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ESCOLA DE MAGISTÉRIO KIMAMUENHO

CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSOR NA ESPECIALIDADE


LÍNGUA PORTUGUESA E E.M.C

PSICOPATOLOGIA DA CONSCIÊNCIA MORAL

GRUPO Nº 03

CAXITO – DANDE/2023
ESCOLA DE MAGISTÉRIO KIMAMUENHO

CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSOR NA ESPECIALIDADE


LÍNGUA PORTUGUESA E E.M.C

PSICOPATOLOGIA DA CONSCIÊNCIA MORAL

GRUPO Nº 03
SALA: 1.7
CLASSE: 10ª
TURMA: G
DISCIPLINA: F.P.S.D
Período: MANHÃ

O DOCENTE
______________________________
FILIPE VUNGALA

CAXITO – DANDE/2023
INTEGRANTES DO GRUPO Nº 03

Nº NOME COMPLETO CLASSIFICAÇÃO


0 Isabel Fernandes
1
0 Janeth Sanda
2
0 José J. Jerónimo
3
0 Leonora Gonçalves
4
0 Lourenço Paixão
5
0 Luiza de Carvalho
6
0 Marieth Zua
7
0 Marta Dos Santos
8
0 Mateus Garcia
9
ÍNDICE

1- INTRODUÇÃO..........................................................................................................1

2- ENQUADRAMENTO TEÓRICO...............................................................................2

2.1- Psicopatologia e a consciência moral................................................................2

2.1.1- Consciência.....................................................................................................3

2.1.2. O que é a consciência moral?.........................................................................3

2.1.3. Como o homem sabe se um ato concreto é bom ou mau?............................3

2.1.4. A consciência pode equivocar-se?..................................................................4

2.1.5. Como se forma a consciência?.......................................................................4

3. CONSCIÊNCIA MORAL SEGUNDO A DOUTRINA CATÓLICA..............................5

3- ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA DO EU.............................................................7

3.1- ÊXTASE..............................................................................................................7

3.2- A vivência de transformação do eu....................................................................7

3.3- Transitivismo.......................................................................................................8

3.4- Possessão..........................................................................................................8

3.5- Transe.................................................................................................................8

3.2.1. O Inconsciente..............................................................................................9

3.2.2. Alterações da Consciência.........................................................................10

3.2.4. Coma..........................................................................................................11
3.2.5. Delírio Oniróide...........................................................................................11

3.2.6. Amência......................................................................................................12

3.2.7. Estados Crepusculares..............................................................................12

3.2.8. Onirismo......................................................................................................12

5- CONCLUSÃO.........................................................................................................14

6- REFERÊNCIAS.......................................................................................................15
1- INTRODUÇÃO

O termo consciência refere-se à capacidade de tomar ciência dos deveres


éticos e assumir as responsabilidades, os direitos e os deveres concernentes a essa
ética.

Assim, a consciência ético-filosófica é atributo do homem desenvolvido e


responsável, engajado na dinâmica social de determinada cultura. Trata-se da
consciência moral ou ética.

Do ponto de vista da psicologia, segundo Paim (1993) é um processo de


coordenação e de síntese da atividade psíquica.

Nesse processo se encontra a consciência do eu, como conhecimento que se


tem da existência como individualidade distinta das demais coisas do mundo, e da
consciência dos objectos, significado tudo que é apreendido ou que se encontra, em
dado mento, no campo da consciência, seja uma percepção, uma representação ou
um conceito.

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2- ENQUADRAMENTO TEÓRICO

2.1- Psicopatologia e a consciência moral


Psicopatologia é uma área do conhecimento que objetiva estudar os estados
psíquicos relacionados ao sofrimento mental. É a área de estudos que está na base
da psiquiatria, cujo enfoque é clínico. É um campo do saber, um conjunto de
discursos com variados objetos, métodos, questões: por um lado, encontram-se em
suas bases as disciplinas biológicas e as neurociências, e por outro se constitui com
inúmeros saberes oriundos da psicanálise, psicologia, antropologia, sociologia,
filosofia, linguística e história.

Pode-se considerar a psicopatologia um campo de pesquisa principalmente


de psicanalistas, psiquiatras e de psicólogos clínicos. A palavra "Psico-pato-logia" é
composta de três palavras gregas: "psychê", que produziu "psique", "psiquismo",
"psíquico", "alma"; "pathos", que resultou em "paixão", "excesso", "passagem",
"passividade", "sofrimento", e "logos", que resultou em "lógica", "discurso",
"narrativa", "conhecimento". Psicopatologia seria, então, um discurso, um saber,
(logos) sobre o sofrimento, (pathos) da mente (psiquê). Ou seja, um discurso
representativo a respeito do pathos, o sofrimento psíquico, sobre o padecer
psíquico.

A psicopatologia enquanto estudo dos transtornos mentais é referida como


psicopatologia geral. É uma visão descritiva dos comportamentos que se desviam do
que é o meio-termo, a média, isto é, do que é esperado pela racionalidade. O estudo
das patologias mentais, pode estar vinculado a uma teoria psicológica específica,
por exemplo psicologia humanista, uma área da psicologia (psicologia do
desenvolvimento mental) ou mesmo a outras áreas do conhecimento (neurologia,
genética, evolução). Pode-se dizer que a psicopatologia pode ser compreendida por
vários vieses, e estes, combinados, dão determinada leitura acerca do sofrimento
mental. Essa diversidade de compreensões, ao mesmo tempo em que mostra a
complexidade da área, pode causar certa confusão; assim, é fundamental que o
interessado no estudo da psicopatologia esteja ciente de que existem várias teorias
e abordagens na compreensão dos transtornos mentais e de comportamento.

A psicopatologia enquanto estudo e pesquisa do que é constitutivo do sujeito,


do que é universal e não desviante, é enfocado pela psicopatologia fundamental. A
2
psicanálise se aproxima desse enfoque ao propor a hipótese do inconsciente
enquanto processo psíquico constitutivo que permite explicar a formação de
sintomas, sonhos, atos falhos.

A psicopatologia como o ramo da ciência que trata da natureza essencial da


doença mental suas causas, as mudanças estruturais e funcionais associadas a ela
e suas formas de manifestação. Entretanto, nem todo estudo psicopatológico segue
a rigor os ditames de uma ciência sensu strictu. A psicopatologia em acepção mais
ampla, pode ser definida como o conjunto de conhecimento referentes ao
adoecimento mental do ser humano. É um que se visa ser sistemático, elucidativo e
desmistificante. Como conhecimento que visa ser científico, não inclui critérios de
valor, nem aceita dogma ou verdades a priori.

O psicopatólogo não julga moralmente o seu objeto, busca apenas observar,


identificar e compreender os diversos elementos da doença mental. Além disso,
rejeita qualquer tipo de dogma, seja ele religioso, filosófico, psicológico ou biológico;
o conhecimento que busca está permanentemente sujeito a revisões, críticas e
reformulações.

2.1.1- Consciência
Cada homem leva em seu coração uma lei. Por isto, com sua inteligência e
vontade pode distinguir o bem e o mal, o justo e o injusto, o permitido e o proibido.

Para ajudar a esta luz interior da consciência, que às vezes é escurecida pelo
pecado e as paixões, Deus deu os Dez Mandamentos, que servem para todos e
para sempre, e são norma de felicidade e do bom andamento de cada pessoa e da
sociedade.

É necessário formar a consciência moral para que seja boa e segura.

2.1.2. O que é a consciência moral?


A consciência moral é um juízo da razão pelo qual a pessoa humana
reconhece a qualidade moral de um ato concreto.

2.1.3. Como o homem sabe se um ato concreto é bom ou mau?


O homem sabe que um ato concreto é bom ou mau mediante sua consciência
moral.

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2.1.4. A consciência pode equivocar-se?
Sim, a consciência pode equivocar-se se não está bem formada, porque
frente a um ato concreto poderia fazer um juízo errôneo contra a razão e a lei divina.

2.1.5. Como se forma a consciência?


A consciência é formada com o conhecimento da lei de Deus tal como a
ensina o Magistério da Igreja, com a prática das virtudes, a oração, a petição de
conselho especialmente no direcionamento espiritual e na recepção frequente do
sacramento da Penitência.

Para Paim (1993), a consciência é um complexo de fenômenos psíquicos


elementares ou complicados, afetivos e intelectivos, que se apresentam na unidade
de tempo e que permitem conhecimento do próprio eu e do mundo exterior.

O termo consciência, para Dalgalarrondo (2008), origina-se da junção de dois


vocábulos latinos: cum (com) e scio (conhecer), indicando o conhecimento
compartilhado com outro e, por extensão, o conhecimento “compartilhado consigo
mesmo”, apropriado pelo indivíduo.

As definições de consciência, segundo Dalgalarrondo (2008), são


consideradas sobre três aspectos:

A definição neuropsicológica emprega o termo consciência no sentido de


estado vígil (vigilância), o que, de certa forma, iguala a consciência ao grau de
clareza do sensório. Consciência aqui é fundamentalmente o estado de estar
desperto, acordado, vígil, lúcido. Trata-se especificamente do nível de consciência.
2. A definição psicológica a conceitua como a soma total das experiências
conscientes de um indivíduo em determinado momento.

Nesse sentido, consciência é o que se designa campo da consciência. É a


dimensão subjetiva da atividade psíquica do sujeito que se volta para a realidade. 3.
A definição ético-filosófica é utilizada mais frequentemente no campo da ética, da
filosofia, do direito ou da teologia.

A consciência subjetiva é a propriedade de serem os fenômenos conscientes


conhecidos pelo individuo. A consciência objetiva por seu conteúdo, que se reflete
no plano subjetivo sob a forma de percepções, representações e conceitos.

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Ao campo da consciência chega também uma série de sensações
cinestésicas que orientam o individuo sobre a própria personalidade. A consciência é
um todo único e indivisível.

O termo consciência, em seu sentido moral, é uma habilidade, capacidade,


intuição, ou julgamento do intelecto que distingue o certo do errado. Juízos morais
desse tipo podem refletir valores ou normas sociais (princípios e regras). Em termos
psicológicos a consciência é descrita como conduzindo a sentimentos já de remorso,
quando o indivíduo age contra seus valores morais, já de retidão ou integridade,
quando a ação corresponde a essas normas. Em que medida a consciência
representa um juízo anterior a uma ação e se tais juízos baseiam-se, ou deveriam
basear-se, somente na razão é um tema muito discutido em toda a história da
filosofia.

A visão religiosa da consciência a vê ligada a uma moralidade inerente a


todos os seres humanos, a uma força cósmica benevolente ou a uma divindade. Os
aspectos rituais, míticos, doutrinais, legais, institucionais e materiais da religião não
são necessariamente coerentes com as considerações vivenciais, experienciais,
emotivas, espirituais ou contemplativas sobre a origem da consciência. Sob um
ponto de vista secular ou científico a capacidade de consciência moral é vista como
de origem provavelmente genética, com seu conteúdo sendo aprendido como parte
da cultura.

Metáforas comuns para a consciência incluem, entre outras, a "voz interior" e


a "luz interior". Consciência é um conceito importante em direito, tanto nacional
como internacional, cada vez mais aplicado ao mundo como um todo,foi muitas
vezes inspiração de inúmeros atos nobres para o bem comum e foi muitas vezes
tema em artes, sobretudo literatura, música e cinema.

3. CONSCIÊNCIA MORAL SEGUNDO A DOUTRINA CATÓLICA


Segundo a doutrina da Igreja Católica, a consciência moral é um juízo da
razão que ordena o homem a praticar o bem e evitar o mal. A consciência, presente
no íntimo de qualquer pessoa e indissociável à dignidade humana, permite a
qualquer pessoa avaliar a qualidade moral dos actos realizados ou ainda por
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realizar, permitindo-lhes assim assumir a responsabilidade porque possuem
liberdade para escolher entre o bem e o mal. A Igreja Católica defende que quem
escutar correctamente a sua consciência moral "pode ouvir a voz de Deus que lhe
fala".

O Papa Bento XVI, utilizando o pensamento teológico do Cardeal Newman,


defende que a consciência "é a expressão da acessibilidade e da força vinculadora
da verdade" e a capacidade da pessoa humana de "reconhecer, precisamente nos
âmbitos decisivos da sua existência – religião e moral –, uma verdade, a verdade. E,
com isto, a consciência, a capacidade do homem de reconhecer a verdade, impõe-
lhe, ao mesmo tempo, o dever de se encaminhar para a verdade, procurá-la e
submeter-se a ela onde quer que a encontre. Consciência é capacidade de verdade
e obediência à verdade, que se mostra ao homem que procura de coração aberto" a
verdade, que foi revelada por Deus aos homens". Logo, a concepção católica de
consciência entra em oposição com o conceito moderno de consciência: para o
pensamento moderno relativista e subjectivista, a consciência "significa que, em
matéria de moral e de religião, a dimensão subjectiva, o indivíduo [com as suas
intuições e experiências], constitui a última instância de decisão", porque a religião e
a moral não conseguem ser quantificadas, calculadas e verificadas por métodos
científicos e experimentais objectivos.

Por a consciência estar vinculada à verdade e ao bem, as pessoas devem


agir com rectidão e em conformidade com a consciência, ou seja, deve "estar de
acordo com o que é justo e bom, segundo a razão e a Lei divina". Como a pessoa
humana possui dignidade, ela não deve por isso ser impedido ou obrigado a agir
contra a sua consciência, "sobretudo em matéria religiosa". Por isso, ela deve
"obedecer sempre ao juízo certo da sua consciência, mas esta também pode emitir
juízos erróneos, por causas nem sempre isentas de culpabilidade pessoal". Mas,
uma pessoa que fez um acto mal por "ignorância involuntária, mesmo que
objectivamente não deixe de ser um mal", é inimputável.

Para evitar que a consciência emita juízos erróneos, é preciso rectificá-la e


torná-la perfeita, para que ela esteja em sintonia com a vontade divina, através da
educação, "da assimilação da Palavra de Deus e do ensino da Igreja. Além disso,

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ajudam muito na oração e o exame de consciência", bem como os dons do Espírito
Santo e "os conselhos de pessoas sábias".

Para além disso, é necessário também que a consciência siga três normas
mais gerais e importantes acerca da conduta moral humana:

1. Nunca é permitido fazer o mal porque daí derive um bem;


2. A chamada regra de ouro: «tudo quanto quiserdes que os homens vos
façam, fazei-lho vós também» (Mt 7, 12);
3. A caridade passa sempre pelo respeito do próximo e da sua consciência,
embora isto não signifique aceitar como um bem aquilo que é objectivamente
um mal".

3- ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA DO EU
As alterações da consciência do eu são relacionadas com a identidade
pessoal, incluindo-se os transtornos de êxtase, vivência de transformação do eu,

3.1- ÊXTASE
O êxtase representa o mais elevado grau do sentimento vital. É a vivência de
sentir-se fora-de-si, uma transformação da consciência do eu e da consciência do
mundo que, em estado normal, se caracteriza pelo conhecimento das limitações da
própria existência pela individualização do confinamento em um corpo e uma
consciência individual. Como fenômeno psicopatológico é observado em alguns
enfermos histéricos e esquizofrênicos.

Na maior parte dos casos de êxtase psicogénico muito contribui para a


autossugestão. O êxtase é observado com maior frequência em enfermos histéricos
e mais raramente na esquizofrenia.

3.2- A vivência de transformação do eu


A vivência de transformação do eu são sentimentos de transformação intima e
interna, de metamorfose dos pensamentos e sentimento, como algo vago e
indefinido do eu empírico e sente o seu eu mudado ou transformado sobrevém a
vivência de transformação da própria pessoa, que consiste no fato de que o enfermo
já não pensa, não sente e nem age como antes, pois experimentou uma profunda
mutação de sua personalidade, fenômeno observado no início da esquizofrenia. O

7
mesmo pode ocorrer em alguns quadros neuróticos, quando o paciente se queixa de
experimentar sentimentos de transformação dos traços característicos de sua
individualidade, especialmente durante o tratamento pela psicoterapia.

3.3- Transitivismo
O transitivíssimo é o fenômeno que consiste em o enfermo sentir-se
transformado em outra pessoa. Em psicopatologia, o termo serve para designar as
alterações observadas em alguns enfermos, que consistem no desaparecimento da
relação entre o corpo e os objetos do meio exterior. Trata-se da impossibilidade de
estabelecer a distinção entre aquilo que é próprio do individuo e aquilo que pertence
ao meio exterior.

3.4- Possessão
A possessão, segundo Paim (1993) é a alteração da consciência do eu
caracterizada pelo fato de individuo sentir-se possuído por entidades sobrenaturais,
especialmente, espíritos ou pelo demônio. Possui um caráter universal e é explicado
em termos de sugestão e como resultado de múltiplos desdobramentos do eu.

A crença em espíritos desempenha papel importante no aparecime3nto da


possessão, sendo, portanto, através da provocação artificial da possessão, o
homem primitivo até certo ponto apossou-se dela para procurar voluntariamente a
presença consciente do metafisico, e o desejo de gozar essa consciência da
presença divina oferecendo forte incentivo para cultivar estados de possessão.

Na clinica, observa-se que a possessão é acompanhada do sentimento de


desdobramento da personalidade e se manifesta em sua forma típica no delírio e
possessão demoníaca. As manifestações de possessão são encontradas
habitualmente nos médiuns espíritas e os casos que chegam ao hospital psiquiátrico
estão relacionados com enfermos histéricos e epilépticos. Existem casos de
possessão demoníaca em enfermos que havia padecido de encefalite letárgica.

3.5- Transe
Para Dalgalarrondo (2008) é o estado de dissociação da consciência que se
assemelha a sonhar acordado, diferindo disso, porém, pela presença de atividade
motora automática e estereotipada acompanhada de suspensão parcial dos
movimentos voluntários. O estado de transe ocorre em contextos religiosos e

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culturais (espiritismo kardecista, religiões afro-brasileiras e religiões evangélicas
pentecostais e neopentecostais).

Os estados de transe e possessão culturalmente contextualizados e


sancionados são fenômenos muito difundidos nas várias culturas em todo o mundo,
vistos, na atualidade, como um recurso religioso e sociocultural que permite às
pessoas, sobretudo às mulheres, lidar com as dificuldades da vida por meio de
estratégias religiosas socialmente legitimadas.

3.2.1. O Inconsciente
O inconsciente, para Paim (1993) designa os processos nervosos que
escapam inteiramente ao conhecimento pessoal, como a maior das regulações
orgânicas; em sentido amplo, é tudo quanto num determinado momento escapa à
consciência, sem diferenciar entre o subconsciente e o inconsciente essencial; e no
sentido de Freud, qualifica os processos dinâmicos que atuam eficazmente sobre a
conduta sem que atinjam a consciência.

Em psicologia, o inconsciente é empregado como adjetivo para qualificar


determinado fato psicológico que escapa ao conhecimento do individuo, sendo, pois,
o conjunto de processos psicológicos que estão fora da consciência. A maior parte
da vida anímica se desenvolve no inconsciente.

O inconsciente, segundo Dalgalarrondo (2008), funciona regido pelo princípio


do prazer por meio do processo primário em forma de condensação e deslocamento.
É isento de contradições mútuas e não possui referência ao tempo:

1. Atemporalidade = No inconsciente, não existe tempo; ele é atemporal. Os


processos inconscientes não são ordenados temporalmente, não se alteram
com a passagem do tempo, não têm qualquer referência ao tempo.
2. Isenção de contradição = no sistema inconsciente, não há lugar para
negação ou dúvida, nem graus diversos de certeza ou incerteza. Tudo é
absolutamente certo, afirmativo.
3. Princípio do prazer = o funcionamento do inconsciente não segue as ordens
da realidade, submete- se apenas ao princípio do prazer. Toda a atividade
inconsciente visa evitar o desprazer e proporcionar o prazer,
independentemente de exigências éticas ou realistas. A busca do prazer se

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dá por meio da descarga das excitações, diminuindo-se ao máximo a carga
de excitações no aparelho psíquico.
4. Processo primárias = as cargas energéticas (catexias) acopladas às
representações psíquicas, às ideias, são totalmente móveis.

A repressão, para Paim (1993), é um processo que se inicia na primeira


infância, sob a influencia dos princípios éticos dominantes no ambiente, perdurante
durante toda a vida do individuo. O inconsciente contém apenas as partes da
personalidade que poderiam ser conscientes se o processo da cultura não as tivesse
reprimido.

Para Paim (1993), existem dois tipos de inconsciente: um latente, capaz de


tornar-se consciente; e outro reprimido, que não é, em si próprio e sem mais
trabalho, capaz de tornar-se consciente.

3.2.2. Alterações da Consciência


As alterações da consciência – patologia – são devidas a perturbações da
atividade fisiológica dos hemisférios cerebrais.

Para Dalgalarrondo (2008), a obnubilação ou turvação da consciência é o


rebaixamento da consciência em grau leve a moderado.

Para Paim (1993) os estados patológicos da consciência são obnubilação,


coma, delírio oniróide, amência ou confusão mental, estados crepusculares e
onirismo.

3.2.3. Obnubilação

A obnubilação da consciência é um desvio mórbido do curso normal dos


processos psíquicos. Caracteriza-se, essencialmente, pela diminuição do grau de
clareza do sensório, com lentidão da compreensão, dificuldade da percepção e da
elaboração das impressões sensoriais. Os processos psíquicos são fragmentários e
os sentimentos muito imprecisos, sem que possam conduzir à execução de qualquer
ato volitivo. A obnubilação da consciência representa um sintoma obrigatório na
maior parte dos transtornos mentais sintomáticos. Nesses casos, a obnubilação tem
valor de sintoma objetivo, visto que ela se reflete na expressão fisionômica da
conduta do enfermo.

10
3.2.4. Coma
Para Dalgalarrondo (2008), o coma é o grau mais profundo de rebaixamento
do nível de consciência. No estado de coma, não é possível qualquer atividade
voluntária consciente. Além da ausência de qualquer indício de consciência, os
seguintes sinais neurológicos podem ser verificados: movimentos oculares errantes
com desvios lentos e aleatórios, nistagmo, transtornos do olhar conjugado,
anormalidades dos reflexos oculocefálicos (cabeça de boneca) e oculovestibular
(calórico) e ausência do reflexo de acomodação.

Para Paim (1993), o coma, em grego quer dizer sono profundo, é o estado
mais acentuado de perda da consciência, que se acompanha, geralmente, de
perturbações neurológicas e somáticas gerais. O enfermo conserva apenas a vida
vegetativa, estando bastante alterados, de acordo com a intensidade do estado, os
automatismos reflexos da vida de relação. No estado comatoso a consciência se
acha profundamente alterada ou quando abolida, tanto assim que o enfermo não
dispõe da capacidade de se manter aberto ao mundo externo e, desse modo, ter
consciência do vivo. Os estados de coma são observados em todas as formas
diretas ou indiretas de lesão cerebral.

3.2.5. Delírio Oniróide


Para Paim (1993), o delírio oniróide é uma síndrome observada no curso de
doenças febris, intoxicações crônicas e enfermidades cerebrais orgânicas. Em sua
fase de pleno desenvolvimento, caracteriza-se por estes sintomas fundamentais:
obnubilação da consciência, desorientação e alucinações. Após uma fase
premonitória, de curta duração, em que o doente apresenta mal-estar, sono inquieto,
sensações imprecisas, intranquilidade, cefaleia e hiperestesia, surge no quadro
clinico a excitação psicomotora.

A percepção do mundo exterior está completamente deformada pelas ilusões.


As reações afetivas são muito vivas e adequadas ao conteúdo da consciência. O
enfermo participa ativamente das cenas produzidas pela imaginação, as quais,
geralmente, são angustiosas. O delírio oniróide apresenta-se no curso de
enfermidades tóxicas e infecciosas.

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3.2.6. Amência
A amência ou confusão mental é uma perturbação caracterizada
principalmente por turvação mais ou menos acentuada da consciência,
acompanhada de fenômenos de excitação psicomotora. É uma manifestação
sintomática que se desenvolve de forma aguda com um quadro de confusão
fantástica, acompanhada de transtornos ilusórios e alucinatórios, e inquietação
motora. O quadro clínico corresponde em grande parte à loucura alucinatória do
puerpério. A amência aparece nas doenças infeccionais e evolui para cura dentro de
poucas semanas.

3.2.7. Estados Crepusculares


Os estados crepusculares, segundo Dalgalarrondo (2008), são os estados
patológicos transitórios nos quais uma obnubilação da consciência (mais ou menos
perceptível) é acompanhada de relativa conservação da atividade. Nos estados
crepusculares, há, portanto, estreitamento transitório do campo da consciência,
afunilamento da consciência (que se restringe a um círculo de ideias, sentimentos ou
representações de importância particular para o sujeito acometido), com a
conservação de uma atividade psicomotora global mais ou menos coordenada,
permitindo a ocorrência dos chamados atos automáticos.

Para Paim (1993), os estados crepusculares são um estreitamento transitório


da consciência, com a conservação de uma atividade mais ou menos coordenada.
Acompanha-se de falsa compreensão da situação. Em geral, a percepção do mundo
exterior é imperfeita ou de todo inexistente. Em alguns casos é possível observar a
presença de alucinações e ideias deliroides. A conduta do enfermo durante o
episódio pode parecer ordenada, principalmente quando a obnubilação da
consciência não é muito acentuada. Costumam desaparecer rapidamente, mas em
alguns podem durar muitos dias, apresentando-se e terminando de modo súbito,
acompanhando-se de amnesia em relação às vivências acessuais.

3.2.8. Onirismo
O onirismo é empregado para designar os estados de sonho patológico,
caracterizado pela predominância extraordinária das representações imaginadas
sobre as perturbações sensoriais e sensitivas, que são acentuadamente deformadas
e amplificadas. No onirismo muitas imagens aparecem como nitidamente
12
alucinatórias, isto é, com uma contribuição sensorial nula, mesmo quando são
experimentadas como estéticas. O problema se coloca então na origem dessas
estasias. Os estados de onirismo costumam apresentar-se nas perturbações
mentais exógenas e na esquizofrenia.

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5- CONCLUSÃO
Nesse sentido, consciência é o que se designa campo da consciência. É a
dimensão subjetiva da atividade psíquica do sujeito que se volta para a realidade. 3.
A definição ético-filosófica é utilizada mais frequentemente no campo da ética, da
filosofia, do direito ou da teologia.

Em psicologia, o inconsciente é empregado como adjetivo para qualificar


determinado fato psicológico que escapa ao conhecimento do individuo, sendo, pois,
o conjunto de processos psicológicos que estão fora da consciência. A maior parte
da vida anímica se desenvolve no inconsciente.

A obnubilação da consciência representa um sintoma obrigatório na maior


parte dos transtornos mentais sintomáticos. Nesses casos, a obnubilação tem valor
de sintoma objetivo, visto que ela se reflete na expressão fisionômica da conduta do
enfermo.

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6- REFERÊNCIAS

DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais.


Porto Alegre: Artmed, 2008.

PAIM, Isaías. Curso de psicopatologia. São Paulo: EPU, 1993.

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