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SÃO PAULO
2018
ALINE FEREZIN DOS SANTOS
JOYCE ALVES DA MATA
SÃO PAULO
2018
RESUMO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4
3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................... 8
4 METODOLOGIA ................................................................................................... 9
5 RESULTADOS ................................................................................................... 10
6 DISCUSSÃO ...................................................................................................... 12
8 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 29
4
1 INTRODUÇÃO
3 JUSTIFICATIVA
4 METODOLOGIA
5 RESULTADOS
ANO DE
AUTOR PUBLICAÇÃO TÍTULO
REIS, C. e Encontros e desencontros entre Psicologia e
GUARESCHI, N. M. Política: formando, deformando e transformando
F. 2010 profissionais de saúde
SOARES, L. L. M. e A formação do aluno na graduação em
VERISSIMO, L. J. 2010 Psicologia pela Pedagogia de Paulo Freire
AZEVEDO, L. A.; Formação em psicologia e a apropriação do
TATMATSU, D. I. B. enfoque da atenção primária à saúde em
e RIBEIRO, P. H. R. 2011 Fortaleza, Ceará
Psicologia e saúde: a terapia comunitária como
instrumento de sensibilização para o trabalho
ROJAS, M. F. 2011 com comunidades na formação do Psicólogo
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6 DISCUSSÃO
a eles, tenham impacto concreto na dinâmica do serviço e das pessoas que ali
trabalham.
que para construir uma formação adequada é necessário mais que acompanhar as
disciplinas na grade curricular; comparecer a palestras, ler livros e passivamente
assistir as aulas na universidade, pois essa postura exclusivamente, não gera um
profissional agente de transformação.
Segundo Reis e Guareschi (2010), existem algumas tensões para que o
psicólogo construa uma postura de agente político como: a necessidade de deixar
uma atitude de afirmação do seu saber e se colocar em lugar de incompletude; a
superação das práticas solidificadas propondo-se práticas de políticas públicas no que
concerne a responsabilidade social e a necessidade de estágios durante a formação
em diversas áreas com práticas no setor público de saúde e assistência social. Em
consonância, os autores apontam que a participação em estágios curriculares
proporciona uma responsabilidade política nas ações de saúde.
Ainda sobre as observações dos mesmos autores, percebemos que a
formação acadêmica não tem subsidiado fundamentos para a construção de um
profissional cidadão. Um aspecto primordial na formação são as atividades práticas,
pois prepararia o estudante a intervir adequadamente em diversos espaços, articularia
intersetorialmente situações, estimularia parcerias e atuaria com estratégias
singulares. Essa construção de um profissional cidadão permite ao psicólogo um
posicionamento ético/ político acerca do cliente, percebendo essa relação com
integralidade dentro de um contexto histórico e social que cada indivíduo apresenta.
Nesta perspectiva o fazer da Psicologia está intimamente atrelado ao
envolvimento com as condições de vida e o contato com o outro, o que propõe um
comprometimento pelas estratégias de transformação da realidade, em particular,
pela garantia de direitos. Por fim, os autores salientam que a formação permite uma
concepção crítica acerca dos fenômenos e em relação ao seu próprio fazer,
contribuindo para construção da subjetividade, a partir de determinados contextos de
tempo e espaço, portanto, diante dessa preposição é necessário assumir uma postura
de compromisso ético e a promoção da cidadania.
Como visto por Silva e Yamamoto (2013), não é possível medir a
influência das políticas sociais na formação, partindo da apenas da quantidade de
disciplinas oferecidas nas grades curriculares, dado que o efetivo conteúdo ministrado
em aula é posto pelo professor, apresentando uma diversidade nesse quesito, tanto
para professores que discutem mais essa questão, tanto para os que não a discutem.
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Outro ponto que os autores citam para finalizar seu artigo, é o fato de o modelo clínico
ainda imperar sobre a formação acadêmica e segregar debates acerca das políticas
sociais, sendo que é dissonante requerer um profissional para atuar nas área sociais
e nos setores públicos sem que esse profissional possa colaborar com as
provocações e discussões da política social em sua formação.
Para Azevedo et al. (2011), muitas vezes no setor público o psicólogo
vê o usuário como um beneficiário passivo do tratamento e a comunidade como um
campo de intervenção, não se apropriando da parceria e do saber da população,
reflexo de uma formação precária na área da saúde e assistência social. Em
consonância os autores dizem que muitos profissionais não buscam por atualizar sua
formação ou menos dar continuidade a ela, reproduzindo métodos e técnicas
descontextualizados do equipamento que prestam serviço e da comunidade em geral,
partindo de uma visão assistencialista e descompromissada.
De acordo com Torezan (2013) para um bom profissional trabalhar no
sistema de saúde, são necessárias duas características primordiais, primeiramente a
percepção das determinações sociais e que tais determinações influenciam na relação
entre psicólogo e cliente e em segundo ponto a aceitação da diversidade.
Ao longo dos artigos a crítica sobre uma formação tecnicista e positivista foi um
ponto citado, abordando que o aprendizado na maioria das universidades ainda é
focado em métodos e com técnicas de psicodiagnóstico e avaliação psicológica,
construindo um posicionamento fundamentalista ou dogmático. Esse entendimento
fundamentalista expressa respostas corretas e precisas, assumindo um papel de
saber absoluto e não abre espaço para um reflexão acerca dos fenômenos
psicológicos, bem como não reflete a própria técnica.
Segundo Reis e Guareschi (2010), uma formação apolítica e neutra se faz
iludida e improdutiva formando psicólogos sem crítica sobre seus métodos e atuação,
pois para uma ciência da neutralidade como a Psicologia faz se necessário um
fundamento preciso e aprofundado em métodos e procedimentos que transponham a
subjetividade, entretanto esse raciocínio frente a diversidade de contextos e indivíduos
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da sociedade atual carrega complexidades que esse modelo não abrange, gerando
pouca eficiência em sua atuação.
Em consonância, Poppe e Batista (2012) afirmam que a identidade do
psicólogo é regularmente assimilada ao modelo tecnicista e positivista, quando
assume um papel de poder em frente ao indivíduo que cuida, uma concepção precoce
que pode ter sido constituída a partir do senso comum, com base nos estereótipos do
modelo médico.
Outro ponto abordado por Alberto (2012), é o fato da história da formação
da Psicologia ser forjada em aspectos científicos e menos aos aspectos sociopolíticos,
influência do positivismo, modelo médico e diagnóstico feito a partir do conceito de
normalidade. Um trecho do artigo de Silva e Yamamoto (2013), ilustra que a formação
no aporte de saúde na graduação é dominada por técnicas, métodos e avaliações
psicodiagnósticos que não contribuem para os princípios do Sistema Único de Saúde
(SUS).
Segundo Nasciutti e Silva (2014), a vulnerabilidade do conhecimento
teórico é um importante aspecto da fragilidade da formação em profissionais de
Psicologia, pois utilizar métodos para resolver conflitos instantâneos não é o mesmo
que empregar o conhecimento científico como um todo a fim de resolver o problema.
Visto que conhecimentos espontâneos e científicos estão dialeticamente interligados,
enquanto um é constituído por experiências e assimilação da realidade, o outro é
sistematizado, contudo conceitos científicos só são constituídos a partir de conceitos
espontâneos.
Para Macedo e Dimenstein (2016), as formações acadêmicas, mesmo atuais,
estão ainda voltadas para um reconhecimento das técnicas e práticas clássicas da
Psicologia. Apontam que na área da saúde essa lógica é vista de forma dualista, por
preposição de doença-cura, afeiçoada a métodos que visem uma normatização social
e uma patologização do sofrimento psicológico e do mal-estar social. Ainda segundo
os mesmos autores, é que embora formações mais atuais abordem de certa forma
concepções psicossociais da saúde, ainda se percebe uma complexidade em
instrumentalizar esse saber, tanto em suas concepções até a postura do profissional
na rotina dos serviços. Por fim, os autores salientam que a formação dos participantes
de sua pesquisa aparentam ser atemporais, pois independentemente do local, IES,
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Ao longo dos artigos desta temática, foi possível observar que o psicólogo tem
perdido seu espaço na área da Psicologia da Educação, visto que as ênfases
ofertadas pelas universidades, oscilam entre Psicologia Clínica, Organizacional e da
Saúde. Peretta et al. (2015), diz que os cursos ofertados pelas universidades não
estão conseguindo oferecer conhecimento sobre as diversas áreas da Psicologia, pois
as ênfases estão relacionadas apenas à duas ou três áreas de atuação.
Segundo Vieira et al. (2013), o estudante de Psicologia não conhece as
possibilidades de atuação na área educacional, o que acarreta em uma atuação fora
do contexto, de forma reducionista e simplista. Os mesmos autores citam que existe
uma distância entre o que é aprendido nos cursos de graduação e as demandas do
mercado de trabalho e que somente uma formação pautada entre teoria, pesquisa e
prática pode oferecer condições de atuação crítica, que possam operar mudanças nos
processos educativos.
A despeito de toda a sua complexidade, a educação, com os diversos
contextos onde ela se dá, além da escola, é um espaço privilegiado de
reflexão e crítica, uma área vital para fomentar processos de mudança
individuais, grupais e sociais (VIEIRA et al, 2013, p. 240).
imprescindível para esta articulação, o que inclui também a supervisão, visto que a
aprendizagem também ocorre na relação com o outro.
Apropriar-se do modo de pensar cientificamente não é algo que ocorra
mediante a repetição ou por assimilação, mas é um processo vivo, que
acontece por meio dos desafios que são colocados para o sujeito e passa
necessariamente pela mediação (NASCIUTTI, SILVA, 2014, pg. 30).
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir deste estudo, que teve como objetivo identificar quais são as
habilidades e competências gerais que devem ser desenvolvidas na graduação, quais
as dificuldades em desenvolvê-las e possíveis estratégias de superação destas,
concluímos que as competências e habilidades estão relacionadas ao que se espera
na atuação dos formandos. São competências e habilidades necessárias para a
atuação do psicólogo: conhecimentos básicos dos processos psicológicos e a
competência de utilizá-los em diferentes contextos que demandam a investigação,
análise, avaliação, prevenção e intervenção em processos psicológicos e
psicossociais e na promoção da saúde; escuta; comunicação; produção escrita;
trabalho interdisciplinar; conhecimento de políticas públicas e habilidades
interpessoais. Observamos que são desenvolvidas na graduação, por meio de
conteúdos ministrados em aula pelos professores; pelas atividades práticas que na
maior parte dos artigos citam apenas os estágios; nas supervisões; nas relações com
os colegas, com a instituição de ensino e com os docentes.
Observamos três eixos principais sobre as difilcudades em desenvolver
habilidades e competências que se relacionam entre si: os currículos acadêmicos que
as universidades propõem, em acordo com seus núcleos comuns e ênfases; as
habilidades e competências que os estudantes em caráter singular apreendem e a
dificuldade em mensurar o desenvolvimento destas.
O primeiro diz respeito aos currículos das universidades e os conteúdos
ofertados, é necessário verificar nos projetos pedagógicos se as disciplinas
ministradas oferecem os aparatos necessários para desenvolver as competências e
habilidades necessárias para a atuação do psicólogo. A partir dos resultados obtidos,
consideramos que existe dificuldades em articular as teorias com a prática e o único
espaço oferecido para tal, são os estágios, considerando que a aprendizagem é um
processo contínuo, que acontece por meio das situações que são demandadas ao
estudante, assim a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão precisa ser
melhor trabalhada pelas universidades. O fazer da profissão ainda enfrenta
dificuldades com os modelos tecnicistas e positivista apresentados pelas
universidades, não permitindo ao estudante construir pensamento crítico, instruindo-
o a um papel de detentor do poder, com instrumentos e técnicas prontas para solução
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8 REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 4.119, de 27 de agosto 1962. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
14 dez. 2001. (Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1950-
1969/L4119.htm-). Acesso em: 30 de out. 2017.
BRASIL. Resolução 3, de novembro de 2001. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
09 nov. 2001. (Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES1314.pdf-). Acesso em: 30 de out.
2017.
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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=7692
-rces005-11-pdf&category_slug=marco-2011-pdf&Itemid=30192). Acessado em 05
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Graduação em Psicologia, Centro de Ciências da Vida, Pontifica Universidade
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CRUZ, Roberto Moraes Cruz. SCHULTZ, Viviane. Avaliação de competências
profissionais e formação de psicólogos. Arq. bras. psicol., Rio de Janeiro , v. 61,
n. 3, p. 117-127, dez. 2009
30
POPPE, Andrea Regina Soares; BATISTA, Sylvia Helena Souza da Silva. Formação
em Psicologia no contexto das diretrizes curriculares nacionais: uma discussão
sobre os cenários da prática em saúde. Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 32, n. 4, p.
986-999, 2012 .
PRETTE, Almir Del; PRETTE, Zilda Aparecida Pereira Del; BRANCO, Uyguaciara
Veloso Castelo. Competência social na formação do psicólogo. Paidéia (Ribeirão
Preto), Ribeirão Preto , n. 2, p. 40-50, Julho 1992 . (Disponível em:
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PSICÓLOGO, Código de Ética Profissional do, -publ. VI Plenário do Conselho
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