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SERVIÇO DE PSICOLOGIA APLICADA

CLÍNICA ESCOLA - CAMPUS SANTA CRUZ

ALINE SANTOS DA CRUZ SILVA – MATRÍCULA: 201502714825

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO ESPECÍFICO


TERAPIA HUMANISTA EXISTENCIAL

Atendimento no SPA (Serviço de


Psicologia Aplicada)
Supervisora: Professora Kelly
Conceição Cardoso – CRP 05/47620

JUNHO/2023.
1. INTRODUÇÃO

1.1 Do Estágio:
O curso de Psicologia da Estácio oferece os Estágios Supervisionados
conforme Resolução do CNE/CES nº 008 de 07 de maio de 2004, que institui as
Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Psicologia. Do
ponto de vista acadêmico, o Estágio Curricular Supervisionado é uma atividade prática
realizada pelo aluno, no decorrer do Curso, com a supervisão de um professor
designado para essa atividade. São atividades obrigatórias do curso para consolidar
as competências estabelecidas, permitindo assim que os conhecimentos, habilidades
e atitudes se concretizem em ações, voltados às dimensões do ser, do saber, do saber
fazer e do conviver.
A Coordenação de Estágio e a Supervisão técnica das atividades são
realizadas por professores da graduação, designados pela Coordenação do Curso de
Psicologia. Os Estágios Curriculares se estruturam em dois níveis: Básico e
Específico. O Estágio Curricular Supervisionado Básico é subdividido em Estágio
Básico I e Estágio Básico II. Os Estágios Específicos são ofertados por ênfases, de
acordo com o Projeto Pedagógico do Curso. O aluno deverá cursar todos os estágios
do nível Básico e escolher quatro estágios da sua ênfase entre as opções abaixo:
I. Estágio Específico com ênfase em Psicologia e Processos Clínicos A, B,
CeD
II. Estágio Específico com ênfase em Psicologia e Processos de Prevenção
e Promoção da Saúde A, B, C e D.
A organização dos Estágios Básicos e Específicos é norteada pelas diretrizes
gerais da Estácio e pelo Projeto Pedagógico do Curso, obedecendo à legislação e às
diretrizes vigentes do MEC:
I. Os Estágios Básicos e Específicos não geram vínculo empregatício de
qualquer natureza com a instituição conveniada, mesmo que o
acadêmico venha a receber bolsa ou ajuda de custo proveniente da
instituição;
II. Os Estágios Básicos e Específicos poderão ser individuais ou em grupo,
tanto na parte prática como na supervisão. A avaliação do professor
deve ser individual.
III. Com relação ao cumprimento de créditos e aprovação da matrícula nos
estágios, deverá respeitar os requisitos abaixo:
• Estágios Básicos I e II: os alunos deverão ter cumprido, no mínimo, uma
carga horária de 1800 horas. Espera-se assim promover conhecimentos
teóricos fundamentais para cursar o referido estágio.
• Os planos de ensino dos Estágios Básicos e Específicos compreendem
a explicitação das ementas, objetivos, programas, metodologias de
ensino e de trabalho dos estagiários, cargas horárias, formas de
acompanhamentos e avaliações;
• O regime didático dos estagiários compreende, de forma geral:
• Supervisão do Estágio com o orientador da área;
• Atividade de cunho prático;
• Elaboração de relatórios como um dos instrumentos de avaliação de
conclusão da disciplina.

1.2 Do tipo de Estágio
O Estágio escolhido foi o Estágio Supervisionado Específico – Terapia
Humanista Existencial.

1.3 Do atendimento
A paciente foi encaminhada através de uma parceria. Os atendimentos foram
realizados uma vez por semana na sexta feira das 15:00 as 16:00 horas.

1.4 Da Supervisão
A supervisão acadêmica objetiva acompanhar, assessorar e orientar os alunos
quanto ao cumprimento das tarefas e exigências teóricas e práticas dos estágios
supervisionados. O supervisor é responsável pela avaliação e aprovação do aluno,
levando em consideração os critérios previstos no plano de ensino, pautadas no
Código de Ética e zelando, sempre, pelo bom nome do Curso de Psicologia e da
Estácio.
A supervisão deste estágio foi realizada pela professora Kelly Conceição
Cardoso, toda sexta-feira das 10:40 às 13:00 horas, de forma presencial na
Universidade Estácio de Sá unidade Santa Cruz. E contou com a orientação do
atendimento e a indicação leitura do Código de Ética do profissional de Psicologia e
de textos da obra de Carl Roger “Manual de Counselling”.

2. O Código de Ética Profissional do Psicólogo


O Código de Ética Profissional do Psicólogo, ao estabelecer padrões esperados
quanto às práticas referendadas pela respectiva categoria profissional e pela
sociedade, procura fomentar a autorreflexão exigida de cada indivíduo acerca da sua
práxis, de modo a responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas
consequências no exercício profissional. A missão primordial de um código de ética
profissional não é de nor- matizar a natureza técnica do trabalho, e, sim a de
assegurar, dentro de valores relevantes para a sociedade e para as práticas
desenvolvidas, um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento social daquela
categoria. Códigos de Ética expressam sempre uma concepção de homem e de
sociedade que determina a direção das relações entre os indivíduos. Traduzem-se em
princípios e normas que devem se pautar pelo respeito ao sujeito humano e seus
direitos fundamentais. Por constituir a expressão de valores universais, tais como os
constantes na Declaração Universal dos Direitos Humanos; socioculturais, que
refletem a realidade do país; e de valores que estruturam uma profissão, um código
de ética não pode ser visto como um conjunto fixo de nor- mas e imutável no tempo.
As sociedades mudam, as profissões transformam-se e isso exige, também, uma
reflexão contínua sobre o próprio código de ética que nos orienta.
No entanto, em relação à clínica, o código de ética preconiza que o psicólogo
deve garantir a privacidade do conteúdo do que é relatado na consulta pelo paciente,
baseando o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da
igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, não emitindo nenhum tipo de juízo de
valor moral, porém trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das
pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Com
responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política,
econômica, social e cultural. Atuará com responsabilidade, por meio do contínuo
aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como
campo científico de conhecimento e de prática. O psicólogo contribuirá para promover
a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da
ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão.

3. As Atividades desenvolvidas:
Do atendimento a paciente Camila Silva da Costa:
18/05/2023
Na primeira sessão a paciente chegou 30 minutos antes do horário, bem-
vestida, porém de chinelos e aparentemente má higiene bucal, cabelos presos e
unhas mal cuidadas. Chegou ao SPA levada pela mãe que alegou um surto e
internação na ala psiquiátrica do Hospital Pedro ll.
A mão pergunta se pode acompanhar a sessão, não se aborrece com a minha
negativa. Ao adentrar na sala peço que se sente e me apresento, já explicando como
funciona a terapia e sobre o sigilo profissional, alegando que ali é um local neutro,
próprio para que ela não se sinta julgada, mas acolhida em suas necessidades
psicológicas. Ela sorri.
Dou início à entrevista, perguntando se ela estava ali porque sua mãe à levou,
se sabia o que fazia ali e se era da sua vontade fazer acompanhamento psicológico,
então percebo-a um pouco letárgica, de fala lenta e poucas palavras. Apenas expõe
que precisa de terapia porque “melhora a cabeça” e que ela passa mal quando a
“diabetes sobe”, que não sabe o que acontece porque acorda no hospital e não é
relatado à ela sobre os momentos e atos que antecederam sua hospitalização.
Quando questionada sobre a família, diz que mora com a mãe e o padrasto, que ele
a deixa com raiva por ele monopolizar a tv até tarde e que aos queixar-se com a mãe
“vira uma confusão danada”. E questionada sobre as coisas que a deixavam triste ou
aborrecida, ela de forma breve e com sorriso no rosto responde: - Nada. Resolvi então
perguntar sobre o que a deixa feliz e prontamente diz: - Ir na rua e ficar na praça com
minhas amigas, mas minha mãe não deixa, então eu fujo. E novamente sorri, de forma
espontânea, sem sentir culpa ou peso sobre a desobediência. Pedi então que em casa
ela fizesse uma lista das coisas que a deixavam com sentimentos de felicidade e de
tristeza.

22/05/2023
Na segunda sessão a paciente já chegou com sorriso, bem limpa, inclusive as
unhas e os dentes. E ao entrar na sala, puxa prontamente um caderno e me mostra
as coisas que escreveu dizendo: - Fiz a tarefa de casa. Comecei perguntando se ela
havia pensado um pouco sobre as palavras escritas e ela balança a cabeça que sim,
ao ver o caderno vejo as palavras de felicidade: ir na casa da tia, pizza, ir na praça,
comer e nenhuma de tristeza. Percebi ali a dificuldade em expressar palavras e ações
mais maduras que corroborassem com sua idade de 22 anos. Pouco falamos, e ela
ficava fixada olhando para mim, sorridente em todo o tempo, sem desenvolver
qualquer narrativa que demonstrasse momentos de tristeza e me respondia que nada
na vida dela a deixava triste, sempre monossilábica. A única vez que falou
espontaneamente foi quando ouviu a voz de sua mãe na recepção e disparou: - Minha
mãe já está falando de mim. Daqui dá pra ouvir a voz dela. E ficou inquieta depois
disto. E perguntada sobre a relação dela com a mãe, ela respondeu: - normal. Decidi
direcionar mais especificamente, perguntando como era do dia dela e o que fazia, e
ela discorre rapidamente que acorda, toma café, almoça, lancha e janta. E que fica no
quarto mexendo no telefone. Questionada sobre o que mexia no telefone, ela relata
que conversa com um rapaz, que o está conhecendo, mas que ele ainda não foi na
casa dela mas que eles já se encontraram e pela primeira vez ela foi um pouco mais
específica. Então continua e diz que já foi casada (morou junto), e que o casamento
acabou porque toda vez que ela passava mal, ele ligava para a mãe dela. Ela o deixou
alegando que ele não sabia cuidar dela quando passava mal da diabetes. E diz que
descobriu que tinha diabetes já “grande”, que este casamento ocorreu quando ela
tinha 16 ou 17 anos. Que precisa de insulina 2x ao dia injetável, mas que a glicemia
sempre está fora de controle. Que faz dieta, mas as vezes come coisas que não pode
e por isso a mãe não a deixa sair. Combinamos de que ela tentaria fazer dieta durante
a semana e que anotaria a glicemia todos os dias para acompanhar a melhora, pois
ela não passaria mal se controlasse. (ficar desorientada)

29/05/2023
A paciente chegou e mostrou as anotações, é característico o sorriso sempre
no rosto, e dando seguimento, perguntei se ela compreende o que acontece se a
glicose dela sobe, ela diz que não.
Levei o baralho da autoeficácia e não surtiu muitos efeitos, pois ela sempre
respondia positivamente á tudo, demonstrando imaturidade para a idade de 22 anos,
se identificando apenas com a carta, “cuido da minha saúde”, respondendo que mais
ou menos. Perguntada sobre se havia algo que ela gostaria de falar da semana, ela
disse que gosta de ir à casa da tia e que comeu 1 dúzia de bananas com o tio. Que a
tia faz comida gostosa. E que marcou de ir ao cinema com o rapaz que conheceu pela
internet, que ele foi a casa dela e que estava tudo bem, que a mão e o padrasto
gostavam dele. Terminada a sessão ela estava bem tranquila.

05/06/2023
A paciente chegou no horário, comendo um biscoito torcida, perguntei se ela
podia comer, ela respondeu que não era doce, então a expliquei que carboidrato vira
açúcar após ser ingerido, que o biscoito faria a glicose dela subir, ela riu e disse que
sempre comeu, que ia parar de comer. Falou que quando saísse dali iria pra casa do
namorado. Não relatou muita coisa, apenas que o namorado tinha uma filha, mas não
sabia a idade, que ficava com ela no celular na casa dele, que ele trabalhava em um
hortifruti e que trazia frutas para ela todos os dias. Falou coisas que já havia falado,
sobre querer ir para a casa da tia. E ao final pedi que fizesse uma redação de como
estava a vida dela.

12/06/2023
A mãe da paciente me ligou e disse que Camila tinha médico e que naõ
conseguiria chegar à tempo, pois estava no Grafeé Guinle.

18/06/2023
A mãe da paciente me ligou, relatou que Camila estava rebelde, não queria
mais tomar banho, escovar os dentes e não havia feito a tarefa solicitada. Que estava
agressiva. Que o rapaz terminou o namoro. Disse que conversaria com ela
pessoalmente após conversar com a coordenação para uma devolutiva, pois as
sessões estariam se encerrando por causa das férias, e que retornaria no próximo
semestre.

Dia 19/06/2023 a mãe me ligou novamente e chorosa disse que “a Camila está
impossível”, “que não aguenta mais”, “que tem medo de ela fugir” “que está agitada”,
insistiu para que eu a atendesse e informei que não poderia. Então ela discorreu sobre
a Camila ser normal e que ficou assim depois que ela teve uma hiperglicemia (800
mg/dl), ter adentrado na Cemeru dizendo precisar de atendimento e que ela era da
marinha, que após negativa, ela mesma ligou para a SAMU, que a atendeu e
identificando a desorientação a levou para o hospital Pedro ll, onde ficou internada na
ala psiquiátrica, tendo alta dias depois. E mesmo informada pelo médico psiquiátrico
que o problema dela não era neurológico, apenas controle da glicemia, prescreveu
Depakene, Haloperidol e Prometazina. Cujo os quais são ingeridos pela Camila de
forma inconsciente macerados em sua alimentação. Que não foi a outro psiquiatra,
mas que tem nutricionista marcado para o dia 02/06 no Graféé.

Em supervisão no dia 05/06/2023, a coordenadora/supervisora do estágio


Kelly, pediu cuidado para fazer o acolhimento, visto meus relatos de visível dano
cerebral por causa da hiperglicemia. Solicitou que fosse visto por mim uma forma de
ela ser acolhida pela nutrição na Estácio e conversar com a mãe sobre seu problema,
porém só após a mãe relatar que tipo de tratamento Camila faz no Graféé, se tem
exames, laudos ou relatórios do seu estado. E repassar para a supervisão. Não houve
tempo hábil para tal feito, mas a mãe foi orientada a aguardar o retorno e procurar a
clínica da família para inserir a necessidade de uma consulta neurológica ou
psiquiátrica no SISREG, para diagnóstico e tratamento efetivo.

Do atendimento a paciente Claudia Mônica Gonçalves Bezerra:

18/05/2023
Na primeira sessão a paciente chegou no horário, mal vestida, porém
visivelmente higienizada, com unhas feitas e cabelos soltos. Chegou ao SPA por
meios próprios, alegando tristeza, ansiedade e falta de desejo sexual. Me apresento,
explico o que é, e como funciona a terapia. Exponho sobre o sigilo profissional,
alegando que ali é um local neutro, próprio para que ela não se sinta julgada, mas
acolhida em suas necessidades psicológicas. Dito isto, pedi que ela me dissesse
quem é Claudia? Inicialmente chorando, a paciente discorreu brevemente sobre se
relacionar 14 anos com o pastor da igreja que frequentava, que o mesmo era casado,
e que a situação foi exposta há 7 anos. Já verbalizando sem chorar, diz que tempos
depois ele deixou a esposa e foi viver com ela. Que a situação financeira dele era boa,
que saíam para a passear e que a vida sexual dela era ativa e agradável, “que era
uma leoa na cama”, e que eles eram muito felizes. Que após a separação, houve
divisão de bens e que não existe mais a segurança financeira. Que ele anteriormente
dava presentes e lhe deu uma casinha, que esta casa está vazia, é em um local que
quando chove enche, que a casa precisa de reforma, que ela não trabalha para investir
na casa e a mesma está inabitável. Que a casa que morava antes, ao lado da mãe,
seu filho do casamento anterior está reformando para morar. Que ela se sente triste e
quer recuperar a autoestima, que o primeiro passo foi entrar para a academia e o
segundo foi procurar terapia. Acolhi, disse-lhe que estava ali para ajudar e ela me
pediu um abraço ao final da sessão.

22/05/2023
Na segunda sessão a paciente chegou no horário, e ao ao entrar na sala,
sentou e disse que estava se sentindo bem, que passou a semana bem. Que nossa
conversa a fez enxergar que ela precisa buscar e ter ações que aumente seus
momentos de satisfação e felicidade. E buscou fazer alguns afazeres e passou a ir
mais vezes na academia pela manhã. Porém quase não tem diálogo com o
companheiro, pois está com raiva e mágoa. E discorreu sobre os passeios que faziam
antes, quando ainda se encontravam escondido. Que sente falta de sair, de passear,
de diversão e que a convivência era fulgáz, fora os presentes que sempre ganhava, e
hoje ele não faz, pois o dinheiro que ele tinha guardado está acabando, e que nem o
carro ele consegue consertar para a levar pra sair, visto que, hoje ela tem problema
no joelho e não consegue andar (relatou isto quando questionada sobre não fazer os
passeios de transporte público). Disse que tem relações sexuais pelo menos 1x por
semana e antes era dia sim e dia não. Que não tem desejo sexual por ele, mas gosta
de fazer sexo, e que só se sente à vontade quando a relação acontece o ato em si.
Nos despedimos com um abraço e ele relata que me pede o abraço, pois se sente
bem para voltar pra casa.

29/05/2023
A paciente chegou e com o baralho da eficácia fiz uma dinâmica com ela.
Reagiu com cautela e pessimismo diante das afirmativas. Revelou medo e
insegurança em trabalhar como técnica de enfermagem, curso que fez durante a
pandemia. Acredita que não saberá lidar com as situações práticas da profissão e
alega o joelho “doente” como impedimento. A dinâmica foi bem produtiva em seu olhar
de si mesmo, onde questionada, afirmava não saber muito de si mesmo ou de ter
dúvidas sobre a vida financeira e o relacionamento, pois as duas palavras se
encontram na mesma resposta figurativa sobre o que seria a sua segurança financeira
e segurança pessoal. Perguntada sobre haver algo que ela gostaria de relatar, ela fala
que a dinâmica acendeu uma luzinha na sua cabeça, e que ela iria racionalizar as
informações.

05/06/2023
A paciente chegou no horário e relatou também estar fazendo
acompanhamento com a nutricionista na instituição. Relatou sobre sua rotina, a horta
que tem em casa que o companheiro cuida, que ela faz a comida e ele fica no quintal.
Que fez uma limpeza do lado de fora, perto da cozinha e ficou admirando o feito por
dias com satisfação. Me perguntou se o abuso que sofreu, tem alguma coisa a ver
com sua situação, respondi que nossos encontros estavam no início e que nossas
sessões ainda não estavam direcionadas à este tema, mas que ela poderia conversar
sobre suas experiências caso sentisse vontade, mas estava no final da sessão e não
falamos sobre tais fatos.

12/06/2023
A paciente esteve no SPA, não havia visualizado a mensagem, sobre não ter
atendimento. Ela está com telefone ruim.

18/06/2023
A paciente esteve no SPA novamente, e foi lhe informado que estávamos de
férias, relatou que está com telefone ruim ainda e deixou o telefone do companheiro.

Do atendimento a paciente Aline Cavour Santos da Silva:


18/05/2023
Na primeira sessão a paciente chegou no horário, bem vestida, limpa, cabelos
penteados, com unhas feitas e cabelos soltos. Chegou ao SPA por meios próprios,
alegando ter crises de ansiedade. Me apresentei, expliquei o que é, e como funciona
a terapia. Exponho sobre o sigilo profissional, alegando que ali é um local neutro,
próprio para que ela não se sinta julgada, mas acolhida em suas necessidades
psicológicas. Dito isto, pedi que ela me dissesse quem é Aline?
A paciente deu início ao relado dizendo que era uma pessoa com muitos
traumas e que tinha crises de ansiedade, insônia, mas que já tinha ido à um psicólogo
que deu este diagnóstico e lhe ensinou fazer a respiração para se acalmar, interrompi
e perguntei por quanto tempo ela fez terapia, ela responde que foi apenas uma sessão
e segue seu relato, e ao iniciar sobre o motivo de suas “crises”, relata ter uma mãe
alcoólatra, sem tratamento e agressiva, que a mesma a acordou com agressões
injustas por várias vezes pela madrugada quando chegava alcoolizada. Que sua
infância foi de medo e angústia, que seus pais separaram e quando adolescente pediu
para morar com o pai, pois as brigas que antes eram com o pai, agora eram com o
padrasto, que todas as festas que tinha em casa acabava em confusão e ela sendo
agredida pela mãe, salvo quando ela saía para a rua, ou para a casa do pai, para fugir
da situação em si. Que voltou para a casa da mãe, por insistência dela, e que naõ
conseguiu dormir a noite, com medo de apanhar. Nos dias de hoje o pai a ajudou
comprar um apartamento, onde mora sozinha. Mas ainda sente os tremores, agonia,
medo, insônia, falta de ar, sensação que vai morrer. Isto também se dá quando está
em alguma festa, quando alguém fala mais alto, quando um objeto cai no chão
fazendo barulho. A paciente relata interruptamente, que é necessário interrompê-la,
pois o tempo já estava ultrapassando. Delicadamente pedi licença e a acolhi
perguntando se podia lhe dar um abraço, ao se acalmar, pois chorou copiosamente,
disse-lhe que o tempo havia terminado e que poderíamos dar continuidade na próxima
semana.

22/05/2023
Na segunda sessão a paciente chegou atrasada 30 minutos, se desculpou e
justifica a demora ao transporte. Sorrindo entra na sala e ao sentar respira fundo e me
olha, pergunto se ela está bem e como foi o dia e a semana após a primeira sessão,
e ela discorre sobre a sensação boa e tranquilidade com que passou a semana, que
estava leve, que não teve “crise”. Incluiu uma pessoa em nosso diálogo. Que tem um
relacionamento com uma pessoa que é casada, esta pessoa separou ficou com ela,
mas um mês depois terminou por mensagem no whatsapp e no outro dia apareceu no
local onde ela estava com uma pessoa que estava grávida dele. Que ele foi morar
com esta pessoa. Que ela sempre cede aos seus pedidos, inclusive financeiros. Que
esteve na festa de aniversário da mãe dele, onde os dois e a ex estava, e ela descobriu
que havia uma terceira mulher no local que também se relacionava com ele. Ela relata
que bloqueou e desbloqueou o contado dele repetidas vezes, que ainda conversam e
que ela ainda o ajuda conversando sobre a situação que ele se encontra. Que é
doloroso, que ela quer seguir em frente, mas ainda não consegue.

29/05/2023
A paciente chegou atrasada 10 minutos e fiz com ela a dinâmica do baralho da
eficácia. Foi percebido a baixa auto estima e a angustia em grande parte das
afirmativas, porém bem conscientes. Ela se sente subjugada e não merecedora das
coisas boas. Voltou no assunto da mãe, relatando que a mãe fala que ela (Aline) não
gosta dela. E que o rapaz do relacionamento se separou da menina que estava
gravida dela, e ela conseguiu não se envolver e não cedeu o pedido de retorno. Não
dormiu bem a semana, chorou, mas se sentiu vitoriosa.

05/06/2023
A paciente chegou em cima do horário e mais feliz, relatou que está
conversando com o ex, mas não reatou o relacionamento, que conversa sobre coisas
triviais. Que a mãe faz chantagem emocional para ela fazer favores, que sua irmã de
12 anos ligou de madrugada pois a mãe estava brigando com o marido e estava
alcoolizada e que ela se viu na situação, mas conseguiu acolher a irmã dizendo para
ela não interferir e trancar a porta do quarto. Ficou ansiosa e não conseguiu dormir.
Relatou também que ainda não entrou na academia, que gosta de fazer teatro, que
quer fazer faculdade, mas quer fazer estas coisas como rotina. Ao explicar o final dos
atendimentos, ela disse que as sessões tem a ajudado muito e que gostaria de
continuar no próximo semestre. Fez projeções futuras com empatia para si mesma e
se despediu.

12/06/2023
Não houve atendimento.

4. Análise
Analisando a sessão da paciente Camila, tive a impressão que se trata de uma
pessoa com problemas que possivelmente seja danos cerebrais causados por vários
episódios de hiperglicemia, na realidade a mãe quando a trouxe não tinha noção de
que o problema era este, mas que um psicólogo resolveria. Existe um déficit
neurológico que a paciente não tem ciência e é necessário investigar com a mãe que
tipo de tratamentos e o porquê dos medicamentos. A incapacidade de verbalizar e
interagir foi prejudicada, deve-se colher informações para fazer uma terapia de acordo
com as novas e limitadas habilidades existentes.
As sessões da Claudia, foi notado o inconformismo com a nova relação
financeira do companheiro, somatizado ao problema do joelho, se faz necessário
investigar os abusos sofridos, pode ser existente um vínculo financeiro ao sexo ou ao
prazer, mas não foi relatado de como se deram estes abusos. Existe uma forte
intenção de melhorar a auto estima.
As sessões da Aline foram promissoras no que tange auto controle e
consciência dos seus atos, porém ainda há de se trabalhar os artifícios de fuga
utilizados diante das repetidas situações em que ela relata preferir se afastar,
principalmente da mãe, quando diz não ser amada por ela ou fazer chantagem
emocional e o sofrimento causado por esta fala, porém ela tem medo de conversar
com a mãe ou que não está preparada, sendo necessário fortalecer a auto estima e
trabalhar a raiva ocultada pela aparência e postura controlada. E sobre o
relacionamento, é necessário também fortalecer a auto estima e a autoeficácia, para
o enfrentamento.

5. Autoavaliação
Creio que os conhecimentos adquiridos com esta vivência do estágio
amadureceram o contexto psicológico. Inerente à isto, as supervisões
complementaram os saberes e foram muito benéficas, a troca de informações em sala
adicionaram novas visões e enriqueceram fortemente os atendimentos. Absorvemos
através das dúvidas relacionadas aos casos relatados e acredito que cheguei ao
objetivo maior do estágio que é vislumbrar a utilização da teoria com a prática e
compreender melhor o comportamento humano.

6. Avaliação do Estágio
Percebi e pude contemplar uma teoria de fato humana e acolhedora, diferente
e apaixonante. Academicamente falando, o estágio foi claro e objetivo. Obtive grandes
feitos devido ao suporte da supervisão, estrutura física e acolhimento da Rosangela
no SPA, o que permitiu a leveza de produzir conteúdos inestimáveis para a vida. Avalio
como eficaz.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ROGER, C. R.; Manual de Counselling, Rio de Janeiro, Encontro, 2000.

AMATUZZI, Mauro Martins; Rogers: ética humanista e psicoterapia / Mauro Martins


Amatuzzi. - 2ª ed – Campinas, SP: Editora Alínea, 2012.
8. PARECER DO SUPERVISOR SOBRE O RELATÓRIO
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Kelly Conceição Cardoso
Supervisora do Estágio

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