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Medicamentos Posologia
Ácido fólico 5mg/ 1 CMP, VO, 1x ao dia. Após almoço
Dipirona 500mg/ 1 CMP, VO, de 6/6 h
Enoxaparina 0,6ml 60/ 1 SER,SC, de 12/12 h
(Injetável) 1ml 20mg/ml / 1 AMP, IV, de 8/8 h.
Escopolamina Diluir em água destilada INJ 20ml; se
necessário: Obs.: se cólica
10mg/ 1 CMP, VO. Até de 6/6 h em caso de
Metoclopramida
náuseas e/ou vômitos
40mg/ 1 CMP, VO, 2x ao dia. 30min antes do
Sulfato ferroso
almoço e jantar.
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2. ESTUDO TEÓRICO DA DOENÇA
2.1 Trombose venosa profunda
A trombose venosa profunda (TVP) caracteriza-se por formação aguda de
trombos em veias do sistema profundo, acomete mais comumente os membros
inferiores, entretanto, também pode ocorrer na veia cava, nas veias jugulares
internas, nos seio cavernoso e nos membros superiores.
2.1.1 Epidemiologia
A TVP é uma doença de alta prevalência e ocorre principalmente como
complicação de outro processo patológico como as neoplasias e as infecções, o
pós-operatório de grandes cirurgias, os traumas, e as imobilizações prolongadas dos
membros inferiores. A TVP também pode ocorrer de forma espontânea sem
qualquer associação a outras doenças, como é observado nas trombofilias
hereditárias e também observado em mulheres durante o período da gestação.
2.1.2 Fisiopatologia
Na maioria dos casos de TVP, dois ou mais destes fatores estarão atuando
em conjunto para determinar a formação do trombo venoso. Quando ocorre uma
lesão endotelial, o subendotélio é exposto, ativando a cascata da coagulação para a
formação do trombo venoso. Acredita-se que a gênese do trombo, neste caso,
ocorra através de vários mecanismos. O principal deles é a liberação de
tromboplastina pela parede lesada, ativando os fatores VII, IX, X, VIII e V,
promovendo rápida formação da trombina. Outro mecanismo seria por ativação do
fator XII por contato com o colágeno e por agregação plaquetária.
8
A estase é também importante fator predisponente para a trombose venosa
profunda. Segundo Sevitt, seis são os mecanismos pelos quais a estase levaria à
trombogênese:
6) hipóxia do endotélio.
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musculatura, dentro da fáscia pouco distensível, ocasiona pressão sobre
terminações nervosas da dor.
Outra queixa importante é o aparecimento do edema. Nos membros
geralmente é unilateral, na trombose da veia cava, afeta ambos os membros
inferiores e a região perineal.
Nos antecedentes pessoais, o paciente deve ser interrogado sobre
tromboembolismo venoso pregresso, tromboflebites superficiais anteriores,
neoplasias, doenças cardiovasculares, doenças infecciosas, doenças
hematológicas, vasculites, cirurgia ou parto recente, traumatismos e fraturas, uso de
contraceptivos orais ou terapia de reposição hormonal.
Nos antecedentes familiares, deve-se questionar a respeito de quadros de
trombose em membros da família.
O exame físico dos membros inferiores deve ser realizado cuidadosamente
em todo paciente que apresentar queixas e nos pacientes acamados por longo
período. Devem-se observar a dilatação dos trajetos venosos superficiais, cianose
ou palidez, edema subcutâneo, edema e empastamento muscular, dor à palpação
muscular e dor à palpação dos trajetos venosos profundos. O sinal de Homans pode
ser verificado pela realização da dorsiflexão passiva do pé com a perna estendida. É
considerado positivo e, portanto sugestivo de TVP quando o paciente refere dor
durante esta manobra. O sinal de Olow também deve ser pesquisado e é realizado
com paciente em decúbito dorsal através da compressão manual da panturrilha. É
considerado positivo quando há dor durante a manobra.
A suspeita clínica de trombose venosa profunda deve, sempre que possível,
ser confirmada através da realização dos métodos complementares de diagnóstico,
uma vez que o diagnóstico apenas clínico é bastante falho nesta enfermidade.
Os métodos complementares atualmente mais empregados para o
diagnóstico da TVP são: a dosagem do D-dímero, o Ecodoppler, a Flebografia e a
Angioressonância magnética.
A dosagem do D-dímero é um teste laboratorial que avalia a presença no
plasma sanguíneo, de produtos de degradação da fibrina. Estes produtos
apresentam seus níveis elevados na TVP. Este teste apresenta alta sensibilidade e
baixa especificidade por isso apresenta um alto valor preditivo negativo. Devido a
sua baixa especificidade, a dosagem do D-dímero é um teste complementar e pode
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ser associado à avaliação clínica para selecionar que pacientes necessitarão de
estudo com outros métodos complementares.
O Ecodoppler é atualmente o método complementar mais empregado para o
diagnóstico da TVP. Existem dois tipos: o Ecodoppler (Dupléx) e o Ecodopler
colorido (Dupléx Scan ou Tripléx). Este método apresenta alta sensibilidade e alta
especificidade tanto no diagnóstico da TVP nos membros inferiores e superiores
quanto na avaliação das veias jugulares. O ecodoppler é um método nãoinvasivo
que apresenta baixo custo e deve sempre ser realizado quando há suspeita clínica
de TVP.
A angio-ressonância magnética é um método não invasivo que utiliza o
gadolíneo, um contraste paramagnético e não iodado, para a visualização das veias.
Este método apresenta altas sensibilidade e especificidade, porém, devido ao seu
alto custo, é usado apenas para o diagnóstico da TVP localizada em sítios de difícil
acesso para o ecodoppler tais como a veia cava inferior e superior e as veias ilíacas
internas. Também pode ser utilizada nos portadores de doença renal, nos pacientes
com alergia ao iodo e em crianças.
A Flebografia ascendente ainda é considerada o exame padrão-ouro para o
diagnóstico da TVP, porém atualmente é pouco utilizada já que é um método
invasivo que utiliza contraste com iodo e por isso não pode ser usada nos doentes
renais e nos alérgicos a iodo. O seu uso em crianças é restrito. A flebografia é hoje
indicada nos casos em que o ecodoppler não é conclusivo.
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A tromboembolia pulmonar é caracterizada pelo desprendimento do trombo
das veias profundas e sua migração através da corrente sanguínea até atingir a
artéria pulmonar onde provoca obstrução da circulação e enfarte pulmonar.
Além da tromboembolia pulmonar outras complicações que podem ocorrer
são a síndrome póstrombótica e a gangrena venosa.
A síndrome póstrombótica é uma complicação tardia e apesar de ter
mortalidade praticamente nula, apresenta morbidade importante e causa grandes
problemas sócioeconômicos. A gangrena venosa é uma complicação aguda que só
ocorre raramente, porém é associada à alta morbidade e mortalidade. Esta
complicação pode ocorrer nas flegmasias (cerúlea alba e cerúlea dolens) que
consistem de um tipo muito grave de trombose venosa profunda que afeta as veias
ilíacas e femorais.
Cerca de 80 a 90% dos casos de TVP ocorrem nos membros inferiores, neles
a formação dos trombos ocorre em seis pontos primários: veia ilíaca, veia femoral
comum, veia femoral profunda, veia poplítea, veias tibiais anterior e posterior e veias
musculares da perna, principalmente soleares, sendo as últimas o local mais
freqüente. A TVP também é mais comum no membro inferior esquerdo que no
direito. Este fato deve-se à compressão da veia ilíaca esquerda pela artéria ilíaca
direita.
A trombose venosa profunda dos membros inferiores pode ser dividida em
dois tipos: TVP proximal e TVP distal. A TVP é proximal quando acomete as veias
ilíaca e/ou femoral e/ou poplítea, com ou sem trombos nas veias da perna. É distal
quando acomete apenas as veias da perna. Esta divisão é importante porque a
probabilidade de TEP em tromboses distais é comprovadamente baixa,
necessitando, porém, tratamento precoce, assim como as proximais, devido ao risco
de evoluírem para tromboses proximais.
A TVP dos membros superiores é menos comum e raramente apresenta
como complicação a tromboembolia pulmonar, porém é associada à alta morbidade.
A TVP dos membros superiores é freqüentemente relacionada a anormalidades
anatômicas, como na síndrome de Paget-Schrotter, onde ocorre compressão da veia
subclávia durante a sua passagem no espaço costoclavicular, ou é devido à
presença de cateteres venosos, como nos pacientes submetidos à hemodiálise ou
quimioterapia.
12
2.1.5 Forma de tratamento
O tratamento da TVP pode ser clínico ou cirúrgico. No tratamento clínico é
dividido em medidas gerais de suporte e o tratamento medicamentoso. As medidas
gerais consistem na elevação do membro e no repouso no leito. O tratamento
medicamentoso tem como objetivo a anticoagulação sistêmica e é feito com a
heparina e com os anticoagulantes orais. As heparinas são de dois tipos: heparinas
não fracionadas (HNF) e heparinas de baixo peso molecular (HBPM).
A HNF tem atuação ampla sobre os fatores da coagulação. Atua inibindo a
ação dos fatores II, IX, X, XI e XII e também impede a convesão do fibrinogênio em
fibrina. Seu efeito antitrombótico é imediato após administração endovenosa,
decrescendo rapidamente nos 15 primeiros minutos e depois estabilizando, com
meia-vida de 30 a 90 minutos. A heparina não fracionada tem baixo custo e pode ser
utilizada com segurança em crianças e em gestantes, pois não atravessa a barreira
placentária, porém devido a sua ação pouco específica na cascata de coagulação é
mais freqüentemente associada a complicações hemorrágicas e também pode
provocar plaquetopenia. A sua ação é monitorizada pela dosagem do tempo de
tromboplastina parcial ativado (TTPA) que deve ser mantido em 2,5 vezes o valor
normal para obter uma anticoagulação eficiente.
A HBPM tem ação mais específica na cascata de coagulação, age inibindo a
atuação do fator X ativado, e por isso há menor possibilidade de eventos
hemorrágicos e plaquetopenia. Possui meia-vida de 2 a 4 horas e seu efeito
anticoagulante permanece por 24 horas, permitindo sua administração 1 a 2 vezes
ao dia e não necessitando de monitorização laboratorial. As HBPM disponíveis são:
enoxiparina (dose: 1mg/Kg a cada 12 horas), nadroparina (dose: 200 UI/Kg a cada
24 horas) e dalteparina (dose: 200 UI/Kg a cada 24 horas). A HBPM também pode
ser usada em gestantes e crianças, porém apresenta alto custo.
A varfarina é o cumarínico mais utilizado para anticoagulação oral em casos
de TVP. Age inibindo os fatores de coagulação vitamina K-dependentes (II, VII, IX e
X). O controle da ação anticoagulante da varfarina é feita com a dosagem do INR,
que deve ser mantido entre 2 e 3. A complicação principal da varfarina é o
sangramento, porém a necrose de pele também pode ocorrer apesar de ser
bastante rara. A varfarina tem custo muito baixo, porém não deve ser utilizada
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durante a gestação, pois pode provocar malformação e hemorragia fetal já que
atravessa a barreira placentária.
O tratamento cirúrgico da TVP pode ser convencional ou realizado através de
técnica endovascular. O tratamento cirúrgico convencional consiste na trombectomia
venosa e hoje é muito pouco utilizado sendo reservado para os casos de flegmásia
alba e cerúlea. O tratamento cirúrgico endovascular mais empregado é a terapia
fibrinolítica que emprega os agentes trombolíticos. O agente mais empregado
atualmente e o ativador do plasminogênio tecidual recombinante (rTPA). Estes
agentes são injetados diretamente no local da trombose através do uso de cateteres
venosos. A terapia fibrinolítica é empregada no tratamento de tromboses das veias
ilíacas, femorais e subclávias especialmente quando estas ocorrem em pacientes
jovens. Sua grande vantagem é evitar a síndrome pós-trombótica, porém possui alto
risco de hemorragia.
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3. ANÁLISE DOS DADOS CLÍNICOS
3.1 Exames complementares
ULTRASSONOGRAFIA OBSTÉTRICA
Indicando:
Útero aumentado de volume, grávido;
A textura do miométrio é sólida homogênea;
Saco gestacional de implantação fúndica, medindo 4,1 x 3,1 x 4,7 cm,
de paredes ecogênicas e regulares, contendo embrião com batimentos
cardíacos presentes (BCF: 177 bpm);
Vesícula vitelina de textura anecoica homogênea, de paredes
ecogênicas;
Comprimento cabeça-nádega mede 2,8 cm;
Colo uterino medindo 3,6 cm;
Anexos livres.
Conclusão:
- Gestação Tópica em torno de 9 semanas e 5 dias.
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Data Exame Valor Referência
Hematócrito 36,3%
23/02/2016 38-54%
Por fim, temos que os anticorpos para toxoplasmose, herpes e rubéola estão
em níveis muito superiores a referência. As imunoglobulinas G (IgG) indicam que a
pessoa teve contato com a doença (contraiu a infecção) em algum momento da vida,
mas que não necessariamente esteja infectada. Para critério diagnóstico temos as
imunoglobulinas M, que são os anticorpos de fase aguda e, portanto, confirmam se
há ou não infecção; no caso, não foi reagente para a paciente em estudo. Portanto,
a presença de IgG na ausência de IgM indica que a pessoa está protegida contra a
doença (seja por infecção pregressa ou por sucesso em uma vacinação),
possibilitado pela memória imunológica.
4. ATENÇÃO DIETÉTICA
4.1 Anamnese alimentar
Antes das manifestações dos sintomas em casa, a paciente relata fazer cinco
refeições ao dia, ingerir água em pequenas quantidades e não consumir sucos, pois
causam-na náuseas e vômitos. Faz uso de bastante sal nas preparações, ingestão
frequente de carne branca, prevalentemente aves, pois possui criação em casa,
consumo grande de farinha de mandioca e café, não possui hábito de consumir
frutas frequentemente, nem derivados lácteos. Relata preferência por peixes e aves
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e aversão à caranguejo. Após a manifestação dos sintomas a alimentação não foi
influenciada.
Proteínas: 22,8%
Lipídeos: 25,2%
Carboidratos: 52%
Adequação do R24h
Energia e Nut EAR Consumo UL Adeq
Kcal 2141,7 1688,6 78,8
Ptn g/kg/dia 1,1 1,7 153,3
Ptn % 10 a 35 22,8 Adeq
LIP % 20 a 35 25,2 Adeq
Col (mg) 300,0 519,0 173,0
CHO % 35 a 65 52,0 Adeq
Fibra (g) 28,0 11,0 39,1
Ca (mg) 800,0 163,0 2500,0 20,4
Fe (mg) 22,0 5,3 45,0 24,0
Na (mg) 1500,0 4724,4 2300,0 315,0
K (mg) 4700,0 2416,5 51,4
Vit A (mcg) 550,0 140,9 3000,0 25,6
Vit C (mg) 70,0 30,7 2000,0 43,9
I (mcg) 160,0 330,4 1100,0 206,5
P (mg) 580,0 855,0 3500,0 147,4
Vit B9 (mcg) 520,0 53,6 1000,0 10,3
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4.1.1 Recordatório de 24 horas
DESJEJUM (7horas)
Alimento Medida caseira
Café preto 1 xícara
Pão Francês 1 unidade
Margarina com sal 2 pontas de faca
LANCHE DA MANHÃ (9horas)
Banana prata 1 unidade
ALMOÇO(12horas)
Galinha caipira 2 asas M
Arroz branco 3 colheres de servir
Farinha de mandioca 2 colheres de sopa
Vinagreira
Maxixe
LANCHE DA TARDE (15 horas)
Café preto 1 xícara
JANTAR (18 horas)
Ovo frito 1 unidade
Farinha de mandioca 3 colheres de sopa
Sal de cozinha 2 pitadas
Margarina 1 colher de sopa rasa
4.1.2 Antropometria
A paciente relatou o peso pré-gestacional, peso atual e altura. E foram feitas
aferições de suas medidas corporais, sendo estas: peso atual, altura, circunferência
do braço (CB) e prega cutânea tricipital (PCT); para posterior avaliação do estado
nutricional da mesma.
20
variando de 2 a 3 kg, o PPG será apresentado após a perda do peso, que é o PPG
real.
Dados:
Referidos
Peso pré-gestacional = 57 kg
Peso usual = 56 kg
Altura = 1,47 m
Mensurados:
Peso atual = 56,8 kg
Altura = 1,47 m
CB = 28,2 cm
21
PCT = 19,5 mm
Cálculos:
PESO IDEAL: 44,9 kg
Frisancho: Jellife:
PCT
Jellife: Frisancho:
CMB: 22,1
CB – (PCT x 0,314)
Frisancho: Jellife:
IMC ATUAL:
P (kg)
IMC=
Altura∗Altura(m)
GANHO DE PESO:
Perdeu: 4,2kg
Ganho de peso: Peso pré-gestacional – peso atual (seco)
GANHO TOTAL DE PESO:
7kg a 11,5 kg
23
4.1.4 Avaliação Metabólica
Foi usado o método de estimativa de energia da FAO/WHO/ONU do ano de
2004, pois recomenda que a estimativa dos requerimentos energéticos e as
recomendações de ingestão para gestantes devem ser específicas da população em
razão das diferenças no tamanho corporal, no estilo de vida e na dependência do
estado nutricional das mulheres.
Para o cálculo da taxa metabólica basal da paciente foi usada a equação de
acordo com a idade da FAO/WHO/ONU, após encontrada, a TMB é multiplicada ao
nível de atividade física da gestante e o resultado final é somado ao acréscimo
referente ao trimestre gestacional em que se encontra.
Foi usado o seu peso pré-gestacional, visto que a paciente estava em
sobrepeso (IMC: 26,4 kg/m²) e desde então vem perdendo peso, estando,
atualmente, em eutrofia em relação à sua idade gestacional (IMC: 24,3 kg/m² para
12 semanas gestacionais); o fator de atividade física escolhido foi 1,545, por estar
no ponto médio do NAF recomendado para adultas que exerçam atividades leves,
em que se enquadra a paciente, por ela não realizar atividade física extenuante,
tampouco fixa.
O acréscimo energético utilizado foi o relativo ao primeiro trimestre
gestacional, visto que, o primeiro trimestre é compreendido abaixo de 14 semanas
(ACCIOLY, 2009; VASCONCELOS et al, 2011) ou o período compreendido da
concepção até 12 semanas (VITOLO, 2015).
Outra alternativa para cálculo de suas necessidades energéticas estimadas
seria a equação das DRI’s, entretanto esta subestima a NEE e não fornece adicional
de energia para o primeiro trimestre. Como a paciente vem perdendo peso
gradativamente, acima da faixa estabelecida de perda de peso para o primeiro
trimestre, torna-se imprescindível que a energia ofertada a ela seja subestimada,
sendo a melhor opção, então, a equação FAO/WHO/ONU.
EQUAÇÃO DA FAO/WHO/ONU - MULHERES DE 18 A 30 ANOS (2004)
TMB
14,818 x 57 + 486,6
1331,226 kcal 24
Gasto Energético
TMB x NAF
1331,226 x 1,545
2056,7 kcal
VET
2056,7 + 85
2141,7 kcal/dia
Gestantes com estatura entre 140 e 150 cm, apresentam prognóstico de BPN
E complicações obstétricas (WHO, 1991).
25
classificou-se o estado nutricional como sobrepeso, enquanto usando Frisancho ela
encontra-se em um estado de eutrofia.
Ao unir essas duas medidas, obtém-se outra medida, a CMB, que valia a
reserva de tecido muscular sem a correção de tecido ósseo. Comparou-se o
resultado pelas referências de Frisancho e Jellife , e como resultado da adequação,
encontra-se em eutrofia (BLAKBURN E THORNTON, 1979).
Diagnóstico final: Apresenta estado nutricional de eutrofia, porém com uma perda
de peso acima do que é previsto para esse período gestacional. É importante que se
avalie constantemente essa paciente, para uma conduta nutricional adequada, em
que o ganho de peso total seja o recomendado na gestação, não interferindo no
desenvolvimento do bebê. Além disso, é necessário uma intervenção nutricional
para melhora do quadro patológico da paciente e correta recuperação.
Interação com os
Fármacos Finalidade
nutrientes
26
Se houver uma ingestão
exagerada de ácido fólico
Para gestantes, o folato é
por um longo período isto
especialmente importante
pode resultar em uma
Ácido fólico para um bom
deficiência de vitamina B12,
desenvolvimento fetal e
o que pode causar danos ao
formação do tubo neural.
sistema nervoso e anemia
por deficiência de B12
Não há dados em literatura
Dipirona Analgésico e antitérmico que demonstrem interações
de dipirona com alimentos
É importante evitar usar as
seguintes plantas medicinais:
alho, angélica chinesa,
artemísia, castanha-da-índia,
chá-verde, ginseng, ginkgo
Enoxaparina Anticoagulante biloba, prímula, trevo-
vermelho e unha-de-gato,
pois todas elas aumentam os
efeitos da enoxaparina,
aumentando o risco de
sangramentos.
Indicado para o alívio de
dor ou desconforto Não há dados em literatura
abdominal associado a que demonstrem interações
Escopolamina
espasmos transitórios e de escopolamina com
moderados do trato alimentos
gastrointestinal.
É destinado ao tratamento
de alterações da
movimentação do sistema
Não há dados em literatura
digestivo como em enjoos
que demonstrem interações
Metoclopramida e vômitos de origem
de metoclopramida com
cirúrgica, doenças
alimentos
metabólicas e infecciosas,
secundárias a
medicamentos.
Sulfato ferroso Está indicado para o Embora a absorção seja
tratamento de diversas maior quando o estômago
formas de anemias e de está vazio, a administração
situações clínicas junto às refeições diminui a
caracterizadas pelo frequência de efeitos
aumento das indesejáveis. Muitas
necessidades de ferro, tais substâncias (fitatos e
como: gravidez, puerpério, oxalatos) presentes na
lactação, crescimento, alimentação reduzem a
episódios pós- absorção do ferro. A cafeína
hemorrágicos, e o chá-mate também
convalescença pós- diminuem a absorção do
operatória. Indicado ferro.
27
também nas anemias
decorrentes de dietas
deficitárias, de infecções e
de verminoses.
5. PRESCRIÇÃO DIETÉTICA
A conduta adotada é a oferta de uma dieta via oral que apresenta
consistência normal normolipídica, normoglicídica, hiperprotéica e hipossódica.
Fracionada em seis refeições por dia com necessidade energética de 2088,9
kcal/dia.
Os carboidratos de preferência complexos. As recomendações para
proteína em gestantes é de 1,1 g/kg/dia, mas como a paciente vem perdendo peso
gradativamente e apresenta edema é necessário o aumento na proteína ofertada.
As recomendações de macronutrientes para gestante são:
Carboidratos: 35 – 65%
Proteínas: 10 – 35%
Lipídios: 20 - 35%
As recomendações de potássio, cálcio, sódio, fósforo, ferro, fibras, fósforo,
vitamina A, C e folato, iodo e líquidos foram baseadas nas DRIs.
DESJEJUM (7horas)
Alimento Medida caseira
28
Pão Francês 1 unidade
Margarina com sal 2 pontas de faca
LANCHE DA MANHÃ (9horas)
Banana prata 2 unidades
Leite em pó integral 2 colheres de sopa
ALMOÇO (12horas)
Coxa 1 unidade M
Sobrecoxa 1 unidade M
Arroz branco 3 colheres de servir
Feijão mulata gorda 1 concha média
Salada de:
Cenoura cozida 2 colheres de sopa
Chuchu cozido 2 coheres de sopa
30
eutrofia, vide consulta à tabela de estado nutricional por semana gestacional da
Vitolo (2015).
Todos os macronutrientes ficaram na faixa de adequação proposta.
Proteína aumentada para seguimento da gestação sem perdas acentuadas de peso
fora dos limites preconizados pelas bibliografias e correção do edema.
Foram escolhidas fibras presentes em saladas cozidas, feijão e frutas
comuns na região de residência da paciente, mas apenas na forma in natura já que
a paciente não tolera sucos.
O ferro e ácido fólico já estão sendo suplementados e a vitamina A
pode ser corrigida com o consumo de fígado bovino duas vezes por mês sem causar
toxicidade ao binômio mãe-feto; o iodo a ser utilizado está no sal de cozinha, porém
em pequenas quantidades, o que já oferta a dose recomendada diária necessária.
A alimentação ideal para a gestação é aquela que permite alcançar a
oferta calórica adequada por via oral, para isto na dieta prescrita não houve restrição
calórica e foram valorizados alimentos da preferência da paciente e de seu hábito de
consumo, entretanto café preto, que é bastante consumido pela paciente teve sua
quantidade reduzida devido à cafeína ter a capacidade de atravessar a membrana
placentária e causar redução no fluxo sanguíneo placentário (Instituto do Cérebro de
Brasília, 2008).
31
6. ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS
USAR:
RECOMENDAÇÕES:
8. Criar o hábito de ler o rótulo dos produtos (preferir os que tenham menores teores
de gordura saturada, trans, sódio e açúcar);
9. Sinta-se à vontade para acrescentar temperos naturais nos alimentos, tais como:
orégano, manjericão, alecrim, limão, vinagre.
32
10. Preferir uso de carboidratos complexos, tais como: arroz integral ( ou podendo
ser arroz branco cozido com talos de hortaliças) , pães integrais, aveia, etc.
12. Evitar, por conta da trombose, alimentos fontes de vitamina K, sendo os vegetais
de folhas verde-escuras, como: brócolis, couve manteiga, alface escura, acelga, etc.
14. Consumir carnes vermelhas e/ou brancas, importantes quanto aos valores de
ferro presente nesses alimentos.
RETIRAR DA ALIMENTAÇÃO:
- Açúcar, doces em geral (balas, mel, geléia, chocolate, sorvete, bolo, pudim,
compotas, doce em pasta, etc.);
- Refrigerante, bebida alcoólica, água mineral gasosa;
- Frituras e demais alimentos gordurosos;
- Carnes gordas e salgadas em geral (porco, carneiro, bacon, carne seca etc.);
- Temperos prontos (caldo Knorr, Maggi, Arisco, Sazon, Tempero Completo etc.);
- Gorduras expostas dos alimentos de origem animal para diminuir o consumo de
gordura saturada.
- Chás de ervas medicinais, tais como boldo, erva-doce, espinheira-santa, entre
outros.
OBSERVAÇÕES:
- Não fazer uso de produtos lácteos, que não tenham sido pasteurizados (ou seja,
produtos que não passaram por devido tratamento para retirada de microrganismos
causadores de doenças).
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- Em restaurantes ou lanchonetes, comer carnes bem cozidas e nas preparações
que utilizem ovos que estes sejam somente ovos cozidos.
- Não consumir doces ou preparações feitas de claras de ovo ou ovo que não foram
submetidos ao cozimento, e maionese caseira não deve ser consumida.
- Mesmo que seja importante consumir peixes e frutos do mar, não consumir peixes
vindos de rios, lagos, mares contaminados com mercúrio.
34
8. ATENÇÃO DIETÉTICA PARA LACTANTE
8.1 Avaliação metabólica
OBSERVAÇÃO: como a nutriz está com IMC inferior à mediana da eutrofia (21,7
kg/m²), optamos por não subtrair a energia necessária para perda de peso já que,
caso a paciente perca 0,8 kg/mês durante 6 meses, ao final desse período, a mesma
estaria com IMC de 18,3 kg/m², faixa de risco, inferior à eutrofia.
8.2Diagnóstico Nutricional
8.3Recomendação de proteína.
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Alimentos ricos em ácido fólico: folhas verde-escuras, frutas, fígado, feijão,
soja, couve, laranja, frutos secos, cereais e leguminosas.
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CASO CLÍNICO LACTENTE
10. ATENÇÃO DIETÉTICA PARA LACTENTE
10.1 Avaliação Nutricional lactente
Altura/idade
Peso/altura
A relação entre estas duas medidas pode ser usado como um indicador de
desnutrição. Do nascimento até os 6 meses de vida, os PC e PT são
aproximadamente iguais, resultando em uma relação PT/PC = 1. Uma relação
menor que 1, nesse período, indica desnutrição energético-protéica, à medida que o
PT não se desenvolve em função da atrofia do músculo torácico e da redução do
tecido adiposo (VITOLO, 2015).
PT ÷ PC = 1
31,5 ÷ 34 = 0,92
40
mais precisamente levando em consideração a idade e o acréscimo de energia
referente àquela idade, enquanto a segunda equação trabalha apenas com o peso e
a primeira variável deve ser definida de acordo com o estado nutricional do RN,
podendo causar algum viés e sub, ou superestimar a NEE do mesmo.
42
REFERÊNCIAS
43
e fisiológicas da nutrição: Nas diferentes fases da vida, na saúde e na doença.
São Paulo: Manole, 2013. Cap. 36. p. 718-739.
PIRES, Liliane Viana et al. Alimentação nos primeiros anos de vida. In:
COZZOLINO, Silvia Maria Franciscato; COMINETTI, Christiane. Bases bioquímicas
e fisiológicas da nutrição: Nas diferentes fases da vida, na saúde e na doença.
São Paulo: Manole, 2013. Cap. 36. p. 644-673.
44
GLOSSÁRIO
45
Eupnéica - respiração normal.
Hipóxia - diminuição das taxas de oxigênio no ar, no sangue arterial ou nos tecidos,
o que pode levar à anóxia.
Puerpério - período que decorre desde o parto até que os órgãos genitais e o estado
geral da mulher voltem às condições anteriores à gestação.
Translucência nucal - é um exame feito entre a 11ª e a 13ª semana de gravidez. Ele
verifica o acúmulo de líquido na região da nuca do feto.
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ANEXOS
ANEXO A
48
49
50
o PCT
ADULTOS FRISANCHO
IDADE (anos) PERCENTIL 50 (PCT mm)
HOMENS MULHERES
14,0 – 14,9 9 16
15,0 – 15,9 8 17
16,0 – 16,9 8 18
17,0 – 17,9 8 19
18,0 – 18,9 9 18
19,0 – 24,9 10 18
25,0 – 34,9 12 21
35,0 – 44,9 12 23
45,0 – 54,9 12 25
55,0 – 64,9 11 25
65,0 – 74,9 11 24
ADULTOS JELLIFFE
Medidas Homem Mulher
PCT(mm) 12,5mm 16,5mm
o Circunferência do Braço
Frisancho
51
Jelliffe
Frisancho
52
Jelliffe
ANEXO B
53
COMPRIMENTO/IDADE
PESO/IDADE
54