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SÃO PAULO
2022
Sumário
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Os instrumentos estruturados e psicométricos (objetivos) X
provas projetivas
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humano como também pode ser corrigido por um computador e não é
necessário um julgamento.
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pensamento que se destacavam na época, como a do comportamento, do
afeto e da cognição, na organização e no funcionamento do psiquismo
humano. Na primeira metade do século XX, predominaram conceituações
comportamentais e psicanalíticas, já na segunda metade, foi assinalada pela
chamada “revolução cognitiva”.
Ao longo dos anos, foi ocorrendo a integração, com a tendência a
mesclar estratégias de diferentes abordagens teóricas, o que pode ser
considerado positivo, como um recurso científico que permitiu a aproximação
do objeto de estudo, para explicar aspectos clinicamente relevantes.
Medidas do psicólogo:
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perspectiva clínica, é feita a avaliação que é comumente chamada de
psicodiagnóstico, por procurar avaliar forças e fraquezas no funcionamento
psicológico, com foco na existência ou não de psicopatologia.
Ao considerar que por mais que a aplicação de testes se apresente
como um passo fundamental do psicodiagnóstico, deve-se ressaltar a
diferença entre um psicometrista, que tem como única função, a aplicação e
correção de testes, enquanto o psicólogo clínico tem um enfoque no
psicodiagnóstico, se valendo da utilização de testes e de outras estratégias,
para avaliar o paciente de forma sistemática, científica e orientada para a
resolução de problemas.
A CARACTERIZAÇÃO DO PROCESSO
Definição:
“Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no
tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos (input),
em nível individual ou não, seja para entender
problemas à luz de pressupostos teóricos,
identificar e avaliar aspectos específicos, seja para
classificar o caso e prever seu curso possível,
comunicando os resultados (output), na base dos quais
são propostas soluções, se for o caso.” (CUNHA,2000,
p.26)
Objetivos:
“O processo do psicodiagnóstico pode ter um
ou vários objetivos, dependendo dos motivos
alegados ou reais do encaminhamento e/ou da
consulta, que norteiam o elenco de hipóteses
inicialmente formuladas, e delimitam o escopo da
avaliação.” (CUNHA, 2000, p. 26)
Responsabilidade:
O psicodiagnóstico poderá ser realizado:
a) por psicólogos, psiquiatras, neurologistas ou psicanalistas;
b) pelo psicólogo clínico;
c) por uma equipe multidisciplinar.
Operacionalização :
“Em termos de operacionalização, devem ser
considerados os comportamentos específicos do
psicólogo e os passos para a realização do diagnóstico
com um modelo psicológico de natureza clínica.”
(CUNHA, 2000, p. 30)
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Comportamentos específicos- Os comportamentos específicos
do psicólogo podem ser relacionados desta forma, no entanto, podem variar
conforme os objetivos do psicodiagnóstico:
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Existe a preocupação, que pode se expressar através de uma pergunta
muito simples, como: “Será que A não aprende por um problema
psicológico?” Portanto, o psicólogo precisará de mais informações sobre o
caso, para transformar uma pergunta vaga, em uma série de perguntas
formuladas em termos psicológicos, como por exemplo: “Será que A
apresenta uma limitação intelectual?” Ainda não são perguntas muito
precisas, no entanto, a história de A vai permitir que chegue a alternativas de
explicação, como: a) “A tem um nível de inteligência fronteiriço”; estas
alternativas de explicação são conhecidas como hipóteses, que deverão ser
testadas através do psicodiagnóstico.
Desta forma, os objetivos do psicodiagnóstico dependem das
perguntas iniciais. No caso, com base no encaminhamento, foi decidido
fazer um psicodiagnóstico, com dois objetivos básicos, de classificação
nosológica e de entendimento dinâmico, para que através disso, o laudo
fornecesse ao médico não apenas uma explicação do caso, mas também
uma compreensão que lhe facilitasse o manejo do paciente.
O CONTRATO DE TRABALHO
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TAT – Teste de Apercepção Temática: características, aplicação
e interpretação
Características:
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Percepção autista: acontece quando a personalidade está sob
tensão ou em estado de grande necessidade. Um indivíduo, por exemplo,
com muita fome, passa a perceber objetos comestíveis frente a estímulos
que objetivamente não representam comida.
A aplicação do TAT
São elas, para os homens, 1, 2, 3RH, 4, 6RH, 7RH, 11, 12H e 13HF,
e, para as mulheres, 1, 2, 3RH, 4, 6MF, 7MF, 9MF, 11 e 12HF. Bellak inclui
a lâmina 3RH para as mulheres.
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ansiedades; 8) principais defesas; 9) adequação do superego; 10)
integração do ego.
Características
É um teste aperceptivo, um instrumento que permite a investigação
da personalidade, os estudos das dinâmicas significativas das diferenças
individuais na percepção de estímulos padronizados. As verbalizações
refletem o conteúdo latente e os processos psíquicos. Desta forma, a partir
das verbalizações, é possível levantar hipóteses sobre a organização da
personalidade infantil.
Aplicação do CAT
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ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DO CAT, SEGUNDO BELLAK E
BELLAK
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Concepção do mundo: Pode envolver percepções inconscientes e
distorções aperceptivas pela memória. Geralmente, duas ou três descrições
de termos que denotam reações costumeiras diante do ambiente.
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Referencias Bibliográficas
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Anexo I
1 - IDENTIFICAÇÃO
Prontuário: M
M.J.G.D
2 – Descrição do caso
Paciente do sexo feminino, 16 anos, natural de Teresina Piauí, é a segunda filha de uma prole de 3, reside
em São Paulo. Veio para São Paulo com os pais e irmão há mais ou menos 2 anos, devido a uma
oportunidade de emprego para o seu pai. Sua família em sua cidade natal, vivia uma vida simples. Com a
vinda para São Paulo, M iniciou seus estudos em um colégio público, onde apresentava bom desempenho,
porém demonstrava maior dificuldade de relacionamento interpessoal. Refere que é tímida e que se
aproximava aos poucos dos colegas que foram receptivos após um tempo. Após o primeiro ano em São
Paulo, seu pai conseguiu um emprego em um colégio particular, do qual possibilitou a M estudar como
bolsista. Após 6 meses de sua transferência seus pais notaram uma mudança em seu comportamento onde
M, começou a mentir e a apresentar um baixo desempenho nas notas, demonstrava-se com pouca paciência
com os pais e irmão, e mantinha-se muito tempo no quarto, tem apresentado ações impulsivas. Em visita
escolar os pais relataram que foi informado que a aluna havia sofrido alguns episódios de discriminação com
os colegas, após eles descobrirem que ela havia contado uma história diferente sobre sua família e origem, e
após esse evento, tem se isolado.
Foi encaminhada por sua médica Psiquiatra para que seja feita uma avaliação dos motivos que levaram a
paciente a ter essa repentina mudança de comportamento, após a mudança de escola.
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3. Interpretação do protocolo
A. Aspectos adaptativos
B. Aspectos Projetivos
Casa: Demonstra aspectos de ansiedade, timidez, reserva, rigidez, inadequação,
fragilidade, introversão, retraimento , inferioridade e tendência à fantasia. Traços
de hostilidade e evasão. Personalidade muito impulsiva e desajustada. . Foi
verificado que possui limites de ego fraco, denotando indícios de vulnerabilidade,
contato e orientação pobre com a realidade. No que tange as relações
interpessoais, apresenta uma tendência ao isolamento devido a sua ambivalencia
social. Possivel obssessividade compulsiva.
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de maturidade sócio-cultural. Rigidez. Rejeição, grandiosidade compensatória.
Ambiente restritivo, tensão e compensação, baixa capacidade de ajustamento.
Retraimento, culpa ou inadequação, mostra-se inteligente. Autoconceito positivo.
Apresenta traços de incerteza, conflito, indecisão, autocrítica, ansiedade, rigidez,
fragilidade, hostilidade, agressão e necessidade de realização. Dependência.
Preoculpações sexuais. Dominação social compensatória.
M. apresenta bom nível de desenvolvimento intelectual, tendo uma boa compreensão do conteúdo
abstrato, sendo assim, apresenta boas perspectivas de desenvolvimento. As pressões e ambientes
restritivos, apresentados por muitas vezes ao longo do teste, podem ser pontos que dificultam seu
processo de desenvolvimento e adaptação. Tem forte tendência a se isolar e visível tendência à fantasia, o
que sugere dificuldades emocionais e não cognitivas. A adolescente apresenta ambivalência social, o que
resulta em comportamentos pouco ajustados, nas relações interpessoais, além disso, demonstra muitos
traços de ansiedade, acarretando dificuldades em estabelecer relações gratificantes e satisfatórias. Tais
dificuldades somadas à insegurança de M. a predispõe a se manter isolada e não se engajar em relações
mais próximas. Características como retraimento, tensão e compensação, se fazem presentes em muitas
de suas representações, além do ambiente restritivo, como mencionado anteriormente, o que explicaria
boa parte dos acontecimentos que a levam as mudanças de comportamento da adolescente.
5. Prognóstico
Aconselha-se a participação de M. em psicoterapia individual para que possa desenvolver mais habilidades
sociais e ser mais assertiva, além de uma investigação mais aprofundada sobre seu processo fantasioso.
Recomenda-se acompanhamento psiquiátrico, sugere-se um possível quadro depressivo-ansioso.
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São Paulo, 23 de novembro de 2022.
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