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Aula 1 - Conceitos históricos do comportamento anormal

quinta-feira, 10 de agosto de 2023 17:56

Patológico seria o desvio do considerado "normal" de uma conduta em determinado contexto


cultural.

Normal e patológico = saúde e doença

A "loucura" é uma produção histórica dependendo da estrutura de maior poder no momento, aonde
essa estrutura detém o poder de definir o que é normal e o que é patológico.

O termo correto para "loucura" é disfunção psicológica que é a desordem no funcionamento


cognitivo, emocional ou comportamental. Ex: desmaiar ao ver sangue.

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Transtorno psicológico

Disfunção psicológica é associada ao sofrimento ou prejuízo no funcionamento, não sendo típica ou


culturalmente esperado.

Essa reação pode ser maior ou menor grau (continuum)

Sofrimento subjetivo ou prejuízo - para ser caracterizado assim o indivíduo tem que estar
demasiadamente perturbado.
Somente este critério não define o comportamento anormal.

O sofrimento e angústia fazem parte da nossa vida .

Em uma situação de mania a pessoa não sentirá sofrimento ou angústia, por exemplo.

Prejuízo - causando prejuízos na nossa rotina, autoestima, situações sociais etc.

A maioria dos transtornos psicológicos são as expressões extremas de emoções , comportamentos e


processos cognitivos considerados normais.

Atípico ou socialmente inesperado - aos olhos da sociedade quanto mais você for produtivo, mais
excentricidade ela vai tolerar.

Violar as normas sociais / perspectivas cultural

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Tradição sobrenatural - fenômenos eram vistos como punição de Deus, o comportamento hoje
chamado de psicopatologia era entendido como um reflexo entre a batalha entre o bem e o mal.
Quando confrontados com o inexplicável, com o comportamento irracional, com o sofrimento e a
revolta, as pessoas identificam o mal.

O comportamento das pessoas antigamente era vista como possessão ou culpa das bruxas.

Os tratamentos incluíam exorcismos e rituais religiosos.

Importante saber os tratamentos e o que era. (Prova)


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Tradição biológica

A partir dos gregos, a pergunta "que Deus ofendi ou que entidade pune pelo quê?" Será substituída
pela busca de um "órgão" acometido, Pela base física da doença.

Hipócrates diz que os transtornos psic. Poderiam ser tratados como qualquer outra doença.
Para ele eram causados por patologias cerebrais ou por traumas na cabeça e hereditariedade
familiar.

Consideram o cérebro como a sede da sabedoria, consciências, inteligência e da emoção.

Transtornos envolvendo essas funções estariam localizados no cérebro.

Reconheceu a importância das contribuições psicológicas e interpessoais para a psicopatologia,


como os efeitos negativos gerado pelo estresse familiar.

Galeno usava a teoria humoral dos transtornos , desequilíbrio bile , bile negra , sangue e tals
Melancólica, fleumático , colérico e sanguíneo.

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Médica moderno

Superação do declínio do dogmatismo religioso.

Ascensão do racionalismo

Ciência passa predominantemente a dominar e cria a expectativa que o homem poderia controlar
as forças naturais , curar as doenças e, quem sabe , atingir a imortalidade.

Experimentação é a ordem do dia , substituindo a tradição , a fé e a abstração dedutiva.

Franz Joseph Gali - criador da frenologia considerando que o cérebro tinha diferentes órgãos que
ocupavam determinadas áreas . E cada um era responsável por uma característica da personalidade
conforme a forma, tamanho e proporção de estruturas faciais e cranianas.

Pinel - considerado fundador da psiquiatria moderna, implanta em 1793 reformas humanitárias ,


abolindo o uso de correntes e algemas e introduzindo intervenções psicológicas positivas e
humanizadas .

Com o tratamento moral - era a oposição aos tratamentos físicos utilizados na época e pode ser
entendido como psicológico.

O tratamento humano e digno declinou a partir do final do século XIX em função de uma
convergência de fatores.
Com o aumento do número de doenças mentais, tornando os hospitais psiquiátricos "depósitos de
gente"
Tratamento adequado era dispendioso e trabalhoso
E não era de interesse de o governo investir.

No sec. XX, com as observações de crises epiléticas podiam atenuar sistemas psicóticos.
Em 1938 Cerleti e Bini utilizavam eletricidade para induzir crises epiléticas controladas. Conhecido
como eletrochoque ou eletroconvulsoterapia sendo amplamente utilizado em hospitais psiquiátricos
em pacientes que davam mais "trabalho"

Entre 1940 e 1950, Egas Moniz propôs o tratamento de quadros psicóticos e obsessivo -compulsivos

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Entre 1940 e 1950, Egas Moniz propôs o tratamento de quadros psicóticos e obsessivo -compulsivos
intratáveis com o uso da lobotomia, sendo a destruição da substância branca dos lobos frontais.
Uns tinham melhoras nos sintomas outros apresentavam complicações cirúrgicas graves e alterações
de personalidade.

Brasil colônia - nessa época a maioria dos loucos eram tratados por curandeiros ou sacerdotes
católicos (jesuítas) , não representavam risco e eram tolerados em espaços públicos, os agressivos
eram levados a santa casa e prisões onde eram encarcerados.

Brasil imperial - assistência social como caridade (ordens religiosas) ou como forma de sanear o
espaço público.
Primeira denúncia de insalubridade nos portões de tratamento a doentes mentais na santa casa
(1835)
1881 - criação de disciplina de doenças mentais nas faculdades de medicina do rio de janeiro e
Bahia.

Antônio Luis da Silva denunciou os maltrato feitos pela santa casa no rio de janeiro, tanto no
convívio social como um lugar sem limpeza, revelando o acorrentamento no tronco e repressão dos
enfermos. E solicitou um lugar adequado para recebê-los.

Período republicano - início da psiquiatria científica no Brasil e da autonomia no setor da saúde


mental no Brasil.
Substituídos pelos valores humanitários.
Hospícios são desanexados da santa casa e instituem um modelo centralizado.
Implementação de um projeto de medicalização da loucura e sua transformação efetiva em doença
mental.
Surge a expressão hospital psiquiátrico.

Século XX - é fundada a liga brasileira de higiene mental em 1923 por Gustavo Riedel
Programas de intervenção era xenofóbico, racista, antiliberal e eugenista.

A psiquiatria fica em defesa do estado e participa em grande parte do controle social.

Asilamento se torna mais frequente ETC (eletrochoque) e lobotomia são muito usados.

Superlotação dos hospitais psiquiátricos na década de 1950 e início dos movimentos de


desinstitucionalização.
Denuncia de tratamentos desumanos e resgate para o convívio social e recuperação.

Reforma psiquiátrica italiana - criação da expressão saúde mental antes o que era loucura e doença
hoje passa a se tornar sofrimento psíquico ou mental (uma pessoa que está em sofrimento) ,
surgindo a descrição saúde mental usada até hoje.

Século XX - a doença mental se torna objeto de lucro, uma mercadoria. Na parte farmacêutica com
os remédios.

A loucura se torna doença, alienação, desajuste e irracionalidade e perversão pelos saberes médicos
Manicômio se torna expressão para essa forma de controle, violência, exclusão e desumanização do
indivíduo.

Importante em 1978 o movimento dos trabalhadores começaram a se movimentar para a mudança


da reforma psiquiátrica no Brasil e a desarticulação da "indústria da loucura" , regulamentação e
implementação dos primeiros caps no Brasil em 1980. Movimento da liga antimanicomial em 1978.
(pode cair na prova)

Motivo político e social complexo.

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Lei da reforma psiquiátrica elaborada em 2001 - dispõe sobre a


proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos
mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental do
hospitalocêntrico para o comunitário.
Implica um movimento mais abrangente: a desinstitucionalização
Propõe o atendimento e tratamento da pessoa e não da doença.
Abandonar o paradigma da razão, da produtividade e do
ajustamento social. Quebra com o paradigma da loucura como
periculosidade ou incapacidade .(não somente tirar do manicômio) Vai cair na prova provavelmente

A ideia de que o cuidado a saúde deve ser feito no território e na comunidade, tendo equipamentos
substitutiva de assistência e saúde mental. (Substituindo o manicômio) focando na prevenção e
promoção da saúde e inserindo o indivíduo novamente na sociedade.

Envolvendo 4 dimensões :
• teórico-conceitual: construir teorias que embasem as práticas propostas.
• Técnico-assistencial: foco em fornecer atendimento e cuidado em saúde mental.
• Jurídico-político: foco nas leis que garantem os direitos.
• Sociocultural: mudar as concepções e estereótipos acerca da loucura em si.

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Nise da Silveira - médica e psiquiátrica que não concordava com os tratamentos daquela época, que
criou ateliês de pintura e modelagem trabalhando com os clientes.
Era contra o modelos manicomial e apontava os problemas da pobreza e desigualdade e a promoção
da saúde.

Temos a fundação do museu de imagens do inconsciente.

A reforma psiquiátrica tem a função de mostrar que as pessoas tem que receber um tratamento
humano e não devem ser excluídas da sociedade.

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