Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ENFERMAGEM EM
SAÚDE MENTAL
GONÇALVES DIAS-MA
História da Psiquiatria
Os primeiros hospitais psiquiátricos
As instituições para loucos, ao decorrer da história, receberam diversas denominações tais como
hospícios, asilos, manicômios, hospitais psiquiátricos; mas independente do nome como eram
conhecidas, todas elas tinham a mesma finalidade: esconder o que não se desejava ser visto. As
primeiras instituições com a finalidade de esconder aquilo que não se queria mostrar datam do século
XV, iniciadas na Europa, particularmente na Espanha em Zaragoza, e na Itália em Florença, Pádua e
Bérgamo.
Vale ressaltar que muitas bibliografias apontam o primeiro hospício sendo o fundado pelo Frei Jofré,
em Valência, na Espanha, em 1410. Na verdade, esta instituição não passava de um hospital geral com
caráter de albergues para pobres. No século XVII os manicômios abrigavam além dos doentes mentais
também os demais marginalizados da sociedade, que igualmente perturbavam a ordem social, dentre
os quais se cita os mendigos, desempregados, criminosos, prostitutas, doentes crônicos, alcoólatras e
pessoas sem domicílio. E o enclausuramento coletivo destas pessoas, consideradas incômodas à
sociedade, ocorreu no intuito de esconder a miséria que era gerada pela desordem social e econômica
da época. O cuidado, nestas instituições era prestado por religiosas que almejavam o perdão de seus
pecados.
Com essa mistura de doentes e não-doentes, estes locais tornaram-se depósitos de marginalizados, que
excluídos e enclausurados, não eram cidadãos. Mas com a nova ordem social que se instalava, era
preciso uma nova conceituação da loucura e, principalmente, de suas formas de atendimento. A partir
desta nova concepção social de loucura, a clausura deixa de ser sinônimo de exclusão e passa a
assumir um caráter terapêutico: era necessário isolar o paciente em locais adequados – nos
manicômios – afastando-o do meio do qual gerava os distúrbios.
Doença Mental
Popularmente há uma tendência em se julgar a sanidade da pessoa, de acordo com seu
comportamento, de acordo com sua adequação às conveniências socioculturais como, por exemplo, a
obediência aos familiares, o sucesso no sistema de produção, a postura sexual, etc. Medicamente,
entretanto, Doença Mental pode ser entendida como uma variação mórbida do normal, variação esta
capaz de produzir prejuízo na performance global da pessoa (social, ocupacional, familiar e pessoal)
e/ou das pessoas com quem convive. Organização Mundial de Saúde diz que o estado de completo
bem estar físico, mental e social define o que é saúde, portanto, tal conceito implica num critério de
valores (valorativo), já que, lida com a ideia de bem-estar e mal-estar.
Síndrome do pânico
A síndrome do pânico, na linguagem psiquiátrica chamada de transtorno do pânico, é uma
enfermidade que se caracteriza por crises absolutamente inesperadas de medo e desespero. A pessoa
tem a impressão de que vai morrer naquele momento de um ataque cardíaco porque o coração dispara,
sente falta de ar e tem sudorese abundante. Quem padece de síndrome do pânico sofre durante as
crises e ainda mais nos intervalos entre uma e outra, pois não faz a menor ideia de quando elas
ocorrerão novamente, se dali a cinco minutos, cinco dias ou cinco meses. Isso traz tamanha
insegurança que a qualidade de vida do paciente fica seriamente comprometida.
Sintomas físicos de uma crise de pânico
Os sintomas físicos de uma crise de pânico aparecem subitamente, sem nenhuma causa aparente
(apesar de existir, mas fica difícil de se perceber). Os sintomas são como uma preparação do corpo
para alguma "coisa terrível". A reação natural é acionar os mecanismos de fuga. Diante do perigo, o
organismo trata de aumentar a irrigação de sangue no cérebro e nos membros usados para fugir - em
detrimento de outras partes do corpo, incluindo os órgãos sexuais. Eles podem incluir:
Contração / tensão muscular, rijeza
Palpitações (o coração dispara)
Tontura, atordoamento, náusea
Dificuldade de respirar (boca seca)
Calafrios ou ondas de calor, sudorese
Sensação de "estar sonhando" ou distorções de percepção da realidade
Terror - sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a acontecer e de que
se está impotente para evitar tal acontecimento
Confusão, pensamento rápido
Medo de perder o controle, fazer algo embaraçoso
Medo de morrer
Vertigens ou sensação de debilidade
Uma crise de pânico dura caracteristicamente vários minutos e é uma das situações mais angustiantes
que podem ocorrer a alguém. A maioria das pessoas que tem uma crise terá outras (se não tratar).
Quando alguém tem crises repetidas ou sente muito ansioso, com medo de ter outra crise, diz-se que
tem transtorno do pânico.
Tratamento
Existe uma variedade de tratamentos para o T.P. O mais importante neste aspecto é que se introduza
um tratamento que vise restabelecer o equilíbrio bioquímico cerebral numa primeira etapa. Isto pode
ser feito através de medicamentos seguros e que não produzam risco de dependência física dos
pacientes. Numa segunda etapa prepara-se o paciente para que ele possa enfrentar seus limites e as
adversidades vitais de uma maneira menos estressante. Em última análise, trata-se de estabelecer junto
com o paciente uma nova forma de viver onde se priorize a busca de uma harmonia e equilíbrio
pessoal. Uma abordagem psicoterápica específica deverá ser realizada com esse objetivo.
O sucesso do tratamento está diretamente ligado ao engajamento do paciente com o mesmo. É
importante que a pessoa que sofre de T.P. entenda todas as peculiaridades que envolvem este mal e
que queira fazer uma boa "aliança terapêutica" com seu médico no sentido de juntos superarem todas
as adversidades que poderão surgir na busca do seu equilíbrio pessoal.
Transtornos de Ansiedade
Todos os Transtornos de Ansiedade têm como manifestação principal um alto nível de ansiedade.
Ansiedade é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim aconteça
acompanhado por várias reações físicas e mentais desconfortáveis.
Os principais Transtornos de Ansiedade são: Síndrome do Pânico, Fobia Específica, Fobia Social,
Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Distúrbio de Ansiedade Generalizada.
É comum que haja comorbidade e assim uma pessoa pode apresentar sintomas de mais de um tipo de
transtorno de ansiedade ao mesmo tempo e destes com outros problemas como depressão. No geral, os
transtornos de ansiedade respondem muito bem ao tratamento psicológico especializado.
Estresse Pós Traumático:
Estado ansioso com expectativa recorrente de reviver uma experiência que tenha sido muito
traumática. Por exemplo, depois de ter sido assaltado, ficar com medo de que ocorra de novo, ter medo
de sair na rua, ter pesadelos, etc. Geralmente após um evento traumático a ansiedade diminui logo no
primeiro mês sem maiores consequências. Porém, em alguns casos, os sintomas persistem por mais
tempo ou reaparecem depois de um tempo, levando a um estado denominado como Estresse Pós
Traumático.
Distúrbio de Ansiedade Generalizada:
Estado de ansiedade e preocupação excessiva sobre diversas coisas da vida. Este estado aparece
frequentemente e se acompanha de alguns dos seguintes sintomas: irritabilidade, dificuldade em
concentrar-se, inquietação, fadiga e humor deprimido.
Sinais e sintomas
A pessoa pode sentir tremores, inquietação, dor de cabeça, falta de ar, suor em excesso, palpitações,
problemas gastrointestinais, irritabilidade e facilidade em alterar-se. Esses sintomas podem ocorrer na
maioria dos dias por pelo menos seis meses. É muito difícil controlar a preocupação, o que pode gerar
um esgotamento na saúde física e mental do indivíduo.
Tratamento
O especialista utiliza técnicas psicoterápicas de apoio. Muitas vezes faz-se necessário o uso de
medicação (antidepressivos e/ou ansiolíticos) por um determinado período. A maioria das pessoas
experimenta uma acentuada redução da ansiedade quando lhes é oferecida a oportunidade de discutir
suas dificuldades com um profissional experiente.
Depressão
A depressão é uma doença mental que se caracteriza por tristeza mais marcada ou prolongada, perda
de interesse por atividades habitualmente sentidas como agradáveis e perda de energia ou cansaço
fácil. Ter sentimentos depressivos é comum, sobretudo após experiências ou situações que nos afetam
de forma negativa. No entanto, se os sintomas se agravam e perduram por mais de duas semanas
consecutivas, convém começar a pensar em procurar ajuda. A depressão pode afetar pessoas de todas
as idades, desde a infância à terceira idade, e se não for tratada, pode conduzir ao suicídio, uma
consequência frequente da depressão.
A depressão pode ser episódica, recorrente ou crónica, e conduz à diminuição substancial da
capacidade do indivíduo em assegurar as suas responsabilidades do dia-a-dia. A depressão pode durar
de alguns meses a alguns anos. Contudo, em cerca de 20 por cento dos casos torna-se uma doença
crónica. Estes casos devem-se, fundamentalmente, à falta de tratamento adequado.
Fatores de risco
Pessoas com episódios de depressão no passado;
Pessoas com história familiar de depressão;
Pessoas do género feminino – a depressão é mais frequente nas mulheres, ao longo de toda a
vida, mas em especial durante a adolescência, no primeiro ano após o parto, menopausa e
pós-menopausa;
Pessoas que sofrem um qualquer tipo de perda significativa, mais habitualmente a perda de
alguém próximo;
Pessoas com doenças crónicas - sofrendo do coração, com hipertensão, com asma, com
diabetes, com história de tromboses, com artroses e outras doenças reumáticas, SIDA,
fibromialgia, cancro e outras doenças;
Pessoas que coabitam com um familiar portador de doença grave e crónica (por exemplo,
pessoas que cuidam de doentes com Alzheimer);
Pessoas com tendência para ansiedade e pânico;
Pessoas com profissões geradoras de stress ou em circunstâncias de vida que causem stress;
Pessoas com dependência de substâncias químicas (drogas) e álcool;
Pessoas idosas.
Sintomas da depressão
A depressão diferencia-se das normais mudanças de humor pela gravidade e permanência dos
sintomas. Está associada, muitas vezes, a ansiedade e/ou pânico.
Os sintomas mais comuns são:
Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);
Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
Fadiga, cansaço e perda de energia;
Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de autoestima, sentimentos de culpa e
sentimento de incapacidade;
Falta ou alterações da concentração;
Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
Desinteresse, apatia e tristeza;
Alterações do desejo sexual;
Irritabilidade;
Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, enjoo.
Causas da depressão
As causas diferem muito de pessoa para pessoa. Porém, é possível afirmar-se que há fatores que
influenciam o aparecimento e a permanência de episódios depressivos. Por exemplo, condições de
vida adversas, o divórcio, a perda de um ente querido, o desemprego, a incapacidade em lidar com
determinadas situações ou em ultrapassar obstáculos, etc.
Determinar qual o fator ou os fatores que desencadearam a crise depressiva pode ser importante, pois
para o doente poderá ser vantajoso aprender a evitar ou a lidar com esse fator durante o tratamento.
Diagnóstico
Pela avaliação clínica do doente, designadamente pela identificação, enumeração e curso dos
sintomas bem como pela presença de doenças de que padeça e de medicação que possa estar a tomar.
Não existem meios complementares de diagnóstico específicos para a depressão, e a bem da verdade,
tão pouco são necessários: o diagnóstico clínico é fácil e bastante preciso, um médico psiquiatra faz o
diagnóstico e a orientação terapêutica (o medicamento a usar, a dose, a duração, a resposta esperável
face ao tipo de pessoa, a indicação para um tipo específico de psicoterapia, a necessidade de outros
tipos de intervenção, etc.).
Tratamento
Normalmente, através do uso de medicamentos, de intervenções psicoterapêuticas, ou da conjugação
de ambas. As intervenções psicoterapêuticas são particularmente úteis nas situações ligeiras e reativas
às adversidades da vida bem como em associação com medicamentos nas situações moderadas e
graves. Os medicamentos usados no tratamento das depressões são designados por antidepressivos.
Síndrome de burnout
A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito
em 1974 por Freudenberger, um médico americano. O transtorno está registrado no Grupo V da CID-
10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde). Sua
principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de
trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. A síndrome se manifesta especialmente em
pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso.
Profissionais das áreas de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes
penitenciários, bombeiros, policiais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de
desenvolver o transtorno.
Sintomas
O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional que se
reflete em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças
bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade,
depressão, pessimismo, baixa autoestima. Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação,
pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma, distúrbios gastrintestinais são manifestações
físicas que podem estar associadas à síndrome.
Diagnóstico
O diagnóstico leva em conta o levantamento da história do paciente e seu envolvimento e realização
pessoal no trabalho.
Tratamento
O tratamento inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia. Atividade física regular e exercícios de
relaxamento também ajudam a controlar os sintomas.
Recomendações
* Não use a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e não desfrutar
momentos de descontração e lazer. Mudanças no estilo de vida podem ser a melhor forma de prevenir
ou tratar a síndrome de burnout;
* Conscientize-se de que o consumo de álcool e de outras drogas para afastar as crises de ansiedade e
depressão não é um bom remédio para resolver o problema;
* Avalie quanto as condições de trabalho estão interferindo em sua qualidade de vida e prejudicando
sua saúde física e mental. Avalie também a possibilidade de propor nova dinâmica para as atividades
diárias e objetivos profissionais.
B - PSICOSE: se caracteriza por uma intensa fuga da realidade. É, como a filosofia e as artes
chamam, a loucura, propriamente dita.
Pode ser classificada de três formas:
A) pela manifestação,
B) pelo aspecto neurofisiológico,
C) pela intensidade
A - Manifestação: se divide em dois tipos principais:
a) Esquizofrenia: tem como aspectos principais a fuga da realidade, as manias de perseguição, as
alucinações, entre outros. Têm ainda subdivisões, que são a esquizofrenia paranóide, a esquizofrenia
desorganizada (ou hebefrênica), a esquizofrenia simples, a catatonia ou a esquizofrenia indiferenciada;
b) Transtorno de afeto bipolar: tem por característica picos muito grandes de humor, em pouco espaço
de tempo, para o lado da depressão (ou distimia ou disforia), e pro lado da mania (euforia ou eutimia).
Por estes dois aspectos também conhecemos este transtorno como psicose maníaco-depressiva. O
doente sofre de mudanças de humor constantes, sendo perigoso e gastador em fases maníacas, e
retraído, podendo se suicidar, no estado depressivo.
B - Aspecto neurofisiológico:
1) Funcional: age apenas no funcionamento do aparelho psíquico, em suas ligações.
2) Orgânica: tem como característica mudanças ocorridas na química do cérebro, ou em mudanças
fisiológicas e estruturais.
C - Intensidade:
Como intensidade entendemos a agressividade e impulsividade do doente em:
1) Aguda: também chamada de fase de surto; é quando o doente se torna violento, impulsivo e fora da
realidade. É necessária observação psiquiátrica constante, pois o doente oferece risco para si, para
outros e para o patrimônio.
2) Crônica: é a fase de relaxamento do doente, onde ele está fora da realidade, mas não põe em risco
os outros e sua vida. Este estágio é permanente, e resulta de algum caso onde não há cura.
Esquizofrenia
A esquizofrenia é uma doença mental crônica que se manifesta na adolescência ou início da idade
adulta. Sua frequência na população em geral é da ordem de 1 para cada 100 pessoas, havendo cerca
de 40 casos novos para cada 100.000 habitantes por ano. No Brasil estima-se que há cerca de 1,6
milhão de esquizofrênicos; a cada ano cerca de 50.000 pessoas manifestam a doença pela primeira
vez. Ela atinge em igual proporção homens e mulheres, em geral inicia-se mais cedo no homem, por
volta dos 20-25 anos de idade, e na mulher, por volta dos 25-30 anos.
Sintomas
A esquizofrenia apresenta várias manifestações, afetando diversas áreas do funcionamento psíquico.
Os principais sintomas são:
1. delírios: são ideias falsas, das quais o paciente tem convicção absoluta. Por exemplo, ele se acha
perseguido ou observado por câmeras escondidas, acredita que os vizinhos ou as pessoas que
passam na rua querem lhe fazer mal.
2. alucinações: são percepções falsas dos órgãos dos sentidos. As alucinações mais comuns na
esquizofrenia são as auditivas, em forma de vozes. O paciente ouve vozes que falam sobre ele, ou
que acompanham suas atividades com comentários. Muitas vezes essas vozes dão ordens de como
agir em determinada circunstancia. Outras formas de alucinação, como visuais, táteis ou olfativas
podem ocorrer também na esquizofrenia.
3. alterações do pensamento: as ideias podem se tornar confusas, desorganizadas ou desconexas,
tornando o discurso do paciente difícil de compreender. Muitas vezes o paciente tem a convicção
de que seus pensamentos podem ser lidos por outras pessoas, ou que pensamentos são roubados
de sua mente ou inseridos nela.
4. Alterações da afetividade: muitos pacientes tem uma perda da capacidade de reagir
emocionalmente às circunstancias, ficando indiferente e sem expressão afetiva. Outras vezes o
paciente apresenta reações afetivas que são incongruentes, inadequadas em relação ao contexto
em que se encontra. Torna-se pueril e se comporta de modo excêntrico ou indiferente ao ambiente
que o cerca.
5. Diminuição da motivação: o paciente perde a vontade, fica desanimado e apático, não sendo mais
capaz de enfrentar as tarefas do dia a dia. Quase não conversa, fica isolado e retraído socialmente.
Outros sintomas, como dificuldade de concentração, alterações da motricidade, desconfiança
excessiva, indiferença, podem aparecer na esquizofrenia. Dependendo da maneira como os sintomas
se agrupam, é possível caracterizar os diferentes subtipos da doença. A esquizofrenia evolui
geralmente em episódios agudos onde aparecem os vários sintomas acima descritos, principalmente
delírios e alucinações, intercalados por períodos de remissão, com poucos sintomas manifestos.
Causa da esquizofrenia
Não se sabe quais são as causas da esquizofrenia. A hereditariedade tem uma importância relativa,
sabe-se que parentes de primeiro grau de um esquizofrênico tem chance maior de desenvolver a
doença do que as pessoas em geral. Por outro lado, não se sabe o modo de transmissão genética da
esquizofrenia. Fatores ambientais (p. ex., complicações da gravidez e do parto, infecções, entre outros)
que possam alterar o desenvolvimento do sistema nervoso no período de gestação parecem ter
importância na doença. Estudos feitos com métodos modernos de imagem, como tomografia
computadorizada e ressonância magnética mostram que alguns pacientes tem pequenas alterações
cerebrais, com diminuição discreta do tamanho de algumas áreas do cérebro. Alterações bioquímicas
dos neurotransmissores cerebrais, particularmente da dopamina, parecem estar implicados na doença.
Diagnóstico
O diagnóstico da esquizofrenia é feito pelo especialista a partir das manifestações da doença. Não há
nenhum tipo de exame de laboratório (exame de sangue, raio X, tomografia, eletroencefalograma etc.)
que permita confirmar o diagnóstico da doença. Muitas vezes o clínico solicita exames, mas estes
servem apenas para excluir outras doenças que podem apresentar manifestações semelhantes à
esquizofrenia.
Tratamento
O tratamento da esquizofrenia visa ao controle dos sintomas e a reintegração do paciente. O
tratamento da esquizofrenia requer duas abordagens: medicamentosa e psicossocial. O tratamento
medicamentoso é feito com remédios chamados antipsicóticos ou neurolépticos. Eles são utilizados na
fase aguda da doença para aliviar os sintomas psicóticos, e também nos períodos entre as crises, para
prevenir novas recaídas. A maioria dos pacientes precisa utilizar a medicação ininterruptamente para
não ter novas crises. Assim o paciente deve submeter-se a avaliações médicas periódicas; o médico
procura manter a medicação na menor dose possível para evitar recaídas e evitar eventuais efeitos
colaterais. As abordagens psicossociais são necessárias para promover a reintegração do paciente à
família e à sociedade. Devido ao fato de que alguns sintomas (principalmente apatia, desinteresse,
isolamento social e outros) podem persistir mesmo após as crises, é necessário um planejamento
individualizado de reabilitação do paciente. Os pacientes necessitam em geral de psicoterapia, terapia
ocupacional, e outros procedimentos que visem ajudá-lo a lidar com mais facilidade com as
dificuldades do dia a dia.
Os familiares são aliados importantíssimos no tratamento e na reintegração do paciente. é importante
que estejam orientados quanto à doença esquizofrenia para que possam compreender os sintomas e as
atitudes do paciente, evitando interpretações errôneas. As atitudes inadequadas dos familiares podem
muitas vezes colaborar para a piora clínica do mesmo. O impacto inicial da noticia de que alguém da
família tem esquizofrenia é bastante doloroso. Como a esquizofrenia é uma doença pouco conhecida e
sujeita a muita desinformação as pessoas se sentem perplexas e confusas. Freqüentemente, diante das
atitudes excêntricas dos pacientes, os familiares reagem também com atitudes inadequadas,
perpetuando um circulo vicioso difícil de ser rompido. Atitudes hostis, criticas e superproteção
prejudicam o paciente, apoio e compreensão são necessários para que ele possa ter uma vida
independente e conviva satisfatoriamente com a doença.
Fase maníaca
Tipicamente leva uma a duas semanas para começar e quando não tratado pode durar meses. O estado
de humor está elevado podendo isso significar uma alegria contagiante ou uma irritação agressiva.
Junto a essa elevação encontram-se alguns outros sintomas como elevação da autoestima, sentimentos
de grandiosidade podendo chegar a manifestação delirante de grandeza considerando-se uma pessoa
especial, dotada de poderes e capacidades únicas como telepáticas por exemplo. Aumento da atividade
motora apresentando grande vigor físico e apesar disso com uma diminuição da necessidade de sono.
O paciente apresenta uma forte pressão para falar ininterruptamente, as ideias correm rapidamente a
ponto de não concluir o que começou e ficar sempre emendando uma ideia não concluída em outra
sucessivamente: a isto denominamos fuga-de-ideias. Aumento do interesse e da atividade sexual.
Perda da consciência a respeito de sua própria condição patológica, tornando-se uma pessoa
socialmente inconveniente ou insuportável.
Fase depressiva
É de certa forma o oposto da fase maníaca, o humor está depressivo, a autoestima em baixa com
sentimentos de inferioridade, a capacidade física esta comprometida, pois a sensação de cansaço é
constante. As ideias fluem com lentidão e dificuldade, a atenção é difícil de ser mantida e o interesse
pelas coisas em geral é perdido bem como o prazer na realização daquilo que antes era agradável.
Nessa fase o sono também está diminuído, mas ao contrário da fase maníaca, não é um sono que
satisfaça ou descanse, uma vez que o paciente acorda indisposto. Quando não tratada a fase maníaca
pode durar meses também.
Sintomas (maníacos):
Sentimento de estar no topo do mundo com um alegria e bem estar inabaláveis, nem mesmo
más notícias, tragédias ou acontecimentos horríveis diretamente ligados ao paciente podem
abalar o estado de humor. Nessa fase o paciente literalmente ri da própria desgraça.
Sentimento de grandeza, o indivíduo imagina que é especial ou possui habilidades especiais,
é capaz de considerar-se um escolhido por Deus, uma celebridade, um líder político.
Inicialmente quando os sintomas ainda não se aprofundaram o paciente sente-se como se
fosse ou pudesse ser uma grande personalidade; com o aprofundamento do quadro esta ideia
torna-se uma convicção delirante.
Sente-se invencível, acham que nada poderá detê-las.
Hiperatividade, os pacientes nessa fase não conseguem ficar parados, sentados por mais do
que alguns minutos ou relaxar.
O senso de perigo fica comprometido, e envolve-se em atividade que apresentam tanto risco
para integridade física como patrimonial.
O comportamento sexual fica excessivamente desinibido e mesmo promíscuo tendo
numerosos parceiros num curto espaço de tempo.
Os pensamentos correm de forma incontrolável para o próprio paciente, para quem olha de
fora a grande confusão de ideias na verdade constitui-se na interrupção de temas antes de
terem sido completados para iniciar outro que por sua vez também não é terminado e assim
sucessivamente numa fuga de ideias.
A maneira de falar geralmente se dá em tom de voz elevado, cantar é um gesto frequente
nesses pacientes.
A necessidade de sono nessa fase é menor, com poucas horas o paciente se restabelece e fica
durante todo o dia e quase toda a noite em hiperatividade.
Mesmo estando alegre, explosões de raiva podem acontecer, geralmente provocadas por
algum motivo externo, mas da mesma forma como aparece se desfaz.
A fase depressiva
Na fase depressiva ocorre o posto da fase maníaca, o paciente fica com sentimentos irrealistas
de tristeza, desespero e autoestima baixa. Não se interessa pelo que costumava gostar ou ter
prazer, cansa-se à-toa, tem pouca energia para suas atividades habituais, também tem
dificuldade para dormir, sente falta do sono e tende a permanecer na cama por várias horas. O
começo do dia (a manhã) costuma ser a pior parte do dia para os deprimidos porque eles
sabem que terão um longo dia pela frente.
Apresenta dificuldade em concentra-se no que faz e os pensamentos ficam inibidos, lentificados,
faltam ideias ou demoram a ser compreendidas e assimiladas. Da mesma forma a memória também
fica prejudicada. Os pensamentos costumam ser negativos, sempre em torno de morte ou doença. O
apetite fica inibido e pode ter perda significativa de peso.
Tratamento
O lítio é a medicação de primeira escolha, mas não é necessariamente a melhor para todos os casos.
Freqüentemente é necessário acrescentar os anticonvulsivantes como o tegretol, o trileptal, o
depakene, o depakote, o topamax. Nas fases mais intensas de mania pode se usar de forma temporária
os antipsicóticos. Quando há sintomas psicóticos é quase obrigatório o uso de antipsicóticos. Nas
depressões resistentes pode-se usar com muita cautela antidepressivos.
Distúrbios Alimentares
1. Anorexia nervosa
2. Bulimia
Anorexia Nervosa
A anorexia nervosa é um distúrbio caracterizado por uma distorção da imagem corporal, um medo
extremo da obesidade, a rejeição de manter um peso normal e, nas mulheres, a ausência de
menstruação. Cerca de 95% das pessoas que sofrem desse distúrbio são mulheres. Em geral, começa
na adolescência, às vezes antes, e com menos frequência na idade adulta. A anorexia nervosa afeta
principalmente as pessoas de classe socioeconômica média e alta. Na sociedade ocidental o número de
pessoas com esse distúrbio tende a aumentar.
A anorexia nervosa pode ser leve e transitória ou grave e duradoura. Fala-se em taxas de óbito de 10%
a 20%. No entanto, como os casos leves muitas vezes nem são diagnosticados, ninguém sabe
exatamente quantas pessoas têm anorexia nervosa ou qual a porcentagem que morre dela. A causa é
desconhecida, mas os fatores sociais parecem importantes. O desejo de ser magro é frequente na
sociedade ocidental e a obesidade é considerada pouco atraente, doentia e indesejável. Mesmo antes da
adolescência, as crianças já estão envolvidas nessas convenções sociais e 70% das adolescentes
seguem alguma dieta ou adotam outras medidas para controlar o peso. Porém, só uma pequena parte
destas meninas desenvolvem anorexia nervosa.
Sintomas
Muitas mulheres que desenvolvem anorexia nervosa são meticulosas e compulsivas, com metas e
expectativas muito elevadas de realização e sucesso. Os primeiros sinais de uma anorexia iminente são
a crescente preocupação com a alimentação e o peso corporal, inclusive entre aquelas que já são
magras, como é o caso da maioria das pessoas com anorexia nervosa. A preocupação e a ansiedade
intensificam-se à medida que emagrecem. Mesmo quando magra, a pessoa declara que se sente obesa,
nega ter qualquer problema, não se queixa da falta de apetite ou da perda de peso e, geralmente, resiste
ao tratamento. A pessoa não costuma ir ao médico até que os familiares a obriguem.
Anorexia significa "falta de apetite", mas as pessoas com anorexia de fato sentem fome e se
preocupam com a alimentação, estudando dietas e calculando calorias; acumulam, escondem e
desperdiçam a comida; colecionam receitas e cozinham pratos elaborados para outras pessoas. Cerca
de 50% das pessoas com anorexia nervosa ingerem uma quantidade excessiva de comida e a seguir
provocam o vômito ou tomam laxantes ou diuréticos. A outra metade simplesmente restringe a
quantidade de comida que ingere. A maioria pratica também exercício em excesso para controlar o
peso.
Sintomas
As mulheres deixam de menstruar. Observa-se tanto nos homens quanto nas mulheres uma perda de
interesse sexual. As pessoas com anorexia nervosa têm uma frequência cardíaca lenta, pressão arterial
baixa, baixa temperatura corporal, inchaços por acúmulo de líquidos e cabelo fino e suave, ou então,
excesso de pelos na face e no corpo. As pessoas com anorexia que emagrecem muito tendem a manter
uma grande atividade, incluindo a prática de programas de exercícios intensos. Não têm sintomas de
deficiências nutricionais e estão surpreendentemente livres de infecções. A depressão é comum e as
pessoas com esse distúrbio mentem acerca do que comeram e escondem os seus vômitos e os seus
hábitos alimentares peculiares.
As alterações hormonais que resultam da anorexia nervosa incluem valores de estrogênios e de
hormônios tireoidianos acentuadamente reduzidos e concentrações aumentadas de cortisol. Se uma
pessoa está gravemente desnutrida, é provável que todos os órgãos principais sejam afetados. Os
problemas mais perigosos são os relacionados com o coração e com os líquidos e os eletrólitos (sódio,
potássio, cloro). O coração fica debilitado e bombeia menos sangue. A pessoa pode ficar desidratada e
desmaiar. O sangue pode ficar ácido (acidose metabólica) e os valores de potássio no sangue podem
diminuir. Vomitar e tomar laxantes e diuréticos pode piorar a situação. Pode ocorrer uma morte súbita
devido a uma arritmia cardíaca.
Diagnóstico e Tratamento
A anorexia nervosa é geralmente diagnosticada com base numa perda de peso acentuada e nos
sintomas psicológicos característicos. A anoréxica típica é uma adolescente que perdeu pelo menos
15% do seu peso corporal, teme a obesidade, deixou de menstruar, nega estar doente e parece
saudável.
Geralmente, o tratamento é feito em duas fases. A primeira é a restauração do peso normal. A segunda
é a psicoterapia, muitas vezes completada com remédios. Quando a perda de peso foi rápida ou intensa
(por exemplo, mais de 25% abaixo do peso ideal), a recuperação de peso é crucial; essa perda de peso
pode pôr em perigo a vida da pessoa. O tratamento inicial é geralmente feito num hospital, onde
profissionais experientes animam de forma calma mas firmemente, a paciente a comer. Raramente, a
paciente é alimentada por via endovenosa ou através de SNG.
Quando o estado nutricional estiver aceitável, começa o tratamento a longo prazo, que deve ser feito
por especialistas em distúrbios alimentares. Esse tratamento pode incluir psicoterapia individual, de
grupo e familiar, bem como medicamentos. Se houver o diagnóstico de depressão, a pessoa poderá
tomar antidepressivos. O tratamento tende a estabelecer um ambiente tranquilo, estável e focado na
pessoa, animando-a a ingerir uma quantidade adequada de comida.
Bulimia Nervosa
A bulimia nervosa é um distúrbio caracterizado por episódios constantes de apetite voraz seguidos por
vômitos autoinduzidos ou utilização de laxantes ou diuréticos, dietas rigorosas ou excesso de exercício
para compensar os efeitos das refeições exageradas. Tal como na anorexia nervosa, as pessoas que têm
bulimia nervosa são, em geral, mulheres; profundamente preocupadas com a sua aparência e peso e
que pertencem a um nível socioeconômico médio e alto. Embora a bulimia nervosa tenha sido
considerada uma epidemia, somente 2% das jovens universitárias, consideradas como o grupo de
maior risco, são verdadeiramente bulímicas.
Sintomas
A ingestão excessiva de alimentos é seguida de um intenso sofrimento e do uso de laxantes, dieta
rigorosa e excesso de exercício. Muitas vezes, o estresse emocional desencadeia o apetite voraz,
geralmente satisfeito em segredo. Embora as pessoas com bulimia tenham a preocupação de se
tornarem obesas (algumas são), o seu peso tende a voltar ao normal. Os vômitos autoinduzidos podem
causar erosão do esmalte dentário, dilatar as glândulas salivares (parótidas) e inflamar o esôfago. Os
vômitos podem diminuir os níveis de potássio no sangue, provocando arritmia cardíaca. Existem
relatos de morte súbita por superdoses de ipeca, para induzir os vômitos.
Em comparação com os indivíduos que apresentam anorexia nervosa, aqueles com bulimia nervosa
tendem a ser mais conscientes de seu comportamento e sentem remorso ou culpa. Eles apresentam
maior tendência a admitir suas preocupações ao médico ou a um outro confidente. Geralmente, os
bulímicos são mais extrovertidos e mais propensos a um comportamento impulsivo (p.ex., abuso de
drogas ou álcool).
Diagnóstico e Tratamento
O médico suspeita de bulimia nervosa quando uma pessoa está muito preocupada com o aumento de
peso, que apresenta grandes flutuações, em especial se existem sinais evidentes de uma utilização
excessiva de laxantes. Outros indícios incluem o inchaço das glândulas parótidas, cicatrizes nos nós
dos dedos por terem sido utilizados para induzir o vômito e erosão do esmalte dentário. No entanto, o
diagnóstico vai depender da descrição do paciente.
As duas abordagens de tratamento são a psicoterapia e os medicamentos. A psicoterapia pode ser
muito eficaz, principalmente se for feita por um terapeuta com experiência em distúrbios alimentares.
Muitas vezes, um medicamento antidepressivo pode ajudar a controlar a bulimia nervosa, inclusive
quando a pessoa não parece deprimida. Porém, o distúrbio pode reaparecer quando a pessoa para de
tomar o medicamento.
Epilepsia
A epilepsia é uma doença do sistema nervoso que provoca mudanças súbitas, breves e repetidas na
atividade cerebral. Durante uma crise epiléptica, popularmente conhecida como convulsão, os
neurônios do cérebro podem funcionar, de forma incontrolável, até quatro vezes mais rápido que o
normal, afetando temporariamente a forma com que a pessoa se comporta, locomove, pensa ou sente.
A causa pode ser uma lesão no cérebro, decorrente de uma forte pancada na cabeça, uma infecção
(meningite, por exemplo), neurocisticercose ("ovos de solitária" no cérebro), tumores cerebrais,
condições genéticas (esclerose tuberosa, por exemplo), problemas circulatórios no cérebro, abuso de
bebidas alcoólicas, de drogas, etc.
Sintomas
Os sintomas da epilepsia variam conforme as áreas do cérebro que são afetadas, sendo divididas em
crises generalizadas e crises parciais. A crise convulsiva é a forma mais conhecida pelas pessoas e é
identificada como "ataque epiléptico". É uma crise generalizada porque envolve todas as áreas do
cérebro. Nesse tipo de crise a pessoa pode cair ao chão, apresentar contrações musculares em todo o
corpo, morder a língua, ter salivação intensa, respiração ofegante e, às vezes, até urinar.
A crise do tipo "ausência" é conhecida como "desligamentos". A pessoa fica com o olhar fixo, perde
contato com o meio por alguns segundos. Por ser de curtíssima duração (questão de segundos), muitas
vezes não é percebida pelos familiares e/ou professores. Também é considerada uma crise
generalizada e, geralmente, se inicia na infância ou na puberdade.
Há um tipo de crise que se manifesta como se a pessoa estivesse "alerta" mas sem o controle de seus
atos, fazendo movimentos automaticamente. Durante esses movimentos automáticos involuntários, a
pessoa pode ficar mastigando, falando de modo incompreensível ou andando sem direção definida. A
crise se inicia em uma área do cérebro. Em geral, a pessoa não se recorda do que aconteceu quando a
crise termina. Esta é a chamada crise parcial complexa. Porém, se a atividade elétrica se espalhar para
outras áreas do cérebro, ela pode se tornar uma crise generalizada.
Na condição chamada status epilepticus (SE), a pessoa tem uma crise epiléptica generalizada que dura
de 20 a 30 minutos, ou mais; ou a pessoa tem uma série de crises nas quais não consegue recobrar
completamente a consciência. Essa é uma emergência médica que pode ser fatal.
Existem outros tipos de crises que podem provocar quedas ao solo sem nenhum movimento ou
contrações ou então, ter percepções visuais ou auditivas estranhas ou ainda, alterações transitórias da
memória.
Mal de Alzheimer
O mal de Alzheimer é uma doença progressiva e irreversível que afeta o cérebro. Ela atinge
primeiramente a memória e, progressivamente, as outras funções mentais, tirando toda a autonomia da
pessoa, que passa a depender completamente de outras pessoas. É uma doença muito relacionada com
a idade, afetando as pessoas com mais de 50 anos. A estimativa de vida para os pacientes varia de 2 a
15 anos.
Causa do Mal de Alzheimer
Ainda não se sabe qual é a causa do mal de Alzheimer. No entanto, há um consenso entre os
especialistas de que o mal de Alzheimer é uma doença genética, embora não seja necessariamente
hereditária. Isto é, nem todos os casos são transmitidos entre familiares, principalmente dos pais para
os filhos.
Diagnóstico
Não existe nenhum exame que permita diagnosticar, de modo inquestionável, o mal de Alzheimer. A
única forma de fazer o diagnóstico é examinando o tecido cerebral obtido por uma biópsia ou
necrópsia. Dessa forma, o diagnóstico do mal de Alzheimer é feito pela exclusão de outras causas de
demência, pela análise do histórico do paciente, por exames de sangue, tomografia ou ressonância,
entre outros exames.
Sintomas do Mal de Alzheimer
A princípio, observam-se pequenos esquecimentos e perdas de memória que vão se agravando
progressivamente. Os pacientes tornam-se confusos e, às vezes, agressivos, passando a apresentar
alterações de personalidade, com distúrbios de conduta. Acabam por não reconhecer os próprios
familiares e nem a si mesmos quando colocados de frente a um espelho. À medida que a doença
evolui, tornam-se cada vez mais dependentes de terceiros, até mesmo para as atividades elementares
do dia-a-dia como alimentação, higiene, vestuário, etc.
Tratamento
O mal de Alzheimer não tem cura e o tratamento consiste de duas variáveis:
Aspectos comportamentais. Nesta vertente, além da medicação, convém também contar com
a orientação de diferentes profissionais de saúde;
Desequilíbrios químicos que ocorrem no cérebro. Existem remédios que ajudam a corrigir
esses desequilíbrios e que são mais eficazes na fase inicial da doença. Todavia, tais remédios,
infelizmente, têm efeito temporário. Por enquanto, não existem medicamentos que impeçam a
progressão da doença.
Alcoolismo
O alcoolismo é o conjunto de problemas relacionados ao consumo excessivo e prolongado do álcool;
é entendido como o vício de ingestão excessiva e regular de bebidas alcoólicas, e todas as
consequências decorrentes. O alcoolismo é, portanto, um conjunto de diagnósticos. Dentro do
alcoolismo existe a dependência, a abstinência, o abuso (uso excessivo, porém não continuado),
intoxicação por álcool (embriaguez). Síndromes amnéstica (perdas restritas de memória), demencial,
alucinatória, delirante, de humor. Distúrbios de ansiedade, sexuais, do sono e distúrbios inespecíficos.
Por fim o delirium tremens, que pode ser fatal.
Problemas Psiquiátricos causados pelo Alcoolismo
Abuso de Álcool
A pessoa que abusa de álcool não é necessariamente alcoólatra, ou seja, dependente e faz uso
continuado. O critério de abuso existe para caracterizar as pessoas que eventualmente, mas
recorrentemente têm problemas por causa dos exagerados consumos de álcool em curtos períodos de
tempo. Critérios: para se fazer esse diagnóstico é preciso que o paciente esteja tendo problemas com
álcool durante pelo menos 12 meses e ter pelo menos uma das seguintes situações: a) prejuízos
significativos no trabalho, escola ou família como faltas ou negligências nos cuidados com os filhos.
b) exposição a situações potencialmente perigosas como dirigir ou manipular máquinas perigosas
embriagado. c) problemas legais como desacato a autoridades ou superiores. d) persistência no uso de
álcool apesar do apelo das pessoas próximas em que se interrompa o uso.
Dependência ao Álcool
Para se fazer o diagnóstico de dependência alcoólica é necessário que o usuário venha tendo
problemas decorrentes do uso de álcool durante 12 meses seguidos e preencher pelo menos 3 dos
seguintes critérios: a) apresentar tolerância ao álcool -- marcante aumento da quantidade ingerida para
produção do mesmo efeito obtido no início ou marcante diminuição dos sintomas de embriaguez ou
outros resultantes do consumo de álcool apesar da continua ingestão de álcool. b) sinais de abstinência
-- após a interrupção do consumo de álcool a pessoa passa a apresentar os seguintes sinais: sudorese
excessiva, aceleração do pulso (acima de 100), tremores nas mãos, insônia, náuseas e vômitos,
agitação psicomotora, ansiedade, convulsões, alucinações táteis. A reversão desses sinais com a
reintrodução do álcool comprova a abstinência. Apesar do álcool "tratar" a abstinência o tratamento de
fato é feito com diazepam ou clordiazepóxido dentre outras medicações. c) o dependente de álcool
geralmente bebe mais do que planejava beber d) persistente desejo de voltar a beber ou incapacidade
de interromper o uso. e) emprego de muito tempo para obtenção de bebida ou recuperando-se do
efeito. f) persistência na bebida apesar dos problemas e prejuízos gerados como perda do emprego e
das relações familiares.
Abstinência alcoólica
A síndrome de abstinência constitui-se no conjunto de sinais e sintomas observado nas pessoas que
interrompem o uso de álcool após longo e intenso uso. As formas mais leves de abstinência se
apresentam com tremores, aumento da sudorese, aceleração do pulso, insônia, náuseas e vômitos,
ansiedade depois de 6 a 48 horas desde a última bebida. A síndrome de abstinência leve não precisa
necessariamente surgir com todos esses sintomas, na maioria das vezes, inclusive, limita-se aos
tremores, insônia e irritabilidade. A síndrome de abstinência torna-se mais perigosa com o surgimento
do delirium tremens. Nesse estado o paciente apresenta confusão mental, alucinações, convulsões.
Geralmente começa dentro de 48 a 96 horas a partir da ultima dose de bebida. Dada a potencial
gravidade dos casos é recomendável tratar preventivamente todos os pacientes dependentes de álcool
para se evitar que tais síndromes surjam. Para se fazer o diagnóstico de abstinência, é necessário que o
paciente tenha pelo menos diminuído o volume de ingestão alcoólica, ou seja, mesmo não
interrompendo completamente é possível surgir a abstinência. Alguns pesquisadores afirmam que as
abstinências tornam-se mais graves na medida em que se repetem, ou seja, um dependente que esteja
passando pela quinta ou sexta abstinência estará sofrendo os sintomas mencionados com mais
intensidade, até que surja um quadro convulsivo ou de delirium tremens. As primeiras abstinências são
menos intensas e perigosas.
Terapia Eletroconvulsivante
Na terapia Eletroconvulsivante, eletrodos são fixados à cabeça do paciente e é realizada uma série de
descargas elétricas no cérebro visando induzir convulsões. Já foi claramente demonstrado que esse
procedimento é o mais eficaz para a depressão grave. Ao contrário do que é propagado pelos meios de
comunicação, a terapia Eletroconvulsivante é segura e raramente causa qualquer complicação grave. O
uso moderno de anestésicos e miorrelaxantes (relaxantes musculares) reduziu enormemente qualquer
tipo de risco para o paciente.
Psicoterapia
Nos últimos anos, têm sido obtidos avanços significativos no campo da psicoterapia. A psicoterapia é
o tratamento que o terapeuta aplica ao paciente através de técnicas psicológicas, fazendo uso
sistemático da relação terapeuta-paciente. Os psiquiatras não são os únicos profissionais de saúde
mental especializados na prática da psicoterapia. Também estão incluídos os psicólogos clínicos, os
assistentes sociais, os enfermeiros, alguns conselheiros religiosos e muitos profissionais paramédicos.
No entanto, os psiquiatras são os únicos profissionais de saúde mental que podem prescrever
medicamentos.
Embora a psicoterapia individual seja praticada de muitas formas diferentes, quase todos os
profissionais de saúde mental estão filiados a uma das quatro escolas de psicoterapia: a dinâmica, a
cognitiva-comportamental, a interpessoal ou a comportamental.
A psicoterapia dinâmica deriva da psicanálise e a sua base é ajudar o paciente a compreender as
estruturas e padrões inconscientes que podem estar criando sintomas e dificuldades de relacionamento.
A escola cognitiva-comportamental centraliza-se principalmente nas distorções do pensamento do
paciente.
A terapia interpessoal enfoca como uma perda ou uma alteração em uma relação afeta o paciente.
A terapia comportamental visa ajudar os pacientes a modificarem as maneiras condicionadas de reagir
a eventos que ocorrem ao seu redor.
Na prática, muitos psicoterapeutas combinam técnicas, de acordo com as necessidades do paciente. A
psicoterapia é adequada em uma grande variedade de condições. Mesmo os indivíduos que não
apresentam qualquer distúrbio psiquiátrico podem considerar que a psicoterapia lhes é útil para
enfrentar problemas como, por exemplo, dificuldades no trabalho, perda de um ente querido ou uma
doença crônica na família. A psicoterapia de grupo e a terapia familiar também são amplamente
utilizadas.