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AULA INAGURAL: MESTRADO / DOUTORADO EM

PSICÁNALISE, FAMÍLIA E COMUNIDADE

PSICOPATOLOGIA
E NOVOS PARADIGMAS

Dra.Blanca de Souza V.Morales


blancmorales@yahoo.com.br
PSICOPATOLOGIA

 O termo é de origem grega – psiché, alma e


patologia. Traduzido em sentido literal
significa patologia do espírito.
 Tratando do sofrimento (pathos) psíquico, não
há um único saber e sim múltiplos discursos.
 A “patologia” o “doença mental” acontece
quando a pessoa perde a capacidade de
escolher e agir de acordo com a sua vontade.
Modernidade

• A psicologia como instituição tem sua


prática associada a dispositivos de poder-
saber que controlam os sentidos sobre
saúde,doença, normalidade e patologia.
• A prática psiquiátrica está regida por
relações de poder,desqualifica ao “doente
mental”. Este não fala, é falado.
• As figuras ligadas à anormalidade, no
discurso da modernidade:os loucos.
Pós-modernidade

 Lyon (1998) enfoca a pós-modernidade como um


conjunto de mudanças sociais no final do século
XX e destaca:o abandono da ciência construída
sobre bases firmes e o colapso das hierarquias
do conhecimento.
 Os modelos presentes na psicopatogia da pós-
modernidade: as neurociências, o cognitivismo e
os modelos sistêmicos (pesquisa em
comunicação patológica no ambiente familiar).
Pós-estruturalismo

 novos referenciais, a busca de um novo olhar


para o sujeito, longe de um determinismo causal
do inconsciente e distante do sujeito cartesiano,
considerado onipotente e sem alteridade.
 mudança na dicotomia observador e sistema
observado e a idéia de uma co-construção do
conhecimento numa ação colaborativa entre
disciplinas (abordagem sistêmica).
Abordagem sistêmica

 Um novo referencial, herdado do colapso


estrutural e nascido das teorias do paradoxo,
descobertas nos estudos acerca da comunicação
esquizofrênica e herdeira da antipsiquiatria.
 A sua segunda versão, decorrente da chamada
segunda cibernética, prega o status de novo
paradigma. (Esteves de Vasconcelos, 2002).
Abordagem sistêmica

 a busca da complexidade através de uma


incessante contextualização da situação do
doente;
 a exploração da instabilidade dos sistemas
familiares;
 e a noção de um espaço de intersubjetividade,
caracterizado pela impossibilidade de
equivalência entre representação e verdade.
Novo paradigma
 Se o que é pensado não pode ser, de forma
alguma, uma representação da verdade, temos
implicações:
 a divergência e a não concordância de opiniões
vira uma "regra" em busca de um espaço
solidário de consenso.
 o conhecimento passa a ser "co-construído"
numa ação colaborativa entre clínicos-
pesquisadores.
Última e importante implicação:

 Na clínica, a hipótese psicopatológica seria


“co-construída” ao longo do processo
terapêutico,perdendo o clínico seu status de
expertise, e sua onipotência como detentor da
verdade.
Concepção pós-estruturalista de
psicopatologia

 nela quando dizemos, que determinado


paciente "é" obsessivo podemos estar
querendo dizer que ele :
 "está" obsessivo no sistema familiar, ou seja,
sua dinâmica depende da família e nesta ele
só sobrevive atuando obsessivamente.
 tem um grave conflito na fase anal, que o
leva a agir assim devido a forças
inconscientes ou;
 optou agir assim para suportar sua
existência.
Pós-modernidade

 Ao analisar as relações secretas que


fundam a psicopatologia da pós-
modernidade, Birman cita as depressões,
as toxicomanias e a síndrome de pânico
como as patologias da atualidade.
 Existe uma “cultura da exaltação
desmesurada do eu”
Os “doentes” da pós-modernidade

• O sujeito precisa ser um “cidadão da


sociedade do espetáculo” situação para a
qual os deprimidos e aqueles que sofrem da
síndrome do pânico não servem.
• Nessa cultura, são valorizados aqueles “que
sabem utilizar os meios de se exibir e capturar
o olhar dos outros”.
• Para aqueles que não se adaptam a essa
sociedade, uma solução é a química.
Terapia Comunitária Integrativa

 Na TCI os sofrimentos provocados pelas


descobertas da impotência dos homens os
levam a resgatar seus valores
culturais,crenças, reaprender a resgatar o
afeto, a humanidade do outro, do diferente,
construir redes de solidariedade.
 Leva aos profissionais a ultrapassar as
fronteiras conceituais de esquemas pré-
fabricados, a abrir-se a outras teorias e
culturas.
Referências

• Birman, J. (1999). A psicopatologia na pós-modernidade: As


alquimias no mal-estar da atualidade. Revista Latinoamericana de
Psicopatologia Fundamental, 2 (1), 34-49.
• Debord, G. (1997). A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro:
Contraponto. (Originalmente publicado em 1969).
• De Souza,B.(2002). A dependência de drogas no discurso do
psicólogo:Efeitos de Sentido.Porto Alegre.UFRGS.Tese de
Doutorado.
• Esteves de Vasconcelos, M. J. (2002). O pensamento sistêmico: O
novo paradigma da ciência. Campinas, SP: Papirus
• Fedida, P. (1998). De uma psicopatologia geral a uma
psicopatologia fundamental: Notas sobre a noção de
paradigma. Revista Latinoamericana de Psicopatologia
Fundamental, 1 (3), 107-121.
• Kaplan, E. (Org.). (1993). O mal-estar no pós-
modernismo: Teorias e práticas. Rio de Janeiro: J.
Zahar.
• Lyon, D. (1998). Pós-modernidade. São Paulo: Paulus.

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