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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de ciências de educação

Curso de licenciatura em ensino de Geografia

Ciclos de desenvolvimento Humano

Ernestina Fidelix, código: 91230585

Pemba, Maio de 2023

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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de ciências de educação

Curso de licenciatura em ensino de Geografia

Ciclos de desenvolvimento Humano

Trabalho do campo a ser submetido


na coordenação do curso de
licenciatura em ensino de Geografia
da UNISCED na disciplina de
Psicologia de educação

Tutor:

Ernestina Fidelix, Codigo: 91230585

Pemba, Maio de 2023

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Índice
1. Introdução...............................................................................................................3

1.1. Objectivos...........................................................................................................3

1.1.1. Objectivo Geral...............................................................................................3

1.1.2. Objectivos Específicos....................................................................................3

1.2. Metodologia........................................................................................................3

2. Psicologia do desenvolvimento..............................................................................4

a) A importância do estudo do desenvolvimento humano.........................................4

2.1. Factores do Desenvolvimento Humano..............................................................5

2.2. O Inatismo...........................................................................................................6

2.3. O Meio como factor de Desenvolvimento Humano...........................................7

2.4. Conceitos chaves na teoria ambientalista: estímulo, reforço e extinção.............7

2.5. Desenvolvimento como fruto da interacção entre o Organismo e o Meio.........8

3. Conclusão.............................................................................................................10

4. Referencia Bibliográfica.......................................................................................11

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1. Introdução
O presente trabalho tem como os ciclos de desenvolvimento. Portanto a psicologia do
desenvolvimento humano é uma área que se foca em estudar e compreender as
mudanças, ou ausência dessas mudanças, ao longo da vida das pessoas.

É a partir dos conhecimentos dessa área que se criou a máxima que todo indivíduo passa
por fases ao longo da vida, fases essas marcadas, principalmente, por períodos de
grandes mudanças, chamados também de período de transição rápida.

1.1. Objectivos
Para Marconi & Lakatos (2002:24) “toda pesquisa deve ter um objetivo determinado
para saber o que se vai procurar e o que se pretende alcançar.

1.1.1. Objectivo Geral


Para Andrade (2009) o objetivo geral está ligado ao tema de pesquisa.

 Compreender acerca dos ciclos de desenvolvimento;

1.1.2. Objectivos Específicos


De acordo com Marconi & Lakatos (2003:219) os objetivos específicos “apresentam
caráter mais concreto. [...], permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro,
aplicá-lo a situações particulares.

 Definir as diferentes correntes e teorias de desenvolvimento humano;


 Indicar as fases de desenvolvimento humano;
 Reconhecer a psicologia geral

1.2. Metodologia
Gil (2008) diz que metodologia descreve os procedimentos a serem seguidos na
realização da pesquisa. Para se realizar a pesquisa vou recorrer numa leitura
interpretativa de obras diversas que abordam o assunto e usarei alguns artigos
disponibilizados na internet.

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2. Psicologia do desenvolvimento
O desenvolvimento humano refere-se ao desenvolvimento mental e ao crescimento
orgânico. O desenvolvimento mental é uma construção contínua. Estas são as formas de
organização da actividade mental que vão se aperfeiçoando e se solidificando. Algumas
dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda a vida.

a) A importância do estudo do desenvolvimento humano


Esse estudo é compreender a importância do estudo do desenvolvimento humano.
Estudar o desenvolvimento humano significa conhecer as características comuns de uma
faixa etária. Planejar o que e como ensinar implica saber quem é o educando. Existem
formas de perceber, compreender e se comportar diante do mundo, próprias de cada
faixa etária.

Davidoff (2001), no que diz respeito à maturação de todas as espécies que habitam a
Terra, o ser humano é o que tem o crescimento e o desenvolvimento mais lento de
todos. Pode-se dizer que o homem é uma espécie mesmo bastante lenta, por exemplo,
no espaço de tempo que uma criança aprende a andar e a correr com equilíbrio
suficiente, outras espécies atingem a plena maturidade, como é o caso dos ratos que, em
apenas 15 dias, atingem a sua maturidade sexual.

Como qualquer outra ciência, apresenta uma vasta gama de estudos e investigações. O
grande tema de tais estudos assenta, essencialmente, no "debate" sobre o que é que tem
maior influência para um bom desenvolvimento humano. Alguns estudiosos apontam a
hereditariedade (o que é transmitido dos pais para os filhos), outros o meio ambiente e
outros referem o tempo (momento) em que a pessoa nasce, como principal fator para
um bom desenvolvimento.

Um dos maiores defensores da hereditariedade foi Henry Goddard (um dos pioneiros
dos estudos sobre a deficiência mental) que, em 1912, publicou um artigo sobre a
família Kallikak (nome fictício). Martin Kallikak teve filhos de duas mulheres, uma era
da alta sociedade outra era uma empregada de uma taberna. Do casamento surgiram
descendentes que alcançaram grande prestígio (médicos, advogados, reitores, etc.), da
relação amorosa com a amante, os descendentes tinham uma baixa condição humana
sendo, a sua grande maioria, alcoólicos, ladrões ou prostitutas.

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Para John Broadus Watson (1878-1958), defensor do meio ambiente, a criança não é
mais do que um pedaço de barro que é moldado e trabalhado pelo meio ambiente em
que ela se insere. Watson achava que um bebé podia ser moldado, através do uso do
processo de condicionamento (descoberto pelo fisiólogo russo Ivan Pavlov), de modo a
vir a ser qualquer tipo de adulto (trapezista, advogado, criminoso). A partir daqui
escreveu uma obra (1913) acerca da sua experiência com um bebé de nove meses que
ficou conhecido como o caso do bebé Albert.

Konrad Lorenz, "pai" da etologia (estudo do comportamento animal, especialmente,


no seu meio natural), levou a cabo uma experiência com gansos brancos (1935) para
provar que o factor tempo é responsável pelas alterações do desenvolvimento do
comportamento. Os gansos bebés seguiam o primeiro estímulo móvel que vissem logo
após o nascimento e durante as primeiras horas de vida. No momento do nascimento
quem estiver presente é quem é entendido como sendo a mãe para os bebés gansos.
As causas do desenvolvimento humano são múltiplas e complexas e podem não
corresponder aos estudos realizados com os animais de outras espécies. Contudo, ele é
entendido, pela grande maioria dos psicólogos do desenvolvimento, como o resultado
da interacção entre a hereditariedade, o meio e o factor tempo.
O desenvolvimento da criança começa antes do nascimento. Do momento da concepção
em diante, o organismo humano atravessa os chamados estádios de desenvolvimento.

2.1. Factores do Desenvolvimento Humano


Davidoff (2001), os factores que influenciam o desenvolvimento humano são:
hereditariedade, crescimento orgânico, maturação neurofisiológica e meio.

 Hereditariedade: é a carga genética do indivíduo que será capaz de estabelecer


a seu potencial, que poderá ou não se desenvolver.

Exemplo: a inteligência poderá se desenvolver ou não dependendo das condições que o


ambiente proporcionar.

 Crescimento orgânico: é o aspecto físico que considera o processo dinâmico


que se apresenta visivelmente pelo aumento do tamanho corporal.

Exemplo: a estruturação do esqueleto permite à criança alcançar objectos que antes ela
não conseguia.

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 Maturação neurofisiológica: é o que torna possível determinado padrão de
comportamento, ou seja, existe um equipamento neurofisiológico que passa por
uma evolução determinada por factores biológicos.

Exemplo: para segurar um talher como os adultos às crianças precisam de um


desenvolvimento neurofisiológico, visto que aos três anos a crianças o segura de uma
forma bem diferente.

 Meio: é o conjunto de influências e estimulações ambientais que pode alterar os


padrões de comportamento do indivíduo, cada um, é constituído numa
interacção entre o meio e o indivíduo.

Exemplo: se o incentivo à leitura for muito intenso, uma criança aos cinco anos já pode
saber reconhecer as letras e escrever, mas ao mesmo tempo, outra que não teve
incentivo pode não reconhecê-las e nem escrevê-las.

2.2. O Inatismo
Para os defensores da teoria do inatismo, todas as qualidades e capacidades básicas de
conhecimento do ser humano já estariam presentes na pessoa desde o seu nascimento.

Estas qualidades seriam transmitidas através da hereditariedade, em outras palavras, são


características repassadas de pais para filhos por meio da herança genética

Ainda na luz de Davidoff (2001), Inatismo é uma ideologia filosófica que acredita ser o
conhecimento de um indivíduo uma característica inata, ou seja, que nasce com ele.

Nesta teoria, a ideia do conhecimento desenvolvido a partir das aprendizagens e


experiências individuais de cada pessoa é desacreditado.

O pensamento inatista descarta a possibilidade de aperfeiçoamento do ser humano,


sendo que este não teria capacidades de evoluir ou possibilidades de mudanças após o
seu nascimento.

O indivíduo é visto como um ser estático, que desde a sua origem já possui
personalidade, crenças, hábitos, valores e conduta social previamente definidos.

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Esta teoria abre espaço para ideologias que defendem a hierarquização social, ou seja,
quando determinado grupo de seres humanos, supostamente, seriam “naturalmente”
mais inteligentes ou aptos que outros.

Segundo o inatismo, a educação deveria servir apenas para despertar a “essência”


existente dentro de cada indivíduo. Os professores são aconselhados a não interferirem
muito no processo de aprendizado dos seus alunos

A partir daí, o sucesso ou fracasso depende exclusivamente do aluno, pois se este não
consegue absorver ou aprender determinado assunto ou ciência, a justificativa estava na
falta da sua capacidade genética de aptidão ou desempenho para aquela matéria.

2.3. O Meio como factor de Desenvolvimento Humano


Davis e Oliveira (1994), Meio o conjunto de influências e estimulações ambientais
altera os padrões de comportamento do indivíduo. Aspecto físico-motor - refere-se ao
crescimento orgânico, à maturação neurofisiológica. Ex.: A criança que leva a chupeta à
boca. Aspecto intelectual – é a capacidade de pensamento, raciocínio.

2.4. Conceitos chaves na teoria ambientalista: estímulo, reforço e extinção


A concepção ambientalista de desenvolvimento parte do pressuposto de que o ambiente
é responsável pelo desenvolvimento humano, neste sentido, o indivíduo é reactivo à
acção do meio. A teoria ambientalista tem como base filosófica o empirismo, que dá
ênfase a experiência sensorial na construção do conhecimento. Um dos expoentes
máximos do empirismo foi o filósofo Inglês John Locke (1632- 1704), que desenvolveu
em sua tese a idéia de que a mente é uma tábua rasa sobre a qual se escreve a
experiência. Nesta óptica, o ambiente, ou o meio seria o elemento mais importante para
o desenvolvimento do ser humano.

Daí que os ambientalistas considerem que “o homem [e a mulher] é concebido como um


ser extremamente plástico, que desenvolve suas características em função das condições
presentes no meio em que se encontra” (Davis e Oliveira, 1994:30). Na verdade, para os
defensores da concepção ambientalista de desenvolvimento “ (...) o bebé não é mais do
que um pedaço de barro que pode ser moldado e trabalhado pelas mãos de um mestre
artesão, ou seja, o meio, de forma a ficar na forma que se pretenda” (Sprinthall,
1990:31).

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Assim, estímulo é um elemento presente no ambiente, que manipulado pode controlar o
comportamento de um indivíduo, fazendo com que apareça ou desapareça em situações
consideradas adequadas, ou fazendo que com o comportamento seja refinado ou
aprimorado. Sendo assim, as consequências ou os resultados positivos da mudança de
comportamento são denominadas de reforço. Este aumenta a frequência da
manifestação de um determinado comportamento. E a extinção é o procedimento a
partir do qual comportamentos inadequados são eliminados totalmente nos indivíduos,
“nele o objectivo é quebrar o elo que se estabeleceu entre o comportamento visto como
indesejável e determinadas consequências do mesmo” (Davis e Oliveira, 1994:32).

2.5. Desenvolvimento como fruto da interacção entre o Organismo e o Meio


Ao desenvolver sua teoria de desenvolvimento humano considerou
que organismo e meio exercem acção recíproca, um influenciando o outro, sendo que
esta interacção implica em mudanças significativas para o desenvolvimento do ser
humano.

Para Piaget conhecer significa organizar, estruturar e explicar sempre a partir da


vivência, do que foi experienciado. Assim, pela vivência o objeto passa a imergir em
um sistema de relações. 
O conhecimento implica em sistema de significação, coisas e fatos adquirem
significação quando são inseridos numa estrutura e a significação é o resultado da
possibilidade de assimilação por uma estrutura.  
O sujeito do conhecimento corresponde a um sujeito ideal, que sintetize as
possibilidades de cada uma das pessoas e de todas as pessoas ao mesmo tempo. A
capacidade de conhecer pe fruto de trocas entre o organismo e o meio, sem elas essa
capacidade não se constrói. Qualquer criança cujas trocas com o meio tenham sido
prejudicadas, não importa por que factor, pode apresentar “déficit”. Uma criança sem
lesão orgânica nunca é inferior à outra mas, sim, está inferior, pois pode aprender tudo o
que a outra já aprendeu, se for solicitada pelo meio. 
Segundo Piaget, existem três tipos de estrutura no organismo humano:

 Estruturas totalmente programadas  – são aquelas que nos capacitam a prever


determinados comportamentos, tornados manifestos em determinadas épocas.
 Estruturas parcialmente programadas  – são aquelas cujo desenvolvimento e
construção dependem já em grande parte do meio.

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 Estruturas nada programadas  – são as estruturas mentais específicas para o
ato de conhecer, sua construção depende das solicitações do meio.

A adaptação do ser humano ao meio se realiza por meio da acção, a acção só é possível
por causa da construção de esquemas motores pela criança. É graças a eles que elas
organizam suas experiências, atribuindo-lhe significado

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3. Conclusão
A psicologia do desenvolvimento é a ciência que foca os seus interesses na área do
crescimento humano. Os especialistas, desta vertente da psicologia, procuram estudar e
compreender os processos do desenvolvimento pré-natal (período que antecede o
nascimento) e pós-natal (período que ocorre após o nascimento), bem como tentam
investigar e estabelecer os princípios e as leis da maturação, ou seja, do
desenvolvimento do nosso comportamento ao longo da vida.

A personalidade começa a se formar no final da infância, entre 8 a 12 anos. Na idade


adulta não surge nenhuma nova estrutura mental, e o indivíduo caminha então para um
aumento gradual do desenvolvimento cognitivo.

As teorias estudam o desenvolvimento dando ênfase a algum destes aspectos, mas


devemos considerar que o crescer humano supõe que estes aspectos não se separam.
Piaget estudou o desenvolvimento a partir da intelectualidade, Vigotski estudou a partir
da socialização enquanto Freud estudou a partir do aspecto afetivo-emocional.

Compreender o desenvolvimento humano implica em conhecer as características


comuns de cada faixa etária, para que reconheçamos as individualidades, o que torna-
nos mais aptos para observar e interpretar os comportamentos, e com isso, conseguimos
planejar o que e como ensinar aos nossos alunos.

Os factores que influenciam o desenvolvimento humano são: hereditariedade,


crescimento orgânico, maturação neurofisiológica e meio.

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4. Referencia Bibliográfica
Abrunhosa, Maria Antónia e Leitão, Miguel. (2009). Psicologia B. Lisboa: Edições Asa.

Andrade, M.M. (2009). Introdução à Metodologia do Trabalho Científico: Elaboração


de Trabalhos na Graduação. 9. ed. São Paulo: Atlas

Davidoff, Linda. (2001). Introdução à Psicologia. 3 ed. São Paulo: Artmed.

Cláudia, Davis e Oliveira Zilma de. (1990). Psicologia na Educação. São Paulo: Cortez

Gil, A, C. (2008). Métodos e Técnica de Pesquisa Social. 7ªed.). São Paulo: Martins
font

Lakatos, Eva Maria & Marconi, Marina de Andrade. Metodologia Cientifica. 2a. ed.
São Paulo: Editora Atlas. 1991. 242 p. Atlas. 1994. 107 p.
MarconI, M.A. & Lakatos, E.M. (2002). Técnicas de Pesquisa: Planejamento, Execução
de Pesquisas, Amostragens e Técnicas de Pesquisas, Elaboração, Análise e
Interpretação de Dados. 5. ed. São Paulo: Atlas.
Mwamwenda, Tuntufye S. (2004). Psicologia Educacional: Uma perspectiva africana.
Maputo: Textos Editora Ltda.

Rappaport, Clara Regina. (1981a). Psicologia de Desenvolvimento: Teorias de


Desenvolvimento. v1. São Paulo: EPU

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