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INTRODUÇÃO

Fazendo uma breve introdução que versa sobre diversidade funcional


intelectual. Diversidade funcional foi um termo proposto por estudiosos
espanhóis em 2005 para mudar a percepção das pessoas sobre o que ter uma
deficiência, já que a língua orienta o pensamento das pessoas. Ou seja, o
objetivo em rever a terminologia é implementar uma nova concepção sobre o
que nos referimos como deficiência.

Objectivos

Geral:

 Explicar sobre diversidade funcional intelectual

Específicos:

 Conceito de diversidade funcional;


 Compreender a diversidade funcional intelectual.
I – DIVERSIDADE FUNCIONAL INTELECTUAL

1.1. Conceito de diversidade funcional

Diversidade funcional é um termo alternativo ao de deficiência que tem


começado a se utilizar por iniciativa das próprias pessoas com diversidade
funcional (deficiência).Pretende substituir a outros cuja semântica pode
considerarse pejorativa, como "deficiência". Trata-se de uma mudança para
uma terminologia não negativa sobre a diversidade funcional. O termo foi
proposto no Fórum de Vida Independente, em janeiro de 2005.

A diversidade funcional poderia entender-se também como um fenómeno, facto


ou característica presente na sociedade que, por definição, afetaria a todos
seus membros por igual, como durante a infância e a velhice, onde todas as
pessoas são dependentes. Dado que na sociedade existem pessoas com
capacidades diferentes entre si, inclusive grandes variações destas num
mesmo indivíduo ao longo de sua vida, é possível afirmar que, num momento
dado, na sociedade há diversidade funcional do mesmo modo que se observa
diversidade cultural, sexual ou generacional.

1.2. Intelectual e psíquico

Aqui fazemos uma distinção entre o que é entendido por deficiência intelectual
e o que é considerado psíquico.

A diversidade funcional do tipo intelectual implica que a pessoa apresenta


dificuldades cognitivas . Este termo foi o que substituiu a expressão retardo
mental. Implica problemas de adaptação e dificuldades de aprendizado. Pode
coexistir com outros tipos de deficiências, uma vez que muitos distúrbios nos
quais existem problemas intelectuais também envolvem outros tipos de
dificuldades.

A deficiência intelectual pode envolver um desenvolvimento mais lento . As


crianças podem demorar significativamente mais em comparação com crianças
da mesma idade para falar, andar, aprender habilidades de alfabetização,

Os fatores por trás dos problemas intelectuais podem variar, desde problemas
cromossômicos, desnutrição, traumatismo craniano.
Alguns exemplos de condições em que há diversidade funcional do tipo
intelectual são:

 Síndrome de Down
 Síndrome do álcool fetal
 Síndrome do X frágil
 Síndrome de Klinefelter

Quanto à diversidade psíquica, refere-se a dificuldades em áreas como


comunicação ou interações sociais . Difere da diversidade de tipos
intelectuais, basicamente porque a inteligência não é afetada. Afeta o
comportamento adaptativo. Alguns exemplos de problemas que envolvem esse
tipo de diversidade são distúrbios psicológicos, como esquizofrenia, transtorno
bipolar …

1.2.1. Multissensorial

Há pessoas que sofrem de problemas auditivos e visuais. Esse grupo é


chamado de pessoa surda-cega, embora deva-se notar que eles não carecem
necessariamente de ambos os sentidos completamente.

Esse tipo de problema pode ocorrer desde o nascimento , ou seja, surde-


cegueira congênita ou pode ser adquirido durante os primeiros anos de
desenvolvimento, sendo denominado surde-cegueira adquirida.

Nos casos mais graves, as pessoas com esse tipo de deficiência têm sérios
problemas para interagir com o mundo exterior, uma vez que não ver ou ouvir
implica que as duas principais formas de obter informações do mundo exterior
estão fechadas.

A síndrome mais conhecida nesse tipo de diversidade funcional é a de Usher.


Caracteriza-se porque a criança nasce com problemas auditivos e, ao atingir a
adolescência, perde a visão.
1.3. O Desenvolvimento Cognitivo (Intelectual)

Nesta unidade teremos como foco o desenvolvimento cognitivo ou intelectual,


mas não devemos nos esquecer de que esse aspecto do desenvolvimento tem
uma relação de interdependência com todos os outros.

Para descrever como ocorre o desenvolvimento cognitivo, optamos por


trabalhar com a teoria de Jean Piaget, autor muito conhecido nos meios
educacionais e uma das principais referências sobre o tema.

1.3.1. Os Períodos do Desenvolvimento Cognitivo na Teoria de Jean


Piaget

Período Sensório Motor (0-2 anos)

Nesse período, a criança baseia-se em percepções sensoriais (por meio dos


órgãos do sentido) e esquemas motores para resolver seus problemas que são
práticos: ela percebe o mundo pelas sensações e responde com movimentos:
sente fome, balança as pernas e chora por exemplo.

A criança está presa ao aqui e agora das situações. Não entende amanhã,
depois, mais tarde... Se tem necessidades, demonstra com movimentos, choro,
que precisa ser atendido.

A medida que cresce começa a construção da noção de “eu”, que significa se


perceber-se como alguém individualizado, separado de sua mãe. Entende que
outras pessoas podem atendê-lo, que não a mãe e que pode brincar sozinho.
Uma outra observação que confirma que a criança começa a se ver como
alguém separado da mãe, é quando demonstra que perceber a noção da
permanência do objeto. Isso ocorre por volta dos oito meses. Ele sabe que a
mamadeira existe, mesmo que não esteja perto dela, sob seus olhos. Nesta
fase, se escondemos um objeto que estava à vista já o procura.

As noções de tempo e espaço começam a ser construídas e ela é capaz de


antecipar acontecimentos pela observação dos sinais do ambiente. Por
exemplo, chora quando a mãe pega a bolsa. Ela já sabe que a mãe vai sair.
Neste estádio é importante que a criança tenha contato com muitos objetos
para experimentar o meio e construir estruturas mentais. É importante oferecer
à criança materiais diversos como bolas de diferentes tamanhos e texturas,
potes que se encaixem, blocos grandes, objetos coloridos, etc.

O final do período é marcado pelo aparecimento da função simbólica. É capaz


de representar eventos mentalmente, quando nina a boneca, empurra o
carrinho. Constrói, neste período, duas habilidades importantes: a marcha e a
fala.

Período pré-operatório (2-7 anos)

Este período é caracterizado pelo pensamento egocêntrico. Ser egocêntrico


significa colocar-se no centro do mundo. Nesse período a criança não tem
consciência do próprio ponto de vista e muito menos do ponto de vista alheio. É
capaz de identificar suas necessidades, mas tem dificuldade em se colocar no
lugar dos outros. Pensa o mundo a partir de seu ponto de vista. Esse
comportamento é observado facilmente em situações onde a criança, ao
necessitar de um objeto da criança que está ao seu lado, simplesmente o pega,
como se fosse seu. É pouco sensível ao comportamento do outro que chora.
Ainda não entende a reação do outro como uma resposta à sua.

O trabalho em grupo tem características específicas e a criança não brinca


“com” as outras, mas “ao lado” de outras crianças. Por exemplo: se
propusermos que um grupo de crianças, nesse período, montem um quebra-
cabeça juntas, o comportamento inicial de cada uma será o de separar
algumas peças para si, sem levar em conta que a peça que precisa pode estar
com a outra e que a ação exige um trabalho coletivo.

É a fase do concreto. Ainda não é capaz de abstrair (daí a dificuldade de


entender o outro) e de realizar operações mentais. É a fase da exploração do
meio ambiente. Explorando-o aprende sobre o ambiente. Para contar, por
exemplo, precisa de materiais concretos. O número é entendido pela criança
como algo concreto. Como ainda não aprende por regra, não tem noção de
perigo, precisando de supervisão de adultos significativos. Por isso, nesta
etapa exercita sua coordenação motora global e equilíbrio. Brincadeiras ao ar
livre devem ser incentivadas.
Porém, ainda que não apreenda totalmente o sentido das regras deve ser
exposto a elas. Assim, aprende seu limite e respeita o outro, entende, enfim, os
limites de cada ambiente. O ambiente deve proporcionar possibilidades de
experimentar, de fazer muitas coisas. Atividades ligadas a conteúdos como de
língua portuguesa, matemática, ciências devem ser repletas de situações
concretas e funcionais. Para aprender o conteúdo, enquanto concreto, tem de
fazer sentido para a criança. Ela precisa ver, pegar, sentir para compreender.
Um passeio em um parque, por exemplo, pode ser uma ótima oportunidade
para aprender questões relacionadas às estações do ano, ao clima, aos
pequenos animais, etc.

Desafios devem ser apresentados e o erro permitido, jamais ridicularizado. A


criatividade deve ser incentivada. Trabalhos em grupo devem ser
intensificados. O final do período é marcado pelo declínio do egocentrismo e
pela capacidade de conservar quantidades. Já é capaz de entender que há a
mesma quantidade de água em dois copos, por exemplo, mesmo que um copo
seja mais alto e o outro mais largo. Tal possibilidade de pensamento é
fundamental para o aprendizado da Matemática.

Período operatório-concreto (7-12 anos)

No período operatório concreto a criança já pode realizar operações mentais


que, no entanto, precisam de referências concretas internalizadas para que
aconteçam. Para fazer as operações matemáticas (somar, subtrair, multiplicar,
dividir) precisa inicialmente de realizá-las com uma referência concreta, em
situações que fazem sentido para ela. Tão importante quanto realizar
operações é saber quando utilizá-las. Entender problemas é uma
aprendizagem muito importante, tanto quanto solucioná-los. Por isso os
problemas devem contemplar situações do cotidiano e serem passíveis de
relação com situações concretas. Por exemplo: se o problema se refere a
operações com objetos ou pessoas, desenhá-los ou representar as
quantidades graficamente auxilia a criança na resolução da tarefa.

Diferentes formas de resolver problemas podem aparecer. É importante que o


professor tente entender o raciocínio da criança. Ao invés de exigir que ele
pense como você, socialize as diferentes formas de solucionar problemas que
aparecer. Nesse período a criança já conserva quantidades. Uma criança de 7
anos entende que a metade de um chiclete não terá mais que a outra metade
se eu esticála. Diferenças perceptivas não são mais o bastante para confundir
seu raciocínio.

Nesta fase começa a entender o ponto de vista do outro. Todavia, o ambiente


deve oportunizar situações para que isso aconteça. Participação em jogos
cooperativos é mais aconselhável do que jogos altamente competitivos. Gosta
dos jogos com regras e considera importante o respeito a elas. É curiosa em
relação ao mundo (e essa curiosidade deve ser incentivada!). Busca entendê-lo
assim como as pessoas. É capaz de estabelecer relações de amizade
duradouras. Gosta de conversar e presta atenção nas outras pessoas.

É capaz de pensamento reversível, de entender e verbalizar a situação


contrária: “se eu não estudar, não vou conseguir tirar boa nota. Então, ”vou
estudar e, assim, me dar bem!” Entende que a adição é o contrário da
subtração por exemplo. Consegue partir de um raciocínio e voltar a ele sem
perder “o fio da meada”. O ambiente escolar, neste período, deve ser
desafiador e propiciar o contato com as novidades que possibilitarão à criança
agir em busca de respostas.

O professor deve mostrar ao aluno o que ele sabe e aonde pode chegar,
planejando com ele. Esse movimento dá segurança e melhora a auto-estima. A
comparação entre os pares deve ser feita com cuidado. Entender o período em
que a criança se encontra auxilia o educador a organizar o ambiente que
proporcione diversas interações e o seu desenvolvimento.

Período operatório-formal (12 anos em diante)

operatório-formal (12 anos em diante) Nesta etapa o raciocínio hipotético-


dedutivo é construído. O raciocínio hipotético-dedutivo é aquele que trabalha
com hipóteses e faz deduções. O adolescente é capaz de formular essas
hipóteses e pensar sobre elas sem a ajuda da referência concreta. Faz planos
e os executa, sendo capaz de avaliar os resultados e replanejar. Na
matemática, por exemplo, é capaz de trabalhar com equações e outras
operações que não têm relação direta com algo que possa ser representado
concretamente.
Antecipa conseqüências e as analisa,, seu pensamento torna-se livre das
limitações da realidade concreta. É capaz de abstrair conceitos, entender
doutrinas filosóficas, teorias científicas e dogmas religiosos. Consegue
entender a religião, por exemplo, sem precisar ver e sentir nada. Tudo agora é
possível em seu pensamento. Esse é o raciocínio que temos quando adultos.

CONCLUSÃO

Conclui que, Pessoas com diversidade funcional são aquelas que sofrem com
algum tipo de problema que dificulta sua vida cotidiana.

Dversidade funcional ele substitui o que antes era conhecido como 'deficiência'.
É um termo mais atual que contém um conjunto de problemas e condições,
mas cujo ponto de partida é muito diferente. Esse termo hoje tem maior
aceitação social. Ou, como alguns dizem, é o termo "politicamente correto"
para se referir ao que antes era conhecido como "deficiências«. A diversidade
funcional oferece uma aparência mais democrática e igualitária. A palavra
diversidade refere-se à individualidade de cada ser humano. Já o termo
“deficiência” refere-se a uma suposta “falta” em relação a uma certa
“normalidade”, algo que hoje se tornou obsoleto.
Referências bibliográficas

 PIAGET, J. O juízo moral na criança (1932). São Paulo: Summus, 1994.


 Diversidad Funcional, un nuevo término para la lucha por la dignidad en
la diversidad del ser humano. Arquivado em 31 de outubro de 2017, no
Wayback Machine. Foro de Vida Independiente. 2005.
 Diversidade funcional: a diferença e o histórico modelo de homem-
padrão. História, Ciências, Saúde-Manguinhos. 2009.
 https://pt.wikipedia.org/wiki/Diversidade_funcional
 https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456789/41616/6/
Caderno_3.pdf
 https://maestrovirtuale.com/os-5-tipos-de-diversidade-funcional-e-seus-
disturbios-associados/

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