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CAPITULO 2

• O psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica com propósitos clínicos


que busca identificar as forças e fraquezas no funcionamento psicológico,
especialmente a presença de psicopatologia. Utiliza testes e outras
estratégias sistemáticas para resolver problemas.
• Tem raízes na tradição médica e psicométrica, com contribuições de
Galton, Cattell e Binet, buscando correlacionar síndromes clínicas com
modificações morfológicas e dados bacteriológicos. Kraepelin
desempenhou um papel crucial na classificação de doenças mentais.
• Freud e Jung influenciaram o desenvolvimento de técnicas projetivas,
como o teste de Rorschach e o TAT, mas o entusiasmo inicial por essas
técnicas diminuiu devido a problemas metodológicos e surgimento de
alternativas.
• Atualmente, os psicólogos clínicos consideram uma variedade de
instrumentos e abordagens para diagnóstico e avaliação psicológica mais
abrangente e precisa.
CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO
• O psicodiagnóstico é um processo científico de avaliação psicológica que
utiliza técnicas e testes psicológicos para entender problemas, identificar
aspectos específicos, classificar casos e prever possíveis cursos de ação.
É um processo limitado no tempo, baseado em um contrato de trabalho
entre o paciente (ou responsável) e o psicólogo, com um plano de
avaliação estabelecido com base em hipóteses iniciais.
OBJETIVOS
• Os objetivos do psicodiagnóstico podem variar dependendo das questões
propostas e das necessidades da fonte de solicitação. Alguns objetivos
comuns incluem avaliar níveis quantitativos, classificar sumariamente,
analisar escores de subtestes e diferenças inter e intratestes. O psicólogo
clínico, no entanto, não se limita a objetivos quantitativos, mas considera
a pessoa do examinando em sua avaliação.
• O psicodiagnóstico é uma ferramenta valiosa na prática do psicólogo
clínico, pois fornece dados que podem subsidiar decisões e
recomendações, abrangendo uma ampla variedade de objetivos,
dependendo das necessidades específicas do caso.
• texto aborda os diferentes objetivos do psicodiagnóstico, destacando que
esse processo é um método científico que utiliza técnicas e testes
psicológicos para responder a questões específicas relacionadas aos
pacientes. Alguns dos principais objetivos mencionados incluem:
• Classificação Nosológica: O psicodiagnóstico pode ser usado para
classificar o caso do paciente em categorias diagnósticas específicas.
Isso ajuda na comunicação entre profissionais e na coleta de dados
epidemiológicos.
• Diagnóstico Diferencial: O objetivo é investigar as irregularidades e
inconsistências nos sintomas ou nos resultados dos testes para
diferenciar entre categorias diagnósticas, níveis de funcionamento, etc.
• Avaliação Compreensiva: Envolve uma avaliação mais global da
personalidade do paciente, determinando o nível de funcionamento da
personalidade, examinando funções do ego e fornecendo informações
para a indicação terapêutica.
• Entendimento Dinâmico: Busca compreender a problemática do
paciente em uma perspectiva mais profunda, considerando fatores
psicodinâmicos, identificando conflitos e utilizando um referencial teórico.
• Prevenção: Pode ser usado para identificar problemas precocemente,
avaliar riscos, estimar as forças e fraquezas do ego e a capacidade de
enfrentar situações difíceis.
• Prognóstico: Depende principalmente da classificação diagnóstica e
pode ajudar a avaliar condições que possam influenciar o curso de um
transtorno.
• Perícia Forense: Envolve a resolução de questões relacionadas à
"insanidade", competência para exercer funções cidadãs, avaliação de
incapacidade ou de comprometimentos psicopatológicos associados a
infrações da lei.
• Cada objetivo tem suas próprias características e requisitos específicos,
e a escolha do objetivo dependerá das necessidades da situação clínica
ou forense em questão. O psicodiagnóstico é uma ferramenta valiosa que
pode fornecer informações importantes para tomar decisões clínicas e
legais.

OS 3 PRINCIPAIS CENÁRIOS

a) Realizado por diversos profissionais: O diagnóstico pode ser feito por


psicólogos, psiquiatras, neurologistas ou psicanalistas, com vários objetivos,
exceto classificação simples, desde que utilizem o modelo médico, focando
na avaliação de funções e identificação de patologias, sem o uso de testes e
técnicas específicas dos psicólogos clínicos.

b) Realizado exclusivamente por psicólogos clínicos: Os psicólogos


clínicos podem realizar o diagnóstico usando o modelo psicológico
(psicodiagnóstico), incluindo técnicas e testes específicos deste profissional,
para a consecução de qualquer um ou vários objetivos.

c) Realizado por uma equipe multiprofissional: Uma equipe composta por


psicólogos, psiquiatras, neurologistas, orientadores educacionais,
assistentes sociais ou outros profissionais pode realizar o diagnóstico,
abrangendo os objetivos mencionados e possivelmente outros. Cada
profissional utiliza seu próprio modelo em uma avaliação mais complexa e
inclusiva, integrando dados de diversas naturezas (psicológica, médica,
social, etc.).

Na prática, o encaminhamento de casos para diagnóstico em psicologia


clínica ou psiquiatria segue critérios muitas vezes não explícitos, provavelmente
influenciados pela história da psicanálise, que trouxe uma abordagem mais
dinâmica e compreensiva para o entendimento e classificação dos transtornos
mentais em comparação com o enfoque médico anterior, que se baseava
principalmente em sinais e sintomas de pacientes hospitalizados com quadros
graves.

OPERACIONALIZAÇÃO

Em termos de operacionalização, devem ser considerados os


comportamentos específicos do psicólogo e os passos para a realização do
diagnóstico com um modelo psicológico de natureza clínica.
Os comportamentos específicos do psicólogo ao realizar o
psicodiagnóstico podem ser resumidos da seguinte forma:

a) Identificar os motivos do encaminhamento, queixas e outros problemas


iniciais do paciente.

b) Coletar informações de natureza psicológica, social, médica, profissional,


escolar, etc., sobre o paciente e pessoas significativas, podendo solicitar
informações adicionais de fontes complementares.

c) Investigar a história clínica e pessoal do paciente para identificar padrões


e relações relevantes do ponto de vista psicopatológico e dinâmico.

d) Realizar o exame do estado mental do paciente, que inclui uma avaliação


subjetiva, podendo ser complementado por informações objetivas.

e) Formular hipóteses iniciais e estabelecer os objetivos do exame.

f) Desenvolver um plano de avaliação que define como o processo será


conduzido.

g) Estabelecer um contrato de trabalho com o paciente ou seu responsável,


delineando as expectativas e limites do processo.

h) Administrar testes e outros instrumentos psicológicos apropriados.

i) Coletar dados quantitativos e qualitativos com base nos resultados dos


testes e observações.

j) Selecionar, organizar e integrar todas as informações significativas para


atingir os objetivos do exame, considerando o nível de inferência necessário,
bem como as informações da história do paciente e as características de sua
situação atual.

l) Comunicar os resultados do psicodiagnóstico ao paciente por meio de uma


entrevista de devolução, relatório, laudo, parecer ou outros formatos
informativos, e propor soluções, se aplicável, em benefício do paciente.

m) Encerrar o processo de psicodiagnóstico de forma apropriada,


considerando todos os aspectos éticos e profissionais necessários.
QUADRO DOS OBJETIVOS:

CAPITULO 3
O problema
1. Quais são os principais desafios enfrentados pelo psicólogo clínico ao realizar
um psicodiagnóstico?
Os principais desafios enfrentados pelo psicólogo clínico ao realizar um
psicodiagnóstico incluem a dificuldade em determinar quando um problema
requer avaliação clínica, atrasos na busca por ajuda devido a dúvidas e
fantasias, e a influência da percepção da gravidade dos sintomas na cooperação
do paciente durante a avaliação.
2. Como a falta de distinção entre problemas temporários e prolongados pode
afetar a busca por ajuda em situações de saúde mental?
A falta de distinção entre problemas temporários e prolongados pode levar as
pessoas a acreditarem que o tempo resolverá a situação, atrasando assim a
busca por ajuda profissional quando enfrentam problemas de saúde mental.
3. Quais são os fatores que podem levar as pessoas a adiarem a busca por ajuda
profissional quando enfrentam problemas psicológicos?
Os fatores que podem levar as pessoas a adiarem a busca por ajuda incluem a
crença de que o problema é comum e passageiro, a tentativa de enfrentar o
problema por conta própria e a explicação dos sintomas em termos de
circunstâncias externas
4. Qual é o papel dos profissionais de saúde mental, como professores,
orientadores e médicos, na identificação precoce de problemas psicossociais?
Profissionais de saúde mental, como professores, orientadores e médicos,
desempenham um papel importante na identificação precoce de problemas
psicossociais, pois podem observar sinais de dificuldades emocionais e
comportamentais em seus pacientes e alunos.
5. Como a percepção da gravidade dos sintomas pode influenciar a cooperação
durante a avaliação psicológica?
A percepção da gravidade dos sintomas pode influenciar a cooperação durante
a avaliação psicológica, pois os pacientes podem se sentir mais dispostos a
buscar ajuda se perceberem que seus sintomas são graves ou preocupantes.
6. Quais estratégias podem ser adotadas pelos psicólogos para abordar as
dúvidas e preconceitos relacionados à doença mental durante o processo de
psicodiagnóstico?
Para abordar dúvidas e preconceitos relacionados à doença mental, os
psicólogos podem fornecer educação e esclarecimento sobre questões de saúde
mental, promovendo uma compreensão mais precisa dos problemas
psicológicos
7. De que maneira a compreensão das circunstâncias que precederam a consulta
pode impactar a eficácia do psicodiagnóstico?
A compreensão das circunstâncias que precederam a consulta pode impactar a
eficácia do psicodiagnóstico, permitindo que o psicólogo leve em consideração
o contexto em que os sintomas surgiram e como o paciente os percebe.
8. Quais são os principais obstáculos que os psicólogos iniciantes podem
enfrentar ao conduzir avaliações psicológicas?
Os psicólogos iniciantes podem enfrentar obstáculos como a falta de experiência
na condução de avaliações psicológicas, a dificuldade em estabelecer rapport
com os pacientes e a incerteza na interpretação dos resultados dos testes. Esses
obstáculos podem ser superados com supervisão e treinamento adequados.

Sinais e Sintomas
1. Como os termos "sinais" e "sintomas" são definidos no contexto da medicina e
como essa definição se aplica à psicologia, psiquiatria e medicina?
"Sinais" e "sintomas" são pistas físicas ou psicológicas que indicam a presença
de uma doença ou condição e são relevantes na medicina, psicologia e
psiquiatria.
2. Por que é crucial identificar pistas físicas ou psicológicas que sugerem a
presença de uma condição de saúde precocemente?
Identificar essas pistas precocemente é crucial para prevenir crises ou
agravamento das condições de saúde.
3. Qual foi a abordagem da psicologia freudiana em relação aos sintomas e como
ela difere da abordagem anterior em que os pacientes apresentavam quadros
mais graves?
A abordagem freudiana viu os sintomas de forma ampla e dinâmica, enquanto
no passado, os pacientes eram categorizados em síndromes com sintomas mais
graves.
4. Como a compreensão dos sintomas pode variar ao longo do tempo e entre
diferentes abordagens na prática clínica?
A variação na compreensão dos sintomas pode afetar o diagnóstico e tratamento
de condições de saúde mental, enfatizando a importância da atualização e
abordagem holística.
5. Quais são as implicações dessa variação na compreensão dos sintomas para o
diagnóstico e tratamento de condições de saúde mental?
A compreensão dos sintomas varia com o tempo e entre abordagens clínicas,
destacando a complexidade da prática clínica.

CRITÉRIOS USUAIS DE DEFINIÇÃO


DE UM PROBLEMA
1. Como o texto define um problema em relação ao comportamento humano?
O texto define um problema em relação ao comportamento humano como uma
situação em que há alterações ou mudanças nos padrões de comportamento
comum, que podem ser percebidas como sendo de natureza quantitativa ou
qualitativa.
2. Por que a definição de um problema pode variar de pessoa para pessoa, de
acordo com o texto?
A definição de um problema pode variar de pessoa para pessoa devido à
relatividade dos critérios usuais para definir o que é um problema. As percepções
individuais sobre o que constitui um problema podem variar.
3. Qual é a abordagem científica atual recomendada para determinar diagnósticos,
de acordo com o texto?
A abordagem científica atual recomendada para determinar diagnósticos
enfatiza o uso de critérios operacionais, que são critérios específicos e
mensuráveis para identificar condições de saúde.
4. O que significa usar critérios operacionais na avaliação diagnóstica?
Usar critérios operacionais na avaliação diagnóstica significa que é necessário
que um paciente atenda a um conjunto específico de características sintomáticas
durante um período de tempo determinado para que um diagnóstico seja feito.
Isso torna o processo mais objetivo e mensurável.
5. Por que é importante que um paciente apresente um conjunto específico de
características sintomáticas durante um período de tempo para se chegar a uma
decisão diagnóstica, de acordo com o texto?
É importante que um paciente apresente um conjunto específico de
características sintomáticas durante um período de tempo para se chegar a uma
decisão diagnóstica, porque isso ajuda a estabelecer critérios claros e
mensuráveis para a identificação de condições de saúde, tornando o diagnóstico
mais confiável e baseado em evidências.
PROBLEMAS PSICOSSOCIAIS E AMBIENTAIS:
ACONTECIMENTOS DA VIDA
1. Quais são os eventos da vida mencionados no texto que podem desencadear
problemas psicossociais e ambientais?
Os eventos mencionados incluem o nascimento e crescimento dos filhos,
doenças, acidentes, mortes de membros da família, mudanças drásticas na área
profissional, social ou financeira, casamento dos filhos, nascimento de netos,
menopausa, aposentadoria, entre outros.
2. Por que é importante verificar como uma pessoa lida com situações críticas e
fatores estressantes?
É importante verificar como uma pessoa lida com essas situações porque as
maneiras típicas de lidar com o estresse revelam informações valiosas sobre seu
entendimento psicodinâmico e podem guiar o suporte psicológico adequado.
3. Qual é a importância de entender as reações e atitudes das pessoas diante de
eventos da vida?
Entender as reações e atitudes das pessoas diante desses eventos é crucial
porque ajuda a compreender sua saúde mental, bem como fornece insights
sobre como oferecer apoio emocional e orientação.
4. Quais são os benefícios de considerar os problemas psicossociais e ambientais
ao fornecer apoio psicológico?
Considerar esses problemas ao fornecer apoio psicológico ajuda a criar uma
abordagem mais personalizada e eficaz, levando em consideração as
circunstâncias de vida únicas de cada pessoa.
5. O que o texto enfatiza como essencial para o entendimento psicodinâmico das
pessoas?
O texto enfatiza que entender como as pessoas enfrentam o estresse é essencial
para o entendimento psicodinâmico delas, pois revela aspectos importantes de
sua psicologia e maneira de lidar com desafios.

A AVALIAÇÃO DA PSICOPATOLOGIA
Em resumo, a avaliação da psicopatologia é um processo que busca identificar
problemas no funcionamento psicológico, com um foco específico na presença
ou ausência de psicopatologia, usando diferentes abordagens para entender a
situação do indivíduo.
TRANSTORNOS MENTAIS E
CLASSIFICAÇÕES NOSOLÓGICAS
1. Definição de Transtorno Mental: transtorno mental é definido como um
padrão comportamental ou psicológico clinicamente significativo,
associado a sofrimento, incapacitação ou risco, que não pode ser
explicado apenas como uma resposta culturalmente aceita a eventos.
2. Abordagem Ateórica: O DSM-IV adota uma abordagem que não se
concentra nas causas subjacentes dos transtornos mentais, mas sim em
critérios operacionais específicos para classificá-los.
3. Avaliação Multiaxial: O DSM-IV recomenda uma avaliação multiaxial,
incluindo problemas psicossociais e ambientais, bem como o nível geral
de funcionamento do paciente, para obter uma compreensão completa.
4. Familiaridade com Classificações Nosológicas: Profissionais que
lidam com psicodiagnóstico devem estar familiarizados com sistemas de
classificação nosológica, como o DSM-IV e a CID-10, para uma
comunicação eficaz e documentação precisa.
5. Distinção entre Comportamentos Desviantes e Transtornos Mentais:
A definição de transtorno mental distingue claramente entre
comportamentos socialmente desviantes e transtornos mentais,
enfatizando a necessidade de uma disfunção subjacente associada ao
sofrimento, incapacitação ou risco para que algo seja considerado um
transtorno mental.

CAPITULO 04
• O contato com o paciente é um aspecto fundamental do
processo psicodiagnóstico.
• Ele começa desde o primeiro contato, seja por telefone ou
pessoalmente, e se estende até a entrevista devolutiva.
• É importante que o psicólogo esclareça as motivações
conscientes e inconscientes do paciente para buscar ajuda,
identifique o verdadeiro paciente e esteja alerta para identificar
se o sintoma apresentado é coerente ou não para o paciente e
sua família.
• O contato envolve exercitar o tato, com vistas ao toque dentro
de uma relação de influência e de proximidade.
MOTIVOS CONSCIENTES E INCONSCIENTES
• Os motivos conscientes e inconscientes são importantes no
processo psicodiagnóstico.
• Os motivos conscientes são aqueles que o paciente tem
consciência e pode expressar verbalmente, enquanto os
motivos inconscientes são mais profundos e obscuros, e podem
ser responsáveis pelas aflições do paciente.
• Cabe ao psicólogo observar, perceber e escutar com
tranquilidade, sem ser coercitivo, inquiridor ou todo-poderoso,
para criar um espaço onde o paciente possa revelar sua
intimidade e denunciar os aspectos incoerentes e confusos de
seus conflitos.
• A marcação da consulta formaliza um processo de trabalho
psicológico já iniciado, precedido de intensa angústia e
ambivalência, e a emergência de fortes defesas nesse período
pode, por vezes, mascarar as motivações inconscientes da
busca pelo processo psicodiagnóstico.
IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE
• O psicólogo deve estar atento para identificar quem é o
verdadeiro paciente, levantando todas as indagações possíveis
em torno dele e da totalidade da situação envolvida na busca
de ajuda, passando pelo grau de consciência das dificuldades.
• É comum que, dentre um grupo familiar, o elemento trazido ao
psicólogo e apresentado como doente seja, na verdade, o
menos comprometido da família. Por isso, é importante que o
psicólogo esteja alerta e identifique se o sintoma apresentado
é coerente ou não para o paciente e sua família.
• A identificação do verdadeiro paciente começa desde o
primeiro contato, seja por telefone ou pessoalmente, e se
estende até a entrevista devolutiva.
DINAMICA DA INTERAÇÃO CLÍNICA
• Ela envolve uma dinâmica específica, num vínculo
relativamente curto, em que se entrelaçam dois mundos, o do
psicólogo e o do paciente, passando a interagirem duas
identidades.
• É uma situação ímpar, à qual o psicólogo deve dedicar
merecida atenção e valorização.
• É importante que o psicólogo esteja atento aos aspectos
conscientes e inconscientes da interação clínica, pois eles
podem reforçar ou provocar reações transferenciais e
defensivas, que merecem cuidadoso exame para a ampliação
do entendimento do paciente.
• Alguns psicólogos não valorizam os aspectos dinâmicos da
interação clínica por considerarem que esses dados podem ser
fontes de erro para a precisão das mensurações que devem ser
efetuadas, mas é importante que o psicólogo esteja atento a
esses aspectos para um diagnóstico mais preciso.
• O psicólogo sofre pressões do paciente, do grupo familiar, do
ambiente, de quem encaminhou o paciente e dele próprio.
• O paciente quer ser ajudado e quer respostas, enquanto o meio
ambiente, ou seja, o local de trabalho do psicólogo, os colegas,
as chefias, muitas vezes, bem como uma equipe
multiprofissional ou não, conforme o caso, também exercem
suas pressões sobre a condução do caso, planificação e
manejos finais.
• A situação de psicodiagnóstico torna-se importante em termos
de afirmação e valorização da tarefa do psicólogo. A percepção
do ambiente sobre o seu trabalho é uma das pressões
exercidas sobre ele.
IMPORTANCIA PARA O PSICODIAGNÓSTICO
• permite ao psicólogo identificar e compreender as dificuldades
e problemas do paciente, bem como suas necessidades e
potencialidades.
• Através do psicodiagnóstico, o psicólogo pode realizar uma
avaliação mais precisa e completa, utilizando diferentes
técnicas e instrumentos para coletar informações sobre o
paciente.
• o psicodiagnóstico permite ao psicólogo estabelecer um vínculo
terapêutico com o paciente, o que é fundamental para o
sucesso do tratamento.
• também é importante para a definição de um diagnóstico
preciso, que pode orientar o tratamento e ajudar o paciente a
compreender suas dificuldades e buscar soluções para elas.
Por fim, o psicodiagnóstico é importante para a valorização da
tarefa do psicólogo, pois permite que ele demonstre sua
competência e habilidade na avaliação psicológica.
PSICODIAGNÓSTICO CLÍNICO DA ATUALIDADE
O psicodiagnóstico está sendo revalorizado na área de saúde mental e é
essencial para diagnósticos precisos em várias áreas, como orientação
vocacional e trabalho pericial. Não é o mesmo que um diagnóstico
psicológico, mas é crucial por várias razões:
1. Para compreender o que está acontecendo e suas causas, respondendo
ao motivo da consulta inicial.
2. Iniciar um tratamento sem um diagnóstico prévio pode ser arriscado, pois
pode levar a complicações além da capacidade do terapeuta, resultando
em descontentamento do paciente.
3. O psicólogo deve proteger-se ao assumir um compromisso clínico e ético
com o paciente, garantindo que possa lidar adequadamente com o caso
e evitando situações que possam comprometer sua ética profissional. O
não cumprimento do contrato terapêutico pode ter sérias consequências
profissionais.
5. O psicodiagnóstico é fundamental para diagnósticos psicológicos precisos
e compreensão de aspectos inconscientes. Não deve ser excessivamente
longo para evitar complicar a relação com o paciente. Atualmente, temos
recursos que aceleram essa etapa.
6. O objetivo principal é diagnosticar além das descrições conscientes do
paciente, complementando a entrevista. Métodos modernos, como testes,
avançaram a psiquiatria.
• O psicodiagnóstico envolve diferentes instrumentos diagnósticos,
incluindo testes, para estudar o paciente por meio de várias formas de
comunicação. Os testes projetivos são preferíveis, e a escolha dos testes
deve ser cuidadosa.
• Ele também pode ser usado para acompanhar o tratamento e identificar
impasses. As conclusões são discutidas com o paciente, pais ou família
conforme necessário.
• O psicodiagnóstico utiliza técnicas criativas para elucidar questões
internas do paciente. Ele auxilia na estimativa do prognóstico e na escolha
da estratégia terapêutica adequada, que pode incluir várias abordagens
terapêuticas.
• É um estudo profundo da personalidade com foco clínico, considerando
elementos conscientes e inconscientes, ansiedades básicas, defesas
psicológicas, individualidade e fatores genéticos. Pode incluir estudos
médicos complementares para orientar o tratamento adequado.
QUAIS FINALIDADES PODEMOS UTILIZAR O PSICODIAGNÓSTICO
1. Diagnóstico: O principal objetivo do estudo psicodiagnóstico é ir
além de rotular o paciente, buscando compreender o que está
ocorrendo além de sua descrição consciente. A entrevista inicial
gera hipóteses, mas o diagnóstico requer mais do que entrevistas,
sendo necessário métodos científicos adicionais.
2. Avaliação do tratamento: O psicodiagnóstico pode avaliar o
progresso do tratamento, realizando novos testes para medir
avanços e resolver impasses, principalmente em casos de
discordância entre paciente e terapeuta sobre o término do
tratamento. A frequência depende das regras da instituição ou das
decisões do terapeuta.
3. Meios de comunicação: quando os pacientes têm dificuldades em falar
sobre seus problemas. Isso pode envolver atividades como desenhar,
brincar ou usar jogos para facilitar a comunicação. Isso ajuda os
pacientes a ganhar insight sobre seus problemas e a se sentirem mais à
vontade durante a consulta. O objetivo é conhecer profundamente o
paciente, o que requer um bom relacionamento (rapport). É importante
respeitar o tempo e as necessidades individuais de cada paciente
durante esse processo.
4. Na investigação: o psicodiagnóstico é usado na pesquisa de duas
maneiras: para criar novos testes de personalidade, validando-os
estatisticamente, e para planejar estudos sobre problemas específicos,
garantindo a padronização na administração dos testes para obter
resultados comparáveis e válidos.
METODO PARA QUE O CONSULTANTE ACEITE MELHOR AS
RECOMENDAÇÕES
O psicodiagnóstico abrange entrevistas, testes, jogos com crianças e
entrevistas familiares, conforme necessário. As conclusões e o material
obtido são discutidos com o paciente, seus pais ou toda a família,
dependendo da situação. Exemplos ilustram como o material pode ser
usado para abordar conflitos ocultos ou minimizados, facilitando a
compreensão e a terapia.
ESCOLHA DA ESTRATÉGIA TERAPÊUTICA MAIS ADEQUADA
• O psicodiagnóstico abrange várias estratégias terapêuticas, como
entrevistas de esclarecimento, apoio, terapia breve, psicanálise,
terapia de grupo, familiar, vincular, sistêmica, entre outras.
• A escolha depende do paciente e de sua capacidade de enfrentar
os conflitos e da natureza de suas respostas aos testes e
entrevistas.
• A avaliação vincular e familiar ajuda a decidir qual tratamento é
mais apropriado. Além disso, existem técnicas projetivas que
podem ser aplicadas a casais ou grupos para avaliar a dinâmica
e a capacidade de agrupamento.
• O motivo da consulta, manifestado e latente, também orienta a
recomendação de terapia individual ou de grupo.
• O teste de Phillipson é útil para determinar a adequação de um
paciente à terapia de grupo com base em sua produção nas
lâminas grupais.
• O psicodiagnóstico oferece várias aplicações, e novos caminhos
continuam a ser explorados.
O processo de psicodiagnóstico ocorre em 7 etapas:

1. O consultante solicita a consulta e inicia-se o contato com o profissional.

2. Nas primeiras entrevistas, procura-se entender os motivos latentes e


manifestos da consulta, as ansiedades e defesas do consultante, a
fantasia de doença e cura, e a história pessoal e familiar.

3. Neste estágio, o profissional reflete sobre o material coletado até agora,


desenvolvendo hipóteses iniciais e planejando os próximos passos e
instrumentos diagnósticos necessários.

4. A estratégia diagnóstica é executada, podendo ser adaptada conforme o


andamento do processo, incluindo jogos com crianças, entrevistas
familiares, testes etc.

5. O quinto momento envolve a análise minuciosa do material coletado para


obter um quadro claro do caso, com o objetivo de orientar o tratamento
adequado.

6. O ultimo momento é a entrevista de devolução ao paciente, podendo ser


em somente uma ou em várias. A ultima entrevista é carregada de
ansiedade do paciente, da família e também do psicólogo

7. Elaboração do informe psicológico, se solicitado.

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