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PSICOPATOLOGIA

Professor Ms. Flávio Romero


BIBLIOGRAFIA

DALGALARRONDO, Paulo.
Psicopatologia e Semiologia
dos Transtornos Mentais. 2ª
Ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA:
Na antiguidade:
• Na Grécia e Roma antigas não existiam procedimentos ou
espaços sociais destinados aos “loucos”;
• Os ricos permaneciam em suas residências e os pobres
circulavam pelas ruas, onde recebiam caridade pública ou
realizavam pequenos serviços;
• A loucura era atribuída à forças sobrenaturais,
decorrentes de possessões demoníacas.
• Era visto como um problema familiar e não social.
SEMIOLOGIA MÉDICA
SEMIOLOGIA:
• É a ciência dos signos, campo de grande importância
para o estudo da linguagem (semiótica linguistica), da
música, das artes e de todos os campos de conhecimento
humano.
• Semiologia médica é o estudo dos sintomas e sinais das
doenças, estudo este que permite ao profissional de
saúde identificar alterações físicas e mentais , ordenar os
fenômenos observados, formular diagnósticos e
empreender terapêuticas.(p.23)
• Semiologia psicopatológica é o estudo dos sinais e
sintomas dos transtornos mentais.
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA:
Na Idade Média:

• Influência da igreja: Acreditava-se que o mundo era todo


organizado de acordo com os desígnios de Deus.

• Os loucos eram considerados parte da sociedade e alvo


de caridade;

• Doente mentais mais graves ou agressivos, eram


submetidos a rituais religiosos para exorcismo, uma vez
que, acreditava-se que estavam possuídos pelo
“demônio”.
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA:
Na Idade Moderna:

• Retomada de princípios racionalistas na observação e


descrição das doenças mentais, em oposição ao
misticismo religioso;
• Com o início do mercantilismo, formação de cidades e
concentração da população, começaram a surgir os
problemas sociais e sanitários, ocorrendo aumento do
número de pessoas marginalizadas socialmente;
• Pobres e loucos eram vistos como desocupados, não
produziam riquezas, eram considerados marginais,
improdutivos.
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA:
Na Idade Moderna:
O hospício era uma “hospedaria”, representando o espaço
de recolhimento de toda ordem de marginais: leprosos,
prostitutas, ladrões, loucos, vagabundos e todos aqueles
que simbolizam à ameaça a Lei e à ordem social.
(AMARANTE, 1995).

• Enclausuramento sem conotação de medicalização,


foco na desrazão e não na natureza patológica;
• Hospital em sua origem, não é uma instituição médica,
mas ocupa o lugar social de
exclusão/assistência/filantropia.
Psicopatologia
Campbell(1986) define:
• Ramo da ciência que trata da natureza essencial da doença
mental- suas causas,as mudanças estruturais e funcionais
associadas a ela e suas formas de manifestação.
•De uma forma mais ampla, psicopatologia refere-se a um
conjunto de conhecimentos referentes ao adoecimento
mental do ser humano. Sistemático, elucidativo e
desmistificante, visa ser científico, não inclui critérios de
valor, nem aceita dogmas ou verdades a priori. (p.28)
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA:
Na Idade Contemporânea:

• A loucura passa a ser considerada uma doença;


• Em 1793, o médico Philippe Pinel quebrou as correntes
que prendiam os loucos.
• Para Amarante(1995), Pinel ao liberar os loucos das
correntes não possibilita a inscrição destes em um espaço
de liberdade, pois funda a ciência que os classifica e
acorrenta como objeto de estudo.
• Asilos são substituídos por hospitais psiquiátricos;
• Medicalização do Hospital a partir de Pinel;
• Colônia de Alienados(Regime de portas abertas);
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL
No Brasil, o primeiro manicômio foi fundado por D. Pedro
II em 1852, no Rio de Janeiro. A partir de 1890, passa a
ser chamado de Hospício Nacional dos Alienados.
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL

1920 -1930:
• Ulisses Pernambucano diferenciou os serviços de
psicóticos agudos dos crônicos, instituiu um serviço
aberto para tratamento em regime de pensão livre,
criou um sistema de educação especial e um serviço de
saúde mental.

• Revolução psicofarmacológica: transforma os


portadores das grandes psicoses em pacientes
ambulatoriais.
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL
1950-1970:
ERA DO TEMOR:
- Falta de leitos nos hospícios;
- Expansão de leitos privados ;
- Estado patrocinando a loucura.
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL
• O doente mental se transformou em uma fonte
inesgotável de lucro;

•Manutenção da segregação do enfermo e da


enfermidade psiquiátrica;

•Tudo é organizado pensando não no doente, mas


na manutenção da ordem interna e na obtenção de
lucro (hospitais privados);
HISTÓRIA DA PSIQUIATRIA NO BRASIL

•Tratamento conforme nível socioeconômico do paciente.


Tendo como objetivo comum: excluir ou invalidar os
doentes, afastando-os da sociedade.
- Infraestrutura – péssimas(número de leitos);
- Higiene – banhos coletivos;
- Medicação – distribuída sem critério;
-Castigos;
-Ociosidade x trabalho;
•A partir de 1964, o governo contratar os hospitais
psiquiátricos particulares para atender aos hospitais
públicos.
•Pioraram as condições de infraestrutura e cuidados;
REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA

• Crise nos hospitais: unidades psiquiátricas federais do RJ


são denunciadas, dentre elas: Hospital Pinel; Juqueri,
Manicômio Judiciário (1978);
• 8° Conferência Nacional de Saúde (1986);
• 1°Conferência Nacional de Saúde Mental (1987) ;
• Declaração de Caracas (OPS/OMS,1990);
• RS- LEI 9.716, de 7 de agosto de 1992;

“Substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma


rede integrada de atenção à saúde mental”.
REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
• 2° Conferência Nacional de Saúde Mental(1992);
•Brasil- Lei 9.867, de 10 de novembro de 1999 (Lei das
Cooperativas Sociais);
•Lei 10.216/01 “Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas
portadoras de transtorno mental e redireciona o modelo de
atenção à saúde mental”;
• Tratamento ambulatorial;
• Reinserção social junto à família e comunidade e reabilitação
social, profissional e cívica.
•Institucionalização é último caso;
- Rede de atenção diária (CAPS);
- Financiamento do MS para serviços abertos e substitutivos dos
hospícios.
• 3° Conferência Nacional de Saúde Mental (2001);
REFORMA PSIQUIÁTRICA BRASILEIRA
A Criação de Serviços Substitutivos:
➢ Deslocar o centro da atenção da instituição para a comunidade,
distrito e território.
Desinstitucionalização = Desospitalização
 Oferecer espaço para atendimento fora do hospital;
 Incentivo à desinstitucionalização;
 Ampliação de serviços ambulatoriais;
 Incorporação da saúde mental na ESF;
 Redução de leitos psiquiátricos;
 CAPS;
 Residências Terapêuticas (lares assistidos);
 Oficinas terapêuticas (oficinas de criação coletivas);
 Cooperativas de trabalho.
SOCIEDADE
Oh sociedade insana,
Porque me abandonas ao frio do esquecimento?
Porque não me olhas com igualdade?
Achais que sou indigno de ti?
Ou melhor, terei caído no poço da invisibilidade?
Será que não me olhas porque machuco teu olhar?
Ah sociedade insana,
Porque me maltratas tanto assim?
Eu sou fruto dos teus pensamentos insanos,
de tuas ações irresponsáveis.
Olhe para mim.
Veja como sou parecido com você.
E sabes porque?
Porque você me criou,
Porque sou o fruto proibido de uma sociedade doente
E que anseia pelo bálsamo da igualdade.

Autora: Mariângela Orestes Nunes


(III Encontro Nacional da Luta Antimanicomial, 1995).
REFERÊNCIAS:
AMARANTE, P. Loucos pela Vida: a trajetória da reforma psiquiátrica
no Brasil. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1995.
AREJANO, C.B.; Reforma Psiquiátrica: Uma Analítica das Relações de
Poder nos Serviços de Atenção à Saúde Mental. Pato Branco: Rotta,
2006.
PADILHA, M.I.C.; A Mística do Silêncio: A Enfermagem na Santa Casa
de Misericórdia do Rio de Janeiro no século XIX. Pelotas: Editora
Universitária/UFPEL, 1998.
PRANDONI, R.F.S.; Complexidade e Loucura na Clínica do
Quotidiano. Florianópolis, 2005. 194 f. Tese (Doutorado em
Enfermagem). PEN/UFSC.

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