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PSICOPATOLOGIA

Prof. Sérgio
1ª Aula – 09/02/23

O que psicopatologia?
Psico - Psique - pensamento, mente
Pato - patos - doença, paixão, passividade
Logus - conhecimento, estudo

Trata-se do estudo das doenças da mente (psique). Estudo das doenças mentais.
Ciência que busca compreender, estudar e entender as doenças psicológicas.

Por que a psicopatologia no curso de psicologia?


Porque o psicólogo trabalha nessa área
Para ter um conhecimento para encaminhar, quando necessário.
Para apoiar/auxiliar o diagnóstico médico.
Auxiliar no tratamento.
Auxiliar na prevenção das doenças.
A psicopatologia faz contraponto com a psicologia do desenvolvimento.
Independente de qual área venha a atuar o profissional por trabalhar com seres humanos e suas
relações. E exigido tal conhecimento mesmo que minimamente para realizar o acolhimento e/ou
encaminhamento correto.
A psicopatologia está intimamente ligada ao desenvolvimento ciclo vital.
O adoecimento psicológico e a junção dos fatores biopsicossocial, não é possível que ocorra
com apenas um desses três geradores.

PLANO DE ENSINO

Nosografia= classificação
Lei 10.216 Lei da reforma psiquiátrica

Pode faltar até 5 dias.


ETP1 8 questões e 4 dissertativas
Não tem exame, só ETP1 e ETP2

CONSIDERAÇÕES SOBRE O CAMPO DA DOENÇA MENTAL, PSICOSE E LOUCURA

Na idade média nem era considerado doença quando a pessoa tinha visões.
O entendimento da doença mental atual e um conceito construído ao longo da história, tendo se
modificado no decorrer do tempo junto as questões de cada época. Por exemplo – durante certos
momentos o conceito de loucura não era considerado uma doença e sim um símbolo de status
conferido a xamas e adivinhos que possuíam prestígios sociais.

As origens das doenças mentais (DM)


· Existem diversos critérios de normalidade e anormalidade na Psicopatologia e o conceito
de doença mental e suas formas de tratamento tem variado ao longo da história da
humanidade.
· Para entender os conceitos de doença mental atuais - é necessário um retrospecto
histórico, social e cultural.
· Muitas destas concepções persistem até hoje no imaginário popular e mesmo nas práticas
e meios científicos.

Se é considerado doença precisa de tratamento;


Transtorno mental = doença mental
O conceito de DM variou ao longo das eras. Bem como a “normalidade” dessas patologias. O
questionamento sobre sua existência ou o que seria considerado uma ou não. Bem como suas
formas de tratamento.
Existe ainda a persistência de certas superstições no imaginário social acerca do entendimento
do que são DM. Não se limitando apenas as pessoas leigas, mas também aqueles que cursaram
cursos como medicina.

De acordo com Pessotti (1995, p.7) “Se entendemos a loucura como a perda das capacidades
racionais ou a falência do controle voluntário sobre as paixões, uma história da loucura deveria
começar, praticamente, com a história da espécie humana”.

Concepção Mitológica-Religiosa

· Os primeiros registros sobre a loucura: remontam à Grécia Antiga.


· Homero (700 a.C.), poeta grego, autor da Ilíada e Odisseia, traz nestas obras o enfoque
mitológico-religioso da loucura.

Registros sobre a loucura remontam desde a Grécia antiga com Homero.


Tendo enfoque na presença da mitologia

· Neste, todo ato insensato do homem é determinado pela ação dos deuses, porque seus
caprichos determinaram o rumo dos acontecimentos ou porque deliberadamente roubam
do homem a razão.
· Em um trecho da Ilíada, Agamêmnon discorre sobre a natureza humana: “[....] eu não
conseguia esquecer da Atê que me havia transtornado, Mas como me deixei cegar por
Zeus roubou-me a luz da razão estou disposto a compensar largamente[...]”.

Algum comportamento atípico era atribuído aos deuses (os deuses que tiravam a razão da
pessoa - algo externo). Deuses: Atê e Zeus.
Deus era responsabilizado.
Todo ato de insensatez (emoções, insanidade, falta da razão etc.) era determinado como sendo
as ações dos deuses e seus caprichos. Retirando a responsabilidade do indivíduo frente a um
poder maior indubitável.

Atê – é uma entidade supra-humana capaz de influir nas ações dos homens. (presente na
mitologia).
Este enfoque persiste nos dias de hoje: na compreensão das causas das doenças mentais
a perturbações causadas por deus, espíritos ou demônios, seja pela própria pessoa, familiares ou
profissionais.

O enfoque mitológico-religioso persiste até hoje, porque entender uma doença física é mais
fácil que entender uma doença psíquica.
Mesmo na atualidade superstições permanecem (ou seja, a cura por meio da fé). Devido
ao difícil entendimento e explicação concreta sobre as DM e a questão de se utilizar testes que
diferem dos padrões típicos da medicina para constatar a existência da doença. A presença
desses fatores muito abstratos leva a pessoa a buscar no misticismo a cura.
É valido ressaltar que caso exista um envolvimento de tais crenças na constituição do
indivíduo, essa pode auxiliar no processo de recuperação até certo ponto. Mas apenas isso, uma
vez que a causa geradora não está no misticismo.

Concepção científica
· Com o Renascimento (século XV e XVI) e a Reforma (século XV) instala-se a concepção
científica da loucura.
· Acirrou-se a disputa entre médicos e teólogos pelos doentes mentais. Os médicos
defendiam que os loucos não eram responsáveis pelos seus atos, devendo ser
considerados doentes mentais e não bruxas ou hereges a serem caçados e convertidos.

Surgem várias concepções científicas e a religião vai perdendo sua força.


Renascimento (Séc. XV e XVI); reforma religiosa. E instaurado a concepção cientifica acerca da
loucura.
Iniciou-se com as suposições de Hipócrates que considerou a presença das DM no cérebro. Que
volta a surgir na renascença, estando presente nos debates da medicina.
Começa o debate entre religião que afirmava que a origem era a falta de fé e a presença de
demônios e sinais de heresia. Enquanto a medicina propunha que se tratava de uma doença
biológica devendo por tanto ser tratada por meios médicos com qualquer outra e o indivíduo
deveria ser em caso de crimes cometidos condenado como responsável por si e não ser
condenado a santa inquisição.

O INÍCIO DA PSIQUIATRIA

· Psiquiatria, como especialidade médica, surge no início do século XIX, com objetivo de
estudar e tratar a doença mental, tendo como marco inaugural o tratado de Philips Pinel
(1745-1826) publicado em 1801.
O que distinguia o ser humano dos animais é a RACIONALIDADE. Surge um campo dentro
medicina que buscou entender a doença mental.
À medida que as cidades cresciam surgiam os problemas sociais (roubos, pessoas que não
queriam trabalhar…).
Somando essa situação com a Revolução Francesa em 1790 (instituição da democracia) as
pessoas precisavam sair das ruas, então, foram tiradas de circulação e colocadas no hospital
psiquiátrico
Portanto o hospital psiquiátrico nasce antes da psiquiatria.

· Priorizava a importância dos aspectos comportamentais da loucura, a descrição e


observação dos sintomas e dos tipos de patologia e a necessidade de um local próprio
para a observação e tratamento – o hospital psiquiátrico.
· Graças a diminuição da importância da concepção mitológica-religiosa e do surgimento
dos trabalhos de Pinel e de outros – a Psiquiatria se constitui como aparato científico
próprio para o estudo e tratamento das doenças metais.
1951 surgiu o primeiro remédio para transtorno psíquico.

A psiquiatria conquista a tutela do doente mental e emprega a internação em hospitais


psiquiátricos para o estudo e o tratamento desses alienados.
Psique – mente
Atria - tratamento

· Isto resulta na exclusão definitiva do doente mental da sociedade, pois, na maioria das
vezes, não era curado e não retornava ao convívio social.

· Os tratamentos utilizados na época consistiam no uso técnicas de controle do


comportamento, da pedagogia moral, no uso de tratamentos físico-mecânicos (banhos,
contenções (amarrava a pessoa)) e químicos (purgações, insulina, eletrochoque).

1º Ato de D Pedro II foi criar o primeiro hospital psiquiátrico no Rio.


Os hospitais priorizando a importância dos aspectos comportamentais da loucura, a descrição
dos sintomas e dos possíveis tipos doenças sendo necessariamente um local próprio para a
observação e teste de possíveis métodos de tratamento.
Neste período diminui-se a importância da concepção mito-religião. E a psiquiatria surge com os
trabalhos de Pinel e outros.

Sendo uma das áreas de estudo mais novas da medicina.

Os atos de Pinel juntamente com outros fatores resultam na exclusão dos pacientes com DM da
sociedade, pois na maioria das vezes não era possível curar e posteriormente retornar a pessoa
ao convívio social.

Utilizava-se na época o uso de técnicas que posteriormente seriam aprimoradas e nomeadas


como técnicas de controle de comportamento, pedagogia moral, técnica físico-mecânica (banhos
quentes e frios, contenção) e tratamento químico como purgação, choques glicêmicos (uso de
insulina em grande quantidade) eletrochoques para aumentar a produção de neurotransmissores.
Tais atos persistem até a 2ª Guerra Mundial.

Com a associação aos campos de concentração nazistas e o aumento de pacientes vítimas dos
fantasmas da guerra surgem críticas aos métodos aplicados levando a suas mudanças.

· Louco como alienado e perigosos – portanto deve ser tutelado pela Psiquiatria e excluído
da sociedade.

· No final do séc. XIX - forte tendência na psiquiatria de entender as doenças mentais e


afetivas como produtos de modificações cerebrais.
· Kraepelin (1856-1926) – um dos maiores representantes da concepção organicista e da
descrição precisa dos sinais e sintomas dos transtornos mentais.

· Atualmente a Psiquiatria representa em todo o mundo a disciplina específica e científica


que objetiva o estudo, diagnóstico e tratamento das doenças mentais.

A visão da época era a de que o louco como alienado e perigoso deve ser tutelado pelo psiquiatra
e excluído da sociedade.

No final do séc. XIX a tendência da psiquiatria era entender DM como sendo produto de
modificações cerebrais.

Kraepelin- representante da concepção organicista e da descrição dos sinais e sintomas dos


transtornos mentais.

Referencias:
COCIUFFO, T. Encontro Marcado com a Loucura: ensinando e aprendendo Psicopatologia. São
Paulo: Luc, 2007.
PESSOTTI, I. A Loucura e as Épocas. São Paulo: Editora 34, 1995.
PESSOTTI, I. O Século dos Manicômios. São Paulo: Editora 34, 1996

Tânia Cocciufo
Cap 1. Loucura: de que se trata ?
Inicialmente descreve Maria, uma mulher de 30 anos, baiana, filha em uma família de oito irmãos
que veio para São Paulo e casou-se. Teve uma filha, nesse momento com 6 anos. Certa manhã o
marido saiu para trabalhar e teve um enfarte, a poucos metros da sua casa, no ponto de ônibus.
Sua história psiquiátrica teve início a 4 meses, Maria passou a ficar triste, sem apetite, com
insônia e não teve mais vontade de sair de casa, começou a ouvir vozes, e frequentemente essas
vozes falavam para ela se matar. Tentou suicídio duas vezes, na semana antes dela ser
internada, primeiro tomou veneno de rato, socorrida pela vizinha foi levada ao Pronto Socorro,
ficou com medo de virar um rato, porque “a lavagem não foi bem feita”. Na segunda vez, tentou
se jogar num poço que tem lá na casa dela e foi impedida por uma cunhada. Quando ela se
aproxima do poço a filha já pergunta “Mãe, você não vai se matar né ?”. Quando Maria conta
essa história para médica, se emociona, porque fala que não é louca e que sente saudade da
filha, que quer voltar para o nordeste.
Ela está internada a três semanas, parou de ouvir vozes, mas tem medo de voltar para casa e
“começar tudo de novo”. O diagnóstico de Maria é de depressão com sintomas psicóticos, uma
parte do tratamento é bem sucedida porque ela não teve mais alucinação, mas a ideia de morrer
não sai da sua cabeça.
Tratar de Maria significa somente medicá-la ? quais são as perspectivas par ela e sua filha ? em
determinado momento da conversa com a médica, ela disse que até hoje não entende como o
marido morreu “ele estava bom, disse tchau e não voltou”. O impacto da não continuidade deixou
Maria até hoje perplexa, o que vai ser da sua vida ? pensar em sua filha remete ao óbvio, da
necessidade de um trabalho preventivo com uma criança, que perdeu o pai e vive aos seis anos a
angústia diária de perder sua mãe em uma morte anunciada.
Lino Silva, em comunicação pessoal, apontou que, na linguagem de Bion, poderíamos dizer que o
continente mental de Maria foi explodido pelo contido impensável da morte súbita, do abandono
ilógico. Isso remeteu as situações fatais: até quando terá sua filha ? ela mesma, quando
morrerá ? o que fazer com a vida tão frágil e imponderável ? os remédios ajudam, mas não
bastam, Maria precisa de alguém para refletir sobre essas questões.

Concepção mítica e desenvolvimento posteriores


Quando se inicia o estudo da psicopatologia é importante entender que as concepções teóricas,
às vezes, podem ser diametralmente opostas, a questão entre o normal e o anormal depende de
uma determinada época. É um complexo estudo para vários ramos da ciência como:
antropologia, sociologia, psiquiatria e psicologia. Para entender a origem de tais percepções, é
necessário resgate histórico considerando o momento cultural e os seus vínculos no processo de
interpretação do fenômeno psicopatológico. Essas concepções existem também no imaginário
popular e nos meios científicos (fazem parte desse arcabouço cultural).
De acordo com Pessotti (1995, p.7) “Se entendemos a loucura como a perda das capacidades
racionais ou a falência do controle voluntário sobre as paixões, uma história da loucura deveria
começar, praticamente, com a história da espécie humana”.

Na Grécia antiga existem registros históricos sobre a loucura. Em relação a Homero 700 a.C., é
considerado o primeiro maior poeta épico da Grécia, autor de Ilíada e Odisseia, apresenta na sua
obra o enfoque mitológico religioso da loucura: o ato insensato é determinado pelas ações dos
deuses ou por seus caprichos, determinam o rumo dos acontecimentos ou porque
deliberadamente roubou um homem da razão.
A obra de Homero caracteriza o primeiro modelo teórico de loucura: um modelo mitológico
religioso. Essa concepção persiste até os dias de hoje, tanto na questão dos doentes mentais
como da própria doença, quando se atribui sua etimologia perturbações por espíritos.
Dois séculos depois de Homero encontramos outros textos de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes que
descrevem de diferentes formas a loucura. Este último, compôs duas peças sobre a paixão de
Fedra por seu enteado Hipólito, em que a loucura deixa de ser concebida como originária dos
caprichos dos deuses e determinação dos deuses para se desenvolver a partir do interior do
homem com suas paixões irresistíveis.
Pessotti diz: “assim, parece legítimo falar se de uma concepção de loucura, segundo Eurípedes,
ou Sófocles ou Ésquilo, mesmo admitindo-se que nenhum deles pretendeu explicar a
psicopatologia humana, mas, sim, retratar a vida humana com seus dramas e aberrações”.
O enfoque deixa de ser mítico-religioso passando agora uma concepção psicológica de loucura: o
produto do conflito passional do homem esse modelo agora é chamado psicológico encontra
posteriormente na obra de Freud, iniciada através dos estudos da histeria. Melaine Klein fala
sobre amor, ódio e reparação e em outros autores da teoria psicanalítica como Bion, Fédida etc
A história da histeria inclusive remonta a Grécia antiga. A língua grega, histera, significa matriz,
útero, e por muito tempo foi considerado uma doença de origem orgânica, especificamente
feminina, que afeta todo o corpo por supostas sufocações da “matriz”.
Para Platão (424-327 a.C.) sua concepção é dualística, afirmava que a mente a matéria eram
fenômenos separados. A alma racional seria imortal estaria localizada no cérebro e a alma
irracional estaria localizada no tórax. Para ele a psicopatologia apresentava várias formas –
melancolia, mania ....e acontecia quando a alma irracional estava de alguma forma separada da
parte racional ele atribui isso a uma distribuição de humores.
Hipócrates (460-380 a.C.) sugere gradualmente uma concepção organicista da loucura, para ele
a doença resulta da crise no sistema de humores. Defendeu a importância do cérebro como sede
das emoções do pensamento, e concebeu a histeria como uma doença em que o útero se
desprendia da cavidade pélvica. Recomenda para tratamento, o casamento precoce, insinuando
uma ligação entre frustração sexual e histeria, concepção que persistiu até a época de Pinel que
também recomendava o casamento precoce como cura.
Galeno (131-200 d.C.) é considerado o generalista e o eclético, a loucura era, uma disfunção
encefálica. Foi responsável pela localização de sete pares de nervos cranianos e a demonstração
de sangue nas artérias e nervos sensoriais e motores.
O modelo organicista considerado como uma terceira forma de concepção da loucura persiste
evidentemente na psiquiatria biológica que busca a causa da doença mental em alterações
orgânicas.

Concepção científica: ciência delimita caminhos.


Na concepção medieval, a loucura é associada a possessão diabólica, confirmando o modelo
mítico-religioso encontrado na obra de Homero, acrescido agora os valores do Cristianismo. Com
o Renascimento no século XV e XVI e a reforma do século XV, instala-se gradativamente uma
concepção científica da loucura. A psiquiatria como especialidade médica apta tratar a loucura
tem um marco inaugural no Tratado de Pinel (1745-1826) publicado em 1801.
Pinel, teve como seguidor Esquirol (1772-1840) que priorizou os aspectos comportamentais da
loucura. Essa posição contrariava a tendência da época, que enfatizava a importância das
alterações anátomo-fisiológicas como determinantes das psicopatologias.
No Renascimento, acirrou-se a disputa entre médicos e teólogos pelas histéricas. Os médicos
tentavam demolir a concepção demoníaca.
Na metade do século VIII, com a teoria de Franz Anton Mesmer, médico alemão, deu-se
gradualmente a passagem da concepção diabólica da histeria para a concepção científica. Como
apontou o Rodinesco, Mesmer sustentou que as doenças nervosas tinham como origem algum
desequilíbrio na distribuição do fluido universal.
A terapêutica de Mesmer propunha que o médico se transformasse no magnetizador,
restabelecendo a distribuição de fluido pelo corpo e obtendo desta maneira a cura. Ele foi
contestado e chamado de charlatão pela Academia Francesa de Ciências, estava muito longe da
compreensão científica, o que mudaria mais tarde com Charcot, em Paris, e Bernheim, em
Nancy.

Para opôr-se à tese de possessão diabólica apregoada pela igreja, a comunidade científica
sustenta que a histeria era uma doença do cérebro, atingindo os dois sexos. O médico francês
Charles Lepois foi o primeiro diagnosticar a histeria masculina, e depois foi apoiado pelo francês
Pierre Briquet que também agregou sua manifestação a fatores de ordem social e material, tais
como condições de trabalho, ciclos da natureza e movimento dos astros.

Quando o predomínio da concepção diabólica da histeria se esvanece, graças a revolução de


Pinel na Psiquiatria, acontece então o confronto entre duas tendências científicas opostas: os
organicistas para quem a histeria era uma doença cerebral (fisiológica e hereditária), e os
defensores da psicogênese que concebiam como uma afecção psíquica, uma “neurose”.

O termo “neurose” foi introduzido em 1769, pelo médico escocês William Cullen e designava as
afecções mentais sem alterações orgânicas, tratando-se de uma doença nervosa.

Em 1843 o médico escocês James Braid introduziu o termo hipnose (grego hipnis = sono) para
demonstrar ineficácia das intervenções do tipo magnético proposta por Mesmer. Braid substituiu a
teoria fluídica pela noção de estimulação físico-químico psicológica e substituiu a técnica de
Mesmer pela fixação do olhar do paciente em um objeto brilhante com objetivo de provocar um
“estado de sono”, o que ressaltava a natureza psicológica e não fluídica da relação.

Em 1884, Auguste Liébeault e Hipplyte Bernheim fundaram a escola Nancy, retomando o


hipnotismo como forma de tratamento a pacientes nervosos (entendiam que a hipnose era mera
sugestão), essa escola tornou-se grande rival da Escola Sapetriére que tinha por grande
exponente Jean Marin Charcot, que definia a hipnose como uma doença artificialmente produzida
que era produzida em histéricos.

No século XIX vê-se uma forte tendência de explicar as desordens do comportamento, as


desordens afetivas como produtos de modificações cerebrais.

Emil Kraepelin surgiu nesse período como o maior representante da concepção organicista da
doença mental, responsável pela classificação e descrição sistemática dos sintomas, fundou a
nosografia psiquiátrica e termos como “demência precoce” e “psicose-maníaco depressiva”, sua
visão foi muito importante para a psiquiatria. Os sintomas eram considerados entidades mórbidas,
a fala do doente não tinha importância.

O psiquiatra suiço Eugen Bleuler, contemporâneo de Kraepelin e Freud, sem renunciar à etilogia
orgânica e hereditária da loucura, apontou a importância da clínica baseada na escuta do
paciente e cita:

“Quando um médico se defronta com a grande tarefa de ajudar uma pessoa psiquicamente enferma, vê à
sua frente dois caminhos: ele pode registrar o que é mórbido. Irá, então, a partir dos sintomas da doença,
concluir pela existência de um dos quadros mórbidos impessoais que foram descritos. [...] Ou pode trilhar
outro caminho: pode escutar o doente como se fosse um amigo de confiança. Nesse caso, dirigirá a sua
atenção menos para constatar o que é mórbido, para anotar sintomas psicopatológicos e, a partir disso,
chegar a um diagnóstico impessoal, e mais para tentar compreender uma pessoa humana na sua
singularidade e co-vivenciar suas aflições, seus temores, seus desejos e suas expectativas pessoais.”
Bleuler, a par das divergências teóricas com Freud, em relação à etilogia das doenças mentais,
contribuiu para tirar a loucura do período de silêncio que lhe foi imposto quando se tornou objeto
de ciência. “A loucura, que durante tanto tempo foi evidente e indiscreta, só sairá do silêncio com
a descoberta da Psicanálise”

A psicanálise surgiu no final do século XIX, localizando a morada dos deuses e demônios no
interior dos homens, e trazendo à tona o inconsciente, sujeito habilitado de forças que
desconhece e que precisa ser compreendido a luz da subjetividade.
Essa teoria colocou o doente como participante de sua doença e resultou em importante escuta
da fala trazida pelo paciente. Considerava os sintomas como mensagens a serem interpretadas.

Sob essas teorias, chegamos ao século XX. A forma de tratar a loucura nunca foi unâmine, como
na atualidade, é fonte de confrontos e conflitos.

2ª Aula de 16 02 23
Texto da reforma psiquiátrica e política de Saúde Mental no Brasil
1- Quais foram os principais antecedentes históricos para o início da reforma
psiquiátrica no Brasil?
Os principais antecedentes históricos para início da Reforma Psiquiátrica aconteceram na década
de 70:
- a eclosão do “movimento sanitário nos anos 70” em favor da mudança dos modelos de
atenção e gestão nas práticas de saúde, defesa da saúde coletiva, equidade na oferta de
serviços e protagonismo dos trabalhadores e usuários
- crise do modelo de assistência centrado no hospital hospitalocêntrico (violência asilar –
apoiado exclusivamente por técnicas coercitivas punitivas)
- Movimentos sociais pelos diretos dos pacientes psiquiátricos.

2- Quais foram os principais atores, denúncias e propostas e ações do primeiro


momento da reforma crítica ao modelo hospitalocêntrico (1978-1991)?
Os principais atores do movimento da reforma foram: as instituições e forças de diferentes
origens, os governos federal, estadual e municipal, as universidades, o mercado de serviços de
saúde, os conselhos profissionais, as associações de pessoas com transtornos mentais e seus
familiares, os movimentos sociais e da opinião pública.
As denúncias eram relativas à violência dos manicômios, da mercantilização da loucura, da
hegemonia de uma rede privada de assistência, crítica ao chamado saber psiquiátrico e ao
modelo hospitalocêntrico.
Proposta e ações: possibilidade de construção de uma rede de cuidados efetivamente substitutiva
ao hospital psiquiátrico.
Em 1978 – Movimento dos Trabalhadores de Saúde Mental (MTSM) e denúncia da violência nos
manicômios
Em 1987:
2º Congresso Nacional do MTSM em Bauru, lema “por uma sociedade sem manicômios”
1ª Conferência Nacional de Saúde Mental no Rio de Janeiro
Surgiu o primeiro CAPS, foi em SP
Em 1988: Criação do SUS
Em 1989:
A) Intervenção com repercussão nacional – Casa de Saúde Anchieta (maus tratos e mortes) -
Santos/SP (foi um marco no processo da reforma psiquiátrica)
B) Surgiu os NAPS (24h) em Santos/SP
C) São criadas cooperativas e residências para os egressos do hospital e associações.
A junção desses dois fatores culminou na Reforma Psiquiátrica
Congresso Nacional entra o com o Projeto de Lei para extinção dos manicômios (início das lutas
no campo legislativo e normativo).

3- Quais foram as principais ações do período da Reforma-Implantação da rede extra-


hospitalar (1992-2000)?
As principais ações foram:
- substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede integrada de atenção à saúde
mental,
- assinatura do Brasil na declaração de Caracas e a realização da II Conferência Nacional de
saúde mental (que passam a entrar em vigor no país as primeiras normas federais sobre a
implantação do serviço de atenção diária, fundadas nas experiências dos primeiros CAPS,
NAPS e hospitais dia, e as primeiras normas de fiscalização e classificação).
Nesse período, o processo ainda era descontínuo.
Ao final desta década, o país tem em funcionamento 208 caps, mas cerca de 93% dos recursos
do ministério da Saúde para a saúde mental ainda eram destinados aos hospitais psiquiátricos.

4-Aponte as principais consequências para a Reforma Psiquiátrica da aprovação da Lei


10.216 em 2001
As principais consequências foram: a construção de uma rede de atenção de saúde mental
substitutiva ao modelo centrado na internação hospitalar e a fiscalização e redução progressiva e
programada dos leitos psiquiátricos existentes.
É importante citarmos também que, após a promulgação da lei 10.216/01 houve um novo impulso
e um novo ritmo no processo da reforma psiquiátrica no Brasil, além dos itens supracitados, foram
concedidas novas linhas específicas de financiamento no Ministério da Saúde para atender a os
serviços abertos e substitutivos ao hospital psiquiátricos, foram criados novos mecanismos de
fiscalização, gestão e redução programada de leitos psiquiátricos no Brasil.
Esse processo de desinstitucionalização de pessoas longamente internadas é impulsionado pela
criação do programa “De volta para casa”.
Ao final de 2004, os recursos gastos com hospitais psiquiátricos passam a representar cerca de
64% do total dos recursos do Ministério da Saúde para a saúde mental.
5-O que são as Residências terapêuticas e seu papel na assistência em Saúde Mental e na
redução de leitos nos hospitais psiquiátricos?
Residências terapêuticas ou serviços residenciais terapêuticos (SRT) ou simplesmente moradias,
são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para responder às necessidades de
moradia de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, egressas de hospitais
psiquiátricos. É como um equipamento de saúde e deve acolher, no máximo, 8 moradores.
Seu papel é garantir o direito à moradia as pessoas egressas de hospitais psiquiátricos e de
auxiliar o morador em seu processo de reintegração à comunidade. É o início de um longo
processo de reabilitação que deverá buscar a progressiva inclusão social do morador,
respeitando cada caso e o ritmo de readaptação de cada um.
Embora esse serviço seja permanente, tem ritmo próprio e acompanha, de forma geral, o
processo de desativação de leitos psiquiátricos.

6- Discorra sobre o programa: De Volta pra Casa e seus efeitos na reforma psiquiátrica.
É um programa que visa inserir na sociedade pessoas com longo histórico em hospitais
psiquiátricos. Trata-se de uma estratégia eficaz para uma redução de leitos nos estados e
municípios.
Como funciona? Através do pagamento mensal de um auxílio reabilitação no valor de R$ 240,00
aos seus beneficiários.
Para participar do Programa é preciso ser egressa de Hospital psiquiátrico ou hospital de
custódia e tratamento psiquiátrico, além disso precisa ter uma indicação para inclusão em
programa municipal de reintegração social.
O programa possibilita o bem-estar e os direitos civis das pessoas.
Para o beneficiário continuar no Programa o Município de residência do beneficiário deve
assegurar uma estratégia de acompanhamento dos beneficiários em uma rede de atenção à
saúde Mental capaz de dar resposta efetiva as demandas de saúde mental. A cada ano pode ser
renovado esse benefício e a equipe de saúde que acompanha entendam ser uma estratégia
ainda necessária para o processo de reabilitação.

Centros de atenção Psicossocial


1- Qual o papel do Caps na Rede de Atenção à Saúde Mental e como foi o processo de
sua criação no bojo da Reforma Psiquiátrica no Brasil?
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), entre todos os dispositivos de atenção à saúde
mental, têm valor estratégico para a Reforma Psiquiátrica Brasileira, pois passa a demonstrar a
possiblidade de organização de uma rede substitutiva ao Hospital Psiquiátrico no País.
É função dos CAPS prestar atendimento clínico em regime de atenção diária, evitando assim as
internações de hospitais psiquiátricos; promover a inserção social das pessoas com transtornos
mentais através de ação ações intersetoriais; regular a porta de entrada da rede de assistência de
saúde mental na sua área de atuação e dar suporte à atenção à saúde mental a rede básica.
A reforma psiquiátrica visando promover a redução progressiva e pactuada de leitos a partir de
hospitais de grande porte, criou o CAPS, como um instrumento para apoio desses pacientes. A
consolidação da reforma psiquiátrica brasileira exigiu negociações pactuações sucessivas entre
os gestores municipais e estaduais e federais, prestadores de serviço e controle social. Foram
criadas “comissões intergestores”, bipartite (município e estados) e tripartite (Ministério da Saúde,
estados e municípios) e os Conselhos Comunitários de Saúde.

2- Quais são os principais objetivos do CAPS e quais populações podem ser atendidas
neles?
O principal objetivo do CAPS é oferecer atendimento à população de sua área de abrangência,
realizando o acompanhamento clínico e a reinserção social dos usuários pelo acesso ao trabalho,
lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços familiares e comunitários. É um
serviço de atendimento de saúde mental criado para ser substituto as internações em hospitais
psiquiátricos.
Podem ser atendidas pelo CAPS aquelas pessoas com intenso sofrimento psíquico, aqueles que
tem estão impossibilitados de viver e realizar seus projetos de vida. São preferencialmente
pessoas com transtornos mentais severos e/ou persistentes, ou seja, pessoas com grave
comprometimento psíquico, incluindo os transtornos relacionados a substâncias psicoativas
(álcool e outras drogas), também crianças e adolescentes com transtornos mentais.

3-Quais as atividades principais que o CAPS pode oferecer?


Por excelência, os CAPS organizam a rede de atenção às pessoas com transtornos mentais nos
municípios e são articuladores estratégicos dessa rede e da política de saúde mental num
determinado território.

Esse trecho abaixo copiei da apostila de Reforma Psiquiátrica porque achei importante:

Os principais desafios da Reforma Psiquiátrica


Acessibilidade e eqüidade
Algumas considerações devem ser feitas a respeito destes dois desafios cruciais da Reforma,
que são também os desafios do SUS.
•Estima-se que 3% da população necessitam cuidados contínuos em saúde mental, em função de
transtornos severos e persistentes (psicoses, neuroses graves, transtornos de humor graves,
deficiência mental com grave dificuldade de adaptação). A magnitude do problema (no Brasil,
cerca de 5 milhões de pessoas) exige uma rede de cuidados densa, diversificada e efetiva.
•Cerca de 10 a 12% da população não sofrem transtornos severos, mas precisam de cuidados
em saúde mental, na forma de consulta médico-psicológica, aconselhamento, grupos de
orientação e outras formas de abordagem.
•O modelo hospitalocêntrico (e também o dos ambulatórios de especialidades), por ser
concentrador de recursos e de baixa cobertura, é incompatível com a garantia da acessibilidade.
•Sem a potencialização da rede básica ou atenção primária de saúde, para a abordagem das
situações de saúde mental, não é possível desenhar respostas efetivas para o desafio da
acessibilidade.
•Transtornos graves associados ao consumo de álcool e outras drogas (exceto tabaco) atingem
pelo 12% da população acima de 12 anos, sendo o impacto do álcool dez vezes maior que o do
conjunto das drogas ilícitas. A criminalização do consumo agrava a vulnerabilidade dos usuários
de drogas, exigindo uma articulação efetiva e inventiva entre a rede de cuidados e outras políticas
setoriais, como justiça, segurança pública, trabalho, educação, ação social. Sem esta articulação
e cooperação intersetorial, um acesso efetivo à prevenção e ao tratamento não está assegurado.
•A qualidade do atendimento deve ser garantida em todas as regiões do país, mesmo as mais
carentes e distantes dos centros universitários, e pode ser assegurada através de um forte
programa de capacitação, supervisão e formação de multiplicadores. O distanciamento entre as
instituições de formação e pesquisa e a saúde pública, no Brasil, agrava as carências de
formação e qualificação de profissionais.

Formação de Recursos Humanos


Um dos principais desafios para o processo de consolidação da Reforma Psiquiátrica Brasileira é
a formação de recursos humanos capazes de superar o paradigma da tutela do louco e da
loucura. O processo da Reforma psiquiátrica exige cada vez mais da formação técnica e teórica
dos trabalhadores, muitas vezes desmotivados por baixas remunerações ou contratos precários
de trabalho. Ainda, várias localidades do país têm muitas dificuldades para o recrutamento de
determinadas categorias profissionais, geralmente formadas e residentes nos grandes centros
urbanos.
Por esta razão, desde o ano de 2002 o Ministério da Saúde desenvolve o Programa Permanente
de Formação de Recursos Humanos para a Reforma Psiquiátrica, que incentiva, apóia e financia
a implantação de núcleos de formação em saúde mental para a Reforma Psiquiátrica, através de
convênios estabelecidos com a participação de instituições formadoras (especialmente
universidades federais), municípios e estados. A partir de 2003, o Ministério instituiu uma
estrutura organizativa mais ampla, a Secretaria Nacional de Gestão do Trabalho em Saúde
(SGESTES), para enfrentar as necessidades qualitativas e quantitativas de recursos humanos
para o SUS. No campo da saúde mental, existem hoje 21 núcleos regionais em funcionamento,
realizando cursos de especialização e atualização para trabalhadores da atenção básica e dos
CAPS, e beneficiando profissionais de 15 estados.
A cada ano, cerca de 1.500 profissionais participam de cursos de longa duração (mais que360
horas), e aproximadamente 6.000 trabalhadores de diferentes níveis de escolaridade fazem pelo
menos um curso de curta duração (maior que 40 horas). s princípios da reforma no rádio e na televisão

3ª AULA de 23/02/23

CONCEITOS DE NORMALIDADE EM PSICOPATOLOGIA


· O conceito de saúde e normalidade gera muita controvérsia entre os estudiosos, pois
quando as alterações comportamentais são intensas ou de longa duração não é problema
observar o delineamento entre o patológico e o normal, porém há outras situações em que
é bem difícil ver o limite. Tomando como exemplo a medicina: quais são os níveis de
tensão arterial ou glicemia?
· Nos casos graves as fronteiras entre o normal e o patológico são bem delimitadas.
· Mas há muitas situações nas quais as delimitações entre os comportamentos e formas de
sentir normais e patológicas são difíceis de serem estabelecidas.
O modo de se comportar é de fato uma patologia ?
· Assim sendo, o conceito de normalidade em psicopatologia também implica a própria
definição de saúde e doença mental.
· Existem vários critérios de normalidade dentro da psicopatologia. A adoção de um ou outro
depende das opções filosóficas, ideológicas e pragmáticas do profissional.
· Iremos apresentar os principais critérios.
Na prática muitas vezes o profissional utiliza alguns critérios e não outros.

1. Normalidade como ausência de doença: utiliza o critério de saúde como ausência de


sintomas, sinais de doença. O normal seria aquele indivíduo que simplesmente não é
portador de um transtorno mental definido.
É uma concepção precária, pois se baseia em uma “definição negativa”, define-se normalmente
não pelo que ela é, mas pelo o que ela não é.
Saudável é não ter sintomas (é uma concepção que muitas vezes engana). Nos transtornos
psíquicos muitas vezes a pessoa só exterioriza o sintoma quando está grave. Nas vivências
psicóticas muitas vezes a pessoa não percebe os sintomas.
Esse não é um bom conceito, às vezes a pessoa está doente e não sabe e vai embora do UPA.

2. Normalidade estatística: Indica norma e frequência, aplica-se especialmente a


fenômenos quantitativos na população geral (como peso, altura, tensão arterial, horas de
sono, idade, quantidade de sintomas, raça, etc....).
O normal passa a ser aquilo que se observa com mais frequência. As pessoas que estão fora da
média estatística são consideradas anormais ou doentes.
Podemos criticar esse modelo, pois nem tudo o que ocorre com frequência na população é
saudável, nem o que é pouco frequente é necessariamente patológico. Ex.: cáries, sintomas
ansiosos e depressivos, uso de álcool.
Nem o que acontece pouco ou o que acontece muito é patológico. Precisa ser avaliado.

3. Normalidade ideal: A normalidade aqui é tomada como “utopia”. Estabelece


arbitrariamente uma normal ideal, que é supostamente “sadio” e mais “evoluído”. Tal
norma é socialmente construída e referendada.
Depende de critérios socioculturais, históricos e ideológicos, arbitrários, muitas vezes dogmático e
doutrinários.
Exemplos desses conceitos são a adaptação do indivíduo as normas morais e políticas de
determinada sociedade. Ex.: pseudodiagnóstico de dissidentes políticos como doente, na antiga
URSS.
Existe regra social, pontos de vista... de acordo com a sociedade ou família. Depende do
conceito.
Quem achava o regime político ruim era considerada “louca” e até ia internada.
Ex. A sociedade diz que o governo é bom, se a pessoa contrariar os políticos, é louco, é doente,
tem distúrbio. Quem contraria a URSS era colocado em um hospital psiquiátrico.

4. Normalidade como bem-estar: OMS definiu em 1946 (o professor colocou 1958 no


resumo dele e o Dalgalarrondo colocou 1946), definiu saúde como completo bem estar
físico, mental e social e não simplesmente ausência de doença.
A crítica da utilização deste conceito em psicopatologia é que é muito vasto e impreciso, pois
bem-estar é algo difícil de se definir objetivamente.
Também que o completo bem-estar físico, mental e social é possível de ser considerado uma
utopia, mas um objetivo do que uma realidade prática.
Envolve qualidade de vida, condições de moradia...
Esse conceito de saúde da OMS é bem amplo, assertivo.
5. Normalidade funcional: Baseia-se em aspectos funcionais e não necessariamente
quantitativos dos transtornos mentais.
O fenômeno psíquico é considerado patológico, a partir do momento que é disfuncional, produz
sofrimento para a pessoa e seu grupo social.
Neste a patologia seria consequência de sintomas disfuncionais.
O patológico é o disfuncional (é o que causa dor ou sofrimento para a pessoa ou para outras pessoas).

6. Normalidade como processo: Neste considera-se os aspectos dinâmicos do


desenvolvimento psicossocial, das desestruturações e reestruturações ao longo do tempo
(crises, mudanças próprias a certos períodos etários).
Esse conceito é particularmente útil em psiquiatria infantil, de adolescentes e geriátrica.
Antes de falar o que é patológico, precisa ser visto o conceito. Precisamos estar atentos.
Etapas do desenvolvimento podem provocar alterações. Observar e avaliar se o sofrimento é
repetido.
Não tem adaptação sem nenhum sofrimento, transformações dóem, crescer dói.
Ex. Essa criança não para !! É hiperativo
Ela tem qtos anos? 5 (não seria o esperado??) Tem 12 anos, então vamos analisar

7. Normalidade psicodinâmica (ligado às correntes da psicanálise): o normal seria a pessoa


passar pelas fases de desenvolvimento psicossexual sem grandes fixações.
Frente à angústias, perdas, dificuldades, usar mecanismos de defesa mais avançados e por
pouco tempo. Logo após, a pessoa retornaria ao equilíbrio anterior (não apresentaria sintomas
duradouros).
Também implica em possuir Ego maduro e flexível, boa compreensão e capacidade de insights e
conseguir transitar adequadamente entre o Princípio de prazer e o de Realidade. função egóica: e
a instância que faz a mediação entre mundo interno e externo e os aspectos do superego. O
segredo é: não ter fixações nas fases do desenvolvimento.
A questão da normalidade em psicopatologia exige uma postura permanentemente crítica e
reflexiva dos profissionais e da área na qual estão inseridos, por estarem diretamente
relacionados com as suas práticas e aos resultados de suas ações no campo social.
importante não sair patologizando tudo e também não deixar de dar atenção para dúvidas que
ficaram.
Temos outros critérios, mas vai das situações às vezes exige mais de um critério. precisamos nos
apropriar, ver, ouvir e perceber as necessidades da pessoa.

As informações abaixo o professor não citou nos slides, mas estão no capítulo 4 do
Dalgalarrondo:

8. Normalidade subjetiva: Trata-se da percepção subjetiva do indivíduo em relação ao seu


estado de saúde. Crítica: quando as pessoas se sentem bem (felizes e saudáveis), e na verdade,
estão em fase maníaca.
9. Normalidade como liberdade: A Fenomenologia existencial propõe conceituar a doença
mental como perda da liberdade existencial, fechamento, fossilização das possibilidades
existenciais. Cyro Martins afirma que saúde mental pode ser vista como possibilidade de senso
de realidade, senso de humor e de sentido poético, atributos que permitem o indivíduo relativizar
os sofrimentos e limitações inerentes a situação humana e assim desfrutar do resquício de
liberdade e prazer que a existência oferece.
10. Normalidade operacional: Critério arbitrário, com finalidade pragmática. Define-se o que é
normal e o que é patológico, e trabalha-se com estes dois conceitos, aceitando as consequências
de tal definição prévia.
Observa-se, desta forma, que conceitos de normalidade e doença variam em função do
fenômeno com o qual se trabalha, de acordo com as opções filosóficas do profissional e o
objetivo que se tem em mente. Entende-se portanto que essa é uma área que exige uma postura
crítica e reflexiva permanentemente.

Os temas relacionados ao debate sobre normalidade apresentam desdobramentos em várias


áreas da saúde mental e da psicopatologia, a saber:
1. Psiquiatria legal ou forense: A determinação de anormalidade pode ter implicações legais,
criminais e éticas, podendo definir o destino social, institucional e legal de uma pessoa.
2. Epidemiologia psiquiátrica: neste caso, a definição de normalidade é tanto um problema
como um objeto de trabalho e pesquisa.
3. Psiquiatria cultural e etnopsiquiatria: O conceito de normalidade impõe a análise do
contexto sociocultural.
4. Planejamento em saúde mental e políticas de saúde: é preciso estabelecer critérios de
normalidade verificando as demandas assistenciais para determinados grupos populacionais
(relativo a quais e quantos serviços devem ser colocado à disposição desse grupo).
5. Orientação e capacitação profissional: nesse item é importante analisar a capacidade e
adequação de uma pessoa para exercer certa profissão, ou usar armas e/ou manipular máquinas.
Ex. uma pessoa psicótica querendo portar arma.
6. Prática clínica: capacidade de discriminar no processo de avaliação e intervenção clínica, se o
fenômeno é patológico ou normal.

Estas informações estão nos slides - continuação da aula:

ABORDAGENS E REFERENCIAIS TEÓRICOS


ESSES SÃO MUITO IMPORTANTES: descritiva e dinâmica
Tem sintomas que SEMPRE SÃO PATOLOGIAS, alguns sintomas podem ser ou não patológicos
e alguns sintomas não são psicopatologia. (anotações nossas)
“Umas das principais características da psicopatologia, como campo de conhecimento, é a
multiplicidade de abordagens e referenciais teóricos que tem incorporado nos últimos 200 anos.“
(2008, p.35).
Essa multiplicidade é vista por alguns “debilidade científica”, pois não se tem um entendimento
cabal sobre o assunto, o autor, porém, discorda desta visão, pois entende que resumir uma área
tão complexa e multifacetada em uma só teoria seria impor uma solução simplista e artificial,
tendo em vista que, a psicopatologia é, por natureza e destino histórico, um campo que requer
debate aprofundado, portanto aqui o conflito não é debilidade, mas uma necessidade.
A seguir, são apresentadas algumas das principais correntes da psicopatologia, dispostas de
forma arbitrária, por motivos estritamente didáticos, em pares antagônicos. (Anotações do
Dagalarrondo)

Psicopatologia descritiva VERSUS psicopatologia dinâmica.


· Descritiva: preocupa-se com a forma das alterações psíquicas, a estrutura dos sintomas
e o que caracteriza como sintoma mais ou menos típico.
· Dinâmica: se interessa pelo conteúdo da vivência, os movimentos internos de afeto,
desejos e temores, a experiencia particular, pessoal, não necessariamente classificável em
sintomas previamente descritos.
A boa prática da saúde mental envolve uma combinação equilibrada das duas abordagens: a
descritiva e a dinâmica.
A descritiva é fundamental para o psicólogo. Cita quais sintomas encontramos em um quadro
depressivo ou em um quadro de esquizofrenia paranóide.
Dinamica: ninguém tem ações do mesmo jeito, depende do CONTEÚDO de cada pessoa
atendida. Ex. O delírio da Malu é diferente da Andrea, apesar de parecer o mesmo, o conteúdo é
diferente.
Bleuler (1985, p. 1): “Quando um médico se defronta com a grande tarefa de ajudar uma pessoa
psiquicamente enferma, vê à sua frente dois caminhos: ele pode registrar o que é mórbido. Irá,
então, a partir dos sintomas da doença, concluir pela existência de um dos quadros mórbidos
impessoais que foram descritos. [...] Ou pode trilhar outro caminho: pode escutar o doente como
se fosse um amigo de confiança. Nesse caso, dirigirá a sua atenção menos para constatar o que
é mórbido, para anotar sintomas psicopatológicos e, a partir disso, chegar a um diagnóstico
impessoal, e mais para tentar compreender uma pessoa humana na sua singularidade e co-
vivenciar suas aflições, seus temores, seus desejos e suas expectativas pessoais.”
(Dagalarrondo)
Psicopatologia médica VERSUS psicopatologia existencial
· Médico-naturalista trabalha com o foco no corpo (no ser biológico), como espécie natural
e universal. O adoecimento mental é visto como um mau funcionamento do cérebro, uma
disfunção, uma desregulação.
· Existencial - o paciente é visto como “existência singular”, ou seja, além da existência
biológica, ele também é histórico e humano. A doença é vista como um modo particular de
existência, uma forma trágica de ser no mundo, um modo doloroso de ser com os outros.
Existencial - baseado na teoria humanista

Psicopatologia comportamental-cognitivista VERSUS psicopatologia psicanalítica.


Comportamental – o ser humano é visto como um conjunto de comportamentos observáveis,
verificáveis, regulados por estímulos específicos e gerais, e leis de aprendizagem.
Cognitivista – centra a atenção sobre as representações cognitivas conscientes de cada
indivíduo, essas representações são vistas como essenciais ao funcionamento mental, normal e
patológico. Os sintomas resultam do comportamento e representações cognitivas disfuncionais,
reforçadas e aprendidas pelas relações sociais.
Os inconscientes reprimidos segundo a psicanálise vão produzir sintomas.
De outro lado encontra-se a visão psicanalítica, onde o homem é visto como “determinado” pelo
domínio de desejos, forças e conflitos inconscientes, dá grande importância aos afetos (que
segundo ela dominam o psiquismo). Entende que o homem autocontrolado, senhor de si e de
seus desejos é uma ilusão. Para esta visão os sintomas e síndromes mentais são formas de
expressão de conflitos, em sua maioria inconscientes, são desejos não realizados e temores,
estes, unidos a certo arranjo inconsciente de normas e permissões culturais, desse emaranhado
de forças, resulta a “trama conflitiva” inconsciente, que é o sintoma psicopatológico. (LIVRO
DALGALARRONDO)

Psicopatologia categorial VERSUS psicopatologia dimensional.


Categorial – os transtornos mentais são compreendidos como entidades completamente
individualizadas, com contornos e fronteiras bem demarcados. Ex. esquizofrenia e transtornos
afetivos bipolares e os delirantes tem fronteiras nítidas.
Nada se relaciona Ex. Esquizofrenia e mais nada se relaciona.
Categorial ex. Esquizofrenia, bem diferente de transtorno de humor. Tudo é bem definido. Tem
previsão no DSM.
Dimensional – coloca a existência de dimensões, como por exemplo, um espectro
esquizofrênico. Este incluiria desde as formas muito graves (demência precoce – com
deterioração da personalidade, embotamento afetivo e sintomas residuais) ou menos graves
(transtornos de humoros transtornos afetivos, sintomas psicóticos, depressões e manias)
Não tem previsão no DSM.
Ex.: depressão com sintomas psicóticos (sintomas se mostrando de formas diferentes)
Psicopatologia biológica VERSUS psicopatologia sociocultural.
Biológica enfatiza os aspectos cerebrais, neuroquímicos e neurofisiológicos dos transtornos e
sintomas mentais. Para esta base de todo transtorno mental são alterações de mecanismos
neurais e de determinadas áreas e circuitos cerebrais. Griesinger (1845) resume: “doenças
mentais são (de fato) doenças cerebrais...”
Sociocultural estuda os transtornos mentais como comportamentos desviantes que ocorrem a
partir de fatores socioculturais, tais como discriminação, pobreza, migração, estresse
ocupacional, desmoralização familiar, conflitos sociofamiliares etc. Os sintomas devem ser
estudados no seu contexto sociocultural, simbólico e histórico. Somente nesse contexto é que
podem ser estudados e tratados. A cultura é elemento fundamental para a determinação do que
é normal ou patológico em cada espaço social.
Ou seja, relações sociais são as causas das doenças mentais.
O contexto socio cultural é muito importante.

Psicopatologia operacional-pragmática VERSUS psicopatologia fundamental.


Operacional-pragmática – as definições básicas dos transtornos são formuladas e tomadas de
modo arbitrário, em função da utilidade pragmática, clínica e orientada a pesquisa. Não se
questiona a natureza da doença, sintoma ou fundamento filosófico ou antropológicos. São
modelos adotados pelas modernas classificações de transtornos mentais: o Manual de
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM-IV, norte americano, e a Classificação
Internacional de Doenças - CID-10, da OMS.
Psicopatologia fundamental - proposto pelo psicanalista Pierre Fedida, visa centrar a atenção
da pesquisa psicopatológica sobre os fundamentos de cada conceito psicopatológico. Dá ênfase
a noção de doença mental como páthos (sofrimento, paixão e passividade). Este sofrimento-
paixão, que pode ser acolhido, pode ser transformado em experiência e enriquecimento para a
pessoa.
Operacional pragmática- são os manuais. ex. DSM e CID-10. Uniformizada a questão de
atendimento, procedimentos. Ajudam a classificar e organizar.
Fundamental - e uma corrente mais nova e voltado pra área filosófica.
Relação a filosofia e psicanálise.

DEFINIÇÃO DE PSICOPATOLOGIA E ORDENAÇÃO DOS SEUS FENÔMENOS


Dalgalarondo capítulo 2

· A psicopatologia é um ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença mental


traz suas causas as mudanças estruturais e funcionais associadas a ela e as suas formas
de manifestação.
· A psicopatologia pode ser definida mais amplamente como o conjunto de conhecimentos
referentes ao adoecimento mental do ser humano.
· É um conhecimento científico que se esforça para ser sistemático, elucidativo e
desmistificante.
· O campo da psicopatologia inclui vários fenômenos humanos associados ao que se
denominou historicamente de doença mental. ou doença psíquica.
A psicopatologia e o estudo das doenças mentais. Vai além do senso comum, esforça-se para ser
ciência.

· A psicopatologia tem boa parte de suas raízes na tradição médica.


· Em outra vertente, nutre-se de uma tradição humanística (filosofia, literatura, artes,
psicanálise) que sempre viu na “alienação mental”, no pathos do sofrimento mental, uma
possibilidade rica de reconhecimento de dimensões humanas que, sem este fenômeno,
poderiam permanecer desconhecidas.
· A psicopatologia apesar destas várias contribuições é uma ciência autônoma e não um
prolongamento da Neurologia ou Medicina.
É uma ciência autônoma independente que dá subsídios para entender outras áreas.
É um campo independente.

· Karl Jaspers (1883-1969), um dos principais autores da psicopatologia, coloca a


importância em relação aos limites da psicopatologia:
- Embora o objeto de estudo seja o homem na sua totalidade, os limites da ciência
psicopatológica consistem em que nunca se pode reduzir por completo o ser humano a conceitos
psicopatológicos.
As pessoas é que adoecem não são sintomas são pessoas.
- A ciência psicopatológica é tida como uma das abordagens possíveis do homem mentalmente
doente, mas não são a única.
-Em todo o indivíduo, oculta-se algo que não se pode conhecer. A ciência requer um pensamento
conceitual sistemático que cristaliza, torna evidente, mas também aprisiona em limita este
conceito do indivíduo e do seu adoecimento.
Jaspers- Quem adoece são as pessoas não são os sintomas. A pessoa é além do biológico.

· Assim a psicopatologia sempre perde, obrigatoriamente, aspectos essenciais do ser


humano, sobretudo nas dimensões existenciais, estéticas, éticas e metafísicas.
A psicopatologia tem conhecimento científico, porém tem limitações.

FORMA E CONTEÚDO DOS SINTOMAS

· Quando estudamos os sintomas psicopatológicos, dois aspectos básicos são enfocados: a


forma e o conteúdo destes.
· A forma é sua estrutura básica, relativamente semelhante nas diversas pessoas
(alucinação, delírio, ideia obsessiva, labilidade afetiva).
· O conteúdo é aquilo que preenche a alteração estrutural (conteúdo de culpa, religioso, de
perseguição). Este é geralmente mais pessoal, dependendo da história de vida da pessoa,
de seu universo cultural e de sua personalidade.
repetiu várias vezes isso o conteúdo dos sintomas vai nos dar pistas fundamentais, vai ajudar a
entender o que desenvolveu o quadro, o que levou as manifestações.
Antes da psicanálise o conteúdo era desprezado, só a forma era importante. Depois da
psicanálise os dois são importantes.

A ORDENAÇÃO DOS FENÔMENOS EM PSICOPATOLOGIA.


Classicamente, distingue-se três tipos de fenômenos humanos para psicopatologia:

1) Fenômenos semelhantes em todas as pessoas


· De modo geral toda pessoa sente fome, sede, sono ou medo de um animal perigoso, a
ansiedade perante uma prova difícil.
· Embora haja uma qualidade pessoal própria para cada ser humano, estas experiências
são basicamente semelhantes para todos.
Não são tão importantes para a psicopatologia

2) Fenômenos em partes semelhantes e em partes diferentes.


· São fenômenos que a pessoa comum um experimenta, mas apenas em parte são
semelhantes aos que o doente mental vivencia.
· Assim, qualquer um pode sentir tristeza, mas a alteração profunda que alguém com
depressão psicótica experimenta é apenas parcialmente semelhante a tristeza normal.
· A depressão grave, em ideias de ruína, lentificação psicomotora, apatia, traz algo
qualitativamente novo na experiência humana.
São importantes para a psicopatologia.

3) Fenômenos qualitativamente novos diferentes.


· São próprios apenas as certas doenças e estados mentais. Aqui incluem-se fenômenos
psicóticos, como alucinações, delírios, turvação da consciência, alteração da cognição nas
demências, entre outros.
· A psicopatologia se interessa pelo estudo dos fenômenos em partes semelhantes em
partes diferentes e pelo qualitativamente novos.
Muito importante: uma pessoa não vai vivenciar esse estágio se ela não estiver em quadro
psicótico ou sob efeito de substância psicoativa que provoca essa alteração. Uma ansiedade
desviada do contexto pode ser patológica.
São importantes para a psicopatologia. São próprios apenas de certas doenças.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIAGNÓSTICO EM PSICOPATOLOGIA.
Cap 5 - Dalagarrondo

· Apesar de ser imprescindível considerar os aspectos pessoais, singulares de cada


indivíduo, sem um diagnóstico psicopatológico aprofundado não se pode compreender a
pessoa e seu sofrimento e nem escolher a melhor estratégia terapêutica.
· O diagnóstico possui uma relação dialética permanente entre o particular/individual
(aquela pessoa) e o geral, universal (categoria diagnóstica a qual pertence).
· Os diagnósticos são ideias (abstrações), mas não são objetos reais e concretos.

· O diagnóstico só é útil e válido se é mais do que simplesmente rotular a pessoa. este tipo
de utilização é uma forma precária questionável e não científica e apenas estimula
preconceitos e discriminações.
· O bom diagnóstico propicia o aprofundamento do conhecimento daquele indivíduo, a
antevisão de um prognóstico e um estabelecimento de ações terapêuticas e
preventivas mais eficazes para a situação.
· Possibilita a comunicação, discussão e o compartilhamento entre os profissionais de
serviços diferentes e entre aqueles do serviço incumbido do cuidado desta pessoa.
Qualquer profissional do CAPS pode dar diagnostico, desde que treinado para isso (enfermeiro,
psicólogo, assistente social, médico….)

ASSISTIR ESTAMIRA.
TRAZER O TEXTO DAS OFICINAS TERAPEUTICAS.

4ª AULA de 02 03 2023

Alteração no Cronograma – dia 16/03 terá aula com todos e estudo do texto Oficinas terapêuticas

Debate sobre o documentário Estamira:


Perguntas:
1- De acordo com o documentário explane sobre as interfaces do sofrimento psíquico com o
biológico, social e econômico da história de Estamira.
O Transtorno Psíquico Paranoide (diagnóstico da Estamira informado pelo Professor) é multicausal, então
foram várias as situações que a levaram a esta doença. Estamira tinha questões familiares que a
abalaram, tais como: estupro do pai, foi levada pela família para ser prostituída em bordel, não teve apoio
do marido para cuidar de sua mãe que apresentava doença mental e precisou deixá-la em um hospital
psiquiátrico - situação que a machucou muito. Em relação as questões sociais, ela também foi estrupada,
por estranhos, quando voltava para sua casa, porém no lixão ela encontrou um caminho para relacionar-se
com outras pessoas e, apesar de toda a situação caótica naquele lugar, ela gostava dali em função das
pessoas. Relativo à questão financeira não era favorável, precisou trabalhar no lixão e recebia ajuda dos
filhos. Devido a não ter uma boa alimentação e ingerir a comida do lixão sentia dores no estômago, bem
como, efeito colateral da medicação.
2- Comente as estratégias de tratamento que foram propostas para Estamira e como se relacionam
com as propostas da Política vigente de atendimento em Saúde Mental
Estamira recebeu tratamento medicamentoso, aparentemente em um UPA, sua filha a acompanhava, e
procurava atendê-la e compreendê-la na medida do seu possível, porém Estamira comentava que a
medicação não era adequada e que não resolveu as questões dela, ela desejava parar. O relacionamento
familiar era conturbado.
A estrutura disponível para o atendimento de Estamira não era o suficiente para que ela e a família
tivessem alguma estratégia para lidar com a doença, tão somente a medicamentosa. Não se observou que
ela participasse de qualquer atividade grupal ou de reabilitação psicossocial, não frequentava espaços de
convivência ou cursos diversos, tais como culinária, costura, marcenaria, bijuterias, entre outros. Não
havia uma equipe multidisciplinar envolvida no tratamento, nem tão pouco visitas domiciliares para
proporcionar apoio. Desta forma, Estamira não recebeu apoio através da estrutura hoje projetada no
CAPS (Centro de Atenção Psicossocial).
Ela própria criou uma via de tratamento, os relacionamentos no lixão.

3- Quais as relações entre normalidade e doença que podemos encontrar em Estamira?


Normalidade
1- Apesar do quadro psicótico, Estamira tinha consciência da doença que a acometia, possível
observar através da frase: “todo mundo pode ter um transtorno”;
2- Estamira era crítica quanto a situação social dos trabalhadores no lixão: ela falava mal de pessoas
que sabiam o que aconteciam ali e não faziam nada para mudar aquilo, ao contrário se
aproveitavam daquelas pessoas;
3- Ela tinha consciência que tinha que tomar medicação, por horas dizia que tomava, mas não
adiantava nada e por outras dizia que não tomava, mas a filha dela achava que ela estava
tomando;
4- Tinha consciência que as dores no estômago que sentia eram devido a se alimentar de comidas
em decomposição do lixão, vez por outra ela tocava a barriga (logo abaixo das costelas) e
reclamava da dor, apelidando-a de “controle remoto”.
Doença:
1- Em determinada cena do documentário, Estamira segura um atestado médico que consta “Quadro
psicótico de evolução crônica”, ela conversa sobre esse diagnóstico e sabia que tinha algo errado
com ela, mas comenta sobre o atestado com consciência da doença e que a medicação não fazia
o resultado que ela esperava, inclusive comentou com a médica que a atendia, mas a médica não
alterou a medicação.
2- Foi possível observar em Estamira as seguintes caraterísticas do quadro psicótico: alucinações,
escutar vozes, falar em línguas diferentes, tremores e sentimento de perseguição.
Era difícil saber quando ela estava consciente e quando estava vivendo o quadro psicótico, pois ela
oscilava de um quadro para o outro rapidamente.

AULA DE 09/03/2023

PRINCÍPIOS GERAIS DO DIAGNÓSTICO PSICODIAGNÓSTICO


Dalgalarrondo- capítulo 5
O professor perguntou: quais são as formas para fazer um psicodiagnóstico? Entrevista
(anamnese), testes, observações do comportamento e exames complementares.
 Apesar de ser imprescindível considerar os aspectos pessoais, singulares de cada
indivíduo, sem um diagnóstico psicopatológico aprofundado não se pode compreender a
pessoa e seu sofrimento e nem escolher a melhor estratégia terapêutica.
 O diagnóstico possui uma relação dialética permanente entre o particular/individual
(aquela pessoa) e o geral, universal (categoria diagnóstica a qual pertence).
 Os diagnósticos são ideias (abstrações), mas não são objetos reais e concretos.
Particular/individual = é particular da pessoa
Diagnóstico anda nessas duas vias: o particular e o geral
Diagnóstico não é pronto, acabado, definitivo.
Não se usa teste psicológico para avaliar transtornos graves, pois pessoa está fora de suas
faculdades normais.
A ferramenta mais importante e a entrevista.
O diagnóstico tem questões individual, geral e universal.
Apesar de ter o mesmo CID algumas características serão gerais e outras particulares.
O diagnóstico não é definitivo.

 O diagnóstico só é útil e válido se é mais do que simplesmente rotular a pessoa. Esse tipo
de utilização é uma forma precária, questionável e não científica e apenas estimula
preconceitos e discriminações.
 O bom diagnóstico propicia o aprofundamento do conhecimento daquele indivíduo, a
antevisão de um prognóstico e o estabelecimento de ações terapêuticas e preventivas
mais eficazes para a situação.
 Possibilita a comunicação, discussão e o compartilhamento entre os profissionais de
serviços diferentes e entre aqueles do serviço incumbido do cuidado dessa pessoa.
Rotular a pessoa não serve para nada, isso estimula preconceitos e discriminações.
Une-se a hipótese (diagnóstico inicial) que pode ser mais de uma hipótese e ao longo do
tratamento vai sendo visto.
Cada abordagem pode ter um contexto diferente quanto ao diagnóstico.
Ações terapêuticas e preventivas: se consigo identificar prováveis causas, vou trabalhar nisso
para que num próximo momento estas situações não sirvam de gatilho para novas crises.
Prognóstico- como a pessoa vai responder ao tratamento.
No CAPS os profissionais podem dar uma hipótese de diagnóstico.
Na clínica o psicólogo pode dar diagnóstico, dependendo da abordagem.

O diagnóstico:

 Exames laboratoriais, neuroimagem (tomografia, ressonância), EEG


(eletroencefalograma), testes psicológicos e neurológicos.
Os acimas são importantes para diagnóstico diferencial entre transtornos psiquiátricos primário
(esquizofrenia, depressão...) e uma doença neurológica (tumores, traumatismo cranianos,
encefalites...).
 O mais importante instrumento é a entrevista com a pessoa (e acompanhante) no qual se
realiza a avaliação de sinais e sintomas, a história do surgimento destes e da realização de
exame psíquico minucioso.
 Faz parte desta a observação cuidadosa desta pessoa e as relações que estabelecem com
o entrevistador e acompanhante neste processo.
O mais importante instrumento é a entrevista com a pessoa ou acompanhante.
Entrevista do paciente, se não estiver em condições, pode ser o acompanhante.
Exame psíquico- teste de memória, teste de percepção, teste de atenção…… (perguntas dentro
da entrevista)

O diagnóstico fruto deste processo deve ter duas linhas paralelas de raciocínio clínico:

 Uma linha diagnóstica: baseada na cuidadosa descrição evolutiva e atual dos sintomas
que a pessoa apresenta.

 Uma linha etiológica: que busca a totalidade dos dados biológicos, psicológicos e sociais,
uma formulação hipotética sobre os possíveis fatores etiológicos (causadores) do caso.
O que o diagnóstico deve ter: duas linhas de raciocínio:
diagnóstica - descrição dos sintomas e etiológica - fatores causados
Ex.: questões emocionais - trabalha se o fortalecimento emocional.
Linha diagnostica- ex.: perdeu emprego na semana passada, está muito triste (não é depressão),
está elaborando sua perda.
Etiologia - causa - buscar todas as causas, que podem estar relacionadas e trabalhar com isso.

O diagnóstico deve ser pluridimensional:

 Devem ser incluídas nessa formulação diagnóstica o quadro psíquico (esquizofrenia,


depressão...), doenças físicas associadas (hipertensão, diabetes), aspectos de
personalidade e formulação dinâmica (conflitos conscientes e inconscientes,
mecanismos de defesa...), nível cognitivo/intelectual, formulação diagnóstica cultural
(símbolos e linguagem cultural, representação sociais...), rede de apoio social e fatores
ambientais protetores ou agravantes.
Ex.: crise familiar, sabendo-se isso poderão ser feitas estratégias terapêuticas.
O diagnóstico deve ser pluridimensional.
Ex. De fatores ambientais: as brigas familiares são muito intensas.

Ver o capítulo 8 e 9 do Dalgalarrondo.


A ENTREVISTA COM O PACIENTE

 O profissional deve estar em condições de acolher a pessoa em seu sofrimento, escutá-la


em suas dificuldades e idiossincrasias, paciência e respeito, habilidade para estabelecer
limites.
 A dinâmica da entrevista irá variar em função:
Entrevistado: da sua personalidade em estado psíquico e emocional. Às vezes necessita de ser
mais ouvido, outras vezes o entrevistador deve ser mais ativo para estimular o entrevistado.
Contexto institucional: se realizada em um pronto-socorro, CAPS, consultório.
A entrevista deve ter o papel de levantar informações e proporcionar acolhimento.
Onde vai ser realizada dentro da Instituição ?
Precisa ser um profissional que saiba fazer, conheça, mas não é só fazer a entrevista, precisa
acolher o paciente também.
Idiossincrasias - conflitos

Objetivos: diagnóstica, estabelecer vínculo terapêutico inicial, para psicoterapia orientação


familiar...
Personalidade do entrevistador: alguns são mais ouvintes, outros mais ativos, outros
conseguem de adaptar a diferentes exigências, outros são melhores para estabelecer vínculo
terapêutico, outros para o diagnóstico...

Atitudes inadequadas do entrevistador:


- Posturas rígidas e estereotipadas: o que serve para um não serve para todos. Ter atitude
flexível e adequada a subjetividade do entrevistado.
Atitude inadequada do entrevistador - rígido, frio, neutro, exageradamente emotivas ou
artificialmente calorosa.
- Atitudes excessivamente neutra ou fria: podem transmitir ao entrevistado sensação de
distância, desprezo e pouca importância ao sofrimento deste.
- Reações exageradamente emotivas ou artificialmente calorosas: produzem uma falsa
intimidade. Deve-se buscar uma atitude receptiva e calorosa discreta, de respeito e
consideração pela pessoa. Um clima de confiança e respeito pela história do entrevistado é
muito importante tanto diagnóstica como terapeuticamente.
- Comentários valorativos ou julgamentos sobre o que é relatado.
- Reações emocionais intensas de pena ou compaixão: é mais importante profissional
acolher o sofrimento do entrevistado de forma empática mais discreta do que de se
desesperar com ele.
- Responder com hostilidade ou agressivamente as atitudes hostis ou agressivas do
entrevistado: deve reforçar por serenidade e firmeza nessas situações, mas também ter
clareza de que na entrevista há limites. Deve tentar acalmar a situação e que atitudes
agressivas ou x graves não serão toleradas na entrevista.
- Entrevistas excessivamente prolixas: o entrevistador deve intervir e direcionar o foco da
entrevista para não deixar que o entrevistado fale, fale e não diga nada.
- Fazer muitas anotações durante a entrevista: pode passar a impressão de que as
anotações são mais importantes que a própria entrevista e o entrevistado. Outros ficam
muito persecutórios com as anotações. Deve fazer anotações breves e logo após a
entrevista fazer anotações mais completas.
Não fazer comentário valorativo- ahh isso não é importante!! Ahhh isso é super legal!! (não temos
que emitir opinião… vc não sabe ainda...)
São questões que o entrevistador deve evitar para não dificultar o processo.
Não fazer entrevistas prolixas e nem fazer muitas anotações (fazer anotações breves - palavras-
chave).

As primeiras entrevistas

As primeiras impressões que a pessoa produz o entrevistador é uma mescla da experiência


profissional, transferência e contratransferência, valores pessoais e preconceitos inevitáveis do
profissional.
A intuição, fruto da formação e prática profissional, é um instrumento valioso nestas primeiras
impressões e no processo diagnóstico.
A intuição vai se aprimorando com a prática. Intuição é uma ferramenta importante, porém não é
tudo.
Levantar a história se necessário (o paciente pode comunicar que já fazia acompanhamento)

Aspecto global do entrevistado


Atentar para expressão e postura corporal do entrevistado, suas roupas, acessórios, maquiagem,
comportamentos entre outros (ver quadros página 71 e 72). Exemplo: depressão - roupas
desalinhadas, sujas, falta de asseio corporal.
Etapas da entrevista - (página 79 a 83). OLHAR no LIVRO
 Apresentação
Profissional informar seu nome, profissão, objetivo da entrevista. A confidencialidade, privacidade
e o sigilo podem ser explicados, caso verifique entrevistado (ou acompanhante) tímido ou
desconfiado.
O sigilo deve ser rompido no caso de ideias, planos ou atos auto ou heterodestrutivos.
 Colher dados sócio-demográficos básicos (serve de quebra-gelo) nome, idade, data de
nascimento, profissão...
 Relato da queixa, sofrimento, dificuldade ou razão da busca pelo atendimento, quando se
iniciaram e as formas de tratamento buscadas ou anteriores. Deve ocorrer de forma livre,
permitindo que o entrevistado coloque esta queixa do modo que a percebe.
 Indagação por outras doenças do entrevistado psíquicas ou não, uso de medicamentos,
problemas legais, pessoais, uso de substâncias psicoativas.
Fisicos ou mentais
O sigilo só e quebrado se a pessoa pensa em se matar, ou matar a outrem, ou estupro
 Antecedentes patológicos familiares (psíquicos ou outras doenças).
 Relacionamento e dinâmica familiar (família nuclear e com quem reside atualmente).
 Exame psíquico: por meio da observação e perguntas avaliar as funções psíquicas do
entrevistado (atenção, pensamento, crítica em relação aos sintomas...).
 História de vida (anamnese): história do desenvolvimento psicológico, social do
entrevistado até os dias atuais.
 Hipótese diagnóstica: utilizando critérios da CID 10.
 Planejamento terapêutico e ações terapêuticas implementadas: descrever as propostas e
ações realizadas para o caso.
AULA 16/03/23
Trabalho em grupo
Oficinas terapêuticas em um CAPS ad. Souza e Pinheiro 2012.
1) De acordo com o texto, quais são os principais objetivos das oficinas Terapêuticas
em um CAPS ?
Essas oficinas são uma das principais formas de tratamento oferecido nos CAPS com atividades
em grupo e presença de profissionais, monitores ou estagiários com diversos tipos de atividades
que visam integração social e familiar, manifestação de sentimentos e problemas, desenvolver
habilidades corporais produtivas e exercício da cidadania. As oficinas terapêuticas podem ser
expressivas ou geradoras de renda ou ainda oficinas de alfabetização.
São objetivos:
a) Proporcionar um espaço de expressão sobre os mais diversos temas (amizades, trabalho,
sexualidade, família, lazer e outros).
b) Possibilitar intervenções psicológicas, partindo da criação de vínculos.
c) Acompanha a evolução dos casos clínicos, verificando o sentido do tratamento para o
usuário
d) Proporcionar busca de sentido existencial e satisfação por meio da relação em um grupo.
Em suma: as Oficinas são espaços de relação com o Prazer, de Expressão, de
Reflexão e de Acompanhamento (PERA).
As oficinas aceleram o processo de integração da pessoa.

2) Quais foram as principais etapas da Oficina de poesia referida no texto?


a) Etapa de “aquecimento”:
- Foi feita uma breve apresentação sobre os objetivos e métodos da Oficina (apresentando
os novatos, reafirmando a proposta aos participantes, lembrar do contrato coletivo,
esclarecer sobre o horário inicial e final, que se trata de um espaço para expressão para os
participantes e poderiam ser expostos ideais, dúvidas e desafios no repensar sobre as
drogas)
- Fez-se a proposta para debater uma poesia de Carlos Drummond de Andrade. Fez-se
uma breve apresentação do autor e sua obra.
- Um dos psicólogos fez a leitura da poesia, em voz alta;
- Depois fizeram uma leitura circular (cada um leu um ou dois versos e passou o livro a
diante)
- Um psicólogo fez mais uma leitura em voz alta, porém agora parando em cada verso,
questionando o sentido das palavras e frases, levantando dúvidas sobre a poesia

b) Etapa de análise
- O psicólogo questionava cada um dos participantes sobre aquelas palavras e reflexões, se
se relacionavam com suas questões existenciais e seu momento de vida atual (aqui criava-
se espaço a construção de lugares subjetivos, mesmo com possíveis dificuldades). Pedia-
se que destacassem uma parte da poesia ou discussões já efetuadas, associando as
suas opiniões, crenças e comportamentos, momento privilegiado para as intervenções.

3) Apresentem uma atividade que poderia ser realizada, nos moldes de Oficina
Terapêutica em um CAPS para usuários com quadros psicóticos.
Oficinas de argila, culinária, jardinagem, arte(pintura), dança, horta, vídeos, fotos (esses dois
últimos funcionam principalmente para jovens).
Oficinas para psicóticos depende da faixa etária e do interesse dos usuários. O importante é que
o processo terapêutico aconteça a reflexão, relacionamento e interrelação.

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