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PSICODIAGNÓSTICO V – Capítulo 11

(Passos do Processo Psicodiagnóstico) Cunha, Jurema Alcides (2007). Psicodiagnóstico-V. 5a edição


revisada e ampliada. Doutora em processamento de informações bilíngues. Graduada em Filosofia pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1949), especialização pela Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (1956) e Mestre pela mesma universidade (1977).

O presente texto tem como finalidade contribuir para a compreensão do psicodiagnóstico e sua forma de
realização na prática, trazendo à tona importantes vertentes que envolvem o procedimento, como seu
ponto de partida, entrevistas iniciais, hipóteses a serem investigadas, contrato de trabalho, plano de
avaliação, bateria de testes, administração de técnicas e testes, comunicação de resultados e entre
outros. Segundo Cunha, o psicodiagnóstico tem seu principal ponto o encaminhamento, onde as primeiras
hipóteses e vertentes de investigação veem descritas, o que norteia o psicólogo para investigações iniciais
e plano de ação mais assertivo. A autora, ainda acrescenta que esses encaminhamentos podem virem
vagos, e o psicólogo muita das vezes precisa abrir um leque de possibilidades para melhor atender a
demanda (exigindo entrevistas iniciaislongas e complexas). Por outro lado, quando esses
encaminhamentos possuem objetivos muito claros, é possível o profissional já estabelecer planos de
ações desde o primeiro atendimento, podendo assim apresentar o contrato de trabalho nas primeiras
sessões, onde são acordados o período do psicodiagnóstico (já que é limitado), valores, tempo de sessão
e comprometimento de ambas as partes. No que diz a respeito ao plano de ação e bateria de teste, tudo
é pensando de acordo com o contexto em que o paciente se encontra e, também, níveis de ansiedade,
comprometimento neurológico, e entre outros fatores que possam interferir seriamente no processo de
investigação e conclusões das hipóteses. Cunha, deixa bem claro que todo o contexto de avaliação é
estruturado de acordo com as demandas de encaminhamento e do paciente, uma vez que cada individuo
apresenta um contexto e histórico diferente, a não ser casos bem específicos que o encaminhamento
exige apenas estabelecer níveis de comprometimento e funções (nesses casos a nosologia já está
definida). Ainda sobre o processo de psicodiagnóstico, o texto aborda a importância do ambiente
favorável e o estabelecimento de uma relação de confiança com o paciente, uma vez que a partir dessa
conexão o individuo se sente mais confortável e tende a responder positivamente as demandas propostas.
Além do mais, é de extrema importância a transparecia em toda parte do processo para o paciente, pois
as vezes o mesmo não entende o porquê está ali ou se sente “inferior” por estar se submetendo a
avaliações que testem seu nível de inteligência, ansiedade e comportamento, e é a partir dessa
transparência e do rapport que o psicólogo desenvolve bons vínculos. A autora ainda nos apresenta a
importância da ética na hora de comunicar os resultados obtidos após as avaliações psicológicas, uma vez
que, os dados obtidos podem trazer grandes impactos na vida do paciente. Um exemplo que o livro
aborda, é um garotinho que apresenta tendencias psicóticas. Pensando nesse contexto, ao se passar essa
informação para a escola e pessoas que não compreendem o diagnostico, o menino poderia sofrer
discriminação e piorar o seu quadro e desenvolvimento. Dessa forma, o psicólogo deve ter ética e bom
senso para quem deve passar o diagnóstico, no caso apresentado, a ideia seria elaborar um parecer com
alguns manejos de como ajudar a contextualizar o garoto na escola (sem detalhes sobre sua patologia),
esclarecendo seu quadro com riquezas de detalhes apenas (através de um laudo) para o médico
psiquiatra. Após a leitura do texto, é possível entender o funcionamento do processo de psicodiagnóstico
de uma forma mais clara, onde é apresentado casos e exemplos do dia a dia que compreendem toda a
vivência e principais pontos que o psicólogo deve saber, salientando a ética, comprometimento,
importância de bases teóricas e experiencia técnica. Ademais, traz pontos importantes para quem está
iniciando nesse mundo, dando dicas de não se aventurar pelo desconhecido e sempre recorrer a
metodologias que dão mais segurança aos que estão começando. Desta maneira, o texto é de grande valia
para futuros psicólogos, interessados em realizar psicodiagnósticos, trazendo a vivência e casos reais.

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