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Terapia Cognitivo-
Comportamental
AVALIAÇÃO DO
ADOLESCENTE NA TCC
Introdução
A TCC com crianças e adolescentes usa procedimentos específicos, baseados no de-
sempenho cognitivo, emocional e comportamental desses pacientes, bem como
intervenções cognitivas para produzir mudanças no pensamento, sentimento e
comportamento. Várias estratégias e técnicas da TCC com crianças e adolescentes
compartilham o objetivo comum de promover na criança e no adolescente o de-
senvolvimento de uma visão de mundo caracterizada por uma atitude construtiva
e positiva de si, dos outros e do mundo. Por meio do fornecimento de experiências
cuidadosamente planejadas, a TCC ajuda esses pacientes e a família a construírem
uma perspectiva adaptativa de resolução e ou enfrentamento de problemas.
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4) Consciência do contexto familiar e social no qual o adolescente está inserido e,
finalmente, 5) Clareza sobre o papel do terapeuta e as expectativas para a terapia.
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Isso permite que o adolescente adquira uma estrutura cognitiva para eventos
futuros.
Avaliação psicológica
A avaliação tem o objetivo principal de coletar e comparar dados sobre o contexto
do adolescente. Assim, através da anamnese, é possível obter uma melhor compre-
ensão de uma pessoa e seu comportamento e identificar sintomas, sinais, caracte-
rísticas atuais vinculadas a sua história de vida e contexto familiar e social.
A abordagem nestas etapas envolve uma grande variedade de processos que in-
cluem observações clínicas sistemáticas, entrevistas clínicas e aplicação de ins-
trumentos psicológicos (testes, escalas, inventários, questionários devidamente
validados pelo Conselho Federal de Psicologia). Nesse sentido, a finalidade é com-
preender melhor os pontos fortes e fracos do adolescente, identificar problemas
potenciais com cognições, reatividade emocional e fazer recomendações para
tratamento.
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A avaliação psicológica do adolescente não envolve um único instrumento, mas
uma série de instrumentos e procedimentos desenvolvidos cientificamente que
avaliam vários aspectos do funcionamento psicológico do paciente. Os tipos de ins-
trumentos e procedimentos incluem as entrevistas, que podem ser não estrutura-
das ou semiestruturadas com o paciente, cuidadores, professores e outros adultos
significativos para o adolescente. As entrevistas permitem a observação clínica e
sistemática das habilidades sociais, de linguagem e de comunicação do paciente;
instrumentos com medidas referenciadas por normas – são instrumentos padro-
nizados em amostras claramente definidas com características representativas de
idade, gênero, etnia, status socioeconômico ou outras características. Esses tes-
tes nos permitem comparar o paciente que estamos avaliando com a maioria da
população (por exemplo, comparar este adolescente a maioria dos adolescentes
comuns).
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identificar e atender às necessidades do adolescente na escola. Se o adolescente
parece estar sofrendo de problemas de saúde mental ou constantemente luta para
controlar seu humor, comportamento ou relacionamentos, uma avaliação mais
abrangente é provavelmente necessária.
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disfunções cerebrais ou ainda quando o paciente apresenta sinais e sintomas neu-
ropsicológicos ou associados ao neurodesenvolvimento.
EXEMPLO PRÁTICO1
O paciente F., 16 anos, foi encaminhado para uma reavaliação psicológica devido aos
resultados insatisfatórios do tratamento para evitar o SIB (comportamento autolesivo, do
inglês Self Injurious Behavior). Ele tinha o diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista
(TEA) e Deficiência Intelectual (DI) grave. Apresentava habilidades de linguagem verbal
limitadas, mas pedia objetos conhecidos e diferentes tipos de comida usando expressões
de uma ou duas palavras. O paciente também exibiu ecolalia extensa, repetindo frases
que eram desafiadoras para conectar à situação atual.
F. é o filho mais velho e foi diagnosticado com TEA não especificada quando tinha 4 anos.
O último diagnóstico foi posteriormente alterado para DI moderado e novamente para
DI grave quando F. tinha 14 anos.
O nascimento de seus dois irmãos mais novos e seu comportamento se tornando cada vez
mais desafiador para seus pais lidar resultou em F. passando cada vez mais períodos de
internação em clínicas especializadas durante seus anos de idade escolar. Aos 10 anos, F.
mudou-se para uma clínica de cuidado de tempo integral para crianças com seu diagnóstico;
aos 14 anos, se mudou para uma clínica de repouso. Ele recebia visitas frequentes de sua
família em ambas as instituições. No momento atual, estava residindo com os pais que
apresentavam muita dificuldade em lidar com ele.
1 Para acessar o estudo de caso completo: Kildahl, A. N. e cols. Case study: identification of anxiety and subse-
quent intervention in an adolescent male with autism, severe intellectual disability and self-injurious behaviour,
International Journal of Developmental Disabilities, 2020. DOI: 10.1080/20473869.2020.1850160
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O SIB de F. havia se desenvolvido gradualmente, começando na pré-escola com frequentes
mordidas no pulso e F. ocasionalmente batendo no rosto com o punho. Quando o paciente
tinha cerca de 13 anos, teve um episódio de passividade e isolamento social em que se
recusou a ir à escola ou a sair do quarto, perdeu peso e parecia geralmente infeliz.
Várias tentativas anteriores foram feitas para reduzir o SIB de F. e incluíram estratégias
variadas de análise do comportamento do paciente. Estratégias baseadas em reforço
foram tentadas inicialmente, com tentativas subsequentes incluindo hipercorreção e
estratégias baseadas em punição. Apesar disso, o SIB de F. piorou gradualmente em
frequência e intensidade.
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base nos resultados da avaliação também foi concluído que ele não havia desenvolvido
estratégias para regular suas próprias experiências de ansiedade além do SIB, indicando
que ele precisaria da ajuda da equipe no desenvolvimento de estratégias mais adequadas
e menos prejudiciais.
Avaliação
Os principais tipos
Avaliação do psicoeducacional;
de avaliação com
Adolescente na TCC avaliação psicológica; e
adolescentes
avaliação neuropsicológica
As avaliações psicológicas
Diferenciações na
Objetivo principal - coletar e neuropsicológicas
avaliação de crianças
e comparar dados são mais semelhantes
e adolescentes
do que diferentes.
O tratamento deve
ser implementado de
maneira apropriada Avaliação psicológica
ao desenvolvimento
do paciente
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REFERÊNCIAS
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