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Técnico em

Enfermagem
Módulo III
SAÚDE MENTAL
Introdução

➢ Esta disciplina tem o objetivo de desenvolver


competências, a fim de compreender as interações
humanas e os elementos relacionados à manutenção da
saúde mental das pessoas.
• “ Os seres humanos adoecem esse o início e
sua história e as causas as doenças foram
seno explicadas tratadas de acordo com o
modo de pensamento que o homem foi
adquirindo em sua trajetória evolutiva”
PRÉ- HISTÓRIA
• Atribuíam causa sobrenatural ou divina às
doenças afirmando serem castigo dos deuses, ora
possessão demoníaca, feitiço ou manifestações e
espíritos hostis.
• A Cura era feita através de ritos tribais, passando-
se tintas coloridas no corpo.
Psiquiatria antiga e greco-romana:
• Hipócrates e mais alguns estudiosos acreditavam que as
doenças mentais eram decorrentes de disfunções nos
órgãos do corpo, descolamento do útero, sendo que a
epilepsia decorria de uma patologia do cérebro e a
histeria, como decorrente da falta de funcionamento
sexual.
• Os estudiosos romanos compartilhavam ideias
semelhantes e propunham como terapêuticas massagens
corporais e dieta alimentar.
Período medieval (idade média)
• O tratamento aos doentes mentais era feito por
magos ou feiticeiros, havendo um retorno às
concepções mágico religiosas e o abandono da ideia
e que os transtornos mentais tinham uma origem
somática.
• Este foi um período de exorcismos, de perseguição
aos doentes mentais, de condenação à fogueira
Exorcismo
• Em 2003, um menino autista de 8 anos morreu durante um
exorcismo conduzido em Wisconsin por membros de
sua igreja — que acreditavam que sua condição era
provocada por um demônio que havia invadido seu corpo;
• A possessão demoníaca não é reconhecida pelo Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais nem pela
Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados com a Saúde e, portanto, não pode
ser diagnosticada como um problema médico ou psiquiátrico;
• Do ponto de vista psiquiátrico, a possessão pode ser
explicada por meio de vários problemas físicos e mentais,
como a histeria, a psicose, a esquizofrenia, a epilepsia, a
síndrome de Tourette (caracterizada pelo uso descontrolado
de xingamentos) e o transtorno dissociativo de identidade,
entre outros. Também existe um tipo de paranoia chamada
demonopatia, na qual o paciente se convence de que está
possuído por uma ou mais entidades malignas;
PSIQUIATRIA FRANCESA E A PRIMEIRA
REVOLUÇÃO PSIQUIÁTRICA
• Processo de industrialização
• Leprosários
• No final o século XVIII e início do século XIX o
médico Felipe Pinel fez surgir a psiquiatria.
PSIQUIATRIA FRANCESA E A PRIMEIRA
REVOLUÇÃO PSIQUIÁTRICA
• O cuidado dispensado aos doentes, no entanto,
era baseada na vigilância, restrição e contenção.
A assistência aos doentes mentais baseava-se
nos princípios a hereditariedade acreditavam
que a doença mental passava e geração em
geração; da institucionalização o tratamento só
poderia ocorrer através da internação; da
periculosidade todos os “loucos” eram
agressivos e perigosos; e da incurabilidade e
doença mental não tinha cura.
Psiquiatra alemã e a segunda
revolução psiquiátrica
• No século XIX – surge uma nova visão sobre o ser humano
considerado o como um todo (físico e mente), e sua
história de vida considerada como fator que influenciava
sua saúde.
• Sigmund Freud cria a psicanálise e são criadas também
várias teorias psicológicas
Psicanálise
• Psicanálise é uma área de estudo do comportamento
humano, que surgiu com o Médico Neurologista Sigmund
Freud (1856-1939), em meados de 1890. Etimologicamente
falando, o termo Psicanálise é uma referência ao grego
Psyche, que significa alma, espirito, sopro de vida e análysis
que significa análise. Portanto, psicanálise seria o
Estudo/Análise da Alma.
• A proposta da Psicoterapia Psicanalítica é ajudar o paciente
a falar sobre si mesmo, e a partir desta fala, entrar em
contato com conteúdos que fogem à sua compreensão
(conteúdos inconscientes), mas que, no entanto,
influenciam sua forma de agir, pensar e sentir.
Psiquiatra alemã e a segunda
revolução psiquiátrica:
• Ao término da segunda guerra mundial – surge a
terapia medicamentosa com substâncias que
agem diretamente no sistema nervoso central
amplamente difundidas.
• A atitue em relação à doenças e aos doentes
mentais passa a ser positiva, doentes
considerados crônicos melhoravam, são criados
ambulatórios, os doentes podem ser tratados em
casa e os hospitais mudam a sua arquitetura
eliminando as grades e os quartos fortes
Psiquiatria no Brasil
Psiquiatria no Brasil
• O tratamento era centrado no isolamento dos doentes
mentais ou indivíduos suspeitos e dependentes químicos
em instituições fechadas.
Em 1916
• O código civil brasileiro prescrevia a interdição civil e a conseguinte
curatela aos “loucos” de todo o gênero. Até recentemente a Saúde
Mental brasileira estava ligada a legislação de 1934 que legalizava a
cassação dos direitos civis dos doentes mentais, submetendo-os a
curatela do Estado.
• Haviam aproximadamente 100 mil leitos psiquiátricos no
Brasil muitos em macro-hospitais psiquiátricos, arcaicos,
em precárias condições físicas, deficiências técnicas,
sanitárias e administrativas.
• Os doentes mentais viviam em condições subumanas, a
higiene precária, o sussurro de palavras arrastadas e a
expressão facial de desespero, demostravam que os
doentes mentais estava abandonados.
Ainda em 1960
• As terapias mais usadas eram a eletroconvulsoterapia,
insulinoterapia e em menor escala, medicamentos
como cardiazol. Os doentes mentais permaneciam em
pátios ou celas com pouca ou nenhuma suprervisão
Brasil

Em grande parte da história da psiquiatria no Brasil os ditos


"Alienados Mentais" recebiam um tratamento mais moral do que
científico, eram castigados, presos a grilhões de ferro, sem tomar sol
e muitas vezes espancados. O cuidado, ou a assistência ficava a
cargo das freiras, tanto na Santa Casa de Misericórdia, quanto no tal
primeiro hospício da Praia Vermelha.

Até então, não existiam psiquiatras, só os médicos "alienistas", os


médicos gerais do asilo, só a partir de meados do século XX é que os
médicos conseguiram assumir o poder da assistência, que pertencia
a Igreja e tinha um cunho caritativo e misericordioso. Os primeiros
psiquiatras brasileiros se formaram na França e na Alemanha
1970
• Houve uma orientação do Ministério da Saúde no
sentido da criação de ambulatórios de saúde mental,
da desospitalização dos doentes mentais e do
atendimento hospitalar por equipes multidisciplinares,
porém modificações mais eficientes só se tornaram
possíveis no Brasil a partir de 1980 com o movimento
da Reforma psiquiátrica.
Constituição de 1988
• Surgiram espaços de elaboração e leis voltadas
para o atendimento das questões sociais,
proporcionando um ambiente adequado para
que a sociedade civil, trabalhadores e Saúde
metal.
• A articulação nacional de luta Antimanicomial se
organizassem pela reforma do sistema
psiquiátrico, buscando um novo estado e direito
para o doente mental
Atualmente, considera-se que existe
uma relação estreita entre a doença
mental e:
• A exploração da força de trabalho.
• As condições insalubres dos ambientes, o
viver na linha de miséria,
• O alto índice de desemprego.
• O estresse,
• A violência e a sexualidade mal resolvida.
• Visando uma assistência mais adequada,
eficiente e humanizado, o ministério da Saúde
baixou a portaria n°224 e 29/01/92, que
estabelece as diretrizes e normas para o
atendimentos ao doente mental em todo o
território nacional.
História e Evolução da Saúde
Mental no Brasil
➢ Os grandes passos na Reforma Psiquiátrica Brasileira na
seguinte ordem:

• Construção do hospício na Praia Vermelha, na primeira metade


do século XIX;
• Transformação, na primeira metade do século XX, dos asilos e
hospícios em manicômios sob total responsabilidade dos
psiquiatras;
• Revolução da psicofarmacologia, com a introdução de
neurolépticos e dos tricíclicos, possibilitando a redução do tempo
de internação;
• Reunião de outros profissionais, que se deu nos anos 60/70,
quando iniciou o movimento da antipsiquiatria;
História e Evolução da Saúde
Mental no Brasil
➢ Os grandes passos na Reforma Psiquiátrica Brasileira na
seguinte ordem:

• Mobilização de setores sociedade, nos anos 80 para desenvolver


uma ação conjunta visando uma legislação no campo da Saúde
Mental que só veio a acontecer 21 anos depois.
• Assinatura da Lei 10216 de 2001. Este foi, de fato, o principal
marco da Reforma Psiquiátrica Brasileira, pois defende os direitos
de cidadania dos portadores de Transtornos Mentais e
redireciona as ações no campo da assistência.
História da Loucura
• 1950 – Psicofarmaologia Farmacos Psicotrópicos: -
Antipsicótico – Clorpromazina – Antimaníaco – LÍTIO
• Década e 80: Movimento Antimanicomial, luta pelo fim
dos maus tratos nos manicômios.
• Criação do primeiro cAPS, nocentro e São Paulo. 1992
– II c.N.S Mental, com participação e u´suários e
familiares
• 1993-1999- redução de leitos, ampliação do
movimento dos usuários.
• Marco histórico brasileiro: Manicônio e Barbacena
Manicômio de Barbacena
• Barbárie, holocausto brasileiro, mais de 80
anos de tortura física e psíquica;
• Durante a ditadura militar, mais de 4 mil
pessoas foram internas sem oença mental
alguma;
• Lugar e vendas de corpos para universidades
Reforma Psiquiátrica
• 2001, Lei da reforma psiquiátrica ou Lei Paulo Delgado;
• A reforma psiquiátrica brasileira tem como objetivo:
• Desospitalização (fechamento progressivo de hospitais
psiquiátricos);
• Desinstitucionalização (resgatar a cidadania e
dignidade das pessoas em sofrimento mental);
• Ressocialização ( trazer de volta a sociedade através do
trabalho e convívio comum)
CAPS
• São instituições destinadas acolher os pacientes
com transtornos mentais, estimular sua
integração social e familiar, apoiá-los em suas
iniciativas de busca da autonomia, oferecer-lhes
atendimento médico e psicológico;
• Caps são serviços substitutivos aos hospitais
psiquiátricos e representam a mudança no
paradigma asilar;
CAPS
• Atendimento individual
• Atendimento em grupos
• Atendimento em oficinas terapêuticas
• Visitas e atendimento domiciliar
• Atendimento à família
• Atividades comunitárias
• Acolhimento noturno
CAPS
• CAPS tipo I – 20.000 a 70.000 habitantes
• CAPS tipo II – 70.000 a 200.000 habitantes
• CAPS tipo III – + que 200.000 habitantes- 24
horas
• CAPS tipo I – crianças - 200.000 habitantes
• CAPS tipo ad – dependentes químicos - 70.000
habitantes.
REDE DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL-
RAPS
ESF
EMERGÊNCIA APS
PSOQUIÁTRICA

PROGRAMA HOSPITAIS
DE VOLTA RAPS PSIQUIÁTRICOS
PARACASA

HOSPITAIS RESIDÊNCIAS
GERAIS TERAPÊUTICAS
Transtorno Mental
Transtorno Mental

É uma síndrome caracterizada por distúrbios clinicamente


significativos na cognição, regulação emocional ou comportamento
de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos
psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao
funcionamento mental.
Os transtornos mentais geralmente estão associados a
sofrimento significativo ou incapacidade em atividades sociais,
ocupacionais ou outras atividades importantes.
Os transtornos mentais são definidos e
reconhecidos por clínicos e outros no contexto de normas
e valores socioculturais e comunitários locais. Os
contextos culturais moldam a experiência e a expressão
dos sintomas, sinais, comportamentos e limiares de
gravidade que constituem critérios para o diagnóstico. Os
contextos socioculturais também moldam aspectos de
identidade (como etnia ou raça) que conferem posições
sociais específicas e expõem de forma diferenciada os
indivíduos a determinantes sociais da saúde, incluindo a
saúde mental. Esses elementos culturais são
transmitidos, revisados e recriados dentro das famílias,
comunidades e outros sistemas e instituições sociais e
mudam ao longo do tempo
Quem está em riso de desenvolver um
transtorno mental?

Os determinantes da saúde mental e transtornos


mentais incluem não apenas atributos individuais, como a
capacidade de administrar os pensamentos, as emoções,
os comportamentos e as interações com os outros, mas
também os fatores sociais, culturais, econômicos,
políticos e ambientais, como as políticas nacionais, a
proteção social, padrões de vida, as condições de
trabalho e o apoio comunitário.
Estresse, genética, nutrição, infecções perinatais e
exposição a perigos ambientais também são fatores que
contribuem para os transtornos mentais.
Distúrbios do neurodesenvolvimento
São um grupo de condições com início no
período de desenvolvimento. Os distúrbios
geralmente se manifestam no início do
desenvolvimento, muitas vezes antes da criança
entrar na escola, e são caracterizados por déficits
de desenvolvimento ou diferenças nos processos
cerebrais que produzem prejuízos no
funcionamento pessoal, social, acadêmico ou
ocupacional.
Os transtornos do neurodesenvolvimento
frequentemente ocorrem concomitantemente; por
exemplo, indivíduos com transtorno do espectro
autista geralmente têm transtorno do
desenvolvimento intelectual (deficiência
intelectual) e muitas crianças com transtorno de
déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) também
têm um transtorno específico de aprendizagem.
O transtorno do desenvolvimento
intelectual
É caracterizado por déficits nas habilidades
mentais gerais, como raciocínio, resolução de problemas,
planejamento, pensamento abstrato, julgamento,
aprendizado acadêmico e aprendizado com a experiência.
Os déficits resultam em deficiências no
funcionamento adaptativo, de tal forma que o indivíduo
deixa de cumprir os padrões de independência pessoal e
responsabilidade social em um ou mais aspectos da vida
diária, incluindo comunicação, participação social,
funcionamento acadêmico ou ocupacional e
independência pessoal em casa ou no trabalho.
Os distúrbios do neurodesenvolvimento
incluem:

• Transtorno do déficit de atenção com


hiperatividade
• Transtornos do espectro autista
• Dificuldades de aprendizagem,
como dislexia e deficiências em outras
áreas acadêmicas
• Deficiência intelectual
• Síndrome de Rett
Transtorno do espectro autista
É caracterizado por déficits persistentes na
comunicação social e interação social em vários
contextos, incluindo déficits na reciprocidade social,
comportamentos comunicativos não verbais usados
para interação social e habilidades no
desenvolvimento, manutenção e compreensão de
relacionamentos.
Os transtornos do espectro autista são quadros clínicos
nos quais as pessoas têm dificuldade em desenvolver
relacionamentos sociais normais, usam linguagem de maneira
anormal ou não a usam em absoluto e apresentam
comportamentos restritos ou repetitivos.
As pessoas afetadas têm dificuldades para se
comunicar e se relacionar com terceiros, também têm
padrões de comportamento, interesses e/ou atividades
restritas e com frequência seguem rotinas rígidas.
Esses transtornos ocorrem em cerca de 1 em cada 54
pessoas nos Estados Unidos e são quatro vezes mais comuns
em meninos do que em meninas.
TEAS
Os transtornos do espectro autista (TEAs) são
considerados um espectro de transtornos, porque as
manifestações variam amplamente em tipo e gravidade.
Anteriormente, os TEAs eram classificados como autismo
clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno
desintegrativo da infância e transtorno generalizado do
desenvolvimento não especificado. Contudo, existe tanta
sobreposição que a distinção se torna difícil; portanto, os
médicos atualmente não usam essa terminologia e
consideram todos esses como TEAs (exceto para a síndrome
de Rett, que é um distúrbio genético distinto).
Causas
As causas específicas dos transtornos do espectro autista não
são completamente compreendidas, embora elas frequentemente
estejam relacionadas a fatores genéticos. No caso de pais com um filho
com um TEA, o risco de ter outro filho com um TEA fica em torno de
3% a 10%.
• Infecções pré-natais, por exemplo, infecções virais como a
rubéola ou o citomegalovírus, podem ter alguma participação.
• A prematuridade também pode ser um fator de risco: quanto maior
o nível de prematuridade, maior o risco de um TEA.
• Algumas crianças com TEA apresentam diferenças em como o seu
cérebro é formado e como funciona.
• No entanto, está claro que os TEAs não são causados por má
educação, condições adversas da infância ou por vacinação.
Sintomas
Podem aparecer nos primeiros dois anos de vida, mas em
formas mais leves, os sintomas podem não ser detectados até à
idade escolar.
As crianças com transtorno do espectro autista desenvolvem
sintomas nas seguintes áreas:
• Comunicação e interações sociais
• Padrões de comportamento restritos e repetitivos
Variam de leves a graves, mas a maioria das pessoas
exige algum tipo de apoio em ambas as áreas. Existe uma ampla
variação nas pessoas com um TEA quanto à sua capacidade de
agir de forma independente na escola ou na sociedade e em
relação à sua necessidade de receber apoio.
Comunicação e interações sociais

Com frequência, os bebês com um TEA se aninham e fazem


contato visual de formas atípicas. Apesar de alguns bebês afetados
ficarem perturbados quando são separados dos pais, podem não
procurar seus pais em busca de segurança como as outras crianças. As
crianças mais velhas muitas vezes preferem brincar sozinhas e não
estabelecem relações pessoais íntimas, especialmente fora da família.

Linguagem

As crianças afetadas mais gravemente nunca aprendem a falar.


Aquelas que o fazem aprendem muito mais tarde do que o normal e
utilizam as palavras de forma estranha. Elas frequentemente repetem
palavras ditas a elas (ecolalia), usam falas memorizadas em vez de
linguagem mais espontânea ou invertem o uso normal dos pronomes,
especialmente usando você em vez de eu ou mim quando se referem a
elas mesmas.
Comportamento, interesses e atividades
Com frequência, as pessoas com transtorno do espectro autista são muito
resistentes a mudanças, tais como novos alimentos, brinquedos, organização dos móveis e
roupas. Elas podem ficar excessivamente apegadas a objetos inanimados específicos. Elas
com frequência fazem coisas repetidamente. Crianças mais novas e/ou mais gravemente
afetadas com frequência repetem certos atos, tais como se balançar, agitar as mãos ou girar
objetos. Algumas podem se ferir por meio de comportamentos repetitivos como bater a
cabeça ou se morder. As pessoas menos gravemente afetadas podem assistir aos mesmos
vídeos múltiplas vezes ou insistir em comer a mesma comida em todas as refeições.
Frequentemente, as pessoas com um TEA têm interesses muito especializados e com
frequência, incomuns. Uma criança pode, por exemplo, se interessar por aspiradores de pó.
As pessoas com um transtorno do espectro autista frequentemente reagem de maneira
excessiva ou deficitária às sensações. Elas podem sentir repulsa extrema a certos odores,
gostos ou texturas ou reagir a sensações de dor, calor ou frio de maneiras incomuns que
outras pessoas consideram perturbadoras. Elas podem ignorar alguns sons e ser
extremamente perturbadas por outros.
Inteligência
Muitas pessoas com um TEA têm algum grau de deficiência intelectual (QI
abaixo de 70). Seu desempenho é desigual. Elas em geral se saem melhor em testes de
habilidades motoras e espaciais do que em testes verbais. Algumas pessoas com TEA têm
capacidades idiossincráticas ou “fragmentadas”, como a aptidão para realizar mentalmente
operações complexas de cálculo ou habilidades musicais avançadas. Infelizmente, essas
pessoas com frequência não conseguem usar essas habilidades de maneira produtiva ou
que levam a interações sociais.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito com base na
observação, relatos dos pais e outros
cuidadores, e testes de triagem padronizados
específicos para o autismo.
A maioria das pessoas responde melhor a
intervenções comportamentais altamente
estruturadas.
Tratamento
• Análise comportamental aplicada
• Programas educacionais
• Fonoaudiologia
• Às vezes, terapia medicamentosa
Transtorno do déficit de atenção com
hiperatividade
É um transtorno do neurodesenvolvimento
definido por níveis prejudicados de desatenção,
desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade.
Desatenção e desorganização acarretam
incapacidade de permanecer na tarefa, parecendo
não ouvir, e perda de materiais necessários para as
tarefas, em níveis inconsistentes com a idade ou
nível de desenvolvimento.
TDAH
A hiperatividade-impulsividade envolve
hiperatividade, inquietação, incapacidade de permanecer
sentado, intromissão nas atividades de outras pessoas e
incapacidade de esperar sintomas excessivos para a idade
ou nível de desenvolvimento. Na infância, o TDAH
frequentemente se sobrepõe a transtornos que são
frequentemente considerados “transtornos
externalizantes”, como transtorno desafiador de oposição
e transtorno de conduta.
O TDAH geralmente persiste na idade adulta, com
prejuízos resultantes do funcionamento social, acadêmico
e ocupacional.
TDAH
O TDAH é um distúrbio cerebral presente desde o
nascimento ou que se desenvolve logo após o nascimento.
Algumas crianças têm dificuldades principalmente com a
atenção prolongada, com a concentração e com a capacidade de
concluir tarefas; algumas crianças são hiperativas e impulsivas e
algumas têm ambos os problemas.
Usa-se questionários preenchidos pelos pais e
professores assim como observação da criança para realizar o
diagnóstico. Medicamentos psicoestimulantes ou outros tipos de
medicamentos, além de ambientes estruturados, rotinas, um
plano de intervenção escolar e modificação das técnicas de
educação dos pais são, com frequência, necessárias.
TDAH
• Existem três tipos de TDAH
• Desatento
• Hiperativo/impulsivo
• Combinado
• Os sintomas do TDAH vão de leves a graves e podem se
tornar exagerados ou se tornar um problema em certos
ambientes, como em casa ou na escola. As restrições da
escola e estilos de vida organizados tornam o TDAH um
problema, enquanto que em gerações anteriores os
sintomas podem não ter interferido significativamente no
desempenho das crianças porque as pessoas tinham
expectativas diferentes sobre o comportamento infantil
normal. Embora alguns dos sintomas do TDAH possam
também ocorrer em crianças sem esse transtorno, eles são
mais frequentes e graves nas crianças com o déficit.
TDAH em adultos
Embora o TDAH seja considerado um transtorno que
afeta crianças e sempre tem início na infância, algumas vezes ele
pode não ser reconhecido até a adolescência ou idade adulta. As
diferenças neurológicas continuam na idade adulta e cerca de
metade das pessoas continuam a ter sintomas comportamentais
na idade adulta.
• Os sintomas em adultos incluem
• Dificuldade de concentração
• Dificuldade para completar tarefas (habilidades executivas
ruins)
• Inquietação
• Oscilações do humor
• Impaciência
• Dificuldade em manter relacionamentos
• Causas de TDAH
TDAH em adultos
Pode ser ainda mais difícil diagnosticar o
TDAH na idade adulta. Os sintomas podem ser
semelhantes àqueles dos transtornos mentais,
incluindo os transtornos do humor e os
transtornos da ansiedade. Adultos que praticam
o abuso de álcool e de drogas recreativas podem
ter sintomas semelhantes.
Causas
O TDAH não tem uma causa única específica, mas fatores
genéticos (hereditários) estão com frequência presentes.
Pesquisas indicam ser provável que o TDAH envolva anomalias
dos neurotransmissores (substâncias que transmitem impulsos
nervosos no cérebro). Alguns fatores de risco incluem baixo peso ao
nascimento (abaixo de 1.500 g), traumatismo craniano, infecção
cerebral, deficiência de ferro, e exposição a chumbo, assim como
exposição a álcool, tabaco ou cocaína antes do nascimento.
O TDAH também está associado a eventos traumáticos
durante a infância, por exemplo, violência, abuso ou negligência.
Algumas pessoas expressaram preocupação quanto à
possibilidade de aditivos alimentares e açúcar poderem causar TDAH.
Ainda que algumas crianças pareçam se tornar hiperativas ou
impulsivas após comer alimentos contendo açúcar, estudos
confirmaram que as diferenças cerebrais que causam o TDAH estão
presente ao nascimento e que alimentos e fatores ambientais não
causam o transtorno.
Sintomas
O TDAH é principalmente um problema da atenção
prolongada, da concentração e da persistência
(capacidade de terminar uma tarefa).
As crianças afetadas podem ser também
superativas e impulsivas. As crianças em idade pré-
escolar com TDAH podem ter problemas com a
comunicação e parecem ter problemas com as interações
sociais.
À medida que as crianças atingem a idade escolar,
elas podem parecer desatentas. Elas podem se remexer
nervosamente, podem ser impacientes e falar
impulsivamente.
Diagnóstico
• Avaliação médica
• O diagnóstico de TDAH se baseia no número,
frequência e gravidade dos sinais. As crianças
devem ter seis ou mais sinais de desatenção
ou de hiperatividade e impulsividade (ou seis
de cada grupo para diagnosticar o tipo
combinado de TDAH;
Tratamento
• Medicamentos psicoestimulantes
• Modificação do comportamento
Dificuldades de aprendizagem, como dislexia
e deficiências em outras áreas acadêmicas

Dislexia como um dos sérios problemas


dentro do sistema de ensino-aprendizagem que
interfere a capacidade de leitura, de
entendimento das palavras, da escrita, a
soletração, bem como a compreensão e
interpretação de textos e de atividades que
envolvem o raciocínio lógico
Segundo Moura (2013):
Os disléxicos recebem informações em uma área
diferente do cérebro, portanto o cérebro dos disléxicos é
normal. Infelizmente essas informações em áreas
diferentes resultam de falhas nas conexões cerebrais. O
resultado é que devido a essas falhas no processo de
leitura, eles têm dificuldades de aprender a ler, escrever,
soletrar, pois é difícil assimilarem as palavras.
Moura (2013) explica ainda que detectar o
distúrbio da dislexia não é uma tarefa fácil. Há alguns
sinais e sintomas que podem indicar a presença da
dislexia desde cedo, mas um diagnóstico preciso só é
possível a partir do momento que a escrita e a leitura são
apresentadas formalmente à criança. […] Como o
distúrbio é comprovadamente genético, os especialistas
afirmam que as crianças podem ser avaliadas a partir dos
cinco anos de idade […]
Partindo-se de princípios em que a dislexia
não é uma doença, que é uma dificuldade e provém
de vínculos genéticos, é interessante observar-se
outros aspectos que correlacionam a dislexia com
relação à aprendizagem.
Neste contexto recorre-se a Figueira (2012)
que identifica que dislexia não significa somente
dificuldades com as palavras, mas significa uma
disfunção linguística. Por isso, defende-se que a
dislexia não é, simplesmente, uma dificuldade de
aprender as letras, possui dificuldade em identificar
e organizar símbolos, ou seja, como ele vai ler se
aqueles símbolos não lhe dizem absolutamente
nada?
Moura (2012) explica que a maioria dos
tratamentos enfatiza a assimilação de fonema, o
desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da
compreensão e fluência da leitura. Ajudar o
disléxico a melhorar sua leitura é muito
trabalhoso e exige muita atenção, mas toda
criança disléxica necessita de apoio e paciência,
pois essas crianças sofrem de falta de
autoconfiança e baixa autoestima, pois se
sentem menos inteligentes que seus amigos.
Os sinais da Dislexia podem surgir em maior ou
menor amplitude dependendo de vários fatores como a
idade, estimulação, etc. E podem também se agravar
durante o processo de crescimento da criança. Alguns
desses sinais segundo o autor são: histórico familiar; falta
de atenção e memória; atraso na aquisição da fala e da
linguagem; dificuldade de nomear objetos; imaturidade,
timidez exagerada; alterações de humor; atraso ou falta
de coordenação fina (desenhar, escrever, etc); dificuldade
na alfabetização e na aprendizagem de matemática;
dificuldade na passagem da escrita e da linguagem falada;
incapacidade de aprender a lembrar de palavras
visionadas; escrita em reflexo (como espelho); dificuldade
em soletrar; falta de prazer na leitura; movimento
errático dos olhos na leitura; confusão entre vogais ou
substituição de consoante (MARSILI, 2010, p. 15).
Conclui-se que a dislexia é tida como um distúrbio
que provocam dificuldades na aprendizagem da leitura e
escrita, produzidas em bases neurológicas, além de
fatores genéticos ou adquiridos. Não se caracterizando
como uma doença no meio científico.
É fator de estudos científicos que quanto mais
cedo for diagnosticada a Dislexia, maiores serão os
resultados eficazes dos tratamentos e das estratégias de
ações voltadas para este indivíduo. Mesmo com
dificuldades de aprendizagem de escrita e de leitura, os
disléxicos apresentam um grau de inteligência normal ou
até mesmo acima da média.
Deficiência intelectual
É um distúrbio do neurodesenvolvimento. Ou seja, é
um tipo de transtorno neurológico que afeta a habilidade de
interação social, comunicação, raciocínio lógico, entre
outras. Além disso, prejudica o aprendizado, a atenção, a
memória e a linguagem da criança.
Por exemplo, uma criança que tem deficiência intelectual
tem um nível cognitivo e comportamental menor ao
esperado para a idade. Por isso, muitas crianças e adultos
nessa condição são vistas como imaturas. Mas, a verdade é
que esse problema compromete e atrapalha a adaptação,
tornando mais difícil fazer as coisas normais do dia a dia.
• A deficiência intelectual é causada por um
desequilíbrio no cérebro. Como resultado, as
conexões neurológicas não funcionam muito bem,
perdendo funções intelectuais importantes. Ou seja,
isso resulta em um quociente de inteligência (QI)
menor que a média.
• Mas é preciso lembrar que isso não afeta todos da
mesma forma. Por isso, podemos classificá-lo em 4
níveis diferentes: o nível leve, moderado, grave ou
profundo. A avaliação é feita de acordo com a função
intelectual e adaptativa da pessoa.
Sintomas
Nos casos leves, os primeiros sinais costumam ser
notados somente na idade escolar. Já nos casos
moderados ou acima, às vezes é possível perceber os
sinais nos primeiros anos de vida. Separamos alguns dos
principais sintomas para que você aprenda a identificar:

Atraso no desenvolvimento
Essas crianças aprendem de forma mais lenta, elas
têm dificuldade para usar as palavras ou construir frases.
Além disso, existe um atraso também nas atividades do
dia a dia, como se vestir, comer, e nas habilidades
adaptativas.
Anomalias
A deficiência intelectual pode vir acompanhada de
anomalias. É possível perceber algumas características físicas
nessas pessoas. Nessa situação, logo no parto ou pouco depois,
já é possível perceber algumas particularidades. As mais comuns
são, por exemplo, cabeça grande ou pequena demais,
peculiaridades faciais e deformidades dos membros. Mas é
importante saber que tais manifestações podem variar bastante
de criança para criança.
Doenças
Algumas crianças demonstram a deficiência intelectual
através de doenças como crescimento anormal, convulsões e
distúrbios alimentares. Em níveis mais graves, o
desenvolvimento motor do bebê é lento ou não corresponde à
expectativa para a idade. Assim, isso pode atrapalhar ou impedir
as ações típicas do primeiro ano de vida como rolar, sentar-se ou
ficar em pé.
Como identificar?
• Atraso no desenvolvimento da linguagem. Isso prejudica a
fala, o reconhecimento das letras, a comunicação e a
interação social (com os colegas e com as professoras).
• Dificuldade no aprendizado, tanto em entender, como
também na memória, em reter o conhecimento e aplicá-lo.
Pode se manifestar por incapacidade ou baixa eficiência em
resolver problemas ou concluir tarefas. A falta de interesse
ou pouca concentração nas atividades escolares também
requerem atenção.
• Dificuldade de adaptação aos mais variados ambientes, que
pode ocorrer tanto em lugares novos, como familiares.
• Dependência ou pouca habilidade para realizar tarefas
cotidianas.
• Evolução lenta ou insuficiente da coordenação motora.
Os cuidados envolvem uma equipe
multidisciplinar, com acompanhamento médico e o
trabalho de psicólogos, fonoaudiólogos e
terapeutas ocupacionais. Esse time é primordial
para estimular o desenvolvimento cognitivo dos
pequenos, promover qualidade de vida e reduzir as
disfunções da criança.
Síndrome de Rett
A síndrome de Rett é um distúrbio raro do
neurodesenvolvimento causado por um problema genético que
ocorre quase exclusivamente em meninas e afeta o
desenvolvimento após um período inicial de desenvolvimento
normal de seis meses. É causada por uma mutação genética e
de neurodesenvolvimento raro que ocorre quase
exclusivamente nas meninas. Meninos são raramente afetados.
Uma mutação de gene ou genes necessários para o
desenvolvimento do cérebro. Ela prejudica as interações sociais,
causa perda das capacidades linguísticas e movimentos
repetitivos das mãos. As meninas com a síndrome de Rett são
geralmente bebês a termo que passaram por uma gestação e
parto sem intercorrências. Embora muitos sintomas se pareçam
com os sintomas de um transtorno do espetro autista, incluindo
dificuldade nas habilidades sociais e de comunicação, a
síndrome de Rett é um distúrbio separado.
Sintomas
Meninas com síndrome de Rett parecem se
desenvolver normalmente até algum momento entre 6 e 18
meses de idade. Quando o distúrbio se inicia, o
crescimento da cabeça diminui e as capacidades linguísticas e
sociais se deterioram. Caracteristicamente, as meninas
manifestam movimentos repetitivos das mãos, como se as
estivessem lavando ou retorcendo, o caminhar é prejudicado
e os movimentos do tronco ficam desajeitados.
O prognóstico de longo prazo, incluindo a
estimativa de tempo de vida, é variável. No entanto,
geralmente as crianças sobrevivem até a idade adulta
com o apoio de uma equipe médica. Muitos fatores,
incluindo a eficácia no controle das convulsões, se a
pessoa conseguir ou não manter a capacidade de andar e
a nutrição, afetam o prognóstico.
Diagnóstico:
• Equipe de apoio médico
• Apoio educacional especial
• Controle de sintomas
• Não há cura para a síndrome de Rett.
O melhor tratamento para a síndrome de Rett
compreende uma abordagem por equipe. A maioria
das pessoas com síndrome de Rett necessita de
cuidados abrangentes e de programas especiais de
educação.
Podem administrar medicamentos para
controlar as convulsões, ajudar a aliviar problemas
respiratórios ou para ajudar com problemas de
movimento.
Reavaliações médicas regulares são
necessárias para monitorar a progressão de
escoliose e para monitorar problemas cardíacos.

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