O documento discute o ressentimento na psicanálise, definindo-o como uma falta atribuída a outro e que impede a associação livre. Aponta que o ressentido se vê como vítima inocente de uma injustiça. Freud notou em Dora que quanto mais validação social recebiam as queixas, mais difícil era deixar a posição de vítima. A melancolia compartilha com o ressentimento a recusa em aceitar uma perda, mas o melancólico se identifica com o objeto odiado.
O documento discute o ressentimento na psicanálise, definindo-o como uma falta atribuída a outro e que impede a associação livre. Aponta que o ressentido se vê como vítima inocente de uma injustiça. Freud notou em Dora que quanto mais validação social recebiam as queixas, mais difícil era deixar a posição de vítima. A melancolia compartilha com o ressentimento a recusa em aceitar uma perda, mas o melancólico se identifica com o objeto odiado.
O documento discute o ressentimento na psicanálise, definindo-o como uma falta atribuída a outro e que impede a associação livre. Aponta que o ressentido se vê como vítima inocente de uma injustiça. Freud notou em Dora que quanto mais validação social recebiam as queixas, mais difícil era deixar a posição de vítima. A melancolia compartilha com o ressentimento a recusa em aceitar uma perda, mas o melancólico se identifica com o objeto odiado.
Na psicanlise, o ressentimento pode ser acionado por um ato de vontade ligado
ao domnio do eu. O ressentimento traduz a falta como prejuzo cuja responsabilidade sempre de um outro. O ressentimento no compulsivo, espontneo ou inominvel. Em anlise, as queixas ressentidas trabalham contra a associao livre e impedem a implicao subjetiva do analisando. Na clnica, o sujeito ressentido lamenta repetidamente contra uma injustia, um agravo, uma ofensa na qual a vtima inocente. Esse sujeito est convicto que no pode esquecer o mal que lhe fizeram, nem apagar as consequncias do agravo. Na verdade, isso que o ressentido quer: que o processo analtico fique comprometido, pois possui resistncias prprias do narcisismo do eu. Ao escutar as queixas da sua paciente Dora, Freud percebeu que quanto mais motivos da queixa encontrem validao na realidade social, mais difcil fazer com que ele deixe a posio de vtima. Para que Dora se engajasse no processo de anlise foi preciso que Freud desconfiasse das queixas e a interrogasse quanto veracidade de sua posio de vtima. Atualmente, visvel esse tipo de comportamento com pessoas que pertencem a grupos reconhecidos como vitimizados, pois nos grupos fortalecido a consistncia imaginria do ponto de vista do queixoso. De outro modo, possvel que o analista desloque o ressentido do lugar de queixoso de modo que ele passe a se indagar, afinal, sobre o que ele tem a ver com isso. preciso que o analista no se iniba diante da justa causa que se lamenta o ressentido. Freud, em Luto e Melancolia apresenta as manifestaes da melancolia em um aspecto semelhe-te s do ressentimento. Nos dois casos, o sujeito se recusa a aceitar uma perda. O melanclico perde o amor prprio, caracterstica ausente no luto normal. O eu desvaloriza-se como se fosse culpado do abandono que sofreu. Dessa forma, o objeto cuja perda parece to irreparvel tambm objeto odiado. Esse dio favorece o masoquismo moral diante do sadismo do supereu. Nesse mbito do lado do sadismo do supereu que est o gozo, j que se reveste de uma autoridade moral que lhe permite torturar o eu. As diferenas residem no fato de o melanclico estar identificado ao objeto odiado, dirigindo suas recriminaes contra o prprio eu. J no ressentimento, o sujeito parece querer expulsar de si toda a responsabilidade em relao s causas do seu sofrimento. Crtica
muito reconfortante saber que Freud, mesmo tendo se atido acerca do
ressentimento, saber que esse link pde ser resgatado com veemncia pela autora atravs de seu texto Luto e melancolia. Faz-se extremamente necessrio, na prtica clnica, diferenciar melancolia de ressentimento, embora tenham muito em comum. Essa prtica de vitimizao que muitos pacientes se utilizam tem de ser olhada e investigada minuciosamente para que se distinga essas duas instncias.
Referncia: KEHL, M.R. Ressentimento. Coleo clnica psicanaltica. So Paulo: Casa do Psiclogo, 2004.