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LAUDO PSICOLÓGICO

1- IDENTIFICAÇÃO

Nome: Gabriela Silva Idade: 15 anos


Escolaridade: Ensino Médio
Solicitante: Professora Mestra Ligia Nathalia
Relator: Alunos do 4º Bimestre – Psicologia – UNG - Itaqua
Finalidade: Análise de possível Alienação Parental – Psicologia Juridica
Avaliação Disciplinar – Avaliação Psicológica

2- DESCRIÇÃO DA DEMANDA

O presente relatório trata de solicitação do Doutor Douglas Strauss, juiz da 1ª vara


da infância de São Paulo, o qual requereu procedimento de Avaliação Psicológica,
objetivando o trabalho de concluir hipótese diagnostica quanto a possível alienação
parental, por parte da genitora.
.
3- MÉTODO

O processo de trabalho realizado baseou-se em um referencial teórico-metodológico


que considera a complexidade das especificidades da alienação parental.
A avaliação incluindo a escuta ativa de Gabriela da Silva em 12 sessões, cada uma
com duração de 60 minutos. Durante esse período, foram realizados entrevista
psicológica inicial, anamnese e observação clínica, bem como a aplicação do teste
HTP (Casa-Árvore-Pessoa).

3.1 Procedimento
Para a realização da avaliação psicológica, foram utilizados os seguintes
instrumentos:

● 20/10/2023 - Primeiro contato em prol de estabelecer a demanda;

● 27/10/2023 - Entrevista psicológica inicial e anamnese;

● Observação clínica;

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● Aplicação do teste HTP;

Para tanto, ocorreram 12 atendimentos com duração de 60 minutos cada.


3.2 Descrição detalhada dos instrumentos utilizados

A entrevista inicial é relevante pois visa fornecer ao avaliador, através de subsídios


técnicos, informações acerca da conduta, comportamento, conceitos, valores e
opiniões do entrevistado, complementa os dados obtidos por outros instrumentos
tendo como objetivos diagnosticar, auxiliar no processo psicoterápico, encaminhar,
recomendar tratamentos, levantar informações sobre o perfil da pessoa, afastar
investigar bem como pesquisar temas de estudo.
A entrevista psicológica se refere a um conjunto de técnicas investigativas, limitada
no tempo, é um processo bidirecional de interação, entre duas ou mais pessoas,
conduzida por um profissional capacitado que se utiliza de conhecimentos advindos
da psicologia por meio de uma relação estritamente profissional.
A anamnese, proporciona uma condução abrangente para obtenção de detalhes
sobre a história de vida do entrevistado, traz de volta a mente os fatos relacionados
com a pessoa e suas manifestações de doenças, a anamnese tem como um de
seus fundamentos o alcance de uma boa relação entrevistador e entrevistado,
objetivando o vínculo, a adesão ao tratamento, a confiança e maior fidedignidade
das informações prestadas pelo entrevistado.
O teste de avaliação psicológica pode ser definido como uma medida objetiva e
padronizada de uma amostra do comportamento do indivíduo objetivando a
mensuração de diferenças entre ou mesmo indivíduo em momentos diferentes.
O teste de avaliação psicológica HTP (casa-arvore-pessoa) foi realizado com
clareza e objetividade procurando transmitir tranquilidade ao entrevistado e seguindo
sempre as orientações do manual, o teste de avaliação psicológica aplicado segue
todos os parâmetros e qualidades exigidos pelo órgão que o regulamenta SATEPSI
(Sistema de avaliação de testes psicológicos) bem como, se encontra dentro das
normas técnicas e éticas exigidas, ao profissional que aplica, pelo órgão
competente, sendo este o Conselho Federal de Psicologia.
O teste utilizado em questão, acrescentou uma dimensão abrangente à
compreensão do mundo interno do paciente, revelando possíveis áreas de conflito
emocional relacionadas à alienação parental. Os elementos gráficos e as narrativas
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subjacentes oferecem pistas avançadas para direcionar uma intervenção terapêutica
de forma mais precisa.

Destarte, a avaliação psicológica, apresentou-se de suma relevância no caso em


questão, seguindo o objetivo inicial de levantar hipóteses conclusivas com a
finalidade de apoio as decisões judiciais que amparam todos os cidadãos em
especial as crianças e adolescentes.

Durante as sessões, foram adotadas medidas visando, aprofundar a compreensão


da dinâmica familiar, foram identificados padrões de comportamento e discurso que
sugerem a presença de alienação parental. Gabriela manifesta ter internalizado
mensagens negativas em relação ao Pai, apresentando uma visão distorcida e
prejudicial em relação parental. Esses sinais indicam a necessidade urgente de
intervenção terapêutica focada na promoção da compreensão, comunicação e
vínculo saudável com seus genitores inclusive no que diz respeito à compreensão
de que este desenvolvimento pode vir a progredir ou regredir, considerando o
processo de desenvolvimento humano.

É dever do Estado zelar pela integridade emocional dos adolescentes, inclusive no


que se refere à alienação parental. O artigo 3º da Lei 12.318/2010 estabelece que a
prática da alienação parental prejudica a realização de afeto entre a criança e o
genitor, além de acarretar descumprimentos nos deveres inerentes à autoridade
parental.

5- ANÁLISE

A conclusão do processo terapêutico do paciente requer uma abordagem cuidadosa


e abrangente, considerando a extensão das informações obtidas por meio de
entrevistas semiestruturadas, anamnese e avaliação HTP. A análise um aspecto
complexo e prejudicial, que requer atenção e intervenção adequadas.

O paciente apresentou consistentemente sinais de influência negativa exercida pela


mãe, refletidos em seus relatos e comportamentos observados durante as sessões.

5.1- Entrevista inicial e Anamnese

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Durante a entrevista inicial e anamnese, foi realizada uma abordagem
semiestruturada, com base em três perguntas relacionadas à hipótese de
diagnóstico de alienação parental. Durante a entrevista, a paciente apresentou
comportamento rígido, desconforto e evitou o contato visual. Além disso, houve
dificuldade de interação e identificação das razões pelas quais sua mãe apresentava
declínio em relação ao pai.

Uma análise revelou uma notável dificuldade do paciente em interagir efetivamente,


particularmente no que diz respeito à identificação das razões subjacentes ao
declínio da relação entre sua mãe e seu pai. Essa dificuldade sugere possíveis
barreiras emocionais ou cognitivas que requerem uma abordagem delicada e
investigativa para compreender as complexidades envolvidas.

Ao adotar a abordagem semiestruturada e observar atentamente os


comportamentos manifestados durante uma entrevista inicial e anamnese, podemos
identificar pistas cruciais para a compreensão das dinâmicas familiares e a presença
de alienação parental. Esses insights formam a base para intervenções terapêuticas
direcionadas, direcionando a promoção da saúde emocional do paciente e a
resolução de conflitos familiares.

5.2- Observação Clínica

Na execução do teste projetivo com o manejo para representação gráfica da


dinâmica familiar, foi solicitado a desenhar sua família. No primeiro desenho,
destaca-se a ausência da figura materna, um elemento notável que requer uma
investigação aprofundada.
A paciente, ao concluir a representação, verbalizou que a presença do pai a deixava
feliz. Essa afirmação, associada à ausência da mãe no desenho, sugere possíveis
implicações emocionais e relacionais que merecem atenção clínica. A relação
afetiva do paciente com o pai pode estar exercendo um papel central na sua
percepção da família.

Outro ponto de destaque é a presença da irmã e da tia, esta última representada


simbolicamente por uma flor. Esses elementos indicam uma complexidade nas
relações interpessoais do paciente, indicando que sua dinâmica familiar vai além do

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núcleo paterno. A associação positiva de dias ensolarados com a figura paterna
revela uma possível influência simbólica do clima na construção de significados
afetivos.
A missão da figura materna e a associação do pai com a felicidade encerraram uma
análise mais profunda das experiências emocionais do paciente em relação aos
membros da família. Pode-se explorar a presença da tia como uma representação
simbólica de apoio emocional, enquanto a ausência da mãe pode apontar para
áreas de conflito ou ausência de conexão afetiva.

5.3- Aplicação do Teste HTP

No processo de avalição psicológica foi aplicado o teste HTP, durante a aplicação do


teste a paciente demostrou comportamento de rigidez, onde por vezes se recusava
a responder os comandos solicitados e os inquéritos após desenhos, por vezes
quando se referia a figura materna demonstrava nervosismo e rejeição, quando se
referia a figura paterna demostrou apreciação e carisma, sempre associando o pai
com situações que lhe parece agradáveis.
No processo avaliativo dos desenhos a paciente executou em tempo normal, poucas
rasuras e através dos dados coletados na execução dos desenhos foi possível
identificar traços de ansiedade, insegurança, dependência e rejeição.

6- CONCLUSÃO

A avaliação psicológica realizada no caso de Gabriela Silva revelou aspectos


complexos e delicados relacionados à possível alienação parental, conforme
solicitado por Juiz da 1ª Vara da Infância de São Paulo, Dr. Douglas Strauss. Os
dados obtidos por meio da entrevista inicial, anamnese e aplicação do teste HTP
apontam para a presença de padrões de comportamento e discurso que sugerem
influência negativa exercida pela genitora, afetando a percepção do adolescente em
relação ao genitor ausente.

Durante as sessões, Gabriela manifestou claramente ter internalizado mensagens


negativas em relação ao pai, apresentando uma visão distorcida e prejudicial no
âmbito parental. A observação clínica e o teste HTP corroboraram esses sinais,
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indicando a necessidade urgente de intervenção terapêutica para reverter os danos
causados pela alienação parental.

É fundamental ressaltar que a supervisão emocional dos adolescentes, como


Gabriela, é protegida pela legislação, sendo o Estado responsável por zelar pelo seu
bem-estar. A Lei 12.318/2010, em seu artigo 3º, confirma que a prática da alienação
parental prejudica o vínculo afetivo entre a criança ou adolescente e o genitor,
configurando descumprimento dos deveres inerentes à autoridade parental.

Diante do exposto, sugere-se a implementação de medidas terapêuticas específicas,


visando à promoção da compreensão, comunicação e estabelecimento de um
vínculo saudável entre Gabriela e ambos os genitores. Recomenda-se a realização
de intervenções psicológicas direcionadas a desfazer os padrões de alienação,
proporcionando um espaço seguro para que a adolescente possa expressar seus
sentimentos e pensamentos de forma livre e sem influências emocionais.

Além disso, é necessário o acompanhamento psicológico contínuo de Gabriela,


envolvendo não apenas a adolescente, mas também os membros familiares,
fortalecendo os laços familiares e promovendo um ambiente emocionalmente
saudável.

Considerando a urgência e a gravidade do caso, é necessário que as ações


terapêuticas sejam determinadas o mais brevemente possível, em conformidade
com o princípio do melhor interesse para a adolescente, conforme preconizado pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente.

Este laudo psicológico é apresentado como contribuição técnica para embasar


decisões judiciais e garantir o pleno desenvolvimento emocional de Gabriela Silva,
respeitando os preceitos éticos e legais que regem a atuação do psicólogo.

Em tempo: Assim como consta no Art. 11 da Resolução Nº 6, DE 29 DE


MARÇO DE 2019 do CFP (Conselho Federal de Psicologia) este relatório
psicológico é um documento de caráter informativo a respeito da avaliação

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psicológica que fora realizada e trata-se de documento sigiloso, visto que o
psicólogo em pauta não se responsabiliza pelo uso dado ao relatório por parte da
pessoa, grupo ou instituição, após a entrega deste documento.

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Pablo Reis RA 28303678
Kassiane Sena RA 28303940
Érica Thomaz RA 28306715
Evilyn Souza RA 28304307
Claudia Pereira RA 28308169
Maria Gizelda RA 28305668

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REFERÊNCIAS

https://ibdfam.org.br/noticias/6726/Entrevista:+Aliena
%C3%A7%C3%A3o+Parental+no+CID-11+-+Abordagem+m%C3%A9dica

https://site.mppr.mp.br/crianca/Noticia/ALIENACAO-PARENTAL-OMS-inclui-
Sindrome-da-Alienacao-Parental-na-classificacao

https://jus.com.br/artigos/62851/alienacao-parental-e-sindrome-da-alienacao-
parental

ALCHIERI, J.; CRUZ, R.M. Avaliação psicológica: conceito, métodos e


instrumentos. São Paulo: Casa do Psicólogo, (Coleção temas em avaliação
psicológica) 2003.p 127

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Avaliação psicológica: Diretrizes na


Regulamentação da profissão. Brasília: CFP, 2010.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Cartilha sobre avaliação Psicológica,


2007.

SATEPSI, Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos. Avaliação dos Testes


Psicológicos. Edição Especial. Nov. de 2004. Disponível em: <www.bvs-psi.org.br>.

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