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Coeficientes binomiais
Na secção anterior descrevemos explicitamente o conjunto P([3]) das partes de
{1, 2, 3}. Este conjunto tem oito elementos. Em geral, temos:
Primeira demonstração. Como vimos, se #X = n, então P(X) e Seqn têm Primeira!? . . . Quantas
o mesmo número de elementos. Ora bem, é muito simples contar o número existem?
Este princı́pio está no cerne do conceito de número natural, sendo uma maneira
oblı́qua de dizer que todo o número natural se obtem a partir do zero por meio
da adição sucessiva da unidade. Há uma imagem que eu penso ser útil para a
compreensão do princı́pio da indução. Imagine que tem uma fila infinita de pedras
de dominó, posicionadas de acordo com a seguinte figura:
···
Imagine, como a figura sugere, que, se uma pedra de dominó cai da esquerda para
a direita, então isso provoca uma queda análoga na sua vizinha direita. O princı́pio
da indução pode ser visualizado como acarretando o seguinte: se a primeira pedra
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(a mais à esquerda) cai (da esquerda para a direita), então todas as pedras caem.
Observe o que permite tirar esta conclusão. Em primeiro lugar, é necessário que a
primeira pedra caia (caso contrário, nem sequer se começaria a cadeia de quedas).
Esta é a primeira condição para a aplicação do princı́pio da indução. É o caso
base, cuja formulação lógica é P (0). Em segundo lugar, é necessário que sempre
que uma pedra caia, a seguinte também caia. A palavra crucial aqui é “sempre”.
Com efeito, imagine que a queda da vigésima terceira pedra não acarreta a queda
da vigésima quarta. Então a cadeia fica quebrada e já não podemos inferir que
caiam todas as peças. Na linguagem da lógica esta premissa é ∀n(P (n) ⇒ P (n+1))
e chama-se o passo da indução.
Cá está outra! Segunda demonstração. Queremos tornar visı́vel o uso do princı́pio da indução
na demonstração de que o número de sequências binárias de comprimento n é 2n .
Portanto, queremos ver que (para todo n) #Seqn = 2n : esta é a nossa propriedade
P (n).
O caso base é simples, pois há apenas uma sequência binária de comprimento zero
épsilon (é a sequência sem nenhum elemento, por vezes denotada pela letra grega !). Logo,
#Seq0 = 20 .
resp. abrevia onde s0 (resp., s1) é a sequência que se obtem de s juntando-lhe um 0 (resp., 1)
respectivamente. à direita. É claro que a união acima é disjunta e que a cardinalidade de cada
parcela é a cardinalidade de Seqn . Esta cardinalidade é, por hipótese de indução,
2n . Assim, #Seqn+1 = #Seqn + #Seqn = 2n + 2n = 2n+1 .
Mais outra, ué? Terceira demonstração. Há uma forma alternativa de mostrar que #Seqn é 2n .
Se quiser, salte esta! Consiste em exibir directamente uma bijecção de Seqn para [2n ]. Para ver isso,
basta encarar cada sequência binária de comprimento n como dando os coeficientes
da representação binária de um número natural entre 0 e 2n − 1 (permitindo-se
38
zeros à esquerda). Mais precisamente, fazemos corresponder à sequência binária s
o número
2n−1 (s)1 + 2n−2 (s)2 + · · · + 21 (s)n−1 + 20 (s)n
Esta correspondência, que vamos chamar Φ, é uma bijecção do conjunto Seqn para
o conjunto {0, 1, · · · , 2n − 1}. Logo s '→ Φ(s) + 1 define uma bijecção de Seqn para
[2n ]. Voilá!
000 1
001 2
010 3
011 4
100 5
101 6
110 7
111 8
39
subconjunto de X com zero elementos e há apenas um subconjunto de X da sua
# $
própria cardinalidade. A igualdade n1 = n também é verdadeira, visto que um
conjunto X está em óbvia correspondência bijectiva com os seus subconjuntos
singulares (os conjuntos singulares são aqueles que têm apenas um elemento).
#n$
À primeira vista parece que 2 = n(n − 1). De facto, se pretendermos contar
os subconjuntos de X com dois elementos, parece razoável argumentar que há n
possibilidades para o primeiro elemento e, em seguida, n − 1 possibilidades para
o segundo. Ao todo, n(n − 1) possibilidades. Mas isto não pode estar certo! Já
#$
vimos que 32 = 3, e a fórmula atrás dá o resultado 6. Onde é que está o gato?
Chi! Houve uma sobrecontagem. Acontece que estamos a contar cada par duas
vezes. Por exemplo, o par {1, 3} é contado quando tiramos 3 seguido 1 e, também,
quando tiramos 1 seguido de 3. Porém, a coisa não é grave e arranja-se tomando
a metade: ! "
n n(n − 1)
= .
2 2
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Demonstração do binómio de Newton. Antes de fazermos o raciocı́nio geral,
vamos olhar para o caso concreto n = 3. Quando expandimos o triplo produto
(x + y)(x + y)(x + y) usando a regra da distributividade da adição em relação à
multiplicação, obtemos
(x + y)(x + y)(x + y) = xxx + xxy + xyx + xyy + yxx + yxy + yyx + yyy Isto não são os zeros e os
uns outra vez?
Depois de aglutinar as parcelas do mesmo tipo, ficamos com
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Um membro de {A ∈ Pk ([n]) : n ∈ A} é perfeitamente determinado pela escolha
dos restantes k − 1 elementos de [n − 1]. O número destas escolhas, i.e., o número
# $
de subconjuntos de [n − 1] de cardinalidade k − 1, é n−1
k−1 . Por outro lado, um
membro de {A ∈ Pk ([n]) : n *∈ A} é, simplesmente, um subconjunto de [n − 1] de
# $
cardinalidade k, havendo n−1
k subconjuntos deste tipo.
#n$
Vamos convencionar que −1 é zero. Com esta convenção, a lei de Pascal também
é verdadeira quando k = 0 (e n ≥ 1) o que por vezes facilita os cálculos.
#n$
É costume dispor os coeficientes binomiais k , com k ≤ n, num triângulo sem
— Se não tem fundo, não fundo:
! "
é um triângulo — diz o 0
chato.
! " 0 ! "
1 1
! " 0 ! " 1 ! "
2 2 2
! " 0 ! " 1 ! " 2 ! "
3 3 3 3
! " 0 ! " 1 ! " 2 ! " 3 ! "
4 4 4 4 4
! " 0 ! " 1 ! " 2 ! " 3 ! " 4 ! "
5 5 5 5 5 5
0 1 2 3 4 5
··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ···
Já vimos que os pontos das arestas deste triângulo são iguais a 1. Atendendo ao
teorema anterior, os pontos interiores obtêm-se fazendo a adição dos dois pon-
tos imediatamente acima. Estas duas condições determinam todo o triângulo e
permitem-nos calcular sistematicamente as suas entradas, trabalhando de cima
Blaise Pascal para baixo. Obtem-se, então, o triângulo de Pascal:
(1623-1662). A propósito,
1
o triângulo já era
conhecido muito antes.
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1
1 7 21 35 35 21 7 1
··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ···
1, 2 2, 1 1, 3 3, 1 2, 3 3, 2
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Em geral, há n possibilidades para a primeira entrada da sequência; por sua vez,
para cada uma destas, há n − 1 possibilidades para a segunda entrada; e assim
sucessivamente, durante k vezes. Ao todo, Ah! Indução escondida,
k factores outra vez.
& '( )
n(n − 1) · · · (n − k + 1)
possibilidades. Num livro recente, Ronald Graham, Donald Knuth e Oren Patash-
nik inventaram uma nova notação (que vamos adoptar) para este número:
nk = n(n − 1) · · · (n − k + 1)
n! = n(n − 1) · . . . · 2 · 1.
Se bem que a função factorial seja um caso particular da função potência factorial
decrescente, deve observar-se que esta última pode ser escrita à custa da primeira,
pois
n!
nk = .
(n − k)!
1, 2, 3 1, 3, 2 2, 1, 3 2, 3, 1 3, 1, 2 3, 2, 1
Há uma forma natural de obter todas as sequências sem repetições de k elementos
distintos de um conjunto X de cardinalidade n. Consiste, primeiro, em escolher os
# $
k elementos que vão constituir as entradas da sequência — há nk possibilidades
para tal — e, depois, ordenar esses k elementos arbitrariamente — há, como
sabemos, k! ordenações. Portanto,
! "
n
nk = k!
k
Se dividirmos ambos os membros por k!, ficamos com a fórmula:
! "
n n!
= . Esta é conhecida, hem?
k k!(n − k)!
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Problema. Num baralho de quarenta cartas, quantas mãos de cinco cartas é que
existem?
#40$
Resolução. São 5 mãos, o número de subconjuntos com cinco elementos de um
conjunto de quarenta elementos. Também se pode argumentar assim: o número
de sequências de cinco cartas distintas é 40× 39 × 38 × 37 × 36. Como não interessa
a ordem temos de dividir este número por 5! para obter a resposta correcta. De
acordo com este argumento, a resposta é:
40 × 39 × 38 × 37 × 36
.
5!
Ambas as respostas coincidem e estão certas.
Problema. Num baralho de quarenta cartas, quantas mãos de cinco cartas com
exactamente dois ouros é que existem?
Como subtilmente (?!) dou a entender, a solução acima não está certa. O erro
da solução resulta do mau uso da deixa “como não interessa a ordem”. O que é
que realmente se passa quando utilizamos esta frase? Por exemplo, o que se passa
quando, na solução do primeiro problema acima, concluimos que temos que dividir
por 5! o número 40×39×38×37×36? Será que temos que dividir por este número
porque estamos a responder à questão “Quantas maneiras há de permutar uma
mão de cinco cartas?”? A pergunta a fazer não é exactamente esta! Esta questão
tem pouco a ver com o problema (não se pretende permutar as cartas de uma
mão). Temos que dividir por 5! porque temos de responder à questão “Quantas
sequências de cinco cartas distintas dão origem à mesma mão?”. O que acontece
é o seguinte: sequências diferentes de cinco cartas distintas dão origem à mesma
mão; mais precisamente, o número de sequências de cinco cartas distintas que dão
origem a uma mesma mão é sempre o mesmo, a saber: é 5!. Por exemplo, a mão
constituı́da pelas cartas 7♣, 2♣, 5♦, D♦ e R♥ advem de qualquer sequência (e.g.,
e.g. abrevia “exempli 5♦, 2♣, R♥, D♦, 7♣) cujas entradas são todas estas cartas: e, é claro, há 5!
gratia”, que é o latim de sequências deste género (todas as permutações de cinco elementos). Em suma, ao
“por exemplo”.
considerarmos todas as sequências de cinco cartas distintas estamos a contar cada
mão 5! vezes (uma sobrecontagem!). É por isso que temos que dividir por 5!.
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destas sequências que dão origem à mesma mão é sempre o mesmo: é, claramente,
2! × 3!. Em suma, ao considerarmos todas as sequências de cinco cartas distintas
em que as duas primeiras são ouros e as três últimas não são ouros estamos a contar
cada mão 2! × 3! vezes. Por isso, temos de dividir o número de tais sequências por
2! × 3!. A resposta correcta é, portanto,
10 × 9 × 30 × 29 × 28
.
2! × 3!
Post scriptum. Uma forma alternativa (e mais breve) de responder a este pro-
# $#30$
blema é a seguinte. A solução é 10
2 3 , pois este é o número de maneiras de
extrair simultaneamente dois ouros e três não ouros de um baralho de 40 cartas.
Como pode conferir facilmente, as duas respostas coincidem. Big deal!
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No entanto, há uma demonstração combinatorial muito elegante desta igualdade.
B ⊆ A quer dizer que B é Seja X um conjunto com n elementos. O número de pares (A, B), em que B ⊆
subconjunto de A. A ⊆ X, #B = k e #A = l (para k ≤ l ≤ n), é dado pela parte esquerda da
igualdade da revisão trinomial. Ora, o par constituı́do por um subconjunto A de
X com l elementos e um subconjunto B de A com k elementos é perfeitamente
determinado por B e pelos restantes elementos l−k elementos de A, i.e., por A\B.
Por outras palavras, a correspondência (A, B) '→ (B, A \ B) define uma bijecção
[cuja correspondência inversa é (B, C) '→ (B ∪ C, B)] entre os pares (A, B) em que
B ⊆ A ⊆ X, #B = k e #A = l e os pares (B, C) em que B, C ⊆ X, C ⊆ X \ B,
#B = k e #C = l − k. O número de pares deste último tipo é, convenientemente,
dado pelo segundo membro da fórmula da revisão trinomial. Logo, a igualdade é
válida pelo princı́pio da correspondência.
“Extracção” porque extrai A fórmula da extracção é o caso particular da igualdade da revisão trinomial para
` ´
o n e o k de n k
. k = 1.
A fórmula da adição paralela tem este nome pois, quando interpretada no triân-
gulo de Pascal, dá a soma dos pontos de uma linha paralela à aresta direita que
se inicia na aresta esquerda. A soma é dada pelo ponto exactamente abaixo e à
esquerda do terminus da linha, como é exemplificado pela seguinte figura (onde
r = 2 e n = 4)
1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1
1 7 21 35 35 21 7 1
··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ···
em que o número emoldurado duplamente é a soma dos números emoldurados. A
fórmula obtem-se aplicando a lei de Pascal ao coeficiente binomial do lado direito
da fórmula e, sucessivamente, aos coeficientes de ı́ndice inferior mais baixo que
vão resultando. Eis o que se passa no caso particular do exemplo acima:
! " ! " ! " ! " ! " ! " ! " ! " ! " ! "
7 6 6 6 5 5 6 5 4 4
= + = + + = + + +
4 4 3 4 3 2 4 3 2 1
! " ! " ! " ! " ! " ! " ! " ! " ! " ! "
6 5 4 3 3 6 5 4 3 2
= + + + + = + + + + ,
4 3 2 1 0 4 3 2 1 0
ou seja,
35 = 15 + 20 = 15 + 10 + 10 = 15 + 10 + 6 + 4 = 15 + 10 + 6 + 3 + 1.
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n + 1 está justificado imediatamente abaixo, onde a passagem da segunda para a
terceira expressão é justificada pela hipótese de indução:
n+1
% !r + k " % n ! " ! "
r+k r+n+1
= +
k k n+1
k=0 k=0
! " ! " ! "
r+n+1 r+n+1 r+n+2
= + = .
n n+1 n+1
A adição do ı́ndice superior dá a soma dos pontos de uma linha paralela à aresta
esquerda que se inicia na aresta direita (compare com a descrição que démos da
adição paralela). É, de facto, uma reformulação da fórmula da adição paralela.
Por exemplo, para m = 2 e n = 6, obtemos a figura:
1
1 1
1 2 1
1 3 3 1
1 4 6 4 1
1 5 10 10 5 1
1 6 15 20 15 6 1
1 7 21 35 35 21 7 1
··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ··· ···
Como é que se passa das parcelas da adição paralela para as parcelas da adição
do ı́ndice superior? Ou melhor, como é que se passa da localização das parcelas
da adição paralela para a localização das parcelas da adição do ı́ndice superior, já
que as parcelas são as mesmas? Bom, por reflexão ao longo do eixo vertical do
triângulo! Igual fenómeno se passa com o resultado das adições. Não é, pois, de
espantar que a implementação técnica desta ideia utilize, por um lado, a lei da
simetria para as parcelas e, por outro lado, essa mesma lei para o resultado. No
meio, faz-se uma mudança de variável para colocar os ı́ndices dos somatórios a
jeito:
n ! " n ! " n−m
% !m + j " !m + n − m + 1"
% k % k
= = =
m k−m j=0
j n−m
k=m k=m
! " ! " ! "
n+1 n+1 n+1
= = = .
n−m n + 1 − (n − m) m+1
47
n + 1, supondo que o caso n é dado por hipótese de indução. Vem:
n+1
% !k" % n ! " ! " ! " ! " ! "
k n+1 n+1 n+1 n+2
= + = + =
m m m m+1 m m+1
k=m k=m
onde, na passagem da segunda para a terceira expressão, usamos a hipótese de
indução.
Antes de passarmos à próxima secção, vamos discutir brevemente uma certa ge-
neralização dos coeficientes binomiais. O número de sequências de comprimento
m + n formadas por m sı́mbolos xis e n sı́mbolos ı́psilon é
! "
m+n (m + n)!
=
m m!n!
pois uma tal sequência fica determinada pelos m lugares onde calham os sı́mbolos
xis (fica, pois, determinada por um subconjunto de [m + n] com m elementos). De
modo semelhante, o número de sequências de comprimento m + n + p formadas
por m sı́mbolos xis, n sı́mbolos ı́psilon e p sı́mbolos zê é
(m + n + p)!
m!n!p!
pois uma tal sequência fica determinada pelos m + n lugares para os sı́mbolos xis
e ı́psilon e, de entre destes m + n lugares, pelos m lugares para o sı́mbolo xis. Ao
todo,
! "! "
m+n+p m+n (m + n + p)! (m + n)! (m + n + p)!
= = .
m+n m (m + n)!p! m!n! m!n!p!
A este número dá-se o nome de coeficiente trinomial, sendo denotado por
! "
m+n+p
.
m, n, p
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De modo análogo ao teorema binomial, também existe uma versão trinomial:
% ! n "
(x + y + z)n = xi y j z k .
i, j, k
0≤i,j,k≤n
i+j+k=n
Exercı́cios
2. Cinco rapazes e cinco raparigas vão sentar-se numa bancada. Indique de quan-
tas maneiras se podem sentar, para cada uma das seguintes condições:
(a) Os rapazes sentam-se todos nos cinco lugares à esquerda.
(b) Nenhum par de rapazes se senta em lugares contı́guos.
(c) O Pancrácio e a Engrácia têm de ficar lado a lado.
49
Um dos alunos, o Mário, respondeu do seguinte modo:
#5$
— Bom, primeiro reservamos quatro lugares para quatro letras: há 4 maneiras
de o fazer. Para cada um desses quatro lugares há 4! maneiras de colocar as quatro
letras. Depois, no lugar restante, podemos colocar uma letra qualquer. A resposta
#5$
é, portanto, 4 4!4.
— Se há cinco lugares para quatro letras, então uma das letras aparecerá repetida.
#$
E apenas uma, já que todas as letras têm que aparecer. Há 52 maneiras possı́veis
de colocar a letra que se repete, e nos três restantes lugares colocam-se as outras
#$
três letras. Como tal, a resposta é 4 52 3!.
9. Indique qual a alı́nea que responde ao seguinte problema: Um homem tem dez
amigos. De quantas maneiras pode ele ir jantar com dois ou mais amigos?
10 ! "
- 10
(a) ;
i=2
i
10
%
(b) 10i ;
i=2
(c) 8;
(d) 210 − 11;
(e) 10 · 9 + 10 · 9 · 8 + · · · + 10 · 9 · 8 · 7 · 6 · 5 · 4 · 3 · 2 · 1.
11. Quantas maneiras há de re-arranjar as letras das seguintes palavras de modo
a que não apareçam vogais consecutivas?
(a) BOLA
(b) GORGONZOLA
(c) FINITO
50
(b) . . . em que o número de zeros é igual ao número de uns?
(c) Justifique que o número de sequências binárias de comprimento 2n em que
# # $$
existem mais zeros que uns é 12 22n − 2nn .
Jardim Faculdade
51
20. Deduza a fórmula do binómio descendente, dada por
n ! "
n
% n k n−k
(x + y) = x y
k
k=0
Este é difı́cil! 22. Uma sequência finita diz-se unimodal se vai crescendo até certa altura e a
# $ # $ # $ # $
partir daı́ decresce. Mostre que a sequência n0 , n1 , n2 , . . . , nn é unimodal.
# $ # $
[Sugestão. Mostre, por indução em n, que ni < nj para i < j ≤ n2 .]
23. Fez o dois últimos exercı́cios? Em caso afirmativo, penso que domina razoavel-
mente bem o princı́pio da indução matemática. Mas, será que não lhe escapou
nada? Eis um quebra-cabeças.
“Vamos demonstrar que todos os cavalos têm a mesma cor. O número de cavalos é
finito, pelo que vamos demonstrar que qualquer colecção de n cavalos é constituı́da
por cavalos da mesma cor. A demonstração é por indução em n. Se n é igual a 1,
estamos na presença de uma colecção com um só cavalo. Logo, todos os cavalos
desta colecção têm a mesma cor. Consideremos, agora, uma colecção de n + 1
cavalos X = {c1 , c2 , . . . , cn , cn+1 }. Cada uma das colecções Y = {c1 , c2 , . . . , cn } e
Z = {c2 , . . . , cn , cn+1 } tem n cavalos. Por hipótese de indução, os cavalos em Y
têm todos a mesma cor, e os cavalos em Z também têm todos a mesma cor. Logo,
todos os cavalos em X têm a mesma cor.”
52