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ENFERMAGEM EM

SAÚDE MENTAL E
NEUROPSIQUIATRIA
PSICÓLOGA ANA CAROLINA SANTOS MORAES
APRESENTAÇÃO

FILHA ESPOSA MÃE

EMOÇÕES/SONHOS EU MEDOS/ANSEIOS

PSICÓLOGA IRMÃ TIA CUNHADA


OBJETIVO

 CONTRIBUIR NA FORMAÇÃO DOS


TÉCNICOS EM ENFERMAGEM NA
COMPREENSÃO DO DOENTE MENTAL E
SUAS PSICOSES NOS ASPECTOS BIO-
PSICO-SÓCIO-CULTURAIS;

 SENSIBILIZAR O ALUNO NA IMPORTÂNCIA


DO ATENDIMENTO MULTIDICIPLINAR PARA
COM OS PACIENTES, SOBRETUDO
ÀQUELES PORTADORES DE TRANSTORNO
MENTAL, RESPEITANDO OS PRINCÍPIOS DE
INTEGRIDADE NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE.
CONTEÚDO DA
DISCIPLINA
UNIDADE I
1) História da Saúde Mental
2) Reforma Psiquiátrica
3) Conceitos de Saúde

UNIDADE II
1) Divisão anatômica do sistema nervoso
2)Transtornos e suas classificaçoes psiquiátricas
3) Técnicas de exploração e avaliação diagnóstica
4) Intervenções terapêuticas em saúde mental
CONTEÚDO DA
DISCIPLINA
UNIDADE III
 Relação terapêutica nos cuidados do enfermeiro
psiquiátrico (seminário)
 Procedimentos do profissional de enfermagem na
unidade de hospitalização do hospital geral (seminário)
 Procedimentos do enfermeiro no hospital psiquiátrico
(seminário)
 Procedimento do enfermeiro no hospital-dia (seminário)
 Procedimento do enfermeiro psiquiátrico no lar abrigado
(seminário)
AVALIAÇÃO: 2 prova(s) escrita e individual
2 seminários (escrita e apresentação grupal) e
participação
=>COMBINADOS!!!
Seminários...

• Grupo 1: Pacientes com Transtorno de


personalidade
=>pontuar principais diagnósticos de
Enfermagem associados a estes transtornos
=>atitudes e intervenções de Enfermagem
associados a estes transtornos
• Grupo 2: Pacientes com transtornos afetivos
=> pontuar principais diagnósticos de
Enfermagem associados a estes transtornos
=>atitudes e intervenções de Enfermagem
associados a estes transtornos
Seminários...

• Grupo 3: Pacientes com transtornos


esquizofrênicos
=>pontuar principais diagnósticos de
Enfermagem associados a estes transtornos
=>atitudes e intervenções de Enfermagem
associados a estes transtornos
• Grupo 4: Pacientes com transtornos
paronóides
=>pontuar principais diagnósticos de
Enfermagem associados a estes transtornos
=>atitudes e intervenções de Enfermagem
associados a estes transtornos
Seminários...

• Grupo 5:Pacientes com transtornos de


ansiedade
=>pontuar principais diagnósticos de
Enfermagem associados a estes transtornos
=>atitudes e intervenções de Enfermagem
associados a estes transtornos
• Grupo6:Pacientes que apresentam abuso de
substâncias
=>pontuar principais diagnósticos de
Enfermagem associados a estes transtornos
=>atitudes e intervenções de Enfermagem
associados a estes transtornos
REFLITA UM POUCO...

“Ninguém pode
voltar atrás e fazer
um novo começo,
mas é possível
começar de novo e
fazer um novo fim.”
Chico Xavier
Videos do filme “Pach
Adms: o amor é
contagioso”
 Refletir: Que tipo de profissional eu quero ser?
 Um profissional metódico que faz somente o
protocolo e nada mais, porque não recebe para
isto!?
 Um profissional motivado, que desempenha seu
trabalho com amor e dedicação, indo além do
protocolo, doando-se ao outro o melhor que
consegue naquele momento!?
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
A sociedade explicou e
tratou o comportamento
anormal de diferentes
maneiras em diferentes
momentos. A maneira como
ela reage depende dos seus
valores e suposições sobre a
vida e também sobre o
comportamento humano.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 primeira visão: causas sobrenaturais que assumem o controle
da mente ou do corpo. Evidências na forma de rolos de
papiro, monumentos e os antigos livros da bíblia revelam que
os antigos egípcios, árabes e hebreus acreditavam que o
comportamento anormal era decorrente de possessão por
forças sobrenaturais, como deuses irados, maus espíritos e
demônios.

 Tratamento:usar encantamentos, preces ou poções ou até


apedrejar e açoitar.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
A primeira tentativa de explicar
o comportamento anormal em
termos de causas naturais, ao
invés de sobrenaturais, foi com
Hipócrates (460-377 d. c.),
conhecido como pai da
Medicina Moderna, ensinou
que o cérebro é o órgão
responsável pelos transtornos
mentais.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 Ele também sugeriu que o comportamento era
governado pelos níveis de quatro líquidos : bile
negra; bile amarela; fleuma e sangue. Ele
acreditava que o excesso de bile negra causava
depressão; o excesso de bile amarela estava
associado à tensão, ansiedade e instabilidade
pessoal; níveis elevados de fleuma resultavam em
temperamento sombrio ou preguiçoso; excesso
de sangue estava relacionados a oscilações de
humor rápidas.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 Hipócrates carecia de técnicas científicas para
verificar suas explicações, mas apontou um
caminho para a perspectiva fisiológica para
explicar o comportamento anormal.
 O tratamento durante esse período envolveu
tentativas de restaurar o equilíbrio apropriado
entre os líquidos, drenando o excesso ou
alterando dieta, exercício, ingestão de álcool ou
estilo de vida em geral.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 Durante a Idade Média (500-1500 d. c.) houve o
retorno à demonologia, já que a religião tornou-
se a força dominante; a vida era percebida
como uma luta entre forças do bem e do mal e o
indivíduo anormal como um bruxo, possuído pelo
demônio. O tratamento, portanto, era exorcismo
brutal, apedrejamento, torturas e até queima-los
vivos.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 Foi a partir do sec. XVI, que as pessoas
perturbadas foram reconhecidas que
necessitavam de atendimento e não de
exorcismo ou condenação. Naquela época
(1547), os primeiros hospitais eram como prisões
para confiná-los a horríveis condições: eram
acorrentados à parede ou a grandes bolas de
ferro em que arrastavam para se locomover.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 Depois que os indivíduos perturbados foram
reconhecidos como pacientes, o passo seguinte
em promover atendimento humanitário
envolveu melhorar as condições nas quais os
pacientes viviam.
 Philippe Pinel (1745-1826), ordenou que os
pacientes de seu hospital (em Paris) fossem
desacorrentados e os alojamentos fossem
renovados para se tornarem agradáveis. Ele
substituiu por camisa de força.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 Pinel acreditava que as causas da
loucura podiam ser somáticas e
que seu tratamento poderia ser
conseguido através da educação,
“que dominaria as forças
irracionais da loucura”.
 Na Inglaterra, William Tuke (1732-
1822) e os Quakers abriram um
“retiro” em uma propriedade rural.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 No sec XIX, juntamente com a escola francesa, a
escola alemã tomou muita importância e
lentamente apareceram as mudanças: a
organização assistencial com finalidade
claramente terapêutica e os psiquiatras tentando
desenvolver métodos de cura. Por exemplo:
Wagner von Jauregg (1887 e 1890, psicoterapia e
malarioterapia), Jacob Kasi (1922, sono
prolongado), Von Meduna (1935, terapia da
convulsão);
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 V. Cerletti e L. Bini (1938, eletrochoque), E. Moniz
(1936,psicocirurgia), Delay (1952, cloropromazia,
com a qual se inicia a psicofarmacologia).
 Tudo isto fez com que se observasse (sec. XX) uma
significativa diminuição de internações e maior
número de altas, o que determinou a necessidade
da criação de novas instituições ou dispositivos em
que o paciente não se desvinculasse ou se
separasse fisicamente do seu ambiente familiar e
social. Começaram a aparecer as unidades
psiquiátricas hospitalares, hospitais-dia, hospitais-
noite e hospitais fim-de semana.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 Destacam-se Sigmund Freud (1856-1939) era neurologista e
estava interessado em tratar pacientes com transtorno
histéricos através da cartase ( falar sobre os sintomas sob
hipnose inicialmente, depois substituído pela associação livre,
em que o paciente deita no divã, fala o que vem à mente e
acaba por revelar os problemas e os conflitos psicológicos
que levaram aos sintomas).
 Para Freud, a fonte de todo comportamento normal e
anormal é a interação das forças da mente
(id/ego/superego) que estão em nosso inconsciente
camuflado por nossos mecanismos de defesa. Ele acreditava
que as memórias e conflitos poderosos mais importantes
estão guardados no inconsciente e que são aqueles vividos
no início da infância que irão continuar por afetar o nosso
comportamento ao longo da vida.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 Destacam-se também Pavlov (1849-1936) e
Thorndike (1874-1949) que expandiram nosso
entendimento de como o condicionamento
influencia o comportamento, mas seus trabalhos
limitaram-se a animais e eles não focaram no
comportamento humano. No entanto, o
impetuoso psicólogo americano John Watson
(1878-1958) afirmou que o condicionamento
poderia explicar o comportamento normal e
anormal do ser humano. Por exemplo, os medos
(fobias) seriam decorrentes de condicionamento
clássico ao invés de conflitos inconscientes e que
comportamentos como acessos de raiva são
operantemente condicionados porque levam a
gratificação.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 Jacob Levi Moreno (1892-1974) que teve grande
relevância para a reforma psiquiátrica e para o
atendimento humanitário, pois criou o teatro espontâneo
( evoluiu para teatro terapêutico), propondo que a
melhor maneira de lidar com os problemas pessoais era
representando seus papéis com espontaneidade num
teatro, a onde as imperfeições e as incongruências de
um paciente mental são bem recebidas e esperadas.
 criou a Casa do Encontro, um lugar em Viena para
abrigar refugiados da Primeira Guerra ; local este onde as
pessoas eram assistidas e ajudadas pelo tempo
necessário, na qual discutiam os problemas e
compartilhavam ressentimentos e sentimentos em sessões
de grupo. Em Nova York, desenvolveu e aperfeiçoou
vários testes sociométricos ; depois o psicodrama foi
levado às crianças de uma instituição. Em 1936, fundou o
Beacon Hill Sanatorium, seu próprio hospital para doentes
mentais.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 E assim tiveram muitos outros que aprofundaram o
conhecimento das doenças mentais, sob um ponto
de vista organicista, ou sob outras perspectivas em
que reconhecia a influência das condições
psicológicas, da aprendizagem, dos conflitos
inconscientes, das relações interpessoais, da
estrutura social, etc.
 A partir da Segunda Guerra Mundial, a psiquiatria
incorporou uma série de conhecimentos e técnicas
de inspiração sociológicas e antropológica, em
campos como a dinâmica de grupo, as
modificações da psicanálise, as investigações
acerca da influência do meio familiar nas neuroses
e nas psicoses, os estudos comparativos do
pensamento esquizofrênico, as comunidades
terapêuticas, a renovação da assistência,etc.
HISTÓRIA DA SAÚDE
MENTAL
 Na Espanha foram feitas as primeiras tentativas de
organização psiquiátrica em 1846, sob influência
francesa, propunha limpeza e higiene, dignidade no
trato, isolamento e ruptura das relações com o exterior,
etc
 Por fim, os cuidados têm hoje como objetivo principal
serem integrados, tratando tanto o aspecto biológico
como o psicológico e social da pessoa doente.
 A assistência psiquiátrica não é apenas constituída
pela responsabilidade do psiquiatra, mas de toda uma
equipe de profissionais formados em diferentes
disciplinas, com um objetivo comum: o
restabelecimento da saúde para que possam voltar ,o
quanto antes, a uma vida integrada e ativa .
Considerações Finais

 Tal como a psiquiatria (área do conhecimento


médico-científico que se ocupa do estudo dos
transtornos mentais nos seus diferentes aspectos:
etiológico, clínico, diagnóstico, prognóstico, de
prevenção e tratamento ), a enfermagem
evoluiu da função de conter e isolar à de aplicar
tratamentos biológicos ou somáticos,
desempenhando um papel psicoterapêutico
(mais ou menos definido) na sua relação com o
doente, até chegar a uma concepção
integrada de cuidados ao indivíduo, família e
comunidade, prestando seus serviços no âmbito
de uma equipe multiprofissional (psiquiatra,
psicólogo, assistente social, enfermeiros, auxiliares
de enfermagem, terapeuta ocupacional…) com
atuação coordenada.
Considerações Finais

 O objetivo da Enfermagem é contribuir para que a pessoa


reencontre e/ou enriqueça o equilíbrio dinâmico de que
necessita para viver.
 Segundo Rosette Poletti, facetas da enfermagem psiquiátrica
:
 cuidados globais não só em aspectos instrumentais, mas
também psicossociais ;
 papel dinâmico na criação de uma atmosfera humana que
permita ao paciente reencontrar a harmonia e a
prosperidade;
 participação na vida quotidiana dos pacientes, o que
permite observar e recolher dados para o diagnósticos,
tratamento e reabilitação;
 relação bipessoal, que pode ser terapêutica quando o
pessoal de enfermagem é responsável e consciente dos
próprios conteúdos psicológicos, conhece seus próprios limites
e reconhece sua própria identidade.
Reforma psiquiátrica

 A Reforma Psiquiátrica pretende construir um novo


estatuto social para o doente mental, que lhe garanta
cidadania, o respeito a seus direitos e sua individualidade,
promovendo sua contratualidade (resgate da
capacidade do sujeito de participar do universo das
trocas sociais, de bens, palavras e afetos) e sua
cidadania, inclusos aí não só seus direitos como seus
deveres como cidadão.
Diretrizes
 A reforma psiquiátrica pretende modificar o sistema de
tratamento clínico da doença mental, eliminando
gradualmente a internação como forma de exclusão
social. Este modelo seria substituído por uma rede de
serviços territoriais de atenção psicossocial, visando a
integração da pessoa que sofre de transtornos mentais à
comunidade.
REFORMA PSIQUIÁTRICA

 A rede territorial de serviços proposta na Reforma


Psiquiátrica inclui centro de atenção psicossocial (CAPS),
centro de convivência e cultura assistidos, cooperativas
de trabalho protegido (economia solidária), oficinas de
geração de renda e residências terapêuticas,
descentralizando e territorializando o atendimento em
saúde, conforme previsto na Lei Federal que institui o
Sistema Único de Saúde (SUS) no Brasil. Esta rede
substituiria o modelo arcaico dos manicômios do Brasil. A
reforma psiquiátrica, propõe a desativação gradual dos
manicômios , para que aqueles que sofrem de transtornos
mentais possam conviver livremente na sociedade.
Porém, ocorre que muitos deles sequer têm nome
conhecido, documentos, familiares, dificultando a
reinserção social. Também não possuem acesso aos
benefícios sociais oferecidos pelo Estado, como a
aposentadoria e auxílio doença.
REFORMA PSIQUIÁTRICA

=> Histórico Resumido


 A Psiquiatria já nasceu como reforma, a julgar pelo
mito de Pinel, que desacorrentou os loucos em Paris,
ainda no séc. XVII, visando um tratamento mais
humano. No entanto, as demandas sociais e
econômicas de exclusão da loucura predominaram
historicamente e, desde então, movimentos
reformistas sempre buscaram distanciar-se, mesmo
que minimamente, da contenção, seja pela
criação de colônias agrícolas no início do século XX,
seja pela psiquiatria comunitária das décadas de
60-70.
O que entendemos hoje como reforma psiquiátrica
brasileira congrega este questionamento do
modelo asilar com o esforço de promoção de
cidadania de sujeitos tradicionalmente tutelados.
REFORMA PSIQUIÁTRICA

 O antecedente histórico da Reforma brasileira que


mais se afina com as diretrizes atuais das políticas
de saúde é o movimento da Psiquiatria Comunitária
e Preventiva norte-americana. Baseado em
intervenções na comunidade e em prevenção de
internações, sua influência se exerceu apesar de
uma série de críticas, entre elas a de que a
vigilância do preventivismo propiciava a
psiquiatrização do social de forma iatrogênica
(resultado negativo da prática médica e ou de
outros profissionais da saúde, tais como: negligência
ou procedimentos com falhas, erro de diagnóstico,
má utilização de antibiótico, etc) e a de que seu
conceito de saúde mental dependia
exclusivamente da adaptabilidade ao grupo social,
e portanto suas intervenções eram mais
normalizadoras do que promotoras de saúde.
REFORMA PSIQUIÁTRICA

 Políticas Públicas de Saúde Mental


 As Políticas Públicas de Saúde Mental visam elaborar leis
que contribuam para a melhoria no atendimento dos
serviços e benefícios para os usuários, transformando
aquilo que é individual em ações coletivas, garantindo
assim seus direitos sociais. A prática em saúde mental é
uma responsabilidade social e deve se relacionar ao
desenvolvimento histórico da sociedade.
 Nas Conferências Nacionais são discutidas políticas
públicas que tem como objetivo a melhoria dos serviços,
construções de novos CAPS, Residências Terapêuticas,
entre outras demandas características de cada
comunidade. As diretrizes e os assuntos são discutidos nas
Conferências Municipais com representantes de usuários e
de prestadores de serviços.
REFORMA PSIQUIÁTRICA

 Temas como inserção social, comunicação,


educação e instrumentos para a consolidação
do SUS são discutidos, elaboram-se proposições
de melhoria e então levados por delegados
escolhidos para as Conferências Estaduais. Nelas
são discutidos os assuntos em maior destaque
para a formação ou melhoria das Políticas
Públicas e dos direitos sociais dos usuários.
 Assim, as Políticas Públicas de Saúde Mental
devem discutir e atualizar todos os meios de
acesso da população às informações, estudar as
demandas através de critérios epidemiológicos,
visando melhorias nos serviços principalmente
para os usuários facilitando o processo de
inclusão e inserção social na comunidade.
REFORMA PSIQUIÁTRICA

O movimento por uma sociedade sem manicômios


e a reforma psiquiátrica
 As políticas para a saúde mental foram objeto de
vivo interesse de atores sociais, que a
influenciaram através de atuações externas à
gestão sanitária nas últimas três décadas,
determinando em grande medida sua trajetória.
Amarante define reforma psiquiátrica como um
processo histórico de formulação crítica e
prática, que tem como objetivos e estratégias o
questionamento e elaboração de propostas de
transformação do modelo clássico e do
paradigma da psiquiatria (1995). No caso
brasileiro esse processo é tributário dos debates
teóricos e das experiências que constituem o
ideário da "nova psiquiatria" (Venancio, 1990).
REFORMA PSIQUIÁTRICA

 No Brasil, o processo se iniciou no final da década


de 1970, no contexto político de luta pela
democratização. O principal marco de sua
fundação é a chamada "crise da Dinsam" (Divisão
Nacional de Saúde Mental), que eclode em 1978.
Os profissionais da área denunciavam as péssimas
condições da maioria dos hospitais psiquiátricos do
Ministério da Saúde no Rio de Janeiro e vários foram
demitidos. No mesmo ano, no V Congresso Brasileiro
de Psiquiatria, uma caravana de profissionais da
saúde demitidos no processo de lutas da Dinsam
divulgou o Manifesto de Camboriú e marcou o I
Encontro Nacional de Trabalhadores em Saúde
Mental, realizado em São Paulo, em 1979. Neste
processo surge o principal protagonista da reforma
psiquiátrica brasileira, o Movimento dos
Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM).
REFORMA PSIQUIÁTRICA

 O MTSM foi o primeiro movimento em saúde com


participação popular, não sendo identificado com um
movimento ou entidade de saúde, mas pela luta popular
no campo da saúde mental (...) (Amarante, 1995).
 A 8ª Conferência Nacional de Saúde, com 176 delegados
eleitos nas conferências estaduais, usuários e outros
segmentos representativos é vista como um marco e um
ponto de inflexão do processo, pois a partir dela o
movimento assumiu o lema "por uma sociedade sem
manicômios" e criou o Dia de Luta Antimanicomial
(Venancio, 1990). Em particular, nessa trajetória, é
importante assinalar a vinda ao Brasil, em 1986, de Franco
Rotelli, então secretário geral da Rede Internacional de
Alternativas à Psiquiatria, e diretor do Serviço de Saúde
Mental de Trieste, desde a saída de Franco Basaglia.
REFORMA PSIQUIÁTRICA

 Segundo Amarante, a partir do evento Congresso de


Bauru, a partir da criação de experiências institucionais e
associativas alternativas em São Paulo, Santos e Bauru e
da elaboração do projeto de lei que mais tarde ficou
conhecido como Projeto Paulo Delgado, ocorreu uma
ruptura com o processo anterior da reforma psiquiátrica.
Passou a haver o reconhecimento da inviabilidade de
transformação meramente "por dentro" das instituições e
a retomada das perspectivas desinstitucionalizantes e
basaglianas do início do MTSM. A partir de então,
promoveu-se a abertura do movimento para novos
atores, como as associações de usuários e familiares. A
partir de 1987, o MTSM passou a denominar-se Movimento
por uma Sociedade sem Manicômios. Em 1992, em
Brasília, foi realizada a decisiva 2ª Conferência Nacional
de Saúde Mental, com 1.500 participantes.
REFORMA PSIQUIÁTRICA

 Os desafios da desospitalização continuaram ao


longo da década, inclusive a partir de uma
importante frente parlamentar e do
desenvolvimento de experiências alternativas de
atendimento como hospital-dia.
 A reforma psiquiátrica é o tema de um debate em
andamento no Brasil há anos, as resoluções
tomadas neste processo ainda não foram
totalmente implementadas. Em abril de 2001 foi
aprovada a Lei Federal de Saúde Mental n 10.216,
que regulamenta o processo de Reforma
Psiquiátrica no Brasil.
 Marcha pela Reforma Psiquiátrica
 Em 30 de setembro de 2009 foi realizada a Marcha
dos Usuário a – por Reforma Psiquiátrica
Antimanicomial.
REFORMA PSIQUIÁTRICA

Com a realização da Rede Nacional Internúcleos


da Luta Antimanicomial e o apoio de diversas
entidades, como o Conselho Federal de
Psicologia, a Marcha foi um marco histórico para
a luta, pois os usuários de serviços de saúde
mental estiveram na rua para defender os
seguintes pontos:
 Defender o Sistema Único de Saúde (SUS)
ressaltando o papel fundamental que o Sistema
tem na Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, que
é oferecer estrutura adequada e melhores
condições de atendimento para tratamento de
portadores de sofrimento mental
 Defender o cumprimento da Lei da Reforma
Psiquiátrica (10.216/01)
REFORMA PSIQUIÁTRICA

 Reivindicar a realização da IV Conferência


Nacional de Saúde Mental (9 anos após a III,
realizada em 2001), que tem a importância de
discutir passos fundamentais para o avanço da
Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, além de
estabelecer novos marcos para profissionais da
área e portadores de transtornos mentais, que
estão cada dia mais atuantes socialmente.
 Exigir a efetiva implantação do "Programa de
Volta para Casa", criado pelo Ministério da Saúde
em 2003 com o objetivo de reintegrar
socialmente pessoas com transtornos mentais
que passaram por longas internações. O
programa dispõe também de um auxílio
financeiro para o beneficiário ou seu
representante legal.
BRASIL TROCOU OS MANICÔMIOS
POR REMÉDIOS PSIQUIÁTRICOS?

 Mesmo com um dos sistemas públicos mais


progressistas na saúde mental, os brasileiros
dependem cada vez mais de medicamentos
psicotrópicos. O país iniciou sua reforma
psiquiátrica no fim dos anos 70, a partir do
processo de redemocratização, substituindo a
atuação dos hospitais psiquiátricos por outras
formas de atendimento a pacientes com
transtornos, mas, ainda assim, o uso de
substâncias controladas segue crescendo entre a
população – e não são apenas os adultos.

 NOTÍCIA DIA 07 DE MAIO DE 2015


PROJETO DE
PROFISSIONAIS
PSICANALISTA (LABORATÓRIO DE
SAÚDE MENTAL)
 A Reforma Psiquiátrica Brasileira, ao engendrar novos
dispositivos assistenciais e novas práticas clínicas, cria
atividades práticas anteriormente desconhecidas da saúde
pública. Este projeto de pesquisa pretende contribuir para o
avanço do conhecimento dessas novas práticas clínicas. Para
tanto, propõe a criação do Laboratório de Saúde Mental, um
grupo permanente de pesquisa que reunirá trabalhadores de
saúde mental para narrarem suas vivências clínicas. Pretende-
se com isso: 1. construir um arquivo das vivências clínicas de
trabalhadores de saúde mental; 2. transformar vivências clínicas
em experiências socialmente compartilhadas e 3. criar um
banco de dados sobre as práticas clínicas no âmbito da
Reforma Psiquiátrica Brasileira para uso de trabalhadores e
pesquisadores.
CONCEITO DE SAÚDE

 Organização Mundial da Saúde: saúde é um


estado de completo bem-estar físico, mental e
social, e não apenas a ausência de doenças.
 A OMS, pouco após o fim da SegundaGuerra
Mundial, preocupou-se em traçar uma definição
positiva de saúde, que incluiria fatores como
alimentação, atividade física, acesso ao sistema
de saúde e etc.
 A OMS foi ainda a primeira organização
internacional de saúde a considerar-se
responsável pela saúde mental, e não apenas
pela saúde do corpo.
CONCEITO DE SAÚDE

 Críticas=> Definir a saúde como um


estado de completo bem-estar faz com
que a saúde seja algo ideal, inatingível, e
assim a definição não pode ser usada
como meta pelos serviços de saúde.

 Por outro lado, a definição utópica de


saúde é útil como um horizonte para os
serviços de saúde por estimular a
priorização das ações.
CONCEITO DE SAÚDE
 Christopher Boorse definiu em 1977 a saúde como a
simples ausência de doença; pretendia apresentar uma
definição "naturalista".
 Em 1981, Leon Kass questionou que o bem-estar mental
fosse parte do campo da saúde; sua definição de saúde
foi: "o bem-funcionar de um organismo como um todo".
 " Lennart Nordenfelt definiu em 2001 a saúde como um
estado físico e mental em que é possível alcançar todas
as metas vitais, dadas as circunstâncias.
 OMS: A medida em que um indivíduo ou grupo é capaz,
por um lado, de realizar aspirações e satisfazer
necessidades e, por outro, de lidar com o meio ambiente;
a saúde será vista como um recurso para a vida diária,
abranger os recursos sociais e pessoais, bem como as
capacidades físicas.
CONCEITO DE SAÚDE
 Essa visão funcional da saúde interessa muito aos
profissionais de saúde pública, pois pode ser usada de
forma a melhorar a eqüidade dos serviços de saúde e de
saneamento básico, ou seja prover cuidados de acordo
com as necessidades de cada indivíduo ou grupo.
 A saúde mental (ou sanidade mental) é um termo usado
para descrever um nível de qualidade de vida cognitiva ou
emocional ou a ausência de uma doença mental.

 Na perspectiva da psicologia positiva ou do holismo, a


saúde mental pode incluir a capacidade de um indivíduo
de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as
atividades e os esforços para atingir a resiliência
psicológica.
CONCEITO DE SAÚDE
 O Alameda County Study analisa a relação entre estilo de
vida e saúde. Descobriu que as pessoas podem melhorar sua
saúde através de:
• exercício,
• sono suficiente,
• mantendo um peso saudável,
• limitando o uso de álcool
• evitando fumar.
 Um dos principais fatores ambientais que afetam a saúde é a
qualidade da água, especialmente para a saúde dos
lactentes e das crianças em países em desenvolvimento.
 Estudos mostram que em países desenvolvidos, a falta de
espaços de lazer no bairro que inclua o ambiente natural
conduz a níveis mais baixos de satisfação nesses bairros e
níveis mais elevados de obesidade e, portanto, menor bem-
estar geral.
CONCEITO DE SAÚDE

 De acordo com a OMS, os principais determinantes da


saúde incluem o ambiente social e econômico, o
ambiente físico e as características e comportamentos
individuais da pessoa.

 O ambiente social e econômico são fatores essenciais na


determinação do estado de saúde dos indivíduos dado o
fato de que altos níveis educacionais estão relacionados
com um alto padrão de vida, bem como uma maior
renda. Geralmente, as pessoas que terminam o ensino
superior têm maior probabilidade de conseguir um
emprego melhor e, portanto, são menos propensas ao
estresse em comparação com indivíduos com baixa
escolaridade.
CONCEITO DE SAÚDE
 Portanto, a percepção de saúde varia muito entre as
diferentes culturas, assim quanto as crenças sobre o
que traz ou retira a saúde.
 A OMS define ainda a Engenharia sanitária como
sendo um conjunto de tecnologias que promovem o
bem-estar físico, mental e social. Sabe-se que sem o
saneamento básico (sistemas de água, de esgotos
sanitários e de limpeza urbana) a saúde pública fica
completamente prejudicada.
 A OMS reconhece que cerca de 80% das doenças
mundiais são causadas por falta de água potável
suficiente para atender as populações necessitadas.
E quanto à saúde mental?

 Apesar da Organização Mundial de Saúde afirmar que não


existe definição "oficial" de saúde mental, diferenças
culturais, julgamentos subjetivos, e teorias relacionadas
concorrentes afetam o modo como a "saúde mental" é
definida.
 Saúde mental é um termo usado para descrever o nível de
qualidade de vida cognitiva ou emocional.
 Ela pode incluir a capacidade de um indivíduo de apreciar
a vida e procurar um equilíbrio entre as atividades e os
esforços para atingir a resiliência psicológica.
 Admite-se, entretanto, que o conceito de Saúde Mental é
mais amplo que a ausência de transtornos mentais“.
Algumas definições :
1. Saúde Mental é o equilíbrio emocional entre o patrimônio interno
e as exigências ou vivências externas. É a capacidade de
administrar a própria vida e as suas emoções dentro de um amplo
espectro de variações, sem contudo perder o valor do real e do
precioso. É ser capaz de ser sujeito de suas próprias ações, sem
perder a noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua
plenitude máxima, respeitando o legal e o outro. (Dr. Lorusso);

2. Saúde Mental é estar de bem consigo e com os outros. Aceitar as


exigências da vida. Saber lidar com as boas emoções e também
com as desagradáveis: alegria/tristeza; coragem/medo;
amor/ódio; serenidade/raiva; ciúmes; culpa; frustrações.
Reconhecer seus limites e buscar ajuda quando necessário.
Os seguintes itens foram identificados
como critérios de saúde mental:

1.Atitudes positivas em relação a si próprio

2. Crescimento, desenvolvimento e auto-realização

3. Integração e resposta emocional

4. Autonomia e autodeterminação

5. Percepção apurada da realidade

6. Domínio ambiental e competência social;


INTRODUÇÃO AO SISTEMA
NERVOSO
 Todos os estímulos do nosso ambiente,
que causam nos seres humanos
sensações, não podem ser entendidas
sem o conhecimento do processo de
comunicação entre os neurônios,
sensações como:
 dor e calor,
 sentimentos,
 pensamentos,
 respostas emocionais e motoras,
 causas de distúrbios mentais,
 e qualquer outra ação.
NEURÔNIO

=>Célula nervosa constituída :


 dendritos,
 corpo celular,
 Axônio,
 Terminais de botões axônicos

=> Fibra nervosa: sequências ou cadeias de


neurônios
Impulso Nervoso

 DENDRITO---> CORPO CELULAR---> AXÔNIO

 Impulso elétrico ocorre dentro da célula por


diferença de potencial =>SINAPSE ELÉTRICA
 Impulso químico ocorre liberação dos
neurotransmissores das vesículas neuronais para
excitação do neurônio pós-sináptico e/ou outra
célula (músculo, glândulas...)
SINAPSES
=>Níveis insuficientes ou em excesso de sinapses na área do
cérebro podem explicar comportamentos anormais:

 Níveis insuficientes de sinapses na área que controla o humor


(sistema límbico: hipotálamo, hipocampo, amígdala, corpos
mamilares, giro singulado) podem explicar a depressão.

 Níveis excessivos de sinapses em determinadas áreas


cerebrais podem explicar alguns comportamentos da
esquizofrenia.
Sinapses

 Os cientistas já identificaram mais de dez substâncias que


atuam como neurotransmissores: como a acetilcolina, a
adrenalina, a noradrenalina, a dopamina e a serotonina.

 Importante: Modulados por variações químicas cuja


elevação nas concentrações de Ca e H reduzem a
probabilidade de abertura, estes canais podem ainda serem
controlados pela voltagem das células, o que torna a
conexão unidirecional.
Sinapses
 Por terem este contato íntimo entre as células através de
junções abertas, a sinapse elétrica permite o fluxo livre de
íons em uma transmissão muito mais rápida do que a que
ocorre na sinapse química, além de não poder ser
bloqueada.

 O retardo nulo, uma bidirecionalidade, efeito excitatório e


uma curta duração fazem com que uma sinapse elétrica
transmita o impulso nervoso de uma célula à outra quase que
instantaneamente.
Sinapses
 Nas sinapses químicas, esse impulso terá de atingir as
extremidades do axônio da célula pré-sináptica, para então
ocorrer a liberação de substâncias químicas nos espaços
sinápticos, e assim os neurotransmissores se combinem com
receptores presentes na membrana das células pós-
sinápticas para então transmitir o impulso nervoso.

 As sinapses elétricas ocorrem em músculos lisos e cardíacos,


onde a contração ocorre por um todo e em todos os
sentidos.
Fique sabendo...

=>Se a quantidade de um neurotransmissor


presente na sinapse é baixa, não irá estimular
suficientemente o neurônio seguinte e se for alta,
haverá excessiva estimulação de atividades.
 Três processos influenciam o nível de
neurotransmissores na sinapse:
1)PRODUÇÃO: neurônio pré-sináptico pode
produzir de mais ou de menos neurotransmissor
2)METABOLISMO:enzimas presentes na sinapse
podem destruir ou mudar o metabolismo do
neurotransmissor;
3)RECAPTAÇÃO: neurônio pré-sináptico pode
captar ou reabsorver o neurotransmissor antes
que ele possa estimular o neurônio seguinte.
Fique sabendo...

 RECAPTAÇÃO EXCESSIVA: reduz o nível de neurotransmissor


abaixo do nível necessário;
 RECAPTAÇÃO INSUFICIENTE: deixa excesso de
neurotransmissor na sinapse
 AGENTES BLOQUEADORES: são como os neurotransmissores
para encaixar nos sítios receptores, contudo não se encaixam
perfeitamente, impedindo a estimulação de neurônios pós-
sinápticos.

Algumas drogas são agentes bloqueadores, usadas para reduzir


a transmissão sináptica excessiva.
Considerações Finais

=>Os neurônios possuem outras estruturas, devido o seu nível de


especialização:
 a bainha de mielina - invólucro lipídico que atua como
isolante térmico e facilita a transmissão do impulso nervoso;
 célula de Schwann: determinam a formação da bainha de
mielina.
 nódulo de Ranvier: região de descontinuidade da bainha de
mielina,
 neurilema: a parte celular da bainha de mielina, onde estão
o citoplasma e o núcleo da célula de Schwann.
ANATOMIA DO SISTEMA
NERVOSO
ANATOMIA DO SISTEMA
NERVOSO
 O SNC recebe, analisa e integra informações. É o
local onde ocorre a tomada de decisões e o envio
de ordens. O SNP carrega informações dos órgãos
sensoriais para o sistema nervoso central e do sistema
nervoso central para os órgãos efetores (músculos e
glândulas).

 O SNC divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo


corresponde ao telencéfalo (hemisférios cerebrais),
diencéfalo (tálamo e hipotálamo), cerebelo, e tronco
cefálico, que se divide em: BULBO, situado
caudalmente; MESENCÉFALO, situado cranialmente;
e PONTE, situada entre ambos.
ANATOMIA DO SISTEMA
NERVOSO
ANATOMIA DO SISTEMA
NERVOSO
 No SNC, existem as chamadas
substâncias cinzenta e branca.
=>A substância cinzenta é
formada pelos corpos dos
neurônios e a branca, por seus
prolongamentos. Com exceção
do bulbo e da medula, a
substância cinzenta ocorre mais
externamente e a substância
branca, mais internamente.
Estruturas de proteção do SNC
 caixa craniana=> protegendo o encéfalo;
 coluna vertebral => protegendo a medula - também
denominada raque)
 membranas denominadas meninges, situadas sob a proteção
esquelética:
*dura-máter (a externa),
* aracnóide (a do meio)
* pia-máter (a interna).
=> Entre as meninges aracnóide e pia-máter há um
espaço preenchido por um líquido denominado
líquido cefalorraquidiano ou líquor.
ANATOMIA DO SISTEMA
NERVOSO
ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO
 O encéfalo humano contém cerca de 35 bilhões de
neurônios e pesa aproximadamente 1,4 kg.

 O telencéfalo ou cérebro é dividido em dois hemisférios


cerebrais bastante desenvolvidos. Nestes, situam-se as
sedes da memória e dos nervos sensitivos e motores.
Entre os hemisférios, estão os VENTRÍCULOS CEREBRAIS
(ventrículos laterais e terceiro ventrículo); contamos
ainda com um quarto ventrículo, localizado mais
abaixo, ao nível do tronco encefálico. São reservatórios
do LÍQUIDO CÉFALO-RAQUIDIANO, (LÍQÜOR),
participando na nutrição, proteção e excreção do
sistema nervoso.
ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO
 Em seu desenvolvimento, o córtex ganha diversos sulcos para
permitir que o cérebro esteja suficientemente compacto para
caber na calota craniana, que não acompanha o seu
crescimento. Por isso, no cérebro adulto, apenas 1/3 de sua
superfície fica "exposta", o restante permanece por entre os
sulcos.

 O córtex cerebral está dividido em mais de quarenta áreas


funcionalmente distintas, sendo a maioria pertencente ao
neocórtex.
ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO
 Cada uma das áreas do córtex cerebral controla uma
atividade específica.
hipocampo: região do córtex que está dobrada sobre si e
possui apenas três camadas celulares; localiza-se
medialmente ao ventrículo lateral. Age como sistema de
dados, onde humores, pensamentos e memórias de curto e
logo prazo são armazenadas.
córtex olfativo: localizado ventral e lateralmente ao
hipocampo; apresenta duas ou três camadas celulares.
neocórtex: córtex mais complexo; separa-se do córtex
olfativo mediante um sulco chamado fissura rinal;
apresenta muitas camadas celulares e várias áreas
sensoriais e motoras. As áreas motoras estão intimamente
envolvidas com o controle do movimento voluntário.
GÂNGLIOS BASAIS
=>Nas profundezas do telencéfalo, há agrupamentos de
corpos celulares neuronais que formam os núcleos (gânglios)
da base ou núcleos (gânglios) basais, envolvidos em conjunto,
no controle do movimento. Parece que os gânglios da base
participam também de um grande número de circuitos
paralelos, envolvidos em certos aspectos da memória e da
função cognitiva :

 CAUDATO, controla movimentos intencionais grosseiros do


corpo (isso ocorre a nível sub-consciente e consciente) e
auxilia no controle global dos movimentos do corpo.

 PUTAMEN, funciona em conjunto com o núcleo caudato no


controle de movimentos intensionais grosseiros. Ambos os
núcleos funcionam em associação com o córtex motor,
para controlar diversos padrões de movimento.
ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO
GÂNGLIOS BASAIS
 GLOBO PÁLIDO: provavelmente controla a posição
das principais partes do corpo, quando uma pessoa
inicia um movimento complexo, isto é, se uma pessoa
deseja executar uma função precisa com uma de suas
mãos, deve primeiro colocar seu corpo numa posição
apropriada e, então, contrair a musculatura do braço.

 NÚCLEO SUBTALÂMICO, e áreas associadas: controlam


possivelmente os movimentos da marcha e talvez outros
tipos de motilidade grosseira do corpo.
SISTEMA NERVOSO
TÁLAMO
Todas as mensagens sensoriais, com exceção das provenientes
dos receptores do olfato, passam pelo tálamo antes de atingir
o córtex cerebral. Esta é uma região de substância cinzenta
localizada entre o tronco encefálico e o cérebro.
O tálamo atua como estação retransmissora de impulsos
nervosos para o córtex cerebral. Ele é responsável pela
condução dos impulsos às regiões apropriadas do cérebro
onde eles devem ser processados. O tálamo também está
relacionado com alterações no comportamento emocional;
que decorre, não só da própria atividade, mas também de
conexões com outras estruturas do sistema límbico (que
regula as emoções).
O tálamo recebe informações sensoriais do corpo e as passa
para o córtex cerebral. O córtex cerebral envia informações
motoras para o tálamo que posteriormente são distribuídas
pelo corpo. Participa, juntamente com o tronco encefálico,
do sistema reticular, que é encarregado de “filtrar”
mensagens que se dirigem às partes conscientes do cérebro.
Hipotálamo
 O hipotálamo, também constituído por substância cinzenta, é o
principal centro integrador das atividades dos órgãos viscerais,
sendo um dos principais responsáveis pela homeostase corporal.
Ele faz ligação entre o sistema nervoso e o sistema endócrino,
atuando na ativação de diversas glândulas endócrinas.
 É o hipotálamo que controla a temperatura corporal, regula o
apetite e o balanço de água no corpo, o sono e está envolvido
na emoção e no comportamento sexual. Tem amplas conexões
com as demais áreas do prosencéfalo e com o mesencéfalo.
Aceita-se que o hipotálamo desempenha, ainda, um papel nas
emoções. Especificamente, as partes laterais parecem
envolvidas com o prazer e a raiva, enquanto que a porção
mediana parece mais ligada à aversão, ao desprazer e à
tendência ao riso (gargalhada) incontrolável. De um modo
geral, contudo, a participação do hipotálamo é menor na
gênese (“criação”) do que na expressão (manifestações
sintomáticas) dos estados emocionais.
TRONCO ENCEFÁLICO
 interpõe-se entre a medula e o diencéfalo, situando-se
ventralmente ao cerebelo.
 Possui três funções gerais:
(1) recebe informações sensitivas de estruturas cranianas e
controla os músculos da cabeça;
(2) contém circuitos nervosos que transmitem informações da
medula espinhal até outras regiões encefálicas e, em direção
contrária, do encéfalo para a medula espinhal (lado esquerdo
do cérebro controla os movimentos do lado direito do corpo;
lado direito de cérebro controla os movimentos do lado
esquerdo do corpo);
(3) regula a atenção, função esta que é mediada pela formação
reticular (agregação mais ou menos difusa de neurônios de
tamanhos e tipos diferentes, separados por uma rede de fibras
nervosas que ocupa a parte central do tronco encefálico).
(4) as várias divisões do tronco encefálico desempenham funções
motoras e sensitivas específicas.
ANATOMIA DO SISTEMA NERVOSO
CEREBELO

 Situado atrás do cérebro está o cerebelo, que é


primariamente um centro para o controle dos movimentos
iniciados pelo córtex motor (possui extensivas conexões
com o cérebro e a medula espinhal).

 Como o cérebro, também está dividido em dois


hemisférios. Porém, ao contrário dos hemisférios cerebrais, o
lado esquerdo do cerebelo está relacionado com os
movimentos do lado esquerdo do corpo, enquanto o lado
direito, com os movimentos do lado direito do corpo.
CEREBELO
 O cerebelo recebe informações do córtex motor e dos
gânglios basais de todos os estímulos enviados aos músculos.
A partir das informações do córtex motor sobre os
movimentos musculares que pretende executar e de
informações proprioceptivas que recebe diretamente do
corpo (articulações, músculos, áreas de pressão do corpo,
aparelho vestibular e olhos), avalia o movimento realmente
executado. Após a comparação entre desempenho e
aquilo que se teve em vista realizar, estímulos corretivos são
enviados de volta ao córtex para que o desempenho real
seja igual ao pretendido.

 Dessa forma, o cerebelo relaciona-se com os ajustes dos


movimentos, equilíbrio, postura e tônus muscular.
Muitos dos núcleos do tronco encefálico recebem ou
emitem fibras nervosas que entram na constituição dos
nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, 10
fazem conexão no tronco encefálico.
LOBOS CEREBRAIS
=>O lado esquerdo e direito do córtex cerebral
são ligados por um feixe grosso de fibras
nervosas chamado de corpo caloso.
 Os lobos são as principais divisões físicas do
córtex cerebral.
*O lobo frontal (testa) é responsável pelo planejamento
consciente e pelo controle motor.
*O lobo temporal (na região lateral, sob a orelha) tem
centros importantes de memória e audição.
*O lobo parietal (parte superior central da cabeça) lida
com os sentidos corporal e espacial.
* O lobo occipital (nuca) direciona a visão.
Lobos cerebrais

 Os lobos parietais, temporais e occipitais estão


envolvidos na produção das percepções
resultantes das informações obtidas por nossos
órgãos sensoriais em relação ao meio ambiente e
ao nosso corpo.

 O lobo frontal, ( inclui o córtex motor, o córtex


pré-motor e o córtex pré-frontal) está envolvido
no planejamento de ações e movimento, assim
como no pensamento abstrato.
SISTEMA NERVOSO
BULBO E PONTE
 Bulbo: recebe informações de vários órgãos do
corpo, controlando as funções autônomas (a
chamada vida vegetativa): batimento
cardíaco, respiração, pressão do sangue,
reflexos de salivação, tosse, espirro e o ato de
engolir.

 Ponte: Participa de algumas atividades do


bulbo, interferindo no controle da respiração,
além de ser um centro de transmissão de
impulsos para o cerebelo. Serve ainda de
passagem para as fibras nervosas que ligam o
cérebro à medula.
Sistema límbico
 O Sistema Límbico é um grupo de estruturas que inclui
hipotálamo, tálamo, amígdala, hipocampo, os corpos
mamilares e o giro do cíngulo. Todas estas áreas são
muito importantes para a emoção e reações
emocionais. O hipocampo também é importante para a
memória e o aprendizado.
*amigdala: regula as emoções de medo e excitação,
inicia resposta de “luta e fuga”
*corpos mamilares: estrutura de memórias episódicas e
espaciais, por isso fortemente associado a emoções fortes
*giro cingulado: participa da reação emocional à dor e a
regulação do comportamento agressivo, nível de
depressão e ansiedade;
Hemisférios do cérebro
 O cérebro é dividido em hemisférios esquerdo e direito,
sendo o primeiro dominante em 98% dos humanos, já
que é responsável pelo pensamento lógico e
competência comunicativa. Isso porque nele estão
duas áreas especializadas, a Área de Broca, córtex
responsável pela motricidade da fala; e a Área de
Wernick, córtex responsável pela compreensão verbal.
Já o hemisfério direito é quem cuida do pensamento
simbólico e da criatividade. Nos canhotos estas funções
destinadas aos hemisférios estão trocadas.
 Enquanto toda essa motricidade acontece na área de
Broca, na área de Wernicke, zona onde convergem os
lobos occipital, temporal e parietal, um papel muito
importante na produção de discurso é desempenhado.
É nesta área que acontece a compreensão do que os
outros dizem e que dá ao indivíduo a possibilidade de
organizar as palavras sintaticamente corretas.
SISTEMA NERVOSO
ESQUEMA DAS ARTÉRIAS CEREBRAIS
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
Na espécie humana, diversas atividades do sistema
nervoso são conscientes e estão sob controle da
vontade.
=>Pensar,
=>movimentar um braço
=>mudar a expressão facial
são exemplos de atividades voluntárias.
Muitas outras ações, porém, são autônomas ou
involuntárias, isto é, ocorrem independentemente de
nossa vontade.
=> os batimentos cardíacos,
=>o processo de digestão,
=> a excreção etc.
Sistema nervoso periférico

 As ações voluntárias resultam da contração de


músculos estriados esqueléticos, que estão sob o
controle do sistema nervoso periférico voluntário
ou somático.

 Já as ações involuntárias resultam da contração


da musculatura lisa e cardíaca, controladas pelo
sistema nervoso periférico autônomo, também
chamado involuntário ou visceral.
SNP VOLUNTÁRIO OU
SOMÁTICO
 tem por função reagir a estímulos provenientes do
ambiente externo.
 é constituído por fibras motoras que conduzem
impulsos do sistema nervoso central aos músculos
esqueléticos.

 O corpo celular de uma fibra motora do SNP


voluntário fica localizado dentro do sistema
nervoso central e o axônio vai diretamente do
encéfalo ou da medula até o órgão que inerva.
SNP AUTÔNOMO OU
VISCERAL
 tem por função regular o ambiente interno do
corpo, controlando a atividade dos sistemas
digestivos, cardiovascular, excretor e endócrino.

=>contém fibras motoras que conduzem impulsos


do sistema nervoso central aos músculos lisos das
vísceras e à musculatura do coração.
FIQUE SABENDO...

 Um nervo motor do SNP autônomo difere de um


nervo motor do SNP voluntário pelo fato de
conter dois tipos de neurônios, um neurônio
pré-gânglionar e outro pós-gânglionar.
 O corpo celular do neurônio pré-gânglionar
fica localizado dentro do sistema nervoso
central e seu axônio vai até um gânglio, onde
um impulso nervoso é transmitido
sinapticamente ao neurônio pós-gânglionar.
 O corpo celular do neurônio fica no interior do
gânglio nervoso e seu axônio conduz o estímulo
nervoso até o órgão efetuador, que pode ser
um músculo liso ou cardíaco.
SNP AUTÔNOMO SIMPÁTICO E
PARASSIMPÁTICO
O SNP autônomo (SNPA) é dividido em dois ramos: simpático e
parassimpático, que se distinguem tanto pela estrutura quanto pela
função.

=>Quanto à estrutura, os ramos da SNPA simpático e parassimpático


diferem pela localização do gânglio na via nervosa. Enquanto os
gânglios das vias simpáticas localizam-se ao lado da medula
espinal, distantes do órgão efetuador, os gânglios das vias
parassimpáticas estão longe do sistema nervoso central e próximos
ou mesmo dentro do órgão efetuador.

=>As fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas inervam os


mesmo órgãos, mas trabalham em oposição. Enquanto um dos
ramos estimula determinado órgão, o outro inibe. Essa situação
antagônica mantém o funcionamento equilibrado dos órgãos
internos.
SNP AUTÔNOMO SIMPÁTICO E
PARASSIMPÁTICO
 O SNPA simpático, de modo geral, estimulam ações
que mobilizam energia, permitindo ao organismo
responder a situações de estresse. Por exemplo, o
sistema simpático é responsável pela aceleração dos
batimentos cardíacos, pelo aumento da pressão
sanguínea, pelo aumento da concentração de
açúcar no sangue e pela ativação do metabolismo
geral do corpo.

 Já o SNPA parassimpático, estimula principalmente


atividades relaxantes, como as reduções do ritmo
cardíaco e da pressão sanguínea entre outras.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL E
PERIFÉRICO
PSICOPATOLOGIA GERAL

 1- SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO EM PSIQUIATRIA


A psicopatologia é a fundamentação teórica e
científica da psiquiatria, que delimita conceitos
gerais relacionados com a patologia psíquica (J.
Vallejo).
Existem múltiplas correntes e escolas
psicopatológicas, estando cada teoria em
correspondência com o delinear da doença
mental feito pelo psiquiatra. Em geral, agrupam-se
em quatro blocos, de acordo com os critérios
empregados para estabelecer o início e a gênese
da patologia:
PSICOPATOLOGIA GERAL

=>Teorias psicogenéticas de fatores ambientais:


defendem que a origem da doença mental se
encontra nos fatores ambientais.
=>Teorias psicogenéticas do inconsciente patogênico: a
origem da doença estaria no conflito existente entre as
forças inconscientes, a parte consciente do ego e a
realidade.
=>Teorias psicogenéticas mecanicista: defendem que a
doença mental é de causa orgânica, localizada no
cérebro, e nela o sintoma deriva diretamente da lesão.
=>Teorias organogenéticas dinamicistas: tentam ser uma
síntese das anteriores. Admitem uma base orgânica
juntamente com outra genética ou adquirida.
PSICOPATOLOGIA GERAL

Embora cada psiquiatra tenha seu próprio modelo


psicopatológico e psicoterapêutico, são cada vez mais
aceitos os sistemas de classificação internacionais. Estes
sistemas presumem a identificação de sinais e sintomas
nos pacientes para, a partir deles ser possível estabelecer
um diagnóstico psicopatológico e definir um caminho
terapêutico.
Além disso, permitem a comunicação profissional e a
investigação com base em critérios diagnósticos
uniformizados e universalizados.
Desta forma, o quadro clínico de uma doença mental
pode ser identificado e reconhecido da mesma forma
em todos os países.
PSICOPATOLOGIA GERAL
Nesse sentido, a partir dos anos 70 começaram a ser
elaborados diferentes sistemas, como o ICD-9
(International Classification of Diseases, em 1979), o
DSM-III (Diagnostic and Statistical Manual of Mental
Disorders, em 1980), o ICD-10, o DSM-III-R (uma revisão
e atualização do catálogo anterior), sendo o mais
usado e citado atualmente.
O DSM-III-R é o guia mais amplo e representa o ponto
mais alto de contínuos esforços para definir a conduta
anormal da forma mais específica possível.
=>Desenvolveram uma nomenclatura seguindo o exame
clínico de critério diagnóstico elaborado por médicos,
psicólogos, assistentes sociais e enfermeiros.
PSICOPATOLOGIA GERAL
 Para identificação dos problemas, utiliza um
sistema de vários eixos, ou multiaxial, organizados
de acordo com diferentes categorias de critérios
objetiváveis, que congregam as cinco áreas de
função mais importantes.
eixo I –síndromes clínicas,
eixo II – transtornos do desenvolvimento e da
personalidade,
eixo III – transtorno somáticos ou físicos).
eixo IV – intensidade ou gravidade do estresse
psicossocial,
eixo V – nível de adaptação ou de funcionalidade
da pessoa no decurso do último ano).
PSICOPATOLOGIA GERAL

O eixo IV recomenda que se avaliem os seguintes aspectos:


 Conjugal
 Paternidade
 Outras relações interpessoais
 Trabalho
 Situações ambientais
 Econômico
 legal
 Desenvolvimento
 Lesão ou doença somática
 Outros agentes estressantes psicossociais
 Fatores familiares (para criança e adolescente)
PSICOPATOLOGIA GERAL
 No futuro, em DSM-IV será incluído outro eixo,
consequência da elaboração entre enfermeiros,
especialistas e psiquiatras, que fará o aporte de
informação acerca do funcionamento e adaptação
do paciente.

 Breve exposição das principais categorias de


transtornos:
*Transtornos que normalmente se manifestam pela
primeira vez na infância ou adolescência (ex.: atraso
mental, síndrome de Tourette, hiperatividade, anorexia
nervosa)
*Transtornos mentais orgânicos (ex.: doença de Alzheimer
ou doença senil)
PSICOPATOLOGIA GERAL
 Transtornos por abuso de substâncias (ex.: abuso ou
dependência de drogas como o álcool, barbitúricos,
anfetaminas, PCP, LSD)
 Transtornos esquizofrênicos (ex.: Esquizofrenia
desorganizada, catatônica, paranóide, indiferenciada
e residual. Todas elas implicam alterações do
pensamento e/ou alucinações)
 Transtornos paranóicos (ex.: Diferentes graus de
gravidade da paranóia, que implicam as idéias
delirantes de que se é perseguido.)
 Transtornos psicóticos não classificados em outro local
(ex.: Breves psicoses reativas / sintomas psicóticos que
duram de algumas horas a duas semanas, como
resposta ao trauma.)
PSICOPATOLOGIA GERAL
 Transtornos afetivos (ex.:Transtornos do estado de
ânimo, como depressão e mania)
 Transtornos por ansiedade (ex.:Fobias, transtornos por
angústias, transtornos obsessivos – compulsivo,
transtorno de estresse pós-traumático.)
 Transtornos somatoformes ou somáticos (ex.:
Hipocondria, transtorno de conversão: dor psicogênica,
nos quais a pessoa mostra vários sintomas físicos sem
que existam explicações orgânicas)
 Transtornos dissociativos (Personalidade múltipla,
amnésia, fuga, que implicam uma alteração repentina,
temporárias da consciência, da identidade e da
conduta motora.)
PSICOPATOLOGIA GERAL
 Transtornos psicossexuais (ex.: Masoquismo, sadismo,
orgasmo inibido, ejaculação precoce, transtorno da
identidade sexual.)
 Transtornos fictícios (ex.: Sintomas físicos e patológicos sob
o controle do indivíduo, determinados por um observador
externo /como a produção de graves sintomas
psicológicos que fazem o paciente parecer psicótico.)
 Transtornos do controle dos impulsos não classificados em
outro local (ex.: Cleptomania (roubo compulsivo),
piromania (mania de incendiar), jogo patológico,
atividade deteriorada em resposta a algum fato
estressante da vida (divórcio, doença, desastre natural)
ou a um período de desenvolvimento (deixar a casa
paterna, ser pai ), que podem incluir um estado de
depressão.)
PSICOPATOLOGIA GERAL
 Fatores psicológicos que afetam o estado físico ( ex.:
Cefaléias por tensão, asma, colite ulcerosa, acne).

 Transtornos da personalidade (ex.: Paranóide,


narcisista, anti-social, passivo-agressiva, esquizóide).

 Estados que não são atribuíveis a transtornos mentais


e que requerem tratamento (ex.: Simulação,
problemas na escola ou no trabalho, problemas
matrimoniais, paterno-filiais).
PSICOPATOLOGIA GERAL
2- Sistemas de Classificação em Enfermagem
Psiquiátrica:
Como já vimos, o conceito atual de saúde, que se
baseia na consideração do ser humano como um todo,
atendendo a todos os seus aspectos (biopsicossociais),
contribuiu para ampliar a perspectiva, tanto no que se
refere aos modelos, como na formação de profissionais e
nos tratamentos aplicados. Assim, é numa equipe
multiprofissional que se organiza a assistência psiquiátrica.
Esta equipe pode ser integrada por: psiquiatra, psicólogo,
assistente social, enfermeiro e terapeuta ocupacional.
Quem primeiro elaborou um método de trabalho
próprio da enfermagem e independente dos psiquiatras
foram Dorothy Johnson, em 1959 e Callista Roy, em 1975. A
esta última se deve o conceito de diagnóstico de
enfermagem.
PSICOPATOLOGIA GERAL
Durante os últimos anos, a enfermagem
esforça-se por trabalhar de uma maneira
científica, utilizando registros escritos e
identificando os aspectos da sua competência.
Colocou em prática um método que incluía o
diagnóstico, o plano de cuidados de
enfermagem e a evolução dos planos de
cuidados.
O diagnóstico de enfermagem consiste na
descrição do problema de enfermagem do
paciente, que compreende tanto as respostas
de adaptação, como as respostas de
inadaptação e os fatores de estresse que
contribuem para o seu aparecimento.
PSICOPATOLOGIA GERAL
 PROCESSO DE 5 ETAPAS DA ENFERMAGEM DE SAÚDE
MENTAL
1. LEVANTAMENTO DE DADOS:
a) Obtenção sistemática de dados:
- Entrevista.
- Observação de comportamentos objetivos e
subjetivos.
b) Registro de dados.
c) Revisão de dados em documentos (prontuários de
pacientes e outros).
2. DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM:
a) Critério de diagnóstico de enfermagem.
b) Comparação de critérios e de classificações de
diagnóstico de enfermagem.
PSICOPATOLOGIA GERAL
c) Reconhecimento de problemas de saúde reais ou
potenciais dentro da esfera da enfermagem de saúde
mental.
d) Oportunidade de verificar o diagnóstico com outros
profissionais.
3. PLANEJAMENTO:
a) Desenvolvimento de um plano de cuidados de
enfermagem:
- Objetivos para um usuário específico, baseados
nas suas necessidades.
- Intervenções personalizadas.
b) Guia das intervenções terapêuticas.
c) Colaboração com outros.
PSICOPATOLOGIA GERAL
4. INTERVENÇÃO:
a) Ações de enfermagem para melhorar, manter ou
devolver a saúde física ou mental.
b) Ações de enfermagem para prevenir a doença.
c) Ações de enfermagem para efetuar reabilitação.
d) Intervenções validadas por usuários e por
profissionais.
e) Intervenções terapêuticas.
f) Intervenções de educação para a saúde.
g) Intervenções nas atividades diárias.
h) Intervenções de terapia somática.
i) Intervenções no ambiente terapêutico.
PSICOPATOLOGIA GERAL
5. AVALIAÇÃO:
a) Registrar, comunicar e rever.
b) Avaliar as reações do usuário às intervenções de
enfermagem:
- Rever base de dados.
- Rever diagnóstico de enfermagem.
- Rever o plano de cuidados.
c) Buscar a validação, sugestões e novas
informações.
d) Documentar os resultados.
e) Avaliar a própria atuação nas intervenções
terapêuticas.
TÉCNICAS DE EXPLORAÇÃO E AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

• Entrevista: é um instrumento empregado em


psiquiatria, trabalho social, enfermagem,psicologia etc.
Consiste na sistematização da interação inicial entre o
usuário assistido e o membro da equipe assistencial e
no seu registro. Permite a coleta inicial de dados e
informação para posterior avaliação.
Embora existam diferentes tipos de entrevista, que
correspondem ao modelo teórico subjacente, em geral
todas podem seguir um protocolo na compilação da
informação .
Em geral, a entrevista de enfermagem inclui a coleta
de dados sobre o estado psicossocial do paciente,
apoios familiares de que dispõe, estado físico, história
familiar e uso de fármacos.
ENTREVISTA

 A entrevista permite a coleta de dados através da


conversação, das respostas a perguntas e da
observação pelo profissional, tornando possível,
depois da análise e reflexão, a formulação de
hipótese diagnósticas (médicas, de
enfermagem...) que servirão de orientação para
estabelecer prescrição terapêuticas ou atuações
concretas da área assistencial de que se trate.
 Os impressos de avaliação podem ter um formato
protocolizado, fazendo parte do registro escrito
dos dados do paciente.
Testes e questionários psicológicos:

• constituem um conjunto de métodos


complementares de exploração, instrumentos
muito valiosos, mas não infalíveis, que fornecem
dados sobre o paciente. Existem diferentes tipos
de testes, conforme as aptidões ou traços que se
deseje explorar:
=>Teste de eficiência: teste de inteligência (idade
mental, coeficiente de inteligência...), teste de
aptidões específicas (avaliam traços da
inteligência – verbal, raciocínio abstrato,
numérico, rapidez e precisão perceptiva,
atenção, memória...) teste de rendimento ou
execução (são instrumentos não-verbais utilizados
em surdos, analfabetos...)
Testes e questionários psicológicos:

=>Teste de personalidade: testes psicométricos (avaliam


a conduta global e a adaptação da pessoa, e
medem traços gerais de personalidade de acordo
com um estudo consistente das doenças), testes
projetivos (orientam sobre a visão de si mesmo que a
pessoa tem, tanto consciente como
inconscientemente).
=>Provas de avaliação da deterioração das funções
superiores:
medem a diminuição das diferentes aptidões intelectuais
na sua totalidade (que podem referir-se a alterações
sensorimotoras e de personalidade), devido a causas
orgânicas ou psicossociais (Salamero, 1989).
Testes e questionários psicológicos:

 Técnicas de avaliação da conduta: instrumentos


gerais de avaliação da conduta (permitem detectar
áreas, problemas na pessoa, para depois estudar mais
a fundo, com instrumentos específicos, a área
afetada), instrumentos específicos de avaliação de
conduta (permitem avaliar, de forma específica, um
determinado problema de conduta – ansiedade,
depressão, condutas obsessivo-compulsivas, relação
de par, condutas aditivas, conduta alimentar, dor
clínica, capacidade sociais, esquizofrenia).
Exploração
neurofisiológicas
=
= >Eletrencefalograma: mediante a colocação de eletrodos
aderidos ao couro cabeludo, registra-se a atividade elétrica
do cérebro, que se transmite a um gráfico em forma de
ondas, numa tira de papel móvel.

=>O eletrencefalograma computadorizado (EEGC) é o


tratamento informatizado do traçado, que proporciona um
mapping ou representação gráfica em cores dos resultados
numéricos. A sua principal aplicação dá-se no estudo do
mapa característico da ação de um psicofármaco.
Registro poligráfico do sono: é também um método
não-invasivo no qual, mediante registro
eletrencefalográfico da medida de latência do REM
(fase de movimentos rápidos dos olhos), se exploram
patologias do sono (narcolepsia, apnéia do sono...),
patologia depressiva, início da demência etc.
Exploração por neuroimagem
=>Ressonância magnética nuclear (RMN): permite
avaliar a função mental. A parte a estudar coloca-
se em um dispositivo (scanner); este permite
submeter o cérebro a um campo magnético, que
induz o alinhamento dos átomos de hidrogênio das
células nervosas, e à emissão eletromagnética que
produz a imagem característica desta prova. Pode
ser utilizada na suspeita de lesões desmielinizantes
(esclerose múltipla), que decorrem com transtornos
afetivos; na esquizofrenia etc.
A resolução da imagem é muito superior à do TAC
(Tomografia Axial Computadorizada cerebral), sem
que exista irradiação para o paciente.
Imagem de RMN
Tomografia axial
computadorizada cerebral (TAC):

Mediante a injeção de um contraste por via


endovenosa, obtêm-se radiografias tratadas
em computador, traduzindo a imagem num
osciloscópio que representa imagens de
estruturas corticais e subcorticais.
Está indicada em transtorno psíquicos nos quais
se suspeite de uma base orgânica, como, por
exemplo, um hematoma subdural, um tumor,
um abscesso etc. Utiliza-se também no estudo
da esquizofrenia.
Imagem Tomografia axial
computadorizada cerebral

 Exame de tomografia computadorizada. Corte axial


sem contraste, demonstrando lesão extra-axial e
calcificada, em região frontal direita (A). Corte axial
com ...
Tomografia de emissão de
pósitrons (TEP):

Após a injeção endovenosa de uma solução


(desoxiglucose) marcada com um isótopo radioativo
(flúor-18), emissor de pósitrons, pede-se ao paciente
que efetue tarefas, ou estimula-se para que se ativem
diferentes áreas cerebrais, nas quais interessa estudar o
consumo de glicose e medir os raios gama produzidos
pelo choque entre os pósitrons (elétrons carregados
positivamente) do radioisótopo e os elétrons
carregados negativamente.
É uma técnica usada, principalmente, na investigação
clínica e no diagnóstico de alguns transtornos
(esquizofrenia, tratamento bipolar, demência senil).
Imagem Tomografia de emissão de
pósitrons

 O equipamento de Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET)


obtém imagens seccionais do cérebro vivo, usando cores para
representar o grau de atividade.
Fluxo sanguíneo regional cerebral
(FSRC):
Mediante a injeção de uma substância radioativa inerte (xénon
133), pode-se estudar o fluxo sanguíneo cerebral e, com isso,
determinar algumas alterações psíquicas (hipofrontalidade na
esquizofrenia).
Exploração por neuroquímicas
=>Provas de determinação de neurotransmissores: a mais
conhecida é a determinação de MHPG (3-metoxi-4-
hidroxifenilglicol) na urina, que é um metabólito da
norepinefrina, cujo valor orienta relativamente à
medicação antidepressiva adequada a cada paciente.

=>Provas neuroendócrinas: a prova de supressão da


dexametasona (DST) utiliza-se como marcador biológico da
depressões graves segregam quantidades anormalmente
elevadas de cortisol através da glândula supra-renal. Na
depressão, o eixo hipotálamo-hipofisário-suprarenal estaria
alterado, porque a secreção de cortisol supra-renal não cessa
após a administração de dexametasona (cortisol) exógena, o
que causaria a sua supressão em pessoas não-deprimidas.
Exploração por neuroquímicas

=>Provas sanguíneas gerais: por vezes,


recorre-se também a elas (hematologia,
bioquímica...), com o fim de reunir mais
dados e realizar um diagnóstico completo.
=>PRINCIPAIS SINTOMAS E SINAIS
DE DOENÇA MENTAL:
Lembre-se que num transtorno psicopatológico
poderão reunir-se vários sinais e sintomas das
funções psíquicas, sendo mais ou menos
característicos de um determinado quadro.

ALTERAÇÃO DA SENSOPERCEPÇÃO: A
sensopercepção é a elaboração de uma
série de funções parciais, que permitem a
adequada identificação do próprio corpo e
de tudo o que nos rodeia.
ALTERAÇÃO DA SENSOPERCEPÇÃO:
Ilusões: percepções reais alteradas,
“falsificação” da percepção de um objeto. Ao contrário
do que acontece nas alucinações, aqui existe um objetivo
real cuja percepção, no entanto, é deformada.
Aparecem em síndromes encefálicas agudas e psicoses.
Alucinações: são percepções sem objeto real,
não desejadas, nas quais o sujeito deforma a realidade.
O paciente tem um convencimento absoluto de que se
trata de algo real.
Não se devem confundir com os delírios, que são
transtornos do pensamento.
 Podem ser visuais, acústicas, gustativas, olfativas, táteis,
cinestésicas e das relações e funções corporais.
 São características das psicoses.
ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO:

Classificam-se, entre outros parâmetros, de


acordo com a direção do pensamento e
segundo o conteúdo.

a) De acordo com a direção do pensamento:


Fuga de idéias: Pensamento rápido,
ideofugaz, com maior fluência na
associação de idéias e na sua verbalização.
Característico de estados maníacos.
ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO:

Inibição do pensamento: Pensamento


lento acompanhado de verbalização em tom
baixo, lenta e entrecortada sempre em torno dos
mesmos temas. Geralmente, encontra-se ligado a
quadros depressivos.

Desagregação do pensamento: Dificuldade


para desenvolver o pensamento, por associações
imprevistas que o dispersam. Discurso constituído
por fragmentos soltos e ideias, sem nexo, o que
resulta numa justaposição incoerente de
conteúdos, sem compreensibilidade global. É
típico da esquizofrenia.
ALTERAÇÕES DO PENSAMENTO:
b) Segundo o conteúdo do pensamento:
Idéias sobrevalorizadas e obsessivas: Idéias ligadas a
vivências pessoais, que ocupam o primeiro plano do
pensamento da pessoa.
Idéias delirantes: São representações
falsas irrebatíveis pela lógica, que sugerem de
tendências internas delirantes. A pessoa está
convencida, embora não o possa provar.
O delírio tem sido, ao longo da história, o fenômeno
fundamental da loucura. As idéias delirantes são
características das psicoses.
Podem constituir delírios de grandeza, depressivos (de
ruína, hipocondríacos, de culpa), de perseguição, de
ciúmes, etc.
Autismo: Isolamento num mundo
de fantasias, próprio, artificial; a pessoa desinteressa-se
do mundo exterior e não sente necessidade de nada.
ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM:

Pode tratar-se de transtorno morfológicos (disartria),


de transtorno do fluxo e ritmo verbal (logorréia,
mutismo, gaguez, ecolalia...), de transtornos
sintáticos (fragmentação), ou de transtorno
semânticos (glossolalia, neologismo).
Logorréia: compulsão para falar de forma
acelerada. Observa-se nos maníacos. Sinônimo
de verborréia, ou seja, necessidade excessiva de
falar (fugas de idéias), como palavras vazias de
idéias concretas.
ALTERAÇÕES DA LINGUAGEM:

Mutismo: renúncia em falar. O sujeito não se expressa


verbalmente. Encontra-se em diversas síndromes
(quadros depressivos, mutismo catatônico, estados
demenciais)
Gaguez: pode apresentar-se em crianças que estão
aprendendo formas gramaticais complexas, com
uma alteração no ritmo de locução, com repetição
de sílabas, aspirações e bloqueios. Pode desaparecer
com a maturação do sistema nervoso.
Ecolalia: o paciente repete de forma automática o que
acaba de ouvir. É involuntária e sem sentido.
Glossolalia: linguagem incoerente na qual se utilizam
formas sintáticas anormais e neologismo (palavras
inventadas). Característico da esquizofrenia.
ALTERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA:

A consciência é o ponto de referência no


qual interagem as funções psíquicas num
dado momento, Bleuer refere que a
consciência é o ser “conhecedor de si
mesmo”, pelo qual nos damos conta das
nossas percepções, pensamentos do
nosso acontecer psíquico.
ALTERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA:
J. Vallejo Ruiloba e cols. classificam a
psicopatologia da consciência: alteração do
sensório (hipervigília, sonolência, obnubilação,
estupor e coma ou morte cerebral); alteração
do conhecimento (confusão, delírio,
alterações circunscritas – despersonalização,
desrealização, alterações da consciência
corporal); estados de restrição e dissociação
da consciência (estados crepusculares,
dissociação hipnótica, dupla personalidade
ou múltipla).
Hipervigília: sensação subjetiva de “clareza mental”,
que não se relaciona com uma maior atenção
real, podendo acompanhar-se de distração.
ALTERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA:
Obnubilação: alteração mais profunda que a
anterior, embora conseguindo-se estimular o
paciente, este se mantém desorientado e
confuso; dificuldade para formar e relacionar
conceitos.
Estupor ou Torpor: alteração mais profunda do
sensório, na qual só através de estímulos mais
potentes se pode recuperar o paciente para um
ligeiro estado de alerta. Do ponto de vista
neurológico, considera-se um estado prévio de
coma. Pode ser de origem psíquica (esquizofrenia
com sintomas catatônicos, melancolia ou
depressão endógena e histeria) ou orgânica
devido a lesões cerebrais (diferentemente do coma,
neste o paciente sai temporariamente deste estado)
ALTERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA:
Coma ou morte cerebral: o cérebro deixa de
responder a estímulos (coma profundo);
ausência de reflexos pupilocorneal,
audiocular e oculoencefálico; apnéia;
dilatação das pupilas (exceto em situações
de intoxicação com drogas depressivas); EEG
plano durante 30 min.
Confusão: o sujeito não recorda o que percebe,
é incapaz de o integrar no pensamento.
Produz-se a “desconexão” de alguns
processos psíquicos. Segundo Barrios (1981),
trata-se da “perda de controle voluntário
sobre as faculdades intelectuais”.
ALTERAÇÃO DA CONSCIÊNCIA:
Delírio: não se deve confundir com as
alterações do pensamento. É de evolução muito rápida (1 a 2
semanas), implicando um grave risco de vida; supõe uma rápida
desintegração da consciência, que se caracteriza por
alucinações, idéias delirantes e agitação psicomotora.
Despersonalização e desrealização: sentimento de
estranheza e de irrealidade de uma pessoa em relação a si
mesma e ao que a rodeia. É uma sensação e não uma
alteração do pensamento como nas psicoses. O sujeito não
reconhece a sua própria identidade, perde a espontaneidade,
a mente passa por um processo inconsciente de dissociação, ou
seja, separa (dissocia) conhecimento, informações ou
sentimentos incompatíveis ou inaceitáveis oriundos do
pensamento consciente.O indivíduo sente-se como se estivesse
num filme. Apresentam anestesia sensorial, falta de resposta
afetiva e sensação de falta de controle das ações. Está
associada aos transtornos: de pânico; de estresse agudo;
transtorno de personalidade borderline; esquizofrenia.
Alteração da consciência corporal:
Circunscrevem-se ao reconhecimento das partes do
corpo, e podem derivar de transtornos nos hemisférios
cerebrais (membro fantasma, negação ou indiferença
para com uma parte do corpo hemiplégica (paralisia
da metade do corpo)– anosognosia (incapacidade
de um pessoa estar consciente da sua hemiplegia/
lesão no hemisfério direito por AVC ou infecção
encefálica ou doença neurodegenerativa),–
asterognosia impossibilidade de reconhecer objetos
pelo tato .
Estados crepusculares: Consistem num sistema de
falseamento das percepções, com estreitamento
onírico (sonhar acordado) da consciência, de
duração variável. A consciência está reduzida a um
tema restrito ou um experiência vivida.
Têm sido descritos em pacientes epilépticos.
ALTERAÇÃO DA ATENÇÃO E DA
ORIENTAÇÃO:
Na orientação espaço-temporal, intervêm tanto
percepções anteriores como as presentes, o que
implica a existência de coordenação, de cada
vez, de diferentes áreas funcionais (memória,
atenção, percepção).
A atenção é a percepção seletiva de uma parte
ou de um aspecto do meio, que se realiza em
estado de alerta e para a qual é necessária a
ativação.
São perturbações da atenção:
 inatenção (dificuldades para concentrar a
atenção),
 distração (mudanças bruscas da atenção), etc.
ALTERAÇÃO DA ATENÇÃO E DA ORIENTAÇÃO:
São perturbações da orientação:
 desorientação orgânica (dificuldade ou
impossibilidade de se situar corretamente
quanto à data, hora, local),
 dupla orientação (o paciente, de forma
alternada ou simultânea, orienta-se em relação
a parâmetros incorretos e corretos, como por
exemplo, o paciente ora reconhece estar no
hospital sendo assistido por enfermeiros, ora
afirma que está numa penitenciária cercado
de carcereiros).
ALTERAÇÃO DA MEMÓRIA:
A memória é a capacidade de adquirir, conservar e utilizar
impressões e experiências e recupera-las posteriormente.
Os transtornos podem ser quantitativos (hipermnésia,
amnésia) e qualitativos (paramnésia).

 Hipermnésia: aumento da capacidade de recordar em


determinadas situações. Aqui pode incluir-se a visão
panorâmica da própria vida, que pode ocorrer nas
situações de risco vital. Recorda-se particularidade que
comumente não surgem na consciência.
ALTERAÇÃO DA MEMÓRIA:
Amnésia: incapacidade de recordar, de forma total ou
parcial.
 retrógrada (relacionada com o período prévio ao
aparecimento do transtorno, que pode ser orgânico),
 anterógrada (compreende o período seguinte ao
aparecimento do transtorno que a originou),
 lagunar (relaciona-se com um período concreto,
como um “lago” dentro da memória),
 afetiva (certos fatores afetivos e emocionais
provocam o esquecimento de certos
acontecimentos da vida, de forma mais sutil e menos
completa que a anterior)
ALTERAÇÃO DA MEMÓRIA:
Paramnésia: é constituída por falsas recordações,
pelas distorções e erros amnésicos patológicos.
Pode referir-se à recordação e ao reconhecimento.
*Paramnésia da recordação: trata-se de uma
distorção da recordação que a pessoa tem em
relação a situações vividas.
*Paramnésia do reconhecimento: o sujeito distorce o
reconhecimento do vivido, talvez por uma
codificação errônea. Inclui também a
confabulação (elementos de imaginação do
doente ou mesmo lembranças isoladas que
completam lacunas/ falhas na memória, por
alteração da memória de fixação ).
ALTERAÇÃO DA AFETIVIDADE:

A afetividade é o conjunto de estados ou sensações


subjetivas que a pessoa vive de forma imediata; influi na
sua personalidade e na sua vida, manifestando-se em
processos fisiológicos e na expressão verbal ou lógica, e
não-verbal ou analógica. Reflete em magnitudes
compreendidas entre os pólos opostos de alegria –
tristeza, prazer – dor, atração – repulsa...
Entre outros, são transtornos da afetividade:
Tristeza patológica: A pessoa sente-se abatida e triste, sem
interesse pelo que a rodeia, com uma diminuição da
auto-estima e, por vezes, com sentimentos de culpa.
Acompanha-se de isolamento, inibição psicomotora,
tendência para o choro etc. É característica da
depressão.
ALTERAÇÃO DA AFETIVIDADE:
Que a tristeza seja normal ou patológica, depende
de se dar ou não uma situação desencadeante,
da sua intensidade e da repercussão na vida
pessoal.
Alegria patológica: o paciente sente-se eufórico,
enérgico, otimista, hiperativo e com uma
elevada auto-estima. Acompanha-se de
expressividade, desinibição, atenção fugaz,
grande “vivacidade afetiva”, hiperatividade
motora, verborréia etc. É característica da
episódios maníacos.
ALTERAÇÃO DA AFETIVIDADE:
Angústia patológica: a angústia, tal como nos casos anteriores, é
normal quando se apresenta de modo a preparar-nos para
situações que vivemos como ameaçadoras ou perigosas,
para assim podermos responder adequadamente à situação.
A ansiedade ou angústia patológica sente-se como
inquietude e tensão que não se pode controlar; insegurança
e temor pelo desconhecido ou indefinido, que mantém a
pessoa em permanente estado de alerta.
Em casos graves, podem ocorrer crises de angústia, com
sensação de pânico. Observa-se inquietude, insônia inicial,
sudorese, secura da boca, taquicardia, tremor, sensação de
asfixia etc.
Além de estar ligada a doenças psíquicas, aparece em todas as
doenças em geral, pela vivência do perigo e incerteza que
supõem, dependendo de diferentes fatores (características
da doença, possíveis sequelas, relacionamento da pessoa
com o meio, informação que se oferece, personalidade
anterior etc).
ALTERAÇÃO DA AFETIVIDADE:

Labilidade afetiva: variabilidade na afetividade do


paciente, que se manifesta por mudanças súbitas
que não têm relação com estímulos externos. (risos
chorando exagerados, sem controle, inadequados
a situação, ocorrendo com mudanças frequentes
de humor, imprevisíveis). Pode acompanhar os
estados demenciais.
PSICOPATOLOGIA DA ALIMENTAÇÃO:

Anorexia: Recusa da alimentação, como consequência de


um desejo veemente de emagrecer, que se manifesta com
a negação em comer ou em reter o alimento. Afeta,
principalmente, mulheres entre 10 a 30 anos.

Bulimia: em sentido contrário ao anterior, supõe a compulsão


para ingerir alimentos de maneira incontrolada. É mais
frequente em mulheres a partir dos 20 anos, que vivem esta
situação com vergonha.
PSICOPATOLOGIA DA PSICOMOTRICIDADE:
A psicomotricidade, como ação e
motilidade, comporta expressividade, a
qual constitui um elemento de
comunicação e de relação. A
comunicação não-verbal tem sido
amplamente tratada, ao longo deste
século, por diversos autores.
Duncan estabeleceu 10 canais de
expressão não-verbal: movimentos dos
olhos, gestos, expressão facial, postura,
característica da voz, contato físico,
espaço pessoal, odores etc.
PSICOPATOLOGIA DA PSICOMOTRICIDADE:

Alguns dos transtornos são:


Estereotipias: é a repetição contínua e desnecessária de
um movimento simples (coçar, esfregar) ou complexo
(pentear o cabelo).
Tiques: são movimentos rápidos automáticos, repetidos e
involuntários. Apresentam-se frequentemente em
crianças, em tornos dos 7 anos. Aumentam em
situações de ansiedade.
Catalepsia: atitude de imobilidade cérea (como se fosse
uma figura de cera) mantida pela pessoa, inclusive
com posturas que supõem incomodidade. É
característica da catatonia, em que é acompanhada
por outros sintomas, como obediência automática,
negativismo, estupor...
RESENHAS DE FILMES

 VAMOS FIXAR UM POUQUINHO: assistir os filmes


abaixo e fazer uma resenha sobre cada um
deles.
 Fratura

 Toc toc

 O mínimo para viver


PSICOPATOLOGIA DA INTELIGÊNCIA:

Não existe uma definição da inteligência que seja


totalmente aceita. Papalia (1990) considera que é
“uma constante interação entre as capacidades
herdadas e as experiências ambientais, cujo resultado
capacita o indivíduo para adquirir, recordar e utilizar
conhecimentos, entender conceitos concretos e
abstratos, compreender as relações entre fatos,
objetos e idéias, e aplicar tudo isso com o propósito
de resolver os problemas da vida quotidiana.”
Atraso mental: Grossman (1973) define como
“funcionamento intelectual geralmente muito abaixo
da média, que aparece juntamente com déficit de
adaptação, e que se manifesta durante o período de
crescimento”.
PSICOPATOLOGIA DO SONO:

Pode tratar-se de transtornos relacionados com o


início e manutenção do sono (insônia de
diferente duração e evolução); de sonolência
excessiva (narcolepsia, cataplegia, hipersônia
idiopática...); de transtornos no ciclo sono-vigília;
e de parasônia (sonambulismo, terrores noturnos,
pesadelos, enurese, bruxismo...)
Insônia: dificuldade para conciliar o sono, para
mantê-lo, ou com despertar precoce, sensação
de não haver descansado etc. Estudos
epidemiológicos confirmaram que estes
problemas afetam mais as mulheres, os idosos e
as pessoas com patologia psiquiátrica.
PSICOPATOLOGIA DO SONO:

Narcolepsia: consiste numa excessiva sonolência


diurna, alterações do sono REM e outros
transtornos, como cataplegia (perda brusca do
tônus muscular, de curta duração).

Bruxismo: movimentos dos maxilares, produzindo


fricção entre as arcadas dentárias. Pode durar
poucos segundos. É de etiologia desconhecida.
TRAÇOS GERAIS DOS PRINCIPAIS
TRANSTORNO PSÍQUICOS

O enfermeiro deve ter uma idéia geral das principais


doenças, para compreender por que se aplicam
determinados tratamentos e assim contribuir na prestação
de uma assistência de saúde com qualidade.
GRUPO A (estranho ou extravagante; em geral são
introvertidos, independentes, mal socializados e
desajustados emocionalmente)

 Transtorno paranóide: caracterizam-se desconfiados;


hipersensíveis; agressivos; não perdoa; ciumento)
 Transtorno Esquizóide: caracterizam-se frios e
impenetráveis; não desejam nem desfrutam de relações;
indiferentes a críticas e a elogios; preferem atividades
solitárias; afetividade limitada; ausência de sentimentos
calorosos.
 Transtorno Esquizotípico: aspecto desalinhado e
extravagante; idéias de referência (excluídas as delirantes
de referência); crenças estranhas que influenciam a sua
conduta; experiências perceptivas incomuns e
pensamentos próximos do mágico e primitivo; carência de
amigos; idéias paranóides; linguagem empobrecidas;
frieza; distanciamento.
GRUPO B (teatrais, imaturos, em geral são
extrovertidos, mal socializados, dependentes e
desajustados emocionalmente)
 Transtorno Histriônico: procura apoio, aprovação ou elogios
constantes; expressão exagerada de emoção; hipócrita e
manipulador; não está contente se não é o centro da
atenção; é egocêntrico; sexualmente sedutor; intolerante às
frustrações.
 Transtorno Narcisista: egossintônico; aproveita-se dos outros;
exigência constante de atenção e admiração; falta de
empatia; falta de êxito, poder, brilho; exploração
interpessoal.
 Transtorno Anti-social: absenteísmo escolar, fugas; roubos;
participação em brigas, fisicamente cruel; conduta
irresponsável e anti-social; incapacidade de planejar;
promiscuidade sexual.
 *Transtorno limite: relações interpessoais instáveis;
transtornos da identidade; sentimento de vazio;
instabilidade do estado de ânimo; condutas suicidas ou
automutilantes.
GRUPO C (temerosos, ansiosos)

*Transtorno dependente: tendência para estar de


acordo com os outros; incapaz de tomar
decisões, deixa isso para os outros; dificuldade
em iniciar projetos; sensível a críticas ou a
aprovações; escassa autoconfiança.

* Transtorno arredio: hipersensibilidade à rejeição, à


humilhação; carente de amigos, embora deseje
afeto; baixo sentimento do próprio poder e valor.
GRUPO C (temerosos, ansiosos)

 Transtorno Obsessivo-compulsivo: perfeccionista, excessiva


devoção ao trabalho e ao rendimento; indeciso, escrupuloso;
dificuldade para expressar emoções calorosos; pouco
generoso; obstinado.
 Transtorno passivo-agressivo: mal-humorado, irritável, discute
facilmente e teima; crítico com a autoridade; protesta muito.
Evita obrigações profissionais e sociais. Vitimizam-se
 Transtorno da personalidade: apresentam uma resposta de
inadaptação; são anti-social, frequentemente referidos como
psicopatas ou sociopatas; ausência generalizada de
ansiedade; hedonismo (busca excessiva pelo prazer como
propósito mais significante da vida moral; busca incessante
pelo prazer como bem supremo); apegos emocionais
superficiais a outros indivíduos; atos insensatos de agressão
extrema; habilidades sociais e verbais bem desenvolvidos
para seus comportamentos inapropriados; impulsividade;
GRUPO C (temerosos, ansiosos)
 Transtorno afetivos: ocorrem quando um indivíduo se fixa
num determinado estado de ânimo (oscila entre a
euforia e a tristeza), impedindo a realização de outras
tarefas. Incluem depressão e a mania, podendo
apresentar-se de forma independente ou de forma
bipolar, quando os episódios se alternam de forma
recorrente.
a) Depressão: é uma tristeza patológica que pode
surgir sem nenhum motivo aparente e, no caso de existir,
não tem proporção com a contrariedade. É uma
doença que se deve a múltiplos fatores: genéticos,
somáticos, psíquicos, ambientais. Quanto à
personalidade do paciente, geralmente se observa
grande interesse pela ordem, uma extrema diligência,
inclusive acima das suas possibilidades, sentido do dever,
sobriedade, relações sociais marcadas pela
escrupulosidade (inquietações) etc.
DEPRESSÃO
É um transtorno que inclui tristeza, choro, desinteresse,
perda da auto-estima, inibição (em alguns casos),
agitação (depressão agitadas), isolamento, astenia (
Ausência ou diminuição da resistência (força) do
sistema nervoso ou do psiquismo), perda de peso,
anorexia, dores diversas, alterações do sono,
pensamento lento, alterações no ritmo de vida etc.
Por vezes, os transtornos somáticos mascaram o
verdadeiro quadro patológico e a depressão passa
desapercebida.
=> Depressão endógena ou melancólica: antes
chamada de psicótica, é de origem interna e
desconhecida, de início brusco, por vezes sazonal
(primavera-outono), podendo apresentar-se isolada ou
parte do transtorno bipolar (psicose maníaco-depressiva).
Risco de suicídio em 10 a 15% dos casos. A primeira crise
pode estar relacionada por perdas afetivas (falecimento,
separações...).
DEPRESSÃO
=>depressão psicogênica: antes chamada de reativa,
neurótica ou situacional. O paciente apresenta traços
neuróticos prévios e maior ansiedade devido à presença
de fatores psicossociais na sua origem, agravamento dos
sintomas à tarde, grandes variações de um dia para o outro
e evolução longa e não-sazonal; por outro lado, deixa
certa capacidade para experimentar prazer, apresenta
menor risco de suicídio que o tipo anterior, pior resposta aos
psicofármacos e melhor à psicoterapia.
=>depressão somatogênica: Está relacionada com
doenças orgânicas ou com tratamentos farmacológicos,
alguns dos quais (anti-hipertensivos e contraceptivos orais,
neurolépticos, antiinflamatórios não-esteróides) poderiam
produzir depressões iatrogênicas.
MANIA
É o pólo oposto à depressão. É um “estado de
hiperexcitação das funções psíquicas, caracterizado
pela exaltação do humor e pelo desencadear das
funções instintivo-afetivas”. O paciente mostra-se
excessivamente animado, sentindo-se plenamente feliz,
ousado e capaz; apresenta tiquipsiquia ou
hiperativação de todas as funções psíquicas; humor
expansivo, excitação psíquica e fuga de idéias; insônia,
desinibição, hiperatividade, falta de atenção,
verborréia, sobrevalorização de si mesmo, irritabilidade,
inquietação psicomotora (o paciente não se sente
doente).Pode aparecer de forma brusca e repentina,
ora por vezes gradativo. Sua duração é variável, porém
sem tratamento pode ficar em torno de 4 meses.
MANIA
=>hipomania: é uma apresentação eufórica mais
atenuada, que se acompanha de desinibição e
hiperatividade;
=>mania aguda: apresentação de traços mais
marcantes que na anterior, com mudanças de
humor, linguagem por vezes incoerente e delírios
de grandeza;
=>mania delirante: apresenta menor agitação, mas
alucinações ocasionais e delírios persistentes;
=>mania com delírio: grande hiperatividade,
desorientação temporoespacial, alucinações
visuais, idéias delirantes e humor muito variável.
Esquizofrenia:
• É uma psicose de início precoce (infância e juventude –
entre os 17 e 23 anos), de evolução crônica, que se
pode estabilizar com um “déficit esquizofrênico”, que
consiste no empobrecimento de algumas funções
psíquicas. Demonstram uma ampla gama de sintomas
sérios e incomuns: na área cognitiva, eles podem ouvir,
sentir, cheirar e ver coisas que os indivíduos normais não
percebem (alucinações); ter crenças bizarras sobre
quem eles são e o que está acontecendo com eles
(delírios); déficit sério em seu funcionamento intelectual
e na habilidade de comunicar-se; ser incapazes de
filtrar estimulação irrelevante e assim sentir-se inundados
com estímulos (sobrecarga sensorial). Com relação ao
humor, suas respostas emocionais podem ser não-
moduladas ou grosseiramente inapropriadas para a
situação.
Esquizofrenia:
Somaticamente, os pacientes podem ser
hiperestimulados durante a fase aguda do
transtorno, mas apresentam estimulação normal ou
baixa durante a fase crônica. Os sintomas motores
podem variar de imobilidade prolongada à
hiperatividade e agitação e em alguns casos
demonstram caretas e movimentos de dedos ou
mãos repetitivos.
É importante separar os efeitos colaterais do tratamento
dos sintomas da esquizofrenia, pois a medicação
pode retardar o funcionamento intelectual, dificultar
a modulação do humor, secura da boca,
sensibilidade à luz e perturbar o funcionamento
motor.
O DSM-III-R distingue vários subtipos: desorganizado,
catatônico, paranóide, indiferenciado e residual.
Esquizofrenia:
=>esquizofrenia simples: O paciente apresenta um
comportamento cada vez mais estranho e extravagante,
mais apático, abandonando todas as suas atividades.
Acontece um predomínio dos transtornos da afetividade. O
paciente vai empobrecendo lentamente, inicialmente na sua
afetiva e, mais tarde, em toda a sua atividade psíquica. Não
apresenta sintomas “ativos” (idéias delirantes, alucinações).
Início insidioso. Possivelmente presentam dano no
hipocampo e amigdala (atrofia subcortical)
=>esquizofrenia hebefrênica: Correspondente ao tipo
desorganizado, segundo o DSM-III-R. Tem início mais precoce.
Predominam as alterações do pensamento e das emoções,
juntamente com uma fraqueza de vontade e
comportamentos estranhos. Possivelmente apresentam
elevado nível de dopamina e baixo de serotonina, operando
no lóbulo frontal, temporal e sist. límbico
Esquizofrenia:
=>Esquizofrenia catatônica: É menos frequente.
Caracteriza-se por desorganização da conduta,
perturbação motora marcada (estupor, negação,
catatonia), maneirismo, estereotipia etc. O quadro
destaca-se pelas alterações da psicomotricidade e da
vontade. A catatonia é o bloqueio da atividade
voluntária.
O paciente pode permanecer continuamente no
mesmo local e com a mesma postura. Por vezes, em
pacientes não-tratados, pode aparecer uma síndrome
hipercinética com quadros de agitação catatônica,
tradicionalmente chamado de “catatonia mortal”.
Possivelmente, elevado nível de dopamina com baixa
de serotonina atuando na área motora.
*Transtornos Paranóides:
Juntamente com as psicoses esquizofrênicas, a psicose
paranóica constituía tradicionalmente o grupo das psicoses
crônicas. Falava-se de processos delirantes para se referir à
psicose delirante crônica, à paranóia e à parafrenia
(demência precoce).
a) Paranóia: é uma psicose delirante crônica, idêntica à
esquizofrenia, mas que não deixa um estado residual de
deterioração. Aparece até à meia-idade, e é ligeiramente
mais frequente nas mulheres, mas pouco frequente
globalmente.
A paranóia consiste num desenvolvimento delirante muito
estruturado e elaborado, resistente à lógica e à razão, que
conduz o paciente a um convencimento férreo e
inquebrantável. O DSM-III-R refere que “nela se
desenvolveu um sistema delirante articulado logicamente
e sem alucinações concomitantes, e sem o tipo
esquizofrênico do pensamento desorganizado. As idéias
PARANÓIA
Dentro da paranóia, podem distinguir-se diferentes tipos de
delírios:
=>delírio de reivindicação: pode organizar-se em torno de
distintos temas. Entre eles estão o queixoso, que se manifesta
pela reivindicação baseada na idéia que o sujeito tem de
ser perseguido e prejudicado, com a participação em juízos
e processos legais; o inventor , no qual a pessoa afirma ter
encontrado ou descoberto algum dispositivo ou teoria
conclusiva; o hipocondríaco , pelo qual se sente
permanentemente afetado por qualquer tipo de transtorno
etc.
=>delírio passional: pode ser de ciúme (se tem a absoluta
convicção de ser enganado pelo seu parceiro, sem uma
base real), o erotomaníaco (a pessoa tem a convicção de
ser amada por alguém que, frequentemente, é de um nível
social superior).
PARANÓIA
=>delírio de interpretação: no qual se organiza um sistema de
falsificação de toda a existência, das recordações e das
percepções, em função das crenças da pessoa delirante.
=>delírio sensorial: a pessoa considera-se vítima do que a
rodeia.

b) Parafrenia: trata-se também de um transtorno delirante,


caracterizado por uma extraordinária riqueza produtiva. É
um delírio fantástico, que se pode basear na generosidade,
grandiosidade e onipotência do delírio, do qual o paciente
é o protagonista.
ESQUIZOFRENIA PARANOIDE
Observam-se sintomas mais intenso que na simples,
juntamente a outros como: despersonalização, vivências
catastróficas. Podem existir idéias delirantes e alucinações
relacionadas com as alterações do pensamento e com a
despersonalização.
=>Esquizofrenia paranóide: De apresentação mais tardia,
nela predominam os quadros delirantes auto-referenciais
(místicos, messiânicos, persecutórios). São características,
também, a ansiedade, a irritação, a discussão e a violência
etc.
Observam-se idéias delirantes primárias e secundárias e
alucinações. Geralmente é de começo brusco, mudando
de maneira drástica a conduta da pessoa. Possivelmente
apresentam deterioração ou dano alargando os ventrículos
( sulcos e fissuras mais largas), visualizando o hemisfério
direito maior que o esquerdo, contrariamente um cérebro
normal.
FIQUE ATENTO...
Todos estes processos têm em comum a
apresentação de uma evolução delirante, ou de
um sistema delirante organizado, e uma
constituição pré-mórbida do caráter de tipo
paranóide. O desenvolvimento delirante paranóico
seria contrariado pelo aparecimento agudo e
brusco de um processo esquizofrênico. Embora
nem todos os estados paranóicos sejam
precedidos de uma personalidade auto-
referencial, é uma das características da
constituição do caráter. Outros traços que se
poderiam assinalar são: desconfiança;
psicorrigidez; superestima de si mesmo e hipertrofia
do ego; falsidade de juízos; excessivo normativismo
que encobre a agressividade.
TRANSTORNO DE ANSIEDADE,
DISSOCIATIVOS E SOMATOFORMES

a)Transtorno de ansiedade: os sintomas principais são a


ansiedade e a angústia. A ansiedade é um sistema de
alarme que dispara em situações de perigo, que tem
como objetivo manter a estabilidade física ou psíquica
da pessoa, ou seja, tem uma finalidade de adaptação.
Já a angústia implicaria um grau superior relativamente
à ansiedade, com maior comprometimento somático,
que pode dificultar a adaptação ou a resolução do
problema. Alguns fatores distinguem a angústia normal
da angústia patológica. Independentemente do tipo
de angústia, existem sintomas mais frequentes que
outros durante a crise (ver a seguir).
Frequência dos sintomas durante a crise de angústia:

*80% sofrem de palpitações ou taquicardia;


*70% sofrem de dispnéia ou sensação de asfixia;
*65% sofrem medo da morte;
*55% sofrem de enjôos ou sensação de instabilidade;
*50% sofrem tremor muscular;
*50% sofrem sudorese;
*45% sofrem dores ou desconfortos precordial;
*45% sofrem ondas de frio ou calor;
*40% sofrem de náuseas ou desconforto abdominal;
*40% sofrem de debilidade muscular;
*35% medo de enlouquecer;
*35% inquietação psicomotora;
*35% despersonalização e sensação de asfixia;
*30% boca seca;
*20% cefaléias.
A ansiedade, ou angústia patológica
A ansiedade, ou angústia patológica, é diferente do medo
(que é a vivência de ameaça de algo real); constitui um
sinal de alarme diante dos perigos, sendo o motor do
comportamento.
A angústia patológica é a vivência de morte, um sentimento
íntimo e penoso que impede de levar a cabo
determinadas ações, e que se manifesta com grande
acompanhamento somático-visceral. Pode apresentar-se
como:
=>Crise paroxísticas: aparecimento agudo e de forma súbita,
principalmente à noite. Sensação de morte iminente, taquicardia,
pressão precordial, dispnéia, secura da boca, sensação de que o
tempo decorreu mais lentamente etc. Pode ceder após 15 a 20 min,
mas o paciente teme que se volte a repetir.
=>Estados de angústia: incluem manifestações psíquicas (insegurança,
impotência, expectativa, inquietação interior, tiques), somáticas ou
fisiológicas (palpitações, opressão precordial (dor na face anterior
do tórax), bolo esofágico) e de conduta (sobressaltos e inquietação
psicomotora).
B) Transtornos somatoformes:
 corresponderiam à “histeria de conversão” de classificações
mais antigas. A característica principal deste tipo de
transtornos é a manifestação de sintomas somáticos sem
uma causa orgânica que os justifique, e que são
consequência da transformação da angústia em sintomas
orgânicos, fora do controle consciente. Entre eles, incluem-
se:
=>Transtorno por somatização: trata-se de alterações crônicas, por
acompanhamento polissintomático, que se iniciam antes dos 30 anos,
raras em homens. A sintomatologia é gastrintestinal e cardiopulmonar,
sexual, dolorosa e de conversão ou pseudoneurológica. Para o seu
diagnóstico, é necessária a constatação de um número concreto de
sintomas, de uma lista determinada e do cumprimento de certos
requisitos.
=> Transtorno hipocondríacos: a atenção centra-se no padecimento de
doenças, geralmente graves, que o paciente pensa ter, mas que na
realidade não existem ou são insignificantes. Estas pessoas podem
deambular de consulta em consulta.
Transtorno dissociativo:
 a sua principal caraterística é a
dissociação, pela qual a pessoa
experimenta uma alteração repentina e
temporária, tanto da consciência como da
identidade e da conduta motora.
Compreende quadros de personalidade
múltipla, fuga psicogênica, amnésia
psicogênica, despersonalização e
transtorno dissociativos atípicos. Pode ser
uma alteração gradual ou repentina,
transitória ou crônica.
INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA EM SAÚDE MENTAL

As intervenções terapêuticas em saúde mental


compreendem um amplo grupo de atuações, que
podem ir desde o apoio intenso e sincero, que inclui
apertos de mãos ou um olhar, a uma complexa
intervenção psicofarmacológica, psicoterapêutica ou
social.
Tal como acontece com qualquer tipo de doença, o
paciente mental necessita, em primeiro lugar, de apoio,
e este não apenas pode ser prestado pela família ou
pelo médico, mas por qualquer pessoa que se encontre
ao seu lado.
Toda a atuação psicoterapêutica é baseada na relação
interpessoal e, para que esta aconteça, é
imprescindível que existam pelo menos duas pessoas,
neste caso o paciente e um profissional.
INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA EM SAÚDE MENTAL

 Ey, Bernard e Brisset (1978), afirmam que para tratar o paciente


mental, é preciso:
Saber (conhecer o tipo de doença de que sofre o paciente);
Escolher (optar pelo meio mais eficaz para tratar cada caso);
Tratar (deve-se aos pacientes mentais o máximo de assistência, que
necessitará ser adaptada ao tipo de solicitação do próprio
paciente e da sua família);
Respeitar o paciente.
Estes autores afirmam também que existem três princípios básicos
presentes em toda psicoterapia: encontro (envolvimento das duas
pessoas na relação terapêutica), compreensão (esforço para
colocar-se no lugar do paciente, compreendendo-o tal como ele
se sente), restauração ( fazer o paciente voltar à normalidade,
eliminando os sintomas incapacitantes; fortalecendo a
personalidade do mesmo; capacitando-o para o
desenvolvimento de um ser humano eficiente e produtivo, que se
sinta livre e feliz, além de ser capaz de resolver suas necessidades
pessoais).
INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA EM SAÚDE MENTAL

 Assistência primária: é feita no âmbito da própria comunidade,


nos centros de saúde, em nível ambulatorial, nos serviços de cuidados
primários. A unidade de saúde mental trabalhará em conjunto com o
médico de família, com o enfermeiro e com o assistente social do
centro de saúde a que o paciente pertence.
 Assistência secundária: neste ponto incluem-se todos os
centros de atendimento quando é necessária a hospitalização do
paciente. A estrutura de saúde indica que a hospitalização do
paciente mental deveria realizar-se nas unidades de psiquiatria dos
hospitais gerais, que deveriam atender não consultas entre os distintos
departamentos. (Em alguns casos, os hospitais-dia estão também
situados no mesmo espaço dos hospitais gerais).
 Assistência terciária: este nível é atendido pelos hospitais
psiquiátricos. Atualmente, não são considerados como um local de
guarda e proteção do paciente, sendo os seus objetivos terapêuticos
e de reabilitação, para que o paciente se reintegre na comunidade
o mais cedo possível. Pretende-se proporcionar experiências
socioterapêuticas para a integração progressiva do paciente na
comunidade. (hospitais –dia e hospitais-noite).
TRATAMENTOS EM SAÚDE MENTAL:
 Todos os tratamentos em saúde mental devem atender a
aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Por isso, é preciso
avaliar cidadosamente: as alterações somáticas; a anamnese;
a situação de vida do paciente e as relações que mantém.
Diante do resultado da análise destes aspectos biopsicossociais
com critérios de ordem de prioridade, serão planificadas os
tratamentos biológicos, psicológicos ou sociais.
 Tratamentos biológicos: Os psicofármacos permitem, em
muitos casos, a aproximação com os pacientes sem a
necessidade de utilizar métodos coercitivos. Os avanços da
medicina levaram à descoberta de alterações somáticas que
modificavam profundamente o estado emocional,
constituindo-se na origem de alguns problemas psíquicos. Ao
serem tratados adequadamente estas alterações somáticas,
desapareceriam as alterações mentais. Assim, os
psicofármacos, em alguns casos, são imprescindíveis para
iniciar os tratamentos psicoterapêuticos.
TRATAMENTOS EM SAÚDE MENTAL:
A) Psicofármacos:
=>Benzodiazepinas (diazepam), ansiolíticos e tranquilizantes
menores: são os que se utilizam para reduzir o nível de ansiedade;
ajudam a diminuir o nervosismo e regulam determinadas condutas:
sono, alimentação, sexualidade,etc, melhorando as relações no grupo
social e familiar e aumentando as possibilidades de enfrentar as
situações de estresse.
Existem três tipos de benzodiazepinas:
*de vida média-longa: efeitos de 3 a 4 semanas/ dose única diária;
*de vida média-intermediária: efeitos de 5 a 15 horas/ dose de 2 a3
vezes ao dia;
* de vida médio-curta: efeito dura menos de 5 horas;
Entre os efeitos que produzem os ansiolíticos, encontram-se os
miorrelaxantes, os anticonvulsivos e os hipnóticos.
Entre os efeitos adversos: sonolência excessiva; sensação de náuseas;
isolamento do meio; cefaléias e sensação de cabeça pesada; secura
da boa; obstipação; visão turva; reações paradóxicas (agitação,
confusão, irritabilidade); diminuição da libido e da memória a longo
prazo.
TRATAMENTOS EM SAÚDE MENTAL:
A) Psicofármacos:
=>Neurolépticos, antipsicóticos ou tranquilizantes maiores:
os efeitos positivos traduzem-se diretamente na diminuição ou
desaparecimento dos sintomas positivos da esquizofrenia, como os
delírios, as alucinações, a agitação, etc. Não melhoram os sintomas
negativos, tais como a anedomia, a apatia, o déficit afetivo, etc.
Os efeitos secundários são: distonias agudas (movimentos tônicos),
alterações da linguagem e da marcha, sensação de inquietação com
incapacidade para permanecer quieto, parkinsonismo, secura da boca,
obstipação, amenorréia, galactorréia, visão turva.
A superdosagem pode levar à sonolência, ao estupor e ao coma.
 Antidepressivos: existem 70 tipos diferentes de antidepressivos, que
se distanciam na estrutura química e nos efeitos secundários. Entre eles
estão os IMAO (inibidores da monoaminoxidase), os tetracíclicos, os
tricíclicos, os bicíclicos, os atípicos, os que têm supostos efeitos
antidepressivos e os de terceira geração.
Os efeitos secundários: secura da boca; alterações oculares, sudorese,
taquicardia, hipotensão ortostática, alteração do sistema nervoso central
(tremor, ataxia, parkinsonismo), sintomas cardiovasculares,
hipersensibilidade alérgica, amenorréia
TRATAMENTOS EM SAÚDE MENTAL:
B) TEC (terapia eletrocovulsiva)
 utiliza-se, atualmente, sob anestesia em determinados
pacientes que apresentam doenças psiquiátricas graves,
como depressões delirantes resistentes aos tratamentos
farmacológicos, ou na forma catatônica da esquizofrenia.
Nestes casos, os resultados são bons e apenas está contra-
indicada em pacientes epilépticos ou com processos
expansivos intracranianos (tumores).

Os pacientes apresentam amnésia do episódio e uma perda


discreta da memória, que se recupera num prazo de seis
meses. A utilização deste tipo de terapia é muito discutida e
mesmo quando indicada, há centros que não a utilizam.
TRATAMENTOS EM SAÚDE MENTAL:
c) Hidroterapia:

 diz respeito a ações terapêuticas que utilizam a


água como instrumento terapêutico, através de
banhos, ducha, hidromassagem etc. Com isso,
procura-se tranquilizar o paciente. Utiliza-se como
complemento de outras ações terapêuticas em
determinados casos.

 D) Relaxamento: emprega-se
principalmente como apoio nas terapias
cognitivas e de conduta. Com o relaxamento,
procura-se liberar a tensão.
Tratamentos Psicoterapêuticos:

 A) A Psicanálise: Desenvolvida por Freud (1856-1936),


utilizando o método da associação livre, a psicanálise ajuda o
paciente a encontrar o seu self ou “a si próprio”, ou seja, a
tomar consciência de seus próprios impulsos e possibilidades,
sem ter de depender delas e, portanto, sem ter de recorrer a
mecanismos de defesa que limitam a sua capacidade de
responder adequadamente à sua necessidade de
satisfação.Desse modo, estimula-se o paciente para que fale
tudo o que pensa ou sente, devendo expressar verbalmente
toda a imagem, todo o pensamento, toda a sensação, sem
exercer qualquer controle prévio sobre a escolha do discurso.
Isto faz com que apareçam na pessoa resistências conscientes
e inconscientes, que desvendarão as modalidades individuais
de defesa do ego.
Tratamentos Psicoterapêuticos:

Trabalha-se também com a análise e interpretação dos sonhos,


com a livre associação etc. Este tratamento consiste em trazer
à luz os aspectos reprimidos e obter a compreensão por parte
do indivíduo das resistências típicas, com as quais o
inconsciente reprimia os seus impulsos, chegando ao insight
(tomada de consciência).
A psicanálise é uma terapia de longa duração (de 1 a 10 ou mais
anos), com uma frequência de 1 a 5 sessões por semana.
Dentro da psicanálise tem havido distintas correntes e técnicas
psicoterapêuticas. Entre as mais destacadas estão:
Psicoterapia de Jung; Psicoterapia adleriana; Psicoterapia não-
diretiva de Rogers; Psicoterapia e análise existencial; Métodos
de relaxamento e técnicas sugestivas; Terapia gestálticas;
Análise transacional; Bioenergética e dinâmica corporal.
Tratamentos Psicoterapêuticos:
 B) Terapia Psicodramática: criado por Jacob Levi Moreno
(1892-1974), que pode ser considerado o primeiro terapeuta de
grupo, mas além disso, é o promotor da terapia sistêmica, já que
centra toda a sua atividade no campo das relações humanas.
Trabalhava com um grupo mde atores e descobriu as
possibilidades terapêuticas que tem o representar diferentes
papéis, com vista a obter um maior crescimento pessoal, assim
como uma maior liberdade e espontaneidade.

O psicodrama é uma terapia profunda, de grupo ou individual, na


qual e através da ação da cena, em que se representam
situações passadas, presentes e futuras, se detectam os conflitos
da pessoa. A ação terapêutica tem lugar ao permitir a
representação do vivido ou imaginado no cenário, no “aqui e
agora”. Ao representar essa vivência pela segunda vez, dá-se a
possibilidade da mudança; quando novos dados são trazidos à
cena externa-interna. Logo, o objetivo do psicodrama é a tomada
de consciência, no “aqui e agora”, da sua forma de atuar e se
relacionar com os demais, proporcionando maior espontaneidade,
boa integração das suas emoções, impulsos, normas e valores e
então a possibilidade de se conhecer melhor.
Tratamentos Psicoterapêuticos:
 C) Terapia sistêmica: um sintoma de qualquer membro da
família, num determinado momento, é visto como expressão
de um sistema familiar que não funciona adequadamente.
Assim, a família deve funcionar como um sistema aberto em
que se dêem relações simétricas e complementares. Para
que esta seja estável e equilibrada (funcional), para que se
promova o desenvolvimento diferenciado de todos os seus
membros, é necessário que se dêem os dois tipos de
relações, de forma intercambiável dependendo da situação
dos subsistemas, ou pares (irmãos, pai-filha etc) que se
estejam relacionando.

A terapia sistêmica reúne todos os membros da família que


vivem num mesmo domicílio e, por vezes, inclusive outros
parentes menos chegados mas muito implicados no sistema
familiar. Solicita-se informações sobre como estão
organizados os membros da família e como interagem.
Propõem-se mudanças através de prescrições.
Normalmente, o número de sessões está determinado desde
o princípio, variando de 6 a 10 entrevistas.
Tratamentos Psicoterapêuticos:
 D) Terapia cognitivo-condutiva: estudam-se as relações e
mecanismos que se estabelecem entre a apresentação de um
estímulo e a resposta que se dá ao mesmo. O objetivo da terapia
cognitivo-condutiva é ensinar ao paciente a forma de dar
respostas aceitáveis e válidas, baseando-se na reorganização
cognitiva e na aprendizagem; ou seja, corrigir cognições
determinantes de condutas patológicas.
As técnicas terapêuticas que se utilizam dentro desta orientação são:
=>inibição recíproca: aplica-se principalmente no tratamento das
fobias; na presença de um estímulo que provoca ansiedade
na pessoa, se instaura uma resposta capaz de suprimir
parcialmente essa ansiedade, vão-se debilitando os laços que
unem o estímulo à ansiedade.
=>dessensibilização sistemática: ensina-se a pessoa a descontrair-
se pouco a pouco e a fazer uma avaliação hierárquica das
situações que lhe criam mais ou menos ansiedade, propondo-
lhe que se aproxime progressivamente da situação que lhe
causam menor para a maior ansiedade, de forma gradual.
Tratamentos Psicoterapêuticos:
=>Inibição condicionante e prática negativa: o terapeuta reproduz, o mais
fielmente possível, a conduta pouco eficaz do indivíduo, com o fim de
o fazer compreender, de forma pedagógica, o inapropriado da
resposta. Pede-se à pessoa que repita a conduta-problema o mais
lentamente possível; deste modo, o paciente aprende a reconhecer o
processo de execução correta e voluntária (aplica-se a transtornos da
fala; gaguez; tiques; transtornos psicotônicos etc.
=>treino assertivo: pretende-se capacitar o indivíduo para um bom
desenvolvimento social e de relação, sem que lhe provoque angústias.
Utiliza-se em casos de fobias social, pessoas inseguras etc.
=>condicionamento positivo ou negativo: trata-se de reforçar positiva ou
negativamente, segundo o indivíduo realize ou não a conduta
desejada.
Usado para reeducar transtornos de conduta, obsessivos e da linguagem,
assim como para instaurar condutas adequadas em deficientes
mentais.
=> Aversão e condicionamento de esquiva: consiste na aplicação de um
estímulo negativo, uma descarga elétrica, um fármaco com efeitos
desagradáveis, etc, quando se produz a conduta que o sujeito deseja
evitar, mas em relação à qual tem uma certa dependência. Utilizada
em casos de alcoolismo, tabagismo, desvios sexuais etc.
Tratamentos socioterapêuticos:
 são utilizados quando é necessária a reabilitação do paciente
mental, e aplicam-se não só a pacientes crônicos, mas
também a determinados pacientes que, pela sua situação
social ou familiar, precisam dos cuidados, da intervenção e do
trabalho em redes sociais. A reabilitação pode ser definida
como o conjunto de atividades que tendem a maximizar as
oportunidades do indivíduo, com vista à sua recuperação, e a
minimizar os efeitos incapacitantes para o seu correto
desenvolvimento, individual, familiar e social.
O primeiro passo a dar no processo de reabilitação é fazer uma
observação e avaliação detalhada da conduta de cada
paciente. Deste modo, será conhecida a capacidade do
paciente para manter uma conduta adequada aos padrões
que permitem desenvolver uma relação social aceitável.
A observação é levada a cabo pela equipe de enfermagem, que
são os profissionais que se encontram mais próximos do
paciente nas atividades diárias e, portanto, os que têm uma
informação mais direta e confiável.
Tratamentos socioterapêuticos:
Normalmente, o que se observa e se avalia no paciente é:
a) O comportamento geral, as mudanças na relação com os outros, a
atitude carinhosa ou irritável, a disciplina, a agressividade e a
assertividade.
b) As relações interpessoais, a sua integração com os outros.
c) A sociabilidade, a higiene, autonomia, comunicação verbal, grau de
normalidade ou estranheza nos ambientes extra-hospitalares.
As pontuações colhidas, segundo critérios conhecidos e estabelecidos de
antemão, transportam-se para modelos elaborados pelo conjunto de
profissionais que vão utilizar os dados (psiquiatras, psicólogos,
enfermeiros, terapeutas ocupacionais etc), os quais devem ser do
conhecimento de todos os profissionais da comunidade terapêutica.
Tanto para realizar a avaliação como para estabelecer objetivos e
estratégias terapêuticas, o ambiente da equipe de trabalho deve ser
adequado. E para conseguir uma verdadeira equipe interdisciplinar
em reabilitação, é preciso trabalhar bastante e muito seriamente.
Cada um deve conservar a sua personalidade e o seu saber específico
e, voluntária e vocacionalmente, colaborar com o grupo. A equipe
deve ser local de encontro, para compartilhar dúvidas e experiências,
em que os objetivos sejam comuns e se trabalhe com profissionalismo.
“Eu retirarei os teus olhos,
e os colocarei no lugar dos meus;
tu retirarás os meus olhos,
e os colocarás no lugar dos teus;

assim te poderei ver com os teus próprios olhos,


e tu me verás a mim com os meus.”

JACOB LEVI MORENO

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