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PARTE 6: IDENTIFICAR OS RESULTADOS OBTIDOS PELO ESTUDO

O psicodiagnóstico desempenha um papel crucial na compreensão dos


resultados desse estudo de caso. Através desse processo, foram obtidas
informações sobre a história de vida da paciente, o que é essencial para uma
análise psicológica, pois permite a exploração de eventos e experiências
passadas que podem ter influenciado seu funcionamento psicológico. Além
disso, o psicodiagnóstico permitiu a avaliação da personalidade da paciente,
revelando aspectos de sua estrutura psíquica e possíveis conflitos internos.
A referência à influência significativa da família nos processos de tomada de
decisão da examinanda destaca psicologicamente, que considera as dinâmicas
familiares e os relacionamentos como fatores cruciais para a compreensão do
indivíduo. Com a terapia podemos identificar as experiências familiares e
relações parentais, como podem marcar a experiência de alguém.
O psicodiagnóstico é uma etapa fundamental na compreensão da paciente e
no desenvolvimento de um plano terapêutico adequado, que aborda não
apenas os sintomas manifestos, mas também os aspectos mais profundos da
psicodinâmica pessoal.
O conceito de psicodiagnóstico:

“É um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e


testes psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para
entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e
avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu
curso possível, comunicando os resultados (output), na base dos
quais são propostas soluções, se for o caso”. (CUNHA, 2003, p. 23).

Obter resultados a partir do psicodiagnóstico e coletar informações sobre a


história da paciente é de extrema importância em um estudo de caso. O
psicodiagnóstico e a análise da história da paciente ajudam a psicologia
entender o indivíduo em um nível mais profundo. Isso envolve a exploração de
eventos de vida, experiências traumáticas, relacionamentos familiares,
transições de vida, momentos na infância e outros fatores que podem
influenciar o funcionamento psicológico da pessoa. Os resultados do estudo da
personalidade fornecem informações valiosas sobre seus traços,
características e padrões de comportamento. Isso ajudará a entender como a
paciente se relaciona consigo mesmo e com os outros, bem como como ela
lida com desafios emocionais e cognitivos. Ao conhecer a personalidade da
paciente, é possível identificar seus recursos e áreas de vulnerabilidade. Isso é
fundamental para desenvolver um plano de tratamento que capitalize seus
pontos fortes e aborde suas fraquezas de maneira eficaz.
Tal estudo de caso, relata que a, examinanda foi encaminhada para o
atendimento psicológico devido à presença de ansiedade e às limitações
físicas causadas pela distrofia muscular das cinturas. Essas questões físicas e
emocionais têm implicações profundas em sua vida, uma vez que a condição
física afeta sua capacidade de realizar atividades cotidianas. Além disso, a
presença de ansiedade pode indicar a presença de conflitos internos não
resolvidos. A busca por um espaço para desabafar sobre seus problemas
cotidianos e questões familiares sugere que o tratamento pode ajudar a
explorar e compreender as origens psicológicas desses desafios, bem como os
conflitos inconscientes que podem estar contribuindo para seu sofrimento
emocional. Uma referência a Beck (2013), destaca a importância da aliança
terapêutica, que é o vínculo de confiança, pois proporciona um ambiente
seguro no qual o paciente se sente à vontade para explorar seus conflitos
internos e questões emocionais.
O fato de a examinanda e sua família dependerem financeiramente da prima
pode ser analisado, pois isso pode criar um conflito de interesses e desafios
emocionais, onde a dependência financeira pode estar influenciando a
dinâmica de poder na família, a necessidade de ajuda nas atividades diárias,
como ir ao banheiro e se levantar da cama, isso pode ser analisado como uma
dinâmica complexa de cuidado e dependência, que pode ter implicações para
todas as partes envolvidas.
A perda da mãe para o suicídio quando a paciente tinha apenas um ano de
idade é um evento complexo e que pode ter profundas implicações
psicológicas. O fato de um paciente considerar a tia como uma figura materna
é um exemplo de como as crianças podem desenvolver mecanismos de
enfrentamento para lidar com a ausência da figura materna. A relação
conturbada com o pai, devido à crença da paciente de que ele foi o motivo da
perda da mãe biológica devido às traições matrimoniais, é um exemplo de
como as experiências familiares podem impactar a formação psicológica de
alguém. Como os sentimentos de culpa, raiva e tristeza relacionados a essa
perda podem estar moldando a forma como a paciente se relaciona com seu
pai e com os outros. A história da paciente envolve trauma e adversidade, mas
também mostra sua capacidade de adaptação e resiliência ao formar laços
significativos com a tia. Como essas experiências influenciaram sua visão de si
mesma, dos outros e do mundo.
A descrição de quando era mais jovem, com impostos adicionais limites pela
tia, sugere a presença de um ambiente de controle e restrição. A morte súbita
da tia e a subsequente reaproximação com o pai após atingir a maioridade são
eventos significativos, podem estar carregados de emoções não resolvidas. E
as dificuldades na construção de um vínculo com o pai é um aspecto que pode
ter medo, raiva, mágoa ou insegurança, e como essas emoções podem estar
ligadas à história passada da paciente.
A afirmação de que a doença da paciente influenciou a escolha do curso de
graduação do marido destaca como os eventos da vida de uma pessoa podem
ter impacto na vida de outras pessoas. Mas a descrição da presença constante
do marido nos momentos difíceis da vida da paciente destaca a importância
das relações interpessoais, como o apoio emocional e o papel do marido foi
importante. As hospitalizações frequentes devido à doença e o
desenvolvimento de uma fobia em relação aos ambientes hospitalares são
exemplos de como experiências traumáticas podem moldar as respostas
emocionais de alguém, o medo e os mecanismos de defesa podem alterar no
jeito de agir. No artigo lemos que: “Os mecanismos de defesa compõem uma
das formas do sujeito se afastar da ansiedade e evitar que aspectos dolorosos
para o mesmo sejam discutidos, entretanto, destaca-se que nem sempre é uma
ação consciente”. (Castilho, 2002).
O artigo menciona que os resultados do BFP (Bateria Fatorial de
Personalidade) foram condizentes com o que a examinanda demonstrou nos
atendimentos. Isso indica uma consistência entre a avaliação de traços de
personalidade e o comportamento observado, sugere que a avaliação está
capturando aspectos da personalidade da paciente que são relevantes para
sua análise.
E por fim, o encaminhamento para a psicoterapia de orientação cognitiva
comportamental destaca a importância da abordagem. A terapia Cognitivo-
Comportamental tem como objetivo auxiliar o paciente na resolução de
problemas e na aprendizagem de habilidades específicas para lidar com seus
desafios emocionais. É uma abordagem colaborativa, onde o terapeuta e o
paciente irão trabalhar juntos como uma equipe para promover o
autogerenciamento e o bem-estar emocional. Tal processo, permitiu a
realização das necessidades da examinanda fossem atendidas de forma
adequada.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

CUNHA, Jurema A. Psicodiagnóstico-V: 5. Edição, revisada e ampliada. Porto


Alegre: Artmed, 2003.

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