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RESUMO: Ao longo dos séculos, surgiram diversos conceitos, caracterizados por diferentes formas de
pensar, que se manifestaram e se sucederam ao longo do tempo e ainda persistem. Diante disso, o
objetivo geral do presente trabalho é analisar a atuação do psicólogo frente as doenças psicossomáticas.
Utiliza-se a pesquisa bibliográfica para fornecer informações sobre a psicossomática e a psicanálise.
Conclui-se que o tratamento psicanalítico das doenças psicossomáticas busca investigar os conflitos
inconscientes e as emoções reprimidas que estão relacionados aos sintomas físicos. O objetivo é trazer à
consciência esses conteúdos reprimidos, permitindo que o indivíduo trabalhe emocionalmente com eles e
encontre formas mais adaptativas de lidar com seus conflitos. É importante destacar que a abordagem
psicanalítica é apenas uma das perspectivas para entender as doenças psicossomáticas. Existem outras
abordagens, como a psicossomática clínica, a medicina psicossomática e a psicologia da saúde, que
também oferecem contribuições valiosas para a compreensão e o tratamento dessas condições.
Palavras-chave: Psicanálise; Psicossomática; Doenças; Psicologia.
ABSTRACT: Over the centuries, several concepts have emerged, characterized by different ways of
thinking, which have manifested and succeeded over time and still persist. In view of this, the general
objective of the present work is to analyze the performance of the psychologist in the face of
psychosomatic illnesses. Bibliographical research is used to provide information on psychosomatics and
psychoanalysis. It is concluded that the psychoanalytic treatment of psychosomatic illnesses seeks to
investigate unconscious conflicts and repressed emotions that are related to physical symptoms. The
objective is to bring these repressed contents to consciousness, allowing the individual to work
emotionally with them and find more adaptive ways of dealing with their conflicts. It is important to
highlight that the psychoanalytic approach is just one of the perspectives for understanding
psychosomatic illnesses. There are other approaches, such as clinical psychosomatics, psychosomatic
medicine and health psychology, which also offer valuable contributions to the understanding and
treatment of these conditions.
Keywords: Psychoanalysi; Psychosomatics; Illnesses; Psychology.
1. INTRODUÇÃO
1
Aluna da graduação de Psicologia do 2° período da UNIFATEB – gessicacostadossantos@outlook.com
2
Aluna da graduação de Psicologia do 2° período da UNIFATEB – gekermann@hotmail.com
3
Aluno da graduação de Psicologia do 3° período da UNIFATEB
4
Aluna da graduação de Psicologia do 2° período da UNIFATEB – nataliapesch@gmail.com
5
Docente de Psicologia na UNIFATEB campus sede. E mail flaflores18@gmail.com.
precursores quando começou os estudos sobre histeria e neuroses, contribuindo de
forma significativa para esse campo de estudo.
No período da antiguidade, considerava-se o “adoecer” como uma manifestação 24
modo que ferir ou trair os sentimentos importantes de alguém leva à insatisfação, tal
qual sentimentos inconscientes de inferioridade e desamparo, originados muitas vezes
na infância, são despertados por qualquer conflito.
Considerando que o ser humano usa três formas para lidar com os
acontecimentos imprevisíveis da vida: o corpo, o aparelho mental e o controle sobre o
comportamento, e “quando uma exigência externa ultrapassa a disponibilidade do
aparelho mental, conjugado com o comportamento, é o somático que passa a
responder” (COSTA; ALVAREZ, 2015, p.142), assim, o conceito referido se articula
com as circunstâncias em que o sujeito não consegue se adaptar, e por isso busca atingir
o aparelho mental na tentativa de impedir a chegada da desorganização na esfera
somática.
A medicina moderna quase chegou a acreditar que poderia ater-se unicamente
aos aspectos biológicos e bioquímicos deste corpo, vendo o fundamentalmente como
organismo. A psicanálise veio demonstrar que este corpo era um corpo trabalhado pelas
pulsões, um corpo sexual, que existe na mente como corpo construído. A
psicossomática, filha abastarda da medicina com a psicanálise, veio demonstrar o
quanto esta mente é capaz de produzir manifestações no corpo biológico. Sintomas
nascem e desaparecem pela ação aparentemente exclusiva da mente (ÁVILA, 2002, p.
37).
É sabido que, na vida adulta, quando da emergência de conflitos, tendemos a
utilizar um funcionamento mais ou menos regressivo no enfrentamento da crise. Assim,
não podemos desconsiderar o uso do corpo como veículo de expressão do sofrimento,
quando circunstâncias internas ou externas ultrapassam os modos psicológicos de
resistência habitual, além de ser o meio através do qual estabelecemos as relações
(DIAS et al, 2007, p. 25).
A perspectiva do adoecer psicossomático remete-nos para uma falha relacional
precoce anterior à linguagem e à introjeção de um objeto interno securizante e contentor
considerando-se uma relação dual disfuncional e pouco organizadora da vida mental, na
medida em que a mãe constitui o primeiro contato do bebê com o mundo exterior.
(AURÉLIO, 2010, p. 14).
24
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Analisar a atuação do psicólogo frente as doenças psicossomáticas.
3. JUSTIFICATIVA
As doenças psicossomáticas são comuns em todo os países afetando uma grande
parcela da população mundial. Uma análise mais profunda do tema é fundamental para
entender melhor sua origem e impacto na saúde. Compreender as causas subjacentes e
seus mecanismos pode levar a intervenções mais eficazes para melhorar o bem-estar dos
pacientes. A psicanálise oferece uma visão impar sobre as doenças psicossomáticas
destacando a relação entre corpo e mente. Compreender as causas psicológicas das
doenças psicossomáticas pode levar a intervenções terapêuticas mais eficazes na busca
da melhor qualidade de vida dos pacientes o que resulta a redução de maiores problemas
de saúde. O presente artigo busca contribuir com a visão psicanalítica para a educação e
sensibilização do público em geral sobre essa importante área de saúde.
4. METODOLOGIA
5. DESENVOLVIMENTO
5.1. CONCEITO
Conceitua-se como doenças psicossomáticas aquelas causadas por problemas
emocionais e que representam uma ligação direta entre a saúde emocional e a física. De
tal maneira que temos um sofrimento psicológico que, de alguma forma, ocasiona uma
doença física.
Certamente que essa ocorrência não é consciente e a confirmação do diagnóstico
não é simples, principalmente por se tratar de um diagnóstico de exclusão. Assim, todas
as demais causas devem ser investigadas e excluídas antes. Há também o registro de
transtorno de somatização, quando a o paciente apresenta múltiplas queixas físicas, sem
explicações por nenhuma doença ou alteração orgânica. É comum que tais sintomas se
intensificam quando o paciente se encontra em situações de estresse e/ou pressão
emocional.
Sobre o termo Psicossomático, surgiu no século passado, através de Heinroth,
com a criação das expressões psicossomática (1918) e somatopsíquica (1928) (MELLO
FILHO, 1992). Entretanto, houve somente a consolidação do movimento em meados
deste século com as contribuições de Franz Alexander e da Escola de Chicago.
Para Alexander, o termo psicossomático: 24
Dias (1992, p. 31) apresenta uma crítica no termo psicossomático, quanto o que
entende entre o sujeito e linguagem. Ele afirma que é um termo já gasto, pois entrou no
domínio do psiquiátrico e da medicina com uma tal amplitude que, se bem que criando
um novo espaço de investigação, também o diluiu noutros espaços afins. Propõe ainda
que, “a partir de algumas indicações deixadas por Bion”, há necessidade de se interrogar
quanto à inespecificidade do termo psicossomático e sua pertinência.
O termo psicossomático, de forma simplista, refere-se tanto ao quesito da origem
psicológica de determinadas doenças orgânicas, quanto às repercussões afetivas do
estado de doença física no indivíduo, como até confundir-se com simulação e
hipocondria, onde toma um sentido negativo (CARDOSO, 1995).
Na medicina psicossomática é um estudo das relações mente corpo com ênfase
na explicação da patologia somática, uma proposta de assistência integral e uma
transcrição para a linguagem psicológica dos sintomas corporais (EKTERMAM, 1992,
p.77).
Com o conceito brevemente definido, passamos a desenvolver o que fundamenta
a abordagem multidisciplinar (no caso que nos envolve, psicológica/médica).
Importante trazer à tona a lembrança dos trabalhos de Franz Alexander [1891-
1964], médico e psicanalista, que a partir de 1930, atuando no campo da medicina
psicossomática, como principal representante da Escola de Chicago, realizou uma
tentativa de descrever os conceitos básicos em que se fundamenta a abordagem
psicossomática. Alexander buscou apresentar o a influência dos fatores psicológicos
sobre as funções do corpo e seus distúrbios.
Um postulado que recorta a obra é que os processos psicológicos não diferem de
outros processos ocorrentes no organismo, pois também são fisiológicos, diferindo das
expressões corporais por serem percebidos subjetivamente e poderem ser comunicados
verbalmente. Franz Alexander (1989) asseverava que o processo orgânico/físico estava
diretamente ou indiretamente sob influência das incitações psicológicas, posto que
corpo e mente são um organismo único. 24
5.2. CAUSAS
NASCIMENTO 1999)
Vasconcellos (1998) propõe a visão para dimensões espiritual e ecológica. O
autor entende que são abordagens recentes, novos paradigmas a serem quebrados e
aceitos no arcabouço metodológico ainda não existentes, mas, já há uma flexibilidade.
Importante enfim, entender que as doenças psicossomáticas, que são muitas, sofrem
constantemente influência de todas estas dimensões sociais, logo, não há uma única
etiologia, mas, há uma diversidade de dinâmicas que podemos trabalhar.
5.3. SINTOMAS
6. DISCUSSÃO
No final do século XIX, Freud (1835-1930) resgata a importância dos aspectos
internos de uma pessoa ao desenvolver a teoria psicanalítica. Freud (1893) não
encontrou nenhum dano orgânico nos corpos dos histéricos que justificasse os sintomas 24
Na América, o interesse pela psicossomática nasce nos idos dos anos 30,
consolidando-se com Alexander e Dunbar da Escola de Chicago. Tais autores
consideram que os transtornos psicossomáticos seriam consequência de estados de
tensão crônica, relativa à expressão inadequada de determinadas vivências, que seriam
derivadas para o corpo (Cardoso, 1995, p.10). Essa linha de pensamento defende a
questão da especificidade da doença psicossomática numa visão psicogenética.
Conforme os estudos hipotéticos de especificidade, as diferentes doenças
psicossomáticas corresponderiam diferentes fatores psicológicos, que para Dunbar
seriam os tipos de personalidade e para Alexander os conflitos ou situações de vida
significantes (Cardoso, 1995, loc. cit.) 24
Em uma reversão de perspectiva das escolas americanas, no final dos anos 50, a
França, a partir de nomes com o P. Marty, M de M. Uzan, M. Fain e C. David, inicia
uma investigação em psicossomática. Para estes autores, o termo psicossomático se
refere à designação de uma abordagem de pacientes, de uma técnica psicoterápica e de
uma teoria, (Rocha, 1989, p.104) cujo interesse é a compreensão do que ocorre na
mente dos sujeitos que respondem aos conflitos e aos acontecimentos somatizando.
24
Para esses autores determinadas manifestações verbais perversas ou agressivas,
que surgem de repente desconectadas do contexto, denunciam uma certa ligação com o
inconsciente. Apesar da existência dessa ligação, o contato estabelecido entre eles
ocorre "en el nível, mas boyo, el menos elaborado, mas acá de las primeiras
elaboraciones integradoras de la vida pulsional". (Marty y M.Uzan, 1963, p.719).
Jonhn Nemiah e Peter Sifneos, dois terapeutas americanos, nos anos 70,
realizaram pesquisas sobre a forma peculiar de se comunicar dos pacientes
psicossomáticos e, constataram por meio de entrevistas psiquiátricas gravadas com
pacientes que apresentavam alguma doença psicossomática clássica, que dezesseis
desses pacientes apresentaram uma impressionante dificuldade de expressar suas
emoções através da palavra.
as relações entre a mente e o corpo, levando em conta o ser humano como um todo.
8 CONCLUSÃO
Ficar doente é uma experiência muito significativa na vida de qualquer pessoa.
Inclui experiências subjetivas de mudanças físicas ou emocionais e a confirmação
dessas mudanças por outras pessoas. O ser humano sente isso não apenas em seu corpo, 24
conflitos internos. Isso pode ocorrer devido a mecanismos psíquicos, como a repressão,
a negação e a formação de sintomas.
É importante ressaltar que a psicanálise não nega a existência de componentes
orgânicos nas doenças psicossomáticas. Pelo contrário, reconhece que fatores biológicos
podem estar envolvidos. No entanto, a ênfase recai sobre a compreensão dos aspectos
psíquicos e emocionais subjacentes aos sintomas físicos.
O tratamento psicanalítico das doenças psicossomáticas busca investigar os
conflitos inconscientes e as emoções reprimidas que estão relacionados aos sintomas
físicos. O objetivo é trazer à consciência esses conteúdos reprimidos, permitindo que o
indivíduo trabalhe emocionalmente com eles e encontre formas mais adaptativas de
lidar com seus conflitos.
É importante destacar que a abordagem psicanalítica é apenas uma das
perspectivas para entender as doenças psicossomáticas. Existem outras abordagens,
como a psicossomática clínica, a medicina psicossomática e a psicologia da saúde, que
também oferecem contribuições valiosas para a compreensão e o tratamento dessas
condições.
REFERÊNCIA
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Desde seu estabelecimento na Idade Média (as primeiras menções datam do século X), leva o nome de sua localização
“Montpellier” uma cidade portuária. Por tal motivo, a circulação expressiva de pessoas e a mistura étnica/cultural ali
foram acentuadas pela intensa atividade comercial. Como capital da região de Languedoc, foi e ainda é um importante
centro urbano, do ponto de vista político-administrativo, econômico, religioso e também educativo, entre várias outras
esferas.
Montpellier foi conhecida como uma 'cidade médica', pois lá havia intensos intercâmbios comerciais desde a Idade
Média, o que tornou uma referência importante para peregrinos, cruzados e outros viajantes. Essa impar combinação
oportunou demandas particulares de atendimento médico, originando diversas instituições de caridade e hospitalares,
bem como sua escola de medicina (Williams, 1996, p.205-207).
Não há registro claro, mas médicos árabes e judeus com grandes conhecimentos procedentes da Espanha e recebidos
pelos condes de Montpellier começaram a ensinar medicina na localidade. No início do século XIII, a Faculdade de
Medicina já era um dos quatro maiores centros de ensino médico na Europa Ocidental, posição que manteve ao longo
dos cinco séculos seguintes. Para se ter uma ideia da reputação dessa escola, entre 1610 e 1752, seis entre os dez
Primeiros Doutores (os médicos do rei da França) foram formados em Montpellier, e entre 1803 e 1806, quase a metade
dos médicos franceses (45,9%) era graduada pela instituição (Raynaud, 1998, p.726; Williams, 1996, p.218). Entre os
mais aclamados históricamente, cabe selecionar Laurent Joubert (1529-1682), Lazare Rivière (1589-1655), Joseph
Pitton de Tournefort (1656-1708), Théodore Turquet de Mayerne (1573-1654 ou 1655), Jean Astruc (1684-1766),
Pierre-Jean-George Cabanis (1757-1808), Philippe Pinel (1745-1826) e Marie François Xavier Bichat (1771-1802).
Desde a Idade Média, a Faculdade de Medicina de Montpellier teve feições próprias e originais. Assim, por exemplo,
nem mesmo nesse primeiro período o ensino foi livresco: nos anos 1200, os estatutos da universidade estabeleciam que
os alunos deveriam se afastar da cidade e interromper suas atividades em sala de aula para realizar prática clínica, sendo
esta uma parte do programa de estudos (Nance, 2001, p.68).
A aura e reputação ilibada de Montpellier como centro de ensino médico inovador, que atualizava continuamente seus
equipamentos e contratava professores progressistas se manteve no decorrer dos séculos. Coleman (1974, p.400)
observou que tal processo se deu em um contexto intelectual que colocava o ser humano como parte do mundo natural,
importante ressaltar, um 'animal racional', cuja saúde podia ser conservada pela medicina. Todavia, a partir do século
XVII, os médicos de Montpellier priorizaram os dados obtidos através da senso-percepção (Nance, 2001, p.68).
ii
Este termo foi empregado por Freud pela primeira vez no artigo sobre As Neuropsicoses de defesa (1894) Edição
Standard Brasileira (1994), vol. III, p.56, Imago Editora. No entanto parece haver uma certa imprecisão quanto o
verdadeiro autor deste termo - Freud ou Breuer. (1914) Edição Standard Brasileira (1994), vol. XIV, p.19, Imago
Editora. Freud utiliza este termo no caso da Sr.ª. Emy von N. para designar a transformação da excitação psíquica em
sintomas somáticos crônicos, cujo sentido primordial é econômico. (1893) Edição Standard Brasileira (1994), vol. II,
p.116, Imago Editora