de comprovar cientificamente a sua
existência, então, deveríamos encarar todos os que nos rodeiam como zombies psicológicos.

No entanto, admitimos que a mente das outras pessoas existe tal como a nossa, que constitui a
experiência subjectiva que vivemos a todo o momento. Admitimos também que as bases neuronais
que dão origem à mente humana evoluíram ao longo da nossa história evolutiva, tornando-se pouco
razoável admitir que a mente se formou de raiz na nossa espécie.

Não conseguirmos observar as experiências internas de outros animais, não lhes temos um acesso
empírico directo. O estudo do desenvolvimento da personalidade assume que as especificidades
individuais surgem a partir de interacções cognição-emoção, no entanto, sem existir uma
abordagem à natureza destes processos torna-se difícil especificar a forma como eles dão origem a
uma estrutura duradoura.

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5. CONCLUSÃO

A percepção que as pessoas têm, por exemplo, dos encontros interpessoais é carregada de
subjectividade. Todos possuem uma estrutura de personalidade única e enxergam o mundo por
meio das suas “próprias lentes”.

Geralmente, a tendência é a pessoa enfatizar aspectos da realidade que são congruentes com as
suas crenças, com a sua maneira de ver o mundo. Daí, provavelmente, vem o ditado popular: a
gente vê aquilo que quer ver.

Psicologia, em especial a área da motivação, é bastante confusa pela prática de considerar


motivos, ou impulsos, ou instintos, ou necessidades, como a causa do comportamento. Um
primeiro problema a ser resolvido quando se discute o conceito de motivação relaciona-se
directamente ao papel da psicologia como uma ciência. Historicamente, conceitos
motivacionais surgem como causas do comportamento, e confundem-se com os próprios
objectivos da psicologia.

“Por que as pessoas se comportam desta ou daquela maneira?”

Por mais importante que a questão possa parecer, está formulada de tal maneira que não leva a
respostas aceitáveis.

Levando em consideração o que foi exposto, a aprendizagem requer a efectividade do aluno,


esse permitindo uma contextualização aos conteúdos no qual se quer aprender. Essa
contextualização se daria pelo meio, a cultura do conhecimento de mundo formado na estrutura
cognitiva.

Independentemente das áreas de aplicação da psicologia que mais pressionaram pelo


desenvolvimento de uma teoria da motivação humana, há factores históricos que condicionam
esse desenvolvimento, e que antecedem de muito a própria constituição da Psicologia como
disciplina científica.

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6. BIBLIOGRAFIA

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Informática. UFRGS. Tese de Doutorado. Dezembro.

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