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Essa concepção permite olhar os pais como parte de um processo mais amplo, e
evita que se adote, em relação a eles, uma visão culpabilizante no que se refere às
dificuldades da criança. Por outro lado, permite olhar as características da
criança, assim como suas dificuldades, também como expressões da dinâmica
familiar e das relações que a constituem.
Isso interfere diretamente na relação que estabelecem com a criança em cada uma
das fases e no quanto podem ou não a auxiliar a elaborar suas crises desenvolvi
mentais. A fase diagnóstica tem como objetivos conhecer as características e a
dinâmica psíquica da criança, contextualizada em seu ambiente familiar, escolar e
social, com especial ênfase na dinâmica familiar e no funcionamento dos pais.
Os objetivos, assim como no caso dos pais, incluem conhecer a criança e começar a
estabelecer com ela uma aliança de trabalho, por meio de uma escuta
atenta, interessada e acolhedora. A partir desse contato inicial, somado ao que foi
percebido nos contatos com os pais, avalia-se a necessidade da utilização de outros
instrumentos diagnósticos, como testes projetivos, de desenvolvimento cognitivo ou
psicomotor.
As projeções dos pais sobre a criança, diretamente ligadas aos seus padrões
relacionais, se manifestarão também na relação transferencial que estabelecem com
o terapeuta. A observação cuidadosa da transferência é um importante auxiliar para a
compreensão da relação pais-criança e para a avaliação da disponibilidade dos pais
para o estabelecimento de uma aliança terapêutica. O peso dos sintomas da criança
na homeostase psíquica dos pais também guarda relação direta com a disponibilidade
desses últimos para aceitar mudanças.
O foco estabelecido para o trabalho com a criança e o foco para o atendimento dos
pais devem ser complementares, e a forma como se dará o processo será decidida
de acordo com as características e necessidades do caso, podendo incluir
atendimentos conjuntos, separados, paralelos ou alternados, quase sempre com
frequência semanal. Essas diferentes tarefas são típicas de diferentes etapas do
processo evolutivo e são coloridas pelas características individuais de cada criança.
Considerações finais.