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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO JAGUARIBE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


CURSO DE PSICOLOGIA
DISCIPLINA: Psicodiagnóstico
PROFESSOR(A): Acy Mota
ALUNO(A): Ismaelly Kelly de Oliveira
Josneane Wesdey Chaves Câmara
Juliana Farias
Yascara Kelly de Lima Nascimento
Maria Layane Gonçalves de lima
Meire Lanes da Silva

Relatório de entrevista com profissional de psicologia com experiência em


Psicodiagnóstico.

ARACATI-CE
setembro de 2022
1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por finalidade apresentar o desenvolvimento da equipe


de psicodiagnóstico do curso de psicologia da faculdade Uni Jaguaribe. Na entrevista
com a profissional Rebeca Morais que atua como psicóloga clínica, em especial com
psicodiagnóstico, teve como objetivo esclarecer como que de fato é atuação da
mesma no prática.
Sabemos que psicodiagnóstico é um processo científico e uma área exclusiva do
profissional de psicologia, onde visa identificar forças e fraquezas no funcionamento
psicológico, por meios de aplicabilidade de testes. Castro, Campezatto e Saraiva
(2009) diferenciam os termos de “avaliação psicológica” denominando de psicoterapia
onde dentro dessas avaliações poderá realizar ou encaminhar para um profissional
apto para aplicação de testes, o psicodiagnóstico.
Esses profissionais por sua vez utilizam-se de observações, entrevistas, testes
projetivos, testes psicométricos, etc. Todos reconhecidos pela ciência psicológica,
para um diagnóstico.

2- DESENVOLVIMENTO

No dia 19 de Setembro de 2022 realizamos uma entrevista de forma remota pela


plataforma google meet com a psicóloga Rebeca Morais, com intuito de conhecer um
pouco da sua prática nos processos de avaliação psicológica e de psicodiagnóstico,
tendo em vista ser uma área de competência exclusiva do psicologo, de acordo com A
lei federal nº 4,119, de 27 de agosto de 1962, que dispõe sobre a formação em psicologia
e regulamenta a profissão no Brasil, e define que a prática de diagnóstico psicológico,
bem como a realização de um psicodiagnóstico, é atribuição exclusiva do profissional de
psicologia ( Brasil, 1962). Com isso buscamos conhecer um pouco mais dessa atividade.
Inicialmente pedimos que ela falasse um pouco sobre a história dela na psicologia
até sua prática profissional. Ela iniciou na graduação em 2003 se formou em 2008, nesse
período realizou alguns estágios na área organizacional onde teve a oportunidade de
conhecer a aplicabilidade dos testes na prática, e acabou se encantando. No último ano
da faculdade ela conta que realizou um intercâmbio na Espanha onde passou 6 meses,
ao retornar ao Brasil continuou estudando, fez mestrado e ficou fora do mercado durante
dois anos. Logo após concluir o mestrado recebeu uma proposta para atuar como
docente na disciplina de testes psicológicos, onde se aprofundou ainda mais nessa
vertente, em paralelo a isso também iniciou na sua carreira clínica, onde percebeu uma
alta solicitação de psicodiagnósticos mas que não tinha psicólogos atendendo a essas
demandas na clínica onde ela trabalhava, vendo essa lacuna no mercado de trabalho,
buscou atender a essas necessidade. Atualmente trabalha com psicoterapia individual,
de casal, avaliação psicológica e neuropsicológica, atende adultos e adolescentes a partir
de 16 anos para avaliação. Tem como linha teórica a psicanálise.
Segundo Cunha (2007), “ Conhecer as necessidades do mercado e de
desenvolver estratégias de conquista desse mercado, parece se fundamentar na
pressuposição de que o psicólogo, sobrecarregado com suas tarefas, não está
avaliando a adequabilidade de seus dados em relação ao público usuário” (p.25).
Diante das observações da autora, foi possível compreender a colocação da
Rebeca, quando enfatiza a escassez de psicólogos que atuam na avaliação
psicodiagnóstica, dando ênfase a sua atuação em uma área da psicologia onde
existe uma demanda significativa para a população quanto aos diagnósticos
psicopatológicos.

Dentro da sua prática profissional ela tem percebido que as pessoas estão
começando a entender que nem tudo que elas sentem ou pensam está dentro de um
padrão de normalidade. Hoje se busca cada vez mais pelo diagnóstico porque sabe-se
que é a partir disso que se consegue pensar no tratamento mais adequado, além de
muitas pessoas terem a necessidade de entender porque são ou agem de determinada
forma, ou seja, saber qual o diagnóstico. Ela também pontua sobre o tabu, críticas e
questionamentos que existiam principalmente na época de sua formação em relação aos
psicodiagnósticos, mas ela enfatiza que identificar possíveis transtornos no paciente é
de suma importância, pois é algo que impacta completamente na dinâmica do tratamento,
ou seja, o psicodiagnóstico não é para estigmatizar e rotular o paciente, é pra nortear o
profissional a buscar o melhor tratamento para que o paciente tenha melhores condições
de vida. Ela ainda fala da importância de nos aprofundarmos em psicopatologia,
desenvolvimento humano e diz que o DSM é um guia importantíssimo para nossa prática.
Sobre os benefícios e dificuldades no processo de psicodiagnóstico ela pontuou
que é um processo estruturado que tem começo meio e fim, então se o psicólogo entende
qual a lógica do processo não existe muita dificuldade de implementar isso na prática
clínica, mas é importante salientar que por mais que seja um processo estruturado é
necessário montar uma entrevista, pensar quais são as melhores fontes de coleta de
dados, levar em consideração que o número de sessões são limitadas, identificar qual a
melhor bateria de testes para aplicar e que vai dar os dados importantes desse paciente,
então o raciocínio clínico é uma das dificuldades, mas estudando e se aprofundando é
super possível de desenvolver. Outra dificuldade é sobre a ansiedade e o imediatismo
dos pacientes que querem o resultado do diagnóstico em uma sessão, o que não é
possível. Também vale apontar a questão do investimento financeiro que pra muitos é
uma dificuldade. Sobre questões de valores, ela afirma que na avaliação se cobra um
valor maior que o da psicoterapia, devido ao custo dos testes, seu trabalho nos bastidores
para correção e elaboração de laudo.
Perguntamos como acontece o processo de psicodiagnóstico na prática, e ela
explicou que se inicia com entrevistas iniciais e acordo de trabalho. Nas sessões
seguintes inicia a entrevista clínica, a fim de conhecer a história de vida do paciente, onde
se investiga a infância, adolescência, vida adulta, sexual, familiar, social entre outras, é
uma entrevista bem extensa. É a partir dessas entrevistas que vai sendo elaborada suas
hipóteses diagnósticas.
De acordo com Cunha (2007), podemos definir o psicodiagnostico como um
processo científico, limitado no tempo, que utiliza tecnicas e testes psicológicos,
em nivel individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos
teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e
prever seu curso possível, comunicando os resultados, na base dos quais ão
propostas soluções, se for o caso.

Nesse contexto é importante enfatizar que não podemos identificar transtornos


somente por sintomas isolados, mas sim conhecer a história de vida, realizar avaliações,
aplicar testes, para a partir disso chegar num psicodiagnóstico, e logo após a conclusão
do laudo é importante dar a devolutiva ao paciente, explicando e orientando sobre os
próximos passos do tratamento.
Ainda sobre as ferramentas usadas para o psicodiagnóstico ela afirma que a
alguns roteiros de modelos para se utilizar em uma entrevista, a depender do perfil de
cada um, se é criança, adolescente, adulto, idoso, qual a escolaridade dessa pessoa, é
igualmente para escolha de qual teste utilizar, vai depender para qual interesse. Mas
enfatizou que a entrevista, que muitas vezes é o mais demorado, inclusive podendo levar
até 3 sessões, é uma das partes mais importantes para depois juntamente com o teste
concluído, anexar todas as informações e chegar a conclusão do psicodiagnóstico. Citou
ainda que as escalas de Wechsler, WISC, WAIS e palográfico, são as mais utilizadas em
sua prática.
Para finalizar ela falou da importância de buscarmos conhecimento e nos
aprofundarmos, caso seja a nossa área de interesse, pois a graduação nos dar a base,
mas não o suficiente para nos sentir realmente preparados para implementar na nossa
prática.
Gostaríamos de salientar que a psicóloga Rebeca, foi muito atenciosa conosco e
respondeu todos nosso questionamentos com muita clareza e aptidão, nos deixando por
vários momentos muito empolgadas com essa parte da psicologia clínica, foi uma
entrevista rica em detalhes e recomendações.

3- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ressaltamos além das considerações dos autores aqui citados, as colocações da


psicóloga entrevistada, sobre a importância e o processo do psicodiagnóstico, tendo em
vista do mesmo ser uma atividade profissional do (a) psicólogo (a), essencialmente com
formação na graduação, porém, de grande relevância em um estudo contínuo sobre
psicopatologia, para um melhor conhecimento enriquecedor de suas competências.
Assim, foi possível entender melhor, através da prática da profissional o processo
do psicodiagnóstico em paralelo com a psicoterapia, tendo consciência da necessidade
de profissionais clínicos aptos a realizarem o específico processo em decorrência da
demanda dos indivíduos na busca do diagnóstico para uma melhor compreensão do que
lhes afetam.
De fato, foi possível através deste, termos um conhecimento mais abrangente
sobre as técnicas, as dificuldades, as práticas, a devolutiva e principalmente o diferencial
para o profissional da psicologia em relação ao processo do psicodiagnóstico, visando os
preceitos éticos da profissão para uma ampla e vasta atuação no mercado de trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

CUNHA, Jurema Alcides. PSICODIAGNÓSTICO V – 5º Edição revisada e ampliada.


Porto Alegre – 2007.

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