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SÉRIE RESUMOS TEÓRICOS

PSICOPATOLOGIA

EDIÇÃO REVISADA

Profissional Gráfica & Editora Ltda.

Salvador

2012
Psicopatologia I Concursos PSI

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Psicopatologia [ Concursos PSI

by concursos psi ^

SÉRIE RESUMOS TEORICOS

Título da obra:

PSICOPATOLOGIA

Anthonyoni Assis Tavares Lima (Org.)

Revisão Técnica

Ana Vanessa de Medeiros Neves

2012 - Profissional Gráfica & Editora Ltda.

GRÁFICA & EDITORA LTDA

Todos os direitos autorais desta obra sâo reservados e protegidos pela Lei n° 9.610, de 19/02/98. Proibida a

reprodução de qualquer parte deste livro, sem autorização prévia, expressa por escrito do autor e da editora, por

quaisquer meios empregados, sejam eletrônicos, mecânicos, videográficos, fonográficos, reprográficos,

microfílmicos, fotográficos, gráficos ou outros. Essas proibições aplicam-se também à editoração da obra, bem

como às suas características gráficas.

Lima, Anthonyoni Assis Tavares [organizador]:


Anthonyoni Assis Tavares Lima

Psicopatologia / Série Resumos Teóricos. Vol. 2. / 2a Ed. Salvador: Profissional Gráfica & Editora, 2012.
136 p.
Bibliografia
1. Psicologia - concursos. I. Concursos PSI II. Coletânea Super Estudo PSI. III. Série Resumos Teóricos

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SÉRIE RESUMOS TEÓRICOS

APRESENTAÇÃO

“Somos o que repetidamente fazemos; a excelência, portanto, nâo é um feito, mas sim, um hábito.”

Aristóteles

As edições que compõem a Série Resumos Teóricos são o resultado de um audacioso projeto

desenvolvido pela equipe CONCURSOS PSI. Nossa proposta teve início em março de 2009 e vem

possibilitando, desde então, a profissionais de Psicologia de todo o Brasil se especializarem nos

principais temas abordados pelas bancas examinadoras de Concursos Públicos de Psicologia.

Nosso foco é a sua aprovação. Para tanto, produzimos edições objetivas, mas com um conteúdo

sintético suficiente e necessário para alavancar seu desempenho nas provas de concursos, seja

através da elaboração de material teórico, com uma rica seleção de questões de certames anteriores

seja através da disponibilização de coletâneas de provas (conhecimentos gerais e específicos).

Muitos psicólogos, ao se prepararem para concursos, privilegiam em seus estudos os temas que são

do seu interesse pessoal ou que julgam serem relevantes em detrimento de outros que são realmente

exigidos. Muitos concurseiros, ao responderem as questões, optam pelas respostas que estão de

acordo com sua avaliação pessoal sobre o tema, ao invés de focar no que realmente é solicitado no

enunciado. Estas avaliações equivocadas, tanto no estudo quanto na resolução das provas, faz com

que percam tempo de estudo e se frustrem por não obter o resultado almejado. A alta concorrência e o

pequeno número de vagas exigem que o candidato se torne um especialista em concursos e para isto

é necessário investir tempo de estudo no que realmente é exigido nos certames. Mas estes

conhecimentos só podem ser obtidos de duas formas: fazendo muitos concursos até entender como

são formuladas as questões ou estudando com material elaborado por quem sabe como obter bons

resultados!

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Através da ampla experiência em concursos públicos e da minuciosa análise dos editais e provas de

diversas bancas organizadoras aplicadas ao longo de vários anos, nossa equipe editorial elaborou,

para o uso de candidatos a concursos na área de Psicologia, um método de estudo pautado em nossa

realidade. Os manuais de Psicologia estudados na graduação são utilizados como fonte de pesquisa

para a elaboração dos volumes, mas sua leitura é pouco eficaz para os concursos públicos, caso o

leitor não tenha o hábito de uma atenção focada e objetiva, que permita extrair apenas o que há de

mais importante nas questões elaboradas pelas bancas organizadoras. Em nossos livros oferecemos

uma visão geral do tema em foco e aprofundamos apenas os tópicos que são realmente exigidos na

maioria dos certames, simplificando e potencializando seu estudo.

Os livros elaboradas pela equipe do Concursos PSI se diferenciam de qualquer outro material de

Psicologia, pois dispõem de conteúdos organizados a partir de uma análise focada nas questões de

concursos. Os textos base para estudo são elaborados por nossos autores, depois de realizada a

análise dos editais e das questões disponíveis sobre o tema. Deste modo, asseguramos um estudo

direcionado para as exigências das bancas organizadoras, tendo em vista que o objetivo de um

candidato é ser aprovado em concursos. Não basta conhecer os conceitos, pois é necessário

compreender a lógica existente na formulação das questões. Este é o diferencial dos livros do

Concursos PSI.

Nossa didática é formulada em consonância com os sistemas utilizados pelos principais sites

especializados em concursos de todo o país. Oferecemos livros com resumos teóricos compostos por

conceitos extraídos dos principais manuais de Psicologia, dicas sobre a realização das provas e

exigências das principais bancas organizadoras de concursos, além de uma série de questões

gabaritadas para que o candidato aprimore os conhecimentos adquiridos, avaliando sua aprendizagem

dentro das reais necessidades da área de concursos.

Dispomos ainda de Simulados de Psicologia organizados por tema e com gabarito e de Coletâneas de

Provas organizadas em um sumário e com os gabaritos originais. Acesse nosso site para conhecer os

livros disponíveis.

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Pautamos nossa atuação a partir de três pilares: acesso universal, garantia de qualidade nos produtos

e no atendimento pré e pós-venda, e preço acessível.

Estamos crescendo exponencialmente, mês após mês, e agradecemos a todos aqueles que confiaram

neste projeto. Esperamos sempre corresponder às expectativas de nossos leitores e trabalhamos

arduamente para levarmos até vocês conteúdos de qualidade a um preço justo.

Sinta-se à vontade para tirar dúvidas, fazer sugestões, enviar depoimentos ou se cadastrar em nosso

newsletter através do email suporte@concursospsi.com

Em nome de toda a equipe Concursos PSI, agradecemos-lhes cordialmente.

Anthonyoni Assis Tavares Lima (Org.)


Co-Fundador e Co-Editor do site Concursos PSI
Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil
Bacharel em Relações Internacionais
Autor do livro “250 Questões Comentadas sobre o Regimento Interno do Senado Federal”

Ana Vanessa de Medeiros Neves


Co-Fundadora e Editora-Chefe do site Concursos PSI
Psicóloga do Ministério da Saúde
Mestre em Psicologia do Desenvolvimento Humano | UFBa
Especialista em Psicologia Junguiana | APPJ
Master em Terapia de Base Analítica | APPJ
Terapeuta Comunitária | UFC
Autora do livro “Políticas Públicas de Saúde: Teoria & Questões”

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Sumário

Introdução 13
Capítulo I. A Psicopatologia como Campo de Estudo e Intervenção 15
1.1. Conceito de Psicopatologia 16
1.2. Método 17
1.3. Noção de Normalidade em Psicopatologia 18
1.4. Estruturas Clínicas e Psicopatologia Psicanalítica 18
Capítulo II. Avaliação Psicopatológica 23
2.1. Modelo de Anamnese 24
2.1.1. Dados de Identificação 24
2.1.2. Queixa Principal 24
2.1.3. História da Doença Atual 24
2.1.4. Antecedentes Familiares 24
2.1.5. Antecedentes Pessoais 25
2.1.6. Antecedentes Sociais 26
2.1.7. Padrões de ajustamento anteriores à doença 27
2.1.8. Exame Mental 27
Capítulo III. Funções Psíquicas e suas alterações patológicas 29
3.1. Consciência 29
3.1.1. Alterações Patológicas Quantitativas 29
3.1.2. Síndromes Associadas ao Rebaixamento da Consciência 30
3.1.3. Alterações Patológicas Qualitativas 32
3.2. Atenção 34
3.2.1. Anormalidades da Atenção 34
3.2.1.1. Distração 34
3.2.1.2. Distrabilidade 34
3.2.1.3. Hipoprosexia 34
3.2.1.4. Aprosexia 35
3.2.1.5. Hiperprossexia 35
3.3. Orientação 35
3.3.1. Tipos de orientação 35
3.3.1.1. Autopsiquíca 35
3.3.1.2. Alopsíquica 36
3.3.1.3. Temporal 36
3.3.1.4. Espacial 36

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3.3.2. Alterações da Orientação 36


3.3.2.1. Desorientação Alopsíquica 36
3.3.2.2. Desorientação Autopsíquica 37
3.3.2.3. Desorientação por Redução do Nível de Consciência 37
3.3.2.4. Desorientação por Déficit de Memória ou Desorientação Amnésica 37
3.3.2.5. Desorientação por Apatia e/ou Desinteresse Profundo 37
3.3.2.6. Desorientação Delirante 38
3.3.2.7. Desorientação Oligofrênica 38
3.3.2.8. Desorientação Histriónica 38
3.4. Vivência do Tempo e Espaço 38
3.4.1. Alterações da vivência do tempo e espaço 38
3.4.2. A Vivência de Tempo e Espaço em Condições Específicas 39
3.5. Sensopercepção 40
3.5.1. Alterações Quantitativas da Sensopercepção 40
3.5.2. Alterações Qualitativas da Sensopercepção 41
3.5.2.1. Tipos de alucinações 43
3.6. Memória 46
3.6.1. Tipos de Memória 46
3.6.2. Alterações Quantitativas da Memória 48
3.6.3 Alterações Qualitativas 49
3.6.4 Transtornos do Reconhecimento 50
3.7. Afetividade 51
3.7.1. Alterações da Afetividade 52
3.7.2 Alterações das Emoções e Sentimentos 54
3.7.3. Tipos de Fobias 57
3.8. Pensamento 58
3.8.1. Alterações do Pensamento 58
3.8.2. Alterações dos Elementos Construtivos do Pensamento 58
3.8.3. Alteração dos Juízos 59
3.8.4. Tipos de Pensamentos Alterados 59
3.8.5. Alterações do Curso do Pensamento 62
3.8.6. Alterações quanto à Forma do Pensamento 62
3.9. Alterações Patológicas do Juízo de Realidade 64
Capítulo IV. Alterações da Personalidade 67
4.1. Transtornos de Personalidade 68
4.1.1. Personalidade Paranóide 68
4.1.2. Personalidade Esquizóide 69
4.1.3. Personalidade Dissociai 69
4.1.4. Transtorno de Personalidade com Instabilidade Emocional 70

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4.1.5. Personalidade Histriónica 70


4.1.6. Personalidade Anancástica 71
4.1.7. Personalidade Esquiva (Ansiosa) 71
4.1.8. Personalidade Dependente 71
4.1.9. Outros Transtornos Específicos de Personalidade 72
4.1.10. Transtorno Nào Especificado de Personalidade 72
4.1.11. Transtornos Mistos de Personalidade 73
4.1.12. Modificações Duradouras da Personalidade Náo Atribuíveis a Lesão ou 73
Doença Cerebral
4.2. Transtornos dos Hábitos e dos Impulsos 74
4.2.1. Jogo Patológico 74
4.2.2. Piromania 74
4.2.3. Roubo Patológico [Cleptomania] 74
4.2.4. Tricotilomania 75
4.2.5. Outros Transtornos dos Hábitos e dos Impulsos 75
4.2.6. Transtorno Explosivo Intermitente 75
4.3. Transtorno da Identidade Sexual 76
4.3.1. Transexualismo 76
4.3.2. Travestismo Bivalente 76
4.3.3. Transtorno de Identidade Sexual no Adulto ou Adolescente, Tipo Não 76
Transexual
4.3.4. Transtorno de Identidade Sexual na Infância 76
4.4. Transtorno da Preferência Sexual 77
4.4.1. Fetichismo 77
4.4.2. Travestismo Fetichista 77
4.4.3. Exibicionismo 77
4.4.4. Voyeurismo 78
4.4.5. Pedofilia 78
4.4.6. Sadomasoquismo 78
4.4.7. Transtornos Múltiplos da Preferência Sexual 78
4.4.8. Outros Transtornos da Preferência Sexual 79
4.5. Transtornos Psicológicos e Comportamentais Associados ao Desenvolvimento 79
Sexual e à sua Orientação
4.5.1. Transtorno da Maturação Sexual 79
4.5.2. Onentação Sexual Egodistônica 79
4.5.3. Transtorno do Relacionamento Sexual 80
4.5.4. Outros Transtornos do Desenvolvimento Psicossexual 80
4.6. Outros Transtornos da Personalidade e do Comportamento do Adulto 80
4.6.1. Sintomas Físicos Aumentados por Fatores Psicológicos 80

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4.6.2. Produção Deliberada ou Simulação de Sintomas ou de Incapacidades, 80


Físicas ou Psicológicas [Transtorno Fictício]
Capítulo V. Classificação das Psicopatologias em Síndromes Psiquiátricas 81
5.1. Quanto à Sintomatologia 81
5.1.1. Síndromes Ansiosas 81
5.1.2. Síndromes Depressivas 82
5.1.3. Síndromes Maníacas 83
5.1.4. Síndromes Psicóticas 84
5.1.5. Síndromes Demenciais 87
Capítulo VI. Classificação das Psicopatologias em Transtornos Psiquiátricos - CID 10 89
6.1. Categorias 89
6.1.1. Transtomo Mental Orgânico 89
6.1.2. Transtorno Mental Psicótico 90
6.1.3. Neurose, Estresse e Transtorno da Personalidade 91
6.1.4. Infância, Adolescência e Transtorno do Desenvolvimento 91
Capítulo VII. Classificação em Transtornos Psiquiátricos - DSM IV 91
7.1. Eixo I 91
7.2. Eixo II 92
7.3. Eixo III 93
7.4. Eixo IV 93
7.5. Eixo V 94
7.5.1. Avaliação Global do Funcionamento 94
7.5.2. Avaliação Global do Funcionamento da Criança 95
S Questões Gabaritadas 97
S Gabarito 133
S Bibliografia 135

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Introdução

Este livro dedica-se ao estudo da Psicopatologia, um tema amplo e rico em detalhes, que requer o

sólido conhecimento dos processos psicológicos e suas alterações, exigindo a identificação de

algumas patologias mais frequentes, bem como o conhecimento sobre os sistemas de classificação

mais utilizados na clínica. Este conhecimento vem sendo exigido repetidamente em seguidos

concursos e, muitas vezes, é proposto em questões que exigem simultaneamente noções de teorias

da personalidade e técnicas psicoterápicas.

No decorrer deste curso, apresentamos a psicopatologia enquanto campo de estudo e intervenção,

destacando seu conceito, método característico, a discussão fundamental sobre a noção de

normalidade e conceitos importantes sobre estrutura da personalidade e psicopatologia na

Psicanálise. Em seguida nos debruçaremos sobre a avaliação psicopatológica, apresentando um

modelo estruturado de anamnese que permite identificar diversos aspectos da história de vida do

paciente. Após estes tópicos introdutórios, estudaremos sistematicamente cada uma das funções

mentais e suas alterações psicopatológicas, finalizando este corpo teórico com a apresentação

detalhada dos principais sistemas internacionais de classificação que permitem organizar os sinais e

sintomas em síndromes e transtornos mentais.

A Psicopatologia, enquanto campo próprio de um saber, fundamenta-se na observação e

sistematização de fenômenos do psiquismo humano, focalizando seu estudo na reunião de

informações que permitem o conhecimento e descrição dos fenômenos psíquicos patológicos para,

dessa forma, oferecer a outros campos do conhecimento - psiquiatria, psicologia, neurologia - as

bases para a compreensão dos mecanismos do psiquismo humano.

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Dispomos de um amplo material compilado com conceitos formulados por importantes autores. A

análise minuciosa das provas de concursos nos permitiu identificar quais os tópicos mais

recorrentes sobre este campo do conhecimento e foi a partir deste estudo que organizamos e

esquematizamos um rico conteúdo de modo sistemático para facilitar seu estudo. Finalizamos a

edição com uma coletânea de questões gabaritadas sobre o tema para que seja colocado em

prática todo este aprendizado.

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CAPÍTULO I

A Psicopatologia como campo de estudo e intervenção

A consolidação da psicopatologia como ciência formalmente estruturada ocorreu no começo do

século XX, com a publicação do livro Allgemaine Psychopathologie (Psicopatologia geral), de Karl

Jaspers (1913). Esta obra foi a primeira tentativa de fundamentação teórica da psicopatologia,

marcando o surgimento da psicopatologia como disciplina científica, não-médica, fundamentada na

busca do que há de singular na experiência íntima do sofrimento individual e, mesmo assim,

comprometida em produzir proposições de caráter geral sobre as formas específicas do

adoecimento psíquico (Pereira, 1998).

Pereira (1998) propõe que a tarefa da psicopatologia fundamental tenha três frentes principais:

1) o trabalho de constante delimitação teórica entre as diversas disciplinas envolvidas no campo da

psicopatologia, o que implica uma perspectiva histórica e crítica;

2) a teorização do papel dos modelos e paradigmas na constituição tanto do campo da

psicopatologia quanto do dispositivo epistemológico de formalização do objeto psicopatológico;

3) resgate da dimensão de implicação subjetiva na constituição do sofrimento psíquico e estudo das

perspectivas clínicas decorrentes de tal postura ético-epistemológica.

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1.1. Conceito de Psicopatologia

A acepção mais tradicional do termo psicopatologia é dada por Karl Jaspers (1963), segundo o qual

a psicopatologia tem por objetivo o estudo descritivo dos fenômenos psíquicos anormais,

exatamente como se apresentam diante da experiência imediata. A psicopatologia concentra a

sua atenção naquilo que constitui a experiência vivida pelos enfermos, devendo-se levar em conta

que o fundamento real da investigação é constituído pela vida psíquica, representada e

compreendida através das expressões verbais e do comportamento perceptível.

Segundo Dalgalarrondo (2008), a psicopatologia pode ser definida como o conjunto de

conhecimentos referentes ao adoecimento mental do ser humano. É uma ciência autônoma

que busca ser sistemática, elucidativa e desmistificante.

Barlow & Durand (2008) definem a psicopatologia como o estudo científico dos transtornos

psicológicos. Por sua vez, Miranda-Sá Jr. (2001) descreve a psicopatologia como uma disciplina

científica que se incumbe do estudo sistemático das alterações mórbidas que afetam o

comportamento.

Contudo, a definição proposta por Sims (2011) é, a nosso ver, a mais completa. Segundo este

autor, a psicopatologia é o estudo sistemático do comportamento, da cognição e da

experiência anormais; o estudo dos produtos de uma mente com um transtorno mental. Isto

inclui as psicopatologias explicativas, nas quais existem supostas explicações, de acordo com

conceitos teóricos (p. ex., a partir de uma base psicodinâmica, comportamental ou existencial, e

assim por diante), e a psicopatologia descritiva, que consiste da descrição e da categorização

precisas de experiências anormais, como informadas pelo paciente e observadas em seu

comportamento (figura 1.1).

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Psicodinâmica

Explicativa

Existencial

Psicopatologia

\ Observação

Descritiva

Fenomenologia

Figura 1.1 - As Psicopatologias (adaptado de Sims, 2001)

1.2. Método

A Fenomenologia é o método utilizado na psicopatologia como ferramenta para o diagnóstico e

classificação. Este método descreve os fenômenos psíquicos, conforme sejam observados ou

relatados e a partir daquilo que é vivido diretamente pelo indivíduo.

O método fenomenológico estrutura-se com base em dois eixos básicos: forma e conteúdo. A forma

é a experiência psíquica ou a estrutura do sintoma, relativamente semelhante nos diversos

pacientes (delírio, alucinação, etc.). O conteúdo é aquilo que preenche a alteração estrutural,

geralmente, é mais pessoal, dependendo da história de vida do paciente, de seu universo cultural e

personalidade prévia ao adoecimento (conteúdo religioso, de perseguição, de culpa, etc.).

1.3. Noção de normalidade em Psicopatologia

Na psicopatologia e na medicina há vários critérios de normalidade e anormalidade. A adoção de

um ou outro depende, entre outros motivos, de opções filosóficas, ideológicas e pragmáticas do

profissional. Apresentam-se em seguida os principais critérios de normalidade utilizados em

psicopatologia:

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• Normalidade como ausência de doença. A saúde é a ausência de sintomas, de sinais ou de

doenças. Normal, do ponto de vista psicopatológico, seria então aquele que não é portador de um

transtorno mental definido. Tal critério é precário, pois baseia-se em definição negativa, uma vez

que se define pela falta.

• Normalidade estatística: identifica norma e frequência. O normal passa a ser aquilo que se

observa com maior frequência. Os indivíduos que se situam, estaticamente, fora de uma curva de

distribuição normal, passam, por exemplo, a ser considerados anormais ou doentes. É um critério,

muitas vezes falho, pois nem tudo que é frequente é necessariamente saudável, assim como nem

tudo que é raro é patológico.

• Normalidade funcional: o fenômeno é considerado patológico a partir do momento em que gera

sofrimento para o próprio indivíduo ou para outros do seu meio social.

1.4. Estruturas clínicas e Psicopatologia Psicanalítica

A Psicopatolgia Psicanalítica se caracteriza pela compreensão da dinâmica psíquica que

fundamenta cada uma das três possíveis estruturas da personalidade - neurose, psicose e

perversão - e dos conflitos psíquicos decorrentes desta estruturação. A estrutura se constitui a

partir da solução dada pelo sujeito ao conflito advindo da vivência do Complexo de Édipo e da saída

que encontra para lidar com a ansiedade intensa vivenciada frente à constatação da castração.

No texto “Neurose e Psicose” (1923-1925), Freud aponta uma diferença básica entre neurose e

psicose:

"a neurose é o resultado de um conflito entre o ego e o id, ao passo que a

psicose é o desfecho análogo de um distúrbio semelhante nas relações

entre o ego e o mundo externo”. (Freud, 1923/1925, pág 189)

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Ao longo do texto, Freud afirma que a neurose se caracteriza pela recusa do ego em aceitar a

poderosa pulsão do id, rejeitando a posição de mediador da satisfação pulsional. Ele opera a

serviço do superego e da realidade (princípios morais), a partir do mecanismo do recalcamento. O

material recalcado insiste em se fazer conhecido, logo, ele escolhe vias substitutas. O sintoma

neurótico aparece, então, como sendo uma representação substitutiva.

Em “A Perda da Realidade na Neurose e na Psicose”, Freud afirma que tanto na neurose quanto na

psicose existe uma perturbação da relação do sujeito com a realidade:

“Na neurose, um fragmento da realidade é evitado por uma espécie de

fuga, ao passo que na psicose ele é remodelado... a neurose não repudia a

realidade, apenas a ignora: a psicose a repudia e tenta substituí-la". (Freud,

1924, pág 231)

A patologia neurótica se caracteriza pelo recalque do desejo durante o Complexo de Édipo. A

somatização de conversão histérica, por exemplo, se fundamenta na presença de um desejo sexual

que não foi satisfeito pelas vias normais.

O neurótico não tenta abrandar a castração: a castração existe, mas ele tenta fazer com que quem

seja castrado seja o outro e não ele. É o outro que fica no lugar da falta. O neurótico está marcado

pela castração, investindo grandes quantidades de energia corporal e psíquica para manter

inconsciente este conhecimento. O mecanismo da repressão está presente nesta defesa.

Na patologia psicótica há uma rejeição da realidade e do Complexo de Édípo. Os delírios,

alucinações e depressões são uma tentativa frustrada de dar sentido e lógica a uma visão de

mundo particular, ocupando o lugar da fissura na relação do eu com o mundo. O sujeito cria uma

nova realidade que é constituída de acordo com os impulsos desejosos do id.

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O ponto central da observação de Freud está na constatação de que, em ambas as estruturas, o

mais importante não é a questão relativa à perda da realidade, mas sim os substitutos encontrados

frente à castração. Na neurose, o substituto encontrado ocorre via mundo da fantasia; já na psicose,

os substitutos são delírio e alucinação.

Na patologia perversa o que ocorre é a recusa da Castração Edipiana. O perverso não aceita ser

submetido às leis paternas e, em consequência, às leis e normas sociais. Ele não rejeita a realidade

e nem recalca os seus desejos. Ele escolhe se manter excluído do Complexo de Édipo e

da alteridade e passa a satisfazer sua libido sexual consigo mesmo (narcisismo).

Em ’Três ensaios sobre a sexualidade" (1905), Freud afirma que "a neurose é o negativo da

perversão". Esta frase se refere ao fato de que os sintomas mórbidos do neurótico representam

uma conversão das pulsões sexuais que deveriam ser chamadas de perversas, se pudessem

encontrar uma expressão em atos imaginários ou reais. Assim, as perversões atualizam, na

realidade, modos de satisfação sexual recusados na neurose, mas ativamente presentes nelas, sob

os disfarces dos sintomas (Kaufmann, 1996).

Para se defender da castração, o perverso irá usar um mecanismo mais poderoso que a repressão

(usada com frequência pelo neurótico) que é a recusa. Ele tentará provar o tempo todo que a

castração não existe, ou que é ele quem a faz. A recusa é um mecanismo em que uma percepção é

substituída por uma crença. Ela vem junto com uma cisão do ego em que parte deste usa a

repressão e parte usa a recusa. A elaboração do objeto fetiche é uma formação de compromisso

entre duas correntes psíquicas conflitantes: uma sinaliza a ausência do pênis na mãe, a outra lhe

atribui imaginariamente o pênis que supostamente falta na formação do objeto fetiche.

Enquanto a psicose e a neurose surgem como resultados do conflito intrapsíquico, a perversão se

apresenta como uma renegação da castração. Ao recusar a castração, o perverso mantém a crença

na onipotência da mãe, na onipotência do desejo, mantém-se acreditando em um atributo fálico

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onipresente e onipotente. A castração coloca em jogo a percepção de que há um mundo de gozo e

desejo entre os pais do qual a criança está excluída.

Nas atuações do perverso, há uma encenação da castração. O fetiche é o equivalente ao pênis da

mãe; ocorre o uso de uma equação simbólica e não de um símbolo como o histérico é mais capaz

de fazer, denunciando uma menor capacidade de simbolização do perverso perante o histérico.

Assim, os mecanismos utilizados por cada uma das estruturas clínicas na Psicanálise são:

(1) Neurose - mecanismo: repressão da castração. No processo de solução do conflito edipiano,

o sujeito rejeitou o conhecimento da existência da castração e, para lidar com a angústia, recalcou

este conteúdo. No caso da repressão, o inconsciente sabe da realidade e a consciência, não. A

representação reprimida encontra-se no inconsciente e vem à consciência por meio dos sintomas,

enquanto substitutos simbólicos.

(2) Psicose - mecanismo: negação da castração. O psicótico se estrutura afirmando que a

castração não existiu e para tanto cria outra realidade, que transparece por meio dos delírios e

alucinações.

(3) Perversão - mecanismo: renegação da castração. O perverso substitui a crença da falta do

falo na mãe pela convicção de que esta o possui ou mesmo de que ele é o próprio falo que falta à

mãe. Neste mecanismo, a presença de uma crença implica a renegação da outra. A formação de

compromisso se expressa na ritualização da castração através do objeto fetiche.

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CAPÍTULO II

Avaliação Psicopatológica

O diagnóstico em Psicopatologia é uma sequência de procedimentos, para obtenção de dados

específicos e sua correta avaliação, realizada pelo profissional capacitado para tal finalidade. Esta

avaliação permite a compreensão psicológica do problema avaliado e determina a intervenção

terapêutica. Apresentam-se a seguir as principais etapas de uma avaliação psicopatológica:

• Observação clínica;

• Avaliação física (exame físico e neurológico);

• Avaliação psicopatológica (entrevista e exame psicopatológico - funções psíquicas e suas

alterações);

• Exames complementares (exames médicos complementares, exames laboratoriais,

neurofisiológicos e de neuroimagem, testes psicológicos);

• Hipótese diagnostica.

A observação clínica e a avaliação psicopatológica são obtidas durante a anamnese. Segundo

Míranda-Sá jr. (1988), a anamnese tem como objetivos:

1. Permitir que se conclua o diagnóstico;

2. Orientar a instituição da terapêutica e avaliação de sua eficácia;

3. Fornecer elementos para a previsão prognostica;

4. Auxiliar o melhor atendimento do paciente em situações futuras (pelo confronto de seus registros

com os achados subsequentes);

5. Servir à aquisição de novos conhecimentos, ao planejamento da assistência, aos estudos

estatísticos e às investigações epidemiológicas.

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2.1. Modelo de anamnese (adaptado de Miranda-Sá Jr., 1988)

2.1.1. Dados de Identificação - Nome, Filiação, Idade, Sexo, Estado civil, Profissão, Religião,

Escolaridade, Naturalidade, Cor, Residência, Procedência.

2.1.2. Queixa Principal - Descrição das queixas; como se processam; o que mais incomoda; como

se refletem no comportamento, que reações provocam nas pessoas, que repercussões o

adoecimento atual provocou no trabalho, no estudo ou em outras áreas.

2.1.3 História da Doença Atual - Reconstituição da cronologia da doença; quando se iniciou;

como se apresentou; que fatores influenciaram, precipitaram ou mesmo causaram seu início;

que fatores podem estar ainda atuando, perpetuando o estado mórbido; que tipo de

tratamento foi feito (terapias, medicações, internamentos ou outros) ou que tipo de ajuda foi

procurada. Como evoluiu a doença, se se trata do primeiro episódio ou não, se evolui de

forma contínua ou em crises; se, em crises, tem as mesmas características ou não, descrevê-

las.

2.1.4 Antecedentes Familiares

■ Pais - se vivos: que idade, se têm saúde, que doenças possuem. Se mortos, a causa mortis,

que idade tinham, temperamento dos pais, traços de personalidade, biotipo dos pais, se

faziam uso de substâncias tóxicas.

■ Sobre a mãe: o número de gestações, de abortamentos, de natimortos e de nascidos vivos e

os atualmente vivos.

■ Número de irmãos e irmãs, posição do paciente na ordem de nascimentos. Relacionamento

entre eles, predileções e rixas. Doenças psiquiátricas entre eles.

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■ Ascendentes, descendentes e colaterais - histórias de perturbações psiquiátricas -

“nervosismo, retardamento, loucura, ataques”, hábitos tóxicos, conduta antissocial ou

criminosa, homicídios, suicídios.

2.1.5. Antecedentes Pessoais

■ Condições da gestação; se desejada, planejada ou não; se apresentou quadros infecciosos,

traumatismos, toxicidade ou desnutrição. Traumas psicológicos.

■ Condições do parto; se prematuro, a termo ou pós-termo; se em casa, maternidade ou outros;

se normal, pélvico, cesariana; se rápido ou prolongado; se houve sofrimento fetal,

hemorragias e outras ocorrências.

B Condições do recém-nascido; se houve choro imediato, se estava cianótico, se demorou a

respirar ou apresentou icterícia. Peso e estatura ao nascer.

■ Desenvolvimento neuropsicomotor: idade do andar, falar, controlar esfíncteres.

■ Doenças na infância; enurese, sonilóquio, sonambulismo, terror noturno, pesadelos

frequentes, condutas impulsivas, hiperatividade, agressividade.

■ Traumas/violência / abusos.

■ Se mulher: idade da menarca, condições dos catamênios (ritmo, intervalo, duração,

intensidade, sintomas associados: ansiedade, irritabilidade, dor, cefaléia...); número de

gestações, de abortamentos e partos (tipos e como transcorreram); puerpério (como

transcorreu); menopausa e climatério (repercussões e sintomas associados).

■ Doenças da infância.

■ Convulsões ou desmaios.

■ Doenças venéreas.

■ Outras doenças infecciosas, tóxicas ou degenerativas.

■ Traumatismos cranianos.

■ Traumas psicológicos.

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■ Cirurgias.

■ Hábitos tóxicos.

2.1.6. Antecedentes Sociais

■ Condições Sociais e psicológicas da vida infantil:

❖ Situação jurídica, social e econômica da família;

❖ Relações afetivas e atitudes dos pais;

❖ Ajustamento do paciente enquanto criança.

■ Escolaridade:

❖ Idade da alfabetização;

❖ Dificuldades na leitura, escrita ou matérias específicas;

❖ Tempo de escola, repetições, aproveitamento;

❖ Relacionamentos com colegas e professores;

❖ Cursos e formação profissional.

■ Vida profissional:

❖ Idade em que começou a trabalhar;

❖ Atitude frente ao trabalho;

❖ Função, ocupação, profissão;

❖ Empregos, ajustamento e demissões;

❖ Situação profissional atual;

❖ Salário;

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❖ Relações com colegas, superiores e subordinados;

❖ Frustrações no campo profissional e aspirações / projetos acalentados.

■ Psicossexualidade e vida sentimental:

❖ Quando começou a namorar, frustrações e desenganos amorosos;

❖ Atitude frente ao sexo oposto;

❖ Idade e condições na iniciação sexual;

❖ Atividade sexual e satisfação / homossexualidade / masturbação;

❖ Dificuldade sexuais, frigidez, ejaculação precoce, impotência;

❖ Noivados, casamentos, separações, experiências extraconjugais;

❖ Ajustamento conjugal no presente e passado.

2.1.7. Padrões de ajustamento anteriores à doença:

■ Situação econômica;

» Condições de habitação;

■ Hábitos sociais;

■ Lazer;

■ Traços de personalidade.

2.1.8. Exame Mental:

■ Aspecto geral (cuidado pessoal, higiene e asseio, trajes, postura, atitude global do paciente na

entrevista);

■ Consciência;

■ Orientação;

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■ Atenção;

■ Memória;

■ Sensopercepção;

■ Pensamento;

■ Linguagem;

■ Juízo de realidade;

■ Humor e afetividade;

* Volição;

■ Psicomotricidade;

■ Consciência do eu;

■ Inteligência;

■ Senso crítico e noção de doença.

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CAPÍTULO III

Funções Psíquicas e suas alterações patológicas

3.1. Consciência

O termo consciência origina-se do latim: cum (com) e seio (conhecer), indicando o conhecimento

compartilhado com o outro e consigo mesmo. Em termos de interesse para nosso estudo,

destacamos as definições a seguir (Dalgalarrondo, 2008; Miranda-Sá Jr. 2001):

Definição neuropsicológica: É a capacidade neurológica de captar o ambiente e de se orientar de

forma adequada, é estar lúcido. A consciência pode ser considerada do ponto de vista psiquiátrico,

como um processo de coordenação e de síntese da atividade psíquica.

Definição psicológica: Conceitua a consciência como a dimensão subjetiva da atividade psíquica

do sujeito que o coloca em contato com a realidade e o faz perceber e conhecer seus objetos. Deste

modo, pode ser compreendida como a soma total das experiências conscientes de um indivíduo em

um determinado momento.

3.1.1. Alterações Patológicas Quantitativas

• Obnubilação da consciência

Rebaixamento da consciência em grau leve a moderado.

Sintomas:

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s Diminuição do grau de clareza do sensório;

s Lentidão da compreensão;

s Dificuldade de concentração;

s Sensação de perplexidade;

^ Compreensão dificultada;

s Pensamento ligeiramente confuso.

• Supor

Estado de marcante turvação da consciência, no qual o paciente pode ser despertado apenas por

estímulo enérgico, sobretudo da natureza dolorosa. O paciente é incapaz de qualquer ação

espontânea.

• Coma

Grau mais profundo de rebaixamento do nível de consciência. No coma não é possível qualquer

atividade voluntária consciente.

3.1.2. Síndromes Associadas ao Rebaixamento da Consciência

• Delirium

Síndrome orgânica confusional aguda, causada por distúrbios próprios do cérebro ou originados

fora deste, mas que acarretam repercussões sobre o funcionamento cerebral, como, por exemplo,

nas abstinências de psicoativos, intoxicações, doenças vasculares, infecções do SNC, epilepsia,

quadros demenciais, tumores intracranianos, quadros febris tóxico-infecciosos.

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Os sintomas mais frequentes são:

s Alteração no nível de consciência;

s Desorientação;

s Pensamento confuso;

s Déficit na atenção;

s Prejuízo na memória;

s Alterações no ciclo sono-vigília;

s Labilidade afetiva;

s Alterações na sensopercepção;

s Delírios.

• Estado Onírico

Sintomas:

s Turvação da consciência;

s Estado semelhante a um sonho vívido;

J Predomínio da atividade alucinatória visual intensa com caráter cênico e fantástico;

s Carga emocional marcante na experiência onírica com angústia, terror ou pavor.

Tal estado ocorre devido a psicoses tóxicas, síndromes de abstinência a substâncias e a quadros

febris tóxico-infecciosos. Atualmente existe a tendência a designar o estado onírico dentro da

categoria de delirium.

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• Amência

Sintomas:

s Rebaixamento do nível de consciência;

S Excitação psicomotora;

s Incoerência do pensamento;

J Perplexidade;

s Sintomas alucinatórios oniróides (com aspecto de sonho).

Atualmente existe a tendência para designar a amência com o termo delirium.

3.1.3. Alterações Patológicas Qualitativas

• Estados Crepusculares

Estado patológico transitório no qual uma obnubilação da consciência (mais ou menos perceptível)

é acompanhada de relativa conservação da atividade motora coordenada.

Sintomas:

s Estreitamento transitório do campo da consciência;

s Afunilamento da consciência;

s Conservação de uma atividade psicomotora global mais ou menos coordenada, permitindo a

ocorrência de atos automáticos;

J Atos explosivos violentos;

s Episódios de descontrole emocional;

s Amnésia lacunar (podendo o indivíduo se lembrar de fragmentos isolados).

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Os estados crepusculares podem ocorrer após traumatismo craniano, em intoxicações por álcool ou

outras substâncias, em associação à epilepsia, em quadros dissociativos histéricos agudos e,

eventualmente, em choques emocionais intensos.

• Dissociação da Consciência

Definição:

/ Fragmentação ou divisão do campo da consciência - ocorre a perda da unidade psíquica;

J Desligamento da realidade para evitar o sofrimento.

• Transe

S Estado de dissociação da consciência semelhante a um sonho acordado;

s Presença de atividade motora automática e estereotipada;

S Suspensão parcial dos movimentos voluntários;

J Ocorrência em contextos religiosos e culturais, porém não deve ser confundido com o transe

histérico.

• Estado hipnótico

O estado hipnótico é geralmente caracterizado por:

s Concentração intensa;

^ Relaxamento extremo;

J Alta sugestionabilidade.

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3.2. Atenção

Dalgalarrondo (2008) define a atenção como a direção da consciência, o estado de concentração da

atividade mental sobre determinado objeto.

3.2.1. Anormalidades da Atenção

3.2.1.1. Distração

Superconcentração ativa da atenção sobre determinados conteúdos ou objetos, com a inibição de

outras funções. O foco da atenção está sobre um dado ponto de observação, em detrimento de

outros aspectos.

3.2.1.2. Distraibilidade

Estado patológico no qual ocorre a dificuldade ou incapacidade para fixar ou manter a atenção em

qualquer coisa que implique esforço produtivo, quando a atenção do indivíduo é facilmente desviada

para outro objeto. Ocorre a impossibilidade de fixar a atenção sobre um determinado objeto.

3.2.1.3. Hipoprosexia

Diminuição global da atenção (a mais comum), quando se verifica a perda da capacidade de

concentração e o aumento da sensação de cansaço, dificultando a percepção, concentração, o

pensar, o raciocinar, etc.

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3.2.1.4. Aprosexia

Total eliminação da capacidade de atenção, por mais fortes e variados que sejam os estímulos

ambientais utilizados.

3.2.1.5. Hiperprossexia

Estado de atenção exagerada, no qual há uma tendência a se manter indefinidamente sobre certos

objetos, com surpreendente infatigabilidade.

3.3. Orientação

Conforme ensinamento de Miranda-Sá Jr. (2001), a orientação é um processo psíquico secundário

à consciência e à atenção, desempenhando uma função. Segundo Dalgalarrondo (2008), a

avaliação da orientação é um importante instrumento para a identificação das alterações do nível de

consciência.

3.3.1. Tipos de orientação

3.3.1.1. Autopsíquica (subjetiva)

É a orientação do indivíduo com relação a si mesmo. Permite à pessoa situar-se quanto à sua

própria identidade e saber sobre quais são as suas relações sociais no grupo com o qual interage.

Ex: nome, idade, estado civil, nacionalidade, profissão, etc.

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3.3.1.2. Alopsíquica (lugar)

É a orientação do sujeito em relação ao mundo, sua situação no tempo e no espaço. Pode ser

dividida em duas orientações complementares: a orientação espacial e a orientação temporal.

3.3.1.3. Temporal (tempo)

Indica em qual momento cronológico estamos vivendo, a hora do dia, se é manhã, tarde ou noite, o

dia da semana, mês ou ano e a estação do ano. Em nossa evolução psicológica, é adquirida mais

tardiamente.

3.3.1.4. Espacial (espaço)

É a orientação quanto à localização do sujeito, onde ele se encontra, em qual instituição está, o

andar do prédio, a cidade, estado e o país em que se encontra. Também se refere à distância que o

mesmo percorreu, por exemplo, do hospital até a sua residência, em quilômetros e horas de

viagem.

3.3.2. Alterações da Orientação

3.3.2.1. Desorientação Alopsíquica

Perturbação ou impossibilidade da pessoa situar-se no tempo (desorientação temporal) e/ou no

espaço (desorientação espacial). Ex: Processos demenciais muito avançados, intoxicações por

alucinógenos, deficiência mental grave e esquizofrenia.

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3.3.2.2. Desorientação Autopsíquica

Alteração da capacidade do indivíduo de estabelecer a própria identidade pessoal, seu status ou

papel social. Modalidades:

1. Perturbações da consciência do eu corporal;

2. Perturbações da consciência do eu psíquico;

3. Perturbações da consciência do eu social.

3.3.2.3. Desorientação por Redução do Nível de Consciência (Torposa ou confusa)

É a forma mais comum de desorientação que deixa o indivíduo desnorteado por uma turvação da

consciência, que produz uma alteração também da atenção, da concentração e da capacidade de

integração dos estímulos ambientais, impedindo que o indivíduo apreenda a realidade de forma

clara e precisa.

3.3.2.4. Desorientação por Déficit de Memória ou Desorientação Amnésica

É quando o indivíduo não consegue fixar em sua memória as informações ambientais básicas,

perdendo a noção do fluir do tempo, passando a ficar desorientado temporal e espacialmente.

3.3.2.5. Desorientação por apatia e/ou desinteresse profundo (Apática ou Abúlica)

O indivíduo torna-se desorientado devido a uma marcante alteração de humor. Então, por falta de

motivação e interesse, não investe mais sua energia no mundo e não se atém mais aos estímulos

ambientais, tornando-se desorientado.

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3.3.2.6. Desorientação Delirante

Ocorre quando o indivíduo está imerso em um profundo estado de delírio, vivenciando ideias

delirantes muito intensas, através das quais crê com convicção que está habitando o lugar de seus

delírios. Por exemplo, o paciente pode afirmar que está no inferno ou em outro planeta.

3.3.2.7. Desorientação Oligofrênica

Ocorre em indivíduos com graves déficits intelectuais, por incapacidade ou dificuldade em

compreender o ambiente.

3.3.2.8. Desorientação Histriónica (Pitiática ou Dissociativa)

Compõe o quadro de dissociação histriónica (que afeta a consciência e/ou a memória). Destacam-

se o desdobramento da personalidade e os erros de identidade, de tempo e espaço e do meio

social.

3.4. Vivência do Tempo e Espaço

As vivências de tempo e espaço são condicionantes fundamentais do universo e como tais

estruturantes básicos da experiência humana. Esse espaço e tempo se produzem fora do homem e

têm uma realidade objetiva e plena, independente do ser humano (Dalgalarrondo, 2008).

3.4.1. Alterações da Vivência do Tempo e Espaço

De um modo geral, a passagem do tempo é apreendida como rápida e acelerada nos estados

maníacos e lenta e vagarosa nos estados depressivos. O ritmo psíquico também é oposto

nestas duas síndromes, pois, enquanto na mania há um taquipsiquismo geral, com aceleração de

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todas as funções psíquicas, na depressão há um bradipsiquismo, com uma lentificação das

atividades mentais.

• Inibição da Sensação do Fluir do Tempo - corresponde à falta de sensação do avançar do

tempo subjetivo, no qual o sujeito perde o sincronismo, dando a impressão de que o tempo não

passa. Essa anomalia se dá geralmente nos casos depressivos graves.

• Atomização do tempo - faz o tempo parecer uma sucessão de pontos presentes que não se

articulam entre si, ou seja, há uma descontinuidade do fluir do tempo em relação ao futuro e uma

desconexão ao passado, fazendo o indivíduo se fixar somente no presente.

• Ilusão sobre a duração do tempo - é quando o tempo pode parecer transcorrer de modo

extremamente veloz ou de forma muito lenta. Ocorre nas intoxicações por alucinógenos e

psicoestimulantes, nas fases agudas e iniciais da psicose ou em situações emocionais especiais

e intensas.

3.4.2. A vivência do tempo e espaço em condições específicas

CONDIÇÃO DESCRIÇÃO

ESTADO DE EXTASE Há uma perda das fronteiras entre o eu e o mundo externo,

onde o sujeito sente-se como fundido ao mundo exterior.

ESTADO MANÍACO A vivência do espaço de um indivíduo neste estado é a de um

espaço extremamente dilatado e amplo, onde o mesmo

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desconhece as fronteiras espaciais e vive como se todo o

espaço interno fosse seu.

QUADRO DEPRESSIVO O espaço externo é vivenciado como muito encolhido,

contraído, escuro e pouco penetrável pelo indivíduo e pelos

outros.

QUADRO PARANOIDE O indivíduo vivência o seu espaço interno como perigoso e

fonte de mil perigos e ameaças.

AGORAFOBIA O espaço externo é tido como sufocante, pesado, perigoso e

potencialmente aniquilador.

3.5. Sensopercepção

A sensação é definida como o fenômeno elementar, gerado por estímulos físicos, químicos ou

biológicos variados, originados de fora para dentro do organismo, os quais produzem alterações nos

órgãos receptores, estimulando-os (Dalgalarrondo, 2008). Já por percepção entende-se a tomada

de consciência de um estímulo sensorial, ou seja, a interpretação do estímulo como um fenômeno

pleno de significado.

3.5.1. Alterações Quantitativas da Sensopercepção

São variações na capacidade de percepção, em termos de quantidade de objetos percebidos

simultaneamente. Normalmente há variações de indivíduo para indivíduo, assim como num mesmo

indivíduo em momentos diferentes.

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CONDIÇÃO DESCRIÇÃO

HIPERESTESIA As percepções estão anormalmente aumentadas, nas quais os

sons são ouvidos de forma muito amplificada, as cores tornam-se

mais vivas e intensas, ocorrendo nas intoxicações por

alucinógenos, em algumas formas de epilepsia, enxaqueca,

esquizofrenia e em alguns quadros maníacos.

HIPOESTESIA É o inverso da hiperestesia, em que as percepções estão

anormalmente diminuídas. É observada em alguns pacientes

depressivos, para quem o mundo é percebido como mais escuro,

sem brilho; os alimentos não têm mais sabor e os odores perdem

a sua intensidade.

3.5.1.1. Alterações Qualitativas da Sensopercepção

São alterações na qualidade do ato perceptivo. As falsas percepções não são alterações do

sensório, e sim alterações profundas do psiquismo, expressas sensorialmente. Compreendem as

ilusões, as alucinações, a alucinoses e as pseudo-alucinações.

ALTERAÇÃO DESCRIÇÃO

ILUSÃO Percepção deformada de um objeto real e presente. As ilusões

mais comuns são as visuais, nas quais o paciente, em geral, vê

pessoas, monstros e animais a partir de estímulos visuais como

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móveis, roupas ou objetos pendurados na parede. Outro tipo de

ilusão muito frequente, principalmente em esquizofrênicos, é a

ilusão auditiva, na qual, a partir de estímulos sonoros

inespecíficos, o paciente ouve o seu nome, palavras significativas

e principalmente chamamentos depreciativos.

ALUCINAÇÃO É a vivência de percepção de um objeto, sem que o mesmo esteja

presente, ou seja, é a percepção clara e definida de um objeto

(voz, ruído, imagem) sem a presença do objeto estimulante real.

ALUCINOSE Fenômeno no qual o paciente percebe tal alucinação como

estranha a sua pessoa. Ocorre com um nível de consciência

preservada e, apesar do indivíduo ter alucinações, percebe

consciente que aquilo é um fenômeno estranho, patológico e não

tem nada a ver com a sua pessoa. Podem surgir no rebaixamento

do nível de consciência e em lesões pedunculares e occipitais,

assim como no alcoolismo (por exemplo: alucinose alcoólica).

PSEUDO- Constitui-se de imagens dotadas de clareza sensorial que, ao

ALUCINAÇÃO contrário das alucinações verdadeiras, são percebidas numa

espécie de espaço subjetivo. Suas imagens visuais e vozes são

localizadas no interior da cabeça ou na parte interna do corpo

(distinção da alucinação verdadeira).

A alucinose é um fenômeno periférico ao eu, enquanto a alucinação é um fenômeno central ao

eu.

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3.5.1.2. Tipos de Alucinações

TIPO DE DESCRIÇÃO

ALUCINAÇÃO

ALUCINAÇÃO Tipo de alucinação mais frequente, principalmente em

AUDITIVA esquizofrênicos, denominada também de audioverbal, na qual o

paciente escuta vozes sem qualquer estímulo (som) externo real.

Tipos:

❖A sonorização do pensamento é muito próxima ao eco do

pensamento e pode ocorrer de duas maneiras:

❖ A sonorização do próprio pensamento, quando o paciente

ouve o próprio pensamento no mesmo momento em que o pensa;

❖ A sonorização do pensamento como vivência alucinatório-

delirante, que são pensamentos que o paciente ouviu, ou seja,

depois de pensados; ele tem a nítida sensação de que os

mesmos foram introduzidos em sua cabeça por outra pessoa -

que não é real - e agora são ouvidos por ele;

■ No eco do pensamento, o paciente ouve o seu pensamento

pouco depois de tê-lo pensado;

' Na publicação do pensamento, o indivíduo tem a nítida

sensação de que as pessoas ouvem o que ele pensa, no mesmo

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momento em que ele está pensando.

ALUCINAÇÃO É uma alucinação relativamente rara, curiosa e intrigante, pois é

MUSICAL descrita como a audição de tons musicais e melodias sem o

correspondente estímulo interno.

ALUCINAÇÃO São visões nítidas que o paciente experimenta, sem a presença

VISUAL de estímulos visuais reais. Podem ser simples, quando o paciente

vê cores, bolas, pontos brilhantes, denominados de FOTOPSIAS,

ou complexas, quando o indivíduo vê figuras, imagens de

pessoas (vivas ou mortas), demônios, santos, etc.

ALUCINAÇÃO TÁTIL O paciente sente espetadas, choques, insetos ou pequenos

animais correndo sobre sua pele. Em alguns esquizofrênicos, as

alucinações táteis podem ser percebidas nos genitais, nos quais

sentem cutucadas e penetrações.

ALUCINAÇÃO Alucinação relativamente rara. O indivíduo sente o cheiro ou

OLFATIVA E/OU gosto de determinadas coisas, sem qualquer estímulo olfativo ou

GUSTATIVA gustativo presente.

ALUCINAÇÃO Sensação alucinatória em várias partes do corpo, como sentir que

CENESTÉSICA o cérebro está encolhendo, o fígado se despedaçando ou a

percepção de alguma víbora no abdômen.

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ALUCINAÇÃO Sensação alterada dos movimentos do corpo, como sentir o

CINESTÉSICA corpo afundando, os braços se elevando e as pernas encolhendo.

ALUCINAÇÃO Alucinação desencadeada por estímulos sensoriais “reais", só

FUNCIONAL que é distinta da ilusão, pois, enquanto que a ilusão é a

deformação de uma percepção de um objeto real e presente, a

alucinação funcional é uma alucinação (ausência do objeto),

desencadeada por estímulo real. Abaixo são apresentados alguns

tipos de alucinações funcionais:

❖ Alucinações Combinadas (ou Sinestesias) - ocorrem várias

alucinações ao mesmo tempo. Ex: o paciente vê uma pessoa que

fala com ele, toca-o, etc.

❖ Alucinações Extracampinas - é quando o paciente vê uma

imagem nas suas costas ou através de uma parede;

♦> Alucinação Autoscópica - é uma alucinação visual

associada a componentes táteis e cenestésicos, quando o

indivíduo se vê fora do seu próprio corpo.

ALUCINAÇÃO Alucinação auditiva, visual ou tátil relacionada à transição

HIPNAGÓGICA E/OU sono/vigília.

HIPNOPÔMPICA

❖ Hipnagógica: ocorre na fase em que o indivíduo está

adormecendo;

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❖ Hipnopômpica: ocorre na fase em que o indivíduo está

despertando.

3.6. Memória

A memória é a capacidade de registrar, manter e evocar os tatos já ocorridos e relaciona-se com o

nível de consciência, com a atenção e com o interesse afetivo (Dalgalarrondo, 2008).

3.6.1. Tipos de memória

MEMÓRIA Conteúdos de informações biológicas, contidas no material

GENÉTICA genético, adquiridas ao longo da história filogenética da espécie.

MEMÓRIA Conjunto de informações registradas e recuperáveis pelo sistema

IMUNOLÓGICA imunológico de um ser vivo.

MEMÓRIA Atividade totalmente diferenciada do sistema nervoso, que

COGNITIVA permite ao indivíduo registrar, conservar e evocar dados

aprendidos da experiência. A memória cognitiva é composta de

três fases:

1. Fase de percepção, registro e fixação;

2. Fase de retenção e conservação;

3. Fase de reprodução e evocação.

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MEMÓRIA Conjunto de conhecimentos e práticas culturais (costumes,

CULTURAL valores, habilidades artísticas e estéticas, preconceitos,

ideologias, estilo de vida, etc.) produzidos, acumulados e

mantidos por um grupo social minimamente estável.

O processo de fixação da informação depende, do ponto de vista psicológico:

• Da atenção global;

■ Nível de consciência;

• Do interesse emocional;

• Do conhecimento anterior;

• Da capacidade de compreensão;

■ Organização temporal das repetições;

• Dos canais sensoperceptivos utilizados.

A conservação (retenção) depende da repetição do conteúdo fixado e associações com outros

elementos.

A evocação é a capacidade de recuperar e atualizar os dados fixados. Já o esquecimento é a

impossibilidade de evocar e recordar.

O reconhecim ento é a capacidade de identificar o conteúdo mnêmico como lembrança,

diferenciando-o da imaginação e de representações atuais.

Em relação ao processo temporal de aquisição e evocação dos elementos, a memória é dividida em

três fases ou tipos:

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• Memória imediata ou de curtíssimo prazo: é aquela que tem uma capacidade limitada de reter

o material (palavras, números, imagens, etc) imediatamente após ser percebido;

• Memória recente ou de curto prazo: também é um tipo de memória limitada que retém a

informação por um período curto de tempo, desde alguns minutos até meia ou uma hora;

• Memória remota ou de longo prazo: é a capacidade de evocação de informações e

acontecimentos ocorridos no passado, após meses ou anos do evento.

3.6.2. Alterações Quantitativas da Memória

ALTERAÇAO DESCRIÇÃO

HIPERMNÉSIA As representações mnêmicas afluem rapidamente, em tropel,

ganhando em número, porém perdendo em clareza e precisão.

Traduz-se mais como uma aceleração do ritmo psíquico do que

uma alteração propriamente da memória.

AMNÉSIA Consiste na perda de elementos psíquicos que têm um valor

PSICOGÊNICA psicológico específico (valor simbólico ou afetivo), quando o

indivíduo esquece um evento da sua vida que teve um significado

especial para a pessoa, mas o mesmo consegue se lembrar de

tudo que ocorreu ao seu redor.

AMNÉSIA Perda da capacidade de fixação das memórias imediatas e

ORGÂNICA recentes. Ocorre em estados avançados da doença, chega

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também a afetar a memória remota ou de longo prazo.

AMNÉSIA Consiste na incapacidade de fixar elementos mnêmicos a partir

ANTERÓGRADA do momento em que ocorreu o evento, ou seja, após um trauma

cranioencefálico.

AMNÉSIA É a perda da memória quando o indivíduo esquece fatos

RETRÓGRADA remontados a antes do início da doença.

3.6.3. Alterações Qualitativas

ALTERAÇÃO DESCRIÇÃO

ILUSÃO MNÊMICA Quando há um acréscimo de elementos falsos a um núcleo

verdadeiro de memória, como, por exemplo, um paciente afirma ter

tido uma centena de filhos, quando, na realidade, só tivera um

filho.

ALUCINAÇÃO Criação imaginativa com a aparência de lembranças ou

MNÊMICA reminiscências não correspondentes a nenhum elemento mnêmico

ou nenhuma lembrança real e verdadeira.

CRIPTOMNESIA Consiste em um falseamento da memória na qual as lembranças

aparecem como fatos novos ao paciente, quando o mesmo não os

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reconhece como lembranças, vivendo-as como se fosse um

acontecimento novo.

ECMNÉSIA É uma recapitulação e revivência intensa, abreviada e panorâmica

da existência, ou seja, uma recordação condensada do passado,

que ocorre num breve período de tempo.

LEMBRANÇA Idéia fixa, ou seja, o surgimento de imagens mnêmicas ou

OBSESSIVA conteúdos ideativos do passado, quando, uma vez instalados na

consciência, não podem ser afastados voluntariamente pelo

indivíduo.

3.6.4. Transtornos do reconhecimento

Os transtornos do reconhecimento se dividem em dois grupos:

• As agnosias (que significa incapaz de conhecer) - são déficits do reconhecimento de estímulos

sensoriais, objetos e fenômenos.

• Transtornos do reconhecimento associados a transtornos psiquiátricos se dividem em

dois:

■ Falso reconhecimento - quando o paciente identifica alguém como o médico ou o psicólogo, o

enfermeiro, o vizinho ou qualquer outra pessoa como se fosse alguém de sua família ou um

velho conhecido;

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■ Falso desconhecimento - quando há o não reconhecimento de pessoas muito familiares (como

o pai, a mãe, a esposa, os filhos, etc), quando o paciente afirma piamente não conhecê-los.

3.7. Afetividade

A vida afetiva é aquilo que dá cor, brilho e calor a todas as vivências humanas e, sem ela, a vida

psíquica torna-se vazia e sem sentido. A vida afetiva se divide em cinco tipos básicos

(Dalgalarrondo, 2008):

TIPOS BÁSICOS DESCRIÇÃO

HUMOR OU Tônus afetivo do indivíduo; o estado emocional basal no qual se

ESTADO DE ÂNIMO encontra uma pessoa em determinado momento; é a

predisposição afetiva de fundo que penetra toda a experiência

humana.

EMOÇOES Estados com reações afetivas intensas, agudas e momentâneas,

que surgem por estímulos significativos; é de curta duração,

desencadeados por certas excitações externas ou internas,

conscientes ou inconscientes, acompanhadas, assim como no

humor, de reações somáticas, além de desconcertar, comover e

perturbar o instável equilíbrio existencial.

SENTIMENTOS Estados afetivos estáveis em relação às emoções, de maior

intensidade e menos reativos a estímulos passageiros. Estão

associados geralmente a conteúdos intelectuais, valores,

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representações e, na maioria das vezes, não implicam reações

somáticas.

AFETOS Componente emocional de uma ideia ou representação mental.

Esses afetos acoplam-se às ideias, anexando a elas um colorido

afetivo.

PAIXÕES Estado afetivo extremamente intenso, que domina a afetividade

psíquica como um todo, captando e dirigindo a atenção e o

interesse do indivíduo em uma só direção, inibindo os outros

interesses.

3.7.1. Alterações da Afetividade

ALTERAÇAO DESCRIÇÃO

DISTIMIA Alteração básica do humor, tanto no sentido da inibição, quanto no

sentido de exaltação. O termo distimia ultimamente vem sendo

substituído por depressão, que significa tristeza patológica. Mas a

psicopatologia ainda usa termos como distimia hipertímica,

expansiva ou eufórica para nomear quadros maníacos.

HUMOR TRISTE OU Relacionado muito frequentemente com o hum or depressivo,

IDEAÇÃO SUICIDA acompanhado de desesperança e muita angústia, quando

ocorrem ideias relacionadas à morte; ideias, atos e planos

suicidas, além de tentativas reais de suicídio.

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DISFORIA É uma distimia que se acompanha de uma tonalidade afetiva

desagradável, ou seja, quando se fala de depressão disfórica, está

se falando de um tipo de depressão acompanhada de um forte

conteúdo de irritação, amarguras, desgosto ou agressividade.

HIPOTiMIA Toda e qualquer síndrome depressiva.

HIPERTIMIA Humor patologicamente alterado no sentido da exaltação e da

alegria. No espectro maníaco, o termo euforia, ou alegria

patológica, define um humor exagerado no qual predomina um

estado de alegria desproporcional às circunstâncias oferecidas.

ELAÇÃO Transcendência do eu, ou seja, uma sensação de grandeza

patológica sentida pelo indivíduo.

PUERILIDADE Alteração do humor que se caracteriza por seu aspecto infantil,

quando o indivíduo ri ou chora por motivos considerados banais;

além disso, sua vida afetiva pode ser superficial e ausente de

afetos profundos.

MORIA Semelhante à puerilidade, porém não com origem psicogênica, e

sim orgânica, provocada por lesões extensas dos lobos frontais,

em deficientes mentais e em quadros demenciais acentuados.

ESTADO DE Caracteriza-se por uma sensação do seu eu com o todo; um

ÊXTASE compartilhamento íntimo do estado afetivo com o mundo exterior,

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muitas vezes com um colorido hipertímico. Na maioria das vezes,

não é considerada uma psicopatologia, mas sim um fenômeno

cultural.

IRRITABILIDADE É quando tudo é vivenciado com muita irritação, ou seja, o doente

PATOLÓGICA reage prontamente de forma disfórica a qualquer estímulo por

menor que seja o mesmo, como, por exemplo, um barulho de

crianças, ruído de carros, de televisão, ou quaisquer outros.

3.7.2. Alterações das emoções e sentim entos

ALTERAÇÃO DESCRIÇÃO

APATIA O indivíduo não vivência nenhum tipo de afeto, não podendo sentir

alegrias, tristezas ou raivas. Ele não se importa com nada na sua vida

e é típico de quadros depressivos.

HIPOMODULAÇAO Incapacidade do indivíduo de modular a resposta afetiva de acordo

DO AFETO com a situação existencial, indicando rigidez do indivíduo na sua

relação com o mundo.

INADEQUAÇÃO Reação completamente incongruente a situações existenciais ou a

DO AFETO determinados ideativos.

OU PARATIMIA

POBREZA DE Perda progressiva e patológica das vivências afetivas, com um

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SENTIMENTOS E empobrecimento relativo à possibilidade de vivenciar alternâncias e

DISTANCIAMENTO variações afetivas.

AFETIVO

EMBOTAMENTO Perda profunda de todo tipo de vivência afetiva; difere da apatia, pois

AFETIVO a mesma é subjetiva; já no embotamento afetivo, esse quadro de

E DEVASTAÇÃO desinteresse afetivo é observável e constatável pela postura do

AFETIVA paciente.

VIVÊNCIA DE FALTA Experiência de incapacidade para sentir emoções; diferentemente da

DE SENTIMENTO apatia, o indivíduo percebe essa alteração, que é vivenciada com

muito sofrimento pelo indivíduo.

ANEDONIA Incapacidade total ou parcial de obter prazer com determinadas

atividades e experiências da vida que eram prazerosas. Ou seja, o

indivíduo não consegue mais sentir prazer social, desfrutar de um

bom papo com os amigos, um almoço com a família, e assim por

diante.

LABILIDADE É quando ocorrem mudanças abruptas e inesperadas de um

AFETIVA estado afetivo para outro; o indivíduo pode estar bem-humorado

(INCONTINÊNCIA num momento e, em poucos instantes, começar a chorar e

AFETIVA) novamente voltar a sorrir depois de algum tempo. A resposta afetiva

ocorre geralmente em consequência a estímulos apropriados, mas é

sempre muito desproporcional. Seus sintomas podem estar

associados a quadros psicogênicos e também a psicorgânicos,

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encefalites, tumores cerebrais e doenças degenerativas do sistema

nervoso central, etc.

AM BIVALÊN C IA São sentimentos opostos em relação a um mesmo estímulo ou

AFETIVA objeto, ou seja, sentimentos que ocorrem de modo absolutamente

simultâneo, quando o indivíduo sente por uma pessoa ou objeto,

ódio e amor, rancor e carinho, simultaneamente.

NEOTIMIA São sentimentos e experiências afetivas inteiramente novas,

vivenciadas pelo indivíduo. Afetos muito estranhos e bizarros para a

própria pessoa que os experimenta. Típico de antecedentes

delirantes, estados psicóticos e esquizofrênicos.

FOBIA As fobias são medos psicopatológicos, desproporcionais e

incompatíveis com as possibilidades de perigo real oferecidos pelos

objetos do mundo exterior (situações fobígenas). Nos indivíduos

fóbicos, o contato com os objetos ou situações fobígenas

desencadeia, muito frequentemente, uma intensa crise de ansiedade.

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3.7.3. Tipos de fobias

TIPOS DESCRIÇÃO

FOBIA SIMPLES Medo intenso e desproporcional de determinados objetos, em

geral, pequenos animais (como baratas, sapos, cachorros e

outros).

FOBIA SOCIAL Medo de contato e interação social, principalmente com pessoas

pouco familiares ao indivíduo e em situações nas quais o

paciente possa se sentir examinado ou criticado por tais

pessoas.

AGORAFOBIA Medo de espaços amplos e de aglomerações, como estádios,

cinemas, supermercados, medo de ficar retido em

congestionamentos, etc.

CLAUSTROFOBIA Medo de entrar (e ficar preso) em espaços fechados como

elevadores, salas pequenas, quartos abafados, túneis e outros

ambientes apertados.

PÂNICO O pânico se caracteriza por uma reação de medo intenso, de

pavor relacionado geralmente ao perigo imaginário de morte,

descontrole ou desintegração.

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3.8. Pensamento

Os elementos constitutivos do pensamento, segundo a tradição aristotélica, são o conceito, o juízo e

o raciocínio.

Os conceitos se formam a partir das representações, onde não é possível contemplá-los, nem

imaginá-los, pois é um elemento puramente cognitivo, intelectivo e sem qualquer resquício sensorial

(visual, auditivo, tátil).

Os juízos são relações significativas entre os conceitos básicos, ou seja, a afirmação entre dois

conceitos. Por exemplo, se tomarmos dois conceitos: cadeira e utilidade podem-se formar o

seguinte juízo: a cadeira é útil.

O raciocínio é a função que relaciona os juízos.

Há também outra forma de analisar o pensamento enquanto processo de pensar: o curso do

pensamento, que é o modo como o pensamento flui, sua velocidade e ritmo ao longo do tempo. Já

o conteúdo do pensamento pode ser definido como aquilo que dá substância ao pensamento, os

seus temas predominantes, o assunto em si, etc.

3.8.1. Alterações do Pensamento

3.8.2. Alterações do elementos construtivos do pensamento:

Desintegração dos conceitos: ocorre quando os conceitos sofrem um processo de perda sem

significado, desfazendo-se, e uma mesma palavra passa a ter significados cada vez mais diversos.

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Condensação dos conceitos: ocorre quando dois ou mais conceitos são fundidos; o paciente

involuntariamente condensa duas ou mais ideias em somente um só conceito, expressando-se

através de uma nova palavra.

3.8.3. Alteração dos Juízos

Juízo deficiente ou prejudicado: consiste num tipo de juízo falso, pois o mesmo é prejudicado por

uma deficiência intelectual e pobreza cognitiva, que tornam os conceitos inconsistentes e o

raciocínio pobre e defeituoso.

3.8.4. Tipos de pensamentos alterados

TIPO DESCRIÇÃO

PENSAMENTO Fere frontalmente os princípios da lógica formal e não respeita os

MÁGICO indicativos e imperativos da realidade, seguindo os desígnios dos

desejos, fantasias e temores do sujeito, de uma maneira consciente

ou inconsciente, adequando o seu pensamento à realidade, e não a

realidade ao pensamento.

PENSAMENTO Semelhante ao pensamento mágico, onde esse tipo de pensamento

DERREÍSTA se opõe radicalmente ao pensamento realista, obedecendo somente

à lógica e à realidade que interessa ao desejo do indivíduo,

distorcendo a realidade para que ela se adapte aos seus anseios.

Nesse tipo de pensamento, o pensar volta-se muito mais para o

mundo subjetivo, onde tudo é possível e favorável ao indivíduo.

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PENSAMENTO Não ocorre a distinção entre uma dimensão abstrata e simbólica e

CONCRETO uma dimensão concreta e imediata dos fatos. O indivíduo não

OU consegue entender metáforas, ironias ou expressões de duplo

CONCRETISTA sentido, pois ele está aderido ao nível sensorial da experiência.

PENSAMENTO Ocorre a inibição do raciocínio, com a diminuição da velocidade do

INIBIDO número de conceitos, juízos e representações.

PENSAMENTO Pensamentos imprecisos e obscuros, onde não há, exatamente, um

VAGO empobrecimento do pensamento, mas uma marcante falta de clareza

e precisão no raciocínio.

PENSAMENTO O indivíduo não consegue chegar a qualquer conclusão sobre o tema

PROLIXO tratado, a não ser após muito tempo e esforço. Há também uma

dificuldade em se obter uma construção do pensamento de forma

direta, clara e acabada, além da falta de síntese.

PENSAMENTO Pensamento de estrutura pobre ou rudimentar. O indivíduo tende ao

DEFICITÁRIO raciocínio concreto, mas os conceitos são escassos e utilizados em

OU um sentido mais literal do que abstrato ou metafórico. A abstração

OLIGOFRÊNICO apenas ocorre com dificuldades, sem consistência ou longo alcance.

Não há distinção pormenorizada e precisa de categorias como

essencial e supérfluo; “necessário ou acidental”; causa e efeito; o

todo e as partes; o real e o imaginário; o concreto e o simbólico.

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PENSAMENTO Pensamento pobre, mas com um empobrecimento desigual, pois

DEMENCIAL esse empobrecimento é mais homogêneo, pois, em certos pontos,

pode revelar elaborações sofisticadas, embora imperfeitas,

irregulares e sem congruência. Há conceitos abstratos e raciocínios

diferenciados e complicados, que se perdem com o progresso do

pensamento demencial.

PENSAMENTO Estreitamente ligado a uma turvação da consciência, transtorno de

CONFUSIONAL atenção e de memória imediato, quando se observa um pensamento

incoerente, de curso tortuoso, que impede o indivíduo de apreender,

de forma clara e precisa, os estímulos ambientais, impedindo com

isso a formação de conceitos e lançando o indivíduo em um estado

de perplexidade e impotência.

PENSAMENTO Forma típica de pensamento radicalmente incoerente, no qual não há

DESAGREGADO uma mínima forma lógica de articulação de conceitos e juízos. O

paciente produz um pensamento que se manifesta como uma mistura

aleatória de palavras, onde nada se comunica ao interlocutor, e a

linguagem dominante é a “salada de palavras”.

PENSAMENTO Predomínio de ideias ou representações que, apesar de terem um

OBSESSIVO conteúdo absurdo ou repulsivo para o indivíduo, impõem-se à

consciência de modo persistente e incontrolável, quando o paciente

tenta banir essas ideias; não conseguindo, essas ideias voltam à

consciência, gerando uma luta que provoca um estado emocional de

angústia constante.

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3.8.5. Alterações do Curso do Pensamento

ALTERAÇAO DESCRIÇÃO

ACELERAÇÃO DO O pensamento flui de forma atropelada, acelerada; ou também quando

PENSAMENTO uma ideia se sucede à outra rapidamente.

LENTIFICAÇAO DO O pensamento progride lentamente, de forma dificultosa, em que há

PENSAMENTO certa latência entre as perguntas formuladas e as respostas.

BLOQUEIO OU Quando o paciente, ao relatar algo, no meio de uma conversa, brusca

INTERCEPÇÃO DO e repentinamente interrompe seu pensamento, sem qualquer motivo

PENSAMENTO aparente.

ROUBO DO É a vivência, frequentemente associada ao bloqueio do pensamento,

PENSAMENTO na qual o indivíduo tem a nítida sensação de que seu pensamento foi

roubado de sua mente, por uma força ou ente estranho, uma máquina,

antena, etc.

3.8.6. Alterações quanto à Forma do Pensamento

ALTERAÇÃO DESCRIÇÃO

FUGA DE IDEIAS Está relacionada à aceleração do pensamento, na qual uma

ideia se segue à outra de forma extremamente rápida,

perturbando-lhe as associações lógicas entre os juízos e os

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conceitos. As associações entre palavras deixam de seguir uma

lógica ou finalidade do pensamento e passam a ocorrer por

assonância, associando-se às ideias muito mais pela presença

de estímulos externos contingentes, onde há um progressivo

afastamento na ideia diretriz ou principal, sem prejuízo

manifesto, para a coerência final do relato.

DISSOCIAÇÃO DO Desorganização do pensamento, acarretando uma

PENSAMENTO incongruência entre os juízos. Numa fase inicial, a incoerência

pode ser discreta, quando o indivíduo ainda consegue captar

aquilo que lhe foi comunicado. Já com o agravamento da

doença, o pensamento pode se tornar totalmente

incompreensível e incoerente.

AFROUXAMENTO DAS Embora ainda haja uma concatenação (estabelecimento lógico)

ASSOCIAÇÕES entre as ideias, nota-se um afrouxamento dos enlaces

associativos, onde as mesmas parecem mais livres, porém não

tão bem articuladas.

DESCARRILHAMENTO O pensamento passa a extraviar-se do seu curso normal,

DO PENSAMENTO retornando aqui e acolá ao seu curso original e geralmente está

associado à marcante distrabilidade.

DESAGREGAÇÃO DO Perda profunda e radical dos enlaces associativos, restando

PENSAMENTO apenas fragmentos de pensamentos, conceitos e ideias, sem

qualquer articulação racional.

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Na esquizofrenia, o progredir da desestruturação do pensamento segue a seguinte sequência:

• Afrouxamento das associações;

• Descarrilhamento do pensamento;

• Desagregação do pensamento.

3.9. Alterações patológicas do Juízo de Realidade (O Delírio)

O juízo de realidade diz respeito à capacidade de julgar, discernir o certo do errado, a verdade e a

mentira. As alterações do juízo da realidade são alterações do pensamento (Dalgalarrondo, 2008).

ALTERAÇÃO DESCRIÇÃO

DELÍRIO Erro do ajuizar, que tem origem na doença mental. Sua base é

mórbida e é motivado por fatores patológicos, tendo como

características:

Uma convicção extraordinária, não podendo se colocar em

dúvida a veracidade do delírio;

É irremovível, mesmo pela prova de realidade mais cabal e

aceitável possível;

O delírio é um falso juízo, cujo conteúdo é impossível,

embora alguns pacientes possam vivenciar o seu delírio. Ex:

o alcoolista crônico que tem delírios de ciúmes, e sua mulher

realmente o trai.

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DELÍRIO O delírio secundário difere do tipo primário em consequência de

SECUNDÁRIO OU não se originar de uma alteração primária do juízo, mas sim de

IDEIAS DELIROIDES alterações profundas em outras áreas da atividade mental, como

a afetividade, a consciência, etc, que indiretamente fazem com

que se formem juízos falsos, produtos de condições

psicologicamente rastreáveis e compreensíveis.

d e l ír io s im p l e s São ideias que se desenvolvem em torno de um só conteúdo ou

tema único.

DELÍRIO COMPLEXO Tipo de delírio que engloba vários temas ao mesmo tempo,

envolvendo conteúdos de perseguição, ciúmes, etc.

DELÍRIO Delírio sem relação consciente e seus conteúdos variam de

SISTEMATIZADO momento para momento.

DELÍRIO NÃO Delírio bem organizado, com histórias ricas e consistentes, que

SISTEMATIZADO se mantêm ao longo do tempo.

Conteúdos e tip os mais frequentes de delírios:

• Delírio de perseguição: crença de estar sendo vítima de conspiração, traição, espionagem,

envenenamento ou intoxicação com drogas ou estar sendo alvo de comentários maliciosos;

• Delírio de referência, alusão ou autorreferência: a pessoa crê que gestos, comentários, passagens

de livros, programas no rádio ou televisão, dizem respeito a ela;

• Delírio de influência: o indivíduo considera que foi privado do próprio pensamento por uma força

externa que influencia as suas ideias, as suas ações, as suas palavras ou os seus sentimentos;

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• Delírio de relação: conexões “significativas” construídas sem lógica;

• Delírio de grandeza: crença de ser importante, especial, poderoso, superior, destinado;

• Delírio de reivindicação ou querelância: crença desproporcional de ser vítima de injustiça ou

discriminação;

• Delírio de invenção ou descoberta: a pessoa que não tem nenhum estudo específico diz ter

encontrado a resposta para algum problema cientifico; o inventor delirante chega à obtenção de

resultados falsos, que são refugados por aqueles que conhecem o assunto;

• Delírio de reforma ou salvacionismo: plano revolucionário baseado em dogmas ou sistema místico

próprio e considerado único;

• Delírio místico ou religioso: a pessoa diz ter ligação direta ou ser o próprio deus, santo, demônio;

• Delírio de ciúmes e delírio de infidelidade: convicção inabalável de traição por parte da pessoa

amada, embora não haja qualquer base real, no passado ou presente;

• Delírio erótico ou erotomania: certeza de que alguém famoso, destacado ou importante está

apaixonado por ele; comum em mulheres, direcionado ao médico;

• Delírio de ruína: a pessoa diz que está ameaçada por acontecimentos irremediáveis, que não têm

mais jeito;

• Delírio de culpa e autoacusação: os atos mais insignificantes e aparentemente inocentes são

considerados pelo próprio autor, como reveladores de grande maldade; podem ocorrer memórias

falsas que convencem o indivíduo de que ele é responsável por crimes, que na realidade não foram

cometidos;

• Delírio de negação de órgãos: experimentação de alteração corporal; vivência do corpo como se

estivesse destruído ou morto;

• Delírio hipocondríaco: certeza intensa de ter uma doença grave e incurável;

• Delírio cenestopático: crença na presença de animais ou objetos dentro de seu corpo; cuja

vivência é interpretada pelo indivíduo sem temática de doença;

• Delírio de infestação: crença de que o corpo está infectado por pequenos organismos;

• Delírio fantástico ou mitomaníaco: tendência patológica a mentir.

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CAPÍTULO IV

Alterações da Personalidade

A personalidade é o conjunto integrado de traços psíquicos, consistindo no total das características

individuais em sua relação com o meio, incluindo fatores biopsico-socioculturais, conjugando

tendências inatas e experiências adquiridas no curso de sua existência (Bastos, 1997).

Os Transtornos de Personalidade formam uma classe de transtorno mental que tem como

característica central a presença de padrões de interação interpessoais vistos como mal-ajustados

com relação ao comportamento geral. Segundo a CID 10, este agrupamento compreende

modalidades de comportamento profundamente enraizadas e duradouras, que se manifestam sob a

forma de reações inflexíveis a situações pessoais e sociais de natureza muito variada. Eles

representam desvios extremos ou significativos das percepções, dos pensamentos, das sensações

e particularmente das relações com os outros, comparadas àquelas de um indivíduo médio de uma

dada cultura. Frequentemente estão associados a sofrimento subjetivo e a comprometimento de

intensidade variável do desempenho social, tanto na vida pessoal como na área profissional. Na

maior parte das vezes, os sintomas são vivenciados pelo indivíduo como "normais" (eu-sintônico),

de forma que o diagnóstico somente pode ser estabelecido a partir de uma perspectiva exterior.

Segundo a classificação atual da OMS, a CID-10, os transtornos de personalidade são definidos

pelas seguintes características:

• Geralmente surge na infância ou na adolescência e se torna estável ao longo da vida do

indivíduo;

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• Manifesta um conjunto de comportamentos e reações afetivas desarmônicas, envolvendo partes

da vida do indivíduo como: a afetividade, o controle de impulsos, relacionamentos interpessoais,

etc;

• O padrão anormal de comportamento não é limitado ao episódio de qualquer doença mental

(esquizofrenia, depressão, etc); ocorre permanentemente e tem longa duração;

• Esse padrão anormal de comportamento inclui muitos aspectos, tanto do psiquismo, como da

vida social, não se restringindo a apenas um aspecto;

• O padrão comportamental é mal adaptativo, produzindo uma série de dificuldades para o

indivíduo, assim como as pessoas que convivem com ele;

• São condições não relacionadas diretamente à lesão cerebral ou a outro transtorno psiquiátrico

(salvo algumas exceções);

• O tratamento do transtorno da personalidade leva a algum grau de sofrimento (angústia, solidão,

sensação de fracasso, etc), embora esse sofrimento possa ser aparente e vivenciado apenas

tardiamente;

• Geralmente, o transtorno de personalidade contribui para um mau desempenho ocupacional e

social, embora essa afirmação não seja obrigatória.

4.1. Transtornos de Personalidade

Segundo a C1D-10, os transtornos de personalidade são:

4.1.1. Personalidade Paranóide

Transtorno da personalidade caracterizado por uma sensibilidade excessiva em face de

contrariedades; recusa de perdoar os insultos, caráter desconfiado, tendência a distorcer os fatos,

interpretando as ações imparciais ou amigáveis dos outros como hostis ou de desprezo; suspeitas

recidivantes, injustificadas, a respeito da fidelidade sexual do esposo ou do parceiro sexual; e uma

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concepção combativa e obstinada de seus próprios direitos. Pode existir uma superavaliação de sua

autoimportância, havendo frequentemente autorreferência excessiva. Personalidade (transtorno da):

• expansiva paranoide;

• fanática;

• paranoide;

querelante;

sensitiva paranoide.

4.1.2. Personalidade Esquizoide

Transtorno da personalidade caracterizado por um retraimento dos contatos sociais, afetivos ou

outros, preferência pela fantasia, atividades solitárias e reserva introspectiva; incapacidade de

expressar seus sentimentos e de experimentar prazer.

4.1.3. Personalidade Dissociai

Transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo das obrigações sociais, falta de

empatia para com os outros. Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas

sociais estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas experiências adversas,

inclusive pelas punições. Existe uma baixa tolerância à frustração e um baixo limiar de descarga da

agressividade, inclusive da violência. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer

racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito

com a sociedade. Personalidade (transtorno da):

amoral;

antissocial;

associai;

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psicopática;

sociopática.

4.1.4. Transtorno de Personalidade com instabilidade emocional

Transtorno de personalidade caracterizado por tendência nítida a agir de modo imprevisível, sem

consideração pelas consequências; humor imprevisível e caprichoso; tendência a acessos de cólera

e uma incapacidade de controlar os comportamentos impulsivos; tendência a adotar um

comportamento briguento e a entrar em conflito com os outros, particularmente quando os atos

impulsivos são contrariados ou censurados. Dois tipos podem ser distintos: o tipo impulsivo,

caracterizado principalmente por uma instabilidade emocional e falta de controle dos impulsos; e o

tipo “borderline”, caracterizado, além disto, por perturbações da autoimagem, do estabelecimento de

projetos e das preferências pessoais, por uma sensação crônica de vacuidade, por relações

interpessoais intensas e instáveis e por uma tendência a adotar um comportamento autodestrutivo,

compreendendo tentativas de suicídio e gestos suicidas. Personalidade (transtorno da):

agressiva;

“borderline”;

explosiva.

4.1.5. Personalidade Histriónica

Transtorno da personalidade caracterizado por uma afetividade superficial e lábil, dramatização,

teatralidade, expressão exagerada das emoções, sugestibilidade, egocentrismo, autocomplacência,

falta de consideração para com o outro, desejo permanente de ser apreciado e de constituir-se no

objeto de atenção e tendência a se sentir facilmente ferido. Personalidade (transtorno da):

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* histérica;

psicoinfantil.

4.1.6. Personalidade Anancástica

Transtorno da personalidade caracterizado por um sentimento de dúvida, perfeccionismo,

escrupulosidade, verificações, e preocupação com pormenores, obstinação, prudência e rigidez

excessivas. O transtorno pode se acompanhar de pensamentos ou de impulsos repetitivos e

intrusivos, não atingindo a gravidade de um transtorno obsessivo-compulsivo. Personalidade

(transtorno da):

compulsiva;

obsessiva;

obsessiva-compulsiva.

4.1.7. Personalidade Esquiva (Ansiosa)

Transtorno da personalidade caracterizado por sentimento de tensão e de apreensão, insegurança

e inferioridade. Existe um desejo permanente de ser amado e aceito, hipersensibilidade à crítica e a

rejeição, reticência a se relacionar pessoalmente, e tendência a evitar certas atividades que saem

da rotina com um exagero dos perigos ou dos riscos potenciais em situações banais.

4.1.8. Personalidade Dependente

Transtorno da personalidade caracterizado por: tendência sistemática a deixar a outrem a tomada

de decisões, importantes ou menores; medo de ser abandonado; percepção de si como fraco e

incompetente; submissão passiva à vontade do outro (p.ex.de pessoas mais idosas) e uma

dificuldade de fazer face às exigências da vida cotidiana; falta de energia que se traduz por

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alteração das funções intelectuais ou perturbação das emoções; tendência frequente a transferir a

responsabilidade para outros. Personalidade (transtorno da):

astênica;

inadequada;

passiva.

4.1.9. Outros Transtornos Específicos de Personalidade

Personalidade:

excêntrica;

imatura;

narcísica;

passivo-agressiva;

psiconeurótica;

• tipo haltlose ou psicopatia instável.

O termo alemão haltlose tem sido utilizado para nomear alguém com um estilo de vida sem sentido

e irresponsável. Essas pessoas demonstram falta de vontade ou propósito, sem nenhum empenho

em consolidar bases para o futuro e pouco interesse no passado. Alguns indivíduos com

dependência crônica de substâncias se enquadram neste tipo de transtorno de personalidade.

4.1.10. Transtorno não-especificado de Personalidade

* Neurose de caráter;

■ Personalidade patológica.

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4.1.11. Transtomos Mistos de Personalidade

Esta categoria se refere aos transtornos de personalidade frequentemente perturbadores, mas que

não mostram o padrão específico de sintomas que caracterizam os transtornos descritos em F60.-.

Consequentemente, são com frequência mais difíceis de diagnosticar do que os transtornos

em F60.-.

Exemplos:

• Transtornos mistos da personalidade com padrões de vários dos transtornos em F60.- mas sem

um conjunto predominante de sintomas que possibilitariam um diagnóstico mais específico;

■ Modificações patológicos da personalidade, não classificáveis em F60.- ou F62.-, e vistas como

secundárias a um diagnóstico principal de um transtorno afetivo ou ansioso coexistente.

4.1.12. Modificações Duradouras da Personalidade Não Atribuíveis a Lesão ou Doença

Cerebral

Consiste em anomalias da personalidade e do comportamento do adulto as quais ocorrem na

ausência de transtornos prévios da personalidade e, em seguida, a um “stress” dramático ou

excessivo e prolongado, ou a uma doença psiquiátrica grave. Este diagnóstico só deve ser feito nos

casos em que se dispõe da prova de uma alteração manifesta e duradoura dos modos de

percepção, de relação ou de pensamento, relacionada ao ambiente ou a si próprio. A modificação

da personalidade deve ser significativa e estar associada a um comportamento rígido e mal

adaptado, ausente antes da ocorrência do evento patogênico. A modificação não deve constituir

uma manifestação direta de outro transtorno mental, nem ser considerada um sintoma residual de

um transtorno mental anterior.

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4.2. Transtornos dos Hábitos e dos Impulsos

Esta categoria compreende certos transtornos do comportamento que não podem ser classificados

sob outras rubricas. São caracterizados por atos repetidos, sem motivação racional clara,

incontroláveis, e que vão em geral contra os interesses do próprio sujeito e aqueles de outras

pessoas. O sujeito indica que seu comportamento está associado a impulsos para agir. A causa

para estes transtornos não é conhecida. Estão aqui reagrupados, em razão de grandes

semelhanças nas suas descrições e não em função de outras características comuns, importantes e

conhecidas.

Inclui:

4.2.1. Jogo patológico

Transtorno que consiste em episódios repetidos e frequentes de jogo que dominam a vida do

sujeito, em detrimento dos valores e dos compromissos sociais, profissionais, materiais e familiares.

4.2.2. Piromanla

Comportamento caracterizado por atos ou tentativas múltiplas visando a pôr fogo em objetos e bens

sem motivo aparente, associado a preocupações persistentes com relação a fogo ou incêndio. Este

comportamento se acompanha frequentemente de um estado de tensão crescente antes do ato, e

de uma excitação intensa imediatamente após sua realização.

4.2.3. Roubo patológico [cleptomania]

Transtorno caracterizado pela impossibilidade repetida de resistir aos impulsos de roubar objetos.

Os objetos não são roubados por sua utilidade imediata ou seu valor monetário; o sujeito pode, ao

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contrário, querer descartar, doar ou guardar esses objetos. Este comportamento se acompanha

habitualmente de um estado de tensão crescente antes do ato, e de um sentimento de satisfação

durante e imediatamente após sua realização.

4.2.4. Tricotilomania

Transtorno caracterizado por uma perda visível dos cabelos, causada por uma impossibilidade

repetida de resistir ao impulso de arrancar os próprios cabelos. O arrancamento dos cabelos é

precedido em geral de uma sensação crescente de tensão e seguido de uma sensação de alívio ou

de gratificação. Não se fará este diagnóstico quando o sujeito apresentar uma afecção inflamatória

pré-existente do couro cabeludo, ou quando ele pratica o arrancamento dos cabelos em resposta a

delírios ou a alucinações.

4.2.5. Outros transtornos dos hábitos e dos impulsos

Esta categoria é utilizada para outras variedades de comportamento inadaptado, persistente e

repetido, não secundário a uma síndrome psiquiátrica reconhecida. A pessoa repetidamente não

consegue resistir a impulsos que a levam a adotar este comportamento. Há um período prodrômico

de tensão, seguido de uma sensação de alívio quando da realização do ato.

4.2.6. Transtorno explosivo intermitente

Este transtorno se caracteriza por episódios de completo fracasso em resistir a impulsos agressivos,

resultando em agressões ou destruição de propriedades. Destacam-se a instabilidade afetiva e a

tendência para agir impulsivamente, desprezando as eventuais consequências do ato.

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4.3. Transtorno da Identidade Sexual

4.3.1. Transexualismo

Trata-se de um desejo de viver e ser aceito enquanto pessoa do sexo oposto. Este desejo se

acompanha em geral de um sentimento de mal-estar ou de inadaptação com referência a seu

próprio sexo anatômico e do desejo de submeter-se a uma intervenção cirúrgica ou a um tratamento

hormonal, a fim de tornar seu corpo tão conforme quanto possível ao sexo desejado.

4.3.2. Travestismo bivaiente

Este termo designa o fato de usar vestimentas do sexo oposto, durante uma parte de sua

existência, de modo a satisfazer a experiência temporária de pertencer ao sexo oposto, mas sem

desejo de alteração sexual mais permanente ou de uma transformação cirúrgica; a mudança de

vestimenta não se acompanha de excitação sexual.

4.3.3. Transtorno de identidade sexual no adulto ou adolescente, tipo não-transexual

4.3.4. Transtorno de identidade sexual na infância

Transtorno que usualmente primeiro se manifesta no início da infância (e sempre bem antes da

puberdade), caracterizado por um persistente e intenso sofrimento com relação a pertencer a um

dado sexo, junto com o desejo de ser (ou a insistência de que se é) do outro sexo. Há uma

preocupação persistente com a roupa e as atividades do sexo oposto e repúdio do próprio sexo. O

diagnóstico requer que exista uma profunda perturbação da identidade sexual normal; não é

suficiente que uma menina seja levada ou traquina ou que o menino tenha uma atitude afeminada.

Os transtornos da identidade sexual nos indivíduos púberes ou pré-púberes não devem ser

classificados aqui, mas sob a rubrica F66.-.

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4.4. Transtorno da Preferência Sexual

4.4.1. Fetichismo

Utilização de objetos inanimados como estímulo da excitação e da satisfação sexual. Numerosos

fetiches são prolongamentos do corpo, como por exemplo as vestimentas e os calçados. Outros

exemplos comuns dizem respeito a uma textura particular como a borracha, o plástico ou o couro.

Os objetos fetiches variam na sua importância de um indivíduo para o outro. Em certos casos,

servem simplesmente para reforçar a excitação sexual, atingida por condições normais (exemplo:

pedir a seu parceiro que vista uma dada roupa).

4.4.2. Travestismo fetichista

Consiste em vestir roupas do sexo oposto, principalmente com o objetivo de obter excitação sexual

e de criar a aparência de pessoa do sexo oposto. O travestismo fetichista se distingue do

travestismo transexual pela sua associação clara com uma excitação sexual e pela necessidade de

se removerem as roupas após a ocorrência do orgasmo e declínio da excitação sexual. Pode

ocorrer como fase preliminar no desenvolvimento do transexualismo.

■ Fetichismo com travestismo.

4.4.3. Exibicionismo

Tendência recorrente ou persistente de expor seus órgãos genitais a estranhos (em geral do sexo

oposto) ou a pessoas em locais públicos, sem desejar ou solicitar contato mais estreito. Há em

geral, mas não constantemente, excitação sexual no momento da exibição e o ato é, em geral,

seguido de masturbação.

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4.4.4. Voyeurismo

Tendência recorrente ou persistente de observar pessoas em atividades sexuais ou íntimas como o

tirar a roupa. Isto é realizado sem que a pessoa observada se aperceba do fato, e conduz

geralmente à excitação sexual e masturbação.

4.4.5. Pedofilia

Preferência sexual por crianças, quer se trate de meninos, meninas ou de crianças de um ou do

outro sexo, geralmente pré-púberes ou no início da puberdade.

4.4.6. Sadomasoquismo

Preferência por uma atividade sexual que implica dor, humilhação ou subserviência. Se o sujeito

prefere ser o objeto de tal estímulo, fala-se de masoquismo; se prefere ser o executante, trata-se de

sadismo. Comumente o indivíduo obtém a excitação sexual por comportamentos tanto sádicos

quanto masoquistas.

■ Masoquismo; ■ Sadismo.

4.4.7. Transtornos múltiplos da preferência sexual

Por vezes uma pessoa apresenta mais de uma anomalia da preferência sexual, sem que nenhuma

delas esteja em primeiro plano. A associação mais frequente agrupa o fetichismo, o travestismo e o

sadomasoquismo.

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4.4.8. Outros transtornos da preferência sexual

Abrangem diversas modalidades da preferência e do comportamento sexual, tais como o fato de

dizer obscenidade por telefone, esfregar-se contra outro em locais públicos com aglomeração, a

atividade sexual com um animal, o emprego de estrangulamento ou anóxia para aumentar a

excitação sexual.

Bolinagem; ■ Necrofilia.

4.5. Transtornos Psicológicos e Comportamentais Associados ao Desenvolvimento Sexual e

à sua Orientação

A orientação sexual por si não deve ser vista como um transtorno.

4.5.1. Transtorno da maturação sexual

O paciente está incerto quanto a sua identidade sexual ou sua orientação sexual, e seu sofrimento

comporta ansiedade ou depressão. Comumente isto ocorre em adolescentes que não estão certos

da sua orientação (homo, hetero ou bissexual), ou em indivíduos que, após um período de

orientação sexual aparentemente estável (frequentemente ligada a uma relação duradoura),

descobrem que sua orientação sexual está mudando.

4.5.2. Orientação sexual egodistônica

Não existe dúvida quanto à identidade ou à preferência sexual (heterossexualidade,

homossexualidade, bissexualidade ou prê-púbere), mas o sujeito desejaria que isto ocorresse de

outra forma, devido a transtornos psicológicos ou de comportamento associados a esta identidade

ou a esta preferência, e pode buscar tratamento para alterá-la.

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Psicopatologia i Concursos PSI

4.5.3. Transtorno do relacionamento sexual

A identidade ou a orientação sexual (hetero, homo ou bissexual) leva a dificuldades no

estabelecimento e manutenção de um relacionamento com um parceiro sexual.

4.5.4. Outros transtornos do desenvolvimento psicossexual

4.6. Outros Transtornos da Personalidade e do Comportamento do Adulto

4.6.1. Sintomas físicos aumentados por fatores psicológicos

Ocorre quando sintomas físicos compatíveis com um transtorno, doença ou incapacidade física,

tornam-se exagerados ou prolongados pelo estado psíquico do paciente. O indivíduo apresenta

habitualmente um sentimento de angústia em resposta à dor ou à incapacidade de ordem física e,

às vezes, com razão, mostra-se preocupado com a possibilidade da persistência ou do

agravamento de sua incapacidade ou de sua dor.

■ Neurose de compensação.

4.6.2. Produção deliberada ou simulação de sintomas ou de incapacidades, físicas ou

psicológicas [transtorno fictício]

Simulação repetida e coerente de sintomas, às vezes com automutilações, no intuito de provocar

sinais ou sintomas. A motivação é obscura e possivelmente de origem interna e visa adotar um

papel ou um status de doente, e frequentemente se associa a grandes transtornos da personalidade

e das relações.

• Paciente itinerante • Peregrino hospitalar • Sindrome de Münchhausen

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CAPÍTULO V

Classificação das Psicopatologias em Síndromes

Psiquiátricas

O termo síndrome se aplica ao agrupamento de sintomas que ocorrem em conjunto, mas que não

caracterizam uma determinada ou única doença. Esse conjunto de sinais e sintomas não precisa,

necessariamente, aparecer por completo, com todas as suas características, em uma só pessoa.

5.1. Quanto à sintomatologia

5.1.1. Síndromes ansiosas

• Sintomas autonômicos - Taquicardia, palpitação, taquipnéia, sensação de falta de ar ou

sufocação, sudorese, boca seca, náusea, micção frequente, dificuldade para engolir, mal-estar

abdominal, eructações, arrepios de frio, ondas de calor, aumento do peristaltismo (diarréia),

flatulência, piloereção, midríase.

• Hiperventilação - Parestesias, tonturas, vertigem, opressão no peito, desrealização,

despersonalização.

• Tensão muscular - Sensação de tensão, dificuldade para relaxar, tremores,

estremecimentos, contraturas, desconforto torácico, cefaléias, dores diversas e inespecíficas.

• Com portam ento - Inquietação, (movimentar as mãos, pernas, investigar o ambiente, andar de

um lado a outro), postura esquiva (evita situações que desencadeiam ansiedade ou medo),

sobressaltos, insônia, irritação.

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• Psíquicos - Nervosismo, apreensão, sensação de que algo ruim vai acontecer, mal-estar

indefinido, insegurança e dificuldades na concentração, sentir-se “nervoso”, no limite ou

mentalmente tenso; medo de perder o controle, de ficar louco, desmaiar ou morrer.

5.1.2. Síndromes depressivas

• Humor disfórico;

❖ Hiporreatividade;

❖ Retardo psicomotor / agitação;

• Hipotimia;

• Apatia;

• Hipomimia;

• Bradipsiquismo;

• Bradilalia;

• Hipobulia;

• Hipoprosexia;

• Diminuição da autoestima e autoconfiança;

• Isolamento social;

• Vivência da falta de sentimento;

• Sentimento de tédio, aborrecimento crônico;

• Indecisão;

• Constipação, palidez, diminuição do turgor da pele;

• Comprometimento nas atividades laborativas e relacionamentos interpessoais;

• Redução da concentração;

Diminuição da libido;

Variação circadiana;

Alteração de sono;

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Alteração de apetite;

Alteração de peso;

Perda de interesse e prazer - anedonia.

• Perda de energia, fadiga fácil;

• Conteúdo do pensamento:

Ideias prevalentes;

Ideias delirantes:

❖ Temática: ruína, culpa, hipocondria, niilismo.

5.1.3. Síndromes maníacas

• Hipertimia;

• Disforia;

• Aumento da psicomotricidade;

• Pressão para o falar / logorréia;

• Fuga de ideias;

• Taquipsiquismo;

• Distraibilidade;

• Desinibição / aumento dos contatos sociais;

• Otimismo excessivo;

• Julgamento comprometido / planos irrealistas;

• Aumento da energia;

• Aumento da libido;

• Pobre controle de impulsos;

• Diminuição do sono;

• Aumento da autoestima;

• Arrogância;

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• Heteroagressividade;

• Tendência a comprar ou dar seus pertences indiscriminadamente;

• Conteúdo do pensamento:

Ideias sobrevalentes;

Ideias delirantes;

❖ Temática: grandeza.

5.1.4. Síndromes psicóticas

Perda do contato com a realidade (interpretação psicodinâmica)

• Alterações da consciência do eu:

• Atividade do eu...................... despersonalização, vivências de influência corporal e psíquica,

inserção do pensamento, roubo do pensamento, interceptação do pensamento;

■ Unidade do eu.........................................vivências psicóticas do duplo eu;

• Identidade do eu................................... vivências delirantes (mudança de personalidade);

• Oposição ao exterior..............difusão do pensamento, telepatia, eco do pensamento;

• Perda do controle sobre seu eu, invasão do mundo a sua intimidade, perda dos

limites egóicos corporais e psíquicos.

• Alterações do juízo de realidade

■ Delírios:

❖ Percepção delirante;

❖ Interpretação delirante;

❖ Ocorrência delirante;

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Psicopatologia I Concursos PSI

❖ Representação delirante;

❖ Humor delirante:

• Ideias delirantes x ideias deliroides.

• Alterações sensoperceptivas

■ Alucinações;

■ Ilusões.

• Alterações da afetividade

• indiferença afetiva;

• Embotamento;

• Esvaziamento afetivo;

■ Ambivalência afetiva;

• Incongruência afetiva;

■ Dissociação ideo-afetiva;

• Afeto pueril.

• Alterações do pensamento

■ Empobrecimento;

• Alogia;

■ Afrouxamento de associações:

❖ Desagregação do pensamento;

*> Perda das relações conceituais;

❖ Desintegração e condensação de conceitos.

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• Alterações da linguagem

■ Diminuição da fluência verbal:

❖ Mutismo;

❖ Empobrecimento;

❖ Neologismos;

❖ Ecolalia;

❖ Palilalia;

❖ Solilóquios.

• Alterações da psicomotricidade

• Agitação;

■ Lentificação;

• Estupor;

’ Maneirismos;

• Catalepsia;

• Flexibilidade cérea;

• Ambitendência;

• Ecopraxia;

• Ecomimia.

• Outras alterações

• Ambivalência volitiva;

■ Autonegligência;

■ Hipobulia;

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Psicopatologia I Concursos PSi

■ Avolição (abulia);

• Isolamento social;

• Negativismo.

5.1.5. Síndromes demenciais

■ Alterações de humor de comportamento;

• Alterações de personalidade;

■ Colocar objetos em lugares equivocados;

■ Déficit de memória;

• Desorientação no tempo e espaço;

• Dificuldades de executar tarefas domésticas;

• Incapacidade de julgar situações;

■ Perda da iniciativa - passividade;

■ Problemas com o raciocínio abstrato;

■ Problema com o vocabulário.

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CAPÍTULO VI

Classificação das Psicopatologias em Transtornos

Psiquiátricos - CID 10

A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a

Saúde, frequentemente designada pela sigla CID (em inglês: International Statistical

Classification of Diseases and Related Health Problems - ICD) fornece códigos relativos à

classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais,

queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças. A cada estado de

saúde é atribuída uma categoria única à qual corresponde um código, que contém até 6 caracteres.

Tais categorias podem incluir um conjunto de doenças semelhantes (OMS, 1997).

A CID é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e é usada globalmente para

estatísticas de morbilidade e de mortalidade, sistemas de reembolso e de decisões automáticas de

suporte em medicina. O sistema foi estruturado para permitir e promover a comparação

internacional da coleção, processamento, classificação e apresentação do tipo de estatísticas supra­

citado. A CID é uma classificação base da Família Internacional de Classificações da OMS (WHO-

FIC)

6.1. Categorias

6.1.5. Transtorno mental orgânico

• Transtornos mentais orgânicos, incluindo sintomáticos (F00 - F09)

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• Transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substância psicoativa (F10 -

19)

6.1.2. Transtorno mental psicótico

• Esquizofrenia, transtornos esquizotípicos e delirantes (F20 - F29)

• Transtornos do Humor (afetivos) (F30 - F39)

6.1.3. Neurose, estresse e transtorno da personalidade

• Transtornos neuróticos, relacionados ao estresse e somatoformes (F40 - F48).

• Síndromes comportamentais associadas a perturbações fisiológicas e fatores físicos (F50 -

F59).

• Transtornos de personalidade e de comportamentos em adultos (F60 - F69).

6.1.4. Infância, adolescência e transtorno do desenvolvimento

• Retardo mental (F70 - F79).

• Transtorno do desenvolvimento psicológico (F80 - F89).

• Transtornos emocionais e de comportamento com início usualmente ocorrendo na infância e

adolescência (F90 - F98).

• Transtorno mental não especificado (F99).

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CAPÍTULO VII

Classificação em Transtornos Psiquiátricos - DSM IV

O DSM-IV organiza cada diagnóstico psiquiátrico em cinco níveis (eixos), relacionando diferentes

aspectos das desordens ou desabilidades (APA, 1994).

7.1. EIXO I

• Transtornos clínicos, incluindo principalmente transtornos mentais, bem como problemas

do desenvolvimento e aprendizado

^ Transtornos geralmente diagnosticados pela primeira vez na infância ou na adolescência

(excluindo retardo mental);

s Delirium, Demência, Transtornos Amnésicos e outros Transtornos Cognitivos;

s Transtornos Mentais devidos a uma condição médica geral;

^ Transtornos relacionados a substâncias;

s Esquizofrenia e outros Transtornos Psicóticos;

s Transtornos do Humor;

^ Transtomos de Ansiedade;

s Transtornos Somatoformes;

^ Transtornos Factícios;

^ Transtornos Dissociativos;

s Transtornos Sexuais e da Identidade de Gênero;

s Transtornos da Alimentação;

s Transtornos do Sono;

s Transtornos do Controle dos Impulsos não classificados em outro local;

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s Transtornos de Adaptação.

É comum o Eixo I incluir transtornos como depressão, ansiedade, distúrbio bipolar, TDAH e

esquizofrenia.

7.2. EIXO II

• Transtornos de personalidade ou invasivos, bem como retardo mental

Grupo A

s Transtorno da Personalidade Paranoide;

s Transtorno da Personalidade Esquizoide;

s Transtorno da Personalidade Esquizotípica.

Grupo B

s Transtorno da Personalidade Antissocial;

s Transtorno da Personalidade Boderline;

s Transtorno da Personalidade Histriónica;

s Transtorno da Personalidade Narcísica.

Grupo C

S Transtorno da Personalidade Esquiva;

S Transtorno da Personalidade Dependente;

s Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva.

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Psicopatologia | Concursos PSI

É comum o Eixo II incluir transtornos como transtorno de personalidade borderline, transtorno de

personalidade esquizoide, transtorno de personalidade antissocial, transtorno de personalidade

narcisista e leve retardo mental.

7.3. EIXO III

• Condições médicas agudas ou desordens físicas

s Doenças Infecciosas e Parasitárias;

S Neoplasias;

s Doenças Endócrinas, Metabólicas, Nutricionais e Transtornos da Imunidade;

s Doenças do Sangue e Órgãos Hematopoiéticos;

s Doenças do Sistema Nervoso e Órgãos Sensoriais;

s Doenças do Sistema Circulatório, Respiratório, Digestivo e Geniturinário;

s Complicações da Gravidez do Parto e do Pós-Parto;

s Doenças da Pele e do Tecido Subcutâneo;

S Doenças do Sistema Musculoesquelético e do Tecido Conjuntivo;

s Anomalias Congênitas;

^ Condições Originadas no período Perinatal;

s Sintomas, Sinais e Condições Mal definidas;

s Ferimentos e Envenenamento.

7.4. EIXO IV

■ Fatores ambientais ou psicossociais contribuindo para desordens

Problemas com o Grupo Primário de Apoio;

s Problemas Relacionados ao Ambiente Social;

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s Problemas Educacionais;

/ Problemas Ocupacionais;

s Problemas de Moradia;

s Problemas Econômicos;

J Problemas com Acesso aos Serviços de Saúde;

s Problemas Relacionados à Interação com o Sistema Judicial;

s Outros Problemas Psicossociais e Ambientais.

7.5. EIXO V

■ Avaliação Global das Funções (Global Assessment of Functioning) ou Escala de Avaliação

Global para Crianças (Children’s Global Assessment Scale) para jovens abaixo de 18 anos (numa

escala de 0 a 100).

7.5.3. Avaliação Global do Funcionamento

O Eixo V serve para indicar o julgamento clinico do nível geral de funcionamento do paciente, sendo

útil para planejar o encaminhamento a ser dado.

' Escala de Avaliação Global do Funcionamento

Considera o funcionamento psicológico, social e ocupacional em um continuum hipotético de saúde

- doença mental. Não devem ser consideradas as limitações funcionais de origem física.

‘ Escala de Avaliação Global do Funcionamento Relacional

É usada para indicar um julgamento geral do funcionamento de uma família ou outro relacionamento

duradouro com um continuum hipotético, indo desde funcionamento competente e favorável até um

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Psicopatologia [ Concursos PSI

relacionamento perturbado e disfuncional. Avalia a capacidade da unidade funcional em satisfazer

as necessidades afetivas e funcionais de seus membros nas seguintes áreas:

s Resolução de problemas;

s Organização;

* Clima Emocional.

• Escala de Avaliação Global do Funcionamento Social e Ocupacional

Considera os funcionamentos social e ocupacional em um continuum, indo desde funcionamento

excelente até funcionamento amplamente prejudicado. Devem ser incluídos prejuízos devido a

limitações físicas e a problemas mentais*

A fim de ser considerado, o prejuízo deve ser uma consequência direta de problemas de saúde

mental ou física, sendo que os efeitos de falta de oportunidades e outras condições ambientais não

devem ser considerados.

7.5.4. Avaliação Global do Funcionamento da Criança

Esta escala deve ser codificada com base no pior nível de funcionamento emocional e

comportamental do paciente nos últimos três meses, selecionando o nível mais baixo que descrever

seu funcionamento em um continuum hipotético de saúde-doença. Os scores vão de 1, que indica o

pior funcionamento, até 100, que é o melhor funcionamento possível. Níveis intermediários podem

ser usados.

O funcionamento atual deve ser considerado, independente do tratamento ou prognóstico. Não

devem ser considerados déficits funcionais físicos, a não ser que estejam claramente relacionados

ao funcionamento emocional.

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Psicopatologia I Concursos PSI

Considerar como o paciente funciona nas seguintes áreas:

(1) no lar, com a família;

(2) na escola;

(3) com amigos;

(4) nas atividades de lazer.

O escore geral deve representar uma média destas quatro áreas.

Nossa experiência na análise de provas nos permite identificar que, na elaboração das questões de

psicopatologia para concursos, existe uma estrutura, segundo a qual, costumeiramente, são

apresentadas as características de uma patologia, ou mesmo função psíquica, a fim de que se

identifique qual das alternativas está relacionada ao relatado. Nestes casos, sempre são colocadas

opções que não fazem parte da categoria solicitada no comando da questão, então, a dica é que

preste extrema atenção ao comando da questão e procure excluir de início as alternativas que não

atendem ao que foi pedido. Esta prática lhe permite ganhar tempo e impede que se confunda na

hora de marcar a resposta certa.

Outra prática frequente é apresentar relatos de casos com a descrição de sintomas. A

recomendação nessas situações é que você grife cada um dos sintomas para evitar confusões e,

em seguida, exclua as opções que não se enquadram no que foi solicitado.

Para demonstrar melhor essas orientações, selecionamos questões de concursos recentes. Nossa

intenção é promover meios para que você perceba quais tópicos são mais habituais e a quais

sutilezas deve estar atento na hora da prova.

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Psicopatologia I Concursos PSf

Questões Gabaritadas

QUESTÃO 01. (SEAD Balneário Camboriú - SC/ 2008) A questão da normalidade e de seus

desvios constitui foco sobre o qual a Psicologia tem se debruçado, desde seus primórdios. A

respeito desta questão, assinale a alternativa correta.

(A) As abordagens da psiquiatria clássica e da psicologia se assemelham quanto a etiologia das

doenças mentais, porém se diferenciam na avaliação do que consideram como normalidade.

(B) A questão encerra complexidade e relatividade presentes nos diferentes modelos sociais,

desvelando o poder da ciência de, a partir do diagnóstico elaborado, decidir sobre o

encaminhamento das condutas “desviantes".

(C) As idéias ou critérios de avaliação das condutas consideradas anormais constroem-se

exclusivamente a partir do desenvolvimento científico das áreas do conhecimento dedicadas a

compreensão do comportamento humano.

(D) Os fatores socioculturais que se localizam na gênese daquilo que se considera normal ou

anormal, bem como aqueles de natureza histórica, são contribuições da Sociologia á Psicologia.

(E) As psicoses e neuroses são consideradas distúrbios de personalidade gerados por fatores

sociais que produzem condutas anormais nos planos afetivo, cognitivo e perceptivo.

QUESTÃO 02. (MPE MG - 2007) Para Jaspers, as vias de acesso ao fato psicológico, a

compreensão e a explicação, são, respectivamente:

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(A) um aprofundamento nos sentidos da doença pelo paciente, ajudado pelo terapeuta, e um juízo

de valor e de realidade que estabelece a ação de superação do fenômeno mórbido.

(B) a tentativa de interpretação e de entendimento dos significados dos sintomas pelo profissional e

sua classificação objetiva e racional em categorias diagnosticas pré-estabelecidas.

(C) a percepção e o sentimento profundo dos sentidos dos sintomas psicológicos pelo doente e a

interpretação desses sintomas no contexto de sua vida particular, com a ajuda do terapeuta.

(D) um esforço de penetração e de intuição do fenômeno mórbido com seu significado, taí como é

considerado pelo enfermo, e uma ação intelectual que interpreta e estabelece laços de causalidade

entre os dados da observação.

QUESTÃO 03. (SES - PB / 2007) Canguilhem se contrapõe a visão funcionalista positivista do

processo saúde - doença. Assinale a visão que se relaciona a concepção do autor:

(A) Uma visão histórico-crítica, que concebe o homem como sendo muito mais que o seu corpo e

que propõe que a normalidade deva ser entendida para além do funcionamento normal do

organismo, incorporando as dimensões histórico-processuais de transformação das necessidades e

idéias, na relação do homem com a vida social.

(B) O processo saúde-doença está relacionado a diversos fatores, que coexistem e têm igual

valoração na determinação de tal processo, remetendo à teoria multicausal da doença.

(C) Concebe a doença como desarmonia, como resultado da perturbação de um estado de

regularidade e de equilíbrio.

(D) O processo saúde-doença tem uma causa predominantemente biológica, centrada no modelo

médico (organicista), baseada no diagnóstico psiquiátrico, que é construído através da observação

de sintomas.

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QUESTÃO 04, (SUSIPE - PAI 2007) Considerando a definição de conceitos relativos à

psicopatologia, relacione a primeira coluna à segunda e, em seguida, assinale a opção

correta.

I - impulso

II - compulsão à repetição

III- benefício primário da doença

IV - agressividade

( ) Entra em consideração na própria motivação da neurose: satisfação encontrada no

sintoma, fuga para a doença, modificação vantajosa das relações com o meio.

( ) Designa o aparecimento súbito, sentido como urgente, de uma tendência a realizar este

ou aquele ato, que se executa para além de qualquer controle e geralmente sob o domínio da

emoção.

( ) Tendência ou conjunto de tendências que se atualizam em comportamentos reais ou

fantasmáticos, os quais prejudicam outrem, destruindo-os, constrangendo-os, humilhando-

os etc.

( ) Processo incoercível e de origem inconsciente, pelo qual o indivíduo se coloca

ativamente em situações penosas, repetindo assim experiências antigas sem se lembrar do

protótipo e tendo, pelo contrário, a impressão muito viva de que se trata de algo plenamente

motivado na atualidade.

A seqüência correta é

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(A) II, I, III, IV.

(B) III, I, IV, II.

(C) III, II, I, IV.

(D) IV, 11,111,1.

QUESTÃO 05. (Prefeitura de Pelotas - RS/ 2008) De acordo com o DSM-IV-TR, os

Transtornos de Personalidade “ caracterizam-se por apresentar um padrão global e

persistente de vivência íntima ou comportamento que se desvia acentuadamente das

expectativas da cultura do indivíduo, é generalizado e inflexível, tendo seu inicio na

adolescência ou no início da idade adulta, é estável ao longo do tempo e provoca sofrimento

ou prejuízo

Sintomas como: afeto inadequado ou constrito; não ter amigos íntimos ou confidentes,

exceto parentes em primeiro grau; idéias de referência (exceto delírios de referência),

aparência ou comportamento esquisito, peculiar ou excêntrico; ansiedade social excessiva

que não diminui com a familiaridade e tende a estar associada com temores paranóides, em

vez de julgamentos negativos acerca de si próprio e que não ocorra exclusivamente durante

o curso de Esquizofrenia; Transtorno do Humor com características psicóticas, outro

Transtorno Psicótico ou um Transtorno Global do Desenvolvimento, caracterizam o

Transtorno:

(A) de Personalidade Anti-social.

(B) Delirante.

(C) de Personalidade Esquiva.

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(D) de Personalidade Esquizotípica.

(E) de Personalidade Narcisista.

QUESTÃO 06. (Prefeitura de Bom Jardim - RJ / 2007) Sobre os sintomas de um paciente

quando submetido a um adequado diagnóstico psicopatológico, não é correto afirmar:

(A) nas alucinações, o indivíduo percebe objetos inexistentes como reais;

(B) os delírios são alucinações às quais são atribuídos significados;

(C) as alucinações, muitas vezes, são acompanhadas de delírios;

(D) as idéias deliróides são delírios secundários;

(E) as alucinações cinestésicas têm a ver com falsas percepções relativas aos órgãos internos.

QUESTÃO 07. (SEAD Balneário Camboriú - SC/ 2008) Sobre o campo da Psicopatologia,

assinale a alternativa incorreta.

(A) Nesse campo, é clássico considerar-se que perturbações psíquicas nas crianças sejam mais

freqüentes em número e mais variadas em espécie do que nos adultos, incidência que é

incrementada pela circunstância de dependência em relação ao{s) cuidador (es) e pelos esforços e

tensões do seu próprio desenvolvimento.

(B) As principais perturbações, distúrbios ou desordens do desenvolvimento infantil, que podem

desencadear condutas neuróticas, concentram-se em redor do sono, alimentação, eliminação e

estabelecimento de vínculos.

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(C) Pavores arcaicos, como o medo do escuro, da solidão e de estranhos, por exemplo, expressam

a fragilidade do superego infantil imaturo diante de impressões desconhecidas, as quais não podem

ser dominadas e assimiladas.

(D) As tensões manifestas no sono, na alimentação, no treino dos esfíncteres e na vinculação

sofrem a influência de antagonismos existentes entre as inclinações e/ou necessidades naturais da

criança e os atuais hábitos culturais ou sociais.

(E) A anorexia da segunda infância é um mecanismo de recusa alimentar que se organiza sob a

forma de oposição frente a rigidez dos pais e também sob o modo de escolha dos alimentos.

QUESTÃO 08. (Pref. CONTAGEM - MG/ 2005) As afirmativas abaixo são críticas comumente

feitas aos manuais de psiquiatria (DSM e CI(D), considerados como manuais de diagnóstico,

EXCETO:

(A) São uma inversão do procedimento psiquiátrico, no âmbito da ética médica, em que os

medicamentos determinam os diagnósticos e servem ao discurso capitalista.

(B) São uma opção pela descrição e comunicação dos transtornos entre colegas de trabalho.

(C) Os manuais de diagnóstico são a-teóricos e qualquer hipótese etiopatogênica é excluída, assim

como o conceito de doença.

(D) Os manuais de diagnóstico descrevem fenômenos relatados pela psiquiatria clássica sem a

contextualização sócio-histórica dos pacientes.

QUESTÃO 09. (TJ - DFT/ 2008) A partir de 1952, o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico

dos Distúrbios Mentais, em sua quarta revisão) substituiu os conceitos de psicose, neurose e

perversão pela noção de distúrbio. Na segunda revisão de classificação das doenças (CID-

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10), a OMS definiu os distúrbios mentais e do comportamento segundo os mesmos critérios

do DSM-IV. Considerando essas classificações, dois pacientes, um diagnosticado com

distúrbio dissociativo e outro, com diagnóstico de perturbação do curso do pensamento,

podem apresentar, respectivamente

Neurose histérica e esquizofrenia. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Transtorno obsessivo compulsivo e paranóia. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Personalidade múltipla e melancolia. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Neurose e psicose. ( ) CERTO ( ) ERRADO

Transtorno de pânico e perversão. ( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 10. (Polícia Civil - PA I 2007) Lucíola acabou de sair de uma clínica psiquiátrica,

onde, pela segunda vez, foi tratada de um surto delirante. Ela se queixa de se sentir observada

e perseguida na rua e da persistência de alucinações psíquicas: “ ouço vozes, queria eu ter

uma cabeça silenciosa” . Diz de seu pai, violento e autoritário: “ nunca lhe perdoarei por ter

sempre batido em minha mãe. Não posso respeitá-lo, nem amá-lo. Nunca foi um pai para mim.

O que fez a minha mãe não posso justificar. Mas, minha mãe ficou com ele, nunca disse nada.

Talvez eia gostasse disso” . Na situação hipotética acima e à luz da psicopatologia clínica, o

diagnóstico mais provável é:

(A) neurose.

(B) fobia.

(C) psicose.

(D) episódio delirante.

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QUESTÃO 11. (SAAE de Sorocaba - SP / 2008) Despersonalização do self, ou dissociação da

auto-imagem, é usualmente considerada um sintoma neurótico ou até psicótico. É a condição

na qual o self torna-se estranho, distante ou irreal. Esses pacientes hiperpersonalizam e

subjetivam excessivamente toda experiência, acreditando-se causa de tudo que acontece ao

seu redor. Esse tipo de auto-enfoque pode levar a transtornos como

(A) distimia e introspecção subjetiva.

(B) pensamento vago e excessivamente metafórico.

(C) erotização em situações não convencionais.

(D) agressividade e crueldade.

(E) sentimentos de esvaziamento e autolesão.

QUESTÃO 12. (TRE - SE/ 2007) A desorientação alopsíquica, no det/rium tremens, é uma

conseqüência de falsas percepções, de alucinações e de vivências oníricas ligadas à

obnubilação da consciência, o que determina a

(A) a dificuldade de estabelecer contatos interpessoais.

(B) a encefalite virai.

(C) o nível de alcoolismo.

(D) presença de manias.

(E) fabulação delirante.

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QUESTÃO 13. (CHESF - 2007) O caso a seguir exemplifica alterações do raciocínio como

conseqüência de perturbação das operações psíquicas do pensar: “Perdi de todo a memória,

já não sou capaz de acompanhar uma conversa. Sinto-me como que paralisado, não entendo

mais nada, estou completamente abobado. Não consigo dizer, de modo algum , qual é o

conteúdo do que leio e do que ouço”. Assinale a alteração que corresponde corretamente ao

caso:

(A) Inibição do pensamento.

(B) Fuga de idéias.

(C) Pensamento vago.

(D) Interceptação do pensamento

(E) Compulsão a pensar.

QUESTÃO 14. (TRE - SE 2007) Todos se sentam juntos para comer, homens e mulheres. É

um lugar bem grande. A quantidade que me dão para comer, não poderia comer. Tentei ser

apresentável, exemplar. O que me deram para comer, eu me sentava e comia devidamente,

procurava fazer o certo. O material da comida que dão, parecia não estar bem depois do

tempo-era velho. Todas as outras mulheres receberam muita comida ou comidas e comeram

tudo. Então pensei que talvez alguma outra coisa estivesse errada com vocês.

Essa fala é de uma paciente que revela dificuldade para encontrar as palavras e tendência à

(A) prolixidade.

(B) oligofrenia.

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(C) perseveração.

(D) delírio esquizofrênico.

(E) angústia.

QUESTÃO 15. (TRT 23a REGIÃO/ 2007) Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de

Transtornos Mentais (DSM-IV-TR), um transtorno de personalidade é um padrão persistente

de vivência íntima ou comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da

cultura do indivíduo, é generalizado e inflexível, tem início na adolescência ou no começo

da idade adulta, é estável ao longo do tempo e provoca sofrimento ou prejuízo. O transtorno

de personalidade esquizóide é um padrão de:

(A) Instabilidade nos relacionamentos interpessoais, auto-imagem e afetos, bem como acentuada

impulsividade.

(B) Desconforto agudo em relacionamentos íntimos, distorções cognitivas ou da percepção e

comportamento excêntrico.

(C) Grandiosidade, necessidade por admiração e falta de empatia.

(D) Distanciamento dos relacionamentos sociais, com uma faixa restrita de expressão emocional.

(E) Inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliações negativas.

QUESTÃO 16. (SES - RO / 2003) A paranóia é uma psicose caracterizada, sobretudo por

ilusões fixas de perseguição e grandeza. É um sistema delirante e durável no qual o

comportamento manifesto expressa:

(A) Agressão incontida e busca de afeto de forma compulsiva.

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(B) Ecocêntrismo e incapacidade de afeição para consigo próprio.

(C) Desconfiança e agressão, principalmente àqueles por quem nutre ressentimentos profundos.

(D) Preocupação em defender os direitos que delira possuir, buscando ajuda de alguém “confiável".

(E) Desconfiança patológica e agressividade controlada.

QUESTÃO 17. (TRF 3a REGIÃO - 2007) Segundo a Classificação de Transtornos

Mentais e de Comportamento da CID-10, o transtorno de personalidade paranoide

(F60.0) aponta, entre os itens que o caracterizam,

(A) atitude flagrante e persistente de irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e

obrigações sociais; baixa tolerância à frustração e baixo limiar para descarga de agressão, incluindo

violência; incapacidade de experimentar culpa e de aprender com a experiência.

(B) indiferença aparente a elogios e críticas; frieza emocional, afetividade distanciada ou embotada;

preferência quase invariável por atividades solitárias e falta de amigos íntimos ou de

relacionamentos confidentes (ou ter apenas um) e desejo de tais relacionamentos.

(C) sensibilidade excessiva a contratempos e rejeições; tendência a guardar rancores

persistentemente, isto é, recusa a perdoar insultos e injúrias ou desfeitas; um combativo e obstinado

senso de direitos pessoais em desacordo com a situação real.

(D) autodramatização, teatralidade, expressão exagerada de emoções; afetividade superficial e lábil;

sedução inapropriada em aparência ou comportamento.

(E) preocupação com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou esquemas; insistência não

razoável por parte do paciente para que os outros se submetam exatamente à sua maneira de fazer

as coisas ou relutância não razoável em permitir que os outros façam as coisas; rigidez e teimosia.

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QUESTÃO 18. (TRF 3a REGIÃO - 2007) Segundo a Classificação de Transtornos Mentais e de

Comportamento da CID-10, o transtorno de personalidade paranoide (F60.0) aponta, entre os

itens que o caracterizam,

(A) atitude flagrante e persistente de irresponsabilidade e desrespeito por normas, regras e

obrigações sociais; baixa tolerância à frustração e baixo limiar para descarga de agressão, incluindo

violência; incapacidade de experimentar culpa e de aprender com a experiência.

(B) indiferença aparente a elogios e críticas; frieza emocional, afetividade distanciada ou embotada;

preferência quase invariável por atividades solitárias e falta de amigos íntimos ou de

relacionamentos confidentes (ou ter apenas um) e desejo de tais relacionamentos.

(C) sensibilidade excessiva a contratempos e rejeições; tendência a guardar rancores

persistentemente, isto é, recusa a perdoar insultos e injúrias ou desfeitas; um combativo e obstinado

senso de direitos pessoais em desacordo com a situação real.

(D) autodramatização, teatralidade, expressão exagerada de emoções; afetividade superficial e lábil;

sedução inapropriada em aparência ou comportamento.

(E) preocupação com detalhes, regras, listas, ordem, organização ou esquemas; insistência não

razoável por parte do paciente para que os outros se submetam exatamente à sua maneira de fazer

as coisas ou relutância não razoável em permitir que os outros façam as coisas; rigidez e teimosia.

QUESTÃO 19. (TRE - AP / 2007) Lourdes tem 35 anos de idade e desde a adolescência

apresenta muitos problemas pessoais e relacionais, tornando a vida em família muito difícil e

reduzindo muito suas relações sociais. Entre os comportamentos mais problemáticos de

Lourdes, destacam-se a constante desvalorização das pessoas que não correspondem a

suas expectativas sempre idealizadas, o comportamento sedutor e sexualmente provocativo

com mudanças constantes de parceiro, as manifestações de raiva desproporcionais ao fato,

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a instabilidade emocional, a automutilação e o uso de substâncias ilícitas. Diante desse

quadro hipotético, é correto concluir que Lourdes apresenta um transtorno de personalidade

do tipo:

(A) paranóíde.

(B) anti-social.

(C) dependente.

(D) borderline.

(E) histriónica.

QUESTÃO 20. (TRT 23a REGIÃO - 2007) Na Classificação de Transtornos Mentais e de

Comportamento da CID - 10, as fobias específicas (isoladas) são apontadas como fobias

restritas a situações altamente específicas tais como proximidade a determinados animais,

altura, trovão, escuridão, voar, espaços fechados, urinar ou evacuar em banheiros públicos,

comer certos alimentos, dentista, visão de sangue ou ferimentos e medo de exposição a

doenças específicas. No diagnóstico diferencial, encontra-se que é usual

(A) haver uma manifestação precoce de um transtorno primariamente depressivo.

(B) haver uma modificação na ênfase ou estabilidade das queixas físicas, com possível surgimento

de doença física.

(C) não haver outros sintomas psiquiátricos, em contraste com a agorafobia e fobias sociais.

(D) a atenção estar dirigida mais à presença de um processo mórbido subjacente sério e

progressivo e às suas conseqüências incapacitantes.

(E) aparecimento de qualidades bizarras das crenças, com delírios somáticos e depressivos.

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QUESTÃO 21. (TRT 23a REGIÃO/ 2007) Segundo a Classificação de Transtornos Mentais e de

Comportamento da CID -10, os aspectos essenciais do transtorno de pânico são

(A) ataques recorrentes e imprevisíveis de ansiedade grave.

(B) ansiedade generalizada e persistente e queixas de sentimentos contínuos de depressão.

(C) ansiedade leve e depressão.

(D) pensamentos obsessivos ou atos compulsivos recorrentes.

(E) perda temporária tanto do senso de identidade pessoal quanto da consciência plena do

ambiente.

QUESTÃO 22. (Pref. Amargosa - BA / 2006) No filme “ O Aviador” , o diretor Martin Scorsese

conta a história de Howard Hughes, uma das figuras mais envolventes do século XX, um

inovador influente, industrial astuto, produtor de filmes, mas que sofria de transtorno

obsessivo-compulsivo. São características deste tipo de transtorno psicológico:

(A) respiração acelerada, boca seca e aumento dos batimentos cardíacos.

(B) sentimentos de terror e desamparo, pesadelos e falta de concentração.

(C) tristeza intensa com interferência em habilidades básicas e nas sensações de prazer ou

interesse pela vida.

(D) pensamento acelerado, mudança abrupta de assunto, com fuga de idéias.

(E) ansiedade difusa criada pela intrusão recorrente e incontroláveí de pensamentos e impulsos

para realizar rituais sem sentido.

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QUESTÃO 23. (SGA - ACRE/ 2006) Uma jovem de 19 anos de idade queixa-se de episódios

recorrentes de comer compulsivo seguido de vômitos, uso excessivo de laxantes ou exercícios e

nega qualquer outra queixa ou diagnostico médico. Assinale a opção correta acerca do provável

diagnóstico para esse caso hipotético.

(A) bulimia nervosa tipo purgativo

(B) anorexia nervosa tipo restritivo

(C) transtorno do comer compulsivo periódico

(D) transtorno do jejum voluntário

QUESTÃO 24. (Prefeitura de Bom Jardim - RJ/ 2007) A bulimia é um distúrbio alimentar no

qual os pacientes:

I - apresentam ingestão compulsiva de alimentos seguida de vômitos provocados.

II - apresentam ingestão compulsiva de alimentos, seguida de diferentes técnicas para não

aumentar o peso, como abuso de exercícios ou uso de laxantes.

III - não costumam apresentar um aumento do consumo de substâncias químicas.

IV - não costumam apresentar co-morbidades.

Assinale as afirmativas corretas:

(A) apenas I

(B) apenas II;

(C) apenas I e II

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(D) apenas I e IV;

(E) apenas I, II e III.

QUESTÃO 25. (SAAE de Sorocaba - SP / 2008) Os transtornos situados na fronteira mente-

corpo encontram-se classificados no DSM-IV, como Transtornos Somatoformes. Os

Transtornos Somatoformes estão divididos em Transtorno de Somatização, Transtorno

Somatoforme Indiferenciado, Transtorno Conversivo, Transtorno Doloroso, Hipocondria,

Transtorno Dismófico Corporal e Transtorno de Somatização sem outra especificação. O

transtorno conversivo diz respeito a

(A) sintomas ou déficits inexplicáveis que afetam a função motora ou sensorial voluntária.

(B) preocupações com o medo ou a idéia de ter uma doença grave, com base em uma interpretação

errônea de sintomas ou funções.

(C) queixas fisicas inexplicáveis, com duração mínima de seis meses, abaixo do limiar para um

diagnóstico de transtorno psicológico.

(D) queixas de dores indiscriminadas e sentimentos de fragilidade e vulnerabilidade.

(E) ansiedades exacerbadas em razão dos delirius que afetam a compreensão dos fatos.

QUESTÃO 26. (SESA - CEI 2006) Em relação ao transtorno de somatização, assinale a alternativa

FALSA.

(A) O achado básico nos pacientes com transtorno de somatização são as múltiplas queixas físicas.

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(B) Pacientes portadores desse tipo de distúrbio tendem a responder bem ao processo

psicoterápico.

(C) A evolução do transtorno de somatização é crônica resultando em buscas incessantes de

diagnóstico e tratamento.

(D) Dependendo dos recursos terapêuticos de cada serviço, bem como da motivação dos pacientes,

a grupoterapia seria uma alternativa terapêutica.

QUESTÃO 27. (SES - PI / 2003) O paciente que se remete, recorrentemente, à possibilidade de

sofrer uma doença grave, reinterpretando nesse sentido sinais normais do funcionamento

corporal, apresenta um quadro de:

(A) depressão;

(B) mania;

(C) distimia;

(D) alexitimia;

(E) hipocondria.

QUESTÃO 28. (SESA - CE/ 2006) Assinale a alternativa FALSA em relação às características de

indivíduos portadores de transtorno hipocondríaco.

(A) Relatam a preocupação de que irão ter ou que já possuem uma doença grave apesar de

saberem de avaliações médicas contrárias a essa percepção.

(B) Pacientes com hipocondria apresentam como comorbidade os transtornos de humor ou de

ansiedade.

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(C) Estudos sugerem que o uso de fluoxetina e clomipramina produzem bons resultados em

pacientes hipocondríacos a partir de relatos de estudos de caso.

(D) Não existem evidências que demonstrem a relação entre hipocondria e personalidade

obsessivo-compulsiva.

QUESTÄO 29. (SESA - CE/ 2006) A respeito dos transtornos bipolares, assinale a alternativa

FALSA.

(A) Existem evidências de que eventos estressantes de vida podem precipitar episódios maníacos

ou depressivos.

(B) Por conta das boas respostas ao uso do lítio as taxas de não aderência ao uso deste

medicamento são pouco significativas.

(C) Os objetivos principais dos cuidados psicoterápicos são o de reduzir o sofrimento do paciente,

melhorar seu funcionamento entre as crises e diminuir a freqüência de episódios futuros.

(D) São poucas as evidências de que haja, por enquanto, maior efetividade e especificidade das

diferentes formas de psicoterapia entre si para pacientes bipolares.

QUESTÃO 30. (INSS/ 2008) Márcia, que tem 16 anos de idade e é filha de pais separados,

mora com a mãe e a avó. Ultimamente, ela vem apresentando um quadro de ansiedade, com

intenso medo de sair de casa, de ficar sozinha, inclusive; só o fato de pensar nessa

possibilidade desencadeia crise de falta de ar e taquicardia, associada com intenso tem or de

m orrer. Nos momentos em que sente falta de ar e taquicardia, ela solicita que a levem ao

pronto-socorro de imediato, porém, em todas essas ocasiões, nenhuma causa orgânica é

identificada. Sua mâe relata que há um ano Márcia decidiu parar de estudar, m ostrando

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desejo de mudar de país. Nos últimos meses, Márcia tem passado grande parte do tempo

fazendo companhia a uma prima de sua idade em tratamento oncológico e muito deprimida, a

quem Márcia vem tentando ajudar.

Com referência ao caso hipotético apresentado no texto, é correto afirmar que o diagnóstico

indicativo do quadro de Márcia inclui:

( ) estado depressivo não-psicótico.

( ) melancolia simples.

( ) estado melancólico presente em um quadro psicótico.

( ) depressão neurótica.

( ) transtorno bipolar.

( ) hipocondria moral.

QUESTÃO 31. (Prefeitura de Itabira - MG/ 2008) Segundo a classificação atual de transtornos

mentais da OMS (citada por Dalgalarrondo, 2000), os transtornos de personalidade são

definidos por uma série de características.

Analise as seguintes afirmativas concernentes às características dos transtornos de

personalidade.

I. Geralmente surgem na infância ou adolescência e tendem a permanecer estáveis ao

longo da vida.

II. Afetam muitos aspectos do psiquismo e da vida social do indivíduo, não se restringindo a

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um tipo de reação.

III. Em geral, esses transtornos levam a algum grau de sofrimento, mas que se tornam

perceptíveis apenas tardiamente na vida do paciente.

IV. São geralmente relacionados a uma lesão cerebral ou a outro transtorno psiquiátrico

específico.

A partir dessa análise, pode-se concluir que estão CORRETAS

(A) apenas as afirmativas III e IV.

(B) apenas as afirmativas I, II e III.

(C) apenas as afirmativas I e II.

(D) todas as afirmativas.

QUESTÃO 32. (CHESF - 2007) O depoimento a seguir expressa um tipo de vivência delirante

primária: “ O enfermo pensa: eu sou filho de D. Pedro I, pois quando o Imperador passou a

cavalo, às margens do rio Ipiranga, naquele ato de alguns anos atrás, olhou justamente para o

lado em que eu me encontrava” Identifique a alternativa que expressa esse tipo de vivência

delirante primária:

(A) Percepções delirantes.

(B) Representações delirantes.

(C) Cognições delirantes.

(D) Humores delirantes.

(E) Idéias delirantes.

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QUESTÃO 33. (Estado do Rio de Janeiro / 2008) Nos quadros patológicos de alteração da

consciência, pode-se encontrar um rebaixamento da consciência em grau leve ou moderado,

provocando uma diminuição do grau de clareza sensorial com lentidão de concentração,

levando o pensamento à ligeira confusão. A esse estado dá-se o nome de:

(A) desorientação temporal.

(B) obnubilação da consciência.

(C) sopor.

(D) amência.

(E) dissociação da consciência.

QUESTÃO 34. (Prefeitura Municipal de Serra - ES/ 2004) As alterações qualitativas da

sensopercepção, em que há uma vivência de percepção do objeto, sem que este objeto

esteja presente, ou seja, sem o estímulo perceptivo, são definidas como:

(A) ilusões;

(B) delírios;

(C) alucinações;

(D) pseudo - alucinações;

(E) delirium.

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QUESTÃO 35. (Prefeitura de Pelotas - RS/ 2008) O exame das funções mentais é um

importante recurso nas decisões terapêuticas e também no que se refere à compreensão do

paciente. Relacione as colunas abaixo, considerando a função mental e sua patologia.

I. Linguagem ( ) aprosexia, hipoprosexia

II. Pensamento ( ) alexia, afasia

III. Atenção ( ) hiperestesias, hipoestesias

IV. Senso-percepção ( ) lentificação, desagregação

Assinale a alternativa que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo.

A) II, IV, III e I

(B) II, 111,1 e IV

(C) III, I, IV e II

(D) IV, II, III e I

(E) III, II, IV e I

QUESTÃO 36. (CODECIR/ 2007) A Classificação Internacional das Doenças, CID X, relaciona

alguns transtornos decorrentes do stress grave. A respeito da reação aguda ao stress,

assinale a alternativa correta.

(A) Trata-se de um transtorno transitório cujas manifestações surgem imediatamente após um

evento traumático e costumam se prolongar por um período de meses, ou mesmo anos.

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(B) Sua ocorrência e gravidade dependem essencialmente da magnitude do evento estressor, não

sofrendo influência de fatores de vulnerabilidade individual.

(C) Sua sintomatologia, tipicamente mista, comporta um estado de aturdimento e desorientação,

freqüentemente acompanhado de manifestações neurovegetativas.

(D) Entre suas manifestações a longo prazo, encontram-se o humor depressivo, as crises de

ansiedade e os transtornos de conduta.

(E) Acontece com maior freqüência em crianças e idosos, sendo rara sua ocorrência entre adultos

jovens.

QUESTÃO 37. (CHESF/ 2002) O DSM-III apresenta problemas relativos à confiabilidade para o

diagnóstico de transtornos da personalidade, em função das imprecisões nos critérios

utilizados, o que exige do psicólogo uma atitude clínica. Em relação a tais transtornos,

assinale a opção incorreta.

(A) O transtorno de personalidade constitui um estado emocional mais que uma característica

permanente de funcionamento psíquico.

(B) É difícil diferenciar uma personalidade limítrofe de um distúrbio afetivo.

(C) A falta de empatia pode estar presente em diferentes transtornos de personalidade.

(D) A depressão tem relação com o transtorno de personalidade autodestrutivo.

(E) Os distúrbios de personalidade estão relacionados à propensão do indivíduo a responder de

maneira específica a certas situações.

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QUESTÃO 38. (TJ/AP-2009) O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-

IV-TR) aponta que o Transtorno de Despersonalização é caracterizado por

(A) um sentimento persistente ou recorrente de estar distanciado dos próprios processos mentais

ou do próprio corpo, acompanhado por um teste de realidade intacto.

(B) estados de personalidade distintos ou pela presença de duas ou mais identidades que

assumem recorrentemente o controle do comportamento do indivíduo, acompanhada por uma

incapacidade de recordar importantes informações pessoais e demasiadamente extensa para ser

aplicada pelo esquecimento normal.

(C) uma viagem súbita e inesperada para longe de casa ou do local habitual de trabalho,

acompanhada por uma incapacidade de recordar o próprio passado e confusão acerca da

identidade pessoal ou adoção de uma nova identidade.

(D) uma incapacidade de recordar informações pessoais importantes, em geral de natureza

traumática ou estressante, demasiadamente extensa para ser aplicada pelo esquecimento normal e

é um transtorno caracterizado pela fragmentação da identidade mais do que pela proliferação de

personalidades separadas.

(E) ser transtorno cuja característica predominante é um sintoma dissociativo, não reúne os

critérios para qualquer Transtorno Dissociativo específico.

QUESTÃO 39. (TJ/AP-2009) Segundo a Classificação de Transtornos Mentais e de

Comportamento da CID-10, estados de angústia subjetiva e perturbação emocional,

usualmente interferindo com o funcionamento e o desempenho sociais e que surgem em um

período de adaptação a uma mudança significativa de vida ou em consequência de um

evento de vida estressante (incluindo a presença ou possibilidade de doença física séria)

correspondem aos Transtornos de

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(A) pânico.

(B) estresse pós-traumático.

(C) ansiedade generalizada.

(D) ajustamento.

(E) somatização.

QUESTÃO 40 (TRT3/ 2009) Segundo a classificação de transtornos mentais e de comportamento

da CID -10, a diferenciação entre transtorno Obsessivo-compulsivo e um transtorno depressivo

pode ser difícil porque esses dois tipos de sintomas muito frequentemente ocorrem

(A) atenuados.

(B) separados.

(C) ocasionalmente.

(D) alternados.

(E) juntos.

QUESTÃO 41. (TRT3/2009) O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-

IV-TR) aponta que a característica essencial do Transtorno Psicótico Breve consiste em uma

perturbação que envolve o início súbito de pelo menos um dos seguintes sintomas

psicóticos positivos: delírios, alucinações, discurso desorganizado, ou comportamento

amplamente desorganizado ou

(A) catatônico.

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(B) depressivo.

(C) fóbico.

(D) perverso.

(E) maníaco.

QUESTÃO 42. (TRE/SP/ 2004) O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (ou

DSM-IV) aponta como critério diagnóstico para identificar a Bulimia Nervosa (307.51), a

presença de

(A) episódios de hipofagia e métodos compensatórios inadequados para evitar perda de peso, além

de queixa de dificuldade para manter o sono, decorrente da presença de pesadelos.

(B) comportamento compensatório inadequado e recorrente, com o fim de prevenir o aumento de

peso, como indução de vômito, uso indevido de laxantes, diuréticos, enemas ou outros

medicamentos, jejuns ou exercícios excessivos.

(C) episódios recorrentes de compulsividade para comer e comportamentos inadequados para

evitar perda de peso.

(D) queixa de dificuldade para iniciar ou manter o sono.

(E) ocorrência repetida de sonhos assustadores que levam ao despertar.

QUESTÃO 43. (TRE/SP/2004) A Esquizofrenia simples é indicada, na Classificação de

Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10 (F20.6), como

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(A) perturbações psicomotoras proeminentes que podem se alternar entre extremos, como

hipercinesia e estupor ou obediência automática, e negativismo; atitudes e posturas forçadas podem

ser mantidas por longos períodos.

(B) um transtorno no qual sintomas esquizofrênicos e maníacos são ambos proeminentes no

mesmo episódio de doença, sendo que a anormalidade do humor assume usualmente a forma de

elação, acompanhada por aumento da auto-estima e idéias grandiosas, mas, às vezes, excitação e

irritabilidade são mais óbvias e estão acompanhadas de comportamento agressivo e idéias

persecutórias.

(C) transtornos psicóticos que não satisfazem os critérios para esquizofrenia ou para tipos psicóticos

de transtornos e humor (afetivos) e transtornos psicóticos que não satisfazem os critérios

sintomatológicos para transtorno delirante persistente.

(D) transtornos episódicos, nos quais ambos os sintomas, afetivos e esquizofrênicos, são

proeminentes no episódio de doença, preferivelmente de forma simultânea ou, pelo menos, distam

poucos dias uns dos outros.

(E) um transtorno incomum, no qual há desenvolvimento insidioso mas progressivo de conduta

estranha, incapacidade para atender às exigências da sociedade e declínio no desempenho total,

sendo que delírios e alucinações não são evidentes e o transtorno é menos obviamente psicótico do

que os subtipos hebefrênico, paranoide e catatônico da esquizofrenia.

QUESTÃO 44. (METRO/2007) A Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento

da CID-10 considera que o Transtorno Delirante (F22.0) é caracterizado pelo

desenvolvim ento de um delírio

(A) associado a outro, que permanece pelo período de aproximadamente três meses.

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(B) isolado ou de um conjunto de delírios relacionados entre si, que são usualmente persistentes e

muitas vezes duram toda a vida.

(C) isolado ou de um conjunto de delírios, que não são usualmente persistentes e muitas vezes

duram alguns meses.

(D) continuado, que permanece pelo período de aproximadamente um ano, para ser considerado

verdadeiramente um transtorno.

(E) recorrente, com intervalos de aproximadamente um ou dois meses entre cada episódio delirante

e outro.

QUESTÃO 45. (UFPR/ 2009) A Associação Americana de Psiquiatria apresenta atualizações

constantes do DSM que oferecem informações sobre o diagnóstico e o tratamento dos

transtornos mentais. O DSM-IV compõe-se de cinco eixos referenciais que se relacionam a

diferentes aspectos da patologia descrita. Sobre esses eixos, é correto afirmar:

(A) O primeiro refere-se a desordens da personalidade, inclusive deficiência mental.

(B) O segundo refere-se ao conjunto dos principais transtornos mentais e do desenvolvimento.

(C) O terceiro se refere a condições médicas agudas e físicas .

(D) O quarto refere-se aos problemas encontrados em crianças e adolescentes .

(E) O quinto estrutura os fatores psicossociais e ambientais que contribuem para o transtorno.

QUESTÃO 46. (HC/UFPR-2009) Existem cerca de 42 diagnósticos de transtornos descritos pelo

DSM-IV que ocorrem primeiramente durante a infância e a adolescência. A literatura revela

que existem fatores protetores desses transtornos que devem ser observados pelos

profissionais de saúde. Assinale a alternativa que apresenta um desses fatores.

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(A) Famílias de bom nível socioeconômico.

(B) Bom desempenho intelectual e acadêmico da criança ou adolescente.

(C) Temperamento tímido e observador da criança ou adolescente.

(D) História familiar de tratamentos bem sucedidos.

(E) Famílias em que a mãe não trabalha

QUESTÃO 47. (FUB/ 2009) Crianças com notável capacidade de raciocínio lógico, com

domínio exclusivo de cálculo matemático e com dificuldade de se relacionar apresentam

sinais da síndrome de Asperger, segundo o DSM-IV.

( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 48. (FUBI 2009) Segundo o DSM-IV, o autismo é uma síndrome de causalidade

inata, puramente genética, sem nenhuma origem psicológica.

( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 49. (SESC/PB-2009) Numa empresa de serviços, Marcos, que trabalha há 13 anos

como atendente, procura um serviço de saúde mental, encaminhado pelo médico do

trabalho. Durante a entrevista inicial de triagem, relata que, em suas atividades de trabalho,

seus colegas estão sempre lhe observando, fazendo comentários desagradáveis e

pejorativos a seu respeito, o que ele percebe pelo jeito como eles olham e dão risadas às

vezes. Não sabe o porquê destas atitudes, pois antes eram amigos e até costumavam

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programar atividades sociais juntos. Suspeita que, talvez, tenha sido pelas mensagens que

andou recebendo pelos jornais e pelo rádio, ouvia coisas muito sérias a respeito dele, e só

ele era capaz de compreender. Outro dia, no seu ambiente de trabalho, estava tentando ouvir

as notícias sobre ele no rádio, mas ninguém conseguia ouvir nada e, então, riram muito dele.

Frente a esses comportamentos, foi levado ao médico da organização que achou que ele

estaria estressado e o encaminhou para o hospital a fim de se estabelecer um procedimento.

Se você estivesse fazendo essa entrevista de triagem, qual seria a hipótese diagnostica e o

encaminhamento mais coerente, de acordo com os critérios propostos pelo DSM-IV?

(A) Transtorno de personalidade grave e psicoterapia de grupo.

(B) Transtorno depressivo maior agudo e avaliação em grupo.

(C) Transtorno obsessivo-compulsivo e psicanálise.

(D) Transtorno psicótico e avaliação psiquiátrica.

(E) Transtorno narcisista de personalidade e intervenção em grupo.

QUESTÃO 50. (Pref. São José/SC-2006) Um jovem do sexo masculino é encaminhado para

avaliação psicológica após várias denúncias de 'mau comportamento' feitas junto ao

Conselho Tutelar. Segundo relato da mãe, o jovem tem demonstrado esse comportamento

há aproximadamente 3 anos e incluem: agressividade, brigas recorrentes, pequenos furtos,

fuga de casa, desrespeito aos pais. Frente a estes sintomas e usando os critérios

diagnósticos do DSM IV TR, inicialmente o psicólogo pode suspeitar de um diagnóstico de:

(A) Transtorno de Personalidade Anti-Social se o jovem tiver mais de 16 anos.

(B) Transtorno de Conduta se o jovem tiver menos de 18 anos.

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(C) Transtorno Desafiador de Oposição.

(D) Transtorno de Personalidade Anti-Social se o jovem tiver mais de 16 anos e os sintomas tiverem

iniciado antes dos 13 anos.

QUESTÃO 51. (Pref. Cuiabá/MT-2007) José é um rapaz de 19 anos. No acolhimento do Centro

de Atenção Psicossocial (CAPS) de Lua Cheia do Norte, ele estava chorando muito e em

pânico, com muito medo. Conversando com o Assistente Social, refere que toda noite vê três

espíritos vestidos de negro que querem matá-lo e que não consegue deixar de pensar nisso.

Diz que estão perseguindo-o e fizeram um pacto com ele. Deixarão que viva por mais três

meses, quando, então, virão buscá-lo. Os espíritos dizem coisas ruins e desagradáveis.

Menciona que, geralmente, os vê num banheiro escuro onde é obrigado a ficar de castigo.

Seus familiares acham que é por falta de fé, pois já o observaram se masturbando e dizem

que tal comportamento é coisa do diabo, e por isso, o castigam. Já o levaram para se

confessar com um padre. Não consegue, desde então, parar de rezar a mesma oração,

suplicando perdão. Com base na Classificação Internacional de Doenças (CID 10), qual o

quadro nosográfico apresentado por José?

(A) Transtorno Depressivo com Sintomas Psicóticos

(B) Transtorno Afetivo Bipolar

(C) Transtorno Fóbico-Ansioso

(D) Transtorno Obsessivo Compulsivo

(E) Esquizofrenia Paranoide

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QUESTÃO 52. (IF/MG - 2009) A partir das informações das patologias presentes no grupo dos

Transtornos Neuróticos, Estresse e Somatoformes (F40 - F48, CID - 10, 2006), assinale a

alternativa INCORRETA.

(A) Nos transtornos fóbico-ansiosos (F40 - CID-10, 2006) a ansiedade é evocada apenas, ou

predominantemente por situações ou objetos específicos ou bem definidos, mas nem sempre são

ameaçadores.

(B) O Transtorno do Pânico (F41.0 - CID-10, 2006) tem como aspectos essenciais a

ocorrência recorrente de ansiedade grave, não restrita a qualquer situação ou conjunto de

circunstâncias em particular. O diagnóstico definitivo deve considerar vários ataques num período

de 1 mês, em circunstâncias onde há perigo objetivo, sem estarem confinadas a situações

conhecidas ou previsíveis e com sintomas específicos de ansiedade entre os ataques.

(C) O transtorno obsessivo-compulsivo (F42 - CIDA-10, 2006) é diagnosticado quando

caracterizado por sintomas obsessivos, atos compulsivos ou ambos, presentes na maioria dos

dias, por pelo menos 2 semanas consecutivas, sendo uma fonte de angústia ou de

interferência nas atividades do indivíduo. Tais sintomas obsessivos devem ser reconhecidos

como pensamentos ou impulsos do próprio indivíduo, além de serem desagradavelmente

repetitivos.

(D) O estresse pós-traumático (F43.1 - CID-10, 2006) surge como uma resposta tardia a um

evento ou situação estressante, de uma natureza excepcionalmente ameaçadora ou

catastrófica, que causa angústia invasiva em quase todas as pessoas.

(E) Sintomas físicos múltiplos, recorrentes e frequentemente mutáveis que, em geral, tem

estado presentes por vários anos antes do encaminhamento ao psiquiatra configuram os

aspectos principais dos transtornos de somatização (F45.0 - CID-10, 2006).

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QUESTÃO 53. (IF/MG - 2009. ADAPTADO) Um paciente com episódio depressivo leve (F32.0 -

CID 10, 2006) apresenta humor depressivo, perda de interesse e prazer e fatigabilidade

aumentada. Está usualmente angustiado peios sintomas e tem alguma dificuldade em

continuar com o trabalho do dia-dia e atividades sociais, entretanto não restringirá

completamente suas funções.

( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 54. (Pref. Neópolis/SE - 2006. ADAPTADO) Na descrição do DSM IV, a bulimia se

caracteriza por A. Episódios recorrentes de compulsão periódica. Um episódio de compulsão

periódica é caracterizado por ambos os seguintes aspectos: (1) ingestão, em um período

limitado de tempo (por ex., dentro de um período de 02 horas) de uma quantidade de

alimentos definitivamente maior do que a maioria das pessoas consumiria durante um

período similar e sob circunstâncias similares. (2) um sentimento de falta de controle sobre o

comportamento alimentar durante o episódio (por ex., um sentimento de incapacidade de

parar de comer ou de controlar o que ou quanto está comendo).

( ) CERTO ( ) ERRADO

QUESTÃO 55. (Pref. Sítio novo/RN - 2009) Quanto aos Transtornos relacionados ao uso de

substâncias, é incorreto afirmar:

(A) Tolerância pode ser caracterizada pela diminuição acentuada do efeito com o uso continuado da

mesma quantidade de substância;

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(B) Os critérios diagnósticos para Abuso de Substância incluem a Tolerância, a Abstinência ou um

padrão de uso compulsivo;

(C) A Dependência consiste na presença de sintomas cognitivos, comportamentais e fisiológicos,

indicando que o indivíduo utiliza uma substância, apesar de problemas significativos relacionados a

ela;

(D) Para o diagnóstico de Dependência, é necessário que os sintomas relacionados ocorram,

mesmo que intermitentemente, pelo período de 12 meses.

QUESTÃO 56. (Pref. Sítio novo/RN-2009) Não é considerado um Transtorno do Humor:

(A) Transtorno Maníaco;

(B) Transtorno do Humor induzido por Substância;

(C) Transtorno Ciclotímico;

(D) Transtorno Distímico.

QUESTÃO 57. (Pref. Sítio novo/RN-2009) Leia as assertivas e assinale a alternativa correta:

I - O padrão de comportamento que se desvia das expectativas pode aparecer, dentre outras,

nas seguintes áreas: Do funcionamento interpessoal e do controle dos impulsos;

II - O padrão persistente é inflexível e abrange uma ampla faixa de situações pessoais e

sociais;

III - O padrão é estável e de longa duração, podendo seu início remontar à infância;

IV - O padrão persistente não é mais bem explicável como conseqüência de outro Transtorno

mental;

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São critérios Diagnósticos para um Transtorno da Personalidade, os descritos em:

(A) II e IV;

(B) I e 111;

(C) I, II e IV;

(D) I, III e IV.

QUESTÃO 58. (Pref. Sítio novo/RN-2009) Sobre o Diagnóstico Diferencial dos Transtornos de

Personalidade, é correto afirmar:

(A) O diagnóstico de Transtorno da Personalidade exclui a possibilidade de Diagnóstico de um

Transtorno Clínico;

(B) Devem ser Diagnosticados apenas quando as características definidoras aparecem antes da

idade adulta;

(C) Pode-se fazer o Diagnóstico no caso de comportamentos associados à Intoxicação com

Substâncias, pois as mesmas predispõem, mas não alteram os comportamentos associados à

Personalidade do indivíduo;

(D) Os Transtornos da Personalidade podem ser Diagnosticados mesmo quando o padrão de

comportamentos ocorre durante um Transtorno Clínico.

QUESTÃO 59. (Pref. Pacajus/CE - 2007) A esquizofrenia é um transtorno crônico, que

apresenta diferentes formas clínicas que se alternam com a evolução natural do quadro,

requerendo um eficaz diagnóstico diferencial para evitar graves erros que possam

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comprometer ainda mais o paciente. A CID - 10 divide a esquizofrenia em sete subgrupos,

sobre os quais é INCORRETO afirmar:

(A) A esquizofrenia catatônica caracteriza-se por negativismo, flexibilidade cérea, estupor,

obediência automática, excitação, etc.

(B) A esquizofrenia paranóide é o tipo mais comumente encontrado e é um quadro clínico dominado

por delírios estáveis e alucinações auditivas.

(C) Na esquizofrenia hebefrênica, as perturbações afetivas são dominantes, sendo a puerilidade,

irresponsabilidade e imprevisibilidade algumas de suas características.

(D) A esquizofrenia simples é o transtorno menos obviamente psicótico em que se verifica a

ausência de sintomas produtivos e, portanto, seu prognóstico é o melhor.

(E) Esquizofrenia residual refere-se á cronificação da doença em que já ocorreu uma progressão

clara de um estágio inicial para um mais tardio caracterizado por sintomas negativos.

QUESTÃO 60. (Pref. Aparecida/PB-2009) A Associação Americana de Psiquiatria apresenta

atualizações constantes do DSM que oferecem informações sobre o diagnóstico e o

tratamento dos transtornos mentais. O DSM-IV compõe-se de cinco eixos referenciais que se

relacionam a diferentes aspectos da patologia descrita. Sobre esses eixos, é CORRETO

afirmar:

(A) O primeiro refere-se a desordens da personalidade, inclusive deficiência mental.

(B) O segundo refere-se ao conjunto dos principais transtornos mentais e do desenvolvimento.

(C) O terceiro se refere a condições médicas agudas e físicas.

(D) O quarto refere-se aos problemas encontrados em crianças e adolescentes.

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Gabarito

01 - B 16 - C 31 - B 46 - B

02- D . 17 - C 32- B 47 - C

03- A 18 - C 33 - B 48- C

04 - B 19- D 34 - C 49- D

05- D 20 - C 35 - C 50 - B

06 - E 21 - A 36 - C 51 - E

07- C 22 - E 37 - A 52 - B

08- D 23- A 38- A 53 - C

09-C EEC E 24 - C 39 - D 54 - C

10-C 25- A 40- E 55 - B

11 - A 26- B 41- A 56- A

12 - E 27 - E 42 - B 57 - C

13 - A 28 - D 43 - E 58 - B

14- C 29 - B 44 - B 59 - D

15 - D 30 - CEECEE 45- C 60 - C

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Bibliografia

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