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Avaliação e Intervenção Psicológica

Avaliação e intervenção Psicológica


Avaliação e Intervenção Psicológica

Objetivos de Aprendizagem:

• Utilizar diferentes modelos teóricos, que estão na base da consulta psicológica com crianças,
adolescentes, adultos e idosos;
• Pensar a consulta psicológica com base num desenho coerente da metodologia do diagnóstico
progressivo e da planificação de intervenção de orientação/indicação dos casos clínicos;
• Justificar e integrar as técnicas fundamentais da entrevista e da observação e as técnicas
complementares (testes);
• Saber formular a hipótese de diagnóstico definitivo à luz da análise e da síntese dos resultados
qualitativos e quantitativos obtidos;
• Refletir e praticar as garantias éticas requeridas na avaliação psicológicas e no planeamento da
intervenção;
• Conhecer, avaliar e praticar o planeamento da intervenção;
• Repensar os desenhos clínicos que se utilizam nas consultas psicológicas.
Avaliação e Intervenção Psicológica
Conteúdos Programáticos
I Ensino teórico
1.Enquadramento da Unidade Curricular no Ciclo de Estudos
1.1. Objetivos desta Unidade Curricular no contexto do Mestrado em
Psicologia Clínica e Aconselhamento;

2. Características gerais e específicas da avaliação psicológica


2.1. Objetivos da avaliação psicológica;
2.2. Avaliação Psicológica e método clínico;
2.3. A Consulta psicológica de diagnóstico/orientação como relação
intersubjetiva.
Avaliação e Intervenção Psicológica
Conteúdos Programáticos
2.4. Etapas da avaliação psicológica;
2.5. A metodologia do diagnóstico progressivo em fases.
2.6. Os conceitos fundamentais implicados na observação
intersubjetiva e na entrevista de diagnóstico;
2.7. Entrevista em contexto de Psicologia clínica;
2.8. Teoria e função da entrevista nas diferentes idades;
2.9. Instrumentos de avaliação psicológica.
Avaliação e Intervenção Psicológica
Conteúdos Programáticos
II Metodologia prática

3. Apresentação de casos clínicos contendo as técnicas fundamentais e


complementares das fases do diagnóstico.
3.1. Consulta de diagnóstico da criança, através da apresentação de dois
casos clínicos incluindo observação, entrevista e testes específicos.
3.2. Consulta de diagnóstico de adolescentes através da apresentação de
um caso clínico com entrevista e testes específicos.
3.4. Consulta de diagnóstico de jovem e de adulto através da apresentação
de casos clínicos. Utilização de testes e grelhas específicas.
Avaliação e Intervenção Psicológica

Metodologias e Avaliação:
Aulas Teóricas e Práticas

•Articulação sistemática entre temas teóricos e a sua componente prática


implicando uma utilização integrada de diversos métodos de ensino.
•Utilização, entre outras técnicas, de discussão pormenorizada de
relatórios, de casos clínicos paradigmáticos apresentados pelo professor,
relativos às diferentes idades.
•Utilização da microanálise, de registos em vídeo, projeções em
PowerPoint, e da auto-observação da relação.
Avaliação e Intervenção Psicológica
Avaliação continua:
• Teste escrito no final do semestre abrangendo toda a matéria
lecionada, e com caracter obrigatório (50% da nota final);
• Trabalho escrito em formato de artigo científico, com dimensão até
dez páginas (50% da nota final).
• Participação ativa nas sessões de contacto;
• A aplicação da modalidade de avaliação contínua obriga a uma
assiduidade mínima de 75% às sessões de contacto.
Bibliografia Principal:

• Bateman, A.;Brown, D.; Pedder, J.; (2003). Princípios e prática das psicoterapias. Climepsi: Lisboa.
• Bloch, S. (1999). Uma introdução às psicoterapias. Climepsi: Lisboa;
• Fernandez-Ballesteros, R. (1998). Introduccion a la evaluacion psicológica (vol1 e 2). Madrid: Pirâmide.
• Gilliéron, E. (2001). A primeira entrevista em psicoterapia. Climepsi: Lisboa;
• Groth-Marnat, G. (1990). Handbook of psychological assessment. New York: John Wiley & Sons.
• Leal, I. (2008). A entrevista psicológica, Técnica, Teoria e Clínica. Fim de Século: Lisboa.
• Segal, D. L. (Eds.) (2005). Comprehensive handbook of psychological assessment. New York: John Wiley & Sons.
• Sanglade, Andronikof & Verdier-Gibello (1980). L’Examen psychologique de l’enfant. In Encyclopédie medico chirurgicale
2: 37, 180 C10. Paris: Ed. Te.
• Research in Infant and Child Development (2006). Griffiths Mental Development Scales (Manual II). London: Hogrefe.
(Tradução a editar pela Cegoc).
• Trzepacz, T. & Baker, W. (2001). Exame Psiquiátrico do Estado Mental. Climepsi: Lisboa.
• Wechsler, D. (2003). WISC III - Escala de Inteligência de Wechsler para Crianças. Lisboa: Cegoc.
• International Test Comission (2003). Directrizes internacionais para a utilização dos testes. (International guideliness for
Test use). (Translation and adaptation: Afonso M.J. L.S., Bártolo R., Pires A., Rocha A.M., Seabra-Santos, M.J. Lisboa:
Cegoc. (Original publicado em 2000).
Avaliação e Intervenção Psicológica

1.Enquadramento da Unidade Curricular no Ciclo de Estudos


1.1. Objetivos desta Unidade Curricular no contexto do Mestrado em
Psicologia Clínica e Aconselhamento;
Avaliação Psicológica no Mestrado em
Psicologia Clínica e da Saúde
Avaliação Psicológica pressupõe:
- Analisar o paciente no seu todo;
- partindo da queixa apresentada;
- diagnosticar ou classificar as condições problemáticas;
- Identificar fatores etiológicos;
- identificar situações problemáticas e as condições da sua manutenção;
- estabelecer prognósticos;
- seleccionar intervenções terapêuticas apropriadas;
- avaliar a eficácia das intervenções terapêuticas.
Avaliação Psicológica

Dificilmente vou fazer uma


intervenção adequada sem ter
realizado uma boa avaliação
2. Características gerais e específicas da avaliação psicológica

Em contexto • Análise do sujeito

clínico • A vários níveis:

• Psicológico, familiar,
relacional, social,
laboral.

Análise da • Sintomas

queixa • Linha de pesquisa


2. Características gerais e específicas da avaliação psicológica

Com o Sem o
sujeito sujeito

Entrevista Dados clínicos


História clínica / anamnese
Aplicação de técnicas (instrumentos de
avaliação psicológica) Formulação de hipóteses diagnósticas
Material clínico Técnicas de avaliação
Retorno da informação
Diagnóstico

Prognóstico

Indicação
terapêutica

(Relatório)
Avaliação Psicológica
É importante saber:

Se existe informação suficiente para passar


para a intervenção psicoterapêutica
Objectivos da Avaliação Psicológica
• 1 – Obter informação acerca das dificuldades apresentadas pelo
paciente;
• 2 – Identificar as variáveis associadas às dificuldades relatadas e que
contribuem para essas dificuldades;
• 3 – Determinar os objectivos e expectativas dos pacientes sobre os
resultados do processo psicoterapêutico.
Objectivos da Avaliação Psicológica
• 4 – Obter dados que serão comparados aos dados subsequentes, de
modo a avaliar os progressos do paciente e os efeitos das estratégias
de intervenção;
• 5 – Educar e motivar o paciente partilhando com ele a visão que o
terapeuta tem sobre os problemas;
• 6 – Aumentar a receptividade do paciente à intervenção;
Objectivos da Avaliação Psicológica
• 7 – Usar a informação da avaliação para planear estratégias de
intervenção eficazes.

É importante transmitir ao paciente que a ideia que ele tem sobre o


problema também é importante
Avaliação Psicológica
Importante ter em conta:
- A partir da avaliação o terapeuta toma decisões;
- Faz-se um plano de acção;
- Saber em que situações a pessoa tem sucesso na resolução de
problemas e usar isso.
Avaliação Psicológica e Método Clínico
Método Clínico
- Conjunto de técnicas utilizadas no contexto da clínica, no
procedimento clínico;
- Centra-se na individualidade do sujeito;
Origem do termo:
Clínica = cama
Relativo a artes médicas no leito do paciente
Avaliação Psicológica e Método Clínico
Método clínico:
- Aplicado no domínio da medicina e psicologia;
- Conjunto de técnicas que produzem informações concretas sobre o
sujeito;
- Descoberta da situação problema;
- Centra-se no caso ou individualidade;
- Relação dos factos com o indivíduo;
- Centra-se no estudo de caso;
- Possibilita a proposta da psicoterapia.
Avaliação Psicológica e Método Clínico
Dois níveis do método clínico
1 – Recolha de informação;
2 – estudo aprofundado e exaustivo do caso.

1 – uso de técnicas como a entrevista, observação, instrumentos de


avaliação;
2 – análise da dinâmica, génese e totalidade do indivíduo.
Avaliação Psicológica e Método Clínico
Método clínico constituído por:

Observação
- atenção centrada no sujeito, com capacidade de discriminação de
fenómenos;
- orientada por princípios;
- Observação natural ou uso de vídeo;
- observação estruturada ou não estruturada
Avaliação Psicológica e Método Clínico
Entrevista
- principal instrumento deste método;
- é um “jogo a dois”;
- eficácia depende do tipo de encontro entre sujeito e técnico
(competências técnicas e éticas.
Avaliação Psicológica e Método Clínico
Procedimento
Individualidade Estudo de Caso
clínico

Identificação de
estados, aptidões e
Procura comportamentos
informações sobre
problemas Proposta da
Avaliação
Método Clínico Psicológica

Análise da relação
dos factos com o Psicoterapia
indivíduo
Avaliação Psicológica e Método Clínico
Avaliação
Psicológica – Analise de: Queixa
contexto clínico
-Funcionamento
psicológico;
Sintoma
-Sistema familiar;
-Dimensão
-Processo de análise relacional;
do sujeito
-Sistema social;
-Dimensão laboral
Linha de pesquisa
Método Clínico 2 níveis de funcionamento
1

2. Estudo Observação
1. Recolha de
aprofundado de Entrevista
informação
caso Avaliação instrumental

Intervenção
Diagnóstico
psicoterapêutica
2.3. A Consulta psicológica de diagnóstico/orientação como relação intersubjetiva.

Relação Intersubjetiva

compreensão do sentido dos sintomas que provocam


dificuldade e sofrimento

Primado da relação na observação, na escuta e na


compreensão. Envolvendo uma ética e uma deontologia
que coloca o psicólogo ao serviço do paciente.
2.4. Etapas da Avaliação Psicológica

Observação Entrevista

Selecção de
Hipóteses de
Anamnese diagnóstico
provas de
avaliação

Confirmação ou
reformulação de Avaliação da
Intervenção
Intervenção
hipóteses de intervenção
diagnóstico
Avaliação Psicológica

Avaliação

Médica Psicológica Sociológica


Etapas da Avaliação Psicológica
• Observação
1 • Entrevista

• Anamnese
2 • Hipóteses de diagnóstico

• Avaliação psicológica - Diagnóstico


3 • Intervenção
Avaliação Integra:

Psicológica

Avaliação

Médica Sociológica
Avaliação Psicológica e relação terapêutica
A peça mais essencial da Avaliação Psicológica é a relação:

Terapeuta Paciente

- As características pessoais do psicólogo são muito importantes para a


relação;
Avaliação Psicológica e relação terapêutica
Empatia e função continente
Fazem parte do método clínico;

Empatia – noção desenvolvida por C. Rogers;


- sentir o mundo interior do outro;
- “como se” ele fosse o seu próprio mundo;
- sem perda da identidade;
- capacidade de identificação com o outro;
- entrar no mundo subjectivo do outro;
Avaliação Psicológica e relação terapêutica
Função continente – noção desenvolvida por Bion;
- Na entrevista é a capacidade de ser receptáculo de angústias;
- Transformar representações desagradáveis;
- Qualquer entrevista clínica deveria ter já esta função
- Função continente
• Noção de Bion;
• Função materna que transforma elementos beta (protopensamentos
negativos) em elementos alfa (protopensamentos positivos);
• Receptáculo para angústias;
• Transformar representações desagradáveis;
Avaliação Psicológica e relação terapêutica
• A função continente (Bion, 1963) está evidentemente presente na
medida em que existe um aparelho psíquico com a capacidade de
acolher pensamentos e afetos inorganizados, caóticos e
destabilizadores e seguidamente transformá-los em representações
simbólicas que posteriormente possam dar lugar a uma linguagem
estável e a narrativas organizadas e coerentes. A função continente
implica ou acompanha-se de uma tomada de consciência do self, à
medida que o sujeito se vai confrontando.
Do método clínico ao diagnóstico
Diagnóstico

Determinação da natureza e da extensão de uma doença específica.


Do método clínico ao diagnóstico
Diagnóstico
- Fazer uma análise tão completa quanto possível do quadro dos
sintomas;
- Análise do papel de factores biológicos, psicológicos e sociológicos no
contexto da perturbação;
- Objectivo do diagnóstico é para elaborar estratégias de intervenção e
tratamento.
Do método clínico ao diagnóstico
Diagnóstico

- As classificações são geralmente difíceis e até enganadoras e


incorrectas;
- São úteis pois permitem organizar uma linguagem comum;
- E avaliar uma possibilidade psicoterapeutica;
Do método clínico ao diagnóstico
Diagnóstico
- Pode ser feito em equipa (psiquiatra, psicólogo, assistente social);
- Exige recolha de informação relevante a 3 níveis:
1 – dados médicos – saúde física;
2 – dados psicológicos – sintomas, queixas, recursos intelectuais,
interpretação do mundo, conflitos, tensões, angústias, ansiedades,
personalidade.
Do método clínico ao diagnóstico
3 – dados sociológicos – condições do lar, vida conjugal, profissional,
social, situação económica, família, história social.
Do método clínico ao diagnóstico
Recolha de informação
1 – dados de identificação (nome, idade, sexo, morada);
2 – Natureza do problema / queixa;
3 – Entrevista - história pessoal – passado e presente;
4 – história médica;
5 – Avaliação psicológica (provas de avaliação);
Do método clínico ao diagnóstico
6 – Avaliação sociológica;
7 – Diagnóstico ou classificação do caso;
8 – Programa de intervenção;
9 – Acompanhamento psicoterapêutico do caso;
10 – “Alta”.
Diagnóstico
• Deve ser feito preferencialmente em equipa (psiquiatra, psicólogo e
assistente social);
• É difícil encontrar “quadros puros”;
• Daí a dificuldade e ambiguidade em fazer diagnóstico;
• Muitos dos diagnósticos encontrados na prática clínica são mistos.
Avaliação Psicológica em contexto de
sofrimento
Observação do paciente
• Aplicação pratica:
• 1 – Aspeto;
• 2 – Nível de consciência ( estado de alerta, nível de vigília);
• 3 – Idade aparente;
• 4 – Atenção durante a entrevista – (insight, apatia, distração,
concentração, interesse);
• 5 – Posição e postura – (corpo, hostilidade, aceitação);
• 6 – Vestuário e cuidado no vestir (higiene, investimento ou não no
aspecto);
Observação do paciente
• 7 – Caracteristicas físicas – (tatuagens, marcas de agulhas, cicatrizes,
obesidade, magreza, sudação, odor)
• 8 – expressão facial – (humor do sujeito, contacto ocular);
• 9 – Atitude – (inclui expressões faciais, postura, adequação das
respostas, tom de voz, vontade de cooperar, atenção, grau de evasão
das respostas, fantasias, desejos, desconfiado, colaborante, hostil,
retraído, regressivo, resistente, arrogante);
• 10 – Atividade – movimentos corporais informam do estado de humor
e energia
Entrevista de avaliação psicológica
Entrevista em contexto
de Psicologia Clínica
“…embora assente directamente numa técnica de
questionamento que o entrevistador deverá promover, a
entrevista não é um mero interrogatório” (Leal, I. 1999, p. 15)
Entrevista de avaliação psicológica

Troca de palavras “ entre pessoas”


Pressupõe:
- Transmissão simbólica (linguagem);
- Capacidade de compreensão.
Entrevista de avaliação psicológica
ENTREVISTA como “aventura” para
conhecer o OUTRO
Entrevista
-Primeiro encontro entre terapeuta e paciente;
- Permite promover a relação terapêutica;
- Postura do terapeuta vai ou não ao encontro das expectativas
do paciente;
- Clima de conforto, segurança e confidencialidade.
Entrevista de avaliação psicológica
• Entrevista é uma relação formal, face-a-face;
• Através da expressão verbal utiliza um conjunto de técnicas;
• O objectivo é obter uma quantidade e qualidade de informação;
Entrevista
“Troca de palavras entre pessoas”
- É o principal instrumento do método clínico;
- “Jogo a dois” – provém de um discurso;
- Posição assimétrica (técnico-paciente);
- Pode ser + ou – de diagnóstico ou + ou – terapêutica;
- Permite material para a anamnese;
Entrevista de avaliação psicológica
É o principal e o mais poderoso instrumento de que dispõe o psicólogo;

O estabelecimento de uma relação – psicólogo – paciente – passa pela


realização da entrevista;

É a peça essencial da avaliação psicológica.


Entrevista continuação
• O técnico deve assumir uma posição de “neutralidade benevolente”;
• As suas características intrínsecas dependem do contexto da sua
utilização;
• A relação entre o psicólogo e o paciente é a peça essencial da
entrevista;
• As características pessoais do psicólogo + ética + técnica são
essenciais;
Entrevista de avaliação psicológica
• O trabalho do psicólogo:

- saber receber e escutar o discurso do sujeito;


- Suscitar e permitir que esse discurso se desenvolva;
Entrevista de avaliação psicológica
• A eficácia desta depende:

- do tipo de encontro entre o psicólogo e o sujeito;


- qualidades pessoais do psicólogo;
- ética do psicólogo;
- competências técnicas do psicólogo.
Entrevista de avaliação psicológica
Entrevistas Psicológicas
• Realizadas por psicólogos, com objectivos
precisos, organizados à luz de teorias ou práticas
da psicologia enquanto profissão.

Entrevistas clínicas
• São psicológicas, mas assentes num quadro de
referência com técnicas específicas para avaliar o
sujeito.
Entrevista de avaliação psicológica com
sólida formação:
• Interpretar à luz da teoria

Teórica que se baseia;


• Não pode haver influência
de crenças e juízos de valor.

• Técnicas do “saber fazer”;

Técnica • conhecimentos e
manuseamento de técnicas
decorrentes da teoria.
Entrevista Clínica
• O valor de uma entrevista clínica reside na qualidade da relação
estabelecida.

• Entre os participantes estrutura-se uma relação da qual depende tudo


o que nela acontece.
Bleger (1990)
Entrevista Clínica
Entrevista clínica ≠ psicoterapia
- Podem não ter como consequência a psicoterapia;
- Podem ser só o inicio de um processo de avaliação psicológica;
- Encaminhamento para outro colega, serviço ou instituição adequada
ao caso.
Entrevista clínica
- Não existe um método preciso de análise de conteúdo;
- Os instrumentos de descodificação do material recolhido são:
- A sua experiência;
- O seu saber;
- Capacidades pessoais.
Entrevista clínica
• Insubstituivel por outro instrumento;
• Carregada de intersubjectividaede;
• Motor de encontro com o outro;
• O psicólogo constrói a entrevista
• Observa;
• Escuta;
• Faz trabalhar a sua psíque
Entrevista clínica
• É uma actividade chave do psicólogo;
• Acontecem movimentos de transferência;
• Movimentos de contratransferência;
• Estes nascem do contacto a dois;
• Existem trocas afectivas recíprocas.
Entrevista clínica
condições externas facilitadoras da relação
1 – o setting – ambiente físico onde decorre deve ser simples e
funcional, iluminação discreta, cores neutras, não demasiado
personalizado;
2 – posição “face a face” não frente a frente mas em ângulo. A
secretária no meio pode ser um obstáculo;
3 – o tempo é 50 minutos em média é é o tempo óptimo de atenção e
concentração.
Entrevista clínica
condições externas facilitadoras da relação
3 – mais de 1 30 hora torna-se muito cansativo. Têm normalmente
periodicidade semanal.
4 – pedido – deve ser feito pelo próprio. A entrevista é o inicio de uma
relação que ambos devem querer realizar;
5 – marcação inicial – recepcionista que deve recolher o contacto e os
dados biográficos básicos;
Entrevista clínica
condições externas facilitadoras da relação
6 – idade – é importante saber se é criança, adolescente ou adulto. A
maioria dos psicólogos especializa-se numa faixa etária;
7 – quem enviou ou recomendou pode ajudar o psicólogo a antecipar
ou pensar a problemática que vai ser colocada.
Atitudes e comportamentos do psicólogo
clínico durante a entrevista

Conjunto de Código
normas deontológico

Espelham o seu
posicionamento
ético
Entrevista Clínica
Exige sólida formação teórica e técnica

Teórica Técnica
Modelo
“saber fazer”
conceptual

Técnicas
Organiza e dá
específicas do
sentido à
modelo
informação
conceptual
Entrevista

Análise do Análise do Análise das


discurso conteúdo emoções

Análise
Anamnese
clínica
Entrevista Clínica
• Encontro • Observa;
• Escuta;
com o
• Faz trabalhar
outro
a sua psique
Inter Construída
subjecti pelo
-vidade psicólogo

Trocas Actividade
afectivas chave do
recíprocas psicólogo
• Encontro a • Transferência
dois • Contratrans-
ferência
Da Entrevista à Anamnese

Anamnese
Síntese da Relação entre Compreensão
história de os pontos da
vida essenciais problemática
Da Entrevista ao diagnóstico
• O “Diagnóstico” deve ser sempre feito em forma de HIPÓTESE de
DIAGNÓSTICO;
• Carrega uma grande subjectividade;
• Permite colocar o indivíduo numa categoria diagnóstica;
• As classificações são frequentemente difíceis, enganadoras ou até
incorrectas;
• São úteis para organizar intervenção.
Diagnóstico - recolha de informação a 3
níveis:

Dados Dados Dados


médicos – psicológicos – sociológicos –
saúde física sintomas e condições
queixas, económicas,
interpretação, sociais,
conflitos, familiares,
tensões, ajustamento
angústias… conjugal…
Atitudes e comportamentos na Entrevista
Ter em conta:
• Respeito por um conjunto de normas;

• Posicionamento ético;

• Código deontológico.
Atitudes e comportamentos na Entrevista
• 1 – Neutralidade e abstinência;
• 2 – Assimetria;
• 3 – Apresentação e expressão verbal;
• 4 – Tratamento e cumprimentos;
• 5 – Permissividade (comer, fumar, beber telefonemas);
• 6 – Cartas, cassetes e telefonemas (para terapeuta)
• 7 – Apontamentos;
• 8 – Interrupções;
• 9 - Honorários
Técnicas da Entrevista
• Todas as entrevistas apresentam técnicas facilitadoras da dinâmica;
• A entrevista tem ritmo próprio;
• Fases de desenvolvimento;
• Paragens, silêncios, reformulações, clarificações;
Entrevista e Intersubjectividade
Encontro entre duas subjectividades
Entrevista e Intersubjectividade
- Carregada de intersubjectividade;
- Motor do encontro com o outro;
- O psicólogo constrói o seu próprio instrumento;
- Actividade chave do psicólogo
- Observa;
- Escuta;
- Faz trabalhar a sua psique;
- Actividade chave do psicólogo
Entrevista e Intersubjectividade
Movimentos de
transferência

Movimentos de
Contratransferência

Trocas afectivas
recíprocas
Contextos de aplicação da Entrevista em
Psicologia
Entrevista em contexto clínico Entrevista em contexto de Psicologia
da Saúde
-Em consultório; -Em meio institucional;
-Mais longa; -Contexto mais limitativo em termos de tempo
-Mais elaborada; e espaço;
-Mais curta;
-Objectivo da avaliação clínica; -Menos elaborada;
-Permite construção de dados -Mais específica;
anamnésicos significativos; -Pode ou não ter objectivos de avaliação
-Possibilita colocar hipóteses de clínica;
diagnóstico; -Pode não ser possível recolher dados
-Pode ter nuances terapêuticas; anamnésicos significativos;
-Inicia a relação terapêutica; -Mais ajustada à doença;
-Inicio da psicoterapia ou avaliação -Pesquisa mais focada em tudo que envolva a
doença;
-Pode ter nuances terapêuticas centradas na
doença;
-Nuances pedagógicas para a doença.
Técnicas da Entrevista
• Todas as entrevistas usam técnicas facilitadoras da informação.

• A entrevista tem ritmos próprios, fases de desenvolvimento,


paragens, silêncios, reformulações e clarificações.
Técnicas da Entrevista
1 – Questionar; 10 – Interpretação;
2 - Reflexão; 11 – Humor.
3 – Reformulação;
4 – clarificação;
5 – Confrontação;
6 – Auto-revelação;
7 – Silêncios;
8 – Exploração;
9 – Restruturação Craig (1990)
Técnicas da Entrevista
Isabel Leal (1999) acrescenta às técnicas de Craig:

12 – Generalização;
13 – Focagem;
14 - Evocar
Técnicas da Entrevista
1 – Questionar
• Fazer perguntas com o objectivo de aumentar a informação sobre
entrevistado.

• As perguntas devem evitar a directividade, pois tal limita a qualidade


e a quantidade do conteúdo da resposta.
• As perguntas devem ter uma ordem minimamente estabelecida de
carácter cronológico.
Técnicas da Entrevista
2 – Reflexão

• Mosta ao sujeito que estamos a compreender o que ele comunica e


estamos a pensar sobre o conteúdo. Reproduz-se o material cognitivo
ou emocional que o sujeito nos deu;

• Tem como objectivo devolver compreensão.


Técnicas da Entrevista
3 – Reformulação

• Significa formular de novo o conteúdo, dizer de outra maneira;

• Esta deve ser muito clara, pois facilita a compreensão do sujeito.


Técnicas da Entrevista
4 - Clarificação
Tornar mais claro o que foi dito, ajuda o sujeito a compreender o que
está a dizer, pois nem sempre o próprio se ao percebe do que vai
dizendo,
Técnicas da Entrevista

5 – Confrontação
• Confrontar é comparar, pôr frente a frente diferentes conteúdos ou
discrepantes;
• É preciso treino para usar esta técnica sem ser sentida como agressiva;
• Temos de ter cuidado com o tom de voz utilizado, atitude geral e a
relação deve estar bem estabelecida;
• Esclarece dúvidas, confusões, incoerências. Devolve-se incoerências
verbais ou comportamentais.
Técnicas da Entrevista
6 – Auto-revelação

• Implica ao técnico falar de si mesmo;


• No geral o entrevistador não deve fazer, contudo algumas vezes pode
ser útil dar um exemplo de vida pontual e pouco íntimo;
• Pode potenciar bons resultados.
Técnicas da Entrevista
7 – Silêncio

Pode ter grande eficácia, pois permite ir mais longe;


Em técnicos pouco experientes pode ser vivido com desconforto;
Existem também silêncios por inibição, passividade, defensivos ou
pausas.
Técnicas da Entrevista
8 – Exploração

• Significa investigar áreas da vida do sujeito, do


pensamento ou sentimento;

• Pode ajudar a clarificar, pois existe a intencionalidade


deliberada de compreender um conteúdo.
Técnicas da Entrevista
9 – Reestruturação

• Voltar a estruturar, reorganizar o material e os conteúdos


apresentados,
• Com o objectivo de potenciar uma nova perspectiva sobre aquele
assunto;
• Permite ver a facilidade ou não do sujeito integrar outro ponto de
vista sobre o mesmo assunto.
Técnicas da Entrevista
10 – Interpretação

• Atribuir um sentido a algo dito que não apresenta directamente esse


sentido;
• É uma técnica difícil que não deve ser utilizada de qualquer forma;
• Deve ser transmitida como uma mais valia e não como algo
inacessível ao sujeito;
Técnicas da Entrevista
11 – Humor
• Técnica sofisticada e complexa;
• Pode ser usada para desdramatizar uma situação;
• Criar distanciamento sobre um problema, tornar menos ansiogénico
ou abordar um assunto complexo;
• Deve ser uma técnica pouco utilizada ou em condições muito
controladas.
Técnicas da Entrevista
12 – Generalização

• Pretende fazer compreender ao sujeito algumas tendências de


funcionamento que se repetem;

• Avalia situações ou até comportamentos encontrando semelhanças


ou dimensões de generalização.
Técnicas da Entrevista
13 – Focagem

• Significa particularizar, escolher um conteúdo e trabalha-lo;

• Conteúdos que muitas vezes o indivíduo evita ou foge.


Técnicas da Entrevista
14 – Ecoar

• Não é unicamente uma mera repetição de material, é um assinalar de


reconhecimento emocional, sintonia, empatia;

• Permite estabelecer o vinculo relacional.


Guião de entrevista – Semi-estruturada

• 1 - Identificação
• 2 – Motivos da consulta
• 3 – Exploração da infância
• (fazer um racional sobre o facto de ir explorar a infância)
Guião de entrevista
História da infância mais precoce
- Onde nasceu?
- O que ouviu contar sobre o seu nascimento e gravidez;
- Como era a sua saúde?
- Quem tomou conta de si?
- Como os pais o (a) caracterizam em bebé?
- Se aconteceu algo importante com a família nesta fase.
Guião de entrevista
História da 2ª infância – Escola primária

- Como descreve a fase da sua vida da escola primária;


- Como era a sua saúde?
- O que os seus pais contam de si nesta fase?
- Como foi a adaptação/aproveitamento à escola?
- Como eram as suas relações com amigos e com a família?
- Aconteceu algo importante consigo ou com a família nesta fase?
Guião de entrevista
Adolescência 11 – 18 anos

- Como descreve esta fase?


- Como caracteriza a sua saúde?
- Como viveu as alterações corporais da puberdade?
- Como viveu a escola e as aprendizagens?
- Como se caracteriza nesta fase?
- O que fazia nos tempos livres?
- Como eram as relações com os amigos e família?
- Aconteceu algo importante consigo e ou família nesta fase?
- Como decidiu o seu futuro profissional?
- Como foram vividos os primeiros “namoricos”?
Guião de entrevista
1ª Fase da vida adulta – frequência da faculdade

- Como se descreve esta fase?


- Como esteve de saúde?
- Como reagiu às adaptações escolares e novas exigências?
- Como caracteriza as relações com amigos?
- Como caracteriza as relações com a família?
- Como se relacionava com o seu corpo?
- O que fazia nos tempos livres? - Aconteceu algo muito importante nesta fase
da sua vida consigo ou com a sua família?
Guião de entrevista
Vida adulta actual

- Como se descreve nesta fase?


- Como descreve a sua saúde?
- Adaptação ao trabalho, como foi?
- Como está a viver a sua vida profissional?
- Os sonhos profissionais realizaram-se?
- Que dificuldades descreve nesta fase?
- Como é a sua relação com os amigos e família?
- Como descreve a sua relação com o seu corpo de hoje?
- O que faz nos tempos livres?
- Aconteceu algo importante que o tenha afectado nesta fase a si ou à sua família?
Entrevista , Anamnese e Sintoma
1 – A entrevista é a primeira etapa diagnóstica tem o objectivo
específico de exploração de dados sobre o sujeito e pode fazer-se
mais do que uma;
2 – A anamnese é o resultado dos dados da entrevista compilados e
organizados numa “história de vida” que integra a “queixa o problema
e o sintoma”.
Entrevista , Anamnese e Sintoma
3 – Sintoma é aquilo que o sujeito traz como motivo manifesto da
consulta;
- O sintoma é identificado durante a entrevista integrado e reflectido
na anamnese, este sintoma (manifesto), pode até estar a encobrir
outro (sintoma latente);
- Deve ser analisado dentro de um contexto evolutivo;
Entrevista , Anamnese e Sintoma
- Devemos estar atentos ao benefício secundário do sintoma;
- O sintoma pode exprimir algo ao nível familiar;
Entrevista , Anamnese e Sintoma
• A entrevista tem o objectivo de identificar o sintoma ou sintomas e
chegar à interioridade do outro, contudo o instrumento principal para
isso somos nós mesmos;
• Só podemos descrever o outro através de nós mesmos;
Anamnese em Psicologia
Anamnese

É realizada após a entrevista

Caracteriza-se por uma história cronológica e clínica do paciente.


Anamnese
• Compilação da história cronológica e clínica do sujeito;
• Contextualiza a queixa e todas as referências que se possam realizar
com a dita “queixa”;
• Depois de reunir toda a informação vamos integra-la numa espécie de
“modelo de trabalho” coerente com a vida do sujeito;
• Esse “modelo de trabalho” vai ser usado para tomar decisões na
avaliação e intervenção;
Anamnese
• Ao reunir os vários dados da vida do sujeito temos de verificar se
estes são coerentes entre si;
• Se os dados se completam se há discrepâncias que exijam mais
pesquisa;
• Depois da anamnese podemos pensar em hipóteses de diagnóstico e
planos de avaliação;
Anamnese
Integra história de vida do paciente
• Relação entre acontecimentos e sintomatologia
• Poderoso instrumento de diagnóstico

Sem esta os instrumentos de avaliação não estão


contextualizados.
• Ela não explica tudo, muito material é recolhido na psicoterapia;
• Material usado como complemento da anamnese.

É feita em conformidade com o modelo conceptual do psicólogo


• Balanceamento entre dados da vida do paciente e reflexões técnicas.
• Perspectiva holística do sujeito, pesquisa da vida psíquica, social, laboral,
familiar…
Anamnese

As características
Dependem das
da anamnese
características do
como:
serviço da
profundidade,
instituição e do
enquadramento,
quadro conceptual
especificidades
do psicólogo
práticas
Entrevista Semi-estruturada
• Com alguma organização e direcção;
• Organizada por ordem cronológica;
• Com explicações racionais sobre o que se quer;
• Estruturada em blocos temporais;
• Perguntas que potenciam explanação pessoal;
Entrevista Semi-estruturada
• 1 – Identificação
• Nome;
• Idade;
• Morada;
• Profissão;
• Naturalidade;
• Estado civil;
• Natureza do pedido.
Entrevista Semi-estruturada
• 2 – Motivos da consulta
• Queixa;
• Natureza do problema;
Entrevista Semi-estruturada
• 3 – Racional sobre a exploração de informação
• Devemos informar e explicar que vamos explorar a
história passada e presente.
Entrevista Semi-estruturada
• 3.1. História Passada
• Primeira infância
• Onde nasceu;
• O que sabe sobre nascimento/gravidez;
• Em bebé a sua saúde;
• Acontecimento importante; (sujeito/família);
• Quem tomou conta em bebé;
• Como os pais o caracterizavam.
Entrevista Semi-estruturada
• 3.2. Escola 1º ciclo (primária) (6 – 10 anos)
• Como descreve este período;
• Saúde;
• Acontecimento importante;
• O que os pais contam;
• Adaptação;
• Relações com amigos;
• Família;
• Dificuldades escolares.
Entrevista Semi-estruturada
• 3.3. Segundo ciclo (11-12 anos)
• Como descreve este período;
• Saúde /mudanças corporais;
• Acontecimento importante (sujeito/família);
• Aprendizagens;
• Relações com os amigos / família;
• Como se caracterizava nesta fase;
• Dificuldades escolares / outras;
• Tempos livres.
Entrevista Semi-estruturada
• 3.4. Escolaridade 7º, 8º, 9º ano (13 – 15 anos)
• Como se descreve nesta fase;
• Saúde /alterações corporais;
• Adaptação à escola / aprendizagens;
• Acontecimento de vida importante (sujeito/família);
• Relações amigos / família;
• Objectivos de vida;
• Dificuldades escolares / outras;
• Tempos livres;
• Saídas com amigos.
Entrevista Semi-estruturada
• 3.5. Escolaridade 10º, 11º 12 anos (16 – 18 anos)
• Como se descreve nesta fase;
• Saúde / corpo;
• Adaptação escolar / novas exigências;
• Objectivos de vida;
• Acontecimento de vida importante;
• Dificuldades escolares / outras;
• Relações amigos / família;
• Tempos livres
Entrevista Semi-estruturada
• 3.6. Idade Adulta (dividir em 2 ou não)
• Como se descreve nesta fase;
• Saúde / relação com o corpo;
• Entrada na faculdade / mundo do trabalho;
• Vida profissional;
• Vida amorosa / conjugal;
• Acontecimento marcante;
• Relação com amigos / família;
• Filhos;
• Objectivos de vida.
Entrevista Semi-estruturada
• 3.7. Vida adulta avançada ( 50 + anos)
• Como se descreve nesta fase;
• Saúde / relação com o corpo;
• Vida profissional / reforma;
• Acontecimento de vida importante;
• Relação com conjugue - casamento / família
• Relação com os filhos / netos;
• Dificuldades na vida;
• Objectivos de vida;
• Tempos livres.
Entrevista com Idosos
Entrevista com Idosos
O inicio da terceira idade acontece:
- entre 65 e os 70 anos;
- depois dos 80 anos é a 4ª idade.

Existem 3 pontos importantes de análise:


1 – doenças físicas e mentais relativas ao envelhecimento;
2 – autonomia / dependência;
3 – defesa dos mais velhos contra abandono, solidão, maus tratos e
maus cuidados.
Entrevista com Idosos
Fase da Reforma
- varia entre 65 e 70 anos de idade;
- obriga a grandes mudanças de vida;
- pode ter significado negativo: afastamento de rotinas
tranquilizadoras, relações sociais, processos de decisão, actividade de
identidade;
- deve ser-se capaz de preparar a reforma.
Entrevista com Idosos
Entrevista no senescente:
- relacionadas com a idade do paciente;
- muito comum quadros depressivos devido à perda da vida anterior à
reforma;
- na 4ª idade verifica-se mais fragilidade e disfuncionalidade ;
- 4ª idade ou fase de resguardo – com lentas ou rápidas alterações de
recursos físicos, psicológicos e sociais.
Entrevista com Idosos
Entrevista na 3ª idade e 4ª idade:
- ter em conta as dificuldades cognitivas e físicas;
- contacto com a família de apoio;
- atitude tranquilizadora;
- trabalhar contra-atitudes entre pais e filhos;
- o papel no psicólogo não se centra na entrevista mas no apoio
psicológico.
Entrevista com Idosos
Entrevista

Validação
Empatia

Função
Continente

Entrevista com funções


psicoterapêuticas
Entrevista, Anamnese e Sintoma

Sintoma

Entrevista

Anamnese
Entrevista, Anamnese e Sintoma
• Entrevista – primeira etapa diagnóstica;

• Anamnese – resultado dos dados da entrevista;

• Sintoma – motivo manifesto da consulta;


Sintoma
• Identificado na entrevista e reflectido na anamnese;
• O sintoma manifesto pode encobrir o latente;
• Sintomas devem ser avaliados num contexto evolutivo;
• Atenção aos benefícios secundários do sintoma;
• Pode exprimir algo a nível familiar;
Anamnese em Psicologia
• Compilação da história cronológica e clínica;
• Deve contextualizar a queixa ou problema;
• Informação integrada num “modelo de trabalho”;
• Esse “modelo de trabalho” deve ser coerente;
• Deve ser usado para tomar decisões de avaliação;
Anamnese em Psicologia
• Reunir dados importantes da vida do sujeito;
• Depois pensar em hipóteses de diagnóstico;
• Desenvolver um plano de avaliação;
• É um instrumento de diagnóstico, construído através dos nossos olhos
para compreender mais a fundo o caso;
• É feita de acordo com o modelo conceptual do psicólogo;
Anamnese em Psicologia
- Ter em conta uma perspectiva holística do sujeito;
Terapeuta durante a entrevista
• Deve analisar os seus sentimentos e reacções;
• Pode reflectir emoções exprimidas pelo paciente;

Terapeuta
Melhor
compreensão
do mundo
emocional do
sujeito
Emoções
vividas
Da Avaliação Psicológica à Psicoterapia
Psicoterapia de Apoio
- praticada por psicólogos clínicos;
- decorre directamente da existência de entrevistas psicológicas tipo
clínico;

Psicoterapia de Setting
- Psicoterapia específica, depende da filiação teórica;
- Decorre de entrevistas clínicas mais breves.
Instrumentos de avaliação psicológica
• Não existem instrumentos de avaliação psicológica que sejam
fenomenais;
• Todos têm convenientes e inconvenientes;
• Todos são passíveis de serem criticados;
• O melhor instrumento para avaliação ainda é o TERAPEUTA
Instrumentos de avaliação psicológica
Dois grandes grupos de instrumentos utilizados na prática clínica:

- Análise de dimensões cognitivas


- Análise da personalidade
Instrumentos de avaliação psicológica
Instrumentos para dimensões cognitivas:
- inteligência;
- atenção;
- memória
- (…)
Instrumentos de avaliação psicológica
Instrumentos de avaliação psicológica
Instrumentos para estudo da personalidade:

- provas projectivas;
- questionários de personalidade
Instrumentos de avaliação psicológica
Cada técnico utiliza aqueles que lhe fazem mais sentido
Instrumentos de avaliação psicológica
Quais são os melhores instrumentos de avaliação psicológica?
Instrumentos de avaliação psicológica
Integrar vários instrumentos é uma boa opção

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