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FACULDADE ESTÁCIO DO AMAZONAS

CURSO DE PSICOLOGIA

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO I EM PSICOLOGIA

Manaus-AM

2023/2
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Ingrid Cristine Dias Queiroga Oliveira

RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO BÁSICO I EM PSICOLOGIA

Relatório de Estágio Supervisionado


Básico I em Psicologia, apresentado
ao Curso de Psicologia da Faculdade
Estácio do Amazonas – 3° semestre,
como requisito para obtenção de nota
final da disciplina de Estágio.
Orientadora Acadêmica: Profa. MSc.
Fabiane Amaral de Albuquerque Silva.

Manaus-AM

2023/2
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4
2. MISSÃO DA CLÍNICA ESCOLA DE PSICOLOGIA 5
3. VISÃO DA CLÍNICA ESCOLA DE PSICOLOGIA 5
4. VALORES DA CLÍNICA ESCOLA DE PSICOLOGIA 5
5. OBJETIVO DO ESTÁGIO 6
5.1GERAL 6
5.2ESPECÍFICO 6
6. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO 7
8. REFERENCIAL TEÓRICO 11
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 11
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19
11. ANEXOS 12
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1. INTRODUÇÃO

A aprendizagem adquirida na graduação é sem dúvida base para a


formação profissional do aluno. Entretanto, a inserção do estagiário no campo
de atuação é fundamental para uma maior abrangência dos conhecimentos
advindos deste processo. Como disciplina e pré-requisito para formação do
Psicólogo, o estágio básico I, visa conectar os conhecimentos adquiridos
durante a realização do curso com a prática profissional.

O presente trabalho parte da experiência de estágio na clínica escola


Estácio, apresentando as vivências do estagiário no contexto da clínica e
ressaltando ainda a importância da atuação do Psicólogo nesse contexto. O
presente trabalho tem como objetivo possibilitar a reflexão sobre a atividade de
estágio, sendo um exercício de estudo, fixação e elaboração da experiência
vivida, favorecendo o aprendizado do exercício da profissão de psicólogo
através de leituras, visitas técnicas e discussões em sala de aula. O registro da
experiência possibilita o distanciamento do campo e da prática, favorecendo a
análise crítica das atividades realizadas.

Ao compartilhar com a comunidade acadêmica as situações,


dificuldades e conquistas do estágio, é possível reconhecer os erros, confirmar
os acertos e começar a desenvolver as competências necessárias à profissão
do psicólogo em parceria com os colegas de sala, professores e profissionais
da área. Além disso, são aperfeiçoadas algumas das habilidades fundamentais
para o futuro exercício profissional, entre as quais se destacam a capacidade
de raciocínio e argumentação, a utilização da linguagem técnica e científica.
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2. MISSÃO DA CLÍNICA ESCOLA DE PSICOLOGIA

Atender e acompanhar, gratuitamente, pessoas da comunidade interna e


externa da instituição, funcionando como um elemento importante para o curso,
mas também trazendo benefícios para a instituição e prestando um serviço
essencial para quem está envolvido com ele.

3. VISÃO DA CLÍNICA ESCOLA DE PSICOLOGIA

Visa oferece aos discentes uma preparação completa e profunda para o


mercado de trabalho, oportunizando aos graduandos o espaço ideal para o seu
desenvolvimento profissional

4. VALORES DA CLÍNICA ESCOLA DE PSICOLOGIA

● Foco no Aluno: o aluno é nossa razão de ser.

● Gente e Meritocracia: valorizamos e reconhecemos o mérito do maior


ativo que possuímos.

● Excelência: perseguimos a excelência na prestação de serviços dentro e


fora da sala de aula.

● Hospitalidade: tratamos as pessoas como gostamos de ser tratados.

● Simplicidade: devemos ser simples para sermos ágeis e austeros.

● Inovação: devemos criar e ousar sempre.

● Resultado: perseguimos resultados extraordinários com paixão e


método, agindo sempre como “donos”.

● Ética: não toleramos desvio de conduta.


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5. OBJETIVO DO ESTÁGIO

5.1 GERAL

● Propiciar oportunidade de reflexão crítica da realidade e de efetiva

relação entre a teoria aprendida e a prática vivenciada da Psicologia e,


com isso, aprimorar a formação acadêmica, adequando-a ao perfil
desejado dos egressos.

5.2 ESPECÍFICO

● Desenvolver as seguintes habilidades e competências:

o Trazer a prática e o desenvolvimento de competências


profissionais para momentos tempranos do curso, sinalizando a
importância de que prática e teoria não sejam vistas como
momentos estanques nem separados na estrutura curricular
o Formular questões investigativas pertinentes ao campo da
psicologia;
o Realizar pesquisa bibliográfica e documental, eletrônica e
impressa;
o Escolher e utilizar instrumentos e procedimentos de coleta de
dados, como protocolos de observação, técnicas de entrevistas,
inventários e questionários, testes, entre outros;
o Realizar observação em contextos diversos;
o Realizar diagnósticos de problemas de ordem cognitiva,
comportamental e afetiva, a partir de diferentes contextos;
o Realizar leituras de problemáticas diversas (psicológicas e
psicossociais), nos contextos individual, grupal, organizacional e
comunitário, além de uma leitura crítica das diferentes
concepções de saúde embutidas nas ações nas quais o psicólogo
estiver atuando.
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6. CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO

A Faculdade Estácio do Amazonas conta com 43 salas de aula


distribuídas nos prédios intitulados “Bloco B”, “Bloco G” e Anexo. As salas são
bem dimensionadas, possuindo piso em porcelanato e iluminação LED. Os
ambientes possuem carteiras acolchoadas para destros e canhotos, janelas
basculantes, quadro branco, ar-condicionado e projetor. Há, ainda, carteiras
para pessoas obesas e mesas destinadas a pessoas com deficiência física.

Instalações Sanitárias – As duas Unidades possuem 45 conjuntos de


banheiros, sendo: masculinos, femininos e banheiros adaptados para os
Pessoas com Necessidades Especiais (PNEs) e que têm espaço suficiente
para permitir o acesso de cadeira de rodas e barras de apoio nas paredes.

A Faculdade Estácio do Amazonas dispõe de 06 laboratórios de


informática para atendimento dos alunos com, no mínimo, 20 máquinas cada
um, com um horário de funcionamento de segunda a sexta, de 08h a 21h45 e
sábados, de 08h às 12h. Todos os laboratórios atendem às exigências dos
Padrões de Qualidade estabelecidos pelo MEC. Nos diversos laboratórios
estão instaladas diferentes plataformas de sistemas operacionais onde todos
os computadores estão interligados em redes (Intranets) e permitem acesso
ilimitado à Internet atualização tecnológica, a manutenção e a expansão de
hardwares e softwares, acontecem conforme planejamento elaborado
anualmente pela Instituição conforme a demanda das coordenações de curso.

Os Laboratórios Didáticos auxiliam nas práticas de Ensino e em


cumprimento às normas, a Instituição implantou alguns cenários para práticas
didáticas (ambientes/laboratórios/clínicas) para os cursos ofertados, visando
proporcionar ao aluno a vivência de atividades práticas e, ao mesmo tempo,
visando ao atendimento às comunidades circunvizinhas, levando os discentes
até a população. Acreditamos, assim, que os alunos podem desenvolver
melhor seus conhecimentos, colocando em prática a teoria. (Fonte: Portal
Estácio)
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7. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO LOCAL DO ESTÁGIO.

No dia 07/08/23 iniciamos nossa jornada de Conhecimento na disciplina


de Estágio Básico I. No local, foi realizada a apresentação da professora e
alunos. O Estágio Básico em Psicologia Clínica é composto por supervisão e
orientação, realizada às quintas-feiras no horário de 18:30 h às 21:10 h com a
orientação da professora Fabiane Amaral de Albuquerque Silva. No primeiro
dia de aula foi passado pela professora uma atividade que consistia em realizar
a técnica de observação de casais. Tínhamos que observas dois casais e filtrar
o máximo de informações obtidas através dessa observação.

Na aula seguinte, nos reunimos em círculo na sala de aula para


podermos expor tudo que foi observado e discutirmos juntamente com a
professora Fabiane a importância dessa técnica de observação. Vimos que a
observação é uma das ferramentas que podem ser utilizadas para realização
de Avaliação Psicológica. Observação é analisar, enxergar e pesquisar de
forma cautelosa. É importante ter em mente, que uma Avaliação Psicológica é
como uma pesquisa sobre o indivíduo que está sendo avaliado e, assim, é
necessário utilizar várias ferramentas com o objetivo de levantar informações.
A observação é uma destas ferramentas. É um método aberto, sem a
necessidade de instrumentos físicos e do qual não existe um passo a passo
delimitado. Mas, é também a primeira ferramenta que os psicólogos aprendem
a utilizar. E, pode ser utilizada em qualquer contexto profissional.

Foi nos ensinado no decorrer das aulas a importância da comunicação


dentro da psicologia. A comunicação tem um papel importantíssimo no
desenvolvimento intelectual dos seres. Durante as discussões em sala, vimos
que existem cada vez mais métodos de comunicação, uma vez que embora
esteja tudo praticamente confinado em aparelhos como o celular ou o
computador, cada aplicação instalada nos mesmos, terá a sua especificidade
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nos permitindo comunicar com outras pessoas de diferentes maneiras. Sendo


assim, vimos em sala como um psicólogo pode comunicar de forma saudável e
intervir de modo a ensinar outros a fazer o mesmo, para que as suas vidas
melhorem, na medida em que serão mais felizes, se tornarão pessoas mais
motivadas a fazer diversas tarefas, e poderão ser pessoas mais produtivas,
sem invadira individualidade do outro.

Abordamos em sala também a empatia, pois a empatia é extremamente


importante na comunicação. A empatia é a capacidade psicológica de sentir
aquilo que a outra pessoa sente, passar (na nossa mente) pelo mesmo que o
outro está passando, ou seja, colocarmo-nos no lugar do outro. A empatia é
também uma capacidade de ajudar e de tentar compreender os sentimentos e
emoções do outro individuo, experimentando de forma racional e objetiva o que
a outra pessoa sente. Por isso, para uma boa e empática comunicação, é
fundamental que enquanto futuros psicólogos, saibamos não só falar como
também ouvir, para que então assim, exista um diálogo saudável entre as
partes.

A escuta é uma parte importante da comunicação que implica que,


durante um diálogo ou processo de comunicação, o ouvinte comece por
interpretar e compreender a mensagem que o emissor lhe transmite. Parece
claro que quem ouve deva estar a prestar atenção ao que lhe é dito, mas nem
sempre isso é verdade, pois boa parte da informação que é transmitida pode
ser mal interpretada ou pode nem ser ouvida com atenção pelo ouvinte. É
muito frequente isto acontecer devido à falta de atenção por parte do ouvinte,
estresse ou outras variáveis razões.

Por isso, vimos em sala que aprender a escutar é essencialmente


importante para desenvolver uma comunicação adequada levando a uma
comunicação eficaz. Não sermos escutados ou sermos mal interpretados pode
levar à ocorrência de muitos conflitos na nossa vida, tanto pessoais como
profissionais. Para uma boa comunicação, ou uma comunicação assertiva, é
fundamental a capacidade de escutar e de se colocar no lugar do outro, pois
mostra respeito e permite uma troca de informações eficazes.
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Foi nos apresentado pela professora, a importância de uma boa postura


do Psicólogo. Vimos que pessoas poderosas tendem a ser assertivas,
confiantes e otimistas. E é importante que todo profissional,
independentemente de seu gênero, conquiste a capacidade de implementar a
autoconfiança, tanto para se colocar no mundo em geral, como indivíduo,
quanto para se posicionar e se comunicar melhor na vida profissional. Por
exemplo, com pacientes em atendimentos clínicos. Vimos que a postura e
atitudes de uma pessoa confiante podem vir naturalmente, mas também podem
ser desenvolvidas.

Se preocupar em estar com uma postura ereta, confiante, aberta, faz


você parecer, se sentir e também se tornar mais poderoso em seu meio. Fazer
isso alguns minutos antes de interagir com um paciente no consultório pode
estimular a produção de hormônios de dominância e reduzir os de estresse.
Conquistar autoconfiança impacta diretamente na satisfação profissional.

Aprendemos em sala que desenvolver autoconfiança é uma forma de


abrir espaço para que você deposite, verdadeiramente, o seu potencial pleno
na atividade que está prestes a exercer. Se doar em sua atuação profissional e
sentir-se competente pelo que está construindo é, sem dúvidas, um fator
importante para atuar de uma forma própria, customizada e, principalmente, ser
feliz nesse processo.

Uma outra atividade desenvolvida em sala de aula foi o teste de


personalidade, conforme mostrado na figura 1 em anexo. A professora nos
disponibilizou o teste para que respondêssemos e depois discutimos o
resultado baseado nas respostas dos alunos. Os testes de personalidade na
psicologia são ferramentas usadas para avaliar e medir os traços,
características e padrões de comportamento de um indivíduo. Existem muitos
tipos diferentes de testes de personalidade, cada um com sua abordagem e
finalidade específica.

Os testes de personalidade têm várias aplicações e podem ser


importantes para grupos e organizações em diferentes contextos, como por
exemplo: Seleção de Pessoal, Desenvolvimento de Equipe, Treinamento e
Desenvolvimento, Gestão de Conflitos, Avaliação de Liderança,
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Conscientização e Autoconhecimento, Aconselhamento e Orientação


Profissional, Pesquisa Psicológica.

É importante observar que o uso de testes de personalidade deve ser


feito por profissionais qualificados, como psicólogos ou psiquiatras, e não deve
ser usado para rotular ou estigmatizar indivíduos. Além disso, a interpretação
dos resultados dos testes de personalidade deve levar em consideração o
contexto específico e as limitações inerentes a essas ferramentas. Testes de
personalidade são apenas uma parte de uma avaliação psicológica mais
abrangente, que inclui entrevistas clínicas e outras observações clínicas.

8. REFERENCIAL TEÓRICO

- A importância do Estágio em Psicologia, segundo Rudnick e Carlotto (2007)


refletiam sobre a inserção do estudante da área da saúde no mercado de
trabalho.

8.1 Psicologia Hospitalar

A psicologia hospitalar é uma área da psicologia que se dedica a


entender e intervir nos aspectos psicológicos relacionados à saúde e à doença
em contextos hospitalares. Ela desempenha um papel importante no apoio
emocional e na promoção do bem-estar de pacientes, familiares e equipes de
saúde. O referencial teórico da psicologia hospitalar é baseado em diversas
abordagens psicológicas que podem ser aplicadas a esse contexto.

A psicologia hospitalar tem construído sua história, passo a passo,


considerando que há menos de duas décadas, a atuação do psicólogo em
instituições hospitalares não estava regulamentada como uma ampla e
necessária práxis psicológica.

A Psicologia Hospitalar não pertence unicamente a área clínica, pois ela


também abrange áreas como a organizacional, social e educacional, utilizando-
se de recursos técnicos, metodológicos e teóricos de diversos saberes
psicológicos. A Psicologia Hospitalar busca comprometer-se com questões
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ligadas à qualidade de vida dos usuários bem como dos profissionais da saúde,
portanto, não se restringindo ao atendimento clínico, mesmo este sendo uma
prática universal dos psicólogos hospitalares. O pressuposto que permeia as
atividades do psicólogo no hospital geral mostra outra visão de indivíduo, não
fragmentada, mas como um todo, como um ser biopsicossocioespiritual com o
direito inalienável à dignidade e respeito. (Fongaro e Sebastiani, 1996).

A equipe hospitalar é composta por diversos profissionais, incluindo


aqueles que não assistem as pessoas hospitalizadas diretamente, tais como
equipe de higienização, radiologista, anestesista, dentre outros. No entanto,
consideraremos aqui a equipe multidisciplinar formada pelos
profissionais que assistem diretamente os indivíduos: médicos,
enfermeiros, psicólogos, nutricionista, assistente social, fisioterapeuta.
Cabe salientar que a equipe multidisciplinar tem sua formação centrada
nas necessidades da pessoa, portanto, ela não é pré-organizada. A demanda
do enfermo é que fará com que os profissionais da saúde se integrem, com o
propósito de satisfazer as necessidades globais da pessoa,
proporcionando seu bem-estar.
No entanto, serão os médicos os protagonistas do manejo hospitalar,
pois são eles que decidem sobre técnicas, medicações, cura,
internações e altas (Angerami-Camon, 1987). Portanto, os demais
profissionais se adequam, primeiramente, a demanda orgânica do indivíduo
e às definições do médico, para posteriormente, integrar sua prática ao
atendimento hospitalar. Porém, o aparecimento de inúmeras especialidades
da área da saúde impossibilita que um único profissional englobe todos os
conhecimentos produzidos em sua área de atuação. As múltiplas situações
difíceis e inesperadas que fazem parte da realidade dos usuários dos
hospitais gerais refletem no trabalho da equipe multidisciplinar, o que mostra
que uma única especificidade profissional não consegue dar conta dessa
gama de fatores intrínsecos a doença e a hospitalização (Chiattone,
1996).

8.2 Avaliação Psicológica


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A avaliação psicológica é um processo que envolve a coleta e análise de


informações sobre um indivíduo com o objetivo de compreender sua
personalidade, comportamento, cognição, emoções e funcionamento
psicológico.
A avaliação psicológica é entendida como um método sistemático de
obter informações sobre o comportamento das pessoas, as quais serão usadas
para inferir as suas características psicológicas. Ela ocorre em contextos
delimitados com propósitos específicos, tais como: descrever as características
das pessoas – por exemplo, em contextos clínicos nos quais as pessoas
buscam autoconhecimento; predizer comportamentos futuros – por exemplo,
em processos seletivos para achar pessoas que se sairão bem em um
determinado trabalho; fazer classificação diagnóstica e planejamento de
intervenções – por exemplo, no contexto clínico, na busca do entendimento
aprofundado de uma determinada queixa para se pensar no que poderia ser
feito para a resolução do problema e redução do sofrimento psíquico; e
monitorar variáveis psicológicas – por exemplo, no contexto educacional
quando se quer monitorar o desenvolvimento cognitivo e/ou socioemocional
das crianças e verificar o efeito global da educação nessas características
(American Educational Research Association, American Psychological
Association, & National Council on Measurement in Education, 2014; Primi, &
Nunes, 2010).
Uma distinção importante é que a avaliação psicológica busca fazer
inferências a respeito de um construto (inteligência, personalidade etc.). Um
construto é um atributo das pessoas, não observável diretamente, que se
postula existir e que se assume estar refletido nos comportamentos observados
na testagem. Assim, é um conceito teórico sobre um atributo latente que
explica os comportamentos na testagem (Cronbach, & Meehl, 1955). Portanto,
a prática da avaliação psicológica requer conhecimento especializado sobre as
teorias psicológicas que irão definir esses construtos e sobre psicometria, que
irá especificar como instrumentos psicológicos são construídos para produzir
inferências válidas sobre esses construtos latentes.
A avaliação psicológica geralmente envolve a coleta de informações por
meio de entrevistas, observações, testes psicológicos e questionários. Os
resultados são analisados para fornecer uma compreensão mais profunda do
indivíduo e ajudar na tomada de decisões clínicas, educacionais,
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organizacionais ou legais. É importante que a avaliação seja realizada por


profissionais qualificados e éticos, levando em consideração questões de
confidencialidade e respeito pelos direitos do indivíduo avaliado.

8.2 Psicologia Clínica

A psicologia clínica é um ramo da psicologia que se centra na avaliação,


diagnóstico e tratamento de transtornos mentais e emocionais nos indivíduos.
Os psicólogos clínicos trabalham com pessoas de todas as idades e com uma
ampla variedade de problemas psicológicos, como a depressão, a ansiedade,
os transtornos do espectro autista, a esquizofrenia, os transtornos alimentares,
o transtorno por déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), entre outros.
É de extrema importância, que além de se preocupar com o seu
paciente clínico, o psicólogo tenha a desafiadora missão de cuidar da sua
própria saúde mental. De acordo com Valle, em entrevista a Anzolin e Silveira
(2003), o desafio da formação do psicólogo é fazer com que o entendimento do
auto-cuidado seja uma constante. O autor considera que o profissional da
Psicologia trabalha com situações limites e é imprescindível que cuide de sua
saúde mental, razão por que afirma:
"O psicólogo precisa pensar na sua saúde mental e na necessidade de fazer
terapia pessoal, o que não pode ser imposto. Mas deve-se associar o
tratamento pessoal a um valor tão forte que o próprio aluno busque sua terapia
e entenda que, para se colocar como um psicólogo, para trabalhar no
crescimento das pessoas e nos relacionamentos, é preciso que ele mesmo se
desenvolva pessoalmente" (p.13).

Os psicólogos clínicos utilizam uma variedade de abordagens


terapêuticas, como a terapia cognitivo-condutual, a terapia de conversação, a
terapia de grupo e a terapia familiar, para ajudar os pacientes a compreender e
lidar com seus problemas emocionais e mentais. Além disso, você pode
realizar avaliações psicológicas, testes de personalidade e testes de
inteligência para ajudar no diagnóstico e no planejamento do tratamento.

É importante salientar, como comenta Hanns (2004), que a prática da


psicoterapia aborda temas decisivos na vida de quem necessita e procura por
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esse tipo de ajuda. Afirma-se ainda que ela não se destina apenas a auxiliar os
casos agudos, mas também as pessoas que estão passando por fases
transitórias: mudanças de vida, problemas matrimoniais, conflitos com filhos,
adaptação à aposentadoria, fracasso profissional, e que poderão ter seus
sintomas agravados e sofrerem prejuízos se forem tratadas de forma
inadequada, ou por terapeutas sem a preparação necessária para este tipo de
atendimento.

A formação em psicologia clínica implica a obtenção de um título de


licenciatura em psicologia, seguida de uma formação adicional ao nível de
maestria ou doutorado em psicologia clínica. Os psicólogos clínicos trabalham
em uma variedade de ambientes, como hospitais, clínicas de saúde mental,
consultórios privados, escolas e centros de reabilitação.

Haley (1998) afirma que no aprendizado da Psicoterapia é necessário


integrar a teoria com a prática, sendo um dependente do outro, incluindo,
também, a supervisão como ponto crucial para um bom resultado; ele diz que o
aprendizado da Psicoterapia não significa somente assimilar um conjunto de
habilidades, porque o instrumento de trabalho é o próprio terapeuta, que, por
vezes, pode se apresentar falho. Neste sentido, aparece a importância da
psicoterapia pessoal e da supervisão.

O objetivo principal da psicologia clínica é ajudar as pessoas a melhorar


seu bem-estar emocional e mental, bem como desenvolver estratégias para
enfrentar os desafios da vida de maneira mais eficaz. Também desempenha
um papel importante na investigação e promoção da saúde mental a nível
individual e comunitário.

De acordo com Aguirre e cols. (2000), a atitude clínica é uma


experiência subjetiva desenvolvida ao longo dos atendimentos dos pacientes. É
caracterizada por esta prática, somada ao conhecimento teórico, às
experiências pessoais, às fantasias sobre o papel do psicólogo, e também pela
psicoterapia pela qual passou ou passa o psicoterapeuta. Com isso vai se
construindo o pensamento clínico, que tem início na graduação e se estende
por toda a vida dos indivíduos que escolhem esta área profissional.
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8.2 ECA: crianças e adolescentes em situação de risco/vulnerabilidade

O ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente, é uma legislação


brasileira que foi criada com o objetivo de estabelecer direitos e garantias
especiais para crianças e adolescentes, bem como regulamentar as ações do
Estado em relação a essa faixa etária. O ECA foi promulgado em 1990,
substituindo o antigo Código de Menores.
O Estatuto da Criança e do Adolescente garante a todo menino e
menina o direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas
públicas que permitam seu nascimento e desenvolvimento sadio e harmonioso.
A força da lei, no entanto, não tem sido suficiente. Nossas crianças e nossos
adolescentes, todos os dias, são vítimas de diversos tipos de violência. Têm
seus direitos violados, sua vida ameaçada, seus sonhos interrompidos.

O cenário de violência começa, muitas vezes, na casa da criança, passa


por escolas e suas redondezas, pela comunidade, por outras instituições. Além
das marcas físicas, quando não leva à morte, a violência deixa sequelas
emocionais que podem comprometer de forma permanente as crianças e os
adolescentes. Ela prejudica o aprendizado, as relações sociais, o pleno
desenvolvimento. Seus efeitos perversos podem se manifestar, ainda, na
construção de um círculo de reprodução e retroalimentação de práticas
violentas, em que, novamente, meninos e meninas serão as principais vítimas.
A busca de soluções para o problema é, portanto, responsabilidade de todos e
de cada um de nós. É preciso romper as barreiras do preconceito, da
discriminação, da ignorância, da conivência.

Nesse sentido, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) atua
em parceria com governos e sociedade civil para contribuir com a redução e a
prevenção do problema e para amenizar seus efeitos sobre meninos e meninas
que dela já foram vítimas. Com esse objetivo, o Unicef busca intensificar e
promover ações que potencializam os esforços e os resultados alcançados
pelo Sistema de Saúde, em conjunto com o Sistema de Garantia dos Direitos.
Para isso, investe na elaboração e implementação de metodologias de
prevenção, disseminação de experiências exitosas no combate à violência,
capacitação de profissionais de saúde, educação e assistência, além de apoiar
estudos e pesquisas, principalmente sobre violência doméstica, resiliência e
abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. (UNICEF)
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No período de 1990 a 2000, segundo dados do Ministério da Saúde,


morreram 211.918 crianças e adolescentes por acidentes e violências (causas
externas), sendo 59.203 crianças nas idades de 0 a 9 anos; 33.512 púberes de
10 a 14 anos e 119.203 adolescentes de 15 a 19 anos. Esses números são
impressionantes, principalmente quando comparados aos 146.824 óbitos
desses mesmos grupos etários, por doenças infecciosas e parasitárias. Num
contexto em que, no País e no mundo ocidental, os fatores preponderantes das
mortes de crianças e de jovens não são mais as enfermidades de origem
biomédica e sim o estilo de vida. Os óbitos por violências e acidentes passaram
a ocupar o primeiro lugar nas faixas etárias de 5 a 19 anos. Seria de se
perguntar se o indicador mortalidade infantil, de tão expressivo significado para
avaliar o desenvolvimento humano dos países, no caso brasileiro, não deveria
ser associado a outro, a ser criado, que mostrasse o significado e a dinâmica
das violências e acidentes no contexto sociocultural e de qualidade de vida de
crianças e adolescentes. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000)

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao final da disciplina de Estágio básico I, conclui-se que a disciplina foi


fundamental para destacar os benefícios e aprendizados adquiridos ao longo
desse processo. O estágio desempenha um papel crucial na formação e
desenvolvimento de futuros psicólogos, proporcionando uma experiência
prática que complementa o conhecimento teórico adquirido na sala de aula.

O estágio em Psicologia permite aos estudantes aplicar os conceitos


aprendidos em suas disciplinas acadêmicas a situações reais. Isso contribui
para o desenvolvimento de habilidades práticas, tais como a avaliação e
intervenção terapêutica, a administração de testes de personalidade, a
construção de relações terapêuticas e a resolução de problemas complexos. A
prática em um ambiente clínico ou de aconselhamento oferece a oportunidade
de lidar com uma ampla variedade de questões psicológicas e desafios,
preparando os estagiários para a diversidade de situações que encontrarão em
suas carreiras.

Além disso, o estágio básico I permitiu o desenvolvimento de habilidades


interpessoais e de comunicação essenciais. Estabelecer relações com os
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clientes/pacientes e trabalhar com equipes multidisciplinares exige empatia,


escuta ativa, habilidades de comunicação eficaz e a capacidade de colaborar
com outros profissionais de saúde mental. O estágio ofereceu um ambiente
seguro para praticar e aprimorar essas habilidades. Essa experiência foi crucial
para a formação de psicólogos competentes e éticos, preparados para atender
às necessidades da comunidade e contribuir de maneira significativa para a
área da saúde mental.
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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Aguirre, A. M. B., Herzberg, E., Pinto, E. B., Becker, E., Carmo, H. M. S. &
Santiago, M. D. E. (2000). A Formação da atitude clínica no estagiário de
Psicologia . Psicologia USP, 11 (1), 49-62.

American Educational Research Association, American Psychological


Association, & National Council on Measurement in Education (Eds.).
(2014). Standards for educational and psychological testing Washington, DC:
American Educational Research Association.

Anzolin, C. & Silveira, A. (2003). Falando de Psicologia: entrevista com


Guilherme Valle. Psicologia Argumento, 21 (33), abril-junho, 11-15.

Cronbach, L. J., & Meehl, P. E. (1955). Construct validity in psychological


tests. Psychological Bulletin, 52(4), 281-302. https://doi.org/10.1037/h0040957.

Haley, J. (1998). Aprendendo e ensinando terapia. Porto Alegre: Artmed.

Hanns, L. A. (2004). Regulamentação em debate. Psicologia Ciência e


Profissão - Diálogos, 1 (1), 6-13.

ftp.medicina.ufmg.br/paraelas/Downloads/violenciafazmalasaude.pdf#page=17

www.scielo.br/j/pcp/a/YFmwB5hC3YJJmQ84jyMhv8p/?lang=pt

www.portalestacio.com.br
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11. ANEXOS

Figura 1 - Teste psicológico aplicado em sala de aula.

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