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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA


CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE JI-PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – DCHS
CURSO DE PEDAGOGIA

OS PRINCIPAIS ASPECTOS BÁSICOS DO DIAGNÓSTICO PSICOPEDAGÓGICO

Dr. Alberto Dias Valadão1


Terezinha Moreira Santana2

Esta é uma exposição do texto, “Aspectos Básicos do Diagnóstico Psicopedagógico”,


de autoria de Maria Lúcia Lemme Weiss, pedagoga, Psicóloga, Psicopedagoga e Mestre em
Educação, cujo objetivo é descrever os principais aspectos básicos do diagnóstico
psicopedagógico. Assim, a metodologia utilizada no presente trabalho é pesquisa
bibliográfica, para isso, as fontes que embasam essa descrição, apoia-se em Weiss (2016),
sendo utilizado raciocínio dedutivo.
Destarte, o texto da autora aborda diversos pontos fundamentais para o diagnóstico
psicopedagógico, como um processo complexo que busca compreender as dificuldades de
aprendizagem de um indivíduo. Alguns aspectos básicos desse processo incluem:
Para Weiss (2016), o primeiro “aspecto básicos do diagnóstico psicopedagógico”, é a
Investigação e Pesquisa, pois, de acordo com a autora, o diagnóstico psicopedagógico
submerge uma investigação criteriosa, aprofundada das dificuldades de aprendizagem de um
sujeito.
No mais, segundo Weiss (2016), na investigação não se busca classificar o paciente,
ou seja, está mais focado na compreensão individual e integral do sujeito do que na
classificação em categorias de rótulos padronizados. Aqui, prioriza-se uma abordagem mais
holística, procurando entender como o estudante aprende e quais desvios estão presentes.

1
Registro dos pontos mais relevantes do que são dificuldades de aprendizagem, apresentado à Fundação Universidade Federal de Rondônia -
Campus de Ji-Paraná/RO, como parte de exigência para obtenção parcial de nota da graduação em Pedagogia, disciplina de
PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO, novembro de 2023, professor: Dr. Alberto Dias Valadão. E-mail: albertodias@unir.br
2
Terezinha Moreira Santana, discente do curso de Pedagogia, 4.º Período, RA: 20211017694, UNIR – Campus de Ji-Paraná/RO, e-mail:
terezinhamoreirasantana@gmail.com
Ainda, para Weiss (2016), o método clínico é fundamental, o profissional pode
examinar detalhadamente cada caso, buscando unidade, coerência e integração das
informações coletadas. Isso evita a abordagem superficial que poderia transformar o
diagnóstico em uma mera reunião de dados desconexos.
No item seguinte, Weiss (2016), anata os principais aspectos da ação diagnóstica, que
está interligada à relação entre teoria e prática. E, a visão do diagnostico como “pesquisa-
acão”.
Nesse sentido, Weiss (2016), aponta a compreensão do sintoma, como fenômeno que
emerge da interação entre a personalidade do indivíduo e o contexto social em que está
inserido.
Da mesma sorte, Weiss (2016), descreve sobre o desvio em relação a determinados
parâmetros existentes no ambiente educacional como sendo crucial no processo diagnóstico.
Para autora ao aceitar que há um desvio, surge a necessidade de algumas indagações em
relação a quê esse desvio ocorre, o que é um momento decisivo no diagnóstico
psicopedagógico.
Nessa linha, Weiss (2016) cita alguns desses parâmetros que fornecem uma base
inicial para avaliar o desenvolvimento e as dificuldades de aprendizagem de um indivíduo,
são eles:

[...] formação cultural, classe socioeconômica, idade cronológica, exigência


familiar, exigência escolar, relação entre conteúdos escolares e o desenvolvimento
de estruturas de pensamento, exigências escolares durante a alfabetização e a
psicogênese da leitura e da escrita e, por fim, o desenvolvimento biopsicológico
considerado normal. (WEISS, p. 15, 2016)

Em continuidade, Weiss (2016) aborda os aspectos do início do processo de


diagnóstico psicopedagógico envolvem a compreensão de dois grandes eixos de análise, a
saber:
Eixo horizontal (a-histórico), a visão do presente, focado no memento presente do
aluno, concentrando-se nas causas que que coexistem temporalmente com o sintoma ou
dificuldade de aprendizagem.
E o eixo vertical (histórico), a visão do presente, construção do indivíduo. Aqui,
busca compreender a construção integral (geral) do aluno, contextualizando-a em diferentes
momentos de sua vida.
E mais, de acordo com Weiss (2016), a eficácia de um diagnóstico psicopedagógico
não está necessariamente ligada à quantidade de instrumentos utilizados, mas sim à habilidade
e sensibilidade do terapeuta em explorar e interpretar os diversos aspectos revelados em cada
situação avaliada.
Weiss (2016) preconiza, na abordagem do "desvio de aprendizagem", é essencial
ampliar o foco da análise além do paciente individual, direcionando a atenção para suas
relações, grupos sociais e instituições que fazem parte do seu contexto de vida. Essa
perspectiva mais ampla permite investigar em níveis psicossociais, sociodinâmicos e
institucionais, conforme proposto por Pichon-Rivière.
De acordo com Weiss (2016), O diagnóstico psicopedagógico tem como objetivo
fundamental é identificar os obstáculos que impedem o sujeito de alcançar o desenvolvimento
acadêmico esperado para sua faixa etária e contexto social. Esses obstáculos podem ser de
natureza emocional, cognitiva, pedagógica ou social.
Weiss (2016), defende que o Modelo de Aprendizagem de um sujeito é influenciado
por vários fatores provenientes do ambiente escolar, familiar e outros contextos sociais.
Alguns aspectos podem impedir o crescimento na aprendizagem no nível esperado. Aqui
estão alguns pontos que podem ser considerados nos dois eixos, baseados em observações da
escola, família e informações obtidas por terapeutas e outros profissionais.
Weiss (2016) aponta mais um aspecto essencial, que é “da relação entre Diagnóstico
e Tratamento e sua implicação direta no tempo de duração do primeiro”. Para autora a
relação entre o diagnóstico e o tratamento é intrínseca e complexa, e o tempo de duração do
diagnóstico pode ter implicações profundas na vida do paciente e de sua família.
Dessa forma, Weiss (2016) aponta a qualidade e a eficácia do diagnóstico, bem
como do tratamento subsequente, são amplamente influenciadas pela qualidade da relação
estabelecida entre o terapeuta e o paciente. A construção de uma relação terapêutica baseada
na empatia, confiabilidade, respeito e engajamento é fundamental para estabelecer um
ambiente propício à comunicação e ao progresso terapêutico.
Nessa lógica, Weiss (2016) delineia que o processo diagnóstico na psicopedagogia é
profundamente influenciado pelo relacionamento dinâmico entre o terapeuta (ou
diagnosticador) e o paciente (ou diagnosticado). A comunicação estabelecida entre ambos é
essencial, uma vez que influencia ativamente a interação terapêutica.
Weiss (2016) defende que a manifestação de reações emocionais intensas por parte do
terapeuta, como irritação, rejeição, compaixão excessiva, bloqueio ou ansiedade, pode ser um
sinal de que estão ocorrendo fenômenos contratransferenciais na relação terapêutica.
Essas reações podem originar-se das próprias questões não resolvidas do terapeuta, de suas
experiências passadas ou de dinâmicas inconscientes que emergem durante a interação com o
paciente ou seus pais.
Nessa perspectiva, salienta Weiss (2016), se o terapeuta percebe que suas emoções
estão interferindo significativamente na relação terapêutica ou no processo de avaliação,
buscar supervisão de outro profissional externo à relação terapêutica é fundamental.
Outro aspecto citado por Weiss (2016) é o mecanismo de transferência, fenômeno
psicológico em que o paciente expressa e projeta sentimentos, emoções inconscientes em
relação ao terapeuta.
Sequência Diagnóstica, A autora aponta que o diagnóstico psicopedagógico, incluem
diversas etapas e métodos adaptados às necessidades individuais de cada caso. Para ela inclui
momentos temporal e espacial.
Aqui estão alguns pontos-chave e elementos comuns nas sequências diagnósticas
propostas por Weiss (2016), engloba três sugestões: “[...] Sequência Diagnóstica a ser
modificada segundo as necessidades de cada caso; sequência diagnóstica
tradicionalmente usada na clínica psicológica e transposta para a psicopedagógica segue
o modelo médico e sequencial diagnóstico flexível baseado na Epistemologia
Convergente”.
Por fim, Weiss (2016) leciona que o contrato e enquadramento são elementos
fundamentais na prática psicopedagógica e na relação terapêutica com os pais e o paciente.
Para autora eles estabelecem as bases e as diretrizes para o trabalho conjunto e são
fundamentais para um processo eficaz.
Nessa linha, Weiss (2016) cita alguns dos aspectos importantes do contrato e do
enquadramento: “I esclarecimento de papeis: II – Previsão do número aproximado de
sessões e forma de encerramento do trabalho; III – Definição do horário, dias e duração
das sessões; IV – Honorários contratados e forma de serem cobrados”.
Portanto, conforme Weiss (2016), o contrato com instituições, ao contrário de um
contrato com um terapeuta específico, envolve diferentes aspectos e considerações
importantes. Esses aspectos são fundamentais para estabelecer um contrato claro e abrangente
entre um paciente e uma instituição terapêutica, garantindo transparência e direitos.
REFERÊNCIA

WEISS, Maria Lúcia Lemme. Psicopedagogia clínica. Uma visão diagnóstica dos problemas
de aprendizagem escolar. 14. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2016. Cap. 1 - pp 31-44.

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