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Laboratório de Pesquisa em Saúde Mental (LAPSAM)

Departamento de Psicologia, Campus Dom Bosco


Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
Marco Antônio Silva Alvarenga, Dr.
Amanda Furlan Marques, Ms.
Carollina Souza Guilhermino
Daniele do Nascimento Portela, Ms.
Kelly Fernandes Olímpio

Roteiro de atendimento para avaliações e intervenções baseadas no Aconselhamento de


Construção de Carreira (Career Construction Counseling)
Modelo de intervenção fundamentado no Life-Design Counseling Manual,
desenvolvido por Marck L. Savickas (2019)1 e no Life Design Group Guide (Barclay & Stoltz, 2015)2.
Todos os direitos são reservados aos autores citados acima.

Colaborações e agradecimentos
Alana Carvalho Silva, Psicóloga
Ana Clara S. Gonzaga
Ana Letícia Santos
Camila Rubia A. Silva
Clarice Campos
Dayselis Carvalho Silva, Psicóloga
Drielly Souza Rocha
Julia de Carvalho Bedaque
Marina Lanna Carneiro
Marina Siqueira Castro
Martha Lage Rodrigues
Miriam Jhenifer Xavier Paiva, Psicóloga
Raquel D’Vago dos Santos Galvão, Psicóloga
Rubia Mara Esquarante Barbosa, Ms.

Revisado por Paulo Miguel da Silva Cardoso, Dr.


(Universidade de Évora, Portugal)

São João del-Rei


2021

1
Disponível gratuitamente em
http://www.vocopher.com/Susan%20Barclay/THE%20LIFE%20DESIGN%20THEMEMAPPING%20GUIDE_v.3.pdf
2
Disponível gratuitamente em
http://www.vocopher.com/Susan%20Barclay/THE%20LIFE%20DESIGN%20GROUP%20GUIDE_Barclay-Stoltz_2016.pdf
2
Epígrafe
Encontrar o meu caminho na Psicologia não foi fácil. Entre as paixões e as
prioridades, foi necessário trabalhar em áreas que não eram de meu interesse imediato para
que eu pudesse dar meus próximos passos. Aconteceu antes de eu ingressar no curso de
Psicologia, em 1998, quando decidi deixar as áreas biológicas (que ainda são uma paixão,
especialmente os dinossauros e as criaturas do período mesozoico) e me arriscar na
experiência não concreta do homem, a subjetividade.
Durante o curso de Psicologia, ingressei em áreas de pesquisas que não eram, em
nada, aquilo que eu gostaria de compreender e aplicar. Mas não parou por aí. Após eu ter me
formado, trabalhei com consultorias que eram os campos da Psicologia onde eu não me
imaginava atuar. Eu precisava de dinheiro para batalhar e por meus pés, definitivamente, na
área que me interessava, a psicologia clínica... E por ali fui como: terapeuta cognitivo
racionalista, construtivista, do esquema, comportamental dialético, avaliador psicológico e
neuropsicológico, perito e... orientador profissional ou conselheiro.
Como psicólogo clínico, eu fiz poucas orientações profissionais. Buscando
atualmente os registros que fiz dos meus clientes atendidos em OP, foram exatamente 13 ao
longo de 13 anos. Número de sorte! Não creio, mas vai que... Durante esse tempo, atuei com
modelos híbridos (fenomenológicos e psicodinâmicos) e ontogenéticos
(desenvolvimentistas) de OP. As abordagens ontogenéticas me chamavam mais a atenção,
mas, assim mesmo, eu me aprofundava no conteúdo apenas o necessário para dar suporte as
minhas práticas em consultório.
Quando percebi o potencial deste trabalho, associado a outras experiências que tive
durante a graduação, comecei a desenvolver atividades assistenciais em duas comunidades
na cidade de Belo Horizonte, onde morei entre 1991 e 2015. Em 2015, retornei a São João
del-Rei para assumir a vaga no concurso do Departamento de Psicologia para a disciplina de
Teorias e Técnicas de Avaliação Psicológica. Este era o ponto, eu trabalharia com avaliação
psicológica e intervenções clínicas. Sim, verdade para ambas, ao menos até agora, mas não
da forma como eu imaginava.
No segundo semestre de 2015, a professora Ivanize Moreno estava prestes a se
aposentar, a matriz curricular de 2004 e 2011 coincidiram, e fui “convidado” a assumir uma
das disciplinas de Orientação Profissional para a turma do 11º período, enquanto a colega
lecionava para o nono. Não me hesitei muito, apesar de nunca ter ministrado a disciplina. É
claro, que diferente do que muita gente pensa, a primeira vez foi horrível. Entre comparações
com outro colega, precisei preparar o curso a toque de caixa. Isso não tem a ver com meu
3
estilo que, diferentemente do que muita gente pensa, é mais contemplativo. Por conseguinte,
acho que a disciplina não agradou nem aos discentes e a mim!
Claro que a realização razoável de uma disciplina depende de uma série de fatores,
mas o principal, no meu ponto de vista, trata-se do quanto você está afetivamente envolvido,
do quanto aquela atividade é significativa. Como a disciplina tem, até atualmente, uma
atividade prática obrigatória, pensei: – por que não transformar isso numa pesquisa? Afinal
de contas, existem poucas pesquisas com modelos quantitativos de intervenção!!! Depois
que a forma de intervenção foi mais bem ajustada por meio da pesquisa, pensei: – por que
não oferecer como um projeto de extensão? Afinal de contas, mais gente poderá se beneficiar
deste trabalho!
No momento em que escrevo esta epígrafe, estamos em fevereiro de 2021! Foram
mais de 500 pessoas atendidas, em modalidade individual e/ou grupo, desde então:
estudantes do primeiro, segundo e terceiro ano do ensino médio; pré-universitários;
estudantes do ensino superior; pessoas formadas que buscavam reformular suas identidades,
dentre elas, a vocacional; participantes do EJA... E se você ainda gosta de números, e
acredita ser necessário justificar empiricamente para nossa sociedade e instâncias políticas
a importância da universidade pública, saiba que foram retornados R$774.301,00 (setecentos
e setenta e quatro mil, trezentos e trinta e um reais) em serviços para nossa comunidade, se
considerarmos os valores mínimos de custo sem o reajuste de inflação.
Não imaginava o forte interesse e cuidado que eu teria com a área. Até o momento,
este é um dos trabalhos com mais sentido que tive na minha vida laboral. Ele tem relação
com o tipo de atividade que gosto de fazer e com os desafios constantes com os quais preciso
lidar. E se ainda não fosse suficiente, é uma atividade de atendimento voltada, em grande
parte, a um grupo de pessoas socialmente vulnerável que, certamente, pode fazer algumas
“viradas” ao ter participado das intervenções. Tenho enorme sentimento de gratidão com
todo esse acaso.
O desafio atual será o atendimento online. Do meu ponto de vista, porém, trata-se de
uma grande experiência de aprendizagem para mim e para os discentes envolvidos. Esta não
seria a essência de uma formação profissional continuada? Eu acredito que sim! A você que
está lendo este trabalho agora e será um conselheiro, antecipo o quanto a sua participação é
significativa nesta jornada e o quanto você se sentirá gratificado por poder contribuir com
uma pedrinha na estrada de tijolos amarelos de alguém.
4
Agradecimentos
Este projeto está sendo desenvolvido há mais de cinco anos e meio. Ele não estaria
aqui salvo um número incontável de atores.
Como um projeto de ensino, quem de fato contribuiu para o aprimoramento desta
atividade de intervenção em Orientação Profissional (OP) foram os discentes do curso de
Psicologia da UFSJ. Por isso, quero agradecer a cada alunx, em particular, pela sua
disposição, persistência, interesse, paciência, envolvimento e atitude. A postura crítica
assertiva de muitos discentes me proporcionou um desafio intelectual e prático para que
cada vez mais pessoas pudessem se beneficiar da melhoria dos atendimentos de OP.
Obrigado aos discentes de 2015, segundo semestre, até aqui... e, espero, em diante.
Neste sentido, o próximo grupo para quem eu quero destinar meu sincero “muito
obrigado!” são os clientes, voluntários e participantes. Como a atividade de OP é um projeto
de ensino, pesquisa e extensão, muitas pessoas, ao se prontificarem ser atendidas,
contribuíram enormemente para que os discentes de Psicologia da UFSJ, o coordenador e
supervisor dos Programas de extensão e pesquisa em OP – quem vos escreve –
desenvolvesse um procedimento que colaborou, não somente com a vida delas, mas o fará
com as das pessoas que ainda participarão deste processo.
A monitoria tem como objetivo desenvolver futuros docentes e auxiliar colegas. Mas
as monitoras que atuaram nesta disciplina contribuíram, sem a menor sombra de dúvida,
para o meu desenvolvimento pessoal e acadêmico. As abordagens feitas por elas, os retornos
críticos e construtivos, as conversas de supervisão, a disponibilidade, o afeto e cuidado...
muitas características para as quais eu sou indiscutivelmente grato e feliz pela oportunidade,
assim como os discentes que foram orientados por elas: Lorena, Tatiane, Amanda, Thaís,
Daniele, Miriam, Dayselis, Kelly, Marina e Camila, minha gratidão plena!
Aos(às) pesquisadorxs e extensionistas, obrigado por melhorarem minhas funções
executivas, serem vozes de comunicação, extensão e dedicação, reuniões agradáveis e pela
paciência em relação aos meus planos: Amanda, Rubia, Luciane, Raquel, Drielly, Miriam,
Daniele, Danielle, Carollina, Kelly, Júlia, Camila e Ingrid. Amanda, mais uma estrela para
ti por ter topado levar essa atividade para o seu mestrado!!!!
Ao recentemente formado grupo de estágio 2021 que topou a empreitada para uma
nova experiência de cuidado e assistência em OP de forma remota. São elxs: Alice, Ana
Letícia, Ana Clara, Ana Paula, Camila, Carol, Clarice, Felipe, Júlia, Luise, Marina, Matheus
e Priscila, e aos participantes anteriores: Alana, Ana Clara, Ana Letícia, Carol, Daniele,
Érika, Kelly, Marinas Carneiro e Castro, Yasmim, Amanda, Bruna, Fernanda, Francianne,
Daniele, Dayselis, Drielly, Hudson, Luciane, Miriam e Raquel.
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O conhecimento não se desenvolve sem pesquisas, pesquisas não são criadas e
desenvolvidas sem xs pesquisadorxs e suas paixões. Agradeço a todos os grupos brasileiros
de pesquisa em OP, sua dedicação e contribuição ímpares; aos(às) pesquisadorxs
internacionais que trabalham também há décadas para a evolução teórica e prática deste
campo.
Agradeço ao colega Vitor Neves Guimarães pela leitura, apoio e crítica construtivos
em relação à EAP, sua reflexão sobre os itens e os ótimos momentos de discussão e
aprendizagens relativas às análises estatísticas para o estudo piloto dessa escala.
Agradeço às autoridades acadêmicas das UFSJ, pró-reitores de extensão e pesquisa,
às coordenações de curso, especialmente a de Psicologia, à Profa. Glaúcia, coordenadora do
SPA e ao grande e dedicado colega Marcelo, psicólogo do SPA.
Por fim, agradeço ao Professor Dr. Paulo Miguel da Silva Cardoso (Universidade de
Évora) pela significativa e cuidadosa revisão com recomendações para o aprimoramento
deste roteiro.
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Sumário

1 Apresentação 08

2 Fundamentação teórica 09

3 Justificativa 14

4 Objetivos 16

5 Procedimentos 17

6 Contato, apresentação inicial e recomendações 21

7 Avaliações 25

7.1 Big Five Inventory (BFI-2) 27

7.2 Escala de Interesses Vocacionais (EIV) 31

7.3 Escala de Autopercepção (EAP) 33

7.4 Escala Breve de Coping Resiliente (EBCR) 34

7.5 Escala de Satisfação com a Vida (SWLS-BP) 35

7.6 Escala de Afetos Positivos e Afetivos Negativos (PANAS) 36

7.7 Questionário Online de Funções Executivas (WebExec) 37


Escala de Ideias e Atitudes frente ao Futuro Educacional e Profissional
7.8 38
(EIAFEP)
7.9 Escala de Adaptabilidade de Carreira (CAAS, sigla em inglês, ou EAC) 40

7.10 Inventário de Maturidade de Carreira – FORMA C (IMC) 41

8 Devolutiva inicial 44

8.1 Processo devolutivo dos resultados 44

9 Conceituação de caso 52

10 Intervenções 54

10.1 Tema 01: Exploração 58

10.2 Tema 02: História e autoconhecimento 63

10.3 Tema 03: Mudanças 67

10.4 Tema 04: Planos 71

10.5 Tema 05: Consolidação 77


7

10.6 Caso seja pertinente “Tema 06: Reconhecer os afetos” 82

10.7 Caso seja pertinente “Tema 07: Desenvolvimento positivo” 86

11 Reavaliações 90

12 Revisão e atualização 91

13 Outras intervenções 96

14 Consideração final 97

Referências 98

Apêndices 104

Modelo de relatório final 104

Exemplo de modelo de relatório final de atividade 109

Procedimentos de entrega de relatório e documentos 115


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1. Apresentação
Há mais de um século a Orientação Profissional (OP) tem sido uma ferramenta
preciosa e fundamental a nossa sociedade. Os motivos são vários: 1) prevenção de acidentes
de trabalho; 2) treinamento e preparação laboral; 3) levantamento de características e
habilidades pessoais direcionadas a uma carreira – ajuste; 4) entendimento das
transformações dos papéis assumidos durante a vida, e 5) as possibilidades de compreender
e interagir com o meio, entender quem nós somos e nos transformarmos ao longo do ciclo
vital.
Pelos motivos expostos, a OP amplia o entendimento do homem e sua relação
intrapessoal, com a sociedade e o trabalho. Desse modo, há um amplo debate sobre qual
contexto a OP estaria inserida, entre eles: as práticas educacionais, sociais, evolutivas,
laborais, clínicas, da saúde etc. Em bem verdade, a OP é uma prática presente em várias
áreas de atuação. A OP apresenta lato sensu relação com os conhecimentos formais; crenças,
valores e ideias compartilhadas; senso de pertencimento e formação da identidade; na
mudança da percepção de papéis, desejos e necessidades. Strictu sensu, a terminologia em
questão relaciona-se à escolha profissional, ao desenvolvimento de projetos e
aperfeiçoamento de carreira; cuidado global da saúde, bem-estar, perspectiva e realização.
Pode-se dizer que a OP tem como objetivos: 1) direcionar pessoas com dúvidas
acerca de sua identidade vocacional e estabelecimento de metas; 2) reconhecer a
importância de cada pessoa pelas suas diferenças e ações, 3) favorecer a construção saudável
de uma história, e 4) contribuir com a manutenção da sociedade e da vida.
Por meio dessas asserções, a OP foca no desenho pensado e realizado para nossas
vidas, em acordo e além de nossas expectativas e possibilidades. O conselheiro tem como
função reconhecer os processos latentes de autoconhecimento, facilitar e encorajar o
entendimento de quem o cliente é e como ele pode criar, construir e transformar diferentes
realidades, tornando-as possíveis3.

3
Este termo faz uma alusão às obras de Jerome Bruner, Realidades Mentais, Mundos possíveis (1986), A Construção Narrativa da
Realidade (1991) e O Processo Autobiográfico (1995), pilares da filosofia contemporânea da mente e da cognição, que estabelecem a
noção de que a linguagem e o pensamento são as formas de consciência que permitem a construção de uma realidade, subjetiva em
primeira e última instância, capaz de estabelecer e modificar a maneira de interação do ser humano consigo mesmo, com os outros e o
mundo ao seu redor, ao mesmo tempo que é afetado por eles.
9
2. Fundamentação teórica4
A OP pode ser definida como uma área de atuação cujas práticas acontecem em
diferentes contextos para reconhecer e redimensionar interesses, habilidades e valores para
auxiliar pessoas, em qualquer momento de suas vidas, a tomarem decisões sobre sua
identidade vocacional e ocupacional (Cohen-Scali et al., 2018; Hartung & Santilli, 2017;
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico [OCDE], 2004). A OP
também recebe outras designações, para citar algumas: orientação de carreira, construção
de carreira, intervenções baseadas em carreira, aconselhamento profissional e de carreira,
desenvolvimento vocacional, adaptabilidade de carreira (Betz et al., 2005; Cardoso,
Gonçalves et al., 2016; Guichard & Dumora, 2008; Hartung & Cadaret, 2017; Holland,
1973; Savickas, 2005; Super, 1953).
A variação terminológica relacionada à OP acontece em virtude das mudanças
teóricas e práticas ocorridas por mais de um século. Elas estão divididas em três momentos
ou ondas. A primeira delas refere-se à adequação do homem ao trabalho, seguida pelo
projeto de reconhecimento das características individuais e laboral que auxiliariam no ajuste
entre elas. O primeiro movimento estendeu-se por 50 anos, até o final da primeira metade
do século XX (Parsons, 2005; Pope, 2015).
O segundo momento aconteceu em função do declínio do protagonismo dos testes
na OP e a ascensão da Teoria do Desenvolvimento Vocacional (VDT) de Donald Super. A
VDT passou a valorizar o processo de autoconhecimento e a importância do contexto na
formação de papéis, interesses pessoais e vocacionais por meio de fases específicas durante
o ciclo vital (Super, 1953, 1957, 1963, 1980; Super et al., 1996).
Entretanto, a partir dos anos 2000, a perspectiva de fases definidas de papéis e
carreira dificultava o entendimento de características únicas e não lineares na ontogênese
decorrentes das mudanças nas relações profissionais e maior fluidez no mercado de trabalho
na era informacional (Hartung & Cadaret, 2017; Hartung & Santilli, 2017; Chiaradonna,
2017; Cardoso, Gonçalves et al., 2016; Guichard, 2015; Pope, 2015; Savickas, 2005). Pelo
exposto, as Teorias de Construção de Carreira ([CCT], Savickas, 2005) e da Autoconstrução
([SCT], Guichard, 2005) contribuíram para a emergência de um novo movimento,
designado Life Design ou Construção da Vida, em português
Os eventos passados, as experiências atuais e as perspectivas futuras constituem a
biografia de uma pessoa e moldam, consequentemente, seu direcionamento profissional.
Esse é um dos pressupostos da CCT (Savickas, 2011). A adaptabilidade é outra

4
Apresenta fragmentos da dissertação de mestrado de Amanda Furlan Marques (2020).
10
pressuposição dessa abordagem sendo definida como um conjunto de ideias, valores,
crenças, habilidades, atitudes e capacidade de ajustamento a diferentes condições da vida e
da carreira. Como uma teoria pós-racionalista e construtivista, suas intervenções são
fundamentadas pelo método narrativo como forma de desenvolver a consciência sobre a
própria história e ressignificar os eventos.
A SCT é uma teoria desenvolvida por Guichard (2005) e fundamenta-se no
entendimento das características pessoais e da sociedade a qual o indivíduo pertence,
considerando esse pressuposto como o contexto. Ademais, a SCT concebe o processo
histórico – historicidade – como o elemento particular em constante transformação em
função da autoeficácia, do autoconceito e entendimento do contexto – identidade fluida e
plural – por meio da capacidade de refletir sobre si mesmo, os pares e os outros. Nessa
teoria, os significados pessoais são operados por um sistema cognitivo que coordena
diferentes informações para construir esquemas, crenças e valores concomitantemente ao
agenciamento de novas experiências (Guichard, 2005). A SCT também utiliza o método
narrativo como forma de ressignificação das experiências.
Esses modelos teóricos contribuíram para o movimento Life Design International
Research Group com o objetivo de sintetizar preceitos e práticas de aconselhamento em um
novo paradigma desenvolvimentista (ver Cardoso, Gonçalves et al., 2016; Cohen-Scali et
al., 2018; Duarte et al., 2010; Maree, 2019; Savickas & Porfeli, 2012). O Life Design (LD),
ou Teoria da Construção da Vida (TCV), considera os múltiplos papéis vivenciados por uma
pessoa e a formulação do self ao longo do ciclo vital. Além da prerrogativa de orientação
de carreira, o processo de aconselhamento tem natureza preventiva a fim de aumentar a
fluidez e a capacidade de adaptação às diferentes circunstâncias experimentadas por um
indivíduo. Em bem verdade, compreendem que o LD é uma extensão da CCT como forma
de unificar as teorias, procedimentos e objetivos do aconselhamento de carreira neste. Por
este motivo, as compreenderemos, ao menos parcialmente, como sinônimas. A partir de
agora trataremos da CCT
Para essa perspectiva, as pessoas apresentam padrões individuais, desenvolvem
interesses e papéis numa progressão não-linear em função do contexto social dinâmico
(condições socioeconômicas, educacionais, familiares, demográficas, laborais etc.) e dos
processos vitais (mudança de perspectiva de vida, conhecimento, autoconhecimento,
compreensão e orientação das experiências, múltiplas perspectivas de interpretação dos
eventos etc.) (Duarte et al., 2010, Hartung & Cadaret, 2017; Maree, 2019; Nota et al., 2014;
Savickas, 2016; Savickas et al., 2009).
11
A promoção dos objetivos na CCT acontece por meio de intervenções narrativa e
são geralmente sistematizadas da seguinte forma: 1) avaliação inicial com enfoque na
identificação dos objetivos, dos contextos e valores mais relevantes para a pessoa (técnicas
objetivas e idiográficas); 2) exploração do autoconceito e projetos (Guichard, 2005); 3)
revisão dos conteúdos narrados ([Life Line], Gibbons & Shurts, 2010; Thomas & Gibbons,
2009); 4) retomada e atualização do problema; 5) plano de ação (Goal Map) (Thomas &
Gibbons, 2009); e 6) o follow up que deve ser feito em diferentes momentos após o término
do aconselhamento como forma de verificar a coesão, fluidez e adaptabilidade.
As pessoas sentirão o efeito das mudanças em suas vidas e se adaptarão a essas
condições, buscando pelo que faz sentido na vida, inclusive no campo profissional. Esse
sentido poderá ser identificado e modificado por meio de um processo conhecido como
narrativo(a) ou narratabilidade. O método narrativo apresenta/representa a natureza do
paradigma discursivo. Isso significa que as ideias, pensamentos, imagens, crenças e valores
são acessados através de eventos chave. Geralmente esses eventos tratam de perguntas
direcionadas e reflexivas que permitem às pessoas realizaram uma sondagem sobre o
conteúdo armazenado em forma de representações primárias sobre diversos conteúdos da
própria história – memória autobiográfica episódica. A partir dele, pode-se tomar
conhecimento, compreender o seu sentido de forma consciente, perceber a influência que
exerce sobre as atitudes, sentimentos e planos atuais e como podem ser reformulados ou
ressignificados de acordo com o interesse pessoal (Cardoso et al., 2014).
Neste sentido, há algumas considerações a serem feitas acerca do desenho vital em
relação à OP. Alguns autores, dentre eles Savickas (2015), pressupõem que o
aconselhamento de carreira, tal como acontece em muitos modelos, é considerado um
processo neopositivista e/ou positivista lógico estabelecido por uma prática cujas metas
estão claramente definidas e orientadas aos resultados. Savickas (2019) afirma que “esse
discurso posiciona os conselheiros como sujeitos e os clientes como objetos” (p. 8). De outro
modo, significa que o objetivo é construído pelo orientador e não pelo participante, e não o
contrário. Por esse motivo, o aconselhamento em LD considera que o processo de avaliação,
decisão e direção ocorrerá pela díade conselheiro-cliente, uma vez que estão envolvidos e
trabalham no processo de aconselhamento ao invés de um atuar de forma disciplinar sobre
o outro (Rennie, 2012; Savickas, 2015).
A interação entre conselheiro-cliente propiciará a transição narrativa da seguinte
forma, a saber: 1) a construção, 2) a desconstrução e 3) a co-construção ou reautoria5. Essa

5
Os termos co-construção e reautoria são traduzidos livremente a partir de seus equivalentes em língua inglesa, a saber: co-constructing
e re-authoring.
12
transição começa por meio de algumas perguntas que orientam o acesso a lembranças –
cenas e crenças – do cliente. O conteúdo é trazido à consciência por meio de micronarrativas.
Elas fornecem representações simbólicas da história e experiência do cliente
(protonarrativas-conteúdo implícito ou subjacente às narrativas), constituindo a primeira
etapa de transição narrativa, a construção. O contato com essas informações permite ao
participante compará-las com as situações atuais, suas expectativas e projetos e, desse modo,
confrontá-las com ideias limitantes, distorções e crenças através do foco no conteúdo
apresentado, autoexame e observação reflexiva. Essa etapa refere-se à desconstrução. A
última etapa tem relação com a elaboração dessas imagens e valores. Ela produz novos
desejos, representações e expectativas, procedendo em uma macronarrativa – formação e
registro de novas concepções – que constrói um discurso diferente e a realização de novas
ações. Deste modo, é possível, o cliente e o conselheiro co-constroem uma nova direção e
um novo plano de ação que compreende do self revisado ou “atualizado” por meio da
experimentação – exposição – ativa no mundo real (Barclay & Stoltz, 2016; Savickas,
2015a).
O aconselhamento no modelo de Construção de Carreira tem como objetivo principal
a busca de sentido. Por meio dele, é possível estabelecer um propósito de vida que permite
a mudança a partir do ponto atual, percebendo e reformulando concepções passadas ao
promover o estabelecimento da intencionalidade em planos, ações e no compromisso
consigo mesmo (Duarte et al., 2010; Savickas, 2016; Savickas et al., 2009). Savickas (2015)
afirma que “em sociedades líquidas, muitas pessoas devem responder por si mesmas às
perguntas de ‘Como devo viver?’ e ‘Como devo projetar minha vida para alcançar minhas
aspirações?’ As instituições sociais não fornecem mais os roteiros normativos com os quais
seus pais e avós responderam a essas perguntas” (p. 12).
Mesmo que haja uma série de questões a serem abordadas no aconselhamento
profissional, a exploração de carreira ainda é o construto mais investigado nas pesquisas e
práticas nessa área por englobar ações para diferentes faixas etárias (crianças, adolescentes,
adultos e idosos), características (escolha, realocação, aposentadoria etc.) e contextos
(educacional, laboral, social e clínico) (Jiang et al., 2018). Neste momento, temos um
compromisso com a pesquisa, a extensão e uma atividade que favorece o desenvolvimento
da capacidade de explorar, ter autonomia, buscar sentido, melhorar o autoconceito, o senso
de pertencimento e a identidade.
Devemos considerar que as pessoas que irão nos procurar terão interesse sobre a
tomada de decisão acerca de seus interesses profissionais e de carreira. Eles serão auxiliados
a compreenderem suas “realidades”, necessidades, desejos e expectativas. Esse projeto é
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colocado em prática de forma intencional, consistente e flexível, além do cliente manter o
compromisso consigo mesmo. No entanto, deve-se reforçar que o processo de decisão
profissional mobilize a pessoa em seus projetos e ações, tornando-a ativa no processo que
coloca a carreira como um elemento da vida que, dentre outros, precisa ter sentido. Pelo
exposto, a CCT incentiva os clientes pela busca e atribuição de sentido às suas vidas.
14
3. Justificativa

“A construção e reconstrução da carreira evoluem por meio


da reflexão autobiográfica explícita que aprofunda o
conhecimento dos clientes sobre suas próprias vidas. O
aconselhamento do projeto de vida começa a focalizar a
autorreflexão no sentido presente do eu, porque o passado é
sempre visto a partir do presente.” (Savickas, 2015a, p:11).

Evidentemente, o mundo de hoje não é o mesmo de outrora. A história social, da


cultura e genética mostra os caminhos evolutivos pelos quais a humanidade tem se
desenvolvido (Schriver, 2011; Stanton, 2007; Zack & Kirst-Ashman, 2005). A melhoria
nutricional, o aprimoramento tecnológico, os sistemas educacionais, as condições de
trabalho, os cuidados profiláticos e interventivos permitiram o crescimento populacional,
econômico, da diversidade e, consequentemente, de diferentes áreas de atuação profissional
(Blank & Winokur, 2020; Dibbern & Hirschheimer, 2020; Laverie et al., 2020).
Não existe uma causa, a priori, que define a ontogênese humana, mas sabemos que
um número bastante razoável de variáveis influencia quem fomos, somos e nos tornaremos.
No entanto, ao observar o mundo ao redor nota-se que as relações entre as pessoas estão
diferentes. Os últimos adventos tecnológicos modificaram substancialmente nossa forma de
comunicação, resolução de problemas, entretenimento e lazer. Concomitantemente, o
mercado e as relações de trabalho também foram afetados por estes eventos (Beaudry &
Green; 2002; Mello et al. 2020). O mundo está menos previsível, em mudança constante.
Aliás, o único evento constante da vida é a mudança, e essa ideia tornou-se o pensamento
de uma nova era (Dibbern & Hirschheimer, 2020).
Os setores de empregabilidade e os projetos de vida são influenciados por essas
grandes mudanças. Algumas previsões indicam que a taxa de emprego permanecerá estável
para 2021, com exceção do aumento de ofertas no setor de serviços, a de desemprego será
a maior de todos os tempos. Serão 12 milhões de brasileiros desempregados em um total de
187 milhões previstos para o período (International Labour Organization [ILO], 2020). Os
projetos que as pessoas fazem para si geralmente estão associados ao seu estilo de vida e
constituem uma parte importante de suas prioridades, juntos à família, sua identificação
profissional, realização e bem-estar (Morris, 2016). Entretanto, a maioria dos indivíduos
compreende que as mudanças repentinas durante o ciclo vital são menos controláveis e
devem ser necessariamente consideradas nos seus planos particulares.
15
Pelos motivos expostos, dados como esses devem ser levados em consideração por
profissionais que auxiliarão um projeto de construção de vida, planejamento profissional e
de carreira (Hartung, 2015; Hartung & Cadaret, 2017; Hartung & Vess, 2016; Savickas,
2016). Além do processo que envolve uma resolução de problemas acerca do interesse e
identidade vocacional, deve-se pensar na forma como uma pessoa se percebe (self) e como
ela conduzirá, por meio da aquisição do conhecimento, seu caminho. Vale ressaltar que o
aconselhamento de carreira não tem como finalidade controlar o mundo e as ações do
cliente, mas entende, mediante todas essas transformações supramencionadas, o fato de cada
pessoa poder estabelecer o seu projeto de vida e orientar a si mesma.
Portanto, a Teoria de Construção de Carreira é aplicada como forma de
aconselhamento de carreira considerando a capacidade de adaptação individual, o
estabelecimento de projetos e metas, aceitar a responsabilidade sobre seu próprio destino e
direcionar suas ações num mundo em constante transformação.
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4. Objetivos

“As pessoas usam histórias para organizar suas vidas,


construir suas identidades e dar sentido a seus
problemas. Os clientes entram no aconselhamento com
uma história para contar sobre alguma transição.”
(Savickas, 2019, p. 8).

Explorar o tipo de trabalho com o qual o cliente mais se identifica ou deseja é ainda
o papel principal da educação e orientação profissional. No entanto, a partir do modelo da
Construção da Carreira, tomar a decisão sobre qual carreira seguir é dos tópicos de
intervenção, mas não somente ela.
Fundamentado no construtivismo e pós-racionalismo a Teoria de Construção de
Carreira tem como finalidade principal propiciar o desenvolvimento da adaptabilidade e
maturidade de carreira em participantes do processo de orientação profissional. Como
objetivos específicos, esta intervenção propõe:

• Desenvolver a expressão de afetos positivos, resiliência e satisfação com a vida,


• Desenvolver a capacidade de planejamento e resolução de problemas,
• Avaliar como características pessoais possam auxiliar o processo de decisão do
cliente,
• Ressignificar narrativas para uma mudança de perspectiva pessoal e profissional,
• Favorecer o desenvolvimento da autonomia e intencionalidade do cliente sobre seu
caminho e ações,
• Ampliar a autoeficácia para que o cliente possa refletir e agir sobre uma realidade
dinâmica,
• Desenvolver habilidades para conduzir um processo de aconselhamento de carreira
fundamentado na CCT, e
• Ampliar a formação em Psicologia seja ela pessoal, teórica e técnica.
17
5. Procedimentos
Este roteiro tem como finalidade auxiliar o conselheiro a conduzir o processo de OP
com estratégias de intervenção individual e para grupos. É importante ressaltar que o roteiro
tem uma estrutura fundamentada na perspectiva do Aconselhamento para a Construção de
Carreira (Savickas, 2019). No entanto, diferentes atividades podem ser acrescentadas,
desenvolvidas, alteradas e/ou substituídas dependendo da particularidade e objetivo do
atendimento e de cada caso. Por favor, não se esqueça de considerar os objetivos principais
para desenvolver este processo adequadamente:

• Compreender as características individuais e sociais do cliente;


• Fazer o levantamento das narrativas e significados acerca da vida e carreira;
• Auxiliar nas tomadas de decisão e resolução de problemas;
• Desenvolver intencionalidade e autonomia;
• Enfrentar o processo de transição;
• Ampliar a consistência, adaptabilidade do self e escolha congruente;
• Entender os riscos iminentes à escolha e às mudanças do mundo, e
• Desenvolver formas alternativas para prosseguir com os objetivos de vida.

Deste modo, o conselheiro acessará características do cliente para auxiliá-lo a


compreender a si mesmo e quais potenciais direções ele poderá tomar à medida que seus
objetivos se tornam mais claros. O processo de aconselhamento apresenta uma estrutura que
orientará o conselheiro a executar o procedimento, podendo ser considerado como um
“roteiro” de intervenção.

Tabela 01
Etapas e atividades para o processo de aconselhamento fundamentado na Teoria de Construção de Carreira
(presencial e/ou remoto)

Etapas Atividades
• Assinar o termo de compromisso de estagiário ou concordar com o
termo para a realização da prática
• Verificar quais são os candidatos disponíveis para participar do
procedimento
• Verificar compatibilidade de horário e fazer contato com o cliente
01 Contato inicial
• Realizar contato inicialmente pelo SPA (no caso de atendimento
remoto, por telefone particular, SMS e/ou WhatsApp)
• Agendar horário
• Realizar contato com outro cliente, caso a tentativa não tenha sido
bem-sucedida
18
• Ser cordial na abordagem
• Preencher a ficha de identificação e dados gerais (faça-o junto com o
cliente)
02 Abordagem inicial • Apresentar o contrato de prestação de serviço
• Apresentar a pesquisa e os termos de consentimento e assentimento
livre e esclarecido
• Esclarecer quaisquer dúvidas que o cliente manifeste
Aplicar os seguintes instrumentos (via formulário para a plataforma
remota):

1. Big Five Inventory (BFI-2)


2. Escala de Interesses Vocacionais (EIV)
3. Escala de Autopercepção (EAP)
Processo de 4. Escala de Satisfação com a Vida (SWLS-BP)
03 5. Escala Breve de Coping Resiliente (EBCR)
avaliação
6. Escala de Afetos Positivos e Afetivos Negativos (PANAS)
7. Questionário Online de Funções Executivas (WebExec)
8. Escala de Ideias e Atitudes frente ao Futuro Educacional e
Profissional (EIAFEP)
9. Escala de Adaptabilidade de Carreira (CAAS)
10. Inventário de Maturidade de Carreira (IMC)

• Corrigir os instrumentos
• Compreender e integrar os resultados
• Formular uma conceituação do caso
Compreensão e • Compartilhar os resultados de cada instrumento de acordo com a
compartilhamento sessão e seus objetivos
04 dos resultados
(durante as sessões • Reestabelecer os objetivos com o cliente acerca do processo de
de intervenção) aconselhamento
• Certificar-se de recolher os termos de consentimento, assentimento e
contrato de prestação de serviço (em caso de atendimento remoto,
checar se houve concordância com os termos dispostos)
• Utilizar procedimentos reconhecidos pela comunidade científica
• Compartilhar resultados de testagem de acordo com o objetivo da
sessão
• Considerar aspectos gerais e contextuais
• Considerar a percepção do self e a satisfação com a vida
05 Intervenções • Desenvolver capacidade de resolução de problemas
• Melhorar a autoeficácia
• Considerar a necessidade de desenvolver a adaptabilidade à carreira e
à vida
• Reformular narrativas e o significado da vida e carreira
• Pensar em ações voltadas para projetos futuros
Ao término das intervenções, o conselheiro deverá reaplicar os seguintes
instrumentos:

1. Escala de Afetos Positivos e Afetivos Negativos (PANAS)


2. Escala de Satisfação com a Vida (SWLS-BP)
06 Reavaliações 3. Escala Breve de Coping Resiliente (EBCR)
4. Escala de Autopercepção (EAP)
5. Questionário Online de Funções Executivas (WebExec)
6. Escala de Ideias e Atitudes frente ao Futuro Educacional e
Profissional (EIAFEP)
7. Escala de Adaptabilidade de Carreira (CAAS)
19
8. Inventário de Maturidade de Carreira (IMC)
Revisão e • Compartilhar e comparar os resultados antes e após a intervenção
atualização • Sintetizar os objetivos e passos para a realização do projeto pessoal
07
(devolutiva e • Trabalhar com a capacidade de realizar planejamentos,
encerramento) intencionalidade e execução
• Fazer relatório final
• Encaminhar relatório ao professor/supervisor/orientador para a
correção6
Término da • Imprimir o relatório corrigido e organizar a entrega dos materiais
08
atividade (presencial)
• Checar se todas as atividades foram cumpridas em formulários em
caso de atendimento remoto
• Entregar o relatório e todo material ao professor (presencial)

As etapas permanecerão relativamente estáveis durante o procedimento. No entanto,


o conselheiro deve saber que a ordem no uso de técnicas de avaliação e de intervenção
podem alterar de acordo com o contexto da sessão e as características do cliente. Considere
isso sempre!
O conselheiro deve atentar-se a outras habilidades que ele precise desenvolver para
estabelecer uma boa relação com o cliente e o encorajá-lo para que assuma intencionalmente
seu projeto de vida pessoal. Primeiramente, é importante salientar que o orientador é um
facilitador ao conhecimento e às mudanças das narrativas apresentadas pelo cliente.
Portanto, é necessário que o conselheiro esteja atento ao cliente, suas expressões,
verbalizações e o significado de cada evento narrado. Em seguida, ele deve favorecer que o
conteúdo expresso seja identificado e compreendido. Por fim, o conselheiro deve encorajar
a mudança de perspectiva, conduzindo o cliente por novas narrativas e significados, em
direção a atitudes nas quais verta ideias em ações.
Para que isso seja possível, o conselheiro deve compreender cada etapa e objetivos
do aconselhamento. Ele deve ler e reler o material a ser utilizado, sua descrição, premissa,
finalidades e como devem ser executadas. É importante também que o orientador mantenha
uma perspectiva pós-racionalista de trabalho. Mesmo que haja medidas objetivas de
observação e procedimentos estruturados, ele deve perceber a relação entre os resultados
apresentados por elas com as questões e perspectivas do cliente.
Faça os registros de acordo com as orientações do Conselho Federal de Psicologia
(CFP). Em caso de atendimento remoto, preste atenção na forma e cuidado dos registros em
formulários virtuais. Cada intervenção, individual ou em grupo, tem claramente uma direção
a ser tomada, com objetivos a serem cumpridos. Compreenda a relação desses objetivos
com o fundamento em questão, a saber, a Teoria de Construção de Carreira. Em caso de

6
A versão inicial do relatório deve ser enviada ao e-mail alvarenga@ufsj.edu.br até a data estipulada em supervisão.
20
supervisão, acesse o registro e comunique os pontos essenciais do atendimento de forma a
tornar claro as intervenções adotadas, os resultados obtidos e a perspectiva de continuidade
do projeto de carreira.
No início e final do atendimento de cada sessão, o conselheiro deverá solicitar ao
cliente ou membros do grupo que preencham um breve questionário que tem relação com
seus sentimentos, disposições, expectativas e percepções. Esses questionários estarão
disponíveis em formulários eletrônicos, como no caso de todos os outros procedimentos
para os quais serão adotados o atendimento remoto. Em caso de atendimento presencial,
devem estar impressos.
De acordo com Cardoso et al. (2020), o conselheiro deve apresentar e estabelecer
quatro tipos de atributos de conversação para facilitar o processo de aconselhamento de
construção de carreira, a saber: 1) Evocar e identificar o efeito de Momentos Inovadores
(IM)7; 2) destacar posições do self em situações contrastantes; 3) perguntar sobre o processo
de mudança e 4) promover uma metaperspectiva de mudança.
No tipo de conversação ‘1’, o conselheiro encoraja o cliente a reconhecer e
apresentar IMs que forneçam diferentes perspectivas narrativas que demonstrem mudanças
de pensamentos, sentimentos e ações em decorrência da fuga de um tema único. No tipo ‘2’,
o orientador apresenta diferentes entendimentos e reações do self em relação à mesma
situação. Para os tipos ‘3’ e ‘4’, o conselheiro pergunta sobre as mudanças ocorridas e,
juntamente com o cliente, favorece o desenvolvimento de novas perspectivas de mudanças
quando forem necessárias.
Como última consideração deste tópico, as reflexões presentes na relação
conselheiro-cliente podem despertar questões para o conselheiro em relação ao seu projeto
particular de vida e construção de carreira. O conselheiro deve monitorar os seus próprios
sentimentos e percepções, compreender por qual ou quais motivos elas podem ter surgido e
conversar com seu supervisor caso se sinta à vontade e ache necessário.

7
Tradução livre. Para mais informações ver:
Gonçalves, M. M., Matos, M., & Santos, A. (2009). Narrative therapy and the nature of “innovative moments” in the construction of
change. Journal of Constructivist Psychology, 22, 1–23. http://doi.org/10.1080/1072053 0802500748
21
6. Contato, apresentação inicial e recomendações
Esta intervenção faz parte do programa de Extensão “ORIENTA-AÇÃO” e dos
projetos de pesquisas: 1) Efeitos das intervenções desenvolvimentistas de orientação
profissional e 2) A efetividade das intervenções de OP: um estudo de acompanhamento.
A divulgação deste trabalho é feita de duas formas: 1) por meio da metodologia bola
de neve, na qual os participantes e conselheiros indicam a intervenção a outras pessoas e/ou
2) pelo contato com autoridades acadêmicas que divulgam este trabalho entre seus
estudantes, sejam eles do ensino fundamental, médio e superior. O professor responsável
pelos projetos envia um link de inscrição para aqueles que o contatarem e este pode ser
encaminhado a outros que tenham curiosidade e interesse.
Os interessados serão esclarecidos, em um primeiro momento, sobre a intervenção
e convidados para responder a um questionário sobre informações gerais. Posteriormente,
responderão a instrumentos relacionadas à percepção sobre si mesmo, crenças, valores e
ideias, resolução de problemas, sentimentos e traços de personalidade. Após as avaliações,
serão realizadas sessões de intervenções com reavaliações e, por fim, o processo será
concluído por meio de devolutiva dos resultados, revisão, atualização e encerramento. O
atendimento poderá ser realizado de forma presencial ou remota, nas modalidades de
atendimento individual ou grupo.
Para o atendimento presencial, o conselheiro deverá apresentar ao participante:

1. Duas vias do termo de consentimento livre e esclarecido e/ou assentimento. Uma


delas será assinada pelo participante e permanecerá com ele, enquanto a outra será
entregue ao pesquisador/supervisor responsável;
2. Duas vias do contrato de prestação de serviço assinadas pelo participante e
pesquisador, cada um deles ficará com uma via;
3. O questionário de informações gerais;
4. As avaliações nomotéticas e
5. Reavaliações.

Para o atendimento remoto:

1. Apresentação do procedimento;
2. Dinâmica e identificação com o participante,
3. Resposta ao questionário de informações gerais;
4. Leitura e concordância com o termo de prestação de serviço;
22
5. A apresentação virtual do termo de consentimento e assentimento livre e esclarecido
(o participante poderá imprimir o termo);
6. Avaliações nomotéticas, e
7. Reavaliações.

Os contatos poderão ser realizados por meio de chamada telefônica, e-mail e/ou
WhatsApp, permitindo até 24 horas como prazo para a resposta do cliente após o contato
inicial. O participante será considerado desistente caso não responda neste intervalo de
tempo. Por este motivo, o conselheiro deve utilizar bem o seu tempo tentando o contato e o
agendamento dentro do prazo limite.
Na abordagem via fone ou WhatsApp, o conselheiro deverá esclarecer o motivo do
contato. Segue uma sugestão de abordagem inicial:

“– Olá, como vai? Trabalho com aconselhamento de carreira na Universidade Federal de


São João del-Rei (UFSJ) no programa ORIENTA-AÇÃO para o qual você se inscreveu.
Você disponibilizou os seguintes dias e horários da semana, portanto, gostaria de saber se
poderíamos agendar nossa primeira conversa para o dia XXXXXXXXX, na segunda, terça,
quarta, quinta ou sexta, às XXXXXX. Aguardo sua confirmação e em breve entrarei em
contato telefônico. Atenciosamente,”

Termine com o seu nome e formação (Psicólogo/estagiário de Psicologia).


Em seguida, explique ao participante como ele chegará ao serviço. Para esse fim
reserve uma sala para atendimento no SPA, marque o horário. Caso o atendimento seja
remoto, escolha a plataforma virtual para o atendimento e se comuniquem sobre qual será o
meio remoto com antecedência.
O conselheiro deve estudar e treinar os procedimentos antes de ter a primeira sessão
com o cliente. Deste modo, terá mais flexibilidade para conduzir o roteiro, ao mesmo tempo
que poderá fazer uma observação mais profunda do caso e propor outras questões que se
façam necessárias. Ao ter o contato com o cliente, seja cordial sem ser informal, e assegure
um ambiente confortável tanto física quanto subjetivamente. O atendimento remoto deve
considerar que o participante esteja em local agradável, seguro, confortável e adequado à
exposição dos temas a serem abordados.
Explique o motivo do contato e como funciona o processo de orientação profissional.
Diga que este processo também faz parte de projetos de extensão e pesquisa desenvolvidos
na UFSJ sob a responsabilidade do Prof. Marco Antônio Silva Alvarenga, Departamento de
23
Psicologia. O cliente não será prejudicado ou deixará de ser atendido caso opte por não
participar na investigação conduzida pelo referido professor. Forneça os termos de
consentimento e/ou assentimento e o contrato de prestação de serviço e explique como
funcionará o trabalho e as normas relativas à execução do aconselhamento – esclareça os
termos presentes no contrato. Caso o atendimento seja remoto, compartilhe e auxilie o
cliente nas perguntas que tenha dúvida. Então, proceda ao questionário geral e aos testes.
Aplique-os da maneira mais cuidadosa possível, pois os resultados gerados por eles
auxiliarão na compreensão de diferentes experiências percebidas e vivenciadas pelo cliente.
Sempre que for necessário perguntar algo, faça-o com cautela, em forma de questões
breves, em ordem direta, e objetivas. Peça esclarecimento ao participante quando você não
compreender algo. Se você não entender mesmo assim, solicite exemplos a ele. Não o
confronte e seja cuidadoso com o cliente. De outro modo, não seja formal demais,
permitindo o estabelecimento de um bom rapport. Faça pequenas sínteses ao final de cada
questão ou tema. Caso haja alguma dúvida sobre o processo, o conselheiro deve buscar pelo
entendimento do cliente e prosseguir a avaliação.
Sugere-se uma sessão de 1h para responder ao questionário geral e outra para os
testes. Por este motivo, diga ao cliente que os primeiros atendimentos necessitarão de um
tempo maior. As demais sessões terão aproximadamente 1h e 20 minutos, tanto para o
atendimento da modalidade individual quanto em grupo. Os grupos deverão ser formados
por cinco (5) participantes, no máximo. Lembre-se de preparar o ambiente antes da
intervenção, e se o atendimento for remoto, repito, certifique-se de que ele tenha as devidas
condições para a participação segura e confortável do cliente.
A ficha de identificação e questionário geral poderão ser aplicados em formato de
entrevista semi e/ou estruturada, caso o conselheiro compreenda que este processo seja
necessário ao estabelecimento de um bom rapport.
É importante que se registre os contatos feitos com o cliente, mesmo que não haja
resposta. Esta é uma prescrição do CFP. Portanto, caso não haja resposta no primeiro
contato, o conselheiro deve enviar outra mensagem. Segue uma sugestão:

“– Prezado cliente, fiz contato contigo a respeito da sua disponibilidade para participar
do aconselhamento de carreira/orientação profissional. No entanto, não tive retorno.
Gostaria de saber se você ainda está interessado em participar do atendimento. Aguardarei
por sua resposta até 24 horas depois do envio desta mensagem. Estou disponível para
esclarecer qualquer dúvida que você tiver. Atte.” (nome do conselheiro/estagiário).
24
Se o cliente não responder de acordo com o prazo estabelecido, o conselheiro envia
a seguinte mensagem (como sugestão):
“– Prezado cliente, não obtive uma resposta quanto ao seu interesse em participar da
Orientação Profissional. Compreendo que tenha seus motivos. Gostaria de te informar que
encerraremos o seu cadastro e nos disponibilizamos caso você tenha interesse em retomar
o processo. Basta entrar em contato pelo e-mail: alvarenga@ufsj.edu.br Atte.” (nome do
conselheiro/estagiário).
25

7. Avaliações
É importante fazer algumas considerações antes de aplicar os testes. O uso de testes
ou técnicas objetivas constitui um procedimento que avalia dimensões específicas de uma
pessoa e configuram o modo particular de ser do cliente, suas escolhas, preferências,
tendências, possibilidades e potencialidades. Para uma avaliação mais coerente, os
resultados dos testes devem ser considerados juntamente com outras aspectos do orientando.
E lembre-se: estes testes não são utilizados com finalidade clínica relacionada ao sofrimento
e desconforto psíquico, mas sim para o aconselhamento psicológico breve em Orientação
Profissional.
Em caso de atendimento presencial e para que a prática de uso de instrumentos
transcorra bem, todos os manuais, folhas de resposta e crivos de correção estarão na sala
2.10 do Laboratório de Pesquisa em Saúde Mental (LAPSAM). Somente as folhas de
respostas deverão ser retiradas para uso. Os demais materiais deverão permanecer
definitivamente nesta sala. A leitura dos manuais para aplicação e correção – uso de crivos
e interpretação – deverão ser feitas no horário disponibilizado pelo(a) monitor(a). O(a)
monitor(a) estará responsável por cuidar, retirar, orientar, conferir e guardar os materiais de
uso permanente. Reforço: os manuais e os crivos de resposta permanecem na sala 2.10,
LAPSAM. Não será permitida a retirada de qualquer material sem a presença do(a)
monitor(a). Em caso de atendimento remoto, os estímulos estarão disponíveis em
formulários online e as formas de correção devem seguir as orientações presentes neste
roteiro.
Os testes utilizados neste procedimento de OP serão:

1. Big Five Inventory (BFI-2)


2. Escala de Interesses Vocacionais (EIV)
3. Escala de Autopercepção (EAP)
4. Escala de Satisfação com a Vida (SWLS-BP)
5. Escala Breve de Coping Resiliente (EBCR)
6. Escala de Afetos Positivos e Afetivos Negativos (PANAS)
7. Questionário Online de Funções Executivas (WebExec)
8. Escala de Ideias e Atitudes frente ao Futuro Educacional e Profissional (EIAFEP)
9. Escala de Adaptabilidade de Carreira (CAAS)
10. Inventário de Maturidade de Carreira (IMC)
26

A ordem de aplicação dos instrumentos pode ser alterada de acordo com as


características do cliente ou do grupo, a velocidade com que ele ou eles respondem aos
instrumentos e o tempo disponível para cada atendimento, apesar de ter sido sugerido uma
ordem de aplicação dos testes (ver tabela 01).
27
7.1. Big Five Inventory (BFI-2)
O BFI-2 é um instrumento que avalia os cincos grandes fatores da personalidade da
personalidade, sendo eles: o Neuroticismo, a Extroversão, a Amabilidade, a
Conscienciosidade e a Abertura. Cada uma dessas dimensões apresenta três facetas. o BFI-
2 é composto por 76 itens dispostos em uma escala Likert que varia entre 1 (Nada [não tem
nada a ver comigo]) e 5 (Totalmente [tem tudo a ver comigo]). A adaptação deste inventário
para o contexto brasileiro ainda não apresenta índices de consistência interna.

Correção:
Dentre esses traços, mensura quinze facetas: Sociabilidade; Assertividade; Energia;
Polidez/Respeito; Empatia/Compaixão; Confiança nos outros; Organização;
Persistência/Produtividade; Confiabilidade/Responsabilidade; Ansiedade; Depressão;
Instabilidade/Volatilidade; Curiosidade intelectual; Imaginação criativa e Apreciação
estética (Soto & John, 2017).
Cada item do inventário representa um dos cincos traços e dentro de cada traço se
encontram as facetas, tal como expresso na tabela 2.

Tabela 2
Descrição traço/faceta/itens do BFI-2
Traço Faceta Itens
Ansiedade; Depressão e 4, 9, 14, 19, 24, 29, 34, 39, 44, 49,
Neuroticismo
Instabilidade/Volatilidade emocional 54, 59, 72, 73 e 74.
1, 6, 11, 16, 21, 26, 31, 36, 41, 46,
Extroversão Sociabilidade; Assertividade e Energia
51, 56, 61, 62 e 63.
Polidez/Respeito; Empatia/Compaixão e 2, 7, 12, 17, 22, 27, 32, 37, 42, 47,
Amabilidade
Confiança nos outros 52, 57, 64, 65, 66, 67, 68 e 69.
Organização; Persistência/Produtividade 3, 8, 13, 18, 23, 28, 33, 38, 43, 48,
Conscienciosidade
e Confiabilidade/Responsabilidade 53, 58, 70 e 71.
Curiosidade intelectual; Imaginação 5, 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 45, 50,
Abertura
Criativa e Apreciação Estética 55, 60, 75 e 76.

A tabela 3 mostra a distribuição dos itens por facetas. De todo modo, vale ressaltar
que a correção deverá ser feita por fatores ou dimensões (Neuroticismo, Extroversão,
Amabilidade, Conscienciosidade e Abertura) e não pelas facetas.

Tabela 3
Relação entre facetas e itens do BFI-2
Faceta Itens
Ansiedade 4, 19, 34 e 49
28
Depressão 9, 24, 39, 54 e 72
Volatilidade/Instabilidade emocional 14, 29, 44, 59, 73 e 74
Sociabilidade 1, 16, 31, 46 e 61
Assertividade 6, 21, 36, 51 e 62
Energia 11, 26, 41, 56 e 63
Polidez/Respeito 7, 22, 37, 52, 66, 67 e 68
Empatia/Compaixão 2, 17, 32, 47, 64 e 65
Confiança 12, 27, 42, 57 e 69
Organização 3, 18, 33 e 48
Persistência/Produtividade 8, 23, 38 e 53
Confiabilidade/Responsabilidade 13, 28, 43, 58, 70 e 71
Curiosidade intelectual 10, 25, 40 e 55
Imaginação criativa 15, 30, 45 e 60
Apreciação estética 5, 20, 35, 50, 75 e 76

Para calcular o valor cada dimensão, você deverá fazer a média dos itens de cada
traço, para, em seguida, classificar a expressão dessa característica (ver tabela 4), utilizando
a seguinte fórmula:

𝛴 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠


𝑃𝑜𝑛𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝑁𝑒𝑢𝑟𝑜𝑡𝑖𝑐𝑖𝑠𝑚𝑜 (𝑁) =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 (15)

𝛴 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠


𝑃𝑜𝑛𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝐸𝑥𝑡𝑟𝑜𝑣𝑒𝑟𝑠ã𝑜 (𝐸) =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 (15)

𝛴 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠


𝑃𝑜𝑛𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝐴𝑚𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝐴𝑚) =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 (18)

𝛴 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠


𝑃𝑜𝑛𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑐𝑖𝑒𝑛𝑐𝑖𝑜𝑠𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝐶) =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 (14)

𝛴 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠


𝑃𝑜𝑛𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝐴𝑏𝑒𝑟𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝐴𝑏) =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 (14)

Tabela 4
Média dos escores e classificação para as dimensões do BFI-2
Intervalos de pontos ou escores Classificação
1 a 1,99 Baixa expressão do traço
2,0 a 3,99 Média expressão do traço
4,0 a 5 pontos Alto nível de expressão do traço

Por exemplo, se você fizer a média dos itens do Neuroticismo e o resultado for 3,
isso significa que a pessoa tem um nível médio desse traço.
29
No entanto, devido ao modo que está escrito o enunciado, alguns itens devem ser
invertidos no momento do cálculo, sendo eles: 16, 31, 36, 51, 11, 26, 17, 47, 22, 37, 12, 42,
3, 48, 8, 23, 28, 58, 4, 49, 9, 24, 29, 44, 5, 50, 25, 55, 30, 45, 67, 68, 71 e 74. Para ficar mais
claro, segue um exemplo de item:

Item 16: Costumo ser quieto.


Esse item se encontra dentro da dimensão Extroversão, que abrange a sociabilidade.
Lembrando que a resposta pode ser de 1 a 5, caso a pessoa marque 5 (totalmente – tem tudo
a ver comigo), ela está dizendo que não é muito sociável. No entanto, ao fazer a soma para
calcular a média, se você utilizar a pontuação 5, o resultado não estará condizente, porque
será alto. Nesse caso, você terá que inverter a resposta, ou seja, se a pessoa marcou 5 você
irá somar 1.

• Caso a pessoa tenha marcado o item equivalente a 5, você somará 1 e o contrário se


repete (1=5 assim como 5=1).
• Caso a pessoa tenha marcado o item equivalente ao 4, você somará 2 e o contrário se
repete (2=4 assim como 4=2).

Na tabela 5 você entenderá como descrever as tendências para cada dimensão.

Tabela 5
Descrição das tendências para as dimensões do BFI-2
Alto nível Traço Baixo nível
Vivenciam de forma mais intensa os
sofrimentos psicológicos, sendo mais
Pessoas com baixo nível tendem a ser
emocionalmente instáveis e
mais calmos, descontraídos, têm uma
vulneráveis. Pessoas com esse perfil
Neuroticismo maior estabilidade emocional, são
tendem a relatar de forma mais intensa
seguros, fortes e auto satisfeitos
eventos negativos que lhes ocorreram,
(McCrae, 2006).
dando pouca ênfase aos aspectos
positivos dos fatos.
Pessoas com alto escore nesta
Pessoas com baixos escores em
dimensão, geralmente, são mais
Extroversão tendem a ser fechados,
propensas a relações interpessoais, Extroversão
quietos e desanimados (Pervin & John,
falantes, despreocupadas, otimistas e
2004).
assertivas (Pervin & John, 2004).
Tendem a ser otimista, ou seja, creem
que o ser humano é justo, digno e
Pessoas com baixos escores tendem a
confiável (Pervin & John, 2004).
Amabilidade ser frios, hostis, desconfiados, cínicos e
Pessoas com altos escores nessa
manipuladores.
dimensão são gentis, calmas,
atenciosas, solidárias e agradáveis.
30
Tendem a se organizar mais, a ser Não possuem clareza em seus objetivos,
mais esforçadas, compromissadas, podem ser distraídas, desleixadas,
Conscienciosidade
honestas, persistentes, ambiciosas e preguiçosas e negligentes (Costa &
minuciosas (Costa & Widiger, 2013). Widiger, 2013).
Tendem a ser sinceras, criativas,
Tendem a ser convencionais, possuem
questionadoras, curioso, corajosas e
Abertura interesses limitados, não-artístico, não
independentes (Friedman &
se arriscam a novas experiências.
Schustack, 2004).
31
7.2. Escala de Interesses Vocacionais (EIV)
A EIV foi desenvolvida por Holland (data) com a finalidade de associar
características de personalidade a determinados tipos de atividade profissional. A escala foi
adaptada para estudantes de ensino médio e universitários do contexto brasileiro por
Teixeira, Castro e Cavalheiro (2008). Ela apresenta 48 distribuídos em uma escala Likert
que variam entre 1 (Me desagrada muito) e 7 (Me agrada muito). A escala apresenta seis (6)
perfis distintos com índices de consistência interna satisfatórios, a saber: (R) Realista (.83),
(I) Investigativo (.79), (A) Artístico (.78), (S) Social (.85), (E) Empreendedor (.74) e (C)
Convencional (.80).

Correção:
A correção desta escala deve ser feita a partir da soma dos escores dos itens relativos
a cada perfil, conforme a distribuição apresentada na tabela 6. Em seguida, deve ser feito um
ranqueamento entre os seis (6) perfis distintos do maior para o menor valor. A ordem do
ranque deve ser apresentada para o cliente com o significado de cada perfil (considere os
três perfis com maior expressão).

Tabela 06
Crivo de correção da EIV

O conselheiro deve apresentar os três resultados mais expressivos e explicar para o


cliente o que significa cada um deles. Segue a descrição relativa a cada perfil:

1. Realista (R): prefere trabalhar com dados objetivos ao invés de opiniões


subjetivas. Valoriza coisas materiais e não costuma dar muita importância a sentimentos.
Em geral é quieto e reservado, mas não gosta de ficar pensando muito. Aprecia atividades
32
práticas, nas quais possa ver um resultado mais imediato. Tende a ser conservador e
autocontrolado.
2. Investigativo (I): aprecia trabalhar com o raciocínio, usando palavras ou ideias.
Tende a ser analítico, racional, independente, introvertido, crítico, intelectual, inventivo,
curioso, científico. Habilidades de pesquisa, mecânicas e aritméticas também costumam
caracterizar este tipo.
3. Artístico (A): interage com o meio utilizando-se dos sentimentos, emoções,
intuições e imaginação. Tende a ser criativo, original, sonhador, idealista, rebelde, pouco
convencional, às vezes descuidado. É sensível e expressivo, podendo ser também
temperamental. Aprecia a estética e não valoriza muito a conformidade, a responsabilidade
e a lógica.
4. Social (S): apresenta necessidade de interação social. Suas características são o
entusiasmo, a amabilidade, a liderança, a persuasão, a sinceridade, a compreensão, a
generosidade, o calor humano. Tende a ser extrovertido e cooperativo, embora possa
eventualmente ser um tanto dependente dos demais. Busca ajudar as pessoas, muitas vezes
sacrificando-se em favor dos outros.
5. Empreendedor (E): busca agir sobre o mundo para conseguir o que deseja. Tende
a ser aventureiro, entusiasta, dominante, extrovertido, impulsivo, persuasivo, sociável,
versátil, ambicioso, líder, responsável, dinâmico, autoconfiante. Costuma valorizar assuntos
de política, economia e negócios, e demonstra interesse por atividades onde possa comandar
ou controlar aquilo que faz.
6. Convencional (C): suas características mais marcantes são o senso prático, o
cuidado no fazer as coisas e um gosto por atividades metódicas. Gosta de trabalhos que
envolvam regras bem definidas e em geral não gosta muito de atividades que exijam
criatividade ou imaginação. Tende a ser conservador, optando por metas e valores que sejam
aceitos pela sociedade.
33
7.3 Escala de Autopercepção (EAP)
A EAP é uma escala que avalia ideias e atitudes em relação a projetos pessoais.
Ideias são definidas como estruturas cognitivas ou esquemas responsáveis pela
orientação em relação às escolhas a partir de princípios elementares que consideram o que
é certo e errado (por exemplo, valores morais), o senso de prioridade (realização pessoal
versus o bem do grupo ao qual pertence), a busca pelo que faz sentido e o quanto será
considera capaz para alcançar os próprios objetivos. Esta dimensão apresenta 18 itens: 3, 4,
5, 7, 10, 13, 15, 17, 19, 20, 23, 26, 28, 29, 31, 35, 37 e 40.
A dimensão Atitudes apresenta relação entre os esquemas e experiências, sendo elas
definidas como um conjunto de representação primárias que orientam as condutas pessoais
para situações atuais e futuras. Esta dimensão tem 22 itens: 1, 2, 6, 8, 9, 11, 12, 14, 16, 18,
21, 22, 24, 25, 27, 30, 32, 33, 34, 36, 38 e 39.
Trata-se de uma escala Likert e os seus 40 itens podem um assumir um entre os
seguintes valores, considerando 1 (discordo completamente) e 5 (concordo completamente).
Ainda não índices de consistência interna em relação aos fatores da escala, uma vez que o
instrumento está em pesquisa.

Correção:
Este instrumento ainda não apresenta normas para a interpretação dos escores. Por
esse motivo, optou-se por um sistema arbitrário de classificação. Deve-se somar os valores
dos escores obtidos em cada uma das dimensões e dividi-los pelo número de itens de cada
uma delas, respectivamente, como mostra as duas equações a seguir. Para qualificar as
dimensões da EVA deve-se considerar a pontuação ou intervalos descritos na tabela 10.

𝛴 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠


𝑃𝑜𝑛𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑠 (𝑝𝑣) =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 (18)

𝛴 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠


𝑃𝑜𝑛𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑡𝑢𝑑𝑒𝑠 (𝑝𝑎) =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 (22)

Tabela 7
Interpretação da média dos escores obtidos na EAP
Pontuação média dos
Classificação
escores
1 a 2,0 Ideias e Atitudes necessitam desenvolvimento
2,1 a 3,0 Ideias e Atitudes pouco expressivos
3,1 a 4,0 Ideias e Atitudes expressivos
4,1 a 5 Ideias e Atitudes muito expressivos
34
7.4 Escala Breve de Coping Resiliente (EBCR)
A EBCR é uma escala unidimensional criada por Sinclair e Wallston (2003) e
adaptada por Ribeiro e Morais (2010) para a população de jovens do ensino secundário com
idades entre 15 e 25 anos de ambos os sexos. A escala avalia a capacidade que um indivíduo
tem de se recuperar ou ajustar de forma positiva a eventos estressores relevantes. Ela
apresenta quatro itens dispostos numa escala Likert que varia entre 1 (raramente ou quase
nunca) e 5 (quase sempre/sempre). O índice de consistência é igual a 0,53.

Correção:
A EBCR não apresenta normas para a interpretação dos escores obtidos pelo
respondente. Por esse motivo, optou-se por um sistema arbitrário de classificação, para o
qual soma-se os valores dos escores e os categoriza de acordo com um intervalo de pontos.
Ver tabela 8.

Tabela 8
Interpretação dos escores da EBCR
Pontuação ou intervalo
Classificação
entre escores brutos
4a5 Capacidade de manejo e resiliência muito baixa
6 a 11 Alguma capacidade de manejo e resiliência
12 a 18 Razoável capacidade de manejo e resiliência
19 a 20 Excelente capacidade de manejo e resiliência
35
7.5 Escala de Satisfação com a Vida (SWLS-BP)
A SWLS-BP é uma escala breve unidimensional que avalia o construto satisfação
com a vida por meio do julgamento cognitivo de bem-estar subjetivo. Foi desenvolvida por
Diener et al. (1985) e adaptada para o contexto brasileiro, utilizando diversas amostras, por
Gouveia et al. (2009). A SWLS-BP apresenta cinco itens distribuídos numa escala Likert
que variam entre 1 (Discordo totalmente) a 7 (Concordo totalmente). A consistência interna
geral da escala de é de igual a 0.81.

Correção:
A SWLS-BP não apresenta normas para a interpretação dos seus resultados no
contexto brasileiro. Deste modo, a classificação quanto à satisfação com a vida será́ atribuída
de forma arbitrária disposta de acordo com a tabela 9, considerando que quanto maiores as
pontuações maiores será o nível de satisfação com a vida e bem-estar subjetivo.

Tabela 9
Interpretação dos escores da SWLS-PB
Pontuação média dos
Classificação
escores
1 Muito insatisfeito com vida
1,1 a 2,6 Insatisfeito com a vida
2,7 a 5,3 Nem satisfeito/nem insatisfeito com a vida
5,4 a 6,9 Satisfeito com a vida
7 Muito satisfeito com a vida
36
7.6 Escala de Afetos Positivos e Afetivos Negativos (PANAS)
A PANAS é uma escala desenvolvida por Watson, Clark e Tellegen (1988) composta
por duas dimensões, a saber, o afeto positivo e o afeto negativo, com índices de consistência
iguais a .86 e .84, respectivamente. Ela foi adaptada para o contexto brasileiro por Nunes,
Lemos, Júnior, Behar e Santos (2019), com índices de consistência igual a 0.84 para o afeto
positivo e 0.90 para o negativo. A PANAS apresenta 20 itens distribuídos em uma escala
Likert que variam entre 1 (Muito pouco/nada) e 5 (Extremamente). Seus 10 primeiros itens
se referem às emoções ou experiências positivas, relacionados ao quanto uma pessoa está
se sentindo entusiasmada, ativa e alerta e envolvimento agradável. Os 10 últimos itens se
referem às emoções ou experiências negativas relacionadas a estados de humor tais como
raiva, desprezo, repulsa, culpa, medo e nervosismo.

Correção:
A PANAS não apresenta normas de correção e interpretação dos resultados para o
contexto brasileiro. Por esse motivo, a classificação para os escores de cada uma das
dimensões será arbitrária. Deve-se somar o valor obtido para cada tipo de afeto e dividi-lo
por 10. Quanto maior a pontuação em uma dada dimensão maior será a experiência sentida
ou vivida pelo cliente. Os escores e as respectivas classificações estão descritas na tabela 10.

Tabela 10
Interpretação dos escores da PANAS
Pontuação média dos
Classificação
escores
1 Muito pouco expressivo
1,1 a 2,0 Pouco expressivo
2,1 a 3,0 Expressivo
3,1 a 4,0 Muito expressivo
4,1 a 5 Extremamente expressivo
37
7.7 Questionário Online de Funções Executivas (WebExec)
A WebExec é um questionário virtual de autorrelato para uso em pesquisas de
populações não clínicas. Ele foi desenvolvido por Buchanan et al. (2010) e apresenta seis
itens, dispostos em uma escala Likert que varia entre 1 (nenhum problema experimentado)
e 4 (problemas experimentados o tempo todo). O índice de consistência interna é igual a
0,79. Neste questionário não são feitas suposições sobre o fracionamento da função
executiva, dividindo-a por fatores ou habilidades especificas. Ao invés de uma análise
dimensional, uma pontuação global é calculada somando os escores atribuídos para cada um
dos itens. Esta pontuação global tem como objetivo permitir ao participante refletir acerca
de sua experiência geral em relação aos seus problemas de percepção, organização e ação.
Após atribuir um valor a cada item, o participante também poderá́ descrever as ações que
reflitam a dificuldade em questão logo abaixo do item respondido.

Correção:
A WebExec é uma escala sem ponto de corte. A correção é feita por meio dos escores
obtidos por cada item. Por esse motivo, trata-se de um critério de correção arbitrário no qual
se atribui as seguintes categorias a partir da soma dos escores. Ver tabela 11.

Tabela 11
Interpretação dos escores da WebExec
Pontuação média dos
Classificação
escores
1 Excelente capacidade executiva
1,1 a 2,5 Boa capacidade executiva
2,6 a 3,9 Capacidade executiva reduzida
4 Capacidade executiva muito reduzida
38
7.8 Escala de Ideias e Atitudes frente ao Futuro Educacional e Profissional (EIAFEP)
A EIAFEP é uma escala que avalia ideias e atitudes dos respondentes em relação ao
seu futuro educacional e profissional. Ela foi criada por Soresi e Nota (2012) e adaptada para
o contexto brasileiro por Bonai (2014) com uma população de estudantes do ensino médio,
com idades entre 14 e 19 anos. Esta escala apresenta 16 itens dispostos em numa escala
Likert que varia entre 1 (Descreve perfeitamente a sua própria situação atual e o seu próprio
ponto de vista [definitivamente sim]) e 7 (Não descreve absolutamente a sua própria situação
atual e o seu próprio ponto de vista [definitivamente não]). A EIAFEP apresenta dois fatores,
a saber: 1) autoavaliação diante da decisão e segurança sobre o próprio futuro educacional e
profissional e 2) autoavaliação relativa à interioridade. Os índices de consistência são 0,84;
0,88 e 0,68 para o escore total, fator 1 e 2, respectivamente.

Correção:
A primeira dimensão é descrita como o ponto no qual uma pessoa está decidida a
respeito do seu próprio futuro educacional e profissional, está segura da escolha que fez e
tem clareza em relação aos seus próprios objetivos e ideias futuras. Ela está representada
pelos itens 1, 2, 4, 7, 9, 10, 11, 12, 13, 15 e 16. Em termos interpretativos, os itens que
saturam positivamente nesta dimensão fatorial foram invertidos de modo que a interpretação
fatorial associe a pontuação mais elevada a uma maior autoavaliação de decisão e segurança
do indivíduo frente ao Futuro Educacional e Profissional.
A segunda dimensão, caracterizada como o compromisso e a responsabilidade,
refere-se ao modo pelo qual a pessoa se impõe e toma decisões. Ela engloba os itens 3, 5, 6,
8 e 14. Para este fator, todos os itens foram invertidos negativamente para quanto mais
elevada for a pontuação, maior o compromisso e a responsabilidade do indivíduo perante as
escolhas educacionais e profissionais.
Deve-se considerar que os itens 2, 4, 7, 9, 10, 11 e 16 são cotados de forma invertida
como apresentado a seguir: para 7 obtidos o valor é computado como 1; para 6 o valor reverte
para 2 e assim por diante (7=1), (6=2), (5=3), (4=4), (3=5), (2=6) e (1=7).
Os itens que se referem à primeira dimensão, Perspectiva Temporal, vão do número
1 ao 14. E os que se referem à Resiliência começam no item 15 e terminam no 25. A
perspectiva temporal se refere às expectativas futuras e o desdobramento positivos dos
eventos. A resiliência trata da maneira pela qual as pessoas são capazes de enfrentar os
momentos de adversidades.
Como a escala não apresenta uma norma de correção e interpretação dos resultados.
Serão atribuídos valores arbitrários para pontos de corte e classificação, a partir da soma dos
39
escores brutos divididos pelo número de itens de cada dimensão, sendo 14 para a primeira e
11 para a segunda, respectivamente. Ver as notações:

𝛴 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠


𝑃𝑜𝑛𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝐷𝑒𝑐𝑖𝑠ã𝑜 𝑒 𝑆𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛ç𝑎 (𝑝𝑓)𝑑𝑠 =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 (11)

𝛴 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠


𝑃𝑜𝑛𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝐼𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑝𝑓)𝑖 =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 (5)

A classificação de ver feita considerado os intervalos presentes na tabela 12.

Tabela 12
Interpretação dos escores da EIAFEP
Pontuação média dos
Classificação para as dimensões
escores
Baixa decisão e segurança
1,0 a 3,0
Baixa interioridade
Decisão e segurança razoável
3,1 a 5,0
Interioridade razoável
Excelente decisão e segurança
5,1 a 7
Excelente interioridade
40
7.9. Escala de Adaptabilidade de Carreira (CAAS, sigla em inglês, ou EAC)
A CAAS é uma escala que avalia o construto adaptabilidade, um dos principais de
acordo com o modelo de intervenção fundamentado na Teoria de Construção de Carreira.
Ela foi criada e desenvolvida por Savickas e Porfeli (2012) e adaptada ao contexto brasileiro
para adolescentes, adultos e estudantes universitários por Teixeira et al. (2012) e Bonai
(2014). A CAAS tem 24 itens dispostos em uma escala Likert que varia entre 1 (desenvolvi
pouco ou nada) e 5 (desenvolvi extremamente bem). Ela é formada por quatro fatores e um
escore global cujos índices de consistência interna são iguais a 0,88; 0,83; 0,88; 0,89 e 0,94
para a Preocupação, Controle, Curiosidade, Confiança e Adaptabilidade, respectivamente.

Correção:
A primeira dimensão avalia o nível de orientação e envolvimento do indivíduo na
preparação para o futuro profissional e é representada pelos itens de número 1 a 6. O
Controle se refere ao nível de responsabilidade, autonomia e consciência da pessoa na
tomada de decisões e está representado pelos itens 7 a 12. A Curiosidade refere-se ao nível
de exploração do ambiente por parte do indivíduo e a procura de informações sobre novas
oportunidades, itens de 13 a 18 constituem esta dimensão. Por fim, a quarta e última
dimensão é a Confiança descrita como a capacidade do indivíduo de resolver e superar
problemas (itens 19 a 24).
Como a escala não apresenta uma norma de correção e interpretação dos resultados.
Serão atribuídos valores arbitrários para pontos de corte e classificação, a partir da soma dos
escores brutos divididos pelo número de itens de cada dimensão, sendo 6 para cada
dimensão, e da pontuação total. Ver exemplo:

𝛴 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠


𝑃𝑜𝑛𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝑑𝑖𝑚𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑒𝑠𝑠𝑒 (𝑝𝑑) =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 (6)

𝛴 𝑑𝑜𝑠 𝑒𝑠𝑐𝑜𝑟𝑒𝑠 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜𝑠


𝑃𝑜𝑛𝑡𝑢𝑎çã𝑜 𝐴𝑑𝑎𝑝𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑝𝑎) =
𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑡𝑒𝑛𝑠 (24)

A classificação de ver feita considerado os intervalos presentes na tabela 13.


Tabela 13
Interpretação dos escores da CAAS
Pontuação média dos
Classificação para as dimensões e valor total
escores
1 a 2,0 Dimensões e adaptabilidade necessitam desenvolvimento
2,1 a 3,0 Dimensões e adaptabilidade moderadamente desenvolvidos
3,1 a 4,0 Dimensões e adaptabilidade bem desenvolvidos
4,1 a 5 Dimensões e adaptabilidade muito bem desenvolvidos
41
7.10. Inventário de Maturidade de Carreira – FORMA C (IMC) ou MCI – Form C
O IMC é um instrumento desenvolvido por Savikas e Porfeli (2011) cuja finalidade
é avaliar a maturidade para escolha de carreira de estudantes do ensino médio. A maturidade
da carreira pode ser entendida como a medida na qual um indivíduo adquiriu o conhecimento
e as habilidades necessárias para fazer uma escolha de carreira mais realista. A IMC
apresenta 24 itens que devem ser respondidos por meio de uma escala categórica, na qual o
indivíduo Concorda ou Discorda.
Ela apresenta quatro dimensões e três delas computam para o construto maturidade,
a saber: 1) Preocupação; 2) Curiosidade e 3) Confiança. A dimensão Consulta refere-se ao
estilo relacional na formação na tomada de decisões e escolhas ocupacionais. No estudo de
Savickas e Porfeli (2011) as subescalas apresentaram os índices de consistência iguais a 0,86
para Maturidade (escore total); 0,62 para preocupação; 0,78 para Confiança; 0,74 para
Curiosidade e 0,69 para Consulta. A adaptação para a língua portuguesa, feita por Janeiro et
al. (2013), apresenta índices de consistência iguais a 0,73, 0,65, 0,68 e 0,47 respectivamente
para as dimensões Preocupação, Curiosidade, Confiança e Consulta.

Correção:
A primeira dimensão, Preocupação, refere-se até que ponto um indivíduo é orientado
e envolvido no processo de fazer suas decisões de carreira. O primeiro passo no processo de
tomada de decisão de carreira é tomar consciência das escolhas que se deve fazer no futuro
imediato e intermediário.
A Curiosidade se refere até que ponto um indivíduo explora o mundo do trabalho e
busca informações sobre ocupações, seus requisitos e funcionamento.
A Confiança trata até que ponto um indivíduo acredita na sua capacidade de tomar
sábias decisões de carreira e realizar escolhas ocupacionais mais realistas.
A Consulta, por fim, está relacionada à busca de conselhos de outros ou não na
tomada de decisões de carreira e escolhas ocupacionais.
A IMC apresenta categórica de pontuações para as seguintes condições, a saber: 1)
pontuação da maturidade total para a carreira com base na soma dos escores obtidos nos 18
itens da escala (somar os escores das três categorias: preocupação, curiosidade e confiança)
e 2) as pontuações individuais para cada uma das categorias Preocupação, Curiosidade,
Confiança e Consulta. Cada item assumirá o valor igual a um (1) caso o participante opte
por respondê-los de acordo com o exposto abaixo:
42
Preocupação = 1 (D), 5 (D), 9 (D), 13 (D), 17 (D), 21 (D)
Curiosidade = 2 (D), 6 (D), 10 (D), 14 (D), 18 (D), 22 (D)
Confiança = 3 (D), 7 (D), 11 (D), 15 (D), 19 (D), 23 (D)
Consulta = 4 (D), 8 (C), 12 (C), 16 (D), 20 (C), 24 (C)

A escala não apresenta uma norma de correção e interpretação dos resultados para
amostras brasileiras. As normas representam uma amostra norte-americana e foi
desenvolvida a partir das respostas de estudantes do ensino médio. Optou-se por utilizar os
mesmos critérios para a população brasileira.
Os resultados obtidos devem ser interpretados a partir das tabelas 14 a 18.

Tabela 14
Interpretação dos escores do IMC – Geral
Escore Percentil Classificação
1a3 2 até ≤ 5 Muito baixa
4a7 ≤ 25 Baixa
8 a 12 33 ≥ a ≤ 72 Média
13 a 14 78 ≥ a ≤ 82 Alta
15 a 18 83 ≥ até 99 Muito Alta

Tabela 15
Interpretação dos escores do IMC – Preocupação
Escore Percentil Classificação
1a2 1 até ≤ 3 Muito baixa
3 13 Baixa
4 35 Média
5 61 Alta
6 85 Muito Alta

Tabela 16
Interpretação dos escores do IMC – Curiosidade
Escore Percentil Classificação
1a2 19 ≥ a ≤ 36 Muito baixa
3 56 Baixa
4 74 Média
5 88 Alta
6 95 Muito Alta

Tabela 17
Interpretação dos escores do IMC – Confiança
Escore Percentil Classificação
1 ≤ 22 Muito baixa
2a3 39 ≥ a ≤ 61 Baixa
4 77 Média
43
5 93 Alta
6 96 Muito Alta

Tabela 18
Interpretação dos escores do IMC – Consulta
Escore Percentil Classificação
1a2 2≥a≤5 Muito baixa
3 8 Baixa
4 29 Média
5 52 Alta
6 75 Muito Alta

É importante fazer algumas considerações. Para as escalas de preocupação,


curiosidade e confiança, as pontuações mais altas refletem um desenvolvimento mais
avançado. Altas pontuações na escala de consulta significam que o indivíduo consulta a
família e os amigos sobre as opções de carreira, em um estilo relacional interdependente.
Pontuações baixas significam que o indivíduo prefere fazer escolhas de carreira com um
estilo relacional independente.
Os alunos com pontuações mais altas podem ser orientados para a exploração
ocupacional em profundidade, especialmente usando interpretações de inventários de
interesse e educação experiencial. Os alunos com pontuações mais baixas podem ser
orientados para a exploração em amplitude, especialmente usando esclarecimento de valores
e intervenções de desenvolvimento de identidade.

Lembre-se!!!
Todos os testes devem ser corrigidos antes da sessão de compartilhamento dos
resultados e elaboração da intervenção. Para a devolução dos seus resultados, o conselheiro
deverá explicar ao orientando o significado do desempenho obtido nas tarefas, sua
importância no entendimento das dinâmicas pessoais e no processo de OP.
Tenha sempre cautela ao compartilhar os resultados. Lembre-se de que não existem
processos cristalizados na Psicologia. A devolução de cada conjunto de respostas acontecerá
de acordo com as sessões de intervenção que abordem o tema.
44
8. Devolutiva inicial
A devolução dos resultados é essencial, para não dizer mandatório para um processo
de Avaliação Psicológica (AP). Ele é necessário porque explicita o significado dos
resultados e os contextualiza para quem passou por uma AP. Deste modo, não se trata apenas
de mostrar os resultados das provas as quais o cliente realizou, mas considerá-los de acordo
com ontogênese do cliente e as variáveis relativas ao seu desenvolvimento pessoal (nível
educacional, socioeconômico e demográfico, familiar, estrutural, entre outros).
Deste modo, apresentamos, não de maneira definitiva, uma forma de fornecer uma
devolutiva ao participante.

8.1 Processo devolutivo dos resultados


Você participou da avaliação inicial do programa de aconselhamento de carreira
intitulado ORIENTA-AÇÃO, coordenado pelo Prof. Marco Antônio Silva Alvarenga,
Departamento de Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). Para isso,
você respondeu aos instrumentos:

1) Bateria Fatorial de Personalidade, segunda versão (BFI-2);


2) a Escala de Interesses Vocacionais (EIV);
3) Escala de Autopercepção (EAP);
4) Escala Breve de Coping Resiliente (EBCR);
5) Escala de Satisfação com a Vida (SWLS-BP);
6) Escala de Afetos Positivos e Afetivos Negativos (PANAS);
7) Questionário Online de Funções Executivas (WebExec);
8) Escala de Ideias e Atitudes frente ao Futuro Educacional e Profissional (IAFEP);
9) Escala de Adaptabilidade de Carreira (CAAS-EAC), e
10) Inventário de Maturidade de Carreira – FORMA C (IMC).

Para todos os resultados é interessante – e pertinente – perguntar ao cliente se ele se


identifica com os resultados, se os resultados têm relação com algum evento da vida do
cliente ou se ele traz alguma dificuldade ou realização para ele.

A seguir encontram-se breves explicações sobre cada construto:


45
O que é personalidade?
A personalidade é compreendida como um conjunto de padrões estáveis relativos à
experiência emocional, sociabilidade, crenças, valores e atitudes previsíveis, com razoável
confiabilidade, em diferentes circunstâncias (Figueiró, Martins, Leite, Zilotto, & Baccha,
2010). Mesmo que os traços de personalidade representem uma tendência no comportamento
do indivíduo, estes traços não são imutáveis, sendo características psicológicas que podem
mudar ao longo do ciclo vital (Pacheco & Sisto, 2003; Sisto & Oliveira, 2007). O modelo
mais utilizado para avaliação de personalidade é o dos Cinco Grandes Fatores da
Personalidade (CGF), que compreende as dimensões: Neuroticismo, Extroversão, Abertura,
Amabilidade e Conscienciosidade. De modo geral, o Neuroticismo reflete a capacidade de
ajustamento social e emocional; a Extroversão, a quantidade e intensidade das interações
interpessoais; a Amabilidade relaciona-se com a preocupação, cooperação e harmonia
social; a Abertura consiste na tendência em procurar experiências novas e a
Conscienciosidade refere-se à organização e ao comportamento dirigido à realização (Costa
& McCrae, 2007).
Como forma de devolução dos resultados, esse relatório resumido pretende relatar os
seus principais resultados. Destacamos que suas respostas podem refletir características
pontuais ou estáveis. No entanto, como não se trata de uma avaliação psicológica e sim de
uma breve descrição, os resultados devem ser interpretados com ressalva. Seguem as sínteses
dos seus principais resultados:

Dimensão Neuroticismo: Seus resultados indicaram que você apresenta ajustamento


e estabilidade emocional dentro da média em relação às outras pessoas.

Dimensão conscienciosidade: Você possui um alto escore nessa dimensão, que reflete
as tendências individuais das pessoas e o foco na busca por seus objetivos. Pessoas com
altos escores nessa dimensão tendem a se organizar mais, a serem mais esforçadas,
compromissadas, honestas, persistentes, ambiciosas e minuciosas.

Dimensão amabilidade: Você possui um nível médio de amabilidade, que reflete a


capacidade da pessoa em desenvolver relações amigáveis e agradáveis. A dimensão
engloba elementos básicos de confiança, modéstia, sensibilidade, tolerância, entre outros.
46
Dimensão extroversão: Seus resultados se situam dentro da média para essa
dimensão. A extroversão descreve a capacidade do indivíduo de se relacionar com os outros
e estabelecer relações duradouras.

Dimensão abertura: Você se situa dentro da média em relação à abertura a novas


experiências. Essa dimensão reflete a propensão do indivíduo a conhecer ambientes novos,
adquirir conhecimentos mais atuais e/ou ideias inovadoras.

Dimensão Média Classificação

Neuroticismo

Extroversão

Amabilidade

Conscienciosidade

Abertura

O que são interesses vocacionais?

Referem-se a interesses e preferências por certas atividades profissionais. Esses


interesses podem ser agrupados em seis perfis diferentes. Na tabela a seguir, você vai
encontrar o seu escore em cada construto avaliado e, posteriormente, uma síntese dos seus
três principais resultados:

Características de personalidades relativas ao interesse profissional Ranque


Realista
Investigativo
Artístico
Social
Empreendedor
Convencional

Realista (R): prefere trabalhar com dados objetivos ao invés de opiniões subjetivas.
Valoriza coisas materiais e não costuma dar muita importância a sentimentos. Em geral é
quieto e reservado, mas não gosta de ficar pensando muito. Aprecia atividades práticas, nas
quais possa ver um resultado mais imediato. Tende a ser conservador e autocontrolado.
Investigativo (I): aprecia trabalhar com o raciocínio, usando palavras ou ideias.
Tende a ser analítico, racional, independente, introvertido, crítico, intelectual, inventivo,
47
curioso, científico. Habilidades de pesquisa, mecânicas e aritméticas também costumam
caracterizar este tip
Artístico (A): interage com o meio utilizando-se dos sentimentos, emoções, intuições
e imaginação. Tende a ser criativo, original, sonhador, idealista, rebelde, pouco
convencional, às vezes descuidado. É sensível e expressivo, podendo ser também
temperamental. Aprecia a estética e não valoriza muito a conformidade, a responsabilidade
e a lógica.
Social (S): apresenta necessidade de interação social. Suas características são o
entusiasmo, a amabilidade, a liderança, a persuasão, a sinceridade, a compreensão, a
generosidade, o calor humano. Tende a ser extrovertido e cooperativo, embora possa
eventualmente ser um tanto dependente dos demais. Busca ajudar as pessoas, muitas vezes
sacrificando-se em favor dos outros.
Empreendedor (E): busca agir sobre o mundo para conseguir o que deseja. Tende a
ser aventureiro, entusiasta, dominante, extrovertido, impulsivo, persuasivo, sociável,
versátil, ambicioso, líder, responsável, dinâmico, autoconfiante. Costuma valorizar assuntos
de política, economia e negócios, e demonstra interesse por atividades em que possa
comandar ou controlar aquilo que faz.
Convencional (C): suas características mais marcantes são o senso prático, o cuidado
no fazer as coisas e um gosto por atividades metódicas. Gosta de trabalhos que envolvam
regras bem definidas e em geral não gosta muito de atividades que exijam criatividade ou
imaginação. Tende a ser conservador, optando por metas e valores que sejam aceitos pela
sociedade.

O que é autopercepção?
Autopercepção é a maneira como você mesmo reconhece as suas características e
qualidades. A forma como a gente percebe a si mesmo influencia nossa maneira de agir. Por
exemplo: se penso que sou uma pessoa curiosa, então vou explorar o meu meio, tentar
descobrir coisas novas. A autopercepção aqui apresenta duas características, uma se refere
às ideias que estão na minha cabeça e a outra as coisas que faço a partir do que acredito.

Características da
Escore Média Categoria
autopercepção
Ideias
Atitudes
48
A partir desses resultados, pergunte à pessoa se ela gostaria de desenvolver alguma
dessas características. Pode apresentar alguns itens como exemplo e discuti-los com o
cliente.

O que é resiliência e coping?


A resiliência refere-se a um processo dinâmico que abrange a adaptação positiva num
contexto de adversidade significativa, ou seja, a capacidade que cada pessoa apresenta para
manejar situações, geralmente estressantes, e retomar sua situação anterior da maneira
menos comprometida possível.
O resultado da escala varia entre coping e resiliência pouco desenvolvido a muito
desenvolvido.

Escore Média Classificação

Capacidade de manejo e
resiliência

Pergunte ao cliente se ele, de fato, reconhece esta característica desta forma, qual são
os eventos de vida que ele acha difícil de manejar e se algum deles teria relação com o
processo de aconselhamento de carreira.

O que é satisfação com a vida?


Refere-se ao julgamento geral de bem-estar e da satisfação em que as pessoas
percebem a sua vida. O julgamento fica a critério único e exclusivo dos respondentes, tendo
em conta seus próprios interesses e valores.
O resultado variará entre insatisfeitos e muito satisfeito com a vida.

Escore Média Classificação

Satisfação com a vida

Pergunte ao cliente se ele, de fato, reconhece esta característica desta forma, qual são
os eventos de vida que o fazem sentir satisfeito ou insatisfeito com a vida e se algum deles
teria relação com o processo de aconselhamento de carreira.
49
O que são os afetos positivos e negativos?
O afeto positivo (AP) diz respeito ao quanto uma pessoa está se sentindo
entusiasmada, ativa e alerta e envolvimento agradável. O afeto negativo (AN) é formado por
estados de humor aversivos, tais como raiva, desprezo, repulsa, culpa, medo e nervosismo.
Quanto maior a pontuação na dimensão maior será a experiência sentida ou vivida
pelo sujeito.

Afetos Escore Média Categoria


Positivo
Negativo

O que são funções executivas?


As funções executivas tratam de um termo amplo que descreve diversos processos,
como por exemplo, planejamento, coordenação de tarefas, controle de impulso e atenção, de
forma geral. Esta pontuação global tem como objetivo permitir ao participante refletir acerca
de sua experiência geral em relação aos seus problemas de percepção, organização e ação.
Seus resultados indicaram uma capacidade executiva _____________, isto é, você
possui uma capacidade ____________ em relação aos seus pares.

Escore Média Classificação

Funções executivas

O que são ideias em relação ao futuro educacional e profissional?


A EIAFEP é um questionário que avalia ideias e atitudes dos respondentes em
relação ao seu futuro educacional e profissional. Requer que a pessoa indique até que ponto
as afirmações propostas descrevem o modo de pensar e de agir frente ao futuro educacional
e profissional.
A primeira dimensão é descrita como o ponto no qual uma pessoa está decidida a
respeito do seu próprio futuro educacional e profissional, está segura da escolha que fez e
tem clareza em relação aos seus próprios objetivos e ideias futuras. A segunda dimensão,
caracterizada como o compromisso e a responsabilidade, refere-se ao modo pelo qual a
pessoa se impõe e toma decisões.

Escore Média Classificação

Decisão e segurança
50

Interioridade

O que é adaptabilidade de carreira?


O constructo adaptabilidade, se refere à capacidade que a pessoa apresenta em
relação ao seu direcionamento futuro. Ela envolve quatro dimensões, a saber: 1)
Preocupação; 2) Controle; 3) Curiosidade, e 4) Confiança.
A dimensão Preocupação avalia o nível de orientação e envolvimento do indivíduo
na preparação para o futuro profissional.
O Controle se refere ao nível de responsabilidade, autonomia e consciência da pessoa
na tomada de decisões.
A Curiosidade refere-se ao nível de exploração do ambiente por parte do indivíduo
e a procura de informações sobre novas oportunidades.
Por fim, a quarta e última dimensão é a Confiança descrita como a capacidade do
indivíduo de resolver e superar problemas.

Dimensões Escore Média Categoria


Adaptabilidade (Total)
Preocupação
Controle
Curiosisade
Confiança

O que é maturidade de carreira?


A maturidade da carreira pode ser entendida como a medida na qual um indivíduo
adquiriu o conhecimento e as habilidades necessárias para fazer uma escolha de carreira
mais realista. A escala possui quatro dimensões, sendo que três avaliam o construto
maturidade: 1) Preocupação, 2) Curiosidade e 3) Confiança; e a dimensão consulta.
A primeira dimensão, Preocupação, refere-se até que ponto um indivíduo é orientado
e envolvido no processo de fazer suas decisões de carreira. A Curiosidade se refere até que
ponto um indivíduo explora o mundo do trabalho e busca informações sobre ocupações, seus
requisitos e funcionamento. A Confiança trata até que ponto um indivíduo acredita na sua
capacidade de tomar sábias decisões de carreira e realizar escolhas ocupacionais mais
realistas. A Consulta, por fim, está relacionada à busca de conselhos de outros ou não na
tomada de decisões de carreira e escolhas ocupacionais.
51
Para as escalas de preocupação, curiosidade e confiança, as pontuações mais altas
refletem um desenvolvimento mais avançado.
Altas pontuações na escala de consulta significam que o indivíduo consulta a família
e os amigos sobre as opções de carreira, em um estilo relacional interdependente. Pontuações
baixas significam que o indivíduo prefere fazer escolhas de carreira com um estilo relacional
independente.

Dimensões Escore Percentil Classificação

Preocupação

Curiosidade

Confiança

Consulta

IMPORTANTE!

Os resultados obtidos se referem a uma avaliação feita por meio de escalas não
normatizadas ao contexto brasileiro e que fazem parte de uma pesquisa online. Portanto, a
veracidade e qualidade das informações podem não descrever plenamente as suas
características. Dessa forma, caso não se identifique com os resultados, não são necessárias
preocupações, pois esse relatório não pretende realizar conclusões clínicas ou diagnósticas.

Caso seja necessário um relatório, escreva a seguinte mensagem:

“Agradecemos a sua participação e desejamos a você um excelente processo de Orientação


Profissional. Caso tenha mais alguma dúvida, por favor, entre em contato pelo e-mail:
alvarenga@ufsj.edu.br ou fale com o seu conselheiro.”
52
9. Conceituação de caso
A conceituação de caso é caracterizada pela síntese dos resultados observados –
idiográficos e nomotéticos – para o entendimento de quais caminhos deverão ser
desenvolvidos com o cliente. Em outras palavras, isso significa avaliar as habilidades,
interesses, maturidade, adaptabilidade, traços de personalidade, entre outros, e estabelecer
uma diretriz para a intervenção.
A conceituação deverá ser considerando as informações que estão disponíveis na
ficha geral de identificação – gênero, idade, escolaridade, características sociodemográficas
etc. – e as informações fornecidas pelos instrumentos aplicados. Deve-se, deste modo,
verificar como essas características se associam, de que modo elas poderão favorecer ou
dificultar a Orientação Profissional.
Para conceituar um caso deve-se: 1) organizar as informações qualitativas, 2)
interpretar as quantitativas; 3) integrar informações; 4) estabelecer um plano de intervenção
e 5) monitorar o desenvolvimento da intervenção. Um exemplo a seguir:

“BLPO tem 18 anos, sexo masculino, mulher trans e heterossexual, cursa atualmente
o terceiro ano do ensino médio, é a caçula de três irmãos e vive com eles e a mãe. O pai
abandonou o lar quando BLPO tinha 12 anos, tornando a mãe a mantenedora principal
com apoio de outros membros da família materna, especialmente a avó. A renda familiar
está entre 2 e 4 salários mínimos. Relata ter sofrido preconceito, especialmente dos irmãos
mais velhos, e colegas de escola. Parou de estudar por um ano, durante o período na qual
fez a transição, e retornou à escola e convívio social após a conclusão do processo. Relata
ter muitos receios na forma como a sociedade pode lhe dar oportunidades e sabe que
estimativa de vida de pessoas trans ainda é muito baixa. Tem medo de fazer parte de
estatísticas em relação ao grupo ao qual se identifica.
A expressão dos traços de personalidade está na média, com exceção do
Neuroticismo, classificado como acima da média. Apresenta uma experiência emocional-
afetiva muito negativa, baixa satisfação com a vida e capacidade executiva, grande
capacidade de enfrentamento, pouco conhecimento sobre seus projetos futuros, baixa
maturidade e adaptabilidade para escolha de carreira.
Essas características mostram que a cliente está insatisfeita e em dúvida em relação
a sua carreira. A expressão alta do neuroticismo pode tornar BLPO mais vulnerável aose
ventos estressores de vida.
A intervenção terá como enfoque reconhecer habilidades e carreiras de interesse da
cliente, orientar a exploração sobre profissões de interesse dela, desenvolver estratégias de
53
planejamento e ações para seus planos com a finalidade de desenvolver autoconceito
positivo e capacidade para resolver problemas em relação ao seu futuro pessoal e
profissional.”
O enfoque da conceituação pode mudar à medida que o conselheiro desenvolve a
orientação de carreira. Caso o conselheiro perceba a necessidade de mudança de planos,
ele deve formular uma nova conceituação e utilizar as intervenções com enfoque a ampliar
a autoeficácia e conceito.
Todo conselheiro deverá fazer sempre uma conceituação do caso, uma vez que ele
terá acesso a informações importantes para tomada de decisão em relação ao
aconselhamento de carreira.
54
10. Intervenções
O conselheiro deverá trazer as qualidades de seu orientando para verificar se as
propostas de intervenção serão pertinentes ao seu caso. É importante compreender que as
intervenções poderão colocar as crenças e expectativas do próprio orientador em questão,
como fora dito anteriormente. A experiência é enriquecedora, mas pode deixar o orientador
com dúvidas sobre as suas próprias escolhas. Por outro, trata-se de um processo de
autoconhecimento. Caso seja possível e se sinta à vontade, compartilhe essa experiência
com seu supervisor/orientador, uma vez que as observações dele poderão trazer ao
conselheiro formas de perceber e conduzir o processo de OP mais tranquilamente.
As técnicas são instrumentos e meios para se alcançar um objetivo, mas não as pense
de forma pragmática e rígida. Imagine como está o seu cliente, o que ele pensa e sente.
Pense sobre o efeito que a técnica teria em relação a ele e se, de fato, ela terá utilidade para
auxiliá-lo. Existe uma pessoa com uma história diante de você. Lembre-se do contexto do
qual ela faz parte e como história dela se construiu até os dias hoje – família, formação
educacional familiar, crenças sobre o trabalho, tipos de trabalhos realizados, valores sociais,
normas, aspectos socioeconômicos, aspectos particulares, entre muitos outros fatores.
As intervenções terão perguntas e tópicos que podem ser trabalhados de forma livre
e/ou estruturada. Elas acontecerão por meio de narrativas a partir de relato de situações,
redações, desenhos, dramatizações, deduções e reflexões, mas pode haver outros caminhos
também. De modo geral, as intervenções serão apresentadas da seguinte forma, a saber: 1)
a definição e descrição da técnica/tema; 2) justificativa; 3) objetivos; 4) forma de aplicação
individual ou para modalidade grupo e 5) tarefa de casa/reflexão direcionada. As
intervenções consideram: 1) a adaptabilidade; 2) a intencionalidade; 3) a ação; 4) a
manutenção do self e 5) o fluxo por meio de dimensões como a preocupação, curiosidade,
autoconfiança e o controle. Elas estão fundamentadas em estudos realizados por diversos
autores (Araújo et al., 2013; Di Fabio, 2016; Gibbons & Shurts, 2010; Guichard, 2005;
Maree, 2019; Thomas & Gibbons, 2009; Savickas, 2015, 2016) e pelos materiais disponíveis
no site www.vocopher.com: 1) Life Design Counseling Manual; 2) Design Theme Mapping
Guide e 3) Life Design Group Guide.
O processo narrativo é um método que permite que crenças, valores e estereótipos
construídos em nossas representações primárias sejam expressos. Essa metodologia de
intervenção contribui compreender deliberadamente os significados dessas ideias, imaginar
outras condições nas quais esses preceitos flexibilizem, entender o que pode ser mantido e
o que não deveria e estabelecer novas formas de percepção, motivação e de ações
direcionadas à realização.
55
Há duas modalidades principais de atendimento, a saber, a individual e em grupo. A
intervenção fundamentada no LD é empregada para pessoas de diferentes faixas etárias,
períodos de formação acadêmica e profissional. Por este motivo, atente-se a quem será seu
cliente. Por favor, considere a série, idade e tipo de escola para formar os grupos de
atendimento em OP.
Todas as sessões de intervenção terão uma avaliação no início do atendimento para
as pessoas identificarem seu estado afetivo e se motivarem para a intervenção. O tema da
sessão será apresentado logo a seguir. Na sequência, serão realizadas as atividades e
devolutivas de acordo com o tema da sessão. Ao final, não se esqueça de fazer a síntese do
atendimento, propor a reflexão orientada ou direcionada e fazer uma breve avaliação de
como o cliente está se sentindo antes do encerramento.
A sessão deve ser introduzida pela apresentação dos temas, seus objetivos e técnicas.
Após o desenvolvimento das intervenções deve-se solicitar ao cliente que ele fale sobre o
que foi aprendido e qual foi o significado da sessão para ele. Para encerrar, o conselheiro
solicita ao cliente que responda a um pequeno questionário.
A tabela 19 apresenta a descrição das sessões de aconselhamento.

Tabela 19
Descrição das Sessões de Intervenção Individual e em Grupo

Sessão Tema(s) Atividades Duração (I*/G**)


• Apresentar pequeno questionário para
avaliar a percepção e sentimentos do
cliente
• Discutir sobre expectativas
• Reiterar o cliente sobre o processo de
avaliação
• Apresentar os procedimentos de
intervenção 1h 10 (I)
1 Exploração
• Fazer a devolutiva 1h 30m (G)
BFI-2
• Explicar o motivo e objetivos da
primeira sessão
• Desenvolver a primeira parte da MHC
• Fazer síntese da sessão
• Propor tarefa
• Aplicar o questionário ao final da sessão
• Avaliar percepção e sentimentos
• Revisar a reflexão direcionada
• Desenvolver a Parte II (MHC)
História e 1h 10m (I)
2 • Fazer devolutiva
autoconhecimento 1h 30m (G)
EIV
• Finalizar a Parte II (MHC)
• Comparar Parte II (MHC) com a I
56
• Fazer síntese da sessão
• Propor tarefa
• Aplicar o questionário ao final da sessão
• Avaliar percepção e sentimentos
• Revisar a tarefa
• Fazer devolutiva
EAP
EBCR
SWLS-BP
1h (I)
3 Mudanças PANAS
1h 20 min (G)
• Retomar Parte II (MHC)
• Desenvolver a Parte III (MHC)
• Integrar informações
• Fazer síntese da sessão
• Propor tarefa
• Aplicar o questionário ao final da sessão
• Avaliar percepção e sentimentos
• Revisar a tarefa
• Fazer devolutiva
WebExec
EIAFEP
• Associar resultados de autopercepção e
Planos 1h (I)
4 discutir sobre as estratégias atuais de
1h 20 min (G)
enfrentamento
• Traçar mudanças de perspectiva
• Estabelecer planos e metas
• Fazer síntese da sessão
• Propor tarefa
• Aplicar o questionário ao final da sessão
• Avaliar sentimentos e percepções
• Revisar a tarefa
• Fazer devolutiva
CAAS
IMC
• Compreender mitos x verdades relativos 1h (I)
5 Consolidação
às profissões 1h 20 min (G)
• Avaliar, tomar decisões e executar
• Fazer síntese da sessão
• Propor tarefa: Revisão de influências
(histórias dos outros e as minhas)
• Aplicar o questionário ao final da sessão
• Avaliar percepção e sentimentos
• Compreender como os sentimentos e
afetos se manifestam e como podem 1h (I)
6 Reconhecer afetos
influenciar nossas ações 1h 20 min (G)
• Fazer síntese da sessão
• Aplicar o questionário ao final da sessão
• Avaliar percepção e sentimentos
• Reformular autopercepção e focar no
Desenvolvimento 1h (I)
7 desenvolvimento das características
positivo 1h 20 min (G)
positivas
• Fazer síntese da sessão
57
• Aplicar o questionário ao final da sessão
Nota: *I=atendimento individual, ** G=atendimento em grupo

Não se esqueça, a aliança com o cliente é fundamental. Ela precisa ser trabalhada
todo o tempo. Por este motivo, pense qual é a sua percepção em relação ao cliente: Há algo
que te incomoda?; Você se sente à vontade para desenvolver a intervenção?; Há alguma
experiência do cliente que te afeta?; Como está a sua comunicação com o cliente?; Você o
apoia, sente outra coisa em relação à intervenção?; Está tornando o ambiente acolhedor
ao atendimento?. Caso tenha alguma dúvida sobre como agir, compartilhe sua experiência
com o supervisor.
58
10.1 Tema 01: Exploração.
Definição e descrição:
Trata-se de um roteiro interventivo desenvolvido por Savickas e Hartung (2015),
traduzido e adaptado para o Brasil pela Dra. Cláudia Sampaio Corrêa da Silva (UFRGS),
Dra. Andrea Knaben (UFPR) e Dra. Marucia Patta Bardagi (UFSC), com a coordenação da
Dra. Maria Eduarda Duarte, Universidade de Lisboa.
A MHC tem como objetivo auxiliar o cliente a acessar aspectos da sua autobiografia
e por meio dessas informações, refletir e tomar decisões acerca dos projetos de vida que
pretende desenvolver para si, dentre eles a identidade vocacional e a carreira profissional. É
um passo importante no processo da Construção da Vida uma vez que o cliente tenha
condições de perceber que pode assumir a responsabilidade e o controle sobre o seu futuro,
mesmo diante das adversidades de um mundo bem menos estável, com relações mais
fluidas, alta demanda de aperfeiçoamento e aprendizagem constante, além da capacidade
para se adaptar a diferentes circunstâncias relacionadas à economia, formas de trabalho,
projetos e tecnologias.
Pode-se considerar a MHC como um método de avaliação/intervenção idiográfico
que permite, concomitantemente, reconhecer o conteúdo das narrativas primárias do cliente,
intervir sobre crenças equivocadas acerca de si, da vida e carreira, e ressignificar essas
percepções de modo mais realístico e de acordo com os interesses verdadeiros do cliente.
A MHC está dividida em três partes. Certifique-se que domina os temas presentes
em cada uma delas.
Na primeira parte (Parte I) – “Contar a minha história” – o cliente responderá a
diferentes questões sobre si mesmo de modo que cada resposta o permita acessar, por meio
das narrativas apresentadas, parte da história do participante acerca de sua vida, ideias e
crenças sobre a carreira profissional. Deste modo, será possível compreender os valores
subjacentes que conduzem os sentimentos e expectativas atuais do cliente.
Na Parte II – “Ouvir a minha história” – o cliente acessará as respostas da primeira
parte para contar a sua história de carreira de forma mais consciente e analítica. Deste modo,
será possível que ele compreenda melhor a si mesmo, os seus vieses, interesses e desejos de
sua vida. A história que conta na Parte I e o retrato que o participante construiu na Parte II
o ajudarão refletir sobre quem ele é e entender, enquanto personagem principal da sua
própria história de vida e carreira, onde poderá se expressar no mundo do trabalho e como
acredita poder ligar-se a possíveis contextos profissionais.
Na Parte III – Realizar a minha história – o cliente trabalhará em um plano de ação,
considerando seu desejo e vontade, um plano mais realista para trazer sua história à
59
realidade, por meio de um processo intencional e ativo.
A MHC será aplicada de forma contínua, por isso, atualize sobre as intervenções
proposta por ela. No primeiro momento, Parte I, será realizado logo após as avaliações
gerais. O conselheiro deverá registrar as respostas, individuais ou em grupo, e guardá-las.
O conselheiro trará uma síntese da primeira parte da entrevista e mostrará ao(s) cliente(s).
Discutirão brevemente sobre os resultados e, em seguida, as Partes II e III serão feitas. Estas
duas últimas partes serão aplicadas seguidas da primeira, não necessariamente em uma única
sessão para cada uma delas. Podem ser necessárias mais ou menos três sessões para que seja
concluída.

Justificativa:
Os modelos construtivistas ou pós-racionalistas pressupõem que as pessoas
registram e acessam seu entendimento das experiências por meio de narrativas, não
necessariamente lineares, ao longo da sua existência. Essas narrativas são formadas por uma
rede de significados e auxiliam as pessoas a compreenderem determinados eventos,
acessarem seus sentimentos e a responderem a certas situações. Cada narrativa expressa um
conjunto de ideias, valores e sentimentos (protonarrativas) que podem ser reconhecidos e
modificados por meio de um processo de transição no qual novos significados são formados.
Deste modo, a primeira parte da intervenção auxiliará o cliente a reconhecer suas
narrativas primárias.

Objetivos:
A primeira sessão de intervenção tem como finalidade:
• Reconhecer aspectos emocionais do cliente e seus prováveis motivos;
• Apresentar o início da intervenção e seus objetivos e
• Acessar narrativas primárias ou protonarrativas.

Formas de aplicação:
Modalidade Individual
Para a modalidade individual, o conselheiro deve inicialmente solicitar ao cliente
que responda a algumas perguntas sobre como ele está se sentindo antes de começar a
intervenção propriamente. Em seguida, ele retoma o motivo e a importância pelos quais o
cliente passou por todas as avaliações na sessão anterior. Ao ter fornecido essas explicações,
o conselheiro pergunta ao cliente se ele tem alguma dúvida e a esclarece caso surja.
A intervenção inicia-se com uma breve explicação sobre quais são os objetivos da
60
sessão, apresentando o item A da primeira parte: “Você está realizando essas atividades
provavelmente porque enfrenta alguma mudança ou transição na sua vida; talvez do ensino
médio para o ensino superior, da escola para o trabalho ou de um trabalho para outro
trabalho. Para fazer a ponte entre as transições, ou para concluir um capítulo da sua vida
e iniciar o próximo e clarificar as escolhas, as pessoas procuram a sua história de vida
dentro de si mesmas para se orientarem”. O conselheiro pede ao cliente que pegue algum
material onde ele possa registrar algumas respostas e inicia com a proposta subsequente ao
texto de apresentação: “Escreva um breve texto sobre a transição ou questão de carreira
que enfrenta neste momento e como espera que estas atividades lhe sejam úteis” e depois
prossiga com os outros tópicos.
Ao terminar de fazer a parte I da MHC, o conselheiro deve apresentar os resultados
do teste de personalidade (BFI-2). Seria interessante perguntar ao cliente antes, no entanto,
como ele descreve suas características de personalidade, deste modo, o conselheiro poderá
comparar os resultados do que o cliente informou no teste e o que compartilhou
verbalmente. Em seguida, o conselheiro pergunta ao cliente o que na personalidade dele o
cliente acredita que poderá ajudá-lo em relação às dúvidas, dificuldades de escolha e
planejamento. Encoraje-o a reconhecer as qualidades positivas e que auxiliem no
enfrentamento, resiliência e abertura para o novo.
Como se trata da primeira sessão de intervenção, seu tempo geralmente é um pouco
maior, assim como as segunda e última sessões. O conselheiro pergunta ao cliente qual foi
a compreensão que ele teve daquela sessão (síntese) e o quão ela poderá ser útil para o
processo de aconselhamento. Ele deve esclarecer as dúvidas que surgirem e apresentar a
primeira proposta de reflexão direcionada (tarefa para a próxima sessão).
A primeira delas será o Curtograma. Peça-o que utilize uma folha em branco e a
divida em quatro partes formando quadrantes. Cada um deles terá uma alternativa. Ele deve
escrever no primeiro “GOSTO E NÃO FAÇO”, no segundo “GOSTO E FAÇO”, no terceiro
“NÃO GOSTO E NÃO FAÇO” e, por último, “NÃO GOSTO E FAÇO”. Veja como ficaria:
Curtograma
GOSTO E FAÇO GOSTO E NÃO FAÇO

NÃO GOSTO E NÃO FAÇO NÃO GOSTO E FAÇO

Após apresentar a tarefa, o conselheiro pede ao cliente que responda um


miniquestionário ao final da sessão e encerra o atendimento confirmando o próximo dia e
horário do atendimento.
61
Modalidade Grupo
Para a modalidade Grupo, o conselheiro deverá se apresentar novamente, de forma
breve, ao grupo e solicitar aos participantes que peguem uma folha em branco e nela
escrevam seus nomes e algo que as identifique. Em seguida, o orientador pede para que os
participantes se apresentem começando pelos seus nomes, seguido da descrição das suas
qualidades, objetivos e interesses. Outra forma seria pedir para que cada participante
tentasse identificar a qualidade do colega por meio dos sinais ou outras informações que ele
tenha colocado no papel. Os componentes do grupo também podem conversar entre si, para
que se reconheçam afinidades entre eles, identifiquem objetivos e interesses, como também
manifestem as suas próprias qualidades e percebam como elas podem auxiliar os outros.
Pode haver variações desta dinâmica a depender das habilidades e conhecimentos do
orientador. Caso o conselheiro tenha afinidade com intervenções em grupo, ele poderá
propor outras atividades de apresentação, acolhimento, identificação e aproximação entre
os participantes.
A MHC apresenta uma proposta para intervenções em grupos de forma distinta.
Geralmente solicita que um participante se prontifique a responder às questões enquanto os
demais o acompanham, fazem seus registros e observações. Para esta prática de OP, optou-
se por aplicar a MHC de uma forma similar à modalidade individual para que todos os
participantes se sintam únicos e envolvidos diretamente com o seu processo de reflexão e
mudança.
O conselheiro, como facilitador, solicita aos componentes do grupo que respondam
a algumas perguntas sobre como eles estão se sentindo antes de começar a intervenção
propriamente. Ele retoma o motivo e a importância pelos quais os clientes passaram por
todas as avaliações na sessão anterior. Ao ter fornecido essas explicações, o conselheiro
pergunta se eles têm alguma dúvida e as esclarece caso surjam.
A intervenção se inicia com uma breve explicação sobre quais são os objetivos da
sessão, apresentando o item A da primeira parte: “Vocês estão realizando essas atividades
provavelmente porque enfrentam alguma mudança ou transição nas suas vidas; talvez do
ensino médio para o ensino superior, da escola para o trabalho ou de um trabalho para
outro trabalho. Para fazerem a ponte entre as transições, ou para concluírem um capítulo
das suas vidas e iniciarem o próximo e clarificarem as escolhas, as pessoas procuram a sua
história de vida dentro de si mesmas para se orientarem”. O conselheiro pede aos
participantes que peguem algum material onde possam registrar algumas respostas e inicia
com a proposta subsequente ao texto de apresentação: “Escrevam um breve texto sobre a
transição ou questão de carreira que enfrentam neste momento e como esperam que estas
62
atividades lhes sejam úteis” e depois prossiga com os outros tópicos.
Ao terminar de fazer a parte I da MHC, o conselheiro deve apresentar os resultados
do teste de personalidade (BFI-2) aos componentes do grupo por meio de um breve quadro
a ser entregue para cada participantes separadamente. Seria interessante perguntar aos
clientes antes, no entanto, como eles descrevem suas características de personalidade, deste
modo, o conselheiro poderá comparar os resultados do que os participantes informaram no
teste e o que compartilharam verbalmente. Em seguida, o conselheiro pergunta aos clientes
o que na personalidade deles eles acreditam que poderá ajudá-los em relação às dúvidas,
dificuldades de escolha e planejamento. Encoraje-os a reconhecer as qualidades positivas e
que os auxiliem no enfrentamento, resiliência e abertura para o novo.
Como se trata da primeira sessão de intervenção e em formato para grupo, seu tempo
será um pouco maior, assim como as segunda e a última sessões. O conselheiro pergunta
aos clientes qual foi a compreensão que eles tiveram daquela sessão (síntese) e o quão ela
poderá ser útil para eles neste processo. Ele deve esclarecer as dúvidas e apresentar a
primeira proposta de reflexão direcionada (tarefa para a próxima sessão).
A primeira delas será o Curtograma. Peça aos participantes que utilizem uma folha
em branco e a divida em quatro partes formando quadrantes. Cada um deles terá uma
alternativa. Ele deve escrever no primeiro “GOSTO E NÃO FAÇO”, no segundo “GOSTO
E FAÇO”, no terceiro “NÃO GOSTO E NÃO FAÇO” e, por último, “NÃO GOSTO E
FAÇO”. Veja como ficaria:

Curtograma
GOSTO E FAÇO GOSTO E NÃO FAÇO

NÃO GOSTO E NÃO FAÇO NÃO GOSTO E FAÇO

Após apresentar a tarefa, o conselheiro pede aos clientes que respondam um


miniquestionário ao final da sessão e encerra o atendimento confirmando o próximo dia e
horário de atendimento.
63
10.2 Tema 02: História e autoconhecimento
Definição e descrição:
O autoconhecimento é a matriz para a compreensão dos estilos de pensamento,
sentimentos e atitudes pessoais. Conhecer a si próprio permite acessar as representações
formadas e registradas durante a vida e como elas conduzem as intenções e as ações
individuais no mundo.
Uma forma de descobrir-se pessoalmente vem por meio de narrativas – sistema
simbólico particular – pelas quais cada indivíduo constrói eventos e perspectivas a partir de
seu próprio entendimento das experiências, não utilizando, necessariamente, uma estrutura
pré-existente de discurso. Deste modo, a intervenção intitulada “Quem sou eu?” busca os
entendimentos que o cliente forma sobre si mesmo, não considerando o que é objetivo ou
correto. Trata-se de um conteúdo que mescla atividades narrativas e devolutivas a partir de
alguns dos resultados obtidos durante o procedimento de avaliação inicial e na primeira
etapa da MHC.

Justificativa:
Os conselheiros fundamentados pelo modelo de Construção de Carreira estimulam
o cliente a contar sua história e pontos dela que coincidam com a percepção de carreira que
ele tem em mente. Desse modo, será possível acessar conteúdos subjacentes à narrativa,
fazer reflexões sobre suas memórias, crenças, ideias, valores e atitudes para que se faça uma
narrativa de transição que envolva a construção de um projeto pessoal.
As perspectivas particulares estão entre algumas das muitas organizações de
experiência possíveis que podem ser orientadas para atribuir sentido. Parte dessa prática foi
realizada na primeira parte da MHC. A partir deste momento, serão articuladas informações
vindas de outras fontes primárias de observação (instrumentos) com questões focadas para
a extensão do autoconhecimento.

Objetivos:
De acordo com Savickas (2019), “a construção ou autoria de uma narrativa precede
a construção de sentido” (p.14). Deste modo, esta sessão tem como objetivos:
• Acessar o conteúdo acerca de representações autobiográficas por meio de narrativas;
• Permitir com que o cliente acesse sua própria história;
• Compreender como o cliente percebe a si mesmo;
• Associar o resultado de provas específicas de personalidade e perfil ao conteúdo da
narrativa e
64
• Ampliar o autoconhecimento.

Formas de aplicação:
Modalidade Individual
A primeira parte das sessões de atendimento é idêntica à sessão anterior e às
posteriores. O conselheiro deverá estabelecer o contato com o cliente e o convida para
responder um breve questionário sobre seu estado afetivo. Em seguida, ele solicita ao cliente
ele para descrever os resultados desta breve avaliação e quais eventos o deixaram daquela
forma, seja mais ou menos satisfeito ou mais ou menos alegre. O orientador comunica que
ele fará uma atividade bem interessante que poderá deixá-lo animado ou mais animado e
revisam o Curtograma. O processo de revisão permite reconhecer quais foram as respostas
dadas sobre quais coisas gosta, mas que não tem feito, e compreender os motivos pelos quais
o cliente não tem conseguido realizá-las.
Depois de encerrada esta parte, o conselheiro deve apresentar o tema, os métodos e
o objetivo da sessão (veja o exposto nos tópicos anteriores e tenha estudado o atendimento
para certificar-se que você está seguro do que pretende propor ao cliente) e esclarecer
eventuais dúvidas de seu cliente.
A partir deste momento, o conselheiro inicia a Parte II da MHC (Ouvir a Minha
História). É importante que as orientações sejam seguidas para que o objetivo seja
devidamente alcançado. Lembre-se: “Na Parte II – “Ouvir a minha história” – o cliente
acessará as respostas da primeira parte para contar a sua história de carreira de forma
mais consciente e analítica. Deste modo, será possível com que ele compreenda melhor a
si mesmo, os seus vieses, interesses e desejos de sua vida. A história que conta na Parte I e
o retrato que o participante construiu na Parte II o ajudarão a entender quem ele é
enquanto personagem principal da sua própria história de vida e carreira, onde poderá se
expressar no mundo do trabalho e como acredita poder ligar-se a possíveis contextos
profissionais.” Então prossiga com as questões.
O conselheiro deve estar atento, pois assim que o cliente responder ou completar o
tópico “CONTEXTO: ONDE EU GOSTARIA DE ESTAR” ele deve fazer a devolutiva da
Escala de Interesses Profissionais (EIV). As respostas da EIV deverão ser comparadas às
que o cliente forneceu neste momento da intervenção. Trabalhem sobre a convergência ou
divergência das respostas. Caso elas convirjam, então compartilhe o quanto o cliente está
apresentando conhecimento sobre si mesmo. Caso isso não aconteça, estimule-o dizendo
que está ampliando o conhecimento sobre si para tomar as decisões acerca de sua própria
vida.
65
Ao terminar a devolutiva da EIV e associá-la ao MHC, integre as respostas
fornecidas até aqui com a primeira parte (Contar a minha história) e reveja com o cliente o
que ele pensa sobre sua própria história. Então encerre esta parte com os tópicos
“REESCREVER MINHA HISTÓRIA”, “EXPLORAR AS ATIVIDADES
PROFISSIONAIS” e “EXPLORAR MAIS ATIVIDADES PROFISSIONAIS”. Faça a
síntese do encontro com o cliente e pergunte a ele o que aprendeu com aquela sessão e qual
foi o sentido da atividade para ele.
Para a tarefa ‘Como eu me vejo?’ peça ao cliente que escreva em uma folha o que
pensa sobre si mesmo. Diga a ele para descrever características que acredita ser
interessantes. Encerre com a avaliação de como o cliente se sente ao final da sessão.

Modalidade Grupo
O atendimento em grupo apresenta variações em função das características dos
participantes e a dinâmica das interações. De todo modo, sempre considere incentivar a
participação de todos os integrantes para que sejam afirmativos, colaborativos e se
beneficiem da intervenção.
Como exposto, as intervenções para grupos na CCT geralmente orientam que um
cliente se candidate para responder às questões. Os demais desenvolvem uma rede de
suporte e pensam consigo sobre as questões feitas ao respondente. Neste caso, em particular,
a abordagem em grupo será um pouco modificada de modo com que todos façam as
atividades, compartilhem resultados e reflexões para que novos insights sejam formados.
De maneira geral, a estrutura das sessões e os objetivos serão os mesmos, com mudanças na
forma de condução das práticas.
Depois da apresentação, pede-se que cada participante responda ao questionário
inicial. Peça-os para apresentarem os resultados desta breve avaliação no início da sessão e
quais eventos os deixaram daquela forma, seja mais ou menos satisfeito ou mais ou menos
alegre. O orientador comunica que farão uma atividade bem interessante que poderá deixá-
los animados ou mais animados, e revisam juntos o Curtograma. O processo de revisão
permite reconhecer quais foram as respostas dadas sobre quais coisas gostam, mas que não
têm feito, e compreender os motivos pelos quais os participantes não têm conseguido
realizá-las.
Em seguida, o conselheiro apresenta o tema, os métodos e o objetivo da sessão e
esclarece eventuais dúvidas de seus clientes e inicia a Parte II da MHC (Ouvir a Minha
História). Atente-se às instruções presentes neste tópico. Vale lembrar a importância de
seguir as orientações para que o objetivo da sessão seja devidamente alcançado. Trata-se de
66
uma intervenção identificada como “Ouvir a minha história”. Portanto, tenha em mente
que os participantes expressem o que fizeram na sessão. O conselheiro deverá as perguntas
aos membros do grupo e pedir para registrarem suas respostas em breves tópicos e
apresentem o que escreveram.
O conselheiro pode desenvolver esta intervenção até o tópico “CONTEXTO: ONDE
EU GOSTARIA DE ESTAR” de duas formas, como o exposto: 1) por meio de perguntas-
respostas-discussão ou 2) fazendo as perguntas, solicitando os registros e, somente ao final,
discutir todas as respostas. De todo modo, assim que os clientes responderem ou
completarem o tópico “CONTEXTO: ONDE EU GOSTARIA DE ESTAR”, o conselheiro
deverá fazer a devolutiva da Escala de Interesses Profissionais (EIV). O orientador deve
proceder da mesma forma como no atendimento individual: fazer uma pequena síntese dos
resultados e levar folhas impressas para entregá-la aos participantes ou enviar um arquivo
em caso de atendimento remoto.
O orientador, juntamente com os membros do grupo, verá quais foram as respostas
fornecidas pelos clientes neste momento da intervenção e deverá compará-las aos resultados
da EIV. A convergência ou divergência das respostas deve ser trabalhada. Caso elas
convirjam, então compartilhe o quanto os participantes estão reconhecendo a si mesmos.
Caso apresentem divergências, forneça estímulos dizendo que o participante está ampliando
o conhecimento sobre si para tomar as decisões sobre sua própria vida.
Ao terminar a devolutiva da EIV e associá-la à MHC, integre as respostas com as da
primeira parte (Contar a minha história). Faça uma breve síntese do que cada membro do
grupo respondeu na primeira parte da MHC (faça a impressão para encontros presenciais e
envie um arquivo para encontros remotos) e reveja com os clientes o que eles pensam sobre
suas próprias histórias. Encerre a sessão nos itens “REESCREVER MINHA HISTÓRIA”,
“EXPLORAR AS ATIVIDADES PROFISSIONAIS” e “EXPLORAR MAIS
ATIVIDADES PROFISSIONAIS” com a apresentação das respostas, seguida da discussão
dos resultados.
O conselheiro deverá fazer a síntese do encontro com os clientes e perguntar a eles
o que aprenderam e qual foi o sentido daquela atividade. Ele fornece a tarefa para a próxima
sessão: ‘Como eu me vejo?’. Peça aos clientes para escreverem em uma folha sobre o que
eles pensam sobre si mesmos. Diga a eles para colocarem todas as características que forem
do interesse deles relatar. O orientador solicita aos participantes para que respondam o breve
questionário final, confirmando o próximo dia e horário de atendimento.
67
10.3 Tema 03: Mudanças
Definição e descrição:
Projetar significa lançar, colocar adiante ideias, ações, expectativas e até mesmo
imaginar como as coisas estariam daqui um determinado tempo, um tempo visto à frente.
As projeções que fazemos tem relação com nossos desejos e planos.
A projeção não depende apenas de um olhar sobre o futuro, uma prospecção, mas do
entendimento das situações atuais e das representações passadas – memórias biográficas
episódicas (eventos que aconteceram conosco e o que eles significam). O passado e o
presente são pontos de partida rumo ao futuro, não somente por imagens, mas pela
intencionalidade em colocar essas ideias em prática.
Para que seja possível chegar a um determinado lugar é necessário achar formas para
que isso aconteça. Como não é possível colocar o cliente no futuro dele imediatamente, pelo
menos no futuro que ele deseja agora, o conselheiro facilita e desenvolve um processo
conhecido como narrativa de transição. Essa narrativa permite ao cliente sair de um ponto
no qual apresenta um sistema valorativo para uma nova percepção, experiência e um projeto
futuro.
Desse modo, é possível que o cliente estabeleça uma nova forma de narrar os fatos,
eventos, interesses e planos.

Justificativa:
Pelo exposto, toda projeção tem um ponto de partida.
O projeto de vida fundamentado na Teoria de Construção de Carreira leva o cliente
a pensar sobre quais papéis, ideias e sentimentos ele acredita serem significativos para si
mesmo. Desse modo, será mais motivador o processo de estabelecer planos e transformá-
los em ações com uma perspectiva mais significativa.

Objetivos:
As finalidades deste tema de intervenção são:
• Trabalhar e sintetizar todos os pontos realizados até agora de forma a fortalecer a
autopercepção e estima do cliente para que seja atribuída ao cliente a possibilidade
de se responsabilizar pelo seu próprio futuro e acreditar em seus potenciais;
• Compreender quais são os desenhos, projetos e ideias formadas pelo cliente;
• Integrar informações de diferentes métodos de avaliação com o projeto da sessão;
• Desenvolver a terceira parte da MHC;
• Auxiliar o cliente a desenvolver projetos e
68
• Atribuir uma tarefa no qual o cliente deve explorar seu projeto de vida e carreira.

Formas de aplicação:
Modalidade Individual
O conselheiro deve relembrar os passos iniciais do atendimento: 1) fazer uma
avaliação das percepções e sentimentos do cliente no início da sessão; 2) compreender como
ele está se sentindo e 3) quais são as influências presentes nesses sentimentos. Em seguida,
reveja a tarefa e os insights gerados pela atividade. O conselheiro deve se atentar às formas
como o cliente enfrentou as adversidades ao longo de sua vida e quais habilidades e
interesses ele desenvolveu. O orientador registra as narrativas do cliente e apresenta a
proposta de intervenção. Ele, o conselheiro, deverá articular os resultados da tarefa realizada
com o tema da sessão atual.
O conselheiro deve fazer a devolutiva dos instrumentos EAP, EBCR, SWLS-BP e
PANAS e perguntar ao cliente se ele tem alguma dúvida em relação aos resultados dos
testes. Os resultados servirão para o cliente pensar sobre como ele se vê e reconhece seus
afetos, capacidade de enfrentar as adversidades e o seu nível de satisfação com seu atual
momento da vida. Caso esses resultados não sejam muito animadores, deve-se dizer ao
cliente que ele está em processo de mudança e que nem sempre estamos animados e
dispostos, mas que podemos tomar um fôlego e prosseguir. Em seguida, é necessário
retomar às respostas atribuídas à Parte II da MHC e aplicar a terceira parte da MHC.
Na Parte III (“Realizar a minha história”), o cliente trabalhará em um plano de ação,
considerando seu desejo e vontade, um projeto para trazer sua história à realidade, por meio
de um processo intencional e ativo. À medida que o cliente resolva as atividades, pergunte
a ele como está se sentindo e se está confiante acerca do projeto que vem estabelecendo para
si. Algumas perguntas podem ser feitas neste momento:

• Há algum projeto que você já estabeleceu para si?


• Algum deles envolve uma profissão, uma carreira ou outra atividade?
• A partir das suas respostas, quais direções você acredita poder tomar agora?
• Como você pode assumir o controle da sua vida e dos seus sonhos?

O conselheiro deve integrar as informações que estão disponíveis nas avaliações e


intervenções anteriores e fazer uma síntese com o cliente sobre qual foi o aprendizado
relativo à intervenção. O orientador propõe a tarefa com o objetivo de explorar aspectos
mais práticos da carreira juntamente com os sonhos ou ideias sobre o futuro que o cliente
69
apresenta. A tarefa permitirá uma sondagem sobre o sentido da profissão e vida, além de
ampliar o conhecimento da realidade sobre as questões relativas ao mundo do trabalho no
contexto atual.
A reflexão direcionada se chama Projeção. Essa técnica funciona do seguinte modo:
peça ao cliente para fazer um registro sobre como ele se imagina daqui a 10 anos. Ele pode
desenhar ou escrever a cena ou a imagem. Apresente algumas perguntas para dar o ponto de
partida: – Você se vê daqui a 10 anos: “feliz e satisfeito com o trabalho?” “Onde estaria?”
“Você teria família ou não?” Também sugira ao cliente montar uma sequência de eventos
que o leve ao futuro, mostrando os passos realizados a cada ano até daqui a 10 anos.
Encoraje-o a expor suas ideias, quer ele tenha uma percepção clara ou não sobre o seu futuro.
Após apresentar a tarefa, peça ao cliente para responder ao questionário breve sobre
como ele está se sentindo, discuta o resultado e encerre a sessão.

Modalidade Grupo
O conselheiro deve relembrar os passos iniciais do atendimento: 1) fazer uma
avaliação das percepções e sentimentos dos participantes no início da sessão; 2)
compreender como eles estão se sentindo; 3) quais são as influências presentes nesses
sentimentos e 4) rever a atividade e os insights gerados pela tarefa. O conselheiro deve se
atentar às formas como os clientes enfrentaram as adversidades ao longo de suas vidas e
quais habilidades e interesses desenvolveram. O orientador registra as narrativas e apresenta
a proposta de intervenção. Ele, o conselheiro, deverá articular os resultados da tarefa
realizada com o tema da sessão atual.
O conselheiro deve fazer a devolutiva dos instrumentos EAP, EBCR, SWLS-BP e
PANAS e perguntar aos participantes se eles têm alguma dúvida em relação aos resultados
dos testes. Os resultados servirão para os clientes pensarem sobre como eles se veem e
reconhecem seus afetos, capacidade de enfrentar as adversidades e o seu nível de satisfação
com seu atual momento de suas vidas. Caso esses resultados não sejam muito animadores,
deve-se dizer aos clientes que eles estão em processo de mudança e que nem sempre estamos
animados e dispostos, mas que podemos tomar um fôlego e prosseguir. Em seguida, é
necessário retomar às respostas atribuídas à Parte II da MHC e aplicar a terceira parte da
MHC.
Na Parte III (“Realizar a minha história”), os clientes trabalharão em um plano de
ação, considerando um projeto para trazer sua história à realidade, por meio de um processo
intencional e ativo. O conselheiro pede aos participantes para fazerem um registro das
respostas para que sejam debatidas ao final de cada ponto. À medida que os participantes
70
resolverem as atividades, o conselheiro lhes pergunta como estão se sentindo e se estão
confiantes acerca do projeto que vem estabelecendo para si. Algumas perguntas podem ser
feitas neste momento:

• Há algum projeto que vocês já estabeleceram para si?


• Algum deles envolve uma profissão, uma carreira ou outra atividade?
• A partir das suas respostas, quais direções vocês acreditam poder tomar agora?
• Como vocês podem assumir o controle das suas vidas e sonhos?

O conselheiro deve integrar as informações que estão disponíveis nas avaliações e


intervenções anteriores e fazer uma síntese com os clientes sobre quais foram os
aprendizados e o sentido da sessão. Ele procede à proposta da tarefa para que os
participantes explorem aspectos mais práticos da carreira juntamente com os seus sonhos
ou ideias sobre o futuro. A atividade permitirá uma sondagem sobre o sentido da profissão
e vida, além de ampliar o conhecimento da realidade sobre as questões relativas ao mundo
do trabalho no contexto atual.
A técnica de Projeção é apresentada sob o mesmo preceito da aplicação individual.
Peça aos clientes para fazerem um registro sobre como eles se imaginam daqui a 10 anos.
Eles podem desenhar ou escrever a cena ou a imagem. Apresente a eles algumas perguntas
para dar o ponto de partida: – Vocês se veem daqui a 10 anos: “felizes e satisfeitos com o
trabalho?” “Onde estariam?” “Vocês teriam família ou não?” Também sugira fazerem
uma sequência de eventos que os leve ao futuro, mostrando os passos realizados a cada ano
até daqui a 10 anos. Encoraje-os a expor suas ideias, quer eles tenham uma percepção clara
ou não sobre o seu futuro.
Após apresentar a reflexão, peça a eles para responderem ao questionário breve sobre
como estão se sentindo, discuta o resultado e encerre a sessão.
71
10.4 Tema 04: Planos
Definição e descrição:
As intervenções estão cada vez mais direcionadas para a mudança de perspectiva,
resolução de problemas e tomada de decisão. Esta sessão pretende auxiliar o cliente a
reconhecer seus interesses próprios, estabelecer planos e construir um caminho para
alcançar seus propósitos, sendo flexível, ativo e curioso.
O tema Planos trata a maneira pela qual o cliente estabelece objetivos, desenvolve
estratégias de solução de problemas, avalia as consequências possíveis e viáveis de acordo
com seus propósitos pessoais, incluindo a carreira.

Justificativa:
O estabelecimento de planos parte de um ou mais objetivos de interesse do cliente.
Para que seja possível alcançar os resultados esperados é necessário fazer um planejamento,
desenvolver maneiras de solucionar problemas, compreender os efeitos práticos das formas
de lidar com uma determinada situação, ser flexível para a busca de alternativas e ampliar o
seu próprio senso de eficácia.

Objetivos:
Esta sessão tem como finalidade:
• Estabelecer um elo entre a síntese da reflexão e a proposta da sessão atual;
• Apresentar e integrar o resultado das escalas WebExec e EIAFEP.
• Desenvolver estratégias de solução de problemas;
• Estabelecer metas e planos e
• Favorecer a flexibilidade e buscar alternativas para a solução de problemas.

Formas de aplicação:
Modalidade Individual
O conselheiro adota os procedimentos nos quais avalia o estado emocional e
disposição do cliente e revê a tarefa Projeção. Neste momento, o orientador deve sondar se
houve alguma dificuldade do participante para pensar sobre o seu futuro, se os propósitos e
planos apresentam uma base realística de desenvolvimento e exequibilidade. O conselheiro
pode apresentar os resultados das escalas WebExec e EIAFEP, caso o cliente tenha metas e
caminhos bem definidos. Se o contrário acontecer, é importante o conselheiro rever toda a
atividade e solicitar ao cliente que imagine pontos que devam ser observados com mais
cautela para integrar as práticas às metas. Em seguida, é necessário apresentar os resultados
72
das escalas citadas nesta etapa e integrá-los com as prováveis dificuldades que o cliente
apresenta como imaginar o futuro, definir metas, estabelecer foco e estratégias de solução
de problemas.
O conselheiro convida o cliente a pensar num problema que ele gostaria de resolver.
Eles discutem sobre os critérios para definir a prioridade na escolha de um problema. Em
seguida são pedidas soluções imaginadas ao tema escolhido e quais das propostas seriam
viáveis. O conselheiro estabelece junto ao cliente os passos para a resolução do problema,
discutem os impasses e o estabelecimento de alternativas caso as propostas não sejam
exequíveis ou desfavoráveis ao momento para evitar sofrimento desnecessário em relação
sobre o que deve ou não ser feito. As etapas para a intervenção estão descritas abaixo.

Passo 1
• Peça ao cliente para pensar numa situação problema, qualquer que seja e que tenha
relação com ele próprio.

Passo 2
• Peça para que escolha uma ou duas situações.

Passo 3
• Solicite ao cliente que pense no modo como poderia resolver o problema, quais
seriam as consequências possíveis da resolução desses problemas.

Passo 4
• Peça a ele que avalie quais dessas soluções ele imagina serem as mais toleráveis ou
exequíveis – executáveis.

Passo 5
• Pergunte qual ou quais seriam as dificuldades para implementar a resolução.

Passo 6
• Qual seria o melhor momento para executar a solução proposta

Passo 7
• Peça-o que selecione qual delas colocaria em prática.
73
Em seguida, discuta com o participante os resultados, a viabilidade, dificuldades e
busque encorajá-lo quando sentir que, de fato, ele tem interesse em colocar a solução em
prática.
O conselheiro revisa a sessão com o cliente e propõe a tarefa para a ampliação do
conhecimento da realidade acerca das perspectivas de escolha e práticas profissionais. A
reflexão pode ser realizada das seguintes formas:

1) Exploração guiada: peça ao cliente que pesquise quais profissões teriam relação com o
tipo de habilidades, competências e preferências (rever informações das sessões anteriores).
Algumas perguntas são sugeridas:

• Onde você estudaria?


• Já pensou em qual lugar e faculdade você gostaria de estar e estudar?
• Quais condições seriam favoráveis ou desfavoráveis para você estar neste lugar?
Peça ao cliente que pesquise sobre o curso e lugar onde gostaria de estar (distância,
benefícios, dificuldades, custos, aspectos familiares como gostar ou não de estar longe da
família, estilo de vida, acesso a lazer e informações etc.).

2) Aproximação da realidade (mitos x verdades) e exposição: o conselheiro pode solicitar


ao cliente que pense sobre profissionais de determinadas áreas que ele poderia entrevistar.
Alguns pontos para seguir com a entrevista, a saber: 1) pensar em profissionais diversos ou
cujo trabalho o cliente conhece ou deseja conhecer. É interessante lembrar de pessoas que
tenham um grande envolvimento e desenvolvimento na carreira e 2) conversar com o cliente
sobre como ele estabeleceria este contato, auxiliá-lo a fazê-lo, e pesquisar sobre coisas que
gostaria de saber dos profissionais a serem entrevistados. Algumas sugestões:

• Como escolheu a sua carreira?


• Teve dúvidas antes da escolha?
• Sentiu que a escolha partiu mais de você que de outras pessoas?
• Como foi seu percurso durante a formação superior?
• Quais dificuldades você encontrou?
• Como foi seu primeiro trabalho?
• Você estava satisfeito com a sua remuneração?
• Como sua carreira progrediu?
• Que obstáculos encontrou depois? Como os superou?
74
• O quão está satisfeito com a profissão hoje?
• Como está o mercado de trabalho na sua percepção?
• O que você faz para se manter atualizado e aprimorar-se?
• Como organiza sua vida pessoal e profissional?
• O que me sugeriria fazer caso eu optasse por buscar a mesma carreira que a sua?

3) Exposição direta: trata-se de uma visita a cursos de formação técnica, do ensino superior,
empresas, indústrias, instituições etc. para que o cliente possa observar como as atividades
profissionais e carreiras são aplicadas. É importante que o cliente faça um inventário de
pontos a serem observadas como:

• Definir e descrever o local.


• Como funciona a profissão e carreira.
• O que acontece na rotina desta empresa ou local de trabalho.
• Como era a interação entre as pessoas.
• As pessoas pareceram felizes, satisfeitas ou realizadas.
• Descobriu algo sobre a remuneração e as possibilidades de trabalho.
• O que mais chamou a atenção, positiva ou negativamente.

Tanto na entrevista quanto na visitação é importante que o cliente entre em contato


antes com as coordenadorias de curso superior/técnico e outros profissionais responsáveis
para apresentar-se, explicar a natureza da visita e pedir autorização. Para o período remoto,
a pesquisa pode ser feita por meio de vídeos disponíveis na internet.
Após a proposição da tarefa e esclarecimento de dúvidas, o conselheiro solicita ao
cliente que responda às questões breves relativas aos seus sentimentos e reflita sobre os
resultados. A sessão é encerrada em seguida.

Modalidade Grupo
O conselheiro adota os procedimentos nos quais avalia o estado emocional e
disposição dos clientes e revê a tarefa Projeção. Neste momento, o orientador deve sondar
se houve alguma dificuldade dos participantes em pensarem sobre o futuro, se seus
propósitos e planos apresentam uma base realística de desenvolvimento e exequibilidade. O
conselheiro pode apresentar os resultados das escalas WebExec e EIAFEP, caso os clientes
tenham metas e caminhos bem definidos. Se o contrário acontecer, é importante o
conselheiro rever toda a atividade e solicitar aos clientes que imaginem pontos a serem
75
observados com mais cautela para integrar as práticas às metas. Em seguida, é necessário
apresentar os resultados das escalas citadas nesta etapa e integrá-los às prováveis
dificuldades que os clientes apresentam como imaginar o futuro, definir metas, estabelecer
foco e estratégias de solução de problemas. Os resultados para o grupo podem ser levados
em forma de material impresso ou encaminhado para cada um, particularmente, via arquivo
virtual.
Pelo exposto, clientes e conselheiro pensam sobre os resultados das provas. O
conselheiro convida os participantes a pensarem num problema que eles gostariam de
resolver. Eles discutem sobre os critérios para definir a prioridade na escolha de um
problema. Em seguida são pedidas soluções imaginadas ao tema escolhido e quais das
propostas seriam viáveis. O conselheiro estabelece junto aos componentes do grupo os
passos para a resolução do problema, discutem os impasses e o estabelecimento de
alternativas caso as propostas não sejam exequíveis ou desfavoráveis ao momento para
evitar sofrimento desnecessário em relação ao que deve ou não ser feito. As etapas para a
intervenção estão descritas abaixo e seguem o mesmo padrão da aplicação individual.

Passo 1
• Peça aos participantes para pensarem numa situação problema, qualquer que seja e
que tenha relação com eles próprios.

Passo 2
• Peça a eles que escolham uma ou duas situações.

Passo 3
• Solicite aos clientes que pensem no modo como poderiam resolver o problema, quais
seriam as consequências possíveis da resolução desses problemas.
Passo 4
• Solicite que avaliem quais dessas soluções eles imaginam serem as mais toleráveis
ou exequíveis – executáveis.

Passo 5
• Pergunte qual ou quais seriam as dificuldades para implementarem a resolução.

Passo 6
• Pergunte qual seria o melhor momento para executarem a proposta.
76
Passo 7
• Peça aos participantes que selecionem qual delas eles colocariam em prática.

Em seguida, discuta com o grupo os resultados, a viabilidade, dificuldades e busque


encorajar os participantes quando sentirem que, de fato, têm interesse em colocar a solução
em prática.
O conselheiro revisa a sessão com os clientes e propõe a tarefa para a ampliação do
conhecimento da realidade, das perspectivas de escolha e práticas profissionais. A reflexão
pode ser realizada das mesmas formas que a aplicação individual, a saber: 1) exploração
guiada; 2) aproximação da realidade (mitos x verdades) e exposição e 3) exposição direta.
O grupo poderá consultar os mesmos profissionais e locais de trabalho, caso seja possível.
O conselheiro pode sugerir profissionais, locais de visita e sites com vídeos explicativos na
internet ou pedir que eles apresentem suas sugestões. O orientador deve se lembrar que tanto
na entrevista quanto na visitação é importante que o(s) cliente(s) entre(m) em contato antes
com as coordenadorias de curso superior/técnico, outros profissionais responsáveis para
apresentar(em)-se, explicar(em) a natureza da visita e pedir(em) autorização.
Após a proposição da tarefa e esclarecimento de dúvidas, o conselheiro solicita aos
participantes que respondam às questões breves relativas aos seus sentimentos e reflitam
sobre os resultados. A sessão é encerrada em seguida.
77
10.5 Tema 05: Consolidação
Definição e descrição:
Neste momento, o processo de orientação encaminha para a narrativa com
significados de um projeto que o cliente pensa para si. As novas narrativas, e a reflexão
sobre elas, favorecem o desenvolvimento de um self mais “coeso” e amplia a autoconfiança.
Essas atitudes inspiram o estabelecimento de metas, planos, intenções e condutas
relativas aos objetivos prescritos.

Justificativa:
Apresentar um senso de identidade ou self consistente não significa ter uma
percepção rígida de si mesmo ou a impossibilidade de refletir sobre quem se é e sobre quem
o cliente pode se tornar. O self fortalecido favorece uma percepção mais otimista em relação
às prospecções e resultados desejados. Permite ao cliente sentir-se mais seguro em relação
aos seus planos, com suficiente autonomia, e desenvolver ações para alcançar seus
objetivos. Por isso, avaliações mais realísticas e comparativas dos alvos de interesse do
cliente o auxiliam na tomada de decisões significativas.

Objetivos:
São propósitos para esta sessão:
• Trabalhar sobre mitos e verdades relativos às profissões e carreiras;
• Apresentar os resultados da CAAS e IMC;
• Incentivar a reflexão e o trabalho constante sobre os aspectos realísticos do self e de
uma carreira, e
• Favorecer tomadas de decisão relacionadas aos interesses, habilidades e sentimentos
do cliente.

Formas de aplicação:
Modalidade Individual
O conselheiro deve avaliar a percepção e sentimentos do cliente e revisar a tarefa
proposta. Após a revisão, o conselheiro deve avaliar a quais conclusões o cliente chegou
naquele momento, dificuldades que apresentou, se há alguma a mais que necessita ser
explorada e esclarecida. Após as reformulações necessárias, deve-se apresentar os
resultados da CAAS e IMC e perguntar ao cliente o que ele compreende daqueles resultados
e se acredita que algo está diferente atualmente. Em seguida, apresenta-se o tema da sessão
78
e seus objetivos. Importante articular os conteúdos da reflexão revisada ao tema da
intervenção.
O conselheiro sugere que discutam sobre as questões mais realísticas acerca do
trabalho, da carreira e de seu projeto de vida. Primeiramente, o conselheiro pede ao cliente
que faça uma lista de características consideradas relevantes por ele sobre como deveria ser
um trabalho (por exemplo: atividade prazerosa; propicia bem-estar; necessita reciclagem
constante; ganha-se muito dinheiro; precisa viajar constantemente; é desafiante; tenha
tempo para refletir; pode-se fazer os próprios horários; trabalha-se apenas em um turno –
matutino – etc.) e conversam sobre essas qualidades. Em seguida, pergunta-se ao cliente
quais seriam as características da carreira que ele deseja ou pensou para si. Caso ele ainda
não tenha uma percepção clara sobre projetos de carreira e de vida, o conselheiro propõe
que o cliente imagine uma carreira ideal. Se houver clareza sobre qual carreira seguir, então
compare a “realidade” com a percepção do cliente.
Avaliações mais realísticas permitirão ao cliente compreender que um projeto é uma
idealização, mas que pode trazer muitas realizações e sentimentos de satisfação consigo
mesmo e a vida. Uma vez percebido não haver uma profissão perfeita, o cliente terá
condições de pensar quais são as forças que ele poderá empregar para assumir seus projetos
e as estratégias para alcançar seus objetivos. Desse modo, torna-se mais viável imaginar os
desafios ao longo do percurso e utilizar o método de solução de problemas desenvolvido na
sessão anterior.
Pelo motivo exposto, o cliente compara seu ideal e real e define quais planos e
dificuldades ele pode reconhecer ao longo do caminho. Essa atividade encoraja a autonomia
do cliente, sua capacidade de adaptação e o entendimento dos fatores intervenientes. O
conselheiro propõe ao cliente pensar qual seria o seu limite para manter-se em um mesmo
plano e qual seria o momento para colocar uma alternativa em prática. Então, ele o incentiva
a ponderar sobre estratégias alternativas de solução de problemas. Por fim, trabalha-se sobre
a aceitação dos “problemas” que não apresentam soluções naquele momento (por exemplo:
a formação que quero fazer só é possível no exterior, não tenho recursos agora e nem
disponibilizam bolsas) e o estabelecimento de atividades alternativas (realizar um trabalho
para conseguir recursos para realizar o meu projeto).
O conselheiro solicita uma síntese da sessão para o cliente e apresenta a tarefa
Revisão de influências. Essa atividade é feita da seguinte maneira: pede-se ao cliente, a partir
de tudo que ele aprendeu até então, que conte sua história e identifique quais fatores
poderiam influenciar suas escolhas e a induzi-lo a um caminho que não é de seu interesse.
Ele pode identificar as expectativas dos pais, familiares, amigos – não se afastar deles, por
79
exemplo –, companheiros etc. e compreender o quão é importante construir sua própria
estrada e objetivos. Peça ao cliente que coloque suas prioridades e sonhos e oriente-se por
eles, pelo que faz mais sentido.
Há outra forma de propor esta atividade. O cliente deve considerar as influências do
meio, geralmente a dos familiares – que não têm expectativa alguma sobre ele, não o
estimulam, controlam demasiadamente suas escolhas ou a percepção do que seria sucesso.
Deste modo, é hora de preparar o cliente para separar uma coisa da outra, pelos métodos a
seguir: 1) pedir ao cliente para que desenhe e coloque num balãozinho os seus sonhos e 2)
solicitar que ele faça um quadro, em outro registro, dividindo-o em duas partes. De um lado
ele colocaria “o que eu penso e espero de mim” e do outro “o que os outros pensam e
esperam de mim”.
Deve-se pedir ao cliente que avalie seus sentimentos, converse sobre dúvidas e
perspectivas. Caso o conselheiro acredite ser necessário, ele poderá desenvolver os temas 6
e 7 que tratam sobre a experiência afetiva e emocional do cliente. Caso não aplique essas
intervenções, diga ao participante que fará uma nova avaliação na próxima sessão. Peça ao
cliente para trazer todas as dúvidas que tiver para que possam conversar sobre.

Modalidade Grupo
O conselheiro deve avaliar a percepção e sentimentos dos clientes e revisar a tarefa
proposta. Após a revisão, o conselheiro deve avaliar a quais conclusões os clientes chegaram
naquele momento, quais foram as dificuldades reconhecidas, se há alguma a mais que
necessitam explorar e esclarecer. Após as reformulações necessárias, deve-se apresentar os
resultados da CAAS e IMC e perguntar aos clientes o que eles compreendem daqueles
resultados e se acreditam que algo está diferente atualmente. Em seguida, apresenta-se o
tema da sessão e seus objetivos. Importante articular os conteúdos da reflexão revisada ao
tema da intervenção.
O conselheiro sugere que discutam sobre as questões mais realísticas acerca do
trabalho, da carreira e de seu projeto de vida. Primeiramente, o conselheiro pede aos
participantes que façam uma lista de características consideradas relevantes sobre como
deveria ser um trabalho (por exemplo: atividade prazerosa; propicia bem-estar; necessita
reciclagem constante; ganha-se muito dinheiro; precisa viajar constantemente; é desafiante;
tenha tempo para refletir; pode-se fazer os próprios horários; trabalha-se apenas em um
turno – matutino – etc.) e conversam sobre essas qualidades. Em seguida, pergunta-se quais
seriam as características da carreira que eles desejam ou pensam para si. Caso ainda não
tenham uma percepção clara sobre projetos de carreira e de vida, o conselheiro propõe aos
80
clientes imaginarem uma carreira ideal. Se houver clareza sobre qual carreira seguir, então
compare a “realidade” com a percepção dos projetos.
Avaliações mais realísticas permitirão aos clientes compreenderem que um projeto
é uma idealização, mas que pode trazer muitas realizações e sentimentos de satisfação
pessoal e com a vida. Ao perceberem não haver uma profissão perfeita, os participantes
terão condições de pensar quais são as forças que poderão empregar para assumir seus
projetos e estratégias para alcançar seus objetivos. Desse modo, torna mais viável imaginar
os desafios ao longo do percurso e utilizar o método de solução de problemas desenvolvido
na sessão anterior.
Pelo motivo exposto, os clientes comparam seu ideal e real de carreiras e definem
planos e dificuldades. Essa atividade encoraja a autonomia dos participantes, a capacidade
de adaptação e o entendimento de fatores intervenientes. O conselheiro propõe pensarem
sobre qual seria o limite para manterem-se em um mesmo plano e qual seria o momento
para colocarem uma outra opção em prática. Então, ele incentiva a ponderarem sobre as
estratégias alternativas de solução de problemas. Por fim, trabalha-se sobre a aceitação dos
“problemas” que não apresentam soluções naquele momento (por exemplo: a formação que
quero fazer só é possível no exterior, não tenho recursos agora e nem disponibilizam bolsas)
e o estabelecimento de atividades alternativas (realizar um trabalho para conseguir recursos
para realizar o meu projeto).
O conselheiro solicita uma síntese da sessão e apresenta a tarefa Revisão de
influências. Essa atividade é feita da seguinte maneira: pede-se aos clientes, a partir de tudo
que aprenderam até então, que contem sua história e identifiquem quais fatores poderiam
influenciar suas escolhas e a induzi-los a um caminho que não é do seu interesse. Eles podem
identificar as expectativas dos pais, familiares, amigos – não se afastar deles –,
companheiros etc. e compreender o quão é importante construir sua própria jornada e
objetivos. Peça aos participantes que coloquem suas prioridades e sonhos e orientem-se por
eles, pelo que faz mais sentido.
Há outra forma de propor esta atividade. Os clientes devem considerar as influências
do meio, geralmente a dos familiares – que não têm expectativa alguma em relação a eles,
não os estimulam ou controlam demasiadamente suas escolhas ou a percepção do que seria
sucesso. Deste modo, é hora de prepará-los para separar uma coisa da outra, pelos métodos
a seguir: 1) pedir ao cliente para que desenhe e coloque num balãozinho os seus sonhos e 2)
solicitar que façam um quadro, em outro registro, dividindo-o em duas partes. De um lado
ele colocaria “o que eu penso e espero de mim” e do outro “o que os outros pensam e
esperam de mim”.
81
Deve-se pedir aos clientes que avaliem seus sentimentos, conversem sobre dúvidas
e perspectivas. Caso o conselheiro acredite ser necessário, ele poderá desenvolver os temas
6 e 7 que tratam sobre a experiência afetiva e emocional dos clientes. Caso não aplique essas
intervenções, diga aos participantes que farão uma nova avaliação na próxima sessão. Peça
a eles para trazer todas as dúvidas que tiver para que possam conversar sobre.
82
Caso seja pertinente
10.6 Tema 06: Reconhecer os afetos
Definição e descrição:
Muitas perspectivas nas ciências psicológicas pressupõem que nossos pensamentos
e sentimentos interferem na maneira como agimos. Os modelos cognitivos clínicos, por
exemplo, pressupõem que pensamentos, ideias, abstrações, representações e memórias
influenciam o modo como as emoções se manifestam e como as pessoas agem em
determinadas situações.
Ao pensar em termos clínicos, imagina-se intervenções fundamentadas na redução
ou remissão de sintomas e potencialização de características pessoais que auxiliem na
manutenção da qualidade de vida, melhoria da autoeficácia e contato positivo com as
emoções. A CCT parte do pressuposto de que as emoções são fatores motivadores ou
inibidores. O conselheiro tem como finalidade propiciar ao cliente a experiência de emoções
mais motivadoras para uma avaliação mais positiva de suas capacidades e o estabelecimento
de planos e ações.
Deste modo, esta sessão foca na maneira pela qual o cliente compreende os seus
sentimentos atuais, os fatores que os motivam e o que faz a partir daí. Ao pensar numa
intervenção com efeito a médio e longo prazo, a percepção desses sentimentos poderá
auxiliar o cliente a reconhecer a influência das emoções nas formas de apreender sua própria
experiência. Neste sentido, ele terá condições de avaliar o significado delas e desenvolver
as estratégias para um modo mais adaptativo nas tomadas de decisão acerca da carreira.

Justificativa:
Reconhecer traços, o estado afetivo e a satisfação com a vida auxiliará na forma
como o cliente é capaz de resolver problemas em suas ações futuras.
O cliente, ao pensar não ser capaz de lidar com diferentes situações e não ter
habilidades para enfrentar desafios rotineiros, será acometido por emoções negativas e
atitudes desmotivadoras e, consequentemente, terá sua qualidade e satisfação com a vida
reduzidas. Desse modo, os resultados dos instrumentos apresentados nesta sessão
propiciarão ao cliente acessar seus sentimentos, refletir sobre a forma como tem enfrentado
as situações, quais são suas reais capacidades de resolução de problema, desenvolver
melhores estratégias de enfrentamento e mudar sua perspectiva em relação à vida e ao
futuro.
Objetivos:
Esta sessão tem como objetivos:
83
• Reconhecer traços pessoais, emoções e o nível de satisfação com a vida do cliente;
• Pensar sobre as formas de enfrentamento adotadas pelo cliente;
• Revisar o entendimento que o cliente tem de si mesmo;
• Relacionar a autopercepção às experiências afetivas atuais e
• Desenvolver uma nova perspectiva para o enfrentamento de desafios futuros.

Formas de aplicação:
Modalidade Individual
O processo de intervenção se inicia pela avaliação breve e como o cliente está se
sentindo, de modo geral, até neste momento do processo de intervenção. O conselheiro
revisa alguns resultados com o cliente e faz algumas questões sobre o estado afetivo-
emocional dele por meio de algumas perguntas como:

• Por que você tem se sentido desta maneira?


• Quais são os eventos que você acredita ter influenciado as suas emoções hoje?
• Quais são os tipos de coisas que te chateiam e quais te motivam?
• Por que o seu nível de satisfação se apresenta mais ou menos elevado?
• Quais sentimentos e ideias podem influenciar suas decisões sobre a carreira?
• Desses resultados, quais deles você gostaria de mudar? Como eles podem te ajudar
nas suas mudanças de atitude e escolhas?

Peça ao cliente que registre suas respostas. Discuta, posteriormente, em termos de


entendimento e sentido, cada uma das questões feitas, para que haja a mudança de
perspectiva. O conselheiro deve se lembrar que mudar a perspectiva significa pensar sobre
as maneiras como o cliente pode buscar e alcançar seus objetivos. Podem ser feitas algumas
das seguintes perguntas para modificar formas estabelecidas de pensamentos e sentimentos:

• Quais são as maneiras pelas quais você resolve os seus problemas?


• Quais são as maneiras pelas quais você enfrenta as situações desagradáveis?
• O que você acha que é necessário para mudar as ideias e sentimentos?

A partir das respostas, o orientador pergunta sobre o que ele pode fazer para auxiliar
a mudança. Peça ao cliente para registrar suas respostas e compartilhá-las com o conselheiro
sobre como ele pensa e sente. Juntos, conselheiro e cliente, farão uma análise das respostas
84
dadas e checarão quais mudanças podem ser implementadas imediatamente para que a
experiência emocional seja mais satisfatória e positiva.
Pergunta-se ao cliente se ele teria alguma outra percepção dos temas abordados,
outras estratégias e se haveria alguma situação em particular que ele gostaria de fazer uma
tentativa de mudança. Caso haja, o conselheiro propõe um ensaio para a mudança com
cliente e o incentiva a colocar este plano em prática (reflexão direcionada). O orientador
apresenta a tarefa para a próxima sessão: colocar em prática a ação que foi imaginada para
resolver um determinado problema e como se sente resolvendo esse problema.
Próximo ao término da sessão, o conselheiro solicita ao cliente que faça sua síntese
sobre a intervenção do dia (o que sentiu e aprendeu em relação ao tema). Peça a ele que
responda ao breve questionário do final de cada sessão e faça um retorno sobre como ele
está se sentindo naquele momento. O conselheiro pergunta ao cliente se ele tem mais alguma
dúvida; caso sim, esclareça-a, caso não, encerre a sessão.

Modalidade Grupo
O processo de intervenção se inicia pela avaliação breve e como os clientes estão se
sentindo, de modo geral, até neste momento do processo de intervenção. O conselheiro
revisa alguns resultados com os clientes e faz algumas questões sobre o estado afetivo-
emocional deles por meio de algumas perguntas como:

• Por que você tem se sentido desta maneira?


• Quais são os eventos que você acredita ter influenciado as suas emoções hoje?
• Quais são os tipos de coisas que te chateiam e quais te motivam?
• Por que o seu nível de satisfação se apresenta mais ou menos elevado?
• Quais sentimentos e ideias podem influenciar suas decisões sobre a carreira?
• Desses resultados, quais deles você gostaria de mudar? Como eles podem te ajudar
nas suas mudanças de atitude e escolhas?

O conselheiro solicita aos participantes que registrem suas respostas e discute,


posteriormente, o entendimento a cada uma das questões feitas para que haja a mudança de
perspectiva. O conselheiro deve se lembrar que mudar a perspectiva significa pensar sobre
as maneiras como os clientes podem buscar e alcançar seus objetivos. Podem ser feitas as
seguintes perguntas para modificar formas estabelecidas de pensamentos e sentimentos:

• Quais são as maneiras pelas quais você resolve os seus problemas?


85
• Quais são as maneiras pelas quais você enfrenta as situações desagradáveis?
• O que você acha que funciona bem ou não para mudar as ideias e sentimentos?

A partir das respostas fornecidas, o orientador pergunta sobre o que ele pode fazer
para auxiliar a mudança dos participantes. Peça aos clientes para registrarem suas respostas
e a compartilharem com o conselheiro sobre o que pensam e sentem. Juntos, conselheiro e
clientes, farão uma análise das respostas dadas e checarão quais mudanças ou os planos de
ação podem ser implementados imediatamente para que a experiência emocional deles seja
mais satisfatória e positiva.
Pergunta-se aos participantes se eles teriam outra percepção dos temas abordados,
outras estratégias e se haveria alguma situação em particular que eles gostariam de fazer
uma tentativa de mudança. Caso haja, o conselheiro propõe um ensaio para a mudança e os
incentiva a colocar este plano em prática (reflexão direcionada). O orientador apresenta a
tarefa para a próxima sessão: colocar em prática a ação que foi imaginada para resolver um
determinado problema e como se sente resolvendo esse problema.
Próximo ao término da sessão, o conselheiro solicita aos participantes que façam a
síntese sobre a intervenção do dia (o que sentiram e aprenderam em relação ao tema).
Solicita a eles que respondam o breve questionário do final de cada sessão e façam um
retorno sobre como eles estão se sentindo naquele momento. O conselheiro pergunta aos
componentes do grupo se eles têm mais alguma dúvida; caso sim, esclareça-as, caso não,
encerra a sessão.

Importante:
Caso a sessão tenha sido abreviada em função da atividade, tanto na modalidade individual
quanto em grupo, o conselheiro pode aplicar a sessão tema “desenvolvimento positivo”.
Caso isso não aconteça, faça-a de forma separada.
86
Caso seja pertinente
10.7 Tema 07: Desenvolvimento positivo
Definição e descrição:
Reformular as forças e virtudes é uma estratégia de intervenção fundamentada na
percepção dos potenciais pessoais para que o cliente se sinta seguro com suas escolhas e
desenvolva os passos relativos à realização dos seus planos, dentre eles a carreira.
É interessante pensar, de maneira geral, que nem sempre estamos seguros e otimistas
em relação ao futuro, sobre se faremos algo bem feito, se vai dar certo ou quais serão as
consequências reais das nossas escolhas. Em função de uma série de fatores (familiares,
pessoais, educacionais, econômicos e sociais) tendemos a acreditar que nossas chances de
fracasso são geralmente maiores que as de acertos. Somos mais orientados as nossas falhas,
erros e limites do que nossas habilidades e potenciais.
Lopez et al. (2019) e Seligman et al. (2005) enfatizam modelos para o
desenvolvimento pessoal ao invés daqueles baseados em fracassos e dificuldades. A
perspectiva positiva auxilia o cliente na retomada do foco em suas capacidades e habilidades
para a manutenção de suas escolhas e planos.

Justificativa:
A nossa sociedade não enfoca a percepção de nossas qualidades e, por isso, somos
muitas vezes penalizados pelos erros e não pelos acertos. Não somos orientados a
compreender o processo de aprendizagem como uma experiência complexa, fluida,
realizada em diferentes etapas, não necessariamente linear, e que precisa ser estimulada
constantemente.
Pelo exposto, muitas são as crenças e expectativas negativas em relação a nossa
capacidade pessoal para enfrentar adversidades e persistir com nossos objetivos. Uma vez
que se tenha uma percepção mais negativa do self não haverá muitos motivos para se criar
um projeto e desenvolvê-lo.

Objetivos:
Esta sessão tem como finalidade:
• Perceber e reforçar a capacidade que o cliente tem para alcançar os seus objetivos;
• Fazer uma avaliação de como o cliente percebe suas características pessoais;
Desenvolver virtudes para a melhoria de perspectiva e desenvolvimento de ações;
• Aprofundar as questões relativas às adversidades e
• Reformular a perspectiva em relação a si mesmo e ao futuro.
87
Formas de aplicação:
Modalidade Individual
Esta intervenção é integrativa uma vez que apresenta relação com os resultados
obtidos nas sessões anteriores. Por esse motivo, o conselheiro reforça como sentimentos do
cliente tem mudado ultimamente, quais são os fatores de mudança desses sentimentos até a
sessão atual e avalia quais habilidades e competências ele identificou até então. Essa
atividade pode ser feita por escrito ou por meio de uma conversa entre conselheiro-cliente.
Lembre-se: 1) faça a avaliação da percepção e sentimentos e 2) faça a proposta dos
temas e objetivos da sessão.
A intervenção apresenta três pontos. No primeiro deles, o conselheiro deve pedir ao
cliente que registre ao menos cinco características positivas e cinco negativas que percebe
em si. Em seguida, o orientador conversa com o cliente sobre essas características, se há
viés na forma como elas são percebidas (por exemplo, se o cliente se percebe assim de fato
ou acredita que os outros o veem assim) e se elas têm relação com os sentimentos positivos
ou negativos do cliente.
Para o segundo ponto, o orientador solicita ao cliente outro exercício introspectivo.
Ele sugere ao participante fazer um levantamento de ao menos cinco habilidades e interesses
particulares. Pergunta-se o que se passou na cabeça dele enquanto respondia à tarefa e se
teve alguma dificuldade para pensar nessas habilidades e interesses. Pergunte também se
isso estava claro para ele antes de fazer a atividade, se esse reconhecimento aconteceu no
momento da tarefa e qual seria o motivo caso tenha ocorrido durante a execução. Nas
sessões anteriores foram abordados os sentimentos do cliente e como eles afetam sua
percepção e estima pessoal. Nesta, a autoavaliação tem como objetivo reconhecer
habilidades e perceber o que o cliente tem deixado de observar em si e o que tem feito com
os seus interesses de maneira a não se orientar por eles. O conselheiro deve fazer a terceira
proposta de intervenção.
Após uma breve síntese entre conselheiro e cliente, será utilizada a apresentação e
uso das forças e virtudes. Esta intervenção é feita por meio de cartões chamados Cartões
Positivos, uma ferramenta que apresenta seis grandes virtudes subdivididas em um conjunto
de outras virtudes relacionadas. Cada um desses cartões apresenta uma imagem que remete
ao nome e à descrição da virtude na face frontal. No verso do cartão há uma virtude
relacionada à apresentada na parte frontal do cartão com a descrição, perguntas e propostas
de ação para desenvolver aquela qualidade.
Há várias formas de aplicação desta atividade. O conselheiro pode escolher aquelas
virtudes que acredita necessitarem desenvolvimento ou solicitar ao cliente que escolha o
88
cartão que gostaria de responder. Depois de feito o exercício com os cartões, pode-se utilizar
outros temas e até mesmo todos eles.
Deve-se fazer a síntese da sessão com o cliente e pedir ao cliente para fazer sua
avaliação e descrever como está se sentindo. Encerre a atividade.

Modalidade Grupo
O conselheiro deve 1) fazer a avaliação da percepção e sentimentos dos participantes
e 2) faça a proposta dos temas e objetivos da sessão para o grupo.
O conselheiro deve reforçar como sentimentos dos participantes têm mudado
ultimamente, quais são os fatores de mudança até a sessão atual e avaliar as habilidades e
competências identificadas por eles até então. Esta atividade pode ser feita por escrito ou
por meio de uma conversa entre conselheiro-grupo.
Como na sessão de atendimento individual, ela apresenta três pontos. No primeiro
deles, o conselheiro deve pedir ao grupo que registre ao menos cinco características
positivas e cinco negativas que reconhecem em si. Em seguida, deve-se conversar com os
participantes sobre essas características, se há viés na forma como elas são percebidas (por
exemplo, se os clientes se percebem deste modo ou acreditam que os outros os veem assim)
e se elas têm relação com os sentimentos positivos ou negativos dos componentes do grupo.
Para o segundo ponto, o orientador solicita aos participantes que façam outro
exercício introspectivo. Ele sugere um levantamento de ao menos cinco habilidades e
interesses particulares. Pergunta-se o que se passou na cabeça dos clientes enquanto
respondiam à tarefa e se tiveram alguma dificuldade para pensar nessas habilidades e
interesses. O conselheiro verifica se essas habilidades e interesses estavam claros para eles
antes de fazerem a atividade ou se as reconheceram no momento da tarefa. Caso tenha sido
durante a execução, pergunte a eles o motivo. Nas sessões anteriores foram abordados os
sentimentos dos participantes e como eles afetavam suas percepções e estimas pessoais.
Nesta, a autoavaliação tem como objetivo reconhecer habilidades, perceber o que os
membros do grupo têm deixado de observar em si mesmos e o que têm feito com os seus
interesses de maneira a não terem se orientado por eles. O conselheiro deve fazer a terceira
proposta de intervenção.
Após uma breve síntese, entre conselheiro e grupo, será utilizada a apresentação e
uso das forças e virtudes por meio dos Cartões Positivos. Para a atividade, o conselheiro
pode escolher aquelas virtudes que ele acredita necessitar maior atenção por parte de um dos
componentes do grupo ou solicitar aos participantes que escolham qual cartão eles gostariam
89
de responder. Depois de feita a atividade com os cartões, pode-se utilizar outros temas e até
mesmo todos os 24 cartões com o grupo.
Deve-se fazer a síntese da sessão com os clientes, pedir a elesque façam sua própria
avaliação e descreverem como estão se sentindo. Encerre a atividade.
90
11. Reavaliações
A reavaliação do cliente deve ser feita após o término da última sessão de
intervenção.
Todos os instrumentos deverão ser reaplicados (ver tabela 20) com exceção da
Escala de Interesses Vocacionais (EIV) e do Big Five Inventory (BIF-2). A finalidade do
EIV foi cumprida na segunda sessão de intervenção. O aconselhamento não tem como
objetivo checar mudança nos traços de personalidade. A avaliação da personalidade auxilia
no reconhecimento de características pessoais que podem estar relacionadas às dificuldades,
impasses, direcionamento e escolhas feitas pelo cliente.
Vale notar que a finalidade do aconselhamento não tratou somente de uma escolha
profissional, mas de um projeto de vida cuja carreira e identidade vocacional fazem partes
da prioridade do cliente.

Tabela 20
Instrumentos para reavaliação

Sessão Tema Atividades


1. Questionário geral
2. Escala de Autopercepção (EAP)
3. Escala Breve de Coping Resiliente (EBCR)
4. Escala de Satisfação com a Vida (SWLS-BP)
5. Escala de Afetos Positivos e Afetivos Negativos (PANAS)
“x” Reavaliações
6. Escala de Ideias e Atitudes frente ao Futuro Educacional e
Profissional (EIAFEP)
7. Questionário Online de Funções Executivas (WebExec)
8. Escala de Adaptabilidade de Carreira (CAAS)
9. Inventário de Maturidade de Carreira (IMC)

Após a aplicação dos instrumentos, o conselheiro deverá fazer a correção de todos


eles. A devolutiva comparativa acontecerá na próxima sessão. Por esse motivo, o
conselheiro deverá levar consigo o resultado das avaliações anteriores para que o cliente
possa checar sua evolução durante o procedimento. Esta conduta deverá ser a mesma para
os atendimentos da modalidade individual e grupo.
91
12. Revisão e atualização
A entrevista devolutiva e de encerramento é parte essencial do processo de
orientação profissional. Por meio dela, o conselheiro poderá compartilhar com o cliente
como ele se desenvolveu durante o processo, revisar pontos da intervenção, dirimir dúvidas
sobre os atendimentos, discutir planos e tomadas de decisão.
Inicialmente, o orientador deve perguntar ao cliente se ele tem alguma dúvida em
relação à OP e se ele gostaria de fazer algum comentário sobre as intervenções. Em seguida,
ele, o conselheiro, deve apresentar os resultados da reaplicação de todos os testes.

Tabela 21
Sessão de revisão e atualização

Sessão Tema(s) Atividades Duração (I*/G**)



Avaliar sentimentos e percepções

Comparar resultados entre pré e pós-
intervenção
• Ter com o cliente:
1h (I)
Manutenção da perspectiva
1h 20 min (G)
Autopercepção positiva
Revisão e Flexibilidade e criatividade
(o tempo da sessão
“x” atualização Exploração
poderá ser menor ou
Planejamento e foco
maior a depender da
Intenção e ação
manifestação dos
• Contar uma nova história
participantes)
• Fazer síntese da sessão
• Aplicar o questionário ao final da sessão
• Perguntar ao cliente como se sente ao final do
processo
Nota: *I=atendimento individual, ** G=atendimento em grupo

Definição e descrição:
O aconselhamento, pelo menos neste momento da história de vida dos clientes, está
terminando. Este é um momento para revisitar o processo de OP e verificar quais foram as
mudanças obtidas pelo cliente. Essa etapa se chama atualização e como acontece por meio
do processo de revisão.
A atualização é uma maneira de compreender quais são os novos sistemas de
significados formados pelo cliente e como ele poderá se orientar rumo aos seus objetivos de
modo flexível, adaptativo e coeso. A revisão compreende uma passagem sobre todas as
intervenções, o que elas significaram e como o ajudaram o cliente a atualizar-se para lidar
com as circunstâncias mais fluidas da vida.
92
Justificativa:
Todo processo de transição necessita ser revisto. A revisão auxilia o entendimento
das etapas desenvolvidas, objetivos, mudanças ocorridas e o que, de fato, é significativo
para o cliente. Essas informações devem ser integradas para que o cliente estabeleça planos
e prossiga com aqueles que forem pertinentes para ele.

Objetivos:
Como finalidade, a última sessão pretende:
• Refletir sobre o processo de orientação e aconselhamento profissional;
• Discorrer sobre os resultados ao longo da intervenção;
• Colocar de forma consciente quais são os planos e expectativas do cliente;
• Auxiliar o cliente a manter a perspectiva e a capacidade de realização e
• Dialogar sobre como a adaptabilidade tem relação com a manutenção do foco;
resolução de problemas; planejamento; exploração; flexibilidade; criatividade;
curiosidade e, especialmente, atenção sobre as possibilidades.

É importante que o orientador tenha em mente o significado de cada dimensão


avaliada por esses instrumentos. Desse modo, ele poderá compartilhar os resultados de
maneira mais segura e elucidativa. Após apresentar os resultados e compará-los com a
primeira aplicação, o orientador fala sobre o processo, as técnicas, as dificuldades
percebidas sobre as dúvidas do orientando, como desenvolveu o seu modo de pensar sobre
si mesmo, as metas, a direção vocacional e o sentido da sua própria vida.
Seria interessante que o conselheiro fizesse um pequeno diploma, como um ato
simbólico, para a conclusão do aconselhamento. Caso o orientador opte por fazê-lo, ele
poderia pensar em diferentes textos para o diploma. De todo modo, segue um exemplo:

Universidade Federal de São João del-Rei


DIPLOMA

É com grande honra que certifico nome do cliente por ter concluído com mérito o
processo de Orientação Profissional e a Construção de sua Vida, promovido pelo
Departamento de Psicologia da UFSJ em ... de ... de ... .
93

Parabéns pelo aceite do desafio e ter alcançado seus objetivos,


Com entusiasmo,

__________________________
Nome do Conselheiro
(Psicólogo em Construção)

Formas de aplicação:
Modalidade Individual
O conselheiro deve ter consigo o resultado das avaliações antes e após a intervenção.
Ele deve percorrer todo o processo de aconselhamento com o cliente relembrando os pontos
explorados e objetivos alcançados em cada momento do aconselhamento.
Pergunta-se ao cliente quais seriam as percepções acerca da OP, como ele está
atualmente e o que acha que mudou em relação ao primeiro atendimento. Em seguida, o
conselheiro apresenta os resultados dos instrumentos aplicados após a intervenção. Ele
explica cada um deles, apresenta os resultados da fase pré-interventiva e apresenta a
evolução do cliente.
Em seguida, para o encerramento, o conselheiro realiza duas atividades: 1) a noção
de formação hobbie8 x profissional9 e 2) contar minha nova história. Formação hobbie seria
aquela que ele gostaria de fazer, mas como passatempo e não como profissão, porque
acredita que não teria retorno social e financeiro. Formação profissional seria o tipo de
formação com respaldo social, na qual o cliente imagina ter, além do reconhecimento social,
retorno financeiro.
Para a atividade da Balança pede-se ao cliente para desenhar uma balança que tenha
dois lados de medida. De um lado ele colocará os custos de sua escolha (concessões,
sentimentos de desânimo etc.) – é importante que os liste – e do outro os benefícios
(satisfação pessoal, senso de realização etc.). Em seguida, avalie com ele o que vale mais e
o quanto está disposto a se responsabilizar pela sua escolha. Conversem sobre quais são as
maiores tendências e como o cliente pode ou sente que deve lidar com cada uma delas. Neste
caso, o orientador pode compartilhar situações nas quais teve que fazer uma escolha de
carreira e que desafios encontrou; especialmente se o cliente fizer esses questionamentos ao
conselheiro. Em seguida, pede-se ao cliente para refletir sobre os prós e contras de suas

8
Termo cunhados pelos autores.
9
Termo cunhados pelos autores.
94
possíveis decisões e como seria a mudança da situação atual para a nova condição de vida.
Lembre-se de propor a técnica de solução de problemas e a manutenção de perspectiva
(enfrentamento) mediante adversidades. Recorde com o cliente que ele já passou por
situações assim e lidou com elas.
A última tarefa, Minha Nova História, tem relação com a terceira parte da MHC.
Este tema auxiliará o cliente a consolidar seu projeto. O orientador solicita ao cliente que
conte a sua história (dificuldade que ele tenha vivenciado, desejos, interesses e superação).
Ele pode começar a história desde a tenra infância até a idade atual. O período não importa
exatamente. Em seguida, o orientador pede ao cliente que localize alguns momentos desta
história: quais foram os eventos mais importantes, os pontos de virada, as aprendizagens, os
novos sentidos e caminhos. Deste modo, o orientador poderá trazer elementos da narrativa
e torná-los mais conscientes para o cliente, apontando os fatores que o influenciaram em sua
dificuldade, tanto para mantê-la quanto para modificá-la; a busca pela realização dos
próprios sonhos e onde ele pode chegar a partir de suas escolhas atuais. Trabalhe com formas
lúdicas de contar a história.
Ao final, o orientador atribui o diploma ao cliente e lhe pede que escreva e
compartilhe o que significou o processo de orientação profissional.

Modalidade Grupo
O conselheiro deve ter consigo o resultado das avaliações feitas antes e após as
intervenções. Ele deve percorrer todo o processo de aconselhamento com os participantes
relembrando os pontos explorados e objetivos alcançados em cada momento da orientação
(para este fim, pode utilizar uma dinâmica que tenha familiaridade e prática).
Pergunta-se aos clientes quais seriam as percepções deles acerca da OP, como eles
estão atualmente e quais mudanças perceberam em relação ao primeiro atendimento. Em
seguida, o conselheiro apresenta os resultados dos instrumentos aplicados após a
intervenção. Ele deve explicar cada um deles, apresentar os resultados da fase pré-
interventiva e apresentar a evolução dos participantes.
Em seguida, para o encerramento, o conselheiro realiza duas atividades: 1) a noção
de formação hobbie10 x profissional11 e 2) contar minha nova história. Formação hobbie
seria aquela que ele gostaria de fazer, mas como passatempo e não como profissão, porque
acredita que não teria retorno social e financeiro. Formação profissional seria o tipo de

10
Termo cunhados pelos autores.
11
Termo cunhados pelos autores.
95
formação com respaldo social, na qual o cliente imagina ter, além do reconhecimento social,
retorno financeiro.
Para a atividade da Balança pede-se aos participantes para desenharem uma balança
que tenha dois lados de medida. De um lado eles colocarão os custos de suas escolhas
(concessões, sentimentos de desânimo etc.) – é importante que os listem – e do outro os
benefícios (satisfação pessoal, senso de realização etc.). Em seguida, conselheiro e cliente
avaliam o que pesa mais numa escolha e o quanto estão dispostos a se responsabilizarem
por ela. Conversem sobre quais são as maiores tendências e como os participantes podem
ou sentem que devem lidar com cada uma delas. Neste caso, o orientador pode compartilhar
situações nas quais teve que fazer uma escolha de carreira e que desafios encontrou durante
o percurso; especialmente se os clientes fizerem esse tipo de questionamento ao conselheiro.
Em seguida, peça aos clientes que reflitam sobre os prós e contras de suas possíveis decisões
e como seria a mudança da situação atual para a nova condição de vida. Lembre-se de propor
a técnica de solução de problemas e a manutenção de perspectiva (enfrentamento) mediante
adversidades. Recorde os clientes que eles já passaram por situações assim e lidaram com
elas.
A última tarefa, Minha Nova História, tem relação com a terceira parte da MHC.
Este tema auxiliará o cliente a consolidar seu projeto. O orientador solicitará aos clientes
que contem a sua história (dificuldades que tenham vivenciado, desejos, interesses e
superação). Eles podem começar a história desde a tenra infância até a idade atual. O período
não importa. Em seguida, o orientador pede aos clientes que localizem alguns momentos
desta história: quais foram os eventos mais importantes, os pontos de virada, as
aprendizagens, os novos sentidos e caminhos. Deste modo, o conselheiro poderá reconhecer
elementos e torná-los mais conscientes para os participantes, apontando os fatores que os
influenciaram em suas dificuldades, tanto para mantê-las quanto para modificá-las; a busca
pela realização dos próprios sonhos e onde eles podem chegar a partir de suas escolhas
atuais. Trabalhe com formas lúdicas de contar a história.
Ao final, o conselheiro atribui o diploma aos participantes (um para cada) e lhes pede
que escrevam e compartilhem o que significou o processo de orientação profissional.
96
13. Outras intervenções
Este trabalho faz com que o orientando se sinta mais seguro de si e de suas
capacidades e coloca esta etapa como uma parte em sua própria história.
Caso haja conflito entre os interesses do cliente e sua família, seria importante fazer
uma sessão com todos e esclarecer sobre as divergências de motivação e desenvolvimento
pessoal. Você poderá utilizar as intervenções sugeridas abaixo. Se for necessário, elas
devem ser esclarecidas junto ao supervisor.

• Dinâmicas de grupo;
• Resolução de problemas;
• Diferenciação entre personagens (eu sou eu, você é você: é importante compreender
que nossas diferenças são importantes);
• Divergência de expectativas, porém com incentivo constante;
• Ele já não é mais uma criança, ele faz as escolhas dele por si;
• Estou aprendendo a viver, escolher, errar e a aprender;
• É importante tentar;
• O trabalho dependendo do que penso, sinto e me motiva;
• Trabalho também é bem-estar, por isso é importante gostar;
• Trabalho também é tentar, por isso é importante persistir, e para persistir é preciso
gostar e
• Só eu sei como é difícil escolher e o que isso significa para mim.
97
14. Consideração final
Até este momento, espero que tenha ficado claro para o conselheiro o que significa
a Teoria de Construção de Carreira (CCT). O próprio conselheiro provavelmente já passou
e está consciente deste processo, uma vez que ele mesmo está aqui como um “construtor de
sua própria carreira” e como alguém que refaz planos, aprende e se adapta ao fluido mundo
contemporâneo.
Tenha em mente as intervenções baseadas na CCT como um processo constante que
exige atividade, análise, solução de problemas, direcionamento, curiosidade, flexibilidade
e, sobretudo, uma clara noção de qual é o projeto de vida estabelecido para si mesmo.
98
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104
Apêndice

Modelo de relatório final


105
Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)
Departamento de Psicologia
Serviço de Psicologia Aplicada (SPA)
Laboratório de Pesquisa em Saúde Mental (LAPSAM)

Conselheira(o):
Matrícula:
Orientação Profissional
Serviço de Psicologia Aplicada (SPA)
Endereço: Praça D. Helvécio, 74, Fábricas, São João del-Rei, MG, CEP: 36301-160
Tel.: + 55 (32) 3379 – 2423
E-mail: alvarenga@ufsj.edu.br

Identificação do cliente
Nome:
Data de Nascimento:
Idade:
Sexo e gênero:
Endereço:
Escolaridade:
Tipo de escola:
Período de intervenção:
Modalidade (grupo ou individual):
Modalidade (presencial ou remoto):
Contato: +55 (código de área)

Breve descrição do cliente


Nome completo (sigla), idade, sexo, escolaridade e escola, renda familiar, descrição familiar
e como o(a) se descreve, além de suas ocupações e respostas relativas ao questionário geral.

Procedimentos de avaliação antes e após intervenção (descrição e resultados)


• Para cada teste aplicado haverá uma tabela
• Preencha a tabela de acordo com as normas e resultados
• Descreva os resultados obtidos nos instrumentos (escores, percentis e
classificação tanto para fatores quanto para a medida geral)
106
• Coloque a interpretação dos resultados (significado dos resultados)
Big Five Inventory (BFI-2)
Pré-teste
Dimensões
escore média classif.
Neuroticismo
Extroversão
Amabilidade
Conscienciosidade
Abertura

Escala de Interesses Vocacionais (EIV)


Dimensão escore ranque da preferência
Realista (R)
Investigativo (I)
Artístico (A)
Social (S)
Empreendedor (E)
Convencional (C)

Escala de Autopercepção (EAP)


Pré-teste Pós-teste
Dimensões
escore média classif. escore média classif.
Valores
Atitudes

Escala de Satisfação com a Vida (SWLS-BP)


Pré-teste Pós-teste
escore média classificação escore média classificação

Escala Breve de Coping Resiliente (EBCR)


Pré-teste Pós-teste
escore média classificação escore média classificação

Escala de Afetos Positivos e Afetivos Negativos (PANAS)


Pré-teste Pós-teste
Dimensões
escore média classif. escore média classif.
Afetos
positivos
Afetos
negativos

Escala de Ideias e Atitudes frente ao Futuro Educacional e Profissional (EIAFEP)


Pré-teste Pós-teste
Dimensões
escore média classif. escore média classif.
Decisão e
segurança
Interioridade
107
Questionário Online de Funções Executivas (WebExec)
Pré-teste Pós-teste
escore média classificação escore média classificação

Escala de Adaptabilidade de Carreira (CAAS, sigla em inglês, ou EAC)


Pré-teste Pós-teste
Dimensões
escore média classif. escore média classif.
Preocupação
Controle
Curiosidade
Confiança
Geral

Inventário de Maturidade de Carreira – FORMA C (IMC) ou MCI – Form C


Pré-teste Pós-teste
Dimensões
escore percentil classif. escore percentil classif.
Preocupação
Curiosidade
Confiança
Consulta
Geral

Síntese dos resultados


Descreva, de forma geral, a interpretação dos resultados (qualidades). No caso daqueles
instrumentos nos quais houve pós-teste, basta comparar os resultados antes e após a
aplicação.

Síntese das sessões de intervenção


Descreva brevemente cada ponto tratado durante as sessões de intervenção.

Encerramento
Descreva se o(a) cliente conseguiu chegar a alguma conclusão e à qual conclusão chegou
em relação ao processo de orientação profissional. Em seguida, descreva os resultados dos
procedimentos de testagem nos quais houve melhorias. Apresente uma breve explicação
sobre por qual motivo o(a) orientando(a) alcançou ou não os resultados esperados. Descreva
a percepção geral do cliente sobre o processo e como ele se sentiu ao encerrar as
intervenções.

Conselheira(o)
Nome (sem sigla):
108
Matrícula:
Assinatura: XXXXXXXXXXXXXXXXXXX (a assinatura deve ser digital, portanto,
não pode ser feita por meio de fotografias, ver tutoriais do ADOBE)

Supervisor
Marco Antônio Silva Alvarenga, Dr. (CRP: 04/20.963)
Assinatura:
109
Exemplo de modelo de relatório final de atividade

Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ)


Departamento de Psicologia
Serviço de Psicologia Aplicada (SPA)
Laboratório de Pesquisa em Saúde Mental (LAPSAM)

Conselheira(o): Jocasta Edípica Electrizada


Matrícula: 160666066
Orientação Profissional
Serviço de Psicologia Aplicada (SPA)
Endereço: Praça D. Helvécio, 74, Fábricas, São João del-Rei, MG, CEP: 36301-160
Tel.: + 55 (32) 3379 – 2423
E-mail: alvarenga@ufsj.edu.br

Identificação do cliente
Nome: Parangolé Pamplona a Gente Mesmo Faz (PPGMF)
Data de Nascimento: 30/05/2002
Idade: 18
Sexo e gênero: feminino, Mulher Cis
Endereço: Rua dos Bobos, n° 0, bairro Casa Engraçada, 38.666-999, Ponta do Nariz,
Minas Gerais
Escolaridade: Ensino médio completo
Tipo de escola: pública
Período de intervenção: 05/03/2020 a 15/04/2020
Modalidade (grupo ou individual): Individual
Modalidade (presencial ou remoto): Remoto
Contato: Contato pessoal: (66) 99999-6666 ; Contato da mãe (Cristiane F): (99) 66666-
9999
110
Breve descrição do cliente
PPGMF, 18 anos, sexo feminino, mulher cis, relata ter uma renda familiar entre três
a quatro salários mínimos. Ela concluiu o ensino médio no final do último ano, não trabalha
e atualmente está matriculada em um preparatório vestibular. Foi diagnosticada com
transtorno misto depressivo ansioso e faz uso contínuo das seguintes medicações: Clo,
Stelazine e Paroxetina. As áreas que mais possui interesse são as abstratas, de saúde e
assistenciais. Relata sentir-se insegura, sem a menor ideia do que fazer. Seu maior receio
relacionado à escolha de uma profissão é não ter reconhecimento financeiro e o seu maior
sonho é realizar um trabalho que posso transformar o mundo positivamente.

Procedimentos de avaliação antes e após intervenção (descrição e resultados)


Big Five Inventory (BFI-2)
Pré-teste
Dimensões
escore média classif.
Média expressão do
Neuroticismo 54 3,6
traço
Média expressão do
Extroversão 46 3,0
traço
Média expressão do
Amabilidade 65 3,6
traço
Média expressão do
Conscienciosidade 44 3,1
traço
Média expressão do
Abertura 50 3,6
traço

Escala de Interesses Vocacionais (EIV)


Dimensão escore ranque da preferência
Realista (R) 25 6
Investigativo (I) 33 2
Artístico (A) 30 4
Social (S) 41 1
Empreendedor (E) 32 3
Convencional (C) 29 5

Escala de Autopercepção (EAP)


Pré-teste Pós-teste
Dimensões
escore média classif. escore média classif.
Valores Valores
Ideias 57 3,16 71 3,94
expressivos expressivos
Atitudes Atitudes
Atitudes 74 3,36 90 4,09
expressivas expressivas

Escala de Satisfação com a Vida (SWLS-BP)


Pré-teste Pós-teste
escore média classificação escore média classificação
Insatisfeito com Satisfeito com a
12 2,4 24 4,8
a vida vida
111
Escala Breve de Coping Resiliente (EBCR)
Pré-teste Pós-teste
escore média classificação escore média classificação
Alguma Razoável
capacidade de capacidade de
9 2,25 15 3,75
manejo e manejo e
resiliência resiliência

Escala de Afetos Positivos e Afetivos Negativos (PANAS)


Pré-teste Pós-teste
Dimensões
escore média classif. escore média classif.
Afetos Muito Muito
35 3,5 37 3,7
positivos expressivo expressivo
Afetos
25 2,5 Expressivo 24 2,4 Expressivo
negativos

Questionário Online de Funções Executivas (WebExec)


Pré-teste Pós-teste
escore média classificação escore média classificação
Capacidade
Boa capacidade executiva nem
9 1,5 14 2,33
executiva boa/nem
reduzida

Escala de Ideias e Atitudes frente ao Futuro Educacional e Profissional (EIAFEP)


Pré-teste Pós-teste
Dimensões
escore média classif. escore média classif.
Baixa Excelente
Decisão e
32 2,9 decisão e 54 6,09 decisão e
segurança
segurança segurança
Interioridade Excelente
Interioridade 21 4,2 26 5,6
razoável interioridade

Escala de Adaptabilidade de Carreira (CAAS, sigla em inglês, ou EAC)


Pré-teste Pós-teste
Dimensões
escore média classif. escore média classif.
Dimensão
Dimensão bem
Preocupação 18 3 moderadamente 24 4,0
desenvolvidos
desenvolvida
Essa dimensão
Dimensão bem
Controle 11 1,8 necessita ser 23 3,83
desenvolvidos
desenvolvida
Dimensão
Dimensão bem
Curiosidade 16 2,6 moderadamente 21 3,5
desenvolvidos
desenvolvida
Dimensão
Dimensão bem
Confiança 15 2,5 moderadamente 22 3,66
desenvolvidos
desenvolvida
Adaptabilidade Adaptabilidade
Geral 60 2,5 moderadamente 90 3,75 bem
desenvolvida desenvolvidos

Inventário de Maturidade de Carreira – FORMA C (IMC) ou MCI – Form C


Pré-teste Pós-teste
Dimensões
escore percentil classif. escore percentil classif.
112

Preocupação 4 35 Média 5 61 Alta

Curiosidade 1 19 ≥ a ≤ 36 Muito baixa 4 74 Média

Confiança 1 ≤ 22 Muito baixa 3 39 ≥ a ≤ 61 Baixa

Consulta 5 52 Alta 4 29 Média

Geral 6 ≤ 25 Baixa 11 33 ≥ a ≤ 72 Média

Síntese dos resultados


PPGMF apresentou desempenho com média expressão para todos os traços de
personalidade avaliados. Apresenta interesse relatado nas dimensões social, investigativa e
empreendedora, o que significa, portanto, um interesse nas áreas assistenciais, de pesquisa e
abstração, e interação social, busca de desafios e maior nível de atividade. Apresentou
valores expressivos em relação a sua percepção, o que significa que as ideias em relação a
si mesma são positivas e otimistas e acredita em sua capacidade de exploração e realização.
PPGMF apresentou insatisfação com a vida, alguma capacidade de manejo e resiliência,
afetos positivos muito expressivos e afetos negativos expressivos. Ela demonstrou boa
capacidade executiva. A capacidade de decisão e interioridade da cliente foram interpretadas
como baixa e razoável, respectivamente, o que indica baixa autonomia, responsabilidade e
compromisso razoáveis. A adaptabilidade e suas dimensões mostraram-se moderadamente
desenvolvidas ou necessitavam desenvolvimento. A maturidade para carreira apresentou-se
com uma baixa classificação, muito baixa curiosidade e confiança e média preocupação,
indicando que os processos relacionados à capacidade de escolha, exploração e percepção
positiva necessitam ser desenvolvidos. A consulta, em contrapartida, revela-se alta,
pressupondo maior necessidade de apoio e autonomia reduzida nas tomadas de decisão.
Os resultados do pós-teste informaram que a cliente manteve expressivas as
classificações em relação à autopercepção. Contudo, deve-se ressaltar que os escores médios
aumentaram, mesma que a classificação tenha permanecido a mesma para as duas
dimensões. Ao final da intervenção a cliente demonstrou-se satisfeita com sua vida, o que
mostra um aumento da expressão positivo dos sentimentos e maior prazer em viver, razoável
capacidade de manejo e resiliências, habilidades mais amplas de enfrentamento, e manteve
a classificação em relação aos afetos positivos e negativos, mesmo que a média dos positivos
tenha aumentado e do negativo diminuído. A capacidade executiva diminuiu, fato que pode
ser possivelmente explicado pela maior autopercepção da cliente em relação a sua maneira
de organizar e planejar atividades rotineiras. O nível de autonomia e compromisso
aumentaram, sendo classificados como excelentes no pós-teste. A adaptabilidade bem como
113
todas as dimensões correlatas passaram a ser classificadas como bem desenvolvidas. As
dimensões da maturidade para carreira aumentaram suas classificações, indicando
amadurecimento para escolha profissional e o planejamento de carreira. A autonomia indica
ter melhorado uma vez que a Consulta diminuiu sua classificação no pós-teste.

Síntese das sessões de intervenção


Tema 01: Exploração. Os objetivos foram tornar acessíveis preferências,
dificuldades, valores, crenças e expectativas. Para isso foi aplicada a primeira parte da Minha
História de Carreira (MHC). A cliente revelou quais aspectos lhe traziam dificuldade em
relação a uma escolha profissional e quais eram as expectativas familiares.
Tema 02: “Quem sou eu?”. Os objetivos foram acessar autobiográfico e
compreender como o cliente percebe a si mesmo. Foi realizada a segunda parte da MHC.
Essa sessão teve como resultado o aprofundamento do autoconhecimento, discussão sobre
os resultados do teste, levantamento de atividades que elas gostam e não estão sendo
realizadas e formas de mudar isso.
Tema 03: “Como estou?”. Os objetivos foram reconhecer e compreender traços
pessoais, emoções e o nível de satisfação com a vida, identificar as formas de enfrentamento
adotadas no presente e trabalhar a perspectiva para o enfrentamento de desafios futuros.
Foram realizados questionamentos sobre emoções, sentimentos e formas de enfrentamento
com a cliente. Ela questionou sua qualidade de vida e o que poderia fazer para mudar
algumas coisas que a incomodavam. Discutimos sobre como lidar com as emoções e com o
outro, e sobre perfeccionismo, ansiedade e foco.
Tema 04: Planos, identidade, autoconfiança e adaptabilidade. Os objetivos foram
fazer uma análise realista sobre os possíveis caminhos e trabalhar sobre mitos e verdades
relativos às profissões e carreiras, reduzir expectativas em relação ao desejo dos outros. Foi
realizado o exercício de carreira ideal x carreira real e a atividade da balança. Os exercícios
ajudaram-na a refletir sobre o futuro, prós e contras sobre suas possíveis decisões, e a
identificar os elementos que estão dificultando suas escolhas.
Tema 05: ...
Tema 06: ...
Encerramento
A orientanda relatou que o processo de orientação profissional foi muito importante
para que ela tivesse mais clareza sobre a escolha profissional. Disse que iniciou a orientação
profissional apresentando muitas dúvidas sobre sua carreira e não ter noção alguma do que
114
gostaria de fazer. Sente-se segura, confiante, relata saber como fazer e desenvolver seus
planos pessoais e profissionais.

Conselheira(o)
Nome (sem sigla): Jocasta Edípica Electrizada
Matrícula: 160666066
Assinatura:
XXXXXXXXXXXXXXXXXXX (a assinatura deve ser digital, portanto, não pode ser feita
por meio de fotografias, ver tutoriais do ADOBE)

Supervisor
Marco Antônio Silva Alvarenga, Dr. (CRP: 04/20.963)
Assinatura:
XXXXXXXXXXXXXXXXXXX
115
Procedimento de entrega de relatório e documentos
Importante, todas as atividades e os resultados devem ser descritas e interpretadas
na folha de Breve Relato de Atividades por sessão. Este material é de suma importância e
obrigatório de acordo com a Resolução do CFP No 001/2009, com revisão na resolução
005/2010.
Após a conclusão do processo, a versão preliminar do relatório final deve ser enviada
para o e-mail alvarenga@ufsj.edu.br em data estipulada no plano de ensino. O professor
responsável enviará o relatório corrigido para o discente. Caso tenha alguma observação,
necessite acréscimo ou alteração de informações, elas virão em destaque amarelo com um
comentário instrutivo. Depois de receber o relatório corrigido, o discente deve imprimi-lo e
assiná-lo. O discente deve imprimir também a Lista de Entrega de Documentos e colocar
todos os documentos utilizados na Orientação Profissional na ordem descrita no arquivo.
Não serão aceitos materiais ausentes ou fora de ordem. Por este motivo, consulte o monitor
da disciplina antes para te auxiliar na organização dos materiais a serem devolvidos.
O supervisor receberá uma via de cada documento. O Contrato de prestação de
serviço, o Termo de compromisso do estagiário e os Termos de consentimento e
assentimento devem ser impressos em duas vias. Uma via do Contrato, do Termo de
consentimento e/ou de consentimento ficará com o orientador e seus responsáveis e a outra
será entregue ao professor. Uma via do Termo de compromisso do estagiário ficará com o
orientador e a outra com o professor. Será entendido como anexo toda e qualquer
documentação que tenha sido utilizado durante a Orientação Profissional que não esteja na
lista oficial de documentos.
Segue abaixo a lista de documentos e sua respectiva ordem de entrega:

Tabela 22
Sequência de entrega de documentos
Sequência Verificação No de vias Documento
01 ( ) 1 Relatório Final
02 ( ) 2* Termo de Compromisso do Estagiário
03 ( ) 2** Contrato para Prestação de Serviço para o cliente
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido–18
04 ( ) 2**
anos ou maiores
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido–
05 ( ) 2**
pais/responsáveis por menores de 18 anos
06 ( ) 2** Termo de Assentimento – menores de 18
Ficha de Identificação e Questionário Geral do
07 ( ) 1
cliente
08 ( ) 1 Breve relato de atividades por sessão
09 ( ) 1 Big Five Inventory (BFI-2)
10 ( ) 1 Inventário de Interesses Vocacionais (EIV)
116
11 ( ) 1 Escala de Autopercepção (EAP)
12 ( ) 1 Escala de Satisfação com a Vida (SWLS-BP)
13 ( ) 1 Escala Breve de Coping Resiliente (EBCR)
Escala de Afetos Positivos e Afetivos Negativos
14 ( ) 1
(PANAS)
Questionário Online de Funções Executivas
15 ( ) 1
(WebExec)
Escala de Ideias e Atitudes frente ao Futuro
16 ( ) 1
Educacional e Profissional (EIAFEP)
17 ( ) 1 Escala de Adaptabilidade de Carreira (CAAS)
18 ( ) 1 Inventário de Maturidade de Carreira (IMC)
Instrumentos reaplicados
19 ( ) 1 Questionário geral final
20 ( ) 1 Escala de Autopercepção (EAP)
21 ( ) 1 Escala de Satisfação com a Vida (SWLS-BP)
22 ( ) 1 Escala Breve de Coping Resiliente (EBCR)
Escala de Afetos Positivos e Afetivos Negativos
23 ( ) 1
(PANAS)
Questionário Online de Funções Executivas
24 ( ) 1
(WebExec)
Escala de Ideias e Atitudes frente ao Futuro
25 ( ) 1
Educacional e Profissional (EIAFEP)
26 ( ) 1 Escala de Adaptabilidade de Carreira (CAAS)
27 ( ) 1 Inventário de Maturidade de Carreira (IMC)
28 ( ) 1 Anexos (não obrigatório)
* uma via deve ficar com o professor/pesquisador e a outra com o estagiário
** uma via deve ficar com o professor/pesquisador e a outra com o cliente e/ou pais ou responsáveis.

Atendimento remoto
O material não deverá ser entregue nesta modalidade de atendimento, uma vez que
todos os registros estão armazenados nos formulários eletrônicos. Certifique-se apenas se
as informações estão todas devidamente registradas antes de confeccionar o relatório final
de atendimento.

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