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Passos do processo psicodiagnóstico

Prof.ª Ana Beatriz de Mota e Souza

Descrição Compreensão dos passos essenciais do psicodiagnóstico, com destaque para a seleção e
administração de testes e técnicas psicológicas, a integração dos dados e elaboração da síntese
final e os cuidados da comunicação dos resultados obtidos no processo.
Propósito Compreender as etapas da avaliação psicológica que constitui o processo do psicodiagnóstico
ajuda na consolidação dos objetivos do psicólogo.

Objetivos

Módulo 1 Módulo 2

O plano de avaliação no Escolha e administração de testes e


psicodiagnóstico técnicas
Reconhecer a importância da elaboração de um plano de Identificar os principais aspectos relacionados à escolha e à
avaliação para a obtenção de um adequado administração de testes e técnicas psicológicas no
psicodiagnóstico. psicodiagnóstico.

Módulo 3 Módulo 4

Seleção e integração de dados: síntese Comunicação de resultados,


Seleção e integração de dados: síntese Comunicação de resultados,
�nal prognóstico e encaminhamento
Identificar os pontos principais na seleção e integração dos Reconhecer a importância da etapa de comunicação dos
dados obtidos no psicodiagnóstico. resultados no psicodiagnóstico.

 Introdução
O psicodiagnóstico é um processo científico, logo algumas etapas devem ser
cumpridas para que os objetivos traçados pelo psicólogo sejam alcançados. Na
área escolar, clínica, organizacional ou forense, existem determinados passos que
o profissional deverá percorrer, em parceria com o avaliado, a fim de que o
psicodiagnóstico cumpra a sua função maior. Assim, ao término do processo,
será possível que o indivíduo esteja apto a trilhar novos caminhos que o levem a
um funcionamento psicológico mais saudável.

Neste conteúdo, vamos trazer os aspectos essenciais que devem estar presentes
nos passos ou etapas do processo do psicodiagnóstico, tais como a escolha e a
nos passos ou etapas do processo do psicodiagnóstico, tais como a escolha e a
administração de testes e técnicas psicológicas, na seleção e integração dos
dados e na comunicação dos seus resultados.

Você vai aprender como o psicólogo deve elaborar a síntese final da situação
avaliada e como deve ser a devolução de todos os dados obtidos no processo de
avaliação, além das orientações, encaminhamentos e do seu prognóstico. Com
isso, você compreenderá a relevância da observação cuidadosa de todas essas
importantes etapas do psicodiagnóstico.
1 - O plano de avaliação no psicodiagnóstico
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da elaboração de um plano de avaliação para
a obtenção de um adequado psicodiagnóstico.

As etapas do psicodiagnóstico e o plano de


avaliação
O psicodiagnóstico constitui-se em um processo de avaliação psicológica com uma
duração limitada, ou seja, tem o seu início e fim previamente determinados. Por ser
um processo científico, deve valer-se de técnicas corroboradas na literatura científica.
Além disso, o psicólogo deve estar amparado em uma teoria psicológica, a fim de
servir de base para a compreensão do fenômeno a ser avaliado.

Devido a essa limitação temporal, é muito importante que o psicólogo tenha em mente
todas as etapas do processo de avaliação. Entre essas etapas, destacamos a fase da
todas as etapas do processo de avaliação. Entre essas etapas, destacamos a fase da
seleção e da administração de testes e técnicas psicológicas. Para que fique mais
claro, vamos apontar alguns passos importantes que antecedem essa etapa.

Primeiro passo
Esta etapa se refere ao momento da solicitação da avaliação, que pode ser feita tanto
pelo próprio avaliado quanto por outro profissional que necessite de resposta para
alguma questão envolvendo o avaliado (ARZENO, 1995). Por exemplo, uma criança
com dificuldades de aprendizagem é encaminhada ao psicólogo pelo fonoaudiólogo
da escola. O psicólogo realizará o psicodiagnóstico, buscando verificar os aspectos
psicológicos envolvidos na queixa inicial apresentada pelo profissional solicitante.

Segundo passo
Segundo passo
Esta etapa diz respeito ao esclarecimento que o psicólogo deve fazer, logo nas
entrevistas iniciais, quanto ao motivo da consulta. Arzeno (1995) argumenta que é
muito importante para o psicólogo diferenciar o motivo manifesto e o motivo latente
da consulta. Veja o significado de cada um:

Motivo manifesto 

Refere-se à demanda explícita trazida por quem solicitou a avaliação. No


exemplo visto, o motivo manifesto é a dificuldade de aprendizagem
apresentada pela criança.

Motivo latente 

Refere-se àquilo que não vem como uma demanda imediata e, de igual modo,
às hipóteses subjacentes delineadas pelo psicólogo (RIGONI; SÁ, 2016). Na
situação exemplificada, o motivo latente pode ser uma dificuldade familiar que
não tenha sido identificada no momento do encaminhamento e que só será
detectada nas entrevistas iniciais.
Terceiro passo
Esta etapa do psicodiagnóstico concerne ao momento em que o psicólogo se debruça
sobre os dados coletados nas entrevistas iniciais e sobre as suas hipóteses
preliminares, para, então, elaborar o seu plano de avaliação. Nesse, serão delineadas
as técnicas e os testes mais adequados para avaliação da demanda contida no
processo do psicodiagnóstico (ARZENO, 1995).

O plano de avaliação é o processo pelo qual o psicólogo busca identificar os


recursos que irão lhe permitir estabelecer uma relação entre a demanda inicial e as
possíveis respostas a ela. Desse modo, para a escolha dos testes e das técnicas
que devem ser utilizados no processo do psicodiagnóstico, devem ser
consideradas hipóteses iniciais estabelecidas pelo psicólogo como possíveis
respostas às questões levantadas. As técnicas e os testes selecionados pelo
profissional devem fornecer os dados necessários à confirmação ou não das
hipóteses levantadas pelo profissional (CUNHA, 2007).

Cunha (2007) ressalta que o plano de avaliação deve ser elaborado de maneira a
permitir que o psicólogo obtenha respostas fidedignas, ou seja, confiáveis, às
questões colocadas, além de atender aos objetivos propostos na avaliação. Para que
uma hipótese seja testada, podem ser utilizados um ou mais instrumentos e, na
escolha desses instrumentos, devem ser levados em consideração alguns aspectos,
tais como: as características sociodemográficas do sujeito (idade, sexo e nível
sociocultural, por exemplo) e suas condições específicas (comprometimentos
permanentes ou temporários na cognição, dentre outros).

Por que esses pontos são relevantes de serem


observados?

Resposta

Imagine que o psicólogo, na escolha dos instrumentos que utilizará, necessite


realizar um teste para avaliar a capacidade cognitiva de uma criança de nove
anos. Nesse caso, a faixa etária é um dado relevante a ser considerado, pois o
teste escolhido deverá ser adequado ao nível de desenvolvimento
correspondente. Outra questão se refere ao uso de questionários padronizados,
que devem estar de acordo com o contexto sociocultural no qual o avaliado está
inserido.

Assista o vídeo abaixo para melhor compreensão do conteúdo.

 Importância das etapas do psicodiagnóstico


Neste vídeo, apresentaremos as diferentes etapas do psicodiagnóstico que permitem
a elaboração de um adequado plano de avaliação, destacando o fator tempo, o motivo
de consulta, a escolha dos instrumentos e outros detalhes.
O estabelecimento do plano de avaliação
É essencial para que o psicólogo possa testar as suas hipóteses iniciais e cumprir
adequadamente os objetivos da avaliação. Como mencionamos, o plano de avaliação
se refere ao planejamento do profissional sobre quais serão as técnicas e os testes
que deverão ser administrados no processo do psicodiagnóstico.

No momento em que o psicólogo entra


em contato com o solicitante e com o
avaliado, ele pode definir as questões
preliminares e os objetivos do
psicodiagnóstico, já estando apto a
formular o seu plano de avaliação. Essas
questões iniciais dão origem a
possibilidades de respostas, que serão a
base das hipóteses que subjazem o
processo de avaliação. Nessa
perspectiva, o plano de avaliação
consiste na tradução dessas perguntas
em testes e técnicas que serão utilizados
pelo psicólogo na busca por respostas
(CUNHA, 2007).

A elaboração do plano de avaliação possibilita ao psicólogo a programação das


A elaboração do plano de avaliação possibilita ao psicólogo a programação das
ferramentas adequadas à situação a ser avaliada e ao indivíduo avaliado. Como
destaca Cunha, essas ferramentas devem fornecer os subsídios para que o psicólogo
possa responder às perguntas iniciais. Dessa forma, os dados obtidos com os
instrumentos utilizados devem viabilizar a confirmação ou não das hipóteses
preliminares traçadas pelo profissional.

Ainda segundo Cunha (2007), embora na maior parte das vezes o plano de avaliação
seja elaborado após as entrevistas iniciais com o avaliado, em algumas situações o
plano de avaliação pode ter a sua formulação iniciada antes do contato inicial com o
paciente.

Exemplo

Imagine que o psicodiagnóstico tenha sido solicitado por um neuropediatra com o objetivo de realizar um
diagnóstico diferencial de uma criança com suspeita de estar acometida pelo transtorno do espectro autista.
Com isso, o psicólogo já recebeu algumas informações prévias sobre a criança e a situação a ser avaliada,
possibilitando que as entrevistas iniciais fossem planejadas com a inclusão de técnicas que permitissem a
resolução de algumas questões diagnósticas.

O plano de avaliação não deve seguir um roteiro rígido e estático, sendo possível
sofrer alterações durante o processo. Para ficar mais claro, vamos retornar ao nosso
exemplo da criança encaminhada ao psicodiagnóstico por apresentar dificuldades de
aprendizagem. A partir dessa demanda, o psicólogo estabeleceu um planejamento no
qual incluiu sessões livres com a criança, um teste projetivo e uma bateria de testes
para avaliar as habilidades cognitivas da criança.
No entanto, nas sessões livres, a criança produziu uma quantidade grande de material
gráfico, particularmente de desenhos. Isso fez com que o psicólogo não mais
utilizasse o teste projetivo, pois o material produzido nas sessões livres já lhe
forneceu dados do funcionamento psicológico da criança que ele iria obter com o
procedimento.

Salientamos que o plano de avaliação deve ser bem estruturado pelo psicólogo, sendo
o guia desse no tocante às estratégias e ferramentas utilizadas no processo.
Entretanto, à medida que o processo de avaliação avança, ele pode ser modificado
para melhor atender aos objetivos do psicodiagnóstico delineados pelo psicólogo, não
sendo recomendável haver um modelo único e rígido de psicodiagnóstico (ARZENO,
1995). Ao contrário, o planejamento de técnicas e testes a serem utilizados deve
considerar especificidades da demanda e do próprio avaliado. Na situação
exemplificada, pelo fato de a criança ter produzido dados psicológicos relevantes para
a análise da demanda da avaliação, o profissional decidiu renunciar ao teste.

Os testes e/ou as técnicas psicológicas devem ser sempre entendidos como


ferramentas auxiliares no trabalho do psicólogo e, embora sejam muito relevantes no
processo de avaliação, não devem nunca ser consideradas um fim em si mesmo. O
processo do psicodiagnóstico não pode ser reduzido a uma mera aplicação de testes
psicológicos, ao contrário, esses testes devem ser entendidos como um meio para
que o psicólogo responda às questões que fazem parte da demanda da avaliação
(RIGONI; SÁ, 2016).

A partir do que foi exposto, percebemos que a elaboração do plano de avaliação é


uma etapa bastante relevante no processo psicodiagnóstico e é essencial para se
obter respostas às questões iniciais da avaliação. Isso ocorrerá, especialmente, por
meio da seleção e da administração de testes e técnicas psicológicas de maneira
adequada e em conformidade com os objetivos do processo de avaliação.

Importância da elaboração do plano de


 avaliação
Neste vídeo, explicaremos e refletiremos sobre os cuidados para a adequada
elaboração de um plano de ação e a sua importância para alcançar resultados que
permitam um bom psicodiagnóstico.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Na fase de elaboração do plano de avaliação, o psicólogo deve planejar testes e


técnicas psicológicas que irá utilizar.

Porque

Para alcançar os objetivos traçados, esse plano deve sempre ser seguido na íntegra
e sem alterações.
As duas assertivas estão corretas, e a segunda é uma justificativa da
A
primeira.

As duas assertivas estão corretas, mas a segunda não é uma


B
justificativa da primeira.

C Somente a primeira assertiva está correta.

D Somente a segunda assertiva está correta.

E As duas assertivas estão incorretas.

Parabéns! A alternativa C está correta.

O psicodiagnóstico é um processo científico com duração limitada no tempo. Por


isso, deve seguir algumas etapas para que os objetivos traçados sejam alcançados.
Uma dessas etapas é a fase de elaboração do plano de avaliação, em que é
realizado o planejamento de quais testes e técnicas psicológicas o psicólogo irá
realizado o planejamento de quais testes e técnicas psicológicas o psicólogo irá
utilizar para atingir os objetivos propostos na avaliação. Contudo, no decorrer da
aplicação desse plano, conforme os resultados que vão sendo alcançados, o
psicólogo pode fazer as alterações, conforme necessidades que se inserem,
excluem ou modificam.

Questão 2

O psicodiagnóstico representa um processo científico e organizado de avaliação


psicológica que apresenta um tempo determinado para a sua realização. Por ele
apresentar uma limitação temporal, é importante que o psicólogo se organize e siga
as etapas que fazem parte do processo. Ao considerarmos a etapa que antecede a
fase de administração de testes e técnicas psicológicas, o psicólogo deve:

I - Esclarecer o motivo do psicodiagnóstico por meio de entrevistas iniciais,


diferenciando motivo manifesto de motivo latente.
II - Seguir o plano de administração com os instrumentos de avaliação, observando
as características da pessoa avaliada e os fatores envolvidos durante esse
processo.
III - Analisar todos os dados obtidos nas entrevistas iniciais para elaborar suas
hipóteses preliminares.

Em função do exposto, podemos considerar verdadeiras as seguintes afirmativas:


A As alternativas II e III.

B As alternativas I e III.

C As alternativas I e II.

D Apenas a alternativa I.

E Apenas a alternativa II.

Parabéns! A alternativa B está correta.

O processo de psicodiagnóstico é altamente complexo e começa desde os


primeiros contatos que são feitos com o paciente e responsáveis para definir
motivos e necessidades de avaliação, seguido pela coleta de dados iniciais,
determinação de plano de avaliação e sua execução, finalizando nas entrevistas
devolutivas e elaboração de relatórios e documentos pertinentes. Dessa forma,
antes da administração dos instrumentos de avaliação, é importante que o
psicólogo realize entrevistas iniciais e analise todos os dados, para poder definir os
diferentes motivos que podem estar envolvidos na avaliação.

2 - Escolha e administração de testes e técnicas


2 - Escolha e administração de testes e técnicas
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os principais aspectos relacionados à escolha e à
administração de testes e técnicas psicológicas no psicodiagnóstico.

Cuidados na escolha dos instrumentos e das


técnicas
Uma escolha não adequada dos testes e das técnicas, bem como a utilização errônea
de um instrumento, pode ocasionar conclusões e encaminhamentos indevidos,
prejudicando toda a avaliação. É muito relevante que o psicólogo dedique bastante
atenção à escolha dos instrumentos que farão parte do processo de avaliação
(TRENTINI; BANDEIRA; KRUG, 2016).

Como mencionamos, as perguntas surgidas desde o encaminhamento (por exemplo, o


que pode estar causando os sintomas no avaliado) serão a base para a formulação
das hipóteses diagnósticas que guiarão o processo do psicodiagnóstico. Trentini,
Bandeira e Krug (2016) observam que podemos perceber um paralelo entre o
psicodiagnóstico e o processo de pesquisa científica.

Do mesmo modo, em uma pesquisa, as hipóteses iniciais devem estar subjacentes à


metodologia que o pesquisador vai empregar na busca por respondê-las. No
metodologia que o pesquisador vai empregar na busca por respondê-las. No
psicodiagnóstico, o psicólogo parte de suas hipóteses para escolher as ferramentas
mais pertinentes para uma melhor compreensão da situação avaliada.

Além das hipóteses diagnósticas, outro


aspecto que deve guiar o psicólogo na
escolha de técnicas e instrumentos se
refere ao conhecimento que ele possui
sobre o desenvolvimento humano e
psicopatologia. Ter um bom
conhecimento acerca dessas áreas
possibilita ao psicólogo compreender
melhor os fatores que podem estar
envolvidos na situação avaliada, tais
como fatores emocionais, cognitivos,
motores, dentre outros. O conhecimento
sobre psicopatologia auxiliará o
profissional a realizar um diagnóstico
diferencial, discriminando os diferentes
quadros clínicos que o avaliado pode
estar apresentando. Com isso, o
psicólogo estará apto a definir com mais
clareza quais técnicas e testes serão os
mais adequados para avaliar o que está
almejando investigar (TRENTINI;
BANDEIRA; KRUG, 2016).
BANDEIRA; KRUG, 2016).

A partir do momento em que o psicólogo estabelece o que é necessário avaliar, ele


pode se voltar às estratégias de avaliação mais adequadas no psicodiagnóstico,
definindo os testes e/ou as técnicas. Um aspecto relevante destacado por Trentini,
Bandeira e Krug (2016) diz respeito à diferença entre testes e técnicas, a saber:

Testes

São instrumentos ou procedimentos por meio dos quais se adquire uma amostra de
comportamentos de um indivíduo em determinado domínio e, por isso, devem ser avaliados e
mensurados por um processo padronizado. Por exemplo, o teste de atenção concentrada é utilizado
para avaliar a capacidade do indivíduo em focalizar, selecionar e manter o foco atentivo em
estímulos-alvo. É muito usado em avaliações neuropsicológicas e por meio dele o indivíduo obtém
um escore que é classificado dentro de uma padronização específica.

Técnicas

São procedimentos nos quais não há uma padronização rígida, ou quando existe uma flexibilidade
tanto na aplicação quanto na análise, sem uma preocupação maior em mensuração numérica.
Podemos citar como exemplos de técnicas psicológicas: as entrevistas, as observações, as
sessões livres, entre outras.
Para que o psicólogo seja capaz de selecionar adequadamente os instrumentos e as
técnicas, ele precisa conhecer essas ferramentas e saber o que elas, de fato, avaliam.
Sendo assim, conhecer os instrumentos que são de uso exclusivo do psicólogo e
quais são as técnicas disponíveis na literatura científica da área é uma atribuição do
avaliador que deve fazer parte de um compromisso ético do profissional no exercício
de suas atividades (TRENTINI; BANDEIRA, KRUG, 2016). O psicólogo deve ainda ter
domínio sobre as propriedades psicométricas dos testes, ou seja, deve saber como
interpretá-los corretamente, conhecendo os manuais específicos de cada instrumento.

É fundamental que o psicólogo escolha os instrumentos sobre os quais seja capaz


de aplicar e interpretar corretamente os dados obtidos. O mesmo cuidado deve ser
observado no emprego das técnicas psicológicas que irá utilizar. Se o psicólogo
opta por realizar uma entrevista estruturada, ou seja, aquelas em que as perguntas
já estão previamente formuladas pelo profissional, ele deve ter habilidade para o
uso desta técnica. Nesse sentido, ressaltamos a relevância de o psicólogo estar
em constante atualização sobre ferramentas, testes e técnicas psicológicas, que
podem ser utilizadas no psicodiagnóstico.

A escolha de testes e técnicas deve ser sempre individualizada, ou seja, levando-se em


consideração as especificidades do avaliado. Não deve haver, portanto, uma bateria de
testes-padrão para todas as avaliações, mesmo para aquelas com a mesma demanda,
pois a individualidade de cada avaliado tem que ser sempre observada.
pois a individualidade de cada avaliado tem que ser sempre observada.

Fatores para escolha de instrumentos e


 técnicas psicológicas
Neste vídeo, explicaremos os aspectos que determinam a escolha de instrumentos e
técnicas psicológicas, destacando a diferença entre teste e técnica, o compromisso
ético profissional e sua atualização em relação aos diferentes instrumentos.

A escolha da bateria de testes


Antes de abordarmos a escolha dos testes que irão compor o processo de avaliação
Antes de abordarmos a escolha dos testes que irão compor o processo de avaliação
psicológica, é importante trazermos para você o conceito de testes psicológicos.
Usando a definição descrita por Hutz (2015), podemos dizer que os testes
psicológicos são instrumentos utilizados para avaliar, medir ou realizar uma
estimativa de constructos. Os testes podem ser divididos de acordo com diferentes
critérios. Um desses critérios refere-se à distinção entre os testes psicométricos e os
testes projetivos. Vamos explicar melhor sobre esses mais adiante.

A bateria de testes é a denominação usualmente utilizada para


designar um conjunto de testes, podendo variar de dois a mais
instrumentos que serão utilizados no psicodiagnóstico, em
conformidade com as hipóteses estabelecidas, assim como com
os objetivos que o psicólogo traçou para a avaliação da situação
em questão (CUNHA, 2007).

Os testes psicológicos são ferramentas importantes no processo de avaliação


psicológica, por serem instrumentos auxiliares na coleta de informações. Junto a
outros dados examinados pelo psicólogo, auxiliam a compreensão da situação
avaliada, contribuindo para o processo de tomada decisão do profissional. Essas
decisões envolvem as orientações para o caso, os possíveis encaminhamentos, dentre
outros aspectos.

A utilização da bateria de testes, ou seja,


a opção por empregar mais de um
instrumento na avaliação, é importante
por dois motivos principais. Primeiro,
nenhum teste, isoladamente, é capaz de
realizar uma avaliação que comporte
uma apreciação ampla do indivíduo
como um todo. O segundo motivo é que
a utilização de mais de um teste fornece
fundamentos mais sólidos para as
inferências, ou seja, para as proposições
de respostas que o psicólogo fará a partir
da análise dos instrumentos utilizados
(CUNHA, 2007).

Existem duas categorias principais de bateria de testes: as baterias padronizadas para


avaliações específicas e as não padronizadas. Veja a característica de cada uma
abaixo:

As baterias padronizadas são utilizadas, especialmente, naquelas situações em que o


psicólogo tem como demanda para o psicodiagnóstico a avaliação de uma situação
específica, por exemplo, no caso de uma avaliação neuropsicológica. Nesse tipo de
avaliação, a bateria de testes já está previamente discriminada, sendo recomendada
pela literatura científica para exames bem específicos. Embora a bateria deva ser
aplicada em sua íntegra, o psicólogo poderá, caso julgue necessário, acrescentar
outros testes, a fim de se adequar a alguma particularidade do avaliado.
As baterias de testes padronizados não devem ser utilizadas
indiscriminadamente, ou seja, sem a consideração das especi�cidades
individuais de cada caso.

Para facilitar a sua compreensão, vamos dar como exemplo o emprego de uma
bateria de testes para a realização de uma avaliação neuropsicológica. Considere que
um psicólogo faz uso de uma bateria padronizada específica para esse tipo de
avaliação. No entanto, no encaminhamento do psicodiagnóstico, é relatada também
uma queixa relacionada à dificuldade do avaliado em suas interações sociais. Por
esse motivo, o psicólogo entende ser relevante, nessa situação específica, a inclusão
de um teste de habilidades sociais, que irá auxiliá-lo a uma compreensão mais
abrangente do caso avaliado.

No que se refere à bateria não padronizada, os testes são programados em função da


especificidade do caso. São organizados de uma maneira mais flexível, porém devem
atender aos mesmos requisitos de preparação técnica observados na bateria de
atender aos mesmos requisitos de preparação técnica observados na bateria de
testes padronizados. A bateria não padronizada permite maior maleabilidade no que
diz respeito ao número de testes, tanto para mais quanto para menos. Caso o objetivo
da avaliação seja alcançado antes do emprego da totalidade dos instrumentos, o
psicólogo poderá se utilizar de um número de testes menor do que o previsto na
bateria original (CUNHA, 2007).

Os testes psicológicos podem ser diferenciados em testes psicométricos e testes


projetivos. Os testes projetivos podem ser definidos como técnicas nas quais é
apresentado ao avaliado um material de estímulo ambíguo, como as manchas do
teste de Rorschach, e, por isso, permitem uma liberdade maior para o indivíduo em
suas respostas (WELLAUSEN; OLIVEIRA, 2016). Dessa forma, a natureza dos testes
projetivos é relativamente não estruturada, sendo solicitado ao indivíduo o relato do
que ele interpreta acerca do material apresentado.

Os testes psicométricos, por sua vez, possuem estímulos padronizados, sendo a


análise de seus resultados amparada prioritariamente na estatística. Podemos dar
como exemplo de um teste psicométrico o teste de atenção concentrada ou teste AC.

Teste de Rorschach
É uma técnica projetiva de avaliação psicológica que consiste em dez pranchas de borrões de tinta, sendo cinco
monocromáticas e cinco cromáticas que seguem as mesmas características específicas à simetria. Sua análise
apresenta um caráter de subjetividade.

Teste de atenção concentrada


Teste de atenção concentrada
É um teste psicológico psicométrico que visa avaliar a capacidade de concentração e atenção de uma pessoa
diante de um cenário de pressão. Nesse teste, o cérebro do participante é estimulado a direcionar todo seu foco
para uma atividade específica, ignorando estímulos externos. Esse teste tem seus dados analisados com
estatística.

 As baterias de testes
Neste vídeo, explicaremos em que consistem as baterias de testes e a sua relevância
na escola psicológica, diferenciando as baterias padronizadas e as não padronizadas,
assim como os testes psicométricos e os projetivos.

A testagem psicológica com crianças e


A testagem psicológica com crianças e
adolescentes
Para que você compreenda bem como deve ser efetuada a seleção e administração de
testes e técnicas psicológicas de maneira adequada em um processo de avaliação
psicológica, vamos falar sobre dois momentos do ciclo de vida nos quais o
psicodiagnóstico é bastante demandado aos psicólogos: a infância e a adolescência.

Os primeiros trabalhos de avaliação psicológica de crianças e adolescentes tinham


como objetivo principal verificar a frequência, a duração e a taxa de comportamentos
em contextos específicos. Em um momento posterior, a finalidade passou a ser a
investigação da natureza e da causa dos comportamentos apresentados. Com isso,
houve a necessidade da inserção de novos instrumentos ao processo de avaliação,
assim como da inclusão de novos informantes e de instrumentos comportamentais
mais amplos e abrangentes (BORSA; MUNIZ, 2016).

Para que o processo psicodiagnóstico em crianças e


adolescentes seja efetivo, é necessário que o psicólogo utilize
várias fontes de informação, tais como pais e professores, e
administre testes padronizados adaptados para essa população
(BORSA; MUNIZ, 2016).
Embora os cuidados técnicos e éticos na aplicação dos testes devam ser observados
seja qual for o indivíduo a ser avaliado, no caso de crianças e de adolescentes é
necessária uma atenção especial. Os resultados obtidos com a aplicação dos testes
deverão ser contextualizados e vinculados aos resultados das demais técnicas
utilizadas, como a observação e a hora de jogo diagnóstica (utilizada com crianças).

Outro aspecto importante a ser considerado na seleção e na administração de testes e


técnicas com a população infantojuvenil refere-se ao contexto e aos objetivos do
psicodiagnóstico. Os testes utilizados no contexto clínico terão características
diferentes dos empregados no contexto hospitalar, escolar ou jurídico, por exemplo.
Essas características e demandas distintas são fundamentais para a escolha dos
testes psicológicos que deverão ser aplicados. Esses testes podem ser mais breves e
pontuais (escalas e inventários, por exemplo) ou mais complexos, como os testes
projetivos (BORSA; MUNIZ, 2016).

Os testes psicológicos, embora sejam instrumentos relevantes no


processo do psicodiagnóstico, são ferramentas complementares,
processo do psicodiagnóstico, são ferramentas complementares,
e o foco da testagem deve ser sempre o indivíduo avaliado, e não
os testes em si (CUNHA, 2007).

A infância e a adolescência são etapas do ciclo vital caracterizadas por relevantes


aquisições nos âmbitos neurológico, cognitivo, emocional e social. Dependendo da
etapa de desenvolvimento em que estejam, as crianças e os adolescentes podem
apresentar características psicológicas distintas. Dessa forma, Borsa e Muniz (2016)
observam que é essencial que o psicólogo leve em consideração essas
especificidades quando for selecionar os testes e as técnicas que utilizará.

Na seleção de testes e técnicas para a avaliação psicológica, deve, obrigatoriamente,


ser considerado o momento do desenvolvimento em que o avaliado se encontra,
sendo necessários testes específicos para as diferentes fases do desenvolvimento
humano. Logo, é imprescindível observar a faixa etária a que os testes se destinam.
Para exemplificar, veja a seguir:

Exemplo

Considere o teste de apercepção infantil (CAT), criado por Leopold e Sonya Bellack, em 1949. O CAT é um
teste projetivo, composto por dez lâminas ou pranchas, com o objetivo principal de avaliar aspectos da
personalidade de crianças. As lâminas são constituídas por figuras/personagens que representam temáticas
comuns da infância, tais como: a relação com a figura materna e paterna, a relação entre irmãos, dentre
outras. Na aplicação, o psicólogo pede que a criança conte uma história sobre a figura apresentada na
prancha. O teste possui duas versões: o CAT-A (animal), cujas lâminas contêm figuras de animais, e o CAT-H
(humano), no qual as pranchas são formadas por figuras humanas.
Como o psicólogo deve selecionar qual das duas versões irá utilizar? O critério deve
ser a faixa de idade da criança. O CAT-A deve ser usado em crianças de até oito anos,
aproximadamente. Isso porque é mais fácil para crianças pequenas se identificarem
com animais do que com pessoas, o que torna essa versão mais apropriada a esse
público.

Outro ponto importante que deverá ser observado pelo psicólogo é o de que o CAT,
tanto na sua versão com figuras animais quanto com figuras humanas, é a
possibilidade de expressão verbal da criança, visto que o teste presume que a criança
avaliada possui uma capacidade de expressão oral que permita a realização do teste.

Acreditamos que agora você já é capaz de identificar os aspectos principais que


devem ser observados pelo psicólogo no momento da seleção e da administração dos
testes e das técnicas psicológicas. Com isso, você estará apto a seguir para os
próximos passos do processo do psicodiagnóstico.

 Os testes com crianças e adolescentes


Neste vídeo, explicaremos as particularidades nos processos de psicodiagnóstico
com crianças e adolescentes em diferentes contextos, especialmente na escolha de
instrumentos de avaliação.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Entendemos por baterias de testes a seleção de vários instrumentos de avaliação


que procuram responder às hipóteses formuladas no processo de psicodiagnóstico
de casos determinados. Essas baterias podem ser de dois tipos:

A Baterias psicométricas e não psicométricas.


A Baterias psicométricas e não psicométricas.

B Baterias com apenas um teste e baterias com mais de um teste.

C Baterias padronizadas e não padronizadas.

D Baterias psicológicas e baterias mistas.

E Baterias flexíveis e baterias rígidas.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Na determinação do plano de avaliação, podemos fazer uso de baterias de testes


que implicam o uso de mais de um instrumento de avaliação, a fim de obter dados
mais sólidos no processo de psicodiagnóstico. Assim, podemos trabalhar com
baterias padronizadas, as quais são usadas em situações específicas em que já
contamos com um conjunto de testes previamente selecionado por pesquisas e
estudos prévios, e baterias não padronizadas, que implicam uma seleção de
instrumentos feita pelo psicólogo para esse caso específico.
instrumentos feita pelo psicólogo para esse caso específico.

Questão 2

Entre as alternativas abaixo, qual corresponde a um fator que o psicólogo deve,


necessariamente, considerar na seleção dos testes e das técnicas psicológicas que
farão parte do psicodiagnóstico?

A A entrevista com a família.

B A hora de jogo diagnóstica.

C As suas hipóteses iniciais.

D Os testes empregados anteriormente.

E O laudo de outro profissional.


Parabéns! A alternativa C está correta.

Para selecionar adequadamente os testes e as técnicas psicológicas que irá utilizar


no processo do psicodiagnóstico, o psicólogo deve ter como ponto de partida as
hipóteses iniciais traçadas por ele.
3 - Seleção e integração de dados: síntese �nal
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car os pontos principais na seleção e integração dos dados
obtidos no psicodiagnóstico.

O que considerar na integração dos dados?


Para que o processo do psicodiagnóstico atinja seus objetivos, é essencial que o
psicólogo realize uma boa integração de todos os dados colhidos, incluindo a sua
própria observação da situação avaliada. Nessa integração, devem ser salientados os
dados convergentes entre as entrevistas, as técnicas iniciais e a administração dos
testes psicológicos. Vamos agora conhecer os pontos principais dessa etapa tão
relevante do processo de avaliação.

Após o término da fase de coleta de dados, composta pelas entrevistas iniciais e pela
seleção e administração de testes e de técnicas psicológicas, o psicólogo deve seguir
para a próxima etapa do processo do psicodiagnóstico: a fase de seleção e da
integração de todos os dados obtidos nas etapas anteriores.
O psicólogo deve se debruçar sobre a correção e tabulação dos testes, interpretando
as respostas dadas pelo avaliado, sempre em consonância com o previsto nos
manuais dos testes psicológicos utilizados por ele. Nessa etapa, é necessária uma
recapitulação das hipóteses formuladas inicialmente e ao longo do processo, tendo
sempre em mente os objetivos do psicodiagnóstico. Essas hipóteses servirão de guia
para a análise e a seleção dos dados úteis, e os objetivos auxiliarão na integração
desses dados (CUNHA, 2007).

Das entrevistas realizadas, o profissional deve fazer uma leitura atenta daquilo que
observou, almejando, principalmente, a obtenção de determinados padrões de
conduta do avaliado e do seu contexto familiar, bem como de outros dados que
podem ser relevantes à conclusão e à síntese final que o psicólogo deverá proceder ao
término do processo de avaliação (ARZENO, 1995).

Durante as entrevistas realizadas, o psicólogo deve estar atento ao momento em que


o sintoma, ou a queixa trazida, vem à tona e se é possível observá-lo. Arzeno (1995)
ressalta a importância de que o profissional observe as circunstâncias em que o
sintoma aparece, assim como a reação do avaliado às diferentes perguntas,
sintoma aparece, assim como a reação do avaliado às diferentes perguntas,
especialmente aquelas relacionadas à queixa.

Em muitas situações de avaliação


psicológica infantil, os dados colhidos
por meio das entrevistas com a criança e
das demais ferramentas podem não
confirmar os sintomas trazidos pelos
pais. Em psicodiagnósticos infantis, os
dados obtidos pelo psicólogo podem
evidenciar aspectos diferentes da
demanda inicial e que, por algum motivo,
não estavam sendo percebidas pelos
responsáveis. Caberá ao profissional, nas
entrevistas de devolução dos resultados,
trazer essas questões à luz dos objetivos
que delineou para a avaliação.

Embora algumas técnicas e testes psicológicos sejam padronizados, com critérios


fixos de correção e interpretação, o psicólogo deve ser capaz de contextualizar os
dados obtidos, ou seja, compreendê-los dentro da dinâmica da personalidade daquele
indivíduo que está sendo avaliado. Com isso, o resultado de um teste de
personalidade, por exemplo, pode acarretar um mesmo escore para dois indivíduos.
Porém, em função das especificidades de cada indivíduo, é possível ter uma
interpretação que considere os aspectos singulares de cada avaliado, por exemplo, as
suas condições socioeconômicas, a sua dinâmica familiar, dentre outros.

A seleção e a integração dos dados obtidos no psicodiagnóstico, não obstante seja


esse um processo científico, não podem se valer de critérios invariáveis. Imagine que
o psicólogo esteja realizando psicodiagnóstico em uma criança encaminhada pela
escola com a queixa de apresentar comportamento agressivo com os colegas.
Inicialmente, o psicólogo entrevistou os pais e a criança. Os pais relataram que
estavam em processo de separação e que a criança havia presenciado algumas brigas
entre eles.

Sabendo dessa questão familiar, o psicólogo selecionou alguns testes para utilizar e
fez duas sessões de hora de jogo diagnóstica com a criança. A hora de jogo
diagnóstica é muito utilizada no psicodiagnóstico infantil e tem como objetivo
observar a criança em uma situação de brincar livre, buscando conhecer aspectos de
sua dinâmica psíquica. Embora nos testes aplicados tenham sido obtidos dados
sugerindo a presença de um transtorno de oposição desafiante (TOD) na criança, as
entrevistas e a hora de jogo diagnóstica revelaram que o seu comportamento
agressivo na escola estava, na verdade, mais relacionado à sua dinâmica familiar
atual, ou seja, às brigas constantes entre os pais presenciadas por ela, do que a um
transtorno psicopatológico.

A partir do exemplo apresentado, podemos notar que o psicodiagnóstico é um


processo que busca, por meio da integração dos dados obtidos nas diferentes
ferramentas utilizadas pelo psicólogo, a compreensão de determinada situação, não
significando, portanto, o estabelecimento de um rótulo no avaliado.
Considerações na fase de seleção e
 integração dos dados
Neste vídeo, refletiremos sobre importantes considerações que o psicólogo deve ter
na hora de integrar as informações, destacando a importância de revisar objetivos e
hipóteses, a determinação de padrões e as particularidades em casos especiais, como
no caso de psicodiagnósticos infantis e outros.

O processo de elaboração da síntese �nal


Vamos agora conhecer os pontos mais importantes que devem ser considerados pelo
Vamos agora conhecer os pontos mais importantes que devem ser considerados pelo
psicólogo para que ele seja capaz de elaborar a síntese e a integração de todos os
dados que foram coletados ao longo do processo. Essa etapa permitirá que o
profissional chegue a conclusões claras, simples e precisas, que serão transmitidas ao
paciente, à sua família (nos casos em que isso for necessário) e ao profissional ou
instituição que encaminhou o avaliado.

Como ponto de partida na elaboração de sua síntese final, o psicólogo deve realizar
uma listagem de todos os tópicos que o avaliado trouxe como motivo de sua consulta
(ARZENO, 1995). Nos casos em que o psicodiagnóstico tenha sido encaminhado por
outro profissional e nas situações em que a família estiver envolvida na avaliação,
como nos psicodiagnósticos infantojuvenis, o psicólogo deverá incluir em sua
listagem as questões que esses outros informantes abordaram.

Com a análise de todas as entrevistas


iniciais, o psicólogo formulará as suas
hipóteses preliminares, ou seja, o que
pode estar ocasionando o sintoma, ou a
queixa, apresentado pelo avaliado. O
estudo desse material é essencial para
que a síntese final seja mais fidedigna
(ARZENO, 1995).

Todas as entrevistas conduzidas pelo psicólogo, assim como a hora de jogo


diagnóstica (no caso de crianças), produzem dados difíceis de serem tabulados, por
serem instrumentos mais livres e, por isso, menos estruturados, com muitas
possibilidades de respostas por parte do avaliado. No entanto, como ressaltam Rigoni
e Sá (2016), são ferramentas muito relevantes no processo, fornecendo dados
fundamentais para a conclusão do psicodiagnóstico. No exemplo da criança que
apresentava agressividade com os colegas na escola, vimos que a análise das
entrevistas e a hora de jogo diagnóstica forneceram ao psicólogo dados essenciais à
elaboração da síntese final do processo.

Com a análise do que foi observado nas entrevistas e nas outras ferramentas
utilizadas, o psicólogo partirá para o exame dos resultados obtidos com a bateria de
testes empregada. Sobre esse aspecto, é primordial que o psicólogo empregue em
sua avaliação somente testes psicológicos nos quais tenha pleno domínio de sua
correção e interpretação, pois a não observância desse aspecto levará o profissional a
conclusões e encaminhamentos equivocados, prejudicando todo o processo de
avaliação (RIGONI; SÁ, 2016).

Com o estudo do material evidenciado nas entrevistas, somado à análise dos


resultados obtidos com os testes psicológicos utilizados, o psicólogo deverá buscar
recorrências e convergências entre todas essas fontes de dados, para, com esses
dados, realizar a síntese de todas essas informações.

O que isso quer dizer, na prática?


Resposta

O psicólogo deve averiguar quais aspectos do funcionamento psicológico do


avaliado aparecem em mais de uma fonte de dados, ou seja, quando o
profissional faz a conexão de todos os resultados obtidos nas etapas anteriores
do psicodiagnóstico, encontra pontos que se repetem e convergem, revelando o
padrão de funcionamento psíquico do avaliado. Esse aspecto é ressaltado por
Arzeno (1995) como um importante critério que fornece ao psicólogo mais
segurança em suas conclusões.

O trabalho de integração dos dados é constituído por idas e vindas de um material a


outro, ou seja, do resultado da análise das entrevistas iniciais com o material surgido
na interpretação dos testes psicológicos, buscando as convergências e
complementaridades entre as diversas fontes de dados (ARZENO, 1995). Entretanto, o
psicólogo deve estar atento às divergências que podem aparecer entre os dados
colhidos. Nesses casos, a experiência do profissional será muito relevante para a
identificação dessas contradições, assim como para a compreensão e integração dos
dados (SEGABINAZI, 2016).
dados (SEGABINAZI, 2016).

A síntese final, construída a partir da integração dos dados, deve descrever, de


maneira objetiva, as conclusões do psicólogo relacionadas à demanda da situação
avaliada. Essas conclusões necessitam estar fundamentadas em teorias e técnicas
psicológicas consolidadas, e não somente na observação e na experiência do
psicólogo. A síntese final deverá contemplar também as orientações e os
encaminhamentos que se fizerem necessários para o caso avaliado (SEGABINAZI,
2016).

Como podemos perceber, nessa etapa do psicodiagnóstico, os dados mais


significativos obtidos com a análise de todo o material devem ser integrados e
comparados, confirmando ou não as hipóteses iniciais estabelecidas pelo psicólogo
(CUNHA, 2007). Todas as observações que emergiram da integração dos dados
devem ser comunicadas ao avaliado e, quando for o caso, também à sua família. Por
isso, a fase de seleção e integração dos dados deve ser conduzida de forma
cuidadosa e com o rigor científico adequado, para que a comunicação dos resultados
obtidos no psicodiagnóstico se dê de maneira efetiva.

 Síntese e integração do psicodiagnóstico


Neste vídeo, apresentaremos como é feita a síntese final, explicando a forma em que
os dados são compilados e como se deve buscar recorrências e convergências entre
os dados são compilados e como se deve buscar recorrências e convergências entre
todas essas fontes de dados.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

As entrevistas iniciais são fundamentais para que o psicólogo estabeleça os


objetivos do psicodiagnóstico. Um dos aspectos importantes de serem observados
nas entrevistas iniciais com o avaliado e, quando for o caso, com a sua família, diz
respeito à (ao)
respeito à (ao)

A material resultante de outras avaliações.

B expressão verbal do avaliado.

C aparência do avaliado.

D momento em que o sintoma surge.

E expressão não verbal do avaliado.

Parabéns! A alternativa D está correta.

As entrevistas iniciais são essenciais para que o psicólogo possa planejar


adequadamente as etapas posteriores do processo do psicodiagnóstico. Um dos
pontos que deve ser observado atentamente durante as entrevistas iniciais se refere
ao momento em que o sintoma aparece e se é possível observá-lo.
Questão 2

O psicodiagnóstico envolve uma série de etapas e procedimentos. Assinale a


alternativa que corresponde a um procedimento que é a base para o processo de
elaboração da síntese final do psicodiagnóstico:

A Hora de jogo diagnóstica.

B Administração das técnicas psicológicas.

C Aplicação dos testes psicológicos.

D Entrevista com a família.

E Integração dos dados.


Parabéns! A alternativa E está correta.

A etapa de elaboração da síntese final do processo do psicodiagnóstico é essencial


para que o psicólogo chegue a conclusões claras e precisas sobre a avaliação que
serão, posteriormente, transmitidas ao avaliado. Essa etapa é construída a partir da
integração de todos os dados colhidos desde o início do processo de avaliação.
4 - Comunicação de resultados, prognóstico e encaminhamento
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da etapa de comunicação dos resultados no
psicodiagnóstico.

A comunicação dos resultados


O psicodiagnóstico é um processo que envolve uma série de etapas, todas relevantes
para que os objetivos delineados pelo psicólogo sejam atingidos. O processo tem
como fechamento o momento da comunicação dos seus resultados, que, dentre
outros pontos, deve conter as informações referentes ao prognóstico e aos
encaminhamentos que se fizerem necessários na situação avaliada. Vamos, então,
trazer para você como esta etapa deve ocorrer.

Os estudos publicados, tanto na literatura nacional quanto na internacional, têm dado


muita ênfase a pesquisas e publicações de trabalhos versando sobre o processo do
psicodiagnóstico em si, porém pouco destaque tem sido dado à fase de comunicação,
ou devolução, dos resultados obtidos no processo (ALBARNOZ, 2016).
ou devolução, dos resultados obtidos no processo (ALBARNOZ, 2016).

Essa etapa é uma das mais importantes


do psicodiagnóstico, pois, nela, o
psicólogo, após a integração dos
resultados e a sua síntese final, vai
comunicar todos os resultados ao
avaliado, à sua família (quando for o
caso) e ao profissional ou instituição que
solicitou a avaliação. Além disso, essa
etapa contempla ainda as orientações e
possíveis encaminhamentos para a
situação em questão.

A comunicação dos resultados marca o encerramento do processo do


psicodiagnóstico, sendo o ápice desse processo para todas as partes interessadas,
devendo indicar caminhos que podem ocasionar mudanças na vida dos envolvidos
(ALBARNOZ, 2016). A perspectiva atual acerca do psicodiagnóstico acentua o papel
essencial da comunicação dos resultados, que vai muito além de uma simples
classificação nosológica, sendo entendido como um momento capaz de proporcionar
um espaço para a construção de uma nova forma de lidar com o sintoma apresentado
nas entrevistas iniciais.

A etapa de devolução dos resultados não é, embora isso possa também ocorrer, a
mera comunicação de um diagnóstico psicológico. Deve ser, muito além disso, uma
oportunidade para que o psicólogo converse sobre o funcionamento psicológico do
avaliado, buscando esclarecer as questões que afligem tanto o avaliado quando os
seus familiares.

A comunicação dos resultados pode ser o momento de novos


esclarecimentos, no sentido de identificar, organizar e esclarecer
aspectos que vieram à tona a partir da solicitação inicial do
processo (ALBARNOZ, 2016).

A comunicação dos resultados, geralmente, ocorre de duas maneiras: a comunicação


oral e a comunicação escrita. A comunicação escrita se dá por meio dos documentos
resultantes do processo do psicodiagnóstico e deve seguir as diretrizes contidas na
Resolução nº 06/2019, do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Nesses documentos
devem estar contidas as informações principais relacionadas às conclusões obtidas
pelo psicólogo ao término do processo. Conforme salientado por Arzeno (1995), a
devolução escrita dos resultados diz respeito ao resumo das conclusões diagnósticas
e prognósticas da situação avaliada, devendo incluir ainda as recomendações
terapêuticas adequadas.

A etapa de comunicação dos resultados é essencial para a efetividade do processo de


avaliação psicológica. Cunha (2007) observa que o psicodiagnóstico é estruturado a
partir de algumas unidades fundamentais: o avaliado, o psicólogo, os testes e as
técnicas psicológicas, a comunicação dos resultados e o receptor dessa. Com isso,
você pode perceber que a comunicação dos resultados é parte imprescindível do
processo, devendo estar prevista no contrato de trabalho estabelecido com o avaliado
processo, devendo estar prevista no contrato de trabalho estabelecido com o avaliado
e/ou os seus familiares.

Na construção do processo de avaliação, a comunicação dos


resultados deve ser a última etapa, seguida somente pelas
recomendações sugeridas para a situação avaliada e pelo seu
encerramento.

A maneira como o psicólogo fará a comunicação dos resultados depende dos


objetivos delineados para o psicodiagnóstico e, de acordo com esses objetivos,
podem ser necessários vários tipos de comunicação.

Exemplo

Nos casos em que o avaliado for uma criança que tenha sido encaminhada ao psicólogo pelo pediatra, a
comunicação dos resultados deverá ocorrer com a criança e com os pais, por meio das entrevistas de
devolução, assim como, preferencialmente de forma escrita, com o pediatra. Já se o avaliado for um adulto
independente, que procurou por iniciativa própria o psicodiagnóstico, a comunicação dos resultados se dará
com o avaliado, não sendo obrigatória a devolução de resultados de forma escrita.

Quanto ao conteúdo da comunicação dos resultados, esse será estabelecido pelas


questões específicas elaboradas no início da avaliação e ainda pela pessoa que
receberá a devolução dos resultados. O conteúdo da comunicação pode ser diferente,
em especificidade, profundidade e extensão, dependendo do indivíduo que receberá a
devolução dos resultados (CUNHA, 2007).
devolução dos resultados (CUNHA, 2007).

Imagine que o psicólogo, ao avaliar uma criança encaminhada por outro psicólogo,
necessite fazer uma comunicação escrita dos resultados. Para o psicólogo, o
profissional que realizou o psicodiagnóstico pode contemplar em sua devolução
escrita aspectos mais técnicos sobre a avaliação. Do mesmo modo, se o psicólogo
fizer uma comunicação desses mesmos resultados à escola, por exemplo, pode se
utilizar de uma linguagem menos técnica. No entanto, é importante que fique claro
que, embora possa haver especificações em relação ao conteúdo, os aspectos
essenciais da avaliação devem ser comunicados.

Uma das formas de comunicação dos resultados, como já mencionamos, é por meio
de uma ou mais entrevistas de devolução e é sobre isso que vamos falar agora.

 Como comunicar os resultados


Neste vídeo, refletiremos sobre algumas questões na comunicação de resultados no
psicodiagnóstico, destacando as formas em que esse passo pode ser realizado.
A entrevista de devolução
A entrevista de devolução é o momento em que o psicólogo que efetuou o
psicodiagnóstico irá comunicar os resultados obtidos no processo de avaliação ao
avaliado e aos seus pais (nos casos em que isso for necessário), assim como a outros
demandantes. Entretanto, essa etapa não se constitui uma comunicação unidirecional
e fixa, mas, ao contrário disso, deve tratar-se de um diálogo entre o avaliado e o
psicólogo, um momento no qual as informações transmitidas pelo profissional
possam ser discutidas, proporcionado, assim, uma oportunidade para mudança
(ALBARNOZ, 2016).

Assim como as demais etapas do psicodiagnóstico, a entrevista de devolução deve


estar prevista desde o início do processo, no qual o avaliado terá ciência de que
haverá um momento em que o psicólogo comunicará a ele os resultados obtidos com
a avaliação. De acordo com Albarnoz (2016), o fato de o avaliado saber que haverá
esse momento de devolução dos resultados pode fazê-lo se sentir mais
comprometido e engajado com o processo de avaliação.

Um dos objetivos importantes da entrevista de devolução é propiciar ao avaliado a


possibilidade de que ele expresse os seus sentimentos e pensamentos no que se
possibilidade de que ele expresse os seus sentimentos e pensamentos no que se
refere às conclusões e às orientações dadas a ele pelo psicólogo. O momento da
entrevista de devolução é ainda uma oportunidade para o psicólogo observar a
atitude do indivíduo em relação à avaliação e às recomendações dadas. A reação
do avaliado frente às conclusões do psicodiagnóstico revela o quanto ele estará
disposto a seguir as recomendações fornecidas, o que auxiliará o psicólogo a
traçar o prognóstico do caso (CUNHA, 2007).

Sobre esse aspecto, Arzeno (1995) observa que a reação emocional do avaliado, ao
ouvir as conclusões do psicólogo, é tão relevante quanto as suas reações verbais.
Diante disso, podemos dizer que a entrevista de devolução dos resultados permite que
o indivíduo compreenda as conclusões e as orientações decorrentes do processo de
avaliação.

Na comunicação oral dos resultados pode ser necessária mais de uma entrevista de
devolução. Uma das situações em que isso ocorre é no psicodiagnóstico de crianças
e adolescentes. Assim como nas entrevistas iniciais, as entrevistas de devolução
devem contemplar uma entrevista com os pais/responsáveis pela criança ou pelo
adolescente. Albarnoz (2016) observa que essa etapa não precisa ficar reduzida a
uma única entrevista, podendo ser ampliada, caso o psicólogo ou mesmo o avaliado
sintam necessidade de mais de um encontro para esclarecerem os pontos que foram
abordados.

Destacamos alguns pontos muito relevantes que devem ser considerados pelo
psicólogo na entrevista de devolução, a saber:
• O ponto inicial da entrevista de devolução deve ser o motivo da solicitação
do psicodiagnóstico.

• É recomendado que o psicólogo inicie a entrevista abordando os aspectos


mais sadios e adaptativos do funcionamento psíquico do avaliado, para, em
seguida, trazer os aspectos menos adaptativos e que vão demandar um
maior cuidado.

• A linguagem utilizada pelo psicólogo deve ser clara e precisa, de modo que
as informações sejam compreendidas pelo avaliado.

• Na entrevista de devolução, deve ser discutida a necessidade dos


encaminhamentos terapêuticos indicados, assim como das demais
orientações que sejam pertinentes.

Para que a entrevista de devolução seja um momento construtivo para o avaliado, no


qual ele seja capaz de entender os resultados e de aceitar as orientações e indicações
terapêuticas recomendadas pelo psicólogo, é fundamental a presença de um bom
vínculo interpessoal entre todas as partes envolvidas no processo. Também é
relevante compreender o que pode estar ocorrendo com o avaliado, o psicólogo
precisa saber comunicar o que é compreendido (ALBARNOZ, 2016).

A entrevista de devolução é o encerramento do processo, mas, ao mesmo tempo, deve


ser um momento que conduz a uma abertura, com a possibilidade de que novos
caminhos conduzam a um funcionamento psicológico mais saudável e adaptativo
para o avaliado.
para o avaliado.

 Como fazer uma entrevista devolutiva


Neste vídeo, refletiremos sobre algumas questões na comunicação de resultados no
psicodiagnóstico, destacando as formas em que esse passo pode ser realizado.

Prognóstico e encaminhamento
Como sabemos, na entrevista de devolução dos resultados, deverão ser abordados os
pontos relacionados às indicações terapêuticas, com os encaminhamentos que se
fizerem necessários, e também ao prognóstico da situação avaliada.
No que se refere aos encaminhamentos e/ou indicações
terapêuticas, devem ser prescritos tratamentos que sejam
compatíveis com a realidade e com o desejo do avaliado e de sua
família (ALBARNOZ, 2016). Queremos dizer com isso que as
indicações terapêuticas devem ser adequadas às possibilidades
do avaliado.

Imagine o psicodiagnóstico de uma criança cujo contexto revela condições


socioeconômicas precárias. Ao final do processo, o profissional conclui sobre a
necessidade de um tratamento neurológico para ela. Em uma situação como essa, é
essencial que as condições socioeconômicas do avaliado e de sua família sejam
consideradas. O psicólogo pode, por exemplo, levar indicações de tratamento na rede
pública ou em outras redes de apoio que estejam em consonância com o contexto
socioeconômico da família. Observar esse aspecto é fundamental para que o
psicodiagnóstico alcance os seus objetivos.

Nessa perspectiva, no processo de psicodiagnóstico, deve ser observado, além da


dinâmica psicológica do avaliado, todo o contexto. Desse modo, podem ser fornecidas
orientações relacionadas a alterações na rotina familiar, como, por exemplo, uma nova
organização dos hábitos alimentares, o encaminhamento para esportes e outras
atividades de recreação, entre outras orientações. Percebemos, com isso, que as
indicações terapêuticas não se restringem somente a encaminhamentos para outros
profissionais, mas podem englobar também orientações de mudanças no estilo de
profissionais, mas podem englobar também orientações de mudanças no estilo de
vida do avaliado.

Na entrevista de devolução, será


conversado também com o avaliado e
sua família acerca do prognóstico da
situação avaliada. Prognóstico significa,
em nossa língua portuguesa, o
estabelecimento do provável
desenvolvimento futuro ou o resultado de
um processo. E como essa definição se
aplica ao psicodiagnóstico? No momento
da devolução o psicólogo deve expor
possíveis desdobramentos da situação
avaliada, especialmente sobre os riscos
caso determinadas recomendações
terapêuticas não sejam seguidas. Falar
sobre o prognóstico na comunicação dos
resultados é parte do dever científico do
psicólogo (ALBARNOZ, 2016).

Na devolução das informações, com a explanação sobre os encaminhamentos e o


prognóstico, o psicodiagnóstico revela também o seu caráter preventivo, na medida
em que auxilia o avaliado a enxergar uma possibilidade de melhora e o que pode
ocorrer caso não sejam seguidas as recomendações, principalmente no que se refere
aos encaminhamentos sugeridos.
aos encaminhamentos sugeridos.

Diante do exposto, consideramos que você já compreendeu a importância da etapa de


comunicação dos resultados, como um momento em que o avaliado recebe do
psicólogo possíveis explicações para o que está ocorrendo com ele e quais são os
caminhos que ele deve seguir em busca de um funcionamento psicológico mais
saudável e adaptativo.

Prognóstico, encaminhamento e indicações


 terapêuticas
Neste vídeo, refletiremos e explicaremos sobre formato e conteúdo em relação a
prognóstico, encaminhamento e indicações terapêuticas no final do psicodiagnóstico.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A comunicação dos resultados obtidos no psicodiagnóstico é uma etapa essencial


do processo de avaliação. Essa comunicação pode ser realizada de duas maneiras:
a comunicação oral e a comunicação escrita. Sobre a comunicação oral, ela é
realizada por meio da(o)

A relatório psicológico.

B atestado psicológico.

C laudo psicológico.
D entrevista de devolução.

E parecer psicológico.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Uma parte fundamental do processo do psicodiagnóstico é o momento da


comunicação dos resultados, que pode ser realizada de duas maneiras: por via
escrita ou oral. A comunicação oral dos resultados ocorre por meio da entrevista de
devolução, quando o psicólogo comunica ao avaliado e, se for o caso, à sua família,
os resultados obtidos no processo de avaliação, bem como as orientações, o
prognóstico e os encaminhamentos pertinentes.

Questão 2

Na comunicação dos resultados obtidos no processo do psicodiagnóstico, o


psicólogo deve abordar os aspectos referentes aos encaminhamentos julgados
necessários acerca do prognóstico do caso. Em relação ao prognóstico, pode-se
dizer que se caracteriza por expressar os(as)

A resultados dos testes psicológicos.

B resultados da avaliação.

C possíveis desdobramentos da situação avaliada.

D indicações terapêuticas.

E resultados da hora de jogo diagnóstica.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A comunicação dos resultados é um dos passos relevantes do processo do


psicodiagnóstico. Nela, devem estar contidos os resultados obtidos no processo de
avaliação, bem como as orientações, indicações terapêuticas e o prognóstico do
caso. No prognóstico, o psicólogo deve tratar com o avaliado sobre os possíveis
caso. No prognóstico, o psicólogo deve tratar com o avaliado sobre os possíveis
desdobramentos da situação avaliada, especialmente se o avaliado não seguir as
recomendações e indicações terapêuticas dadas pelo psicólogo.

Considerações �nais
Como estudado ao longo deste conteúdo, o psicodiagnóstico é um processo científico
e com uma duração temporal limitada. Para que o processo seja bem-sucedido, é
essencial que o psicólogo percorra alguns passos até o seu encerramento.

A adequada seleção e administração de testes e técnicas psicológicas é uma etapa


fundamental para que o psicólogo obtenha dados que estejam em conformidade com
as suas hipóteses iniciais, que foram construídas a partir das entrevistas iniciais. A
partir dessa etapa, o psicólogo deverá selecionar os dados considerados relevantes e
integrá-los, estando apto, com isso, a elaborar a sua síntese final sobre a situação
avaliada e a comunicar os resultados ao avaliado e, quando for o caso, à sua família.

Percebemos que o psicólogo deve percorrer cada passo do processo de avaliação de


forma cuidadosa e criteriosa, encerrando-o com as entrevistas de devolução. Nessas
forma cuidadosa e criteriosa, encerrando-o com as entrevistas de devolução. Nessas
entrevistas, um bom vínculo estabelecido entre o psicólogo e o avaliado será
imprescindível para que as orientações e os encaminhamentos que se fizerem
necessários sejam bem recebidos pelo avaliado. Desse modo, podemos dizer que o
psicodiagnóstico terá cumprido o seu papel, proporcionando um espaço de reflexão e
possibilidade de mudança para o avaliado, na busca por um funcionamento
psicológico mais saudável e adaptativo.

 Podcast
Ouça agora a importância da elaboração de um plano de avaliação para a obtenção de
um adequado psicodiagnóstico, identificar os principais aspectos relacionadas à
escolha de testes e técnicas psicológicas no psicodiagnóstico. Também falaremos
sobre a importância da etapa de comunicação dos resultados no psicodiagnóstico.
Explore +
Caso seja do seu interesse pesquisar mais sobre o processo do psicodiagnóstico em
outros contextos, uma ótima dica é a leitura do artigo Além do psicodiagnóstico:
práticas inclusivas a partir da avaliação psicológica, de Barreto e Bôas, publicado no
periódico Brazilian Journal of Development, em 2021. Essa publicação aborda as
últimas produções científicas sobre a temática da avaliação psicológica em pessoas
com deficiência, abrindo um importante leque para a discussão sobre uma prática
mais inclusiva no campo do psicodiagnóstico.

Referências
ALBARNOZ, A. C. G. Devolução das informações do psicodiagnóstico. In: HUTZ, C. S.;
BANDEIRA, D. R.; TRENTINI, C. M.; KRUG, J. S. (Org.). Psicodiagnóstico. Porto Alegre:
ARTMED, 2016. p. 27-34.
ARZENO, M. E.G. Psicodiagnóstico clínico. Artmed: Porto Alegre, 1995.

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HUTZ, C. S.; BANDEIRA, D. R.; TRENTINI, C. M.; KRUG, J. S. (Org.). Psicodiagnóstico.
Porto Alegre: Artmed, 2016.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. CFP. Resolução nº 06 de 2019. Institui regras


para a elaboração de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no
exercício profissional e revoga a Resolução CFP nº 15/1996, a Resolução CFP nº
07/2003 e a Resolução CFP nº 04/2019. Brasília, 2019.

CUNHA, J. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2007.

HUTZ, C. S. O que é avaliação psicológica: Métodos e testes. In: HUTZ, C. S.;


BANDEIRA, D. R.; TRENTINI, C. M. (Org.). Psicometria. Porto Alegre: ARTMED, 2015.

RIGONI, M. S.; SÁ, S. D. O processo psicodiagnóstico. In: HUTZ, C. S.; BANDEIRA, D. R.;
TRENTINI, C. M.; KRUG, J. S. (Org.). Psicodiagnóstico. Porto Alegre: ARTMED, 2016. p.
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SEGABINAZI, J. D. Integração dos dados coletados e o diagnóstico psicológico. In:


HUTZ, C. S.; BANDEIRA, D. R.; TRENTINI, C. M.; KRUG, J. S. (Org.). Psicodiagnóstico.
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SERAFINI, A. J.; LEVANDOWSKI, D. C.; YATES, D. B. Os testes psicométricos na


avaliação psicológica com crianças. In: LINS, M.; MUNIZ, M.; CARDOSO, L. Avaliação
Psicológica Infantil. São Paulo: Hogrefe, 2018.
TRENTINI, C. M.; BANDEIRA, D. R.; KRUG, J. S. Escolha dos instrumentos e das
técnicas no psicodiagnóstico. In: HUTZ, C. S.; BANDEIRA, D. R.; TRENTINI, C. M.; KRUG,
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WELLAUSEN, R. S.; OLIVEIRA, S. E. S. Psicodiagnóstico e as patologias da


personalidade. In: HUTZ, C. S.; BANDEIRA, D. R.; TRENTINI, C. M.; KRUG, J. S. (Org.).
Psicodiagnóstico. Porto Alegre: ARTMED, 2016.

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