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Anastância Cristina Ziade

Processos Psíquicos

(Licenciatura em Ensino Básico)

1º Ano

Universidade Rovuma

Extensão de Lichinga

2022
Anastância Cristina Ziade

Processos psíquicos
(Licenciatura em Ensino Básico)

Trabalho da Cadeira de Psicologia Geral, para fins


avaliativos, a ser apresentado no Departamento de
Ciências de Educação e Psicologia, sob a
orientação da Dra. Arminda António.

Universidade Rovuma
Extensão de Lichinga
2022
Índice
1. Introdução.............................................................................................................................3

1.2.1. Objectivo geral:.................................................................................................................3

1.2. Objectivos específicos:........................................................................................................3

1.3. Metodologias...................................................................................................................3

2.2.1. Sensação............................................................................................................................4

2.2. Características da sensação..................................................................................................4

2.3. Qualidade.............................................................................................................................5

2.4. Intensidade...........................................................................................................................5

2.5. Duração................................................................................................................................5

2.6. Limiares de Sensação...........................................................................................................5

2.7. Tipos de sensação................................................................................................................6

2.8. Sensações orgânicas.............................................................................................................6

2.9. Sensações especiais..............................................................................................................6

2.10. Sensações motoras ou cinestésicas....................................................................................7

2.11. Patologias da sensação.......................................................................................................7

2.12. Função da sensação............................................................................................................7

3. Percepção................................................................................................................................7

3.1. Características da Percepção................................................................................................8

3.2................................................................................................................................................8

3.3. Percepção visual...................................................................................................................9

3.4. Percepção auditiva...............................................................................................................9

3.5. Percepção olfactiva..............................................................................................................9

3.6. Percepção Gustativa.............................................................................................................9

3.7. Percepção táctil....................................................................................................................9

3.8. Percepção temporal..............................................................................................................9

3.9. Percepção espacial.............................................................................................................10


3.10. Patologias da percepção...................................................................................................10

3.11. TRANSTORNOS QUANTITATIVOS...........................................................................10

3.12. TRANSTORNOS QUALITATIVOS..............................................................................10

3.13. ALUCINAÇÃO...............................................................................................................11

3.14. ALUCINAÇÕES TÁTEIS...............................................................................................12

3.15. Função da percepção........................................................................................................13

4. Atenção.................................................................................................................................13

4.1. Características da atenção..................................................................................................13

4.2. Tipos de atenção................................................................................................................14

4.3. Patologias da Atenção........................................................................................................15

4.4. Função da atenção..............................................................................................................15

5. Pensamento...........................................................................................................................15

5.1. Características do pensamento...........................................................................................16

5.2. Tipos de pensamento..........................................................................................................16

6. Memória................................................................................................................................18

6.1. Características da memória................................................................................................19

6.2. Tipos de Memória..............................................................................................................19

6.3. Tipos de Memória a Longo Prazo: Memória declarativa e Memória não-declarativa......20

6.4. Patologias da memória.......................................................................................................20

6.5. Função da memória............................................................................................................21

7. Funções dos Processos Psíquicos no PEA............................................................................22

8. Conclusão..............................................................................................................................24

9. Referências bibliográficas.....................................................................................................25
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1. Introdução
Os processos cognitivos são os processos que caracterizam a aquisição, a organização e a
utilização do conhecimento. Neste sentido, são diversos os processos que permitam ao
indivíduo a apreensão do mundo, bem como a explicação do comportamento humano, tais
como a atenção, a percepção, a representação e memória, a linguagem, o raciocínio e a
tomada de decisão.

1.2.1. Objectivo geral:


 Descrever os processos psíquicos segundo os conceitos.

1.2. Objectivos específicos:


 Caracterizar os processos psíquicos;
 Realçar as tipologias;
 Frisar os funcionamentos no PEA.

1.3. Metodologias
Para a obtenção desde trabalho, o autor recorreu a consulta bibliográfica que versa sobre o
tema e, as obras usadas estão devidamente mencionadas na última página do mesmo trabalho.
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2. Processos Psíquicos

2.2.1. Sensação
Segundo SARAIVA (S/D:96) “ Sensação, é o estado da consciência provocado pela
excitação de um órgão sensorial”.

Sensação é a detecção pelo corpo de um estímulo externo ou interno através dos sentidos. É o
passo anterior para a percepção, ocorrendo antes que o cérebro seja capaz de interpretar o
significado do estímulo recém detectado.

É o fenómeno primário e mais simples de toda a vida prática, falando com rigor não pode
definir-se mas pode descrever-se como:

 Fenómeno psicofisiológico provocado pela excitação de um órgão sensorial;


 É uma reacção da consciência `a um estímulo externo ou interno;
 É um dado imediato da consciência pelo qual ela intui uma qualidade sensível dos
objectos (cor, som, sabor).

2.2. Características da sensação

Uma sensação é a forma mais simples de processo mental. É apenas uma impressão produzida
no cérebro por um estímulo. Esse estímulo é detectado por um órgão sensorial e,
posteriormente, transmitido a um centro sensorial no cérebro, onde é traduzido no que
entendemos por sensação.

Sensação pura é algo que não ocorre em adultos, porque o cérebro interpreta imediatamente o
que está acontecendo. Dessa maneira, o estímulo recebido (que pode vir de fora e de dentro
do próprio corpo) imediatamente se torna uma percepção.

Sensações puras ocorrem apenas em bebés recém-nascidos, que ainda não conseguem
interpretar o significado dos estímulos. No entanto, na psicologia, falamos sobre sentimentos
para entender melhor o processo de interpretação que nos leva a ter percepções.
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2.3. Qualidade
A primeira característica fundamental das sensações é a sua qualidade. Tem a ver com o tipo
de estímulo que os produz; Por exemplo, um som produz uma sensação com uma qualidade
diferente de um sabor.

Por outro lado, dentro de estímulos do mesmo tipo, aqueles que produzem uma sensação
diferente também diferem em qualidade. Por exemplo, a cor vermelha tem uma qualidade
diferente da amarela e ambas têm uma cor diferente da cor azul. O mesmo vale para sons,
cheiros ou sabores.

Essa diferença de qualidade é explicada pela teoria de Muller sobre energia nervosa
específica. Segundo esse psicólogo da percepção, cada estímulo carrega consigo um tipo de
energia que estimula um órgão sensorial.

Por sua vez, isso transmite um tipo específico de energia ao cérebro através dos nervos
sensoriais (como o nervo óptico ou o nervo auditivo).

2.4. Intensidade
Característica que diferencia as sensações é sua intensidade. Mesmo que um estímulo tenha a
mesma qualidade que outro, ele pode ter uma intensidade maior, portanto a sensação que
causará será mais forte.

Dependendo do tipo de significado a que estamos nos referindo, a intensidade será traduzida
de uma maneira ou de outra. Por exemplo, uma luz fraca produz uma leve sensação de
luminosidade; pelo contrário, uma luz intensa causará uma sensação luminosa muito forte.

2.5. Duração
A duração é o tempo durante o qual a sensação é mantida após ter sido produzida. Essa
característica altera a parte subjectiva de uma sensação; Por exemplo, um som que dura dois
segundos será diferente do que um que dura trinta.

2.6. Limiares de Sensação


Uma das características mais importantes das sensações é o seu limiar; isto é, a intensidade
mínima que um estímulo deve ter para produzir uma sensação em nós pelo menos 50% das
vezes.

Dentro da psicologia da percepção, dois tipos de limiares são estudados:


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 Limiar absoluto;
 Limiar diferencial.

2.7. Tipos de sensação

Em geral, as sensações são geralmente classificadas em três grandes grupos:

 Sensações orgânicas;
 Sensações especiais;
 Sensações motoras ou cinestésicas.

2.8. Sensações orgânicas


Sensações orgânicas são aquelas que não são produzidas por um órgão sensorial específico,
mas podem ser sentidas em grandes partes do corpo. Por outro lado, eles ocorrem apenas
devido a estímulos internos, causados por mudanças no corpo.

As actividades de alguns órgãos internos enviam o estímulo para os nervos sensoriais, que o
transferem para o cérebro na forma de energia.

Algumas dessas sensações orgânicas são fome, sono, sede ou dor interna. Às vezes, eles
também são conhecidos como o “barómetro da vida”, porque nos informam sobre as
condições do nosso próprio corpo.

Outra de suas características mais peculiares é que elas não são fáceis de lembrar, ao contrário
de sensações especiais. Além disso, eles afectam profundamente o nosso bem-estar.

2.9. Sensações especiais


As sensações especiais são aquelas detectadas por órgãos especializados; isto é, todos aqueles
que são percebidos com os órgãos sensoriais. Portanto, cor, som, temperatura ou dor são
sensações especiais.

Sua principal função é fornecer informações sobre elementos externos para nós mesmos e,
devido à sua importância para a nossa sobrevivência, eles são mais facilmente distinguíveis
um do outro e existem mais tipos de tipos.
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2.10. Sensações motoras ou cinestésicas


Sensações motoras ou cinestésicas são responsáveis por nos informar sobre os movimentos do
nosso próprio corpo. Sua principal função é ajudar-nos a agir adequadamente, além de
fornecer informações sobre nosso estado interno.

2.11. Patologias da sensação

 Cegueira;
 Surdez;
 Falta de olfacto;
 Falta de gosto;
 Transtornos da sensibilidade;
 Agnosias.

2.12. Função da sensação

 Estimular.

3. Percepção
Segundo FOUQUIÉ citado por RIBEIRO (2005:118) “ Percepção é o acto pelo qual o
espírito interpreta os dados sensoriais e os refere a um objecto exterior ou é o conhecimento
de um objecto externo, provocado por uma excitação sensorial e acompanhado de um
sentimento da realidade”.

Percepção é a função cerebral que atribui significado a estímulos sensoriais, a partir de


histórico de vivências passadas. Através da percepção um indivíduo organiza e interpreta as
suas impressões sensoriais para atribuir significado ao seu meio. Consiste na aquisição,
interpretação, selecção e organização das informações obtidas pelos sentidos. Ela pode ser
estudada do ponto de vista Psicológico ou fisiológico, envolvendo estímulos eléctricos
evocados pelos estímulos nos órgãos dos sentidos.
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3.1. Características da Percepção

Materialidade – manifesta-se no acto de objectividade, isto é, na ligação da informação


recebida do mundo exterior com o mundo interior do indivíduo.

Integridade – diferentemente da sensação em que se reflecte algumas propriedades isoladas


do objecto e influencia os órgãos dos sentidos, a percepção é a imagem íntegra do objecto.

Esta integridade da imagem, forma-se com base na sintetização dos conhecimentos sobre
diversas propriedades e qualidades do objecto, recebidas sob forma de sensação.

Constância da percepção – a constância da percepção que se forma é a premissa


indispensável para a vida e actividade do ser humano, sem isso, o ser humano não poderia
orientar-se nesse mundo variável e mutável.

A constância pode ser de três tipos:

 De grandeza (estabilidade de percepção em relação ao tamanho dos objectos);


 De forma (em relação à forma que os objectos normalmente têm);
 De cor (que tem a ver com a quantidade de luz recebida).

A constância perceptiva é particularmente importante porque, graças a ela, o mundo surge-nos


com relativa estabilidade.

3.2. Tipos de Percepção

Nos seres humanos, as formas mais desenvolvidas são a percepção visual e auditiva, pois
durante muito tempo foram fundamentais à sobrevivência da espécie (A visão e a audição
eram os sentidos mais utilizados na caça e na protecção contra predadores). Além da
percepção ligada aos cinco sentidos, os humanos também possuem capacidade de percepção
temporal e espacial.

 Percepção visual;
 Percepção auditiva;
 Percepção olfactiva;
 Percepção Gustativa;
 Percepção táctil;
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 Percepção temporal;
 Percepção espacial.

3.3. Percepção visual


A visão é a percepção de raios luminosos pelo sistema visual.

3.4. Percepção auditiva


A audição é a percepção de sons pelos ouvidos. A psicologia, a acústica e a psicoacústica
estudam a forma como percebemos os fenómenos sonoros.

3.5. Percepção olfactiva


O olfacto é a percepção de odores pelo nariz. Este sentido é relativamente ténue nos humanos,
mas é importante para a alimentação. A memória olfactiva também tem uma grande
importância afectiva. A perfumaria e a enologia são aplicações dos conhecimentos de
percepção olfactiva.

3.6. Percepção Gustativa


O paladar é o sentido de sabores pela língua. Importante para a alimentação. Embora seja um
dos sentidos menos desenvolvidos nos humanos, o paladar é geralmente associado ao prazer e
a sociedade contemporânea muitas vezes valoriza o paladar sobre os aspectos nutritivos dos
alimentos.

3.7. Percepção táctil


O tacto é sentido pela pele em todo o corpo. Permite reconhecer a presença, forma e tamanho
de objectos em contacto com o corpo e também sua temperatura. Além disso o tacto é
importante para o posicionamento do corpo e a protecção física.

O tacto não é distribuído uniformemente pelo corpo. Os dedos da mão possuem uma
discriminação muito maior que as demais partes, enquanto algumas partes são mais sensíveis
ao calor.

3.8. Percepção temporal


Não existem órgãos específicos para a percepção do tempo, no entanto é certo que as pessoas
são capazes de sentir a passagem do tempo. A percepção temporal esbarra no próprio conceito
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da natureza do tempo, assunto controverso e tema de estudos filosóficos, cognitivos e físicos,


bem como o conhecimento do funcionamento do cérebro (neurociência).

3.9. Percepção espacial


Assim como as durações, não possuímos um órgão específico para a percepção espacial, mas
as distâncias entre os objectos podem ser efectivamente estimadas. Isso envolve a percepção
da distância e do tamanho relativo dos objectos. A razão para separar a percepção espacial das
outras modalidades repousa no fato de que aparentemente a percepção espacial é supra-modal,
ou seja, é compartilhada pelas demais modalidades e utiliza elementos da percepção auditiva,
visual e temporal. Assim, é possível distinguir se um som procede especificamente de um
objecto visto e se esse objecto (ou o som) está aproximando-se ou afastando-se.

3.10. Patologias da percepção

3.11. TRANSTORNOS QUANTITATIVOS


Podem resultar de alterações dos órgãos dos sentidos ou de desordem do funcionamento
psíquico. No primeiro caso estariam, por exemplo, alterações por lesões do aparelho auditivo.
No segundo caso, os transtornos da percepção observados durante as crises maníacas.

Hiperpercepção – Caracteriza-se pela multiplicidade e intensidade das impressões recebidas.


Coincide, geralmente, com o aumento global da actividade psíquica. Em alguns casos, como
nos estados maníacos, síndromes de hipertireoidismo, embriaguez leve, a hiperpercepção se
acompanha de euforia. Outras vezes, como em certas neuroses, a capacidade exagerada de
ver, ouvir, sentir, constitui um sofrimento para o doente.

Hipopercepção – Caracteriza-se pela debilidade e diminuição de impressões. Coincide com o


retardamento do ritmo psíquico. Algumas vezes a hipopercepção é tão acentuada que chega
ao limite de ausência. Observa-se nos estados confunsionais, psicasténicos, síndromes
depressivas, nas fases iniciais da esquizofrenia, etc.

3.12. TRANSTORNOS QUALITATIVOS

Micropsia – É o fenómeno segundo o qual os objectos são percebidos reduzidos em seu


tamanho. Observa-se, muitas vezes nas psicoses auto e heterotóxicas.

Macropsia – Os objectos parecem bem grandes.


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Dismegalopsia – Os objectos apresentam partes bastante aumentadas e outras


extraordinariamente reduzidas.

Multipsia – Percebe-se um objecto multiplicado várias vezes.

Discromopsia – As cores proporcionadas pela percepção não coincidem com as do objecto.

Ilusão – É uma desordem da percepção em virtude da qual o objecto é deformado. O paciente


diz, por exemplo, ver um gato onde existe um coelho. Pode resultar da aplicação insuficiente
da atenção ou de intervenção enérgica da afectividade e, finalmente, de influência da
imaginação.

A pareidolia é uma variedade de ilusão. A exaltação da imaginação dota um objecto qualquer


de novos atributos, levando a que seja percebido como outro.

3.13. ALUCINAÇÃO
Segundo a definição clássica de Bell, alucinação é a percepção sem objecto. Enquanto,
graças à ilusão, se deforma a realidade percebida, mediante a alucinação se acredita
perceber o que realmente não existe.

Dividem-se as alucinações em fisiogenéticas e psicogenéticas. As primeiras decorrem de


alterações dos órgãos dos sentidos ou do sistema nervoso, as segundas resultam do
mecanismo psíquico puro.

Alucinação auditiva – Denomina-se acusma a falsa percepção de ruídos (sibilos, tiros, etc.).
Fonema é a falsa percepção de palavras. Estas podem ser de pessoas conhecidas ou
desconhecidas, dirigidas ao doente ou não, bem compreensíveis, às vezes, ouvidas apenas por
um ouvido ou por ambos ao mesmo tempo. É possível ouvir também várias pessoas
simultaneamente.

Alucinação visual – Denomina-se elementar quando a falsa percepção se refere a sombras ou


cores. E diferenciadas se se trata de pessoas ou coisas.

Ainda pode a alucinação visual ser:

 Verbal: quando o paciente vê letras ou palavras;


 Onírica: quando as visões desfilam como no sonho;
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 Liliputianas: quando entre as imagens normais, o paciente distingue figuras


minúsculas, geralmente coloridas e dotadas de movimentos; são comuns no
alcoolismo;
 Extra-campinas: em que o paciente distingue figuras fora do campo visual, isto é,
atrás, acima ou abaixo de si próprio;
 Autoscópica: segundo as quais o paciente vê a si próprio dentro de seu corpo, ou vê
projectada fora de seu corpo sua própria imagem;
 Hemiopsicas: quando se refere apenas à metade do campo visual;
 Mista: em que se combinam vários tipos de alucinações;
 Terrorífica: quando o conteúdo é de forte carga afectiva (incêndios, assassinatos,
etc.).

3.14. ALUCINAÇÕES TÁTEIS

Podem ser: activas ou passivas.

 Activas - quando o paciente acredita que toca em alguma coisa que não existe,
observando-se nas psicoses tóxicas e nos delírios místicos;
 Passiva - quando o paciente é tocado por alguma coisa estranha, pessoa, animal ou
objecto. Não é raro que estas sensações se realizem nos órgãos genitais.

Alucinações gustativas e olfactivas – O doente queixa-se, por exemplo, de que sente veneno
na comida ou que puseram remédios para lhe roubar a potência. Observam-se na
esquizofrenia e na parafrenia, acompanhando-se, geralmente, de delírio de perseguição e de
influência.

Alucinações cenestésicas – Os pacientes têm sensação de que coisas anormais se passam com
seus órgãos. O coração não tem sangue, o estômago está perfurado, a medula foi torcida, o
cérebro está cheio de areia, o fígado passou para o lado esquerdo, etc. São comuns nos estados
neurasténicos, depressivos, nos delírios de negação, hipocondríaco, esquizofrenia, etc.

Alucinações cinésicas – O paciente tem a impressão que seus braços se movem


continuamente ou que está voando. Outras vezes há sensação de que não pode andar. Na
“alucinação verbal e gráfica”, embora calado e parado, o doente tem a sensação dos
movimentos necessários à articulação da palavra ou à execução da actividade gráfica.
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Alucinações do sentido muscular – Experimenta-se a sensação de que o solo se levanta ou


de que o corpo, leve como uma pena, voa. Também há impressão falsa da posição do nariz ou
do tamanho do braço. Outras vezes não sabe o paciente informar se está de pé ou deitado. São
fenómenos que se observam nos esquizofrénicos e histéricos.

Pseudo-alucinações – Resultam de actividade muito intensa da imaginação, em virtude da


qual a imagem adquire o aspecto de percepção real. É comum, normalmente, depois de uma
viagem a bordo, nos sentirmos, em terra, como se estivéssemos navegando. Observa-se, por
exemplo, como sintoma patológico, no delírio espírita episódico.

3.15. Função da percepção

 Selecção: a quantidade de estímulos aos quais estamos expostos diariamente excede a


nossa capacidade. Por isso, temos que filtrar e escolher quais informações devemos
perceber. Esta selecção é feita com base em nossa atenção, experiências, necessidades
e preferências.
 Organização: Uma vez que sabemos o que temos que perceber, tentamos agrupar os
estímulos para que mais tarde seja mais fácil dar-lhes significado. Na percepção existe
uma sinergia, pois o conjunto percebido não pode ser reduzido às características dos
estímulos isoladamente. De acordo com as Leis da Gestalt, a organização dos
estímulos não é feita ao acaso, mas sim seguimos critérios específicos.
 Interpretação: Quando já organizamos os estímulos seleccionados, damos sentido a
eles, completando a percepção deles. Mais uma vez, a interpretação dos estímulos será
modulada pela experiência e expectativas da pessoa.

4. Atenção
A atenção é um mecanismo cognitivo através do qual exercemos controlo voluntário a sobre a
nossa actividade cognitiva e comportamental. Este mecanismo é dependente do controlo
voluntário e da consciência que se emprega a esses fenómenos enquanto formas de
processamento. A atenção é um processo complexo, de natureza hierárquica e multimodal,
que permite o processamento de informação sensorial, cognitiva ou motora, sendo impossível
processar todos os estímulos com os quais nos confrontamos.

4.1. Características da atenção


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 Faz com que no cérebro surja uma zona de excitação enquanto outras estão em
inibição;
 Supõe uma elevação do nível da actividade sensorial, intelectual e motora;
 Graças a atenção a nossa actividade tem uma orientação definida e selectiva;
 Atenção é quase sempre caracterizada com uma orientação selectiva da consciência
para uma determinada coisa;
 Estabilidade da atenção – o facto de alguém se concentrar por muito tempo num
conteúdo. Determina-se pelo tempo durante o qual se pode manter a atenção.
Manifesta-se na concentração da energia nervosa exigida num determinado período do
tempo mais ou menos prolongado;
 Distribuição da atenção – é a capacidade do sujeito de aperceber-se de vários objectos
simultaneamente; define-se pelo número de objectos ou fenómenos que podem ser
percebidos simultaneamente com o mesmo nível de precisão e clareza;
 Orientabilidade – consiste na escolha voluntária, nas necessidades correspondentes,
nos objectivos e tarefas da sua actividade;
 Mudança – consiste na capacidade de variar rapidamente de uma determinada atitude
nova para uma outra que corresponde às alterações efectuadas. Requer a agilidade de
actuação que é uma característica muito necessária quando a atenção passa de uma
actividade para outra ou de uma acção para outra;
 Flutuação – são as mudanças involuntárias periódicas de curta duração do nível de
concentração (tensão) da atenção.

4.2. Tipos de atenção

 Selectiva;
 Alternada;
 Sustentada;
 Concentrada.

Atenção Selectiva: é a habilidade para se centrar em um estímulo ou actividade na presença


de outros estímulos.
Atenção Alternada: é a habilidade de alternar o foco da atenção. Não perde o foco, alterna.
Facilita a execução de tarefas que exigem mais de um nível de entendimento.
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Atenção Sustentada: ideal para quem precisa manter o foco durante um longo tempo, em
uma actividade ininterrupta e constante.

Atenção Concentrada: é a habilidade de responder distintamente a específicos estímulos


visuais, auditivos ou tácteis.

4.3. Patologias da Atenção


Para discutir as patologias da atenção, Dalgalarrondo (2000) aponta que a alteração mais
comum e menos específica da atenção é a diminuição global da capacidade de prestar atenção,
chamada hipoprosexia. Esse quadro se observa em casos de bloqueio emocional e processos
regressivos, tais como: a depressão, a fadiga e a astenia. Aqui se verifica uma perda básica da
capacidade de concentração, com fadigabilidade aumentada, o que dificulta a percepção dos
estímulos ambientais e a compreensão; as lembranças tornam-se mais difíceis e imprecisas, há
dificuldade crescente em todas as actividades psíquicas complexas, como o pensar, o
raciocinar, a integração de informações, etc.

Castro (2007) afirma que se observa a hipoprosexia em estados infecciosos, embriaguez


alcoólica, psicoses tóxicas, esquizofrenia, além da depressão. Os motivos podem ser: falta de
interesse (deprimidos e esquizofrênicos); deficitintelectual (oligofrenia e demência) ou
alterações da consciência (delirium). Os estados de depressão geralmente são acompanhados
de diminuição da capacidade de concentrar a atenção como um todo.

4.4. Função da atenção

 Função selectiva: manifesta-se antes de tudo em seleccionar as informações


significativas relevantes e em ignorar (inibir e eliminar) outras informações que
competem.
 Função de retenção (conservação): consiste em conservar na consciência as imagens
que tem o conteúdo de um objecto determinado em função dos objectivos da pessoa.
 Função de regulação e o controle da actividade: consiste em regular e controlar a
actividade o indivíduo.

5. Pensamento
Etimologicamente, pensar significa avaliar o peso de alguma coisa. Em sentido amplo,
podemos dizer que o pensamento tem como missão tornar-se avaliador da realidade.
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Pensamento é um processo mental que permite aos seres modelarem o mundo e com isso lidar
com ele de uma forma efectiva e de acordo com suas metas, planos e desejos. O pensamento é
considerado a expressão mais "palpável" do espírito humano, pois através de imagens e ideias
revela justamente a vontade deste.

O principal veículo do processo de consciencialização é o pensamento. A actividade de pensar


confere ao homem "asas" para mover-se no mundo e "raízes" para aprofundar-se na realidade.

Segundo Descartes (1596-1650), filósofo de grande importância na história do pensamento, a


essência do homem é pensar. Por isso dizia: "Sou uma coisa que pensa, isto é, que duvida,
que afirma, que ignora muitas, que ama, que odeia, que quer e não quer, que também
imagina e que sente".

O pensamento faz a grandeza ou a pequenez do homem. A grandeza decorre do pensamento


bem pensado, que avalia a multiplicação do real e se esforça para desvendá-lo atentamente,
saboreando sua riqueza e diversidade. Tal pensamento aprendeu a filosofar: a desejar
amorosamente a verdade, a amar a sabedoria. Enquanto a pequenez decorre no pensamento
obscuro, mesquinho que desconhece o sabor da busca do saber. Este pensamento transforma-
se em meio de ocultação da realidade por meio dele a actividade pensante, em vez de servir à
liberdade pode transforma-se em instrumento de dominação social.

5.1. Características do pensamento

 Pensamento especulativo – Quando se volta para esfaculação na busca do conhecer


para saber, ou nela prazer de chegar a verdade;
 Pensamento a priori – quando conclui sem fazer apelo à experiência;
 Pensamento prático – ordenado à acção, conhecer para aplicar;
 Pensamento aposterior – se procede de observação dos factos, e conclui pela via da
experiência;
 Pensamento introspectivo – se compreende também se o universo existente for do
homem;
 Pensamento consciente e inconsciente – segundo o grau da consciência da pessoa
que pensa.
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5.2. Tipos de pensamento

 Pensamento reflexivo;
 Pensamento crítico;
 Pensamento analítico;
 Pensamento lógico;
 Pensamento sistémico;
 Pensamento analógico;
 Pensamento criativo;
 Pensamento deliberativo;
 Pensamento prático.

Pensamento reflexivo: esse tipo de pensamento foi exposto por um dos maiores estudiosos
norte-americanos, John Dewey, em seu livro: “como pensamos”. Neste livro, reconhece os
seguintes valores no pensamento reflexivo: facilita uma acção sistemática, orienta nossas
acções para um objectivo de maneira consciente, facilita o controlo entre o pensamento e a
acção e nos encoraja a procurar o significado de nossas acções ou das situações.

O pensamento reflexivo, de acordo com Dewey, refere-se às diferentes maneiras pelas quais
as ideias ou as situações podem ser representadas e expressas, o qual nos ajuda a aumentar a
consciência sobre nossas próprias acções. Em resumo, podemos dizer que esse tipo de
pensamento nos ajuda a planejar de maneira ordenada e da forma mais consciente nosso
comportamento de acordo com nossas expectativas.

Pensamento crítico: o pensamento crítico refere-se à investigação, à análise e à avaliação do


conhecimento, revelando as diferentes realidades que podem estar ocultadas atrás da
realidade, fazendo-a de maneira lógica. Pode-se dizer que o que o pensamento crítico faz é
enfrentar à realidade em todas suas dimensões (a realidade como queremos que seja, a
realidade como todos vemos, a realidade no presente e no passado). Portanto, esse tipo de
pensamento, embora não possa nos permitir afirmar qual é a realidade, permite afirmar que
está em algum ponto entre aqueles que se entrelaçam todas as realidades.

Pensamento analítico: esse tipo de pensamentos nos ajuda a entender melhor uma situação,
classificando e/ou organizando a realidade para que possamos processá-la da melhor maneira.
As pessoas que adotam esse tipo de pensamento tendem a ter suas ideias bem claras e
definidas, pois fazem uma análise exaustiva e reflexiva sobre um problema ou situação. Isso é
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conseguido dividindo o problema em partes ou em categorias, as quais são analisadas para


obter uma boa solução.

Pensamento lógico: esse tipo de pensamento é baseado na expressão das ideias de maneira
ordenada, o que pode nos levar a nos convencer que temos razão. As pessoas que adotam esse
tipo de pensamento são fundamentalmente baseadas nas regras que já estão estabelecidas por
um sistema lógico.

Pensamento sistémico: esse tipo de pensamento refere-se à capacidade das pessoas de


compreender as relações que têm os diferentes elementos que compõem um sistema. Esse tipo
de pensamento é aplicável à resolução dos problemas interpessoais, relações sociais,
organizacionais, etc. pois estuda todos os elementos do sistema e da interacção que existe
entre eles.

Pensamento analógico: esse tipo de pensamento é indispensável para quase todas as


actividades humanas. Embora, à primeira vista pareça um pouco complexo, as pessoas tendem
a usar constantemente as analogias em nossas vidas quotidianas. Quando pensamos de
maneira analógica, estamos organizando nossas ideias com a finalidade de poder realizar
comparações entre elas.

Pensamento criativo: esse tipo de pensamento refere-se à produção de novas ideias, novas
experiências, novas realidades, pois as pessoas que adotam normalmente com esse tipo de
pensamento acreditam que tudo são possíveis, para que não sejam limitadas na hora de criar.

Pensamento deliberativo: esse tipo de pensamento refere-se ao modo como as pessoas


tomam suas decisões. As decisões que a pessoa pode tomar não são tomadas apenas a partir
da lógica, do cálculo ou do raciocínio, mas são tomadas principalmente a partir de certos
critérios, valores pessoais, princípios éticos, normas já estabelecidas, etc.

Pensamento prático: o pensamento prático é um tipo de raciocínio responsável pela


aplicação dos conhecimentos adquiridos de maneira mais simplificada e prática, para que,
conforme cada um dos processos a seguir sejam estabelecidos e cumpridos, sejam obtidos os
resultados desejados.

6. Memória
Para SARAIVA (S/D:138) “A memória é o conjunto das funções psíquicas de fixação,
evocação e reconhecimento”
19

Memória, “é o poder que o espírito tem de conservar, reproduzir, reconhecer e localizar os


estados da consciência anteriormente experimentados” segundo RIBEIRO (2005:136).

O objecto da memória são todos os estados da consciência do passado como: emoções,


pensamento, resoluções entre outros.

Ela está intimamente relacionada com os fenómenos de associação. Porém, para que estes
sejam associados é necessário que se tenham conservado no espírito e possam reaparecer pois
a associação é a lei fundamental da memória.

6.1. Características da memória


No entanto, não se trata de um processo psicológico simples, uma vez que há duas maneiras
pelas quais o cérebro adquire e armazena essas informações. Assim sendo, temos a memória
de procedimento e a memória declarativa. Portanto, as duas formas são completamente
distintas, tanto no que diz respeito aos mecanismos cerebrais envolvidos, quanto nas suas
estruturas anatómicas.

6.2. Tipos de Memória

 Memória sensorial;
 Memória a curto prazo;
 Memória imediata;
 Memória de trabalho

Memória sensorial: a memória sensorial é um tipo de memória que tem origem nos órgãos
sensitivos. As informações obtidas pelos sentidos são armazenadas por um curtíssimo espaço
de tempo (0,1 a 2 segundos). Se a informação armazenada não for processada perde-se se for
passa para a memória a curto prazo.

Memória a curto prazo: este tipo de memória retém informação durante um período
limitado de tempo, podendo ser esquecida ou passar para a memória de longo prazo. Na
memória a curto prazo pode-se distinguir duas memórias: memória imediata e memória de
trabalho.

Memória imediata: a informação recebida fica retida durante um curto período de tempo
(cerca de 30 segundos).
20

Memória de trabalho: neste tipo de memória mantemos a informação enquanto ela nos e
útil. A memória de trabalho reporta-se as actividades mentais em que o objectivo não é a sua
memorização, mas que, não obstante disso, implicam uma certa memorização para se
poderem aplicar de modo eficaz. Este tipo de memória é utilizada por exemplo quando o
patrão pede que no dia seguinte cheguemos uma hora mais cedo, manterás na memória esta
informação, que irá ser esquecida depois de a teres cumprido o pedido, ou seja, depois de
teres chegado uma hora mais cedo. Chama-se memória de trabalho à actividade de
armazenamento e de utilização de informação ligada especificamente à realização de uma
tarefa: refere-se, portanto, a um tipo de memória que trabalha.

6.3. Tipos de Memória a Longo Prazo: Memória declarativa e Memória não-declarativa

Memória declarativa também pode ser designada por explícita ou memoria com registo,
(implica a consciência do passado, levando a reportarmo-nos a acontecimentos, fatos e
pessoas que conhecemos/ aconteceram no passado. Este tipo de memória reúne tudo o que
podemos evocar/declarar por meio de palavras (daí o termo declarativa). Distinguem-se, neste
tipo de memória, dois subsistemas: a memória episódica e a memória semântica;

Episódica: quando envolve eventos datados, recordações (rosto de amigos pessoas famosas,
músicas, fatos e experiências pessoais) ou seja relacionados com o tempo.

Semântica: abrange a memória do significado das palavras. Este tipo de memória refere-se ao
conhecimento geral sobre o mundo (fórmulas matemáticas, regras gramaticais, leis da
química, fatos históricos, etc.

Memória não-declarativa: difere-se da memória declarativa porque esta não precisa ser
declarada (enunciada). É uma memória automática. É a memória usada para procedimentos e
habilidades, como por exemplo: andar de bicicleta, jogar bola, atar os cordões, lavar os
dentes, ler um livro, etc. A memória não declarativa também pode ser designada por memória
implícita ou sem registo.

6.4. Patologias da memória


 Doenças cerebrais degenerativas, como a demência Alzheimer, demência de corpos
de Lewy, demência de Parkinson e demência fronto-temporal;
 Demência vascular;
 Demência relacionada com álcool (síndrome de Korsakoff);
 Tumores intracranianos;
21

 Hidrocefalia de pressão normal;


 Pseudodemência (quadros depressivos com défice cognitivo);
 Amnésia.

6.5. Função da memória

A memória tem, pelo menos, três funções: codificar e armazenar o mais variado tipo de
informações e conhecimentos, recuperar a informação quando dela precisamos e esquecer.

 O Armazenamento: corresponde ao processo de registo e manutenção no tempo das


informações. A sua finalidade fundamental é conservar a informação. A nível
psicológico os dados recebidos (input) têm que ser codificados para depois serem
processados e armazenados quer seja a curto-prazo ou mais profundamente a longo
prazo.

A codificação implica o processamento de estímulos complexos (tamanho, cor, textura,


nomes, etc.) para que a informação seja armazenada e, posteriormente, recuperada (output) e
trabalhada. A codificação consiste na “construção de traços de memória que constituem
abstracções baseadas nos aspectos mais salientes da informação de entrada... Deste modo, a
representação codificada de um objecto ou de um acontecimento externo transforma-se em
informação interna pronta a ser armazenada” (Sprintahll & Sprinthall, 1993, p. 280).

A codificação deve reduzir e transformar a informação, retendo o material importante (por


exemplo, as ideias principais de um texto) e eliminar o trivial (as palavras concretas das
frases), para ser posteriormente utilizada (Potter, 1991, p. 4). Assim, a capacidade de
recuperar uma informação depende do modo como ela foi codificada, i.e., a maneira como
codificamos tem implicações na forma como nos lembramos. Ver a este propósito os
trabalhos de Craik e Lockhart (1972) e de Craik e Tulving (1975) sobre os níveis de
processamento de informação que, segundo estes investigadores, pode ser superficial ou
profundo.

 A Recuperação: refere-se ao acto pelo qual a informação armazenada é pesquisada e


restituída. A informação deve então estar não apenas disponível mas também
acessível, o que em sempre acontece. É o caso de termos o nome de alguém debaixo
da língua (a informação existe e está disponível na memória mas nós não lhe temos
22

acesso no momento em que precisamos). Existem três grandes categorias de


recuperação: a rememoração, a rememoração indexada e o reconhecimento.
 O Esquecimento: é uma das leis mais clássicas da memória, que foi demonstrada pela
primeira vez por Ebbinghauss em 1855 (o pioneiro do estudo científico da memória) e
que torna a memória humana tão diferente da memória de um computador. É nos
momentos de falha que nos apercebemos da importância da memória na nossa vida.
Sem memória não sabemos quem somos (memória autobiográfica), onde estamos e o
quem são os outros, não recordamos nada e não aprendemos nada de novo.

7. Funções dos Processos Psíquicos no PEA


As funções cognitivas permitem-nos saber “o que fazer” e “como fazer” as actividades em
resposta às demandas advindas do ambiente. Exemplificando, um indivíduo, para executar
uma actividade que faz parte de seu quotidiano, como trocar de roupa, necessita de diversas
funções cognitivas e motoras preservadas, como atenção, memória, planeamento lógico e
motor, entre outras funções, para que essa actividade possa acontecer de forma satisfatória
(Gomez, 2012).

Conforme esta autora, caso alguma dessas funções esteja comprometida, o indivíduo pode
apresentar dificuldades para analisar e executar as tarefas de forma independente e autónoma.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2002), função ou funcionalidade passa a englobar
a capacidade do indivíduo para executar as actividades que integram o seu quotidiano (CIF,
2004).

Para Sternberg (2012), é através dos processos mentais que o homem conhece objectos e
pessoas, desenvolve as suas capacidades de falar, ler, escrever, planear e executar acções,
adquirindo mecanismos internos para pensar, tomar decisões e recordar fatos. Os processos
mentais, também indicados como processos cognitivos, possibilitam a interacção do indivíduo
com o meio, daí o uso frequente de funções cognitivas. Nestas funções podemos incluir as
funções receptivas e as funções expressivas.

O desenvolvimento intelectual ou, em termos mais operativos o desenvolvimento cognitivo,


não pode ser analisado sem considerar a dimensão orgânica ou maturativa do
desenvolvimento. Tomando por base este pensamento, alguns autores apontam diversas
funções cognitivas, tais como percepção, atenção, memória, linguagem e funções executivas,
tendo por base a estrutura neurológica da espécie. É a partir da relação entre todas essas
23

funções que entendemos a maioria dos componentes, desde o mais simples até as situações de
maior complexidade, exigindo estas actividades cerebrais mais elaboradas.

Essas funções derivam tanto das interacções de processos inatos quanto de processos
adquiridos, junto a relações do individuo de experiência e vivência com o meio.

Apesar das distinções desses processos é por meio de sua relação e influência que se pode
compreender a dinâmica da mente, pois eles interagem e até dependem de outros processos.
24

8. Conclusão

Como votos, tendo realçado no início da embarcação leva-se em mente que a capacidade de
lembrar o que foi de algum modo vivido. Ela corresponde as seguintes operações ou
processos: a aquisição, a fixação, a evocação, o reconhecimento e a localização das
informações resultantes de percepções e aprendizagem. A memória facilita a organização, a
fixação e retenção do aprendido, assim como a sua evocação, quando essa informação for
necessária. Não haveria evolução dos nossos conhecimentos se na medida que adquiríssemos,
os perdêssemos. A memoria conserva o passado e permite incorpora-lo na estrutura cognitiva
do sujeito.
25

9. Referências bibliográficas
.

Miranda, G. L. (2008). Memória: definição, arquitectura e funções. In Aprendizagem


multimédia e ensino online. Relatório da unidade curricular (pp. 174-199), apresentado no
concurso para Professora Associada, de 30 de Maio de 2008, da Faculdade de Psicologia e de
Ciências da Educação da Universidade de Lisboa.

RIBEIRO, J. Bonifácio & SILVA, José da; Compêndio de Filosofia 6º e 7º ano Liceal; 9. ed.;
Livraria Popular de Francisco Franco, Lisboa; 2005

American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders. 4th
ed. Washington (DC); 1994Moya, J. M. O. (s.f.). Procesos cognitivos y tipos de pensamiento.

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