Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
12 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 36
2
INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
3
1 DESENVOLVIMENTO HUMANO
www.google.com.br
4
1.2 Fatores que influenciam o desenvolvimento humano
www.google.com.br
De acordo com os aspectos acima citados, Jean Piaget (Apud Bock, p. 98-99,
1999, apud Silva, Duarte e Ferreira, 2019) afirma que vários são os fatores que
influenciam o desenvolvimento humano.
5
• Meio Ambiente - Conjunto de influências e estimulações ambientais que alteram
os padrões de comportamento do indivíduo. Uma criança muito estimulada para
a fala pode ter um vocabulário excelente aos 3 anos e não subir escadas bem
porque não vivenciou isso.
www.bolsademulher.com
6
para respostas específicas. A fala se torna mais abrangente em relação aos
objetos a serem designados etc. O desenvolvimento se dá do geral para o
específico. (Santos, 2002)
4. Os órgãos não crescem de maneira uniforme. Enquanto o cérebro, por
exemplo, desenvolve-se rapidamente na infância, as outras partes do corpo seguem
ritmos diferenciados, as vezes de forma lenta em outras aceleradamente. (Santos,
2002)
5. Cada indivíduo se desenvolve de acordo com um ritmo próprio que tende a
permanecer constante segundo seus padrões de hereditariedade, se não for
perturbado por influências externas, como má alimentação; ou internas, como
doenças. (Santos, 2002)
6. Todos os aspectos do desenvolvimento humano são inter-relacionados,
não podendo ser avaliados sem levar em conta essas mútuas interferências.
(SANTOS, 2002)
8
image.slidesharecdn.com
Portanto, entende-se de acordo com Torres; Torres (2020) que todo o processo
de desenvolvimento humano é um conjunto de ações, fases e etapas que devem ser
tomadas concomitantemente por todos os envolvidos no processo, visando ao
desenvolvimento de uma consciência humana, social, cultural e ambiental, baseada
na ética, na ciência e na inovação, que possa ser transmitida por meio de gerações,
fazendo com que todos reflitam sobre a própria existência e suas relações com a
sociedade e o planeta.
9
4 O DESENVOLVIMENTO COGNITIVO E SOCIAL
www.medplan.com.br
10
3) compreender ideias em forma de palavras;
4) reter impressões;
5) resolver problemas complexos e tirar proveito da experiência passada;
6) perceber corretamente relacionamentos de tamanho e espaciais;
7) identificar objetos rápida e exatamente.
Embora Thurstone considerasse que estas capacidades eram relacionadas até
certo ponto, ele enfatizava suas diferenças. Os primitivos psicólogos estavam muito
mais interessados em inventar testes que pudessem diferenciar entre estudantes
embotados e rápidos, para que pudessem ser designados para um currículo escolar
apropriado. Por esta razão, as questões teóricas foram facilmente postas de lado. A
inteligência passou a ser definida operacionalmente em termos dos testes destinados
a medi-la. Em outras palavras, o que quer que os testes medissem era chamado de
inteligência. Conceitos práticos como estes dominaram a pesquisa psicológica sobre
a inteligência até bem recentemente, quando os cientistas comportamentais
começaram a reexaminar seus pressupostos. Assim, distingue-se inteligência medida
e inteligência. Por inteligência medida queremos dizer desempenho em uma situação
específica de teste, sempre baseada em realizações: hábitos e habilidades adquiridos.
Em contraste, definimos inteligência como uma capacidade para atividade mental que
não pode ser medida diretamente. Assume-se o ponto de vista de que a inteligência
consiste em muitas capacidades cognitivas separadas, inclusive as envolvidas em
percepção, memória, pensamento e linguagem. Embora até certo ponto todos os
seres humanos possuam estas capacidades, parece haver muita variabilidade na
eficiência de cada processo. Supõe-se que a inteligência se aplica no ajustamento de
cada processo e em todas as esferas da vida. Já que as investigações de inteligência
se amparam fortemente em testes, é crucial compreender como os psicólogos têm
medido as capacidades mentais. (SANTOS, 2017)
11
5.1 Teorias Behavioristas: Watson e Skinner
12
interação com o meio (físico e social), o indivíduo é também ativo e faz apresentações
intencionais, o que Skinner chamou de comportamento operante.
A teoria de Skinner considera que os indivíduos agem de acordo com as
consequências positivas ou negativas de seu comportamento. Portanto, não se pode
pensar o indivíduo submetido ao meio de forma passiva. Skinner afirma a existência
de reforços positivos e negativos no meio que possibilitam modificações no
comportamento dos indivíduos. O reforço positivo fortalece o comportamento que o
precede, e a punição fortalece a remoção do comportamento que o precede.
(CORTINAZ, 2018)
13
ocorrem simultaneamente na resolução dos conflitos causados pela interação do
organismo com o meio e no restabelecimento do equilíbrio (equilibração). A
assimilação e a acomodação coexistem e se alternam ao longo do desenvolvimento
humano, possibilitando o enfrentamento e a resolução de conflitos oriundos do meio
para que o indivíduo possa se (re)equilibrar e continuar se desenvolvendo (PIAGET,
1976 apud CORTINAZ, 2018)
De acordo com Lev Vygotsky, psicólogo do desenvolvimento russo, a cultura em
que somos criados afeta nosso desenvolvimento cognitivo de maneira significativa;
não podemos entender o desenvolvimento cognitivo sem levar em conta os aspectos
sociais da aprendizagem. Vygotsky argumenta que o desenvolvimento cognitivo
ocorre como uma consequência das interações sociais (nível de desenvolvimento
proximal) em que as crianças trabalham conjuntamente com outros para solucionar
problemas. Por meio dessas interações, as habilidades cognitivas das crianças
aumentam, e elas ganham a habilidade de funcionar intelectualmente por conta
própria (nível de desenvolvimento real). Mais especificamente, ele sugere que as
habilidades cognitivas das crianças aumentam quando elas encontram informações
que estão prontas para aprender. Ele chamou essa prontidão para a aprendizagem
de zona de desenvolvimento proximal (ZDP), nível em que uma criança já pode quase
– mas não completamente – compreender ou desempenhar uma tarefa sozinha.
Quando as crianças recebem informações que se enquadram na ZDP, elas podem
aumentar sua compreensão ou dominar uma nova tarefa. Por outro lado, se a
informação estiver fora da ZDP da criança, ela não conseguirá dominá-la (Maynard e
Martini, 2005; Rieber e Robinson, 2006; Vygotsky, 1926/1997 apud Renner et al.
2012).
Em suma, Renner et al. (2012, p. 08)
14
5.3 Teorias psicanalíticas: Freud e Erikson
15
permite à criança explorar mais o meio, e a resolução bem-sucedida dos conflitos
anteriores permite que ela tenha maior iniciativa para isso. Por outro lado, os
insucessos anteriores podem levar a criança a culpabilizar-se e acreditar que não é
capaz de realizar seus projetos. A quarta crise é denominada realização x inferioridade
e vai dos seis aos doze anos de idade aproximadamente. Nessa fase, a criança amplia
suas relações sociais e adquire aprendizados e competências valorizadas
socialmente. Especialmente a interação com os pares é determinante para as
sensações de sucesso ou fracasso. Dependendo do balanço mais ou menos positivo,
a criança poderá sentir-se realizada por suas competências ou inferiorizada para
enfrentar os desafios que a ampliação das relações sociais acarreta. Dos treze aos
dezoito anos de idade (adolescência), ocorre a quinta crise, identidade x confusão.
Nesse período, o modo como o adolescente se vê, o modo como acha que os outros
o veem, o que ele acha que esperam dele e a adequação às normas sociais
influenciam a consolidação ou a confusão em relação à sua identidade.
6 APRENDIZAGEM HUMANA
amenteemaravilhosa.com.br
17
uma inter-relação do sujeito que conhece com objeto a ser conhecido.
(MOREIRA, 1999, p.75 apud OLIVEIRA; SILVA; SANTOS, 2019)
18
concretude dos fatos e não em conceitos subjetivos e teóricos como sensação,
percepção, emoção, atenção.
De forma geral, percebe-se que as teorias de aprendizagem apresentam
grande complexidade, pois lidam com amplo e denso processo da cognição e
aprendizagem. Entretanto, visualiza-se, que a partir do entendimento de como os
alunos aprendem e de elementos essenciais para esse aprendizado preconizados
nessas teorias, possíveis indicadores que podem nortear a elaboração de tecnologias
educacionais.
19
ir ao dentista, essa relação é considerada uma aprendizagem do tipo
associativa.
• Por observação: quando alguém adquire ou muda um comportamento a
partir da observação de como outras pessoas se comportam. Por
Aprendizagem exemplo, quando você assiste a um tutorial de como
preparar um prato e passa a implementar esse novo repertório de
comportamento na sua vida.
Dando continuidade a essa compreensão, Illeris (2013 apud Heuman, 2018)
ainda destaca dois processos essenciais na aprendizagem:
• Processo externo: remete à interação do indivíduo com o meio no qual
está inserido.
• Processo psicológico/interno: remete à aquisição e à elaboração das
informações disponíveis no meio.
Compreende-se que esses processos ocorrem em toda forma de
aprendizagem, contudo, algumas teorias se dedicam mais à compreensão e
explicação de um ou de outro processo. (Illeris 2013 apud Heumann, 2018)
O referido autor, explana que uma das características dessa camada é a baixa
escolaridade. A escola é posta de lado já que a necessidade de renda é vista como
maior e mais urgente. Todavia, entende-se que a educação pode contribuir direta e
amplamente para a conquista de uma melhor condição social. (SIMÕES,2019)
Compreende-se que essas dificuldades, refletem no processo de aprendizagem,
a qual se caracteriza como resultado de construção e experiências passadas que
influenciam as aprendizagens futuras. (TABILE; JACOMETO, 2017)
Para tanto, a escola deve trabalhar na perspectiva dos contextos trazidos pelos
alunos, diante dessas dificuldades que fazem parte da sua realidade, pois, segundo
SAVIANI, 2004 apud COSTA, 2019 o objetivo da educação escolar é a formação
humana, então as necessidades humanas é que determinam os objetivos da
educação, de maneira que o currículo escolar, a rotina e o planejamento devem estar
pautados nessas necessidades. E, mesmo não sendo suficiente, a educação básica
é condição necessária para o desenvolvimento crítico do aluno, possibilitando o
desenvolvimento não apenas cognitivo, mas considerando os diversos aspectos do
desenvolvimento humano.
21
Dessa forma, a aprendizagem é como uma construção pessoal resultante de um
processo experimental, inerente à pessoa e que se manifesta por uma modificação de
comportamento. Sabe-se que a aprendizagem é um fenômeno extremamente
complexo, envolvendo aspectos cognitivos, emocionais, orgânicos, psicossociais e
culturais. (TABILE; JACOMETO, 2017)
graduacao.avm.edu.br
22
um simbolismo, sobre a evocação simbólica pela linguagem, pelas imagens mentais.
Para o mesmo autor, a inteligência é uma propriedade universal, que se desenvolve
em vários estágios diferentes, através dos quais todas as crianças progridem de
acordo com os seguintes estágios: Sensório-motor (0 a 2 anos) quando a capacidade
mental se resume em exercício dos aparelhos reflexivos como a sucção; Pré-
operatório (2 a 7 anos) período em que surge a linguagem e gera modificações no
aspecto social, intelectual e afetivo da criança; Operacional concreto (7 a 11 ou 12
anos) início da construção lógica, estabelecimento de relações com coordenação de
pontos de vista diferentes e Operacional formal (11 ou 12 anos em diante) fase esta
em que ocorre a passagem do pensamento concreto para o pensamento formal.
A teoria das Inteligências Múltiplas (IM), de Howard Gardner, define inteligência
como a capacidade em resolver problemas ou elaborar produtos que são importantes
num determinado ambiente ou cultura. Para ele, os alunos devem aprender a lidar
com o conhecimento de acordo com suas capacidades. Assim, considerar que existe
uma variedade de inteligências humanas conduz a uma nova visão da educação, uma
educação centrada no indivíduo, onde o professor deve conhecer seus estudantes
para delinear suas ações didáticas. Esse planejamento deve envolver metodologias
para apresentar e discutir os conteúdos, como também o emprego de diferentes
formas de avaliação dos conhecimentos. Nesse contexto, considerar que existe uma
variedade de inteligências humanas conduz a uma nova visão da educação, uma
educação centrada no indivíduo, onde o professor deve conhecer seus estudantes
para delinear suas ações didáticas. Esse planejamento deve envolver metodologias
para apresentar e discutir os conteúdos, como também o emprego de diferentes
formas de avaliação dos conhecimentos (GARDNER, 1995; LABURÚ et al., 2003
apud LEÃO; RANDI, 2017).
No dizer de Bes (2020), o impulso dessas novas teorizações, assume-se o fato
de que o ser humano não possui somente uma inteligência, mas várias, e que o
funcionamento delas ocorre de forma complementar e interdependente, articulando
aspectos racionais e emocionais. Sabe-se hoje, pelo avanço da neurociência e da
própria psicologia, que existe um sério comprometimento psicofisiológico em nossas
ações, onde, ao pensarmos e agirmos acabamos produzindo reações físicas, muitas
vezes hormonais, em nosso corpo, que, em muitos casos, se associam com os
aspectos emocionais.
23
Nessa direção, como uma inteligência de caráter social, relacionada ao
conhecimento dos sujeitos sobre suas emoções e a capacidade de controlá-las,
incluindo sua percepção em relação às emoções alheias, surge e define-se o conceito
de inteligência emocional. (Salovey e Mayer 1990 apud Bes, 2020). Os mesmos
autores definiriam posteriormente a inteligência emocional como:
24
8 NEUROCIÊNCIA, EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM
www.bing.com
26
baseado nos conhecimentos neurocientíficos, os quais poderiam ser vinculados às
disciplinas direcionadas à aprendizagem humana. A articulação entre neurociências e
educação pode ocorrer por meio da renovação de um componente já existente ou pelo
acréscimo de um novo componente curricular nos cursos de formação de professores.
Sua prioridade deve ser a de adicionar informações científicas e subsidiar futuras
ações práticas, não se constituindo se constituindo apenas em mais um saber
disciplinar, mas em um saber pertinente e útil para a prática profissional da docência.
Como preconiza Willians: "A pesquisa sobre o cérebro manifesta o que muitos
educadores sabem intuitivamente: que os alunos aprendem de diversas maneiras e
quanto mais maneiras se apresentarem, tanto melhor aprendem a informação".
Assim, a neurociência pode também ser considerada uma importante
ferramenta que auxilia na renovação teórica dos docentes. O conhecimento do
funcionamento do cérebro e do processo cognitivo mediado por conexões neurais
facilita a compreensão do desenvolvimento do aluno. Sobretudo, a neurociência
mostra caminhos mais claros para que o educador compreenda a complexidade do
processo de ensino e de aprendizagem e crie novas ferramentas para o
desenvolvimento cognitivo saudável de seus educandos. (SOUSA; ALVES, 2017 apud
DALMOLIN, 2020).
Nesse sentido, Carvalho (2010), enfatiza que há uma busca exaustiva no
campo científico da neurociência em torno de como o cérebro age. São inúmeros os
estudos que têm sido publicados, em revistas especializadas ou não, e vários os
congressos realizados na área da neurociência. E, Simonetti (2008 apud Dalmolin,
2020), corrobora reforçando que os estudos que envolviam os processos neurais e o
funcionamento do cérebro, tiveram grande incentivo na chamada década do cérebro
entre os anos de 1990 e 2000. Nesse período, muitas equipes multidisciplinares de
diferentes países reuniram seus conhecimentos e criaram novas ciências, tais como
a neuroquímica, a neurofisiologia e a neurociência cognitiva.
27
comportamentais (PIOVESAN, 2017 apud DALMOLIN, 2020). Essas estruturas são
formadas, principalmente, por um tipo especial de células: os neurônios, que
considerados unidades processadoras de informação.
Dalmolin (2020), destaca que diante da natureza multifacetada do sistema
nervoso e das funções neurais, a neurociência está organizada em cinco principais
disciplinas, a saber:
28
comportamentos que dependem do funcionamento do cérebro. Educar é aprender
também.
29
as suas experiências, possa refletir sob suas práticas e métodos. A Neurobiologia
como ciência básica não pode ser prescritiva para a prática educacional, porém pode
proporcionar elementos importantes na reflexão do professor e da escola na escolha
de seus métodos de ensino. Questões importantes como o mecanismo de atenção,
os diferentes tipos de memória, dificuldades de aprendizagem, efeitos do sono e do
estresse na aprendizagem escolar poderão ser abordados do ponto de vista
neurobiológico e enriquecer a prática educacional. O crescente conhecimento
biológico sobre o cérebro humano desperta interesse em toda a população, mas
precisa ser difundido e popularizado adequadamente.
Nessa direção,
30
Nesta perspectiva, como existem várias formas de pensar e de aprender,
também há várias formas de ensinar. Assim, é importante salientar que durante o
processo de aprendizagem, não se utiliza apenas e de uma só vez uma linguagem de
aprendizagem, mas a combinação de várias. Sendo que, para estimular uma
linguagem da mente, várias estratégias pedagógicas são requeridas. Desta maneira,
as práticas pedagógicas poderão ser pautadas pela multiplicidade no aprendizado,
em que informações são expostas de maneiras diversas, usando múltiplos métodos.
Reforça-se que a Neurobiologia irá contribuir para a ação pedagógica por
compreender as estruturas e o funcionamento do Sistema Nervoso Central, enquanto
a didática é a arte de ensinar conteúdos acadêmicos sistematizados. Portanto, pode-
se considerar que uma ciência complementa a outra. (Grossi, Lopes e Couto 2014)
www.bing.com
31
de sua vida. A neurociência tem demonstrado o quão promissora pode ser uma
parceria com a educação, trazendo todo o seu conjunto de saberes sobre o Sistema
Nervoso Central, local onde tudo acontece, desde os comportamentos, pensamentos,
emoções e movimentos, e é a partir dos conhecimentos desta área que a educação
pode ter um salto quando se fala em efetividade e eficácia, levando em consideração
que a partir do surgimento e avanço da neurociência foi possível fornecer melhorias
na qualidade de vida da sociedade atual, disponibilizando tratamentos efetivos para
variados distúrbios neurológicos, ou seja, contribuiu e tem contribuído
significativamente para o desenvolvimento de soluções de diversos transtornos e
doenças, incluindo os problemas educacionais.(SANTOS E SOUSA, 2016)
Nos dias atuais, a educação tradicional, na qual o professor é o único detentor do
conhecimento, tem dado lugar a uma educação mais reflexiva, onde o aluno também
ganha papel ativo no processo de ensino-aprendizagem (Cardoso & Queiroz, 2019
apud LIMA et al., 2020). Com isso, como membro importante para a construção do
conhecimento, o professor deve estar capacitado para melhor compreender as
necessidades dos seus alunos, o que exige destes profissionais o constante
aperfeiçoamento de suas práticas pedagógicas (Escribano, 2007; Cardoso & Queiroz,
2019 apud LIMA et al., 2020). A partir disso, considerando que a neurociência é
caracterizada como o conjunto de disciplinas que visa estudar o sistema nervoso
Nesse contexto, surge a neuroeducação. Trata-se de uma subárea ainda recente,
que busca aplicar os conhecimentos da neurociência para auxiliar na compreensão
dos processos neurobiológicos da aprendizagem, para que assim, possam ser
elaboradas novas estratégias pedagógicas de ensino. (LIMA et al., 2020)
Destaca-se que os professores possuem a tarefa de planejar estratégias
metodológicas que melhor se adaptem ao contexto educativo abordado (RICOY &
COUTO, 2011 apud LIMA et al., 2020). E, ainda, possuem um papel imprescindível
na construção do senso crítico e reflexivo de seus alunos (Bulgraen, 2010 apud LIMA
et al., 2020). Mais que isso, pode-se resumir que “o professor tem o dever de preparar
os estudantes para pensar” (FONSECA, 1998 apud LIMA et al., 2020). A partir disto,
considerando que a neurociência abrange um conjunto de temas que estudam o
sistema nervoso (Relvas, 2012 apud LIMA et al., 2020), dentre eles os mecanismos
da atenção, a aprendizagem e memória, a emoção, a linguagem e a comunicação
(Ventura, 2010 apud LIMA et al., 2020), estudar esta temática auxilia na compreensão
32
dos processos cognitivos e de aprendizagem e, consequentemente, na atuação
pedagógica do professor.
Para Santos e Sousa (2016), mediante a emergência da neuroeducação na
atualidade, constata-se que a mesma pode direcionar de forma eficaz a
aprendizagem, tendo também em vista a necessidade de refletir sobre a urgência de
disseminar suas potencialidades e contribuições nos processos de ensino-
aprendizagem, não como uma forma mágica de acabar com todos os problemas
relacionados a educação, mas como uma ferramenta útil que possa melhorar o
aprendizado, assim como, estimular de forma adequada e diferenciada as
potencialidades da criança que cada dia se transforma dentro da realidade a qual está
inserida.
E assim, a Neuroeducação começa a ganhar corpo, se caracterizando como um
campo multi e interdisciplinar, que oferece novas possibilidades tanto à docência,
como a pesquisa educacional com a finalidade de abordar o conhecimento e a
inteligência, integrando três áreas: a Psicologia, a Educação e as Neurociências,
incluindo as áreas que se formaram com a junção dos campos, como a:
Neuropsicopedagogia, Neuropsicologia e Psicopedagogia. (SANTOS E SOUSA,
2016)
Afirma-se que o conhecimento da neurociência possibilita ao professor a
atribuição da ciência básica sobre o cérebro e seu funcionamento, relacionando a
teoria neurocientífica com a sua prática em sala de aula e os conhecimentos
educacionais, o que facilita o entendimento do processo ensino-aprendizagem e
contribui para um desenvolvimento pedagógico qualificado (Silva & Morino, 2012;
Cardoso & Queiroz, 2019 apud LIMA et al., 2020). Adicionalmente, tal conhecimento
desenvolvido em espaços acadêmicos soma vários aspectos positivos, uma vez que
possibilita ao docente compreender as variadas formas de aprender e ensinar,
proporcionando uma nova visão metodológica para a formação discente (CARDOSO
& QUEIROZ, 2019 apud LIMA et al., 2020).
33
conhecimento transmitido que é captado pelos sentidos. O desenvolvimento cognitivo
se dá a partir da interação da criança com o meio, o contato com objetos e com as
pessoas, a criança amplia o aprender por meio de novas descobertas e interagindo
com o mundo (ARANHA, 2016 apud Cavalcante et al., 2020).
De acordo com Piaget (1971) cada criança tem seu próprio tempo de percepção
da aprendizagem, possuem uma forma única de conhecer a realidade e assim
desenvolvem o raciocínio lógico ao decorrer da sua maturação. A aprendizagem
ocorre a partir da maturação cognitiva da criança em ritmos diversos, sendo assim é
possível incentivar o aprendizado, respeitando as singularidades de cada criança e
não propor um desenvolvimento intelectual forçado. Piaget (1971 apud Cavalcante et
al., 2020)
Para Azevedo (2016),
Para o autor, além da relação acima mencionada, estes dois itens são
baseados em performance. A aprendizagem é baseada na teoria de que um
organismo nasce com a capacidade neurológica para adquirir conhecimento. Seja
através de um ambiente estruturado, tais como a escola e trabalho ou tentativa e erro,
e alguns processos cognitivos ocorrem para produzir conhecimento. Estes mesmos
processos tornam-se traços do indivíduo e podem levar a aprendizagem adicional.
Para ele, um fator importante da relação entre aprendizagem e cognição é a
motivação. Quanto maiores os estímulos do ambiente de uma pessoa, maior a ênfase
na aprendizagem de um novo comportamento. (AZEVEDO, 2016)
Para Melo, Silva e Martins, 2020 p.02
Piletti (2013 apud Melo, Silva e Martins, 2020), afirmam que a motivação é
agente indispensável da aprendizagem. É possível existir aprendizagem sem docente,
34
sem estabelecimento de ensino, sem computador, sem livro e sem muitos e diversos
recursos. Mas, se não existir motivação, não existirá aprendizagem, ainda que haja
todos esses recursos adequados.
Assim, com ênfase no contexto educacional, a motivação é analisada como
peça chave para melhoria no processo de ensino-aprendizagem, sendo de suma
importância o interesse e engajamento dos alunos em sala de aula. Tendo em vista
um melhor entendimento do processo de motivação dos alunos e professores,
analisam-se os dois tipos de motivação, que estão presentes nos sujeitos e podem
ser analisadas em sala de aula: a motivação intrínseca e extrínseca. (FROTA; XEREZ;
PARENTE, 2020).
Na motivação intrínseca, Vygotsky (2003 apud Frota, Xerez e Parente, 2020)
menciona que o pensamento propriamente dito é produto da motivação, isto é, dos
nossos desejos, necessidades e interesses. Desta forma, Paiva e Lourenço (2009
apud Frota, Xerez e Parente, 2020) citam que não seria válido estudar as dificuldades
de aprendizagem sem considerar os aspectos afetivos, pois é inevitável fazer uma
análise do contexto emocional, das relações afetivas e da forma como o sujeito se
situa no mundo.
Segundo Frota, Xerez e Parente (2020) a motivação extrínseca está ligada a
fatores externos que atuam no processo de ensino dos alunos. O ministrar através da
recompensa é um fator que está muito presente nas escolas atualmente, pois muitos
professores incentivam os alunos a estudarem para se obter determinado resultado
esperado. Bock (1999, p. 121 apud Frota, Xerez e Parente, 2020) diz que a
preocupação do ensino tem sido a de criar condições tais, que o aluno queira e tenha
vontade de aprender.
Nesse contexto, Alcará e Guimarães (2007 apud Lourenço e Paiva, 2010)
utiliza-se da argumentação em que no contexto educacional a motivação dos alunos
é um importante desafio para os docentes, pois tem implicações diretas na qualidade
do envolvimento do aluno com o processo de ensino e aprendizagem. O aluno
motivado procura novos conhecimentos e oportunidades, evidenciando envolvimento
com o processo de aprendizagem, participa nas tarefas com entusiasmo e revela
disposição para novos desafios. A motivação do aluno é uma variável relevante do
processo ensino/aprendizagem, na medida em que o rendimento escolar não pode
ser explicado unicamente por conceitos como inteligência, contexto familiar e
condição socioeconômica.
35
Embora Thurstone considerasse que estas capacidades eram relacionadas até
certo ponto, ele enfatizava suas diferenças. Os primitivos psicólogos estavam muito
mais interessados em inventar testes que pudessem diferenciar entre estudantes
embotados e rápidos, para que pudessem ser designados para um currículo escolar
apropriado. Por esta razão, as questões teóricas foram facilmente postas de lado. A
inteligência passou a ser definida operacionalmente em termos dos testes destinados
a medi-la. Em outras palavras, o que quer que os testes medissem era chamado de
inteligência. Conceitos práticos como estes dominaram a pesquisa psicológica sobre
a inteligência até bem recentemente, quando os cientistas comportamentais
começaram a reexaminar seus pressupostos. Assim, distingue-se inteligência medida
e inteligência. Por inteligência medida queremos dizer desempenho em uma situação
específica de teste, sempre baseada em realizações: hábitos e habilidades adquiridos.
Em contraste, definimos inteligência como uma capacidade para atividade mental que
não pode ser medida diretamente. Assume-se o ponto de vista de que a inteligência
consiste em muitas capacidades cognitivas separadas, inclusive as envolvidas em
percepção, memória, pensamento e linguagem. Embora até certo ponto todos os
seres humanos possuam estas capacidades, parece haver muita variabilidade na
eficiência de cada processo. Supõe-se que a inteligência se aplica no ajustamento de
cada processo e em todas as esferas da vida. Já que as investigações de inteligência
se amparam fortemente em testes, é crucial compreender como os psicólogos têm
medido as capacidades mentais. (SANTOS, 2017)
12 BIBLIOGRAFIA
BARBOSA, Fernanda Egger. ARTIGO. Psicologia, [S. l.], p. 1-23, 20 jun. 2020.
36
BES, Pablo. ARTIGO. Felicidade e bem-estar na vida profissional, [S. l.], p. 1-17,
15 out. 2020.
CORTINAZ, Tiago. ARTIGO. Desenvolvimento Infantil, [S. l.], p. 1-15, 15 maio 2018.
COSTA, Douglas de Jesus; LIMA, José Leonardo Oliveira. ARTIGO. Estudo das
teorias de Piaget e Vygotsky na Implementação de Tecnologias Educacionais,
[S. l.], p. 1-4, 25 ago. 2018.
GROSSI, Márcia Gorett Ribeiro; LOPES, Aline Moraes; COUTO, Pablo Alves.
ARTIGO. A Neurociência na Formação de Professores: um estudo da realidade
brasileira, [S. l.], p. 1-14, 15 jun. 2014.
37
GUERRA, Leonor Bezerra; LOPES, Mariana Zaramela; PEREIRA, Alexandre Hatem.
6º Encontro de Extensão da UFMG. Neuroeduca - a inserção da neurobiologia na
educação, [S. l.], p. 1-388, 12 dez. 2003.
MELO, Leomir Barros Coutinho de; SILVA, Marinaldo Alves de Souza da; MARTINS,
Jaiurte Gomes. ARTIGO. Motivação para a aprendizagem em crianças escolares:
revisão narrativa, [S. l.], p. 1-07, 18 jun. 2020.
OLIVEIRA, Maria Rafaela de; SILVA, Géssica Cryslânia da; SANTOS, José Deribaldo
Gomes dos. ARTIGO. AS contribuições da teoria piagetiana para o processo de
ensino aprendizagem., [S. l.], p. 1-9, 15 out. 2019.
RENNER, Tanya et al. ARTIGO. Psico, [S. l.], p. 1-09, 13 maio 2012.
38
SIMÕES, Emília Danielle França. ARTIGO. As dificuldades de aprendizagem e a
vulnerabilidade social, [S. l.], p. 1-10, 30 nov. 2019.
SOUSA, Anne Madeliny Oliveira Pereira de; ALVES, Ricardo Rilton Nogueira.
ARTIGO. A neurociência na formação dos educadores e sua contribuição no
processo de aprendizagem, [S. l.], p. 1-10, 18 ago. 2017.
39