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Testes psicológicos
O que é um teste psicológico?
Consiste numa medida objetiva e padronizada de uma amostra de
comportamento. Engloba os questionários, os inventários e as escalas.
Questionários de autorresposta
O que são questionários de autorresposta?
Um questionário de autorresposta pressupõe uma mensagem verbal que
um sujeito emite sobre qualquer tipo de manifestação interna. Segue a ideia de
que a forma mais simples e direta de obter informação sobre a experiência
interna de uma pessoa é perguntar-lhe. Assim, os questionários de
autorresposta dão conta de experiências subjetivas que abrangem uma imensa
constelação de fenómenos internos e externos, objetivos e subjetivos. Isto
permite diversidade e riqueza de informação, mas, em contrapartida, torna-se
difícil de valorizar de um ponto de vista científico.
Do ponto de vista da sua construção, grande parte dos questionários de
autorresposta são tomados como um conjunto ou como uma série de itens que
medem ou avaliam um determinado construto. Eles podem envolver
entrevistas, questionários, inventários, escalas de classificação ou a narrativa.
Quais as limitações?
Utilidade limitada para diagnóstico.
Proporcionam apenas uma estimativa da sintomatologia e uma
estimativa parcial da duração dos padrões de sintomas.
Problemas de validade (p.e. efeito de halo contaminador).
Dificuldade face a comportamentos “internalizantes” e/ou que
dificilmente poderão ser observados na escola.
As estimativas poderão não ser rigorosas por incompreensão dos itens ou
falta de familiaridade com a amplitude ou diversidade do
comportamento normativo.
Como é a escala?
Está disponível em 2 versões: 1) para avaliação da qualidade de vida
percebida pelas crianças e adolescentes entre os 8 e os 18 anos de idade
(autorrelato); e 2) para avaliação da qualidade de vida percebida pelos pais ou
outros cuidadores (heterorrelato).
Ambas as versões têm 37 itens, com uma escala de resposta tipo Likert de
5 pontos.
PANAS-C-P
Qual o construto avaliado?
Avalia o afeto positivo e o afeto negativo de crianças entre os 6 e os 12
anos, a partir da perspetiva dos pais. Quanto mais elevado é o resultado na
subescala específica, maior a perceção parental do estado afetivo
correspondente.
O afeto positivo é entendido como um estado geral de satisfação,
refletindo entusiasmo pela vida. O afeto negativo é caracterizado como um
estado geral de stress emocional.
Descreve a escala.
Possui uma escala tipo Likert de 5 pontos (1 – nada ou muito pouco; 5 –
bastante/sempre) e é composta por 10 itens agrupados em fatores:
Fator 1: Afeto positivo (feliz, animado, ativo, orgulhoso, alegre).
Fator 2: Afeto negativo (perturbado, nervoso, culpado, desgostoso,
desanimado).
Escalas de Beck
No que consistem as escalas de Beck (BAI, BHS, BSI e BDI)?
As escalas de Beck foram desenvolvidas por Beck e são voltadas para
clientes psiquiátricos (exceto o BDI), com idades entre os 17 e os 80, sendo que,
embora possam ser utilizadas separadamente, existem vantagens em usá-las
conjuntamente para enriquecer o entendimento clínico.
BDI: Escala de Depressão.
BAI: Escala de Ansiedade.
BHS: Escala de Desesperança.
BSI: Inventário de Ideação Suicida.
BAI - Ansiedade
Avalia o construto da ansiedade e consiste numa escala de autorrelato
com 21 itens, elaborada originalmente para pacientes psiquiátricos, que possui 4
pontos: 0 = absolutamente não; 1 = levemente; 2 = moderadamente; 3 =
gravemente. Avalia sintomas físicos e cognitivos.
Escalas de Hamilton
Foram criadas por Max Hamilton e colaboradores e, nos últimos 50 anos,
são consideradas como “padrão-ouro” de referência para estudos de validação
de outras escalas. Existe a Escala de Avaliação da Ansiedade (HAM-A [HAS]) e a
Escala de Avaliação da Depressão (HAM-D [HDS]).
HAM-D - Depressão
Foi criada na década de 1960 para ser utilizada exclusivamente em
pacientes previamente diagnosticados com perturbação afetiva do tipo
depressivo. Os itens servem para identificar a gravidade dos sintomas
depressivos, não a sua existência.
Quais as desvantagens?
As desvantagens desta escala é que falta a padronização e procedimentos
de pontuação precisas. Além disso, não abrange todos os critérios diagnósticos
presentes no DSM, tais como a anedonia, indecisão e sinais vegetativos e podem
ocorrer vieses do entrevistador.
HAM-A – Ansiedade
É um instrumento de heteroavaliação, desenvolvido originalmente como
uma forma de medir as componentes psíquicas e somáticas da ansiedade, não
determinando o diagnóstico. É aplicado em forma de entrevista.
Quais as desvantagens?
Não mede a preocupação excessiva e incontrolável.
Alguns sintomas são comuns a outras perturbações e não específicos da
ansiedade.
A escala é pobre em discriminar entre sintomas de ansiedade
generalizada e sintomas de depressão.
Vieses do entrevistador.
No que consiste?
Ela foi criada com o intuito de avaliar não só a ansiedade traço, mas
também a ansiedade estado, e para auxiliar na distinção entre quadros de
ansiedade e quadros depressivos. Consiste numa escala de autorrelato,
composta por 40 itens (20 para cada subescala), que pode ser administrada a
indivíduos com idades compreendidas entre os 15 e os 80 anos.
Quais as subescalas?
Existe o Inventário de Ansiedade-Estado (STAI Y-1) e a Escala de
Avaliação da Depressão (STAI Y-2), sendo que a primeira avalia a ansiedade
estado, e a segunda avalia a ansiedade traço. Elas podem ser administradas em
conjunto ou em separado. A análise da escala deve conter já os itens invertidos.
YSQ-S3
É composto por 90 itens e avalia 18 esquemas. Para cada esquema é
apresentado um conjunto de 5 itens não consecutivos. A escala é do tipo Likert
de 6 pontos (1=completamente falso; 6=descreve-me perfeitamente).
Quais os 8 fatores?
1. Insegurança ou ansiedade antecipatória: 11, 15, 27, 35 e 37.
2. Preocupação: 10, 14, 22 e 26.
3. Problemas relacionados com o sono: 13, 29 e 30.
4. Sintomas orgânicos: 5, 17 e 25.
5. Sensibilidade: 9, 18 e 24.
6. Ansiedade generalizada: 1, 6 e 21.
7. Concentração: 2, 31 e 33.
8. Medo ou sentimento de inferioridade: 3, 7, 19 e 23.
Inventário de Esquemas para Crianças e
Adolescentes (IEC)
Baseia-se na noção e tipologia de esquemas propostos por Young. Em
Portugal, utiliza-se para a população com idades entre os 8 e os 19 anos.
Este inventário é constituído por 40 itens que se agrupam em 11
esquemas e 5 fatores, havendo uma escala tipo Likert de 4 pontos, indo de 1 –
Discordo fortemente, a 4 – Concordo fortemente. Não existe uma pontuação
geral.
Quais os 11 esquemas?
1. Isolamento (ISOL): 10, 15, 19, e 40 / 4.
2. Vulnerabilidade/abandono (VUL): 4, 9, 16, 17, 23 e 27 / 6.
3. Desconfiança (DESC): 20, 30, 31 e 35 / 4.
4. Defeituosidade (DEF): 2, 3, 11 e 39 / 4.
5. Fracasso (FALH): 18, 36 e 38 / 3.
6. Emaranhamento (ENM): 1, 8 e 12 / 3.
7. Noção de direitos (ENT): 24, 32 e 34 / 3.
8. Autocontrolo insuficiente (AC): 6, 7, 14 e 37 / 4.
9. Autossacrifício (SACR): 21, 25 e 33 / 3.
10. Submissão (SUB): 13, 22 e 28 / 3.
11. Padrões elevados (PE): 5, 26 e 29 / 3.
Quais os 5 fatores?
1. Desconexão e rejeição: 2, 3, 11, 18, 20, 26, 28, 36, 38, 39 e 40. Engloba
defeituosidade, fracasso, padrões elevados, autossacrifício e isolamento.
Faz referência ao sentimento de não ser desejado ou amado, de ser
defeituoso, imperfeito, o que leva a um forte sentimento de vergonha e
fracasso e, por sua vez, ao isolamento.
2. Performance e autonomia deficitárias : 4, 6, 7, 14, 18, 21, 22 e 37.
Caracteriza-se por um forte sentimento de fracasso e medo de falhar,
associado a uma dificuldade em exercer suficiente autocontrolo e
tolerância à frustração. Verifica-se um foco excessivo em satisfazer as
necessidades dos outros, o que está associado à instabilidade percebida
ou falta de fiabilidade nos recursos disponíveis para o apoio ao indivíduo.
3. Foco excessivo nos outros: 9, 10, 15, 19, 20, 24, 25, 28, 30, 31, 32 e 34.
Caracteriza-se pela falta de consciência sobre os próprios sentimentos e
necessidades, levando à utilização da realidade dos outros como termo de
comparação para a sua própria realidade. Além disso, surge um conjunto
de preocupações relacionadas com os outros, da sua atenção e opinião,
relacionado com alguma desconfiança, receio de fracasso e tendência
para o isolamento por duvidar das próprias capacidades.
4. Emaranhamento: 1, 8, 12 e 13. Corresponde ao emaranhamento e
autossacrifício. Sugere uma tendência para um envolvimento emocional e
proximidade excessivos com os outros significativos, nomeadamente os
pais, não conseguindo sobreviver ou ser feliz sem o seu apoio constante.
Verifica-se, ainda, um foco excessivo em satisfazer as necessidades dos
outros, sendo que o indivíduo tem a sensação de que tem muita pouca
identidade individual ou orientação interna.
5. Vulnerabilidade ao dano ou à doença : 17, 23 e 27. Caracteriza-se pela
instabilidade percebida ou falta de fiabilidade nos recursos disponíveis
para o apoio ao indivíduo. Desta forma, por receio de perder o apoio
emocional e a proteção fornecida pelos outros significativos, surge a
crença de que o próprio ou os outros, está à beira de sofrer uma
catástrofe.
No que consiste?
O BERQ é um instrumento de autorresposta que pretende avaliar as
estratégias de regulação emocional comportamental recorridas em situações
negativas ou stressantes. Mede os estilos comportamentais face a
acontecimentos stressantes de um modo geral (coping disposicional) ou face a
um acontecimento stressante específico (coping situacional).
Tem 20 itens, avaliados numa escala Likert de 1 (quase nunca) a 5 (quase
sempre).
Técnicas projetivas
Qual a diferença entre as técnicas psicométricas e as técnicas
projetivas?
Técnicas psicométricas: Existe uma expressão numérica dos resultados,
que passa por verificação matemática; uma relativa independência da
subjetividade da pessoa que aplica ou interpreta para com os resultados; e
relação neutra entre examinador-examinado.
Técnicas projetivas: Os resultados não se expressam numericamente, não
se ordenam em escalas métricas e não se prestam a verificação matemática; não
há uma formulação matemática da validade, mas uma validação inter-
avaliadores; e permitem uma ampla margem de interpretação pessoal.
Quais as desvantagens?
Ateóricas.
Baixa fidelidade.
Baixa validade.
Grande amplitude no número de variáveis medidas.
Grande quantidade de variáveis parasitas.
Desenho
Quando utilizar?
No início do exame psicológico, para facilitar a relação
sujeito/examinador. Pode ser aplicado a crianças, adolescentes e adultos.