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A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA NA ORIENTAÇÃO

PROFISSIONAL PARA JOVENS

MASNER, Eunice1

SUMÁRIO: INTRODUÇÃO; 1 A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL; 2 A ESCOLHA


PROFISSIONAL; 2.1 O PROCESSO DO JOVEM NA ESCOLHA PROFISSIONAL; 3
A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA COMO ÁREA DE INTERVENÇÃO;
CONSIDERAÇÕES FINAIS; REFERÊNCIAS

RESUMO: O objetivo geral deste estudo foi analisar a importância orientação


profissional para o jovem, na busca do seu desenvolvimento profissional. Para tanto
foi explanado sobre a escolha profissional e o papel do jovem nesse processo de
escolha. Na sequência foi apresentada a contribuição da importância da Psicologia.
A pesquisa seguiu o preceito de estudo qualitativo, por meio de uma revisão de
literatura. Trata-se, portanto, de um estudo descritivo e qualitativo, por meio de uma
pesquisa bibliográfica. Para o levantamento bibliográfico foram realizadas buscas
eletrônicas por artigos em português, inglês e espanhol de publicados nos últimos 10
anos (2010 a 2024) nos bancos de dados online do SCIELO (Scientific Electronic
Library Online), BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em
Ciências da Saúde), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências
da Saúde), PUBMED (USA National Library of Medicine National Institutes of
Healthtotalizando) e MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online). As palavras-chave utilizadas nas buscas foram: Jovens. Orientação.
Psicologia. Para a seleção das fontes, foram consideradas como critério de inclusão
as bibliografias que abordem os seguintes desfechos: a importância da psicologia na
orientação profissional para jovens; e excluídas toda bibliografia desses que não
estiveram relacionados ao tema de estudo e que cuja publicação não se encontrase
no período anual selecionado.

INTRODUÇÃO

1
Professora universitária. Bacharela em Direito. Licenciada em Letras. Especialista em
Psicopedagogia. Especialista em Gestão escolar.
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A escolha de uma profissão pode ser um processo bem delicado e quando se


trata em especial de jovens, este momento de escolha coincide com a fase do seu
desenvolvimento. Neste contexto, eis que surge a figura do orientador profissional, o
qual atua numa área da psicologia de suma importância na atual conjuntura social, e
cuja tarefa é proporcionar a reflexão do indivíduo na busca do direcionamento da
sua carreira, além de ajudar no processo de desenvolvimento pessoal. Ocorre que,
na fase da juventude, o indivíduo está inserido em várias questões: pessoais,
familiares e sociais. Além do que, encontra-se em busca de conhecer seus gostos,
interesses e motivações, em um extenso universo interno existencial.

Portanto, diante de múltiplos papéis que devem ou podem ser


desempenhados, os jovens no momento que deveriam estar mais concentrados,
encontram-se inseridos num processo de descentralização, a saber: pressionados
por inúmeras cobranças, bombardeados por inúmeras informações, em meio a um
ritmo célere. Em outras palavras, o período do processo de escolha profissional dos
jovens é paradoxal, conflitante e ao mesmo tempo exige crescimento pessoal e
equilíbrio emocional.

Este trabalho é justificado por conta da necessidade sempre atual de auxiliar


os jovens, que estão em plena construção de sua identidade, na escolha de uma
profissão. Ajudando também, no desenvolvimento do seu papel psicossocial e no
desempenho deste. Porém, é importante destacar, que não há pretensão de esgotar
o assunto, nem oferecer respostas definitivas. Mas, acrescentar contribuição para
tão rico debate de teorias e teses. Insta ressaltar, que não há pretensão de esgotar o
assunto nem oferecer respostas definitivas. Mas, acrescentar contribuição para tão
rico debate de teorias e teses jurídicas.

Diante do contexto apresentado a pergunta norteadora foi, como o orientador


profissional pode contribuir na escolha da profissão de um indivíduo que se encontra
em um processo contínuo de mudança da personalidade?

Diante de tal questionamento, o objetivo geral deste trabalho consiste em


analisar a importância orientação profissional para o jovem, na busca do seu
desenvolvimento profissional. Quanto aos objetivos específicos são: a) compreender
a importância da orientação profissional b) debater como ajudar os indivíduos na
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tomada de decisão de carreira e/ou de uma ocupação que deverá lhes oferecer
condições de sobreviver e desenvolver-se, como pessoa e como cidadão; c) verificar
o desempenho da orientação profissional dentro da psicologia.

Este trabalho monográfico está dividido em seções. Além do capítulo


introdutório e considerações finais, o capítulo um contempla sobre a orientação
profissional. Na segunda seção é explanada sobre a escolha profissional e o papel
do jovem nesse processo de escolha. Na terceira seção é apresentada a
contribuição da importância da Psicologia. As considerações finais são apresentadas
ao final do trabalho, nas quais são pontuados os aspectos mais importantes desta
pesquisa, observando se os objetivos do trabalho foram alcançados. Os dados
apresentados ao longo deste trabalho são discutidos a fim de levar à reflexão
destes, fixando recomendações, bem como identificando os próximos pontos a
serem abordados numa nova pesquisa.

A pesquisa seguiu o preceito de estudo qualitativo, por meio de uma revisão


de literatura. Trata-se, portanto, de um estudo descritivo e qualitativo, por meio de
uma pesquisa bibliográfica. Para o levantamento bibliográfico foram realizadas
buscas eletrônicas por artigos em português, inglês e espanhol de publicados nos
últimos 10 anos (2010 a 2020) nos bancos de dados online do SCIELO (Scientific
Electronic Library Online), BIREME (Centro Latino-Americano e do Caribe de
Informação em Ciências da Saúde), LILACS (Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde), PUBMED (USA National Library of Medicine
National Institutes of Healthtotalizando) e MEDLINE (Medical Literature Analysis and
Retrieval System Online). As palavras-chave utilizadas nas buscas serão: Jovens.
Orientação. Psicologia. Para a seleção das fontes, foram consideradas como critério
de inclusão as bibliografias que abordaram os seguintes desfechos: a importância da
psicologia na orientação profissional para jovens; e serão excluídas toda bibliografia
desses que não estavam relacionados ao tema de estudo e que cuja publicação não
se encontrava no período anual selecionado.

1 A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL
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A Orientação Profissional (OP) é compreendida como uma intervenção


processual que objetiva instrumentar a pessoa a realizar escolhas conscientes e
autônomas na definição de sua identidade profissional (MELO-SILVA; JACQUEMIN,
2010). Quanto à atuação no âmbito da Psicologia, na OP têm-se três tipos: da
Psicologia do Trabalho, vinculada à Seleção de Pessoal, cujas intervenções
centraram-se na modalidade estatística; da Psicologia Educacional, centrando-se na
questão da passagem de um ciclo educativo a outro; e do Aconselhamento,
focalizando determinadas crises evolutivas no ciclo vital (CARVALHO; ARAÚJO
2010).

Em outros termos, a OP pode ser definida a partir da perspectiva psicológica


como a ajuda prestada a uma pessoa visando solucionar suas dúvidas, angústias e
outros problemas relativos à construção da carreira profissional e/ou pessoal,
tomando como fatores relevantes as características sociopsicológicas da pessoa e
as oportunidades de ingressar no mercado de trabalho e/ou no ensino superior
(ROCHA, 2013).

A OP diz respeito ao acesso a informações profissionais sobre cursos,


mercado de trabalho, oportunidades, especializações, como também ao papel de
auxiliar aos jovens a fazerem uma reflexão sobre a relevância do trabalho. Desse
modo, a orientação profissional propicia mais do que a escolha de uma ocupação ou
emprego. Mais do que isso, permite a reflexão sobre a adequação das próprias
potencialidades às exigências do mercado de trabalho, bem como aos significados
do exercício profissional e o espaço que este ocupa na vida dos indivíduos
(NASCIMENTO; KOZEN, 2021).

Importante salientar, que a dimensão da escolha da vida profissional deve ser


compreendida sob a ótica da continuidade da carreira. Toda escolha profissional é
permeada por vários elementos, tais como oportunidades existentes, questões
sociais e econômicas, localidade dos sujeitos que escolhem, dentre outros. Sendo
assim, trata-se sempre, de escolhas possíveis (DIAS; SOARES, 2012).

Ao abordar sobre a vida profissional e sua trajetória, pode-se perceber que


inúmeras vezes esta temática é associada a algum conceito de carreira, seja em
suas concepções clássicas ou modernas (divisão proposta por Chanlat, 1995). E
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diante disso, na atualidade muitas pesquisas tomam como referência entendimentos


como, por exemplo, a Carreira Sem Fronteiras e Carreira Proteana (2004)
(MENDONÇA, 2019).

Porém o comportamento humano não diz respeito somente função da pessoa,


mas também do contexto. Não importa o quão estáveis podem ser as características
humanas, o contexto muda rapidamente. Consequentemente é preciso vários
modelos teóricos que ressaltem a flexibilidade humana, a adaptabilidade e a
aprendizagem ao longo da vida (DUARTE et al., 2010).

Diante da necessidade da inclusão social no que tange a vida profissional


como prioridade para permitir o progresso do país e também preencher a demanda
do mercado de trabalho, compreender melhor a temática a despeito da orientação
profissional para jovens é inegável a relevância deste tema. Ademais, com o
progresso social, surgimento de novas oportunidades profissionais e o avanço
tecnológico, a orientação profissional é importante e atual.

Nesse sentido, ajustar e encaminhar jovens cuja fase da vida coincide com a
fase do seu desenvolvimento ao mercado profissional de trabalho requer antes de
tudo levá-lo a refletir e compreender sobre o processo de escolhas, pois muitas
vezes optar por uma profissão significa não ter acesso às outras. Daí a importância
da metodologia de construção, transformação, formação de valores, e compromisso.

Portanto, faz-se importante analisar como contribuir na fomentação das


probabilidades de orientação profissional. Insta salientar, que tal orientação deve ser
compreendida como preventiva, haja vista auxiliar o jovem no processo de
maturidade no que diz respeito a sua própria escolha, perpassando não só por
questões pessoais, familiares e sociais, mas também pela dimensão de
compreender todas as possibilidades.

Sendo assim, este trabalho é justificado por conta da necessidade sempre


atual de auxiliar os jovens, que estão em plena construção de sua identidade, na
escolha de uma profissão. Ajudando também, no desenvolvimento do seu papel
psicossocial e no desempenho deste. Porém, é importante destacar, que não há
pretensão de esgotar o assunto, nem oferecer respostas definitivas. Mas,
acrescentar contribuição para tão rico debate de teorias e teses.
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Dessa forma, as novas concepções de carreira são decorrentes das


adaptações de trabalho atuais, cuja mudança se dá nos moldes das relações
trabalhistas e nos atributos desejáveis pelo mercado. E dessa maneira é imperativa
a adaptação por parte do trabalhador, uma vez que esse deve ser amoldável, ter
maior autoconhecimento, autoconfiança e gastar mais trabalho na construção de sua
identidade profissional (SAVICKAS, 2012)

Neste novo contexto, a orientação de carreira aparece como um importante


instrumento nas trajetórias profissionais. Esta pode ser compreendida como um
conjunto de características imprescindíveis para suportar as mudanças nas
condições de trabalho e na própria vida profissional (SILVA; PAIXÃO, 2017).

O contexto de orientação tem importante papel a desempenhar para ajudar os


indivíduos a enfrentarem as novas exigências da sociedade pós-moderna, seja no
mundo do trabalho, para atender às novas demandas do mercado, seja para o
desempenho dos outros papeis que desempenham ao longo da vida (ROCHA,
2013).

A OP com jovens, sendo que esta ação deve ocorrer e se organizar na


interface da Psicologia com a Educação, revelando a educação como um fator
importante para a carreira e possibilitando o desenvolvimento crítico, profissional e
pessoal dos jovens para que estes tenham possibilidades de se inserirem no
mercado de trabalho de maneira mais consciente (CARVALHO; ARAÚJO, 2010).

Percebe-se que a literatura de Psicologia Escolar vem compreendendo a OP


com base na individualidade e clínica no âmbito escolar, em outros termos é
motivada em uma compreensão de homem destacando os aspectos inatos e a partir
de uma noção individual sobre o desenvolvimento profissional. Isso fortalece o ponto
de vista da competência e presteza do sujeito para o trabalho. A próxima seção
apresenta algumas considerações a respeito do jovem no processo de escolha na
OP.
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2 A ESCOLHA PROFISSIONAL DO JOVEM

A juventude, vai além de uma construção histórica e de uma produção


cultural, diz respeito à individualidade que cada indivíduo vive no momento de
passagem da fase da infância para a fase adulta. As alterações físicas,
comportamentais e fisiológicas das pessoas são visíveis, desde seu nascimento até
a velhice, sendo o contexto cultural o item chave. Em outros termos, diz respeito a
fase do desenvolvimento humano caracterizado pelos eventos da puberdade
fisiológica (CARVALHO, 2017).

Todavia, o mesmo não se pode afirmar quanto ao seu fim, haja vista ser ou
não jovem está relacionado às caracterizações e modificações culturais (FACCI,
2014). Ou seja, cada pessoa tem sua própria identidade pessoal a partir de suas
relações sociais, de suas histórias de vida. Diante disso, o processo de escolha
profissional perpassa não apenas a cultura, mas constitui-se como possibilidade de
mudança.

A construção da identidade do sujeito reflete diversas influências


socioculturais. E durante a juventude, as ponderações a despeito da profissão são
instigadas pelas interações sociais vivenciadas pelo jovem em diversos âmbitos,
como por exemplo na escola. Além disso, tais ponderações irão impactar na vida
pessoal e na carreira do indivíduo quando é mobilizado a decidir qual profissão irá
seguir (OLIVEIRA; MARINHO-ARAUJO, 2014).

Porém, a OP de jovens para o desenvolver habilidades e competências


necessárias para sua inserção no mercado de trabalho, ainda é um processo lento
em algumas escolas brasileiras, principalmente nas escolas públicas, haja vista as
condições socioeconômicas contribuírem no desdobramento das escolhas
profissionais mais desiguais entre jovens de diferentes camadas sociais.

Nessa perspectiva, embora a escola pública brasileira seja a ferramenta


governamental para a diminuição das desigualdades sociais e ampliação das
oportunidades de desenvolvimento humano pela continuidade da educação formal, a
promoção de espaços participativos para os jovens estudantes, como sujeitos
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críticos de si no mundo e protagonistas do seu próprio desenvolvimento na busca de


uma profissão, na prática não acontece como deveria (DE SOUZA et al., 2020).

Idealizar a OP como construção de projeto de vida atrela-se com a integração


das múltiplas dimensões humanas e com a direção das potencialidades individuais
para a realização pessoal e profissional. Diante disso, o planejamento torna-se
fundamental, para que os jovens possam elaborar de maneira organizada não só
seu próprio caminho, mas também as principais atividades e comportamentos
imperativos para o alcance de seus objetivos e metas (KOZEN; NASCIMENTO,
2021).

Em relação à participação da família na OP, vem sendo compreendida como


um fator relevante no processo de escolha de uma determinada profissão. Apesar,
de em muitas situações os jovens terem pouca consciência crítica à despeito dos
fatores sociais que influenciam a sua escolha profissional, o que pode dificultar na
decisão de tal escolha (AMBIEL et al., 2019).

Importante destacar, que a escolha profissional é uma atividade que o sujeito


faz dentro do próprio contexto social sendo, portanto, influenciado pelas inúmeras
instituições que a compõem, a saber: família, escola, grupo de pares e além das
microestruturas nas quais estão inseridas (DE OLIVEIRA; NEIVA, 2013).

Percebe-se, que há vários fatores envolvidos no processo da escolha de uma


determinada profissão no decorrer da vida do jovem. Um deles frequentemente
observado pela literatura diz respeito às características socioeconômicas das
famílias às quais pertencem (MELO-SILVA, DA SILVA, 2019). Muitos jovens podem
contar com um leque de opções haja vista terem pais com um poder aquisitivo
satisfatório que podem custear o curso universitário escolhido pelo filho. Em
contrapartida, outros trabalham desde muito cedo para ajudar a sustentar a família.
Além de outros, que não têm condições financeiras suficiente, precisando trabalhar
dentro de sua própria realidade econômica, adiando o grande sonho ou até
desistindo dele.

Sendo assim, a OP acolhe o jovem conciliando anseios pessoais com o


mercado de trabalho, direcionando a um público de classe média ou alta que retrata
a condição de preferência. Contudo, esta realidade não condiz com os alunos
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pertencentes a famílias de baixa renda, o que provoca a necessidade de ajudar sua


família, vindo a trabalhar no que lhe for oferecido (GRINGS E JUNG, 2017). Nesse
sentido a OP pode se tornar um aliado importante do adolescente nesse momento
de escolha e poderia ser incluída nas bases curriculares, principalmente no ensino
médio.

Infelizmente, pode-se perceber que a OP no Brasil atende um jovem que


busca conciliar seus desejos pessoais com o mercado de trabalho, mas é voltado
para um público na maioria das vezes de classe média ou alta que possui a
condição de escolha, diferente do aluno de mais baixa renda que precisa ajudar sua
família e trabalha no que lhe é oferecido. Sendo assim, a pouca informação do
jovem, a imaturidade e o nível socioeconômico são variáveis importantes quando se
aborda a questão da indecisão profissional.

A seguir são apresentadas algumas considerações a respeito da importância


da psicologia, como área interventiva na IOP.

3 A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA COMO AREA DE INTERVENÇÃO

A OP é uma das atribuições do psicólogo com previsão na legislação, que


regulamenta o exercício da profissão em conformidade com a Lei 4119, art. 4, p.
009253. Porém, apesar de ser devidamente estabelecido em leis, o serviço
de OP na prática continua não sendo oferecido nas escolas, sobretudo nas
públicas.

Destarte, a OP na Psicologia é um campo de estudo e atuação que tem como


objetivo compreender aptidões, interesses, dificuldades e processos de escolha de
indivíduos quando o assunto é profissão e carreira. Tudo isso com o objetivo de
desenvolver métodos e ferramentas que auxiliem a tomada de decisões nessa área
tão importante da vida (BARBOSA; LAMAS, 2012).

A Psicologia atua no diagnóstico e contribui na solução de problemas que as


pessoas têm em relação ao seu futuro, como jovens e estudantes, no sistema
econômico da sociedade a que pertencem. Mas, a OP tem sido pouco privilegiada
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na prática do psicólogo que com o advento dos novos parâmetros curriculares


deveria se preocupar com o desenvolvimento dos temas transversais, como por
exemplo a educação e trabalho, bem como, abordá-lo no âmbito escolar
(FERNANDES, 2011).

Nesse contexto, infelizmente, em consequência dessa desvalorização,


também os estudos, as pesquisas, as propostas de intervenção e as avaliações dos
processos e resultados, tiveram poucos estímulos em um passado recente. E, diante
disso, a inquietação dos psicólogos com a temática do mundo do trabalho alcança o
objetivo de estimular o sentido de uma postura profissional baseada na consciência
crítica sobre a realidade social.

Importante salientar, que a OP se trata de uma atividade complexa e


subjetiva, uma vez que o psicólogo lida o tempo todo com a subjetividade do
orientando toda a sua complexidade, a avaliação foi considerada válida e
fundamental. Ademais, no campo da OP clínica, existem testes e o teste pode
exercer uma função importante ao jovem, porém não substitui a função do psicólogo.
Aqui cabe destacar, que não existem testes de orientação vocacional, existem sim,
testes que por suas características permitem ao psicólogo proporcionar dados sobre
aspectos, mais ou menos específicos da personalidade do sujeito (FERNANDES,
2011).

Uma vez que a OP deve ser implantada preferencialmente por psicólogos e


tal implantação se dá mais comumente nas escolas particulares, haja vista a falta de
profissional especializado nas escolas públicas, como opção para a falta de
acolhimento justo e igualitário a todas as pessoas e como maneira de superação das
barreiras sociais e econômicas que podem inibir a escolha da alguns eestudos
sugerem que a OP associe a Teoria Sociocognitiva para o Desenvolvimento de
Carreira à Teoria Comunitária Emancipatória, proposta por Prilleltensky (1997)
(BARBOSA; LAMAS, 2012);

A OP sob à ótica comunitária deve ser efetivada em parceria com a escola, a


família, a comunidade, e envolver profissionais de psicologia e áreas afins que
devem trabalhar de maneira que torne a vida profissional das pessoas mais segura e
ativa. Sendo assim, a implantação da OP como parte do projeto pedagógico, de
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forma integrada ao currículo escolar, seria um progresso respeitável para as


escolas, principalmente as públicas

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve por escopo analisar a importância orientação profissional


para o jovem, na busca do seu desenvolvimento profissional. Para tanto fez-se
necessário compreender a importância da orientação profissional; debater como
ajudar os indivíduos na tomada de decisão de carreira e/ou de uma ocupação que
deverá lhes oferecer condições de sobreviver e desenvolver-se, como pessoa e
como cidadão; verificar o desempenho da orientação profissional dentro da
psicologia.

É manifesto que a fase da juventude é cheia de mudanças físicas e


psicológicas. Trata-se de uma fase em que a personalidade está na etapa final de
estruturação. Definir o futuro profissional suscita ansiedade e, esta é uma das
razões para a família ser muito importante neste processo e na tomada de decisão.

A partir da literatura e analisadas pode-se perceber que muitos elementos vão


influenciar na escolha de uma profissão, como por exemplo: autoimagem, procura
de identificação, ausência de conhecimentos, mercado laboral, novas demandas
sociais e a família, a qual é a que mais vai influenciar os jovens nessa etapa
decisória de suas vidas.

Em vista disso, enquadrar e conduzir jovens cuja fase da vida acontece na


fase do seu desenvolvimento ao mercado profissional de trabalho exige de antemão
induzi-lo à reflexão e compreensão do processo de escolhas, haja vista muitas
vezes escolher por uma profissão não garante ter acesso às outras. Daí a
importância do método de construção, transformação, desenvolvimento de valores e
compromisso.
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REFERÊNCIAS

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