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PARECER PSICOLÓGICO

1 – Identificação
Paciente: M.; 9 anos; cursando a segunda série do Ensino Fundamental, na escola
de ensino municipal Cora Coralina.
Solicitante: EMEIF Governador Mário Covas
Finalidade: Investigação de relatos de dificuldade em aprendizagem e falta de
assimilação dos conhecimentos.
Parecista: Suely Aparecida Giolo - Acadêmica do 9º Termo do Curso de Psicologia
da Faculdade de Ciências da Saúde - FASU/ACEG.
Psicóloga Responsável: Profª. Dra. Janete de Aguirre Bervique - CRP: 12/XXXXX

2 - Descrição da demanda:
Foi relatado pelo solicitante que a aluna em questão, apresenta dificuldades
em aprendizagem, não assimila os conhecimentos. Em sala a criança apresenta
falta de concentração, além de não saber ler nem escrever, o que se espera pela
idade. Apresenta também dificuldades sociais e de autoestima.

3 – Procedimentos:
● Entrevista
● Sessões Interativas
● Wechsler – DFH III1 – O Desenho da Figura Humana – Avaliação do
desenvolvimento Cognitivo de Crianças Brasileiras.

4 - Análise:

4.1 – Desenvolvimento da motricidade geral:


Auto-identificação: G. R. O. não gosta de falar de si mesma, não gosta de
olhar no espelho, se diz uma criança triste. Localiza seu corpo corretamente,

1 WECHSLER, S. M. DFH III: O Desenho da Figura Humana: Avaliação do


desenvolvimento Cognitivo de Crianças Brasileiras. 3ª Edição Ver – Campinas.
2003.
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conhece e localiza todas as partes. Sua saúde parece muito precária, percebo que
devido onde vive. Sua condição de vida bem precária.

4.2 - Integração sensório-motora:


Não possui muitas habilidades para reações rápidas e destrezas. Tem
dificuldade para entender e compreender o que pedimos, temos que repetir várias
vezes. Identifica objetos, desenhos, letras, números. Tem ótima lateralidade. Sua
orientação do tempo não é muito boa, fica na sala de aula só desenhando, não
completa tarefa em determinado tempo, pois não sabe ler e nem escrever.

4.3 – Habilidades Perceptivo-motoras:


Sua audição é ótima, percebe qualquer movimento ou barulho, fica atenta a
tudo. Não possui boa associação audio-verbal. Não consegue transcrever o que
ouve corretamente, por não saber colocar as palavras em ordem do objeto. Sua
memória auditiva, não consegue relatar o que aconteceu por completo, só o que
mais a atingiu e/ou marcou no dia. Trata-se de uma criança, sem muito entusiasmo
com as coisas (tem preguiça de realizar atividades ou de pensar). Por não saber ler,
nem escrever tem dificuldades para tudo. E coloca isso como obstáculo sempre.

4.3 – Desenvolvimento da linguagem:


Se expressa muito bem, para uma criança que não sabe ler, nem escrever.
Não tem nenhuma habilidade para lidar com palavras, não conseguindo separá-las e
reconhecê-las, só se estiver copiando, mas não reconhece. Como não sabe ler,
ouve e compreende superficialmente. Não consegue contar ou montar uma história
(ou tem preguiça para tal). Copiando consegue escrever o que lhe pedem, mas
sozinha não consegue montar uma escrita com palavras em seus devidos lugares.

4.4 – Habilidades Conceituais:


G. R. O. sabe contar, e reconhece os números, mas não consegue somar,
multiplicar, dividir números inteiros muito menos fracionários. Sabe valor de dinheiro,
pois fala muito que vai ser vendedora e às vezes, vende tênis. Não conhece muito o
lugar que vive, pois diz que quase não sai. Quando a situação lhe interessa
compreende muito bem. Mas quando lhe é explicado algum jogo ou exercício, não

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presta muita atenção, Tem que ficar explicando toda hora, para que ela realize bem
a tarefa sugerida.

4.5 – Habilidades sociais:


Sua relação com amiguinhos na escola, não parece muito boa, segundo seus
relatos, diz que prefere brincar sozinha, para evitar brigas. Em relação a julgamento
de valores, há dúvidas, pois, fala muito que a família faz coisas erradas. Mas não
podemos ter certeza disso, porque se trata também de uma criança que fantasia
muito. Essa criança não sabe muito a respeito de responsabilidade, diz ter preguiça
para pensar, fazer serviços de casa, e até para os jogos, e os exercícios do
psicodiagnósticos tinha preguiça para fazer.

5 – Considerações finais
Foi aplicado além de outros materiais utilizados nos psicodiagnósticos, o teste
da figura humana (DFH III) que pretende avaliar a relação do desenho com as
seguintes habilidades: verbal, viso-motor, discriminação visual e capacidade
conceitual.
Deve ser utilizado em crianças entre 5 e 12 anos, pois auxilia na avaliação do
período das operações concretas, segundo Piaget. A relação entre o desenho e o
desenvolvimento conceitual se dá porque as crianças, primeiramente, desenham o
que sabem, e não o que vêem. Com o desenvolvimento cognitivo, a criança passará
a tentar mais e mais representar os objetos como os vê, surgindo gradualmente os
conceitos de tamanho, proporção, posição relativa das partes, relação espacial, etc.
A prova ainda avalia a maturidade intelectual, capacidade de percepção, de
abstração e generalização.
No decorrer do psicodiagnóstico foi passado para a paciente, alguns jogos de
memorização, raciocínio. Jogos de erros, para perceber sua concentração e/ou
agilidade em seus pensamentos. G. não tem uma boa concentração, e também não
se esforça por ter. Percebo que faltam mais incentivos, para que ela consiga
aprender e memorizar mais o que for passado. Podendo ocorrer tudo isso por
aspectos externos como as condições de vida dela, quem passa fome, mora em
lugar inadequado, não dorme bem, trabalha (em casa, cuida dos irmãos, faz
serviços domésticos, etc). Família muito desestruturada. Uma criança em situação

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de abandono praticamente. O resultado do DFH III foi Déficit cognitivo significativo
para a sua idade cronológica.
De acordo com a avaliação feita através de entrevistas, exercícios de
aprendizagem, memória/concentração, percebe-se que a criança apresenta muita
falta de concentração, interesse e um déficit cognitivo significativo para a sua idade
cronológi

Garça, 06 de abril de 2009.

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SUELY APARECIDA GIOLO - RA 50357
Estagiaria em Psicologia 9º termo

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PROFA. DRA. JANETE DE AGUIRRE BERVIQUE - CRP: 12/XXXXX
Coordenadora da CEPPA e Supervisora de Estágio

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